Oi galera! Hoje vamos descobrir o que o
Edward sentiu com todo o comportamento da Bella na festa e sua fuga depois, e o
que ele deixou gravado no celular dela...
Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
By Jack Sampaio
Atenção: Este conteúdo
foi classificado
como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
CAPÍTULO 20
Edward pov’s
Sorriso. Eu não conseguia
desmanchar o meu sorriso pelo meu triunfo. Perdi dinheiro, sim, eu sabia. No
entanto nada se comparava ao prazer de ter Bella ao meu lado, de saber que ela
seria minha esposa por uma noite. Apenas para prolongar o momento dirigi devagar.
Claro que Bella notou meu ato, mas provavelmente interpretou isso como
provocação. Ela não sabia que eu só dirigia devagar, e a pagava para que me
acompanhasse ao evento, por que eu queria estar com ela.
Bella não olhava para mim, mais
atenta a paisagem oferecida pelo lado de sua janela do que o necessário. Estava
com uma cara amuada, como se fosse incrivelmente desagradável estar comigo. Eu
não poderia culpá-la por se sentir assim, mas também não ficava feliz com sua
atitude.
“Vou tirar essa carranca de você
esta noite, Isabella.” – pensei enquanto estacionava em frente à boutique onde
costumo comprar minhas roupas.
–Chegamos. – anunciei despertando
Bella. Ela olhou para fora e a ouvi arfar. Talvez a opulência daquele lugar a tenha
deixado surpresa. Mas logo Bella se recobrou e saiu do carro. Subitamente disse
antes mesmo de adentrarmos o local:
–Lembre-se Cullen: todas as
despesas serão pagas por você! – disse e rapidamente passou a caminhar. Eu não
consegui não sorrir, ela ficava linda irada. Bella não cumprimentou a ninguém
que tão gentilmente a cumprimentava. Foi direto para a vendedora. Esta a olhou
dos pés a cabeça avaliando-a, depreciando-a, posso apostar. Não gostei.
–Bom dia senhora...
–Eu quero um kit completo para ir
a um evento, exclusivo. Roupas, acessórios... E não me preocupo com dinheiro
então pare de me olhar com indiferença como se eu fosse uma ladra! – Bella
esbravejou. Ah, então eu não fui o único a notar a atitude da vendedora? Desde
quando Bella era tão perceptiva? De qualquer forma fiquei aborrecido pela
situação, mesmo que no passado eu a tenha depreciado.
–Ouviu minha esposa, não é?
Ofereça a ela o melhor. – falei num tom ríspido. Bella não olhou para mim.
“Pelo visto ela continuará
carrancuda desse jeito para o meu lado.”.
–Sigam-me. –A vendedora disse
rumando para o interior da butique. Bella a seguiu. Fiz o mesmo caminho
querendo acompanhá-la, mas ao notar meu movimento ela parou, virou-se e me
impediu.
–Eu não preciso de babá! – falou
ríspida. Antes que eu pudesse dizer algo, Bella desapareceu por entre os
corredores do local.
–Saco. – esbravejei seguindo para
uma poltrona. Desejava ser mais participativo, ainda que em um único dia, da
vida de Bella, mas estava difícil. Eu não sabia como proceder, como ganhar
espaço em sua vida. Bella havia criado um muro em torno de si, impenetrável,
isso a mais de um mês. Não, eu estava equivocado. Não foi Bella que criou um
muro intransponível em torno de si, fui eu que criei o muro em torno dela.
“Eu tenho que romper esse muro
hoje, caso o contrário...”.
–Senhor Cullen? – uma atendente
me chamou, não era a mesma que estava com Bella. – Deseja algo? Uma bebida?
Refleti. Pensei. Respondi.
–Desejo algo para vestir também
e... – levantei-me. Cochichei para a funcionária. – Quero saber qual cor minha
esposa escolherá para as suas vestimentas. Quero que façamos um par no evento
em que participaremos.
Sorri. Bella ficaria enfurecida
se fossemos combinando, posso apostar.
Apesar do gasto exorbitante
daquela manhã (as compras de Bella foram igualmente caras se comparado com o
valor que eu estava desembolsando com a sua companhia), eu estava me sentindo
bem. Bem por que eu previa que meus planos estavam seguindo seu curso e, com um
pouco mais de habilidade de minha parte, poderiam possibilitar um entendimento
entre Bella e eu. É claro que estar próximo a ela não era o suficiente, eu
teria de encontrar o momento para dizer algo. Não poderia contar o porquê de
meus atos no passado, mas poderia tentar apaziguar a situação e, quem sabe, ter
Bella como minha esposa legítima.
Eu queria ter Bella como minha
esposa. Não era algo meramente carnal, eu sabia. Eu me contentaria com tão
pouco dela! Um sorriso, um bom dia, qualquer coisa! Se esta não era uma prova
de que eu a amava então eu desconhecia completamente o amor.
Seguimos para o carro,
funcionários arrumaram nossas compras no porta-malas. Por alguns instantes o
silêncio imperou. Bella continuava raivosa, se dependesse dela para quebrar o
silêncio eu nunca mais ouviria o som da sua voz.
–E agora vamos ao SPA. Eu não
tinha a intenção de frequentar o SPA, mas eu terei um dia de beleza só para lhe
fazer companhia. – falei sem conseguir deixar de lado o deboche. Eu sabia que
Bella reagiria mal ao saber que eu lhe faria companhia.
–Escute aqui Edward só por que eu
aceitei dinheiro não significa que aceitei ficar de papo. Só irei representar o
papel de boa esposa quando for o momento. – falou irritada. Aquilo me
incomodou. Eu queria amainar as coisas entre nós antes do evento, mas parece
que tudo só ficaria na tentativa.
–Então tudo bem. Mas terá de
representar bem, afinal eu posso exigir reembolso se você não agir como eu
quero. – disse ríspido, movido pelo aborrecimento que me tomou com as palavras
de Bella. O modo como ela me olhou, cheia de fúria, fez com que eu me
arrependesse de minhas palavras.
–Claro afinal de contas você está
pagando. De que outra forma eu o trataria bem?
Amuado, dei atenção ao trânsito.
Por que ela não podia baixar a guarda um pouquinho?
O SPA. Infelizmente tive de me
separar de Bella, a ala feminina ficava afastada da ala masculina. Por um lado
era bom, eu tinha que planejar meu próximo passo. Não seria fácil dobrar Bella,
pude sentir pela aspereza com que ela agia. No entanto eu não estava neste jogo
para perder. Estava apostando todas as minhas fichas nesse momento em que,
apesar de estarmos cercados por pessoas, seriamos somente Bella e eu.
Enquanto estava em uma sessão de
massagem, meu celular tocou. Estiquei um pouco meu braço e o peguei. Suspirei
ao ver o número no visor.
–O que você quer Tânia? Eu estou
ocupado. – despachei-a.
–Eu estou bem também, obrigada. –
ela falou num tom desdenhoso. –Você tem um evento hoje. Sabe disso.
–Eu sei, estou me arrumando para
o tal evento. Era só isso?
–Edward, nós precisamos
conversar.
–Tânia, não é o melhor momento.
–E QUANDO SERÁ? O QUE DEU EM
VOCÊ? ESTÁ HÁ UM MÊS SEM...
–Tânia, eu vou desligar. – fechei
o celular e o desliguei para não ser incomodado. Claro que Tânia estava confusa
e furiosa, há um mês eu não a tocava. Eu a tratava apenas como uma mera
secretária. Desde que descobri que amava Bella, eu evito Tânia. Tânia estava a
ponto de explodir e eu temia sua explosão. Por hora as bonificações que eu lhe
dava a amordaçaram, porém Tânia era inconstante.
“Eu preciso ter cuidado com ela.”
– pensei.
–Posso ver a minha esposa? Já
estou com saudades dela. – disse enquanto a massagista afastava-se. Eu estava
deitado em uma esteira coberto apenas por uma toalha branca.
–Isso depende de sua esposa,
senhor Cullen. Se ela desejar... Quer que perguntemos a ela? – a massagista
disse enquanto suas mãos faziam seu trabalho em meu corpo. Fui relaxando sob o
seu toque enquanto pensava no que deveria dizer. Agir como um homem sedutor era
fácil, mas isso não iria funcionar com Bella. Eu precisaria dizer a ela, talvez
falar o que eu sentia muito embora eu soubesse que não seria algo fácil.
Ser complacente com Bella estava
sendo um verdadeiro exercício de paciência. Primeiro descobri, após o término
de minha estadia no SPA, que Bella voltou sozinha para casa. Não cheguei a
vê-la quando já estava na cobertura, ela havia se refugiado em seu quarto
provavelmente terminando os últimos retoques em sua aparência. Aproveitei o
momento para me trocar, vestir o Smoking clássico que comprei na butique.
Esperei por Bella na sala, mais e mais impaciente a cada minuto. Talvez Bella
estivesse se atrasando só para me irritar, pensei. Eu não duvidava que fosse
esse o caso, mas diante da expectativa que tinha de que as coisas se
resolveriam ao meu favor, eu não liguei.
Eu sabia que a espera não seria
vã e a certeza só se confirmou quando eu a vi. Caminhei até a extensa sacada
vendo a imagem que me era oferecida.
–Estou pronta. Vamos logo para
acabar com essa palhaçada. – disse num tom ríspido. Virei-me e a vi. A imagem
me paralisou. Após descobrir meus sentimentos, não imaginei que teria uma visão
de Bella ainda mais incrível do que eu já possuía. E lá estava eu embasbacado
vendo Bella ainda mais magnífica do que em qualquer outro dia. Como eu não pude
vê-la antes? Nenhuma mulher que conheci se equiparava a Bella.
–Então vai ficar me encarando
como um idiota ou vai se mexer? – falou com aspereza seguindo para a porta. Seu
mau humor não me afetou. Eu estava ansioso por que tudo estava ao meu favor. Eu
podia sentir que iria vencer, apesar da resistência de Bella. Talvez a própria
Bella já sentia isso. Embora tentasse se esconder através de uma mascara de
indiferença, eu pude notar, enquanto a olhava, que ela estava nervosa. E seu
nervosismo aumentava exponencialmente enquanto seguíamos para a garagem. Por
alguns instantes o silêncio entre nós prevaleceu. Não era algo ruim, eu
precisava mesmo pensar em qual seria meu próximo passo. Lembrei-me então que a
aliança de Bella estava comigo. Se ela iria cumprir o papel de esposa
precisaria usá-la, mas a verdade é que eu só queria vê-la usando o acessório
mais uma vez. Por que aquele anel, apesar de tudo, era a prova incontestável da
nossa união.
–Trouxe algo para você usar. – disse
pegando o anel do bolso.
–Já estou com acessórios demais
Cullen. – disse agressiva. Não consegui conter uma risada.
–Mas se você vai cumprir o papel
de esposa terá de usá-la. Tome. – esperei que Bella me olhasse e quando ela o
fez eu estendi a mão com a aliança na palma. Bella pareceu chocada ao ver o
objeto. Eu entendia sua reação. Ela jogou o aro de ouro no chão do seu quarto
crente de que o objeto pararia no lixo. Bella se recompôs e pegou com rapidez
sua aliança colocando-a em seu colo.
–Não vai colocá-la? – perguntei.
–Coloco quando estivermos na
porta do local onde vai ocorrer o evento. – Bella falou com descaso. Sempre
agindo como se eu fosse um inseto. Isso me incomodou. Encostei o carro no meio
fio.
–Por que está parando? – Bella
perguntou alterada. Virei-me para ela e peguei a aliança. – O que está
fazendo?
Eu a ignorei enquanto colocava a
aliança em seu dedo anular. O ato em si me perturbou. Lembrei-me do dia do
nosso casamento. Bella chorava copiosamente por que o ato de pôr o anel tinha
muito significado, mas para mim, na época, não tinha. Como eu pude estragar tudo?
Notei então que Bella me
observava. Afastei-me e voltei à direção.
–Quanto tempo nós ficaremos no
evento? – Bella perguntou. Fiquei surpreso. Achei que ela me ignoraria.
–Até eu receber um prêmio, aí nós
saímos.
–Vai ganhar um prêmio? De que? –
perguntou com genuíno interesse.
–Sei lá, eu não dei atenção
quando li o convite. – fui sincero. Eu nunca liguei para isso, mas tive a
impressão de que ligaria um pouco mais devido a presença de Bella.
–Você nunca dá atenção em nada. –
falou amuada. Estaquei. Por que para mim suas palavras tinham duplo sentido,
quase uma indireta? Bom já que a intenção de arrastá-la para o evento era de
seduzi-la, eu poderia começar desde agora.
–O prêmio não merece atenção, mas
há alguém que merece. Quer saber quem é essa pessoa, Bella? – perguntei numa
voz arrulhada.
–Não. – murmurou olhando
para o outro lado.
–Mas eu vou dizer mesmo assim. A
única pessoa que terá minha atenção neste evento é você Bella. E a propósito
você está encantadora! – disse ignorando o fato de que já estávamos no local do
evento e olhando fixamente para Bella. E ela estava linda, como uma deusa grega
em Terra. Eu me sentia, mesmo distante fisicamente dela como eu estava, como um
adolescente excitado. Bella, ao ouvir o que eu disse, olhou raivosa para mim mandando
o dedo do meio. Não resisti e gargalhei. Estacionei em frente ao prédio, dois
funcionários vieram nos auxiliar.
Vi que Bella estava diante das
escadas, parecendo temerosa até de subir os degraus. Hesitava.
–Comporte-se mocinha. – falei ao
ficar ao seu lado.
–Claro senhor Cullen. A partir do
momento em que eu passar por esta porta eu vou bancar a sua esposa. – disse num
tom áspero. Peguei sua mão sem hesitar, apreciando a maciez da mesma. O contato
despreocupado com sua pele acendeu-me. Já fazia algum tempo que eu não me
aproximava demais de uma mulher. Caminhamos lentamente para a entrada do
evento. Fiquei atento a Bella vendo sua expressão facial, antes dura, mudar
abruptamente para um rosto tranquilo, quase risonho.
Antes que eu pudesse fazer algo,
dizer algo, os anfitriões do evento vieram ao meu encontro.
-Ah senhor Cullen!
Finalmente! Estávamos a sua espera. – Richard nos cumprimentou com entusiasmo.
–Tive alguns contratempos.
Richard, eu quero apresentar minha esposa. Isabella, este é o organizador do
evento. – enquanto falava Richard pegou a mão de Bella e a cumprimentou com um
beijo na costa da mão. Seus olhos brilhavam. Lembrei-me que, após meu
casamento, quando ia a eventos, sempre perguntavam onde estava minha esposa.
Acho que nunca entenderam por que eu não levava Bella aos eventos empresariais.
Era difícil de admitir, mas naquela época eu não só não queria a companhia de
Bella como também tinha vergonha dela, pela sua origem humilde.
–Finalmente conheço a senhora
Cullen. Agora sei por que Edward não a trazia para o evento, temendo que sua
linda esposa fosse alvo de cobiça. – não gostei do que ele disse, eu não havia
pensado na possibilidade de minha mulher ser alvo de gaviões. E eu bem sabia
que o que não faltavam naquele evento eram filhos, representantes de seus pais,
loucos por uma aventurazinha enquanto tinham de participar de um evento tão
chato. Bom agora era tarde, eu não poderia pegá-la pelo braço e arrastá-la para
fora.
–Acredito que meu marido não me
trouxe antes por que não queria que eu me entediasse com os bajuladores que o
rodeiam neste evento como abutres em cima da carne, senhor Richard. – Bella
soltou sem mais nem menos estas palavras. Estaquei. Apertei sua mão em um aviso
para que retirasse o que disse, mas Bella me ignorou.
–Ah, bem... Eu lhes guiarei até a
sua mesa. – Richard disse. Eu a olhei com fúria. Eu a havia pagado, Bella não
deveria agir como uma pessoa amarga, não naquela noite. Ela sorria agindo como
a esposinha perfeita, mas sua felicidade era tão forçada que soava falsa. Bom...
Eu não poderia cobrar muito dela.
Fui cumprimentado por todos como
de costume e apresentei Bella como minha esposa. Todos foram muito cordiais com
ela, mas vi em seus olhos o espanto com a presença de Bella. Sabiam que eu era
casado, mas nunca, até então, a viram. Bella era impecável, ainda mais perfeita
que a melhor das anfitriãs. Eu tinha me acostumado a Bella ríspida e
carrancuda, tanto que estava surpreso com essa nova persona dela. E ela estava
tão encantadora! Ah como eu queria manter aquele lado dela!
Sentamos em uma mesa próxima ao
palco. Eu sei que deveria ficar calado, mas diante da diferença de Bella antes
e Bella após a proposta eu tinha que comentar a situação.
–Nossa, eu não conhecia este seu
lado tão simpático! – falei me aproximando mais dela, coloquei meu braço em seu
ombro. O simples toque em sua pele me causava arrepios.
–O que está fazendo? – perguntou.
– Não deveria estar circulando por aí falando com as pessoas? – e então notei
que estava incomodada com minha aproximação.
–Está brincando?! E perder a
chance de ser tratado como seu marido por você? Disso eu não abro mão! – falei
enquanto a puxava mais para mim. O seu perfume, seu calor, me entorpeciam.
–Não abuse Cullen. Caso o
contrário esqueço a merda do dinheiro. – esbravejou. Um grupo veio nos
cumprimentar. Bella desfez a carranca e foi toda sorrisos. Isso me irritou.
Aqueles sorrisos eram para os outros, eu os queria para mim. Só para mim.
Procurei me aproveitar que ela estava no papel de boa esposa e acariciei sua
cintura. Minha imaginação fluía pensando nas possibilidades daquela noite. Se
Bella me desse um pouco de espaço eu poderia...
–Senhor Cullen... – a voz me
chamou. Eu a reconheci de imediato. Alec, filhinho de papai, conhecido pelas
mulheres que conquistava. Nada bom.
–Ah então esta é a sensação do
evento. Sua esposa é adorável. – disse pegando a mão da minha esposa e a
beijando. – Sou Alec, tenho negócios com o seu marido.
Eu tinha que me controlar afinal
de contas o pai de Alec era um dos meus principais clientes. Ele não manteria
seus negócios se eu aleijasse o seu filho.
–É um prazer conhecê-lo Alec. Meu
marido não disse que tinha um conhecido tão... Garboso. – Bella disse olhando-o
com malícia. Alec pareceu se envaidecer com seu ato. Eu fiquei ali sentado ao
seu lado olhando tudo como uma pamonha.
–Não somos tão próximos. Edward
tem uma maior proximidade com o meu pai. Estou aqui unicamente para
representá-lo, já que meu pai não pôde estar aqui. – Alec ficou se justificando
e blá blá blá, mas que viadinho!
–Então Alec obrigado pro vir nos
cumprimentar, agora se nos dá licença, temos muitas outras pessoas a
cumprimentar. – disse enquanto me levantava puxando Bella comigo. Pouco me
importava se estava sendo grosso! Bella logo se manifestou.
–Hei, o que está fazendo? Você
foi rude com aquele rapaz, sabia? – falou. Continuei a caminhar.
–Não ligo se fui rude! Como você
disse são todos bajuladores que lucram com as minhas conquistas. Eu posso até
mandá-los a merda e ainda assim me tratarão bem. – disse áspero. Se eu soubesse
que olhares seriam voltados para Bella eu não teria pagado ela para me
acompanhar naquele evento. Teria escolhido algo mais íntimo.
Bela continuou a agir como a
esposa perfeita, mal me olhava. É, o evento não estava saindo como eu queria.
Ao invés de me aproximar de Bella, tudo aquilo estava me afastando dela. Eu
precisava fazer algo. Durante alguns minutos pensei no que fazer enquanto
continuava a receber cumprimentos. Em um determinado momento notei que Bella se
apresentava com seu nome de solteiro.
–Sou Isabella Maria Swan. – disse.
–Cullen. Você se esqueceu de seu
sobrenome de casada, meu amor. – disse ao pé do seu ouvido. Eu estava fazendo
muito isso naquela noite. Aproveitando para abraçá-la e falar coisas ao pé do
seu ouvido.
E então...
–E como jovem empreendedor deste
ano nós presenteamos o senhor Edward Masen Cullen com este evento e com este
prêmio em minhas mãos.
Eu estava acostumado a receber
prêmios pelo meu excelente desempenho na empresa, mas aquela noite era
especial. Especial por que, ainda que forçado, eu era o centro das atenções de
Bella. Subi no palco e peguei o prêmio ofertado por Richard. Eu me aproximei do
local onde o microfone estava posicionado. Mesmo sabendo que receberia um prêmio,
eu não havia preparado um discurso. Não precisava me preparar, bastava dizer
obrigado e descer do palanque. Mas naquela noite eu diria algo mais.
–Costumo apenas agradecer aos
prêmios, mas esta noite, devido à presença de uma pessoa, eu falarei um pouco
mais. Quero dedicar esse prêmio a uma... –olhei envolta. Bella não estava
próxima do palco. – Uma pessoa. Minha esposa, pela primeira vez, veio me
acompanhar. Sinto-me maravilhado pela sua presença. Eu dedico esse prêmio a
ela.
Claro que eu pretendia dizer mais
coisas, no entanto Bella não estava por perto. Recebi palmas enquanto descia
apressado do palco. Onde diabos ela estava?
Muitas pessoas vieram ao meu
encontro me parabenizar. Eu os cumprimentei rapidamente enquanto meus olhos
perscrutavam o salão. Apenas balbuciei um “obrigado” abrindo caminho entre os
convidados. Finalmente a vi, mas o que vi não foi nada bom.
Bella com Alec dançando
juntinhos. A música lenta soava embalando o casalzinho. Eu enterrei minhas
unhas na palma. Comecei a me aproximar sorrateiramente a tempo de ouvir o filho
de uma puta pedir para Bella mais uma dança. QUE PORRA É ESSA? ESSE VIADINHO
NÃO SABE QUE ELA É MINHA MULHER?
–Bella terá mais uma dança, mas
será comigo, seu marido. – disse. Os dois me olharam. Eu olhava para Alec
amaldiçoando-o a arder nas profundezas do inferno usando biquíni.
–Senhor Cullen. Eu estava... – balbuciou
desconcertado. Ele sabia pelo modo como eu o olhava que muito provavelmente eu
cancelaria o contrato que tinha com o pai.
–Distraindo a minha mulher em meu
lugar como pude perceber. Não há razão para fazê-lo mais Alec. Eu estou aqui e
agora serei o centro das atenções de minha adorável esposa Bella. – disse, logo
tomando posição e pegando o que era meu, ou seja, Bella. Ela ficou desnorteada
enquanto eu a puxava ainda mais colado ao meu corpo. Balançamos para lá e para
cá. Eu podia sentir o calor da pele de Bella, seu perfume, suas curvas
sinuosas... E mesmo que estivéssemos tão próximos, não bastava pra mim. Bella
se recompôs colocando suas mãos em meus ombros e fitando além de mim. Eu me
aproximei e sussurrei em seu ouvido:
–Eu deveria descontar sua atitude
do seu “salário”.
–Que atitude? – perguntou. Eu me
afastei um pouco para ouvi-la melhor, mas quando precisei falar voltei a me
aproximar e assim falar ao pé do seu ouvido. Chegava a hora de provocar. Eu
queria incitá-la, provocá-la, fazê-la reagir a mim. E eu queria que a sua
reação nos levasse a algo bom, um passo no nosso relacionamento, ao
desconhecido.
-Preciso mesmo relatar? Fiz
um discurso apaixonado pelo recebimento daquele prêmio insignificante e esperei
que minha amada esposa estivesse me observando, batesse palmas quando eu
finalizasse o discurso. Ao invés disso você estava dançando com aquele babaca!
– esbravejei. Meus lábios se aproximaram da curvatura de seu pescoço, hipnótica
a sua pele alva.
–E daí? Não cometi nenhum pecado!
Só estava dançando. Acho que tenho o direito de um pouco de diversão, não
tenho? – falou braba. Eu não a estava ouvindo direito. Eu queria sentir a sua
pele na minha língua.
-E por que a sua diversão é
apenas com os outros e não comigo? Tem idéia do quanto eu poderia entretê-la? –
beijei seu pescoço. Bella arquejou. Eu estava perdendo meu controle, mas era
algo tão bom!
–O que pensa que está fazendo? –
perguntou confusa com meu ato. Eu nem ao menos conseguia raciocinar direito. Eu
estava tão excitado com a proximidade, tão faminto por ela! Meus dedos
delineavam a coluna acariciando seu corpo com o intuito de satisfazer a ambos:
a ela e a mim.
–Estou aproveitando que a terei
como minha esposa por uma noite. – disse parando de dançar. Dançar era perda de
tempo. Havia outras coisas que eu queria fazer. Há algum tempo eu não tinha uma
mulher. Eu poderia ter qualquer uma, claro, mas nenhuma me atraia. Eu só queria
a ela! Beijei seu pescoço enquanto a acariciava nas costas. Fiquei perdido no
frenesi do momento e em um dado momento me afastei. Eu queria beijá-la, sentir
aqueles lábios carnudos, tentadores. Inclinei-me em sua direção novamente
hipnotizado por ela toda. Bella afastou-se e seu ato fez com que eu despertasse
da letargia do desejo.
–Não posso beijá-la? – perguntei
confuso.
–Não faz parte do acordo! – falou
raivosa. Sorri.
–Disse que seria minha mulher por
uma noite e esposas beijam seus maridos. – justifiquei-me e novamente me
aproximei para beijá-la.
–Não vou beijar você. – disse
firme. Bella afastou-se de mim e caminhou para o banheiro feminino. Eu sabia,
enquanto a via se afastar, que Bella estava criando distância por que estava
perturbada com minhas investidas.
“Um pouco mais de pressão e ela
será totalmente minha!” – pensei seguindo-a. Pensei no que havia feito para que
Bella me aceitasse esta noite, eu ofereci dinheiro e ela aceitou. Por que ela
se recusaria agora?
–Tudo bem, quanto você quer para
que me beije? – assim que terminei de falar, Bella parou.
–Como é que é? – perguntou
atarantada. Reprimi uma risada. Ela estava tão cômica!
–Quanto você quer pelo beijo.
Posso dar um cheque em branco se quiser. – peguei meu cheque do bolso e uma
caneta, assinei em branco. Ela poderia me falir, mas se eu a tivesse uma vez
que fosse seria a burrice mais prazerosa que já cometi. Enquanto Bella estava
atônita, ainda digerindo meus atos, dobrei o cheque e coloquei em seu decote.
–Está pago. – disse e não perdi
tempo. Eu não poderia perder tempo quando se tratava de Bella. Eu a queria de
uma forma que beirava o irracional. Eu a teria naquela noite.
Enlacei seu corpo com meus braços
e a encostei na parede. Ela não iria fugir. Eu sabia que não estávamos à vista
de ninguém, mas se estivéssemos eu não ligava. Não perdi tempo, eu a queria
tanto! Eu a beijei com fúria mostrando a ela todo o desejo que escondi em mim
desde que passei a desejá-la.
Era tão diferente! Nunca
experimentei até então beijar alguém que eu amava. E amava os lábios que eu
estava beijando. Os beijos que dei em Tânia, em prostitutas, em minhas namoradas,
nenhuma se comparava aos lábios de Bella. Eu queria mais, beijá-la não iria
aplacar o fogo em mim. Eu queria deitá-la, despi-la, beijá-la, lambe-la, entrar
em Bella... Eu queria...
Algo estava errado. Após um tempo
eu percebi que não estava sendo correspondido. Afastei-me e vi Bella com uma
expressão assustada, olhos tomados por água. Bella chorava.
–Bella! O que houve? O que foi
que eu...
–Como... Como se atreve? Como se
atreve a me comparar com uma de suas prostitutas? Como se não bastasse tudo o
que você... – murmurou numa voz sôfrega. Sua atitude foi um choque elétrico no
meu corpo. Eu me afastei percebendo a merda que havia feito.
–Eu pensei que você... Que você
queria. – menti. Talvez ela engolisse a justificativa, talvez não. Ela reagiu
não da maneira que eu queria. Pegou o cheque e rasgou diante de mim.
–A mim você não pode comprar nem
hoje, nem nunca! Você já me teve um dia, mas preferiu estranhas ao invés de
mim. FIQUE COM SUAS PUTAS! FIQUE COM O EU MALDITO DINHEIRO! – gritou jogando o
que restou do meu cheque em mim. Ela virou-se e saiu em disparada.
Por alguns bons minutos eu fiquei
parado vendo o vulto de vestido vermelho desaparecer entre os convidados.
Quando eu reagi, obrigando meus pés a se mexerem, já era tarde.
Mesmo saindo em disparada na
tentativa de encontrar Bella, eu sabia que ela estava longe, de corpo e de
alma. Eu havia acabado com todas as minhas chances de tê-la, eu sabia, eu
sentia!
“QUE BOSTA! MALDIÇÃO!”.
Madrugada.
Cheguei em casa assim que Bella
desapareceu. Liguei para ela. Nada.
“Se algo acontecer a ela...?” – era
difícil terminar de pensar. Eu não queria pensar na possibilidade de Bella
fazer uma besteira pelo modo como eu a tratei.
Não tirei minhas vestes, eu tinha
que estar pronto para o caso de sair. Meu celular em mãos discando inutilmente
para Bella. Ela não me atenderia. O que eu poderia fazer para que Bella viesse
para mim novamente? Para que me perdoasse? Eu teria que quebrar alguns
bloqueios em mim.
–Eu amo você, meu bem. – minha
mãe disse ao meu pai e o beijou carinhosamente nos lábios. Ele acenou e saiu.
Dizia que iria para uma reunião, mas na verdade seguia para a casa de sua
amante. Minha mãe sabia. Após meu pai partir ela seguia para o quarto e chorava
copiosamente.
Eu aprendi naquela época que
amar alguém era sofrer.
Fui para o quarto de Bella. Não
cheguei a ligar as luzes. Sentei na cama de Bella e voltei a ligar. Caiu na
caixa de mensagem. Respirei fundo e disse aquilo que talvez não conseguisse
dizer pessoalmente:
–Bella, eu espero que você ouça o
que eu vou dizer. Bella, eu fiz tantas besteiras, eu sei! Eu não sei dizer o
porquê eu agi assim, eu só quero dizer que eu...
Era difícil dizer, mas eu
precisava.
–... Se eu disser que, apesar de
tudo, eu te amo você acreditaria em mim? Talvez não acreditasse, mas espero que
acredite. Eu nunca fui tão verdadeiro.
Desliguei o celular rezando que
ela ouvisse. Eu a queria de volta.
As empregadas faziam suas
atividades na cozinha. Eu estava do mesmo jeito. Claro que estava cansado,
precisando comer algo e de um banho, mas o fato de Bella ter passado a
madrugada fora não me deixou relaxar. Eu olhava meu celular. Bella não ligou de
volta. Onde ela estaria? Com quem? Ela estaria bem?
“Terei que sair para procurá-la.”
– decidi.
A maçaneta da porta, naquele
mesmo instante, tremulou. Ergui a cabeça e a vi. As roupas que usava eram
diferentes, deviam ser de alguém mais robusta que ela. Centrada como estava,
ela sequer me notou.
–E aí? – disse rumando para o
closet. Eu fiquei calado. Será que Bella tinha ouvido meu recado? Se tinha
ouvido e estava agindo com tanta indiferença então isso era um mal sinal. Bella
se vestiu com trajes que denunciavam que ela iria trabalhar. Eu tinha que me
manifestar.
–Liguei para você. Você não me
atendeu. – balbuciei.
–Não queria atendê-lo. – disse grossa,
pegando suas coisas.
–Ouviu a mensagem de voz que eu
enviei? – perguntei apreensivo.
–Não. – disse indiferente.
Projetou-se para sair.
–Bella, eu quero conversar com
você. – tomei coragem e disse. Era agora, eu teria que contar meus sentimentos
mais abertamente.
–Eu também. – falou. Aquilo me
surpreendeu. Ela teria ouvido a mensagem, embora tenha negado? Pegou um pacote
que trouxera com ela, acredito. Entregou para mim. Eu não entendi sua ação,
fiquei observando enquanto ela se movia pegando algo do closet. Ela amassou os
pedaços de papel e atirou em cima de mim.
–Aí está o que gastou comigo,
inclusive ontem naquela butique. De agora em diante não aceito nada de você. E
ouça bem o que vou lhe falar: fique longe de mim! – falou entredentes. Eu
fiquei sem ação por alguns instantes. Encontrei meus lábios e os abri querendo
falar. Nada saiu. E ela se foi novamente.
Sentei na cama. Olhei dentro da
sacola que ela me passou, dinheiro. Bella provavelmente devolveu meus presentes
e pegou o dinheiro. Talvez até tivesse ouvido minha mensagem, mas Bella me
odiava tanto que ignorou minha confissão. Assim como meu pai ignorou a
confissão de amor de minha mãe, assim como eu fiz com ela logo no início do
nosso casamento.
Deitei em sua cama com as mesmas
vestes de ontem e suspirei.
Será que a situação poderia
piorar?
Em meu íntimo eu tinha a
resposta...
Sim, iria piorar.
Continua...
Ahh... eu estou começando a ficar com
dó dele. Mas aí sempre me lembro das coisas que ele fez com ela, das vezes em
que ela implorava por um pouco de atenção e ele a tratava com desdém... E a dó
passa, e eu concluo que ele está apenas colhendo o que plantou. Pode ser que
ela venha a perdoá-lo, mas acho que, como ele mesmo disse, as coisas ainda vão
piorar bastante pra ele. Volto amanhã cm mais. Beijos.
Oi galera! Hoje vamos descobrir o que o
Edward sentiu com todo o comportamento da Bella na festa e sua fuga depois, e o
que ele deixou gravado no celular dela...
Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
O Contrato
By Jack Sampaio
Atenção: Este conteúdo
foi classificado
como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
CAPÍTULO 20
Edward pov’s
Sorriso. Eu não conseguia
desmanchar o meu sorriso pelo meu triunfo. Perdi dinheiro, sim, eu sabia. No
entanto nada se comparava ao prazer de ter Bella ao meu lado, de saber que ela
seria minha esposa por uma noite. Apenas para prolongar o momento dirigi devagar.
Claro que Bella notou meu ato, mas provavelmente interpretou isso como
provocação. Ela não sabia que eu só dirigia devagar, e a pagava para que me
acompanhasse ao evento, por que eu queria estar com ela.
Bella não olhava para mim, mais
atenta a paisagem oferecida pelo lado de sua janela do que o necessário. Estava
com uma cara amuada, como se fosse incrivelmente desagradável estar comigo. Eu
não poderia culpá-la por se sentir assim, mas também não ficava feliz com sua
atitude.
“Vou tirar essa carranca de você
esta noite, Isabella.” – pensei enquanto estacionava em frente à boutique onde
costumo comprar minhas roupas.
–Chegamos. – anunciei despertando
Bella. Ela olhou para fora e a ouvi arfar. Talvez a opulência daquele lugar a tenha
deixado surpresa. Mas logo Bella se recobrou e saiu do carro. Subitamente disse
antes mesmo de adentrarmos o local:
–Lembre-se Cullen: todas as
despesas serão pagas por você! – disse e rapidamente passou a caminhar. Eu não
consegui não sorrir, ela ficava linda irada. Bella não cumprimentou a ninguém
que tão gentilmente a cumprimentava. Foi direto para a vendedora. Esta a olhou
dos pés a cabeça avaliando-a, depreciando-a, posso apostar. Não gostei.
–Bom dia senhora...
–Eu quero um kit completo para ir
a um evento, exclusivo. Roupas, acessórios... E não me preocupo com dinheiro
então pare de me olhar com indiferença como se eu fosse uma ladra! – Bella
esbravejou. Ah, então eu não fui o único a notar a atitude da vendedora? Desde
quando Bella era tão perceptiva? De qualquer forma fiquei aborrecido pela
situação, mesmo que no passado eu a tenha depreciado.
–Ouviu minha esposa, não é?
Ofereça a ela o melhor. – falei num tom ríspido. Bella não olhou para mim.
“Pelo visto ela continuará
carrancuda desse jeito para o meu lado.”.
–Sigam-me. –A vendedora disse
rumando para o interior da butique. Bella a seguiu. Fiz o mesmo caminho
querendo acompanhá-la, mas ao notar meu movimento ela parou, virou-se e me
impediu.
–Eu não preciso de babá! – falou
ríspida. Antes que eu pudesse dizer algo, Bella desapareceu por entre os
corredores do local.
–Saco. – esbravejei seguindo para
uma poltrona. Desejava ser mais participativo, ainda que em um único dia, da
vida de Bella, mas estava difícil. Eu não sabia como proceder, como ganhar
espaço em sua vida. Bella havia criado um muro em torno de si, impenetrável,
isso a mais de um mês. Não, eu estava equivocado. Não foi Bella que criou um
muro intransponível em torno de si, fui eu que criei o muro em torno dela.
“Eu tenho que romper esse muro
hoje, caso o contrário...”.
–Senhor Cullen? – uma atendente
me chamou, não era a mesma que estava com Bella. – Deseja algo? Uma bebida?
Refleti. Pensei. Respondi.
–Desejo algo para vestir também
e... – levantei-me. Cochichei para a funcionária. – Quero saber qual cor minha
esposa escolherá para as suas vestimentas. Quero que façamos um par no evento
em que participaremos.
Sorri. Bella ficaria enfurecida
se fossemos combinando, posso apostar.
Apesar do gasto exorbitante
daquela manhã (as compras de Bella foram igualmente caras se comparado com o
valor que eu estava desembolsando com a sua companhia), eu estava me sentindo
bem. Bem por que eu previa que meus planos estavam seguindo seu curso e, com um
pouco mais de habilidade de minha parte, poderiam possibilitar um entendimento
entre Bella e eu. É claro que estar próximo a ela não era o suficiente, eu
teria de encontrar o momento para dizer algo. Não poderia contar o porquê de
meus atos no passado, mas poderia tentar apaziguar a situação e, quem sabe, ter
Bella como minha esposa legítima.
Eu queria ter Bella como minha
esposa. Não era algo meramente carnal, eu sabia. Eu me contentaria com tão
pouco dela! Um sorriso, um bom dia, qualquer coisa! Se esta não era uma prova
de que eu a amava então eu desconhecia completamente o amor.
Seguimos para o carro,
funcionários arrumaram nossas compras no porta-malas. Por alguns instantes o
silêncio imperou. Bella continuava raivosa, se dependesse dela para quebrar o
silêncio eu nunca mais ouviria o som da sua voz.
–E agora vamos ao SPA. Eu não
tinha a intenção de frequentar o SPA, mas eu terei um dia de beleza só para lhe
fazer companhia. – falei sem conseguir deixar de lado o deboche. Eu sabia que
Bella reagiria mal ao saber que eu lhe faria companhia.
–Escute aqui Edward só por que eu
aceitei dinheiro não significa que aceitei ficar de papo. Só irei representar o
papel de boa esposa quando for o momento. – falou irritada. Aquilo me
incomodou. Eu queria amainar as coisas entre nós antes do evento, mas parece
que tudo só ficaria na tentativa.
–Então tudo bem. Mas terá de
representar bem, afinal eu posso exigir reembolso se você não agir como eu
quero. – disse ríspido, movido pelo aborrecimento que me tomou com as palavras
de Bella. O modo como ela me olhou, cheia de fúria, fez com que eu me
arrependesse de minhas palavras.
–Claro afinal de contas você está
pagando. De que outra forma eu o trataria bem?
Amuado, dei atenção ao trânsito.
Por que ela não podia baixar a guarda um pouquinho?
O SPA. Infelizmente tive de me
separar de Bella, a ala feminina ficava afastada da ala masculina. Por um lado
era bom, eu tinha que planejar meu próximo passo. Não seria fácil dobrar Bella,
pude sentir pela aspereza com que ela agia. No entanto eu não estava neste jogo
para perder. Estava apostando todas as minhas fichas nesse momento em que,
apesar de estarmos cercados por pessoas, seriamos somente Bella e eu.
Enquanto estava em uma sessão de
massagem, meu celular tocou. Estiquei um pouco meu braço e o peguei. Suspirei
ao ver o número no visor.
–O que você quer Tânia? Eu estou
ocupado. – despachei-a.
–Eu estou bem também, obrigada. –
ela falou num tom desdenhoso. –Você tem um evento hoje. Sabe disso.
–Eu sei, estou me arrumando para
o tal evento. Era só isso?
–Edward, nós precisamos
conversar.
–Tânia, não é o melhor momento.
–E QUANDO SERÁ? O QUE DEU EM
VOCÊ? ESTÁ HÁ UM MÊS SEM...
–Tânia, eu vou desligar. – fechei
o celular e o desliguei para não ser incomodado. Claro que Tânia estava confusa
e furiosa, há um mês eu não a tocava. Eu a tratava apenas como uma mera
secretária. Desde que descobri que amava Bella, eu evito Tânia. Tânia estava a
ponto de explodir e eu temia sua explosão. Por hora as bonificações que eu lhe
dava a amordaçaram, porém Tânia era inconstante.
“Eu preciso ter cuidado com ela.”
– pensei.
–Posso ver a minha esposa? Já
estou com saudades dela. – disse enquanto a massagista afastava-se. Eu estava
deitado em uma esteira coberto apenas por uma toalha branca.
–Isso depende de sua esposa,
senhor Cullen. Se ela desejar... Quer que perguntemos a ela? – a massagista
disse enquanto suas mãos faziam seu trabalho em meu corpo. Fui relaxando sob o
seu toque enquanto pensava no que deveria dizer. Agir como um homem sedutor era
fácil, mas isso não iria funcionar com Bella. Eu precisaria dizer a ela, talvez
falar o que eu sentia muito embora eu soubesse que não seria algo fácil.
Ser complacente com Bella estava
sendo um verdadeiro exercício de paciência. Primeiro descobri, após o término
de minha estadia no SPA, que Bella voltou sozinha para casa. Não cheguei a
vê-la quando já estava na cobertura, ela havia se refugiado em seu quarto
provavelmente terminando os últimos retoques em sua aparência. Aproveitei o
momento para me trocar, vestir o Smoking clássico que comprei na butique.
Esperei por Bella na sala, mais e mais impaciente a cada minuto. Talvez Bella
estivesse se atrasando só para me irritar, pensei. Eu não duvidava que fosse
esse o caso, mas diante da expectativa que tinha de que as coisas se
resolveriam ao meu favor, eu não liguei.
Eu sabia que a espera não seria
vã e a certeza só se confirmou quando eu a vi. Caminhei até a extensa sacada
vendo a imagem que me era oferecida.
–Estou pronta. Vamos logo para
acabar com essa palhaçada. – disse num tom ríspido. Virei-me e a vi. A imagem
me paralisou. Após descobrir meus sentimentos, não imaginei que teria uma visão
de Bella ainda mais incrível do que eu já possuía. E lá estava eu embasbacado
vendo Bella ainda mais magnífica do que em qualquer outro dia. Como eu não pude
vê-la antes? Nenhuma mulher que conheci se equiparava a Bella.
–Então vai ficar me encarando
como um idiota ou vai se mexer? – falou com aspereza seguindo para a porta. Seu
mau humor não me afetou. Eu estava ansioso por que tudo estava ao meu favor. Eu
podia sentir que iria vencer, apesar da resistência de Bella. Talvez a própria
Bella já sentia isso. Embora tentasse se esconder através de uma mascara de
indiferença, eu pude notar, enquanto a olhava, que ela estava nervosa. E seu
nervosismo aumentava exponencialmente enquanto seguíamos para a garagem. Por
alguns instantes o silêncio entre nós prevaleceu. Não era algo ruim, eu
precisava mesmo pensar em qual seria meu próximo passo. Lembrei-me então que a
aliança de Bella estava comigo. Se ela iria cumprir o papel de esposa
precisaria usá-la, mas a verdade é que eu só queria vê-la usando o acessório
mais uma vez. Por que aquele anel, apesar de tudo, era a prova incontestável da
nossa união.
–Trouxe algo para você usar. – disse
pegando o anel do bolso.
–Já estou com acessórios demais
Cullen. – disse agressiva. Não consegui conter uma risada.
–Mas se você vai cumprir o papel
de esposa terá de usá-la. Tome. – esperei que Bella me olhasse e quando ela o
fez eu estendi a mão com a aliança na palma. Bella pareceu chocada ao ver o
objeto. Eu entendia sua reação. Ela jogou o aro de ouro no chão do seu quarto
crente de que o objeto pararia no lixo. Bella se recompôs e pegou com rapidez
sua aliança colocando-a em seu colo.
–Não vai colocá-la? – perguntei.
–Coloco quando estivermos na
porta do local onde vai ocorrer o evento. – Bella falou com descaso. Sempre
agindo como se eu fosse um inseto. Isso me incomodou. Encostei o carro no meio
fio.
–Por que está parando? – Bella
perguntou alterada. Virei-me para ela e peguei a aliança. – O que está
fazendo?
Eu a ignorei enquanto colocava a
aliança em seu dedo anular. O ato em si me perturbou. Lembrei-me do dia do
nosso casamento. Bella chorava copiosamente por que o ato de pôr o anel tinha
muito significado, mas para mim, na época, não tinha. Como eu pude estragar tudo?
Notei então que Bella me
observava. Afastei-me e voltei à direção.
–Quanto tempo nós ficaremos no
evento? – Bella perguntou. Fiquei surpreso. Achei que ela me ignoraria.
–Até eu receber um prêmio, aí nós
saímos.
–Vai ganhar um prêmio? De que? –
perguntou com genuíno interesse.
–Sei lá, eu não dei atenção
quando li o convite. – fui sincero. Eu nunca liguei para isso, mas tive a
impressão de que ligaria um pouco mais devido a presença de Bella.
–Você nunca dá atenção em nada. –
falou amuada. Estaquei. Por que para mim suas palavras tinham duplo sentido,
quase uma indireta? Bom já que a intenção de arrastá-la para o evento era de
seduzi-la, eu poderia começar desde agora.
–O prêmio não merece atenção, mas
há alguém que merece. Quer saber quem é essa pessoa, Bella? – perguntei numa
voz arrulhada.
–Não. – murmurou olhando
para o outro lado.
–Mas eu vou dizer mesmo assim. A
única pessoa que terá minha atenção neste evento é você Bella. E a propósito
você está encantadora! – disse ignorando o fato de que já estávamos no local do
evento e olhando fixamente para Bella. E ela estava linda, como uma deusa grega
em Terra. Eu me sentia, mesmo distante fisicamente dela como eu estava, como um
adolescente excitado. Bella, ao ouvir o que eu disse, olhou raivosa para mim mandando
o dedo do meio. Não resisti e gargalhei. Estacionei em frente ao prédio, dois
funcionários vieram nos auxiliar.
Vi que Bella estava diante das
escadas, parecendo temerosa até de subir os degraus. Hesitava.
–Comporte-se mocinha. – falei ao
ficar ao seu lado.
–Claro senhor Cullen. A partir do
momento em que eu passar por esta porta eu vou bancar a sua esposa. – disse num
tom áspero. Peguei sua mão sem hesitar, apreciando a maciez da mesma. O contato
despreocupado com sua pele acendeu-me. Já fazia algum tempo que eu não me
aproximava demais de uma mulher. Caminhamos lentamente para a entrada do
evento. Fiquei atento a Bella vendo sua expressão facial, antes dura, mudar
abruptamente para um rosto tranquilo, quase risonho.
Antes que eu pudesse fazer algo,
dizer algo, os anfitriões do evento vieram ao meu encontro.
-Ah senhor Cullen!
Finalmente! Estávamos a sua espera. – Richard nos cumprimentou com entusiasmo.
–Tive alguns contratempos.
Richard, eu quero apresentar minha esposa. Isabella, este é o organizador do
evento. – enquanto falava Richard pegou a mão de Bella e a cumprimentou com um
beijo na costa da mão. Seus olhos brilhavam. Lembrei-me que, após meu
casamento, quando ia a eventos, sempre perguntavam onde estava minha esposa.
Acho que nunca entenderam por que eu não levava Bella aos eventos empresariais.
Era difícil de admitir, mas naquela época eu não só não queria a companhia de
Bella como também tinha vergonha dela, pela sua origem humilde.
–Finalmente conheço a senhora
Cullen. Agora sei por que Edward não a trazia para o evento, temendo que sua
linda esposa fosse alvo de cobiça. – não gostei do que ele disse, eu não havia
pensado na possibilidade de minha mulher ser alvo de gaviões. E eu bem sabia
que o que não faltavam naquele evento eram filhos, representantes de seus pais,
loucos por uma aventurazinha enquanto tinham de participar de um evento tão
chato. Bom agora era tarde, eu não poderia pegá-la pelo braço e arrastá-la para
fora.
–Acredito que meu marido não me
trouxe antes por que não queria que eu me entediasse com os bajuladores que o
rodeiam neste evento como abutres em cima da carne, senhor Richard. – Bella
soltou sem mais nem menos estas palavras. Estaquei. Apertei sua mão em um aviso
para que retirasse o que disse, mas Bella me ignorou.
–Ah, bem... Eu lhes guiarei até a
sua mesa. – Richard disse. Eu a olhei com fúria. Eu a havia pagado, Bella não
deveria agir como uma pessoa amarga, não naquela noite. Ela sorria agindo como
a esposinha perfeita, mas sua felicidade era tão forçada que soava falsa. Bom...
Eu não poderia cobrar muito dela.
Fui cumprimentado por todos como
de costume e apresentei Bella como minha esposa. Todos foram muito cordiais com
ela, mas vi em seus olhos o espanto com a presença de Bella. Sabiam que eu era
casado, mas nunca, até então, a viram. Bella era impecável, ainda mais perfeita
que a melhor das anfitriãs. Eu tinha me acostumado a Bella ríspida e
carrancuda, tanto que estava surpreso com essa nova persona dela. E ela estava
tão encantadora! Ah como eu queria manter aquele lado dela!
Sentamos em uma mesa próxima ao
palco. Eu sei que deveria ficar calado, mas diante da diferença de Bella antes
e Bella após a proposta eu tinha que comentar a situação.
–Nossa, eu não conhecia este seu
lado tão simpático! – falei me aproximando mais dela, coloquei meu braço em seu
ombro. O simples toque em sua pele me causava arrepios.
–O que está fazendo? – perguntou.
– Não deveria estar circulando por aí falando com as pessoas? – e então notei
que estava incomodada com minha aproximação.
–Está brincando?! E perder a
chance de ser tratado como seu marido por você? Disso eu não abro mão! – falei
enquanto a puxava mais para mim. O seu perfume, seu calor, me entorpeciam.
–Não abuse Cullen. Caso o
contrário esqueço a merda do dinheiro. – esbravejou. Um grupo veio nos
cumprimentar. Bella desfez a carranca e foi toda sorrisos. Isso me irritou.
Aqueles sorrisos eram para os outros, eu os queria para mim. Só para mim.
Procurei me aproveitar que ela estava no papel de boa esposa e acariciei sua
cintura. Minha imaginação fluía pensando nas possibilidades daquela noite. Se
Bella me desse um pouco de espaço eu poderia...
–Senhor Cullen... – a voz me
chamou. Eu a reconheci de imediato. Alec, filhinho de papai, conhecido pelas
mulheres que conquistava. Nada bom.
–Ah então esta é a sensação do
evento. Sua esposa é adorável. – disse pegando a mão da minha esposa e a
beijando. – Sou Alec, tenho negócios com o seu marido.
Eu tinha que me controlar afinal
de contas o pai de Alec era um dos meus principais clientes. Ele não manteria
seus negócios se eu aleijasse o seu filho.
–É um prazer conhecê-lo Alec. Meu
marido não disse que tinha um conhecido tão... Garboso. – Bella disse olhando-o
com malícia. Alec pareceu se envaidecer com seu ato. Eu fiquei ali sentado ao
seu lado olhando tudo como uma pamonha.
–Não somos tão próximos. Edward
tem uma maior proximidade com o meu pai. Estou aqui unicamente para
representá-lo, já que meu pai não pôde estar aqui. – Alec ficou se justificando
e blá blá blá, mas que viadinho!
–Então Alec obrigado pro vir nos
cumprimentar, agora se nos dá licença, temos muitas outras pessoas a
cumprimentar. – disse enquanto me levantava puxando Bella comigo. Pouco me
importava se estava sendo grosso! Bella logo se manifestou.
–Hei, o que está fazendo? Você
foi rude com aquele rapaz, sabia? – falou. Continuei a caminhar.
–Não ligo se fui rude! Como você
disse são todos bajuladores que lucram com as minhas conquistas. Eu posso até
mandá-los a merda e ainda assim me tratarão bem. – disse áspero. Se eu soubesse
que olhares seriam voltados para Bella eu não teria pagado ela para me
acompanhar naquele evento. Teria escolhido algo mais íntimo.
Bela continuou a agir como a
esposa perfeita, mal me olhava. É, o evento não estava saindo como eu queria.
Ao invés de me aproximar de Bella, tudo aquilo estava me afastando dela. Eu
precisava fazer algo. Durante alguns minutos pensei no que fazer enquanto
continuava a receber cumprimentos. Em um determinado momento notei que Bella se
apresentava com seu nome de solteiro.
–Sou Isabella Maria Swan. – disse.
–Cullen. Você se esqueceu de seu
sobrenome de casada, meu amor. – disse ao pé do seu ouvido. Eu estava fazendo
muito isso naquela noite. Aproveitando para abraçá-la e falar coisas ao pé do
seu ouvido.
E então...
–E como jovem empreendedor deste
ano nós presenteamos o senhor Edward Masen Cullen com este evento e com este
prêmio em minhas mãos.
Eu estava acostumado a receber
prêmios pelo meu excelente desempenho na empresa, mas aquela noite era
especial. Especial por que, ainda que forçado, eu era o centro das atenções de
Bella. Subi no palco e peguei o prêmio ofertado por Richard. Eu me aproximei do
local onde o microfone estava posicionado. Mesmo sabendo que receberia um prêmio,
eu não havia preparado um discurso. Não precisava me preparar, bastava dizer
obrigado e descer do palanque. Mas naquela noite eu diria algo mais.
–Costumo apenas agradecer aos
prêmios, mas esta noite, devido à presença de uma pessoa, eu falarei um pouco
mais. Quero dedicar esse prêmio a uma... –olhei envolta. Bella não estava
próxima do palco. – Uma pessoa. Minha esposa, pela primeira vez, veio me
acompanhar. Sinto-me maravilhado pela sua presença. Eu dedico esse prêmio a
ela.
Claro que eu pretendia dizer mais
coisas, no entanto Bella não estava por perto. Recebi palmas enquanto descia
apressado do palco. Onde diabos ela estava?
Muitas pessoas vieram ao meu
encontro me parabenizar. Eu os cumprimentei rapidamente enquanto meus olhos
perscrutavam o salão. Apenas balbuciei um “obrigado” abrindo caminho entre os
convidados. Finalmente a vi, mas o que vi não foi nada bom.
Bella com Alec dançando
juntinhos. A música lenta soava embalando o casalzinho. Eu enterrei minhas
unhas na palma. Comecei a me aproximar sorrateiramente a tempo de ouvir o filho
de uma puta pedir para Bella mais uma dança. QUE PORRA É ESSA? ESSE VIADINHO
NÃO SABE QUE ELA É MINHA MULHER?
–Bella terá mais uma dança, mas
será comigo, seu marido. – disse. Os dois me olharam. Eu olhava para Alec
amaldiçoando-o a arder nas profundezas do inferno usando biquíni.
–Senhor Cullen. Eu estava... – balbuciou
desconcertado. Ele sabia pelo modo como eu o olhava que muito provavelmente eu
cancelaria o contrato que tinha com o pai.
–Distraindo a minha mulher em meu
lugar como pude perceber. Não há razão para fazê-lo mais Alec. Eu estou aqui e
agora serei o centro das atenções de minha adorável esposa Bella. – disse, logo
tomando posição e pegando o que era meu, ou seja, Bella. Ela ficou desnorteada
enquanto eu a puxava ainda mais colado ao meu corpo. Balançamos para lá e para
cá. Eu podia sentir o calor da pele de Bella, seu perfume, suas curvas
sinuosas... E mesmo que estivéssemos tão próximos, não bastava pra mim. Bella
se recompôs colocando suas mãos em meus ombros e fitando além de mim. Eu me
aproximei e sussurrei em seu ouvido:
–Eu deveria descontar sua atitude
do seu “salário”.
–Que atitude? – perguntou. Eu me
afastei um pouco para ouvi-la melhor, mas quando precisei falar voltei a me
aproximar e assim falar ao pé do seu ouvido. Chegava a hora de provocar. Eu
queria incitá-la, provocá-la, fazê-la reagir a mim. E eu queria que a sua
reação nos levasse a algo bom, um passo no nosso relacionamento, ao
desconhecido.
-Preciso mesmo relatar? Fiz
um discurso apaixonado pelo recebimento daquele prêmio insignificante e esperei
que minha amada esposa estivesse me observando, batesse palmas quando eu
finalizasse o discurso. Ao invés disso você estava dançando com aquele babaca!
– esbravejei. Meus lábios se aproximaram da curvatura de seu pescoço, hipnótica
a sua pele alva.
–E daí? Não cometi nenhum pecado!
Só estava dançando. Acho que tenho o direito de um pouco de diversão, não
tenho? – falou braba. Eu não a estava ouvindo direito. Eu queria sentir a sua
pele na minha língua.
-E por que a sua diversão é
apenas com os outros e não comigo? Tem idéia do quanto eu poderia entretê-la? –
beijei seu pescoço. Bella arquejou. Eu estava perdendo meu controle, mas era
algo tão bom!
–O que pensa que está fazendo? –
perguntou confusa com meu ato. Eu nem ao menos conseguia raciocinar direito. Eu
estava tão excitado com a proximidade, tão faminto por ela! Meus dedos
delineavam a coluna acariciando seu corpo com o intuito de satisfazer a ambos:
a ela e a mim.
–Estou aproveitando que a terei
como minha esposa por uma noite. – disse parando de dançar. Dançar era perda de
tempo. Havia outras coisas que eu queria fazer. Há algum tempo eu não tinha uma
mulher. Eu poderia ter qualquer uma, claro, mas nenhuma me atraia. Eu só queria
a ela! Beijei seu pescoço enquanto a acariciava nas costas. Fiquei perdido no
frenesi do momento e em um dado momento me afastei. Eu queria beijá-la, sentir
aqueles lábios carnudos, tentadores. Inclinei-me em sua direção novamente
hipnotizado por ela toda. Bella afastou-se e seu ato fez com que eu despertasse
da letargia do desejo.
–Não posso beijá-la? – perguntei
confuso.
–Não faz parte do acordo! – falou
raivosa. Sorri.
–Disse que seria minha mulher por
uma noite e esposas beijam seus maridos. – justifiquei-me e novamente me
aproximei para beijá-la.
–Não vou beijar você. – disse
firme. Bella afastou-se de mim e caminhou para o banheiro feminino. Eu sabia,
enquanto a via se afastar, que Bella estava criando distância por que estava
perturbada com minhas investidas.
“Um pouco mais de pressão e ela
será totalmente minha!” – pensei seguindo-a. Pensei no que havia feito para que
Bella me aceitasse esta noite, eu ofereci dinheiro e ela aceitou. Por que ela
se recusaria agora?
–Tudo bem, quanto você quer para
que me beije? – assim que terminei de falar, Bella parou.
–Como é que é? – perguntou
atarantada. Reprimi uma risada. Ela estava tão cômica!
–Quanto você quer pelo beijo.
Posso dar um cheque em branco se quiser. – peguei meu cheque do bolso e uma
caneta, assinei em branco. Ela poderia me falir, mas se eu a tivesse uma vez
que fosse seria a burrice mais prazerosa que já cometi. Enquanto Bella estava
atônita, ainda digerindo meus atos, dobrei o cheque e coloquei em seu decote.
–Está pago. – disse e não perdi
tempo. Eu não poderia perder tempo quando se tratava de Bella. Eu a queria de
uma forma que beirava o irracional. Eu a teria naquela noite.
Enlacei seu corpo com meus braços
e a encostei na parede. Ela não iria fugir. Eu sabia que não estávamos à vista
de ninguém, mas se estivéssemos eu não ligava. Não perdi tempo, eu a queria
tanto! Eu a beijei com fúria mostrando a ela todo o desejo que escondi em mim
desde que passei a desejá-la.
Era tão diferente! Nunca
experimentei até então beijar alguém que eu amava. E amava os lábios que eu
estava beijando. Os beijos que dei em Tânia, em prostitutas, em minhas namoradas,
nenhuma se comparava aos lábios de Bella. Eu queria mais, beijá-la não iria
aplacar o fogo em mim. Eu queria deitá-la, despi-la, beijá-la, lambe-la, entrar
em Bella... Eu queria...
Algo estava errado. Após um tempo
eu percebi que não estava sendo correspondido. Afastei-me e vi Bella com uma
expressão assustada, olhos tomados por água. Bella chorava.
–Bella! O que houve? O que foi
que eu...
–Como... Como se atreve? Como se
atreve a me comparar com uma de suas prostitutas? Como se não bastasse tudo o
que você... – murmurou numa voz sôfrega. Sua atitude foi um choque elétrico no
meu corpo. Eu me afastei percebendo a merda que havia feito.
–Eu pensei que você... Que você
queria. – menti. Talvez ela engolisse a justificativa, talvez não. Ela reagiu
não da maneira que eu queria. Pegou o cheque e rasgou diante de mim.
–A mim você não pode comprar nem
hoje, nem nunca! Você já me teve um dia, mas preferiu estranhas ao invés de
mim. FIQUE COM SUAS PUTAS! FIQUE COM O EU MALDITO DINHEIRO! – gritou jogando o
que restou do meu cheque em mim. Ela virou-se e saiu em disparada.
Por alguns bons minutos eu fiquei
parado vendo o vulto de vestido vermelho desaparecer entre os convidados.
Quando eu reagi, obrigando meus pés a se mexerem, já era tarde.
Mesmo saindo em disparada na
tentativa de encontrar Bella, eu sabia que ela estava longe, de corpo e de
alma. Eu havia acabado com todas as minhas chances de tê-la, eu sabia, eu
sentia!
“QUE BOSTA! MALDIÇÃO!”.
Madrugada.
Cheguei em casa assim que Bella
desapareceu. Liguei para ela. Nada.
“Se algo acontecer a ela...?” – era
difícil terminar de pensar. Eu não queria pensar na possibilidade de Bella
fazer uma besteira pelo modo como eu a tratei.
Não tirei minhas vestes, eu tinha
que estar pronto para o caso de sair. Meu celular em mãos discando inutilmente
para Bella. Ela não me atenderia. O que eu poderia fazer para que Bella viesse
para mim novamente? Para que me perdoasse? Eu teria que quebrar alguns
bloqueios em mim.
–Eu amo você, meu bem. – minha
mãe disse ao meu pai e o beijou carinhosamente nos lábios. Ele acenou e saiu.
Dizia que iria para uma reunião, mas na verdade seguia para a casa de sua
amante. Minha mãe sabia. Após meu pai partir ela seguia para o quarto e chorava
copiosamente.
Eu aprendi naquela época que
amar alguém era sofrer.
Fui para o quarto de Bella. Não
cheguei a ligar as luzes. Sentei na cama de Bella e voltei a ligar. Caiu na
caixa de mensagem. Respirei fundo e disse aquilo que talvez não conseguisse
dizer pessoalmente:
–Bella, eu espero que você ouça o
que eu vou dizer. Bella, eu fiz tantas besteiras, eu sei! Eu não sei dizer o
porquê eu agi assim, eu só quero dizer que eu...
Era difícil dizer, mas eu
precisava.
–... Se eu disser que, apesar de
tudo, eu te amo você acreditaria em mim? Talvez não acreditasse, mas espero que
acredite. Eu nunca fui tão verdadeiro.
Desliguei o celular rezando que
ela ouvisse. Eu a queria de volta.
As empregadas faziam suas
atividades na cozinha. Eu estava do mesmo jeito. Claro que estava cansado,
precisando comer algo e de um banho, mas o fato de Bella ter passado a
madrugada fora não me deixou relaxar. Eu olhava meu celular. Bella não ligou de
volta. Onde ela estaria? Com quem? Ela estaria bem?
“Terei que sair para procurá-la.”
– decidi.
A maçaneta da porta, naquele
mesmo instante, tremulou. Ergui a cabeça e a vi. As roupas que usava eram
diferentes, deviam ser de alguém mais robusta que ela. Centrada como estava,
ela sequer me notou.
–E aí? – disse rumando para o
closet. Eu fiquei calado. Será que Bella tinha ouvido meu recado? Se tinha
ouvido e estava agindo com tanta indiferença então isso era um mal sinal. Bella
se vestiu com trajes que denunciavam que ela iria trabalhar. Eu tinha que me
manifestar.
–Liguei para você. Você não me
atendeu. – balbuciei.
–Não queria atendê-lo. – disse grossa,
pegando suas coisas.
–Ouviu a mensagem de voz que eu
enviei? – perguntei apreensivo.
–Não. – disse indiferente.
Projetou-se para sair.
–Bella, eu quero conversar com
você. – tomei coragem e disse. Era agora, eu teria que contar meus sentimentos
mais abertamente.
–Eu também. – falou. Aquilo me
surpreendeu. Ela teria ouvido a mensagem, embora tenha negado? Pegou um pacote
que trouxera com ela, acredito. Entregou para mim. Eu não entendi sua ação,
fiquei observando enquanto ela se movia pegando algo do closet. Ela amassou os
pedaços de papel e atirou em cima de mim.
–Aí está o que gastou comigo,
inclusive ontem naquela butique. De agora em diante não aceito nada de você. E
ouça bem o que vou lhe falar: fique longe de mim! – falou entredentes. Eu
fiquei sem ação por alguns instantes. Encontrei meus lábios e os abri querendo
falar. Nada saiu. E ela se foi novamente.
Sentei na cama. Olhei dentro da
sacola que ela me passou, dinheiro. Bella provavelmente devolveu meus presentes
e pegou o dinheiro. Talvez até tivesse ouvido minha mensagem, mas Bella me
odiava tanto que ignorou minha confissão. Assim como meu pai ignorou a
confissão de amor de minha mãe, assim como eu fiz com ela logo no início do
nosso casamento.
Deitei em sua cama com as mesmas
vestes de ontem e suspirei.
Será que a situação poderia
piorar?
Em meu íntimo eu tinha a
resposta...
Sim, iria piorar.
Continua...
Ahh... eu estou começando a ficar com
dó dele. Mas aí sempre me lembro das coisas que ele fez com ela, das vezes em
que ela implorava por um pouco de atenção e ele a tratava com desdém... E a dó
passa, e eu concluo que ele está apenas colhendo o que plantou. Pode ser que
ela venha a perdoá-lo, mas acho que, como ele mesmo disse, as coisas ainda vão
piorar bastante pra ele. Volto amanhã cm mais. Beijos.
Oi honey!! Nossa e como vai piorar pra ele "q do qdo qdo" q nada ele merece sofrer como ela sofreu depois, ela perdoa afinal ela querendo ou nao ela ama o cafachorro!! Beijusculo ate o proximo.
ReplyDeleteAh Nessie,
ReplyDeletekkk... gostei do termo "cafachorro"... kkkk.
Eu também acho que tem que pagar pelo que fez com ela, e acho mesmo que no final ela vai perdoá-lo, mas fico com peninha... sou assim, meio boba mesmo...
Beijos.
To super vidrada na fic! A melhor q já li! Não consigo ficar 1 só dia sem ler!!!
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