Olá pessoal! Hoje teremos uma pequena
passagem de tempo, e algumas coisas vão mudar e melhorar para Bella...
Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
O Contrato
By Jack Sampaio
Atenção: Este conteúdo
foi classificado
como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
CAPÍTULO 21
Bella pov’s
Retirei minha aliança e a joguei novamente no chão. Eu não queria
carregar o símbolo da maior burrice que fiz.
Eu havia mudado, uma mudança
ainda mais abrupta se comparado ao dia em que descobri que Edward me traia.
Desde o evento, ele era como um fantasma para mim. Durante uma semana eu agi
como se ele não existisse. Eu não falava com ele, sequer o olhava e seguia com
minha vida normalmente.
–Bom dia. – Edward me
cumprimentou. Continuei fitando meu prato. Bufou e fez mais barulho do que
normalmente faria ao arrastar a cadeira e sentar a mesa. – E então, vai fingir
que eu não existo agora? – resmungou. Ao término do meu café da manhã fui
embora.
A princípio Edward pareceu se
incomodar, mas eu não liguei. E com o passar de uns dias, uma semana pelas
minhas contas, Edward pareceu se aquiescer com a situação.
Passei por Edward enquanto
seguia para o refeitório com Alice, por algum motivo ela quis que comêssemos
juntas, e fingi não o notar. Edward não disse nada.
Eu trabalhava pela manhã e ao
final do expediente saía com meus amigos. Às vezes ia a uma boate, ou em um
barzinho, sem, porém, ingerir bebida alcoólica. Minhas amigas estavam cientes
da minha situação, não pude ocultar delas a verdade, mas ao contrário das
outras vezes nada falaram. Elas sabiam, pelo modo como eu contava os fatos, que
eu não queria nenhum sentimento de pena de Ângela ou conselho infrutífero de
Jessica.
Pensei que as coisas seguiriam
desse modo. Eu vivendo com um fantasma até que tivesse coragem suficiente para
pedir divórcio, mas as coisas mudaram após a chegada de Jacob após nove dias
viajando.
–E aí moça! – disse quando nos
encontramos naquela noite de terça (Jacob havia me ligado para avisar que
estava chegando e fui até o aeroporto).
–E aí? – eu o cumprimentei
sorridente. Jacob me puxou para um abraço. Eu correspondi embora seu ato tenha
me deixado desconcertada.
–Senti sua falta! E também fiquei
preocupado. Infelizmente para o lugar onde fui não tinha sinal para o meu
celular caso o contrário teria ligado para você. Como você está? Ainda está
brigada com o seu marido? – perguntou enquanto fazíamos o caminho para sair do
aeroporto. Lembrar de Edward sempre me deixava amarga, mas procurei não
demonstrar isso a Jacob. No entanto eu não conseguia aceitá-lo como marido. Não
seria agora que eu aceitaria.
–Eu não tenho marido. – falei e
não ousei olhá-lo. Jacob ficou calado enquanto seguíamos para fora do aeroporto
e quando pegamos um táxi. No entanto eu sabia que ele diria algo. Para a minha
surpresa não foi sobre Edward que Jacob falou.
–Vamos passar em casa para eu
deixar minhas malas. Trouxe um presente para você da viagem. – ele disse com os
olhos fixos em mim. Sorri. Era impossível não sorrir diante de Jake.
–Claro. Estou livre a noite
inteira, mas, por favor, vamos comer algo por aí.
–Claro Bella! Eu também estou
faminto. Passamos em minha casa e saímos.
Eu precisava mesmo me distrair e
Jake era o único que me oferecia conforto pela minha vida caótica sem perceber.
Era bom ser apenas Bella e não Bella, a esposa amargurada do maior empresário
dos EUA.
Jacob deixou seus pertences em
seu apartamento, mostrou o local para mim, e me deu o presente que trouxe.
Aceitei constrangida, Jacob comprara chocolate e um lindo canguru de pelúcia.
–Aonde quer ir? O céu é o limite!
– disse animado enquanto subia em sua moto. Ofereceu um capacete para mim,
prontamente o aceitei sentando-me na moto atrás dele.
–O lugar que você escolher estará
bom. – disse abraçando-o a fim de não cair. Jacob acelerou rapidamente e logo
estávamos seguindo pelas ruas escuras e frias da cidade.
–Nossa, eu tinha me esquecido
como é bom andar de moto! Ainda tenho minha carteira, mas a moto eu tive que
vender.
–Por que você não compra uma moto
se gosta tanto assim? Ou prefere ir de ônibus para a empresa? – Jacob perguntou
com os olhos fixos na estrada. Procurei me aproximar do seu ouvido para que ele
me ouvisse.
–Não tenho problema em andar de
ônibus, mas agora que estou voltando a sentir aquela adrenalina gostosa que
sentimos quando andamos de moto eu estou pensando seriamente em comprar. Tenho
um dinheiro guardado, dá para comprar. Mas gostaria de uma ajuda.
–Se quiser eu posso prestar minha
ajuda para que compre a melhor moto pelo menor preço.
–Sério? Isso seria ótimo Jake!
–Mas não será um serviço
gratuito! – Jake alertou ainda concentrado na pista. Parei para entender o que
ele disse e quando entendi, perguntei:
–E o que vai cobrar pela sua
ajuda?
Jacob não me respondeu.
Permaneceu calado até chegarmos ao restaurante.
O restaurante era simples, porém
muito agradável. Jacob conhecia a todos lá, cumprimentou cada funcionário e me
apresentou unicamente como “Bella”. Após os nossos pedidos, Jacob contou com
detalhes sua viagem de negócios e eu ouvi atentamente, não me sentindo nada
entediada.
Jacob era fascinante, jamais
conheci homem igual a ele. Ele tinha um carisma, uma luz própria que nos
cativava, nos fazia querer ficar por perto. Sentíamo-nos a vontade com ele. E
quando eu estava com ele, apesar do pouco tempo em que o conhecia, eu não me
lembrava do caos que era a minha vida. Isso era estranho. Quando eu estava com
Jessica e Ângela, amigas de longa data, eu estava sempre pensando em Edward e
em tudo o que ele me fez, mas ao lado de Jake...
–Olha só, eu estou monopolizando
a conversa. Quero saber de você. Tem tanta coisa que não sei de você! – Jacob
disse arrancando-me de minhas abstrações. Fiquei carrancuda. O que falar para
ele? Dizer que por minha culpa fui tratada como prostituta por Edward e por
isso, há uma semana, eu não falava com ele?
–Não tenho nada para falar. – olhei
para a garçonete que vinha com nossos pedidos. Suspirei aliviada. A comida o
impediria de fazer novas perguntas. Mas eu sabia que Jake continuaria a
insistir em saber coisas a meu respeito. Suspirei.
Era noite. Jacob e eu estávamos
em um parque sentados em um banco olhando uma linda fonte. Até agora Jacob não
tocou no assunto levantado no restaurante e eu estava agradecida por isso.
Sentia o cansaço me atingir, eu havia acordado cedo para trabalhar e ao sair da
empresa fui direto ver Jacob.
Fazia frio. Encolhi-me tentando
me aquecer de alguma forma. Jacob deve ter sentido que eu estava com frio,
retirou seu casaco e passou para mim.
–Não precisa Jacob.
–Pegue Bella, você está com frio.
Eu estou bem.
Eu queria devolver o casaco, mas
de fato estava com frio. Vesti a peça de roupa ofertada e continuei a olhar
para a fonte. A noite estava bonita, mas a tensão pelo o que Jacob parecia
querer falar toldou meus olhos.
–Promete que não vai ficar com
raiva da Jessica? – Jacob disse de repente. Eu o olhei.
–Por que diz isso? – perguntei
aturdida.
–Nós estávamos num bar com o
restante do pessoal e ela comentou sobre você.
Pronto, isso bastou. Eu iria
estrangular a Jessica!
–O que ela falou? – dei uma de
João sem braço. Estava rígida como uma tábua. Eu sabia o que ele diria.
–Ela me contou boa parte da sua
vida com o tal Edward. Agora eu entendo você.
–Não Jacob, você não entende.
Ninguém entende. – falei numa voz embargada.
–Eu sei, eu não entendo, apenas
sei o que se passa. Quando eu soube da verdade, antes de viajar, antes mesmo de
você aparecer lá em casa, eu fiquei com muita raiva. Pensei até em bater nele,
sabia? – Jacob disse num tom divertido, mas havia seriedade na sua voz. Eu o
olhei, confusa.
–Por que pensou em bater nele?
–Por que você é uma pessoa tão
boa! Soube disso antes mesmo de trocar uma palavra com você. O que ele faz não
tem nome. Por que ele faz isso com você?
Eu não deveria responder, mas
talvez a dor no meu peito diminuísse um pouco se eu falasse o que se passava.
Jake estava ali e parecia disposto a ouvir.
–Eu não sei por que Edward fez
isso comigo, mas agora não me importa saber. Acabou. Ele é um nada pra mim. – menti.
Se Edward era um nada, por que pensar nele fazia meu peito doer?
–Você está tentando seguir em
frente, não é? – Jacob perguntou.
–Sim. Mas não sei se vou
conseguir superar tudo.
–Eu poderia ajudar. – Jacob
murmurou.
–Como você poderia ajudar Jacob?
– perguntei. – Você não pode fazer nada por mim, ninguém pode! Nem mesmo eu
posso... – tentei reprimir o choro, mas estava sendo difícil. Eu estava me
fazendo de forte essa semana, mas me sentia quebradiça. E agora eu iria
desmoronar tudo o que guardei para mim. Jacob seria testemunha da minha
desgraça, infelizmente.
–Eu posso fazer, se você deixar.
Tentar colocar um sorriso no seu rosto com mais frequência. Eu queria fazer
isso há algum tempo, mas não tinha certeza se você amava seu marido ou não, mas
agora...
–Jacob, do que você está falando?
– perguntei olhando-o assustada. Jacob virou-se e fitou-me por alguns
instantes.
–Sabe o que eu acho? Acho que a
melhor forma de curar um coração ferido é tendo um novo amor.
–Acredita mesmo nisso? Eu não
acredito. Eu não acredito em mais nada. – funguei enxugando as lágrimas que
tomavam meu rosto. Arfei ao sentir a mão de Jacob no meu rosto fazendo-me olhar
para ele.
–O que foi que ele fez com você?
Como alguém pode acabar com uma pessoa desse jeito? – Jacob murmurou mais para
ele mesmo do que para mim. Se já era difícil viver com a dor por todas as
coisas terríveis que passei, era pior alguém falando isso.
–Eu preciso ir. – disse
levantando-me. Não quis olhar para Jacob. Eu só queria sumir! Uma mão segurou a
minha.
–Desculpe-me Bella, eu não quis
magoar você! Eu... Eu sei que eu não tenho idéia da sua dor, mas isso não
significa que eu seja indiferente a tudo isso. Desde que eu a conheci eu senti
algo inexplicável e fiquei aturdido quando soube que você era casada. Eu peço
perdão por que cheguei a ficar feliz ao notar a distância entre seu marido e
você. Eu me senti miserável por isso, eu... – Jacob estava atarantado. Procurei
acalmá-lo. Ele devia ser mesmo uma boa pessoa para achar que havia me magoado e
pedir perdão por isso.
–Você não fez nada Jacob. É que
quando alguém fala, eu lembro e... Eu...
–Eu estou apaixonado por você
Bella! – Jacob disse subitamente. Eu parei de falar no mesmo instante. – E eu
sei que você está muito ferida por tudo o que houve, mas eu gostaria que você
me desse uma chance para ajudá-la a se curar.
Eu o olhei, temerosa, e parecia
que as palavras de Jacob não entravam na minha cabeça. Ele? Interessado em mim?
Uma parte de mim ficou feliz, eu pensei que havia perdido tudo quando decidi me
vingar de Edward, perdido o meu eu interior, mas se alguém ainda tinha a
capacidade de me amar então eu não era uma pessoa muito horrenda.
–Eu preciso ir. – murmurei
projetando meu corpo para frente. Eu não sabia o que fazer diante da confissão
de Jacob.
–Eu não sou o Edward, Bella,
então não precisa me temer.
Eu não esperava pelas palavras de
Jacob. Ele percebeu que eu estava atordoada pela situação e temerosa por que eu
havia acreditado em um homem uma vez e fui traída. Jacob se aproximou, pensei
que ele iria me beijar, se aproveitar daquele meu momento de fraqueza, mas tudo
o que ele fez foi acariciar meu rosto e sorrir.
–Eu vou levá-la para a sua casa.
Silêncio. Eu me manifestei.
–Eu não tenho casa.
Olhamos para o outro. Sorrimos.
Jacob me ofereceu sua mão e eu a peguei. Naquele simples contato eu senti algo
inexplicável. Uma grande confiança, uma grande felicidade. E eu não me importei
com a vida tenebrosa que me esperava ao final da noite. Eu só queria viver, ser
Bella Swan mais uma vez e fingir que contos de fadas ainda podiam ser reais.
E o meu conto de fadas finalmente havia começado
Cinco semanas se passaram...
Um mês e uma semana completos.
Dia de comemorar. Acordei animada e refleti nas minhas vestes meu espírito
feliz. Usei um vestido decotado, até os joelhos, com a parte de cima de um
blazer sobrepondo a peça (look escolhido por Alice que vivia me dando altas
dicas de moda). Os cabelos presos num rabo de cavalo frouxo e salto alto
branco. Eu estava pronta para o trabalho. Fui diretamente para a sala de estar
apenas para cumprimentar Magdalena e Eli como em todos os outros dias.
–Bom dia meninas! – eu as cumprimentei
cordialmente.
–Bom dia Bella. – elas falaram em
uníssono. Avistei Edward me olhando dos pés a cabeça, a cara com uma carranca
horrível.
–Bom dia Edward. – eu o
cumprimentei educadamente, algo que desenvolvi desde que me desapeguei dele.
Peguei uma fruta de cima da mesa.
–Por que você não se senta e toma
o café? – ele perguntou amuado.
–Eu vou comer a caminho do
trabalho. – disse seguindo para a porta.
–Você tem tempo de folga para
comer. Magdalena fez um café da manhã impecável. – não era a primeira vez que
Edward tentava me convencer a passar algum tempo com ele. Eu inicialmente
mostrava apenas meu aborrecimento por seus pedidos silenciosos, mas ultimamente
eu apenas o olhava serenamente e seguia meu caminho.
–Eu tenho um compromisso antes do
trabalho. Tenha um bom dia, Edward. – disse seguindo para a saída.
No elevador eu suspirei. Não iria
demorar até eu sair da casa de Edward, eu já havia comunicado a Jessica que
logo voltaria a minha antiga casa. Peguei na bolsa as chaves da minha moto
(adquirida há uma semana) e segui para o estacionamento.
Por algum motivo lembrei-me de
quando Edward viu a moto pela primeira vez. Ele olhou assustado para a moto
quando viu que eu montava nela. Não fez perguntas nem nada, mas passou a me
olhar todo mal humorado quando me vê montando na moto.
Coloquei o capacete e uma jaqueta
de couro bege por cima do blazer. Rapidamente peguei a avenida, mas não em
direção a empresa. Eu ainda tinha tempo de sobra e um compromisso inadiável.
Fui em direção a uma confeitaria simples que ficava próxima ao apartamento de
Edward.
Ele já estava lá, reconheci de
imediato a sua moto estacionada no meio fio. Estacionei ao seu lado e desci
rapidamente.
–Está atrasada moça. – ele disse
risonho. Levantou-se da mesa em que estava sentado e veio me abraçar. Eu o
abracei fortemente feliz por estar naquele lugar, no círculo dos seus braços.
Ah, como era bom encontrar amor! Uma pena que o amor no meu caso só era
encontrado quando eu deixava a casa que vivia, mas logo isso iria mudar.
Afastei-me e o beijei com vontade.
–Bom dia amor. – murmurei entre
seus lábios. Jacob se afastou minimamente de mim.
–Vamos ao café? – pegou minha mão
conduzindo-me a mesa que ele escolheu. Chamou uma atendente que nos ofereceu um
cardápio. Escolhi a primeira coisa que vi e Jacob, com preguiça de analisar a
comida ofertada, pediu o mesmo.
–Como foi a sua noite? – Jacob
perguntou.
–Foi ótima! – sorri. Ele fez uma
careta.
–Nessas horas você diz que a
noite foi péssima por que você estava ao lado daquele prego do Edward. Se falar
que a noite foi ótima eu começarei a pensar que vocês se reconciliaram.
Fechei a cara. Eu sabia que era
brincadeira, mas não gostava dessas brincadeiras em que Jacob insinuava que
Edward e eu tínhamos algo. Ele notou que eu não curti o gracejo e tratou de se
recuperar.
–Foi mau, amor. É que, você sabe,
eu não gosto muito da idéia de você vivendo com aquele cara e...
–É provisório Jake. Jess está
procurando um lugar para ficar.
–Jess já está nessa procura tem
um tempo. Você deveria enxotá-la da sua casa.
–Jake... – murmurei risonha.
Ergui minha mão e o acariciei no rosto. Jacob beijou a palma. – Paciência. Eu
vou resolver isso logo. Agora vamos tomar o café. – disse olhando a atendente
trazer nossos pedidos.
Minha vida dera uma guinada para
melhor. Tudo aconteceu tão rápido que era difícil descrever com detalhes o que
aconteceu. Fui humilhada por Edward no evento em que fui para fingir ser sua
esposa. Eu o ignorei por uma semana. Jacob voltou de uma viagem e confidenciou
que me amava. Eu o evitei por uma semana sem saber o que fazer e, após os sete
dias, fiquei com Jake. No início pensava em Edward quando o beijava, mas com o
tempo, felizmente, eu vi Jake ali comigo. Nós estávamos namorando há um mês
(Jacob diz que nosso namoro começou com o nosso primeiro beijo).
Não era traição, eu não tinha
nada com Edward. Embora fossemos casados no papel, nunca tivemos uma relação de
marido e mulher. E eu estava feliz. Jacob tinha uma luz própria e me fazia
deixar de lado tudo, inclusive Edward. Eu havia perdido inclusive a vontade de
olhar torto para Edward, xingá-lo e amaldiçoá-lo como antes. Essa deveria ser a
maior prova de que eu estava me curando.
Jacob... No início ele era um refúgio
para a minha dor, mas agora...
–Bom dia Bells! – Jessica me
cumprimentou radiante.
–Bom dia uma pinóia! Eu preciso
do meu apartamento. Jacob está me pressionando. – resmunguei. Jess fez cara de
choro.
–Ah amiga, só mais um tempinho! –
ela se ajoelhou diante de mim e juntou as mãos.
–Tá Jess agora volta ao trabalho.
– disse rindo. Agora eu vivia bem humorada. Minhas amigas sabiam do motivo,
claro, afinal o encontro com os casais era tradição nos fins de semana. Eu e
Jacob estávamos namorando.
–Olha lá, o Edward! – Jess
murmurou. Não olhei. – Aquela vaca da Tânia está sempre olhando para você como
se quisesse matá-la. E o Edward também está olhando para você e...
–Jess, eu não quero saber, tá
legal? – disse azeda enquanto ligava meu computador.
–Ok. Novo assunto: barzinho com
os casais fenomenais. Topa? Jacob certamente vai querer ir.
–Se ele for eu vou. Só espero não
estar muito cansada no final do dia.
Às vezes, devido a minha vida
dupla de trabalho e diversão, sobrava trabalho a ser feito. Por vezes dormi
tarde trabalhando em casa. Não reclamava, era bom manter mente ocupada.
Trabalhei com afinco querendo que
a noite chegasse e eu me encontrasse com Jacob, o homem por quem eu era
apaixonada.
Fim do dia.
Ângela, Jessica e eu estávamos na
porta da empresa esperando nossos namorados. Não demorou a Mike e Ben
aparecerem no carro de Mike, Jessica e Ângela entraram no carro. Jacob estava
logo atrás em sua moto. Pelo visor da moto pude vê-lo piscando para mim.
Coloquei meu capacete e montei em minha própria moto seguindo atrás do carro
assim como Jacob.
Esse era um programa que fazíamos
de vez em quando. Reuníamo-nos num barzinho para conversar. Através deste
programa eu pude me aproximar ainda mais de Mike e Ben, podia dizer que eram
meus amigos. Era bom ter amigos, era bom ser amada, era bom ser a antiga Bella.
–Não acredito que você roubou
material de escritório de novo Jessica! – Ângela esbravejou.
–Eu estava precisando de algumas
coisinhas e peguei emprestado. Não me olhe como se eu tivesse cometido um
assassinato! – Jessica rebateu. Fiquei olhando as duas brigando de mentirinha,
Jacob me cutucou.
–Que tal uma dança? Ou acha que é
mais divertido olhar suas amigas discutirem? – perguntou. Levantei-me.
–Vamos à dança! – peguei sua mão
e o puxei para o centro do salão, afastado das mesas, para dançar ao som da música
lenta que tocava. Não éramos os únicos casais a dançar, mas mesmo que nós
fôssemos eu não ligaria. Abracei Jake feliz por estarmos apenas balançando para
lá e para cá.
–Pensei em você o dia todo. – Jacob
murmurou no meu ouvido. – Estava louco para vê-la.
–Eu também. – eu o beijei,
entusiasmada. Voltamos a dançar relaxando com a música, com o calor do corpo um
do outro. Mesmo com o pouco tempo que nós tínhamos eu sentia uma forma de empatia
com Jake. E me peguei com o desejo de que meu caminho tivesse cruzado com Jake
antes.
Procurei não fazer barulho
enquanto entrava no apartamento de Edward (perdi o hábito de chamar o local de
minha casa), mas, mesmo que minha entrada fosse notada, eu não precisava
justificar meus atos. Eu só percebi que havia alguém na sala quando me virei.
Edward estava jogado no sofá, segurava uma garrafa de whisky quase vazia.
Olhava para frente. Ainda estava vestido com o terno que escolhera no início da
manhã. Eu senti pela sua postura rígida demais que iríamos brigar, mas eu
evitaria discussões, como tinha feito desde que Jacob e eu estamos juntos.
Caminhei para o corredor que me levaria ao meu quarto.
–Aonde vai? – sua voz saiu
arrastada e dura. Não me obriguei a olhá-lo.
–Para o quarto. – disse numa voz
cansada.
–Se divertiu essa noite? – perguntou
num tom debochado. Suspirei.
–Sim, como em todas as noites
quando saio com meus amigos. Se me der licença vou para o meu quarto. – dei
dois passos. Ouvi o estrondo de algo se chocando contra o piso (ou contra a
parede, não sei) e barulho de vidro quebrando. Assustada com o barulho, eu
voltei à sala. A garrafa de whisky que estava nas mãos de Edward; agora era uma
pilha de cacos. Edward caminhou lentamente, cambaleante, até mim. Seu olhar
mostrava uma fúria intensa, deixando-me aturdida. Não sei o que Edward
pretendia fazer, se iria dizer algo ou fazer algo, mas ele nada fez. Levou a
mão à testa e fechou os olhos, caiu para frente, nos meus braços. Por reflexo
eu o amparei.
–EDWARD! EDWARD! – eu o chamei,
sem resposta. Tive de sentar no chão e levar Edward comigo, ele era pesado
demais para mim.
“Que merda!” – tentei levantá-lo
e consegui com muito esforço. Edward não estava completamente desacordado,
cambaleou pelo corredor, mas boa parte do seu peso era eu que carregava. Seu
braço estava em meu ombro e um braço meu tentava segurá-lo pela cintura. Edward
desabou em sua cama quando chegamos ao seu quarto.
“Está tão bêbado! O que deu nesse
cara para beber tanto?” – eu me aproximei e o ajudei com as roupas. Tirei seus
sapatos e meias, afrouxei sua calça retirando seu cinto e aproveitei para
retirar o paletó e gravata, deixando-o apenas de camisa. Após cobri-lo com um
cobertor saí do quarto.
Era a primeira vez, após muito
tempo, que Edward agia dessa forma. No entanto sua atitude não me fez sentir
nada além de compaixão. Isso era bom, mais uma prova de que meu namoro com Jake
estava me curando. Tomei um bom banho e escovei os dentes. Não me importei de
comer, estava sem fome por ter comido no barzinho. Vesti um pijama de seda
marrom, presente de Jake quando fizemos um mês de namoro, e fui para a cama. Um
barulho soou pelo meu quarto. Levantei-me e peguei o meu celular no interior da
minha bolsa.
–Oi amor. – disse a Jake do outro
lado da linha.
– Oi amor. E então como está?
Chegou bem a sua casa?
Pensei em Edward e no que Jake
diria se eu lhe contasse do ataque que Edward teve. Optei por guardar o
ocorrido para mim.
–Foi tranquilo.
–Com tudo o que aconteceu essa
noite eu não tive tempo de lhe dizer uma cosia então decidi ligar.
–E o que você tem para me dizer?
– sentei na cama.
–Deixe para amanhã quando nos
virmos.
–Ah não Jake! Começou agora fala!
Não vai me deixar curiosa, vai? – falei num tom ranzinza. Jacob riu do outro
lado.
–Ok amor. Eu pensei em viajarmos
nesse fim de semana. Poderíamos ir a uma pousada que inaugurou recentemente no
litoral. Tudo por minha conta, claro. – senti, mesmo não estando diante de
Jacob, à ansiedade dele pela minha resposta. Reprimi um suspiro.
–Eu preciso pensar amor. Posso
dar a resposta amanhã?
–Tudo bem. Pense com carinho na
minha proposta, ok? Garanto que não se arrependerá se decidir viajar comigo. –
sua voz ainda era afável então Jacob não parecia chateado com minhas palavras.
Ficamos mais algum tempinho no celular conversando sobre bobagens até que Jacob
encerrou a conversa ciente de que eu deveria estar cansada e precisando dormir.
Fui para debaixo das minhas cobertas e fechei os olhos.
Desde o início do nosso
relacionamento, Jacob manteve certa distância física entre nós. Eu agradeci ao seu
respeito, eu não estava preparada para aprofundar a relação e ter um
envolvimento físico. Mas o convite de Jacob era claramente uma tentativa dele
de fazer uma oportunidade surgir. Eu não o recriminava por isso, Jacob tinha a
razão. A raiva era direcionada a mim. Eu havia desenvolvido uma espécie de
bloqueio após ser rejeitada por Edward e não sabia como destruir esse bloqueio.
“Jacob sabe que eu nunca dormi
com Edward, que sou virgem, mas preciso conversar com ele sobre isso.” – pensei
entregando-me ao cansaço.
–Nossa! Então Jacob já lançou a
proposta para uma noite de amor quente? – Jessica comentou animada após eu lhe
dizer o que tinha acontecido. Era a manhã do dia seguinte. Saí de casa antes de
Edward acordar a fim de evitar brigas.
–Jess! – esbravejei corando com o
seu comentário. Jessica riu ruidosamente.
–E então Bella? Você pensou na
proposta? – Jess perguntou enquanto mantinha seus olhos no seu computador. Eu
fazia o mesmo.
–Não sei. Ainda não me decidi.
–Se eu fosse você eu aceitava. Já
está mais do que na hora.
–Não é tão fácil Jess. E não é
por eu ser virgem... – ouvi o barulho da cadeira de Jess, ela havia se virado.
Parei o que estava fazendo e me virei.
–Bella, eu sei que você tem os
seus traumas devido o seu relacionamento com Edward, mas se você não fizer algo
você sempre vai ficar presa a isso! Você está com Jacob há um mês, vocês já tem
certa intimidade. Você admitiu pra mim que gosta dele, que confia em ele. Então
por que não dar essa chance pra você?
Olhei para Jessica refletindo
sobre suas palavras. Talvez fosse a solução para os meus problemas.
–Tem razão. Seria o melhor para
nós dois. Acho até que eu superaria por completo tudo o que me aconteceu se eu
ficasse com o Jake.
–Então a melhor coisa que você
faz é aceitar. E, como não-virgem, garanto que você vai gostar. Sexo é muito
bom! Se quiser posso lhe dar algumas dicas para quando chegar o momento, o que
você acha?
–Valeu Jess, mas essa eu passo.
–E quando seria que Jacob iria
descabaçá-la?
–CREDO JESS! PARA DE FALAR ISSO!
– gritei e, ao perceber que chamei atenção demais para mim, procurei moderar
minha voz. Jess reprimia uma risada.
–E então quando seria essa
viagem?
–Jacob não entrou em detalhes
quanto ao dia, mas seria nesse final de semana. Ele quer me levar para uma
pousada.
–Aceite amiga! Você não vai se
arrepender. – Jess deu uma piscadela.
–Acho que irei sim. – murmurei
sorrindo.
–Eba! Ligue para o Jacob agora
avisando que você irá!
–Eu vou vê-lo à noite então não
preciso ligar. – Virei-me e voltei minha atenção para meu trabalho. Subitamente
parei de digitar.
–Jess. – eu a chamei.
–O que foi? – pelo barulho,
Jessica havia voltado a trabalhar.
–Após o fim de semana com Jake eu
vou sair de casa. Vou pedir o divórcio. – murmurei e algo em minhas palavras, o
peso da decisão, fez com que eu me sentisse estranha. Procurei não refletir
sobre essa estranheza.
–Você faz muito bem, Bella. E eu
vou desocupar o mais rápido possível seu apartamento. Já até encontrei um lugar
legal pra morar e o melhor é que o apartamento é no seu prédio. Vamos ser quase
vizinhas!
–Não precisa se apressar Jess.
Qualquer coisa eu fico em um espaço improvisado.
–Ou fica no apartamento de Jake.
O lugar pelo que sei é espaçoso e aposto que Jake adoraria dividir um lar com
você. – eu não precisei olhá-la para saber que tinha uma expressão maliciosa no
rosto.
–Se tudo der certo no fim de semana
eu pensarei seriamente nisso. – falei num tom brincalhão. – Agora vamos voltar
ao trabalho. Eu já estou antecipadamente tensa e, se ficarmos falando sobre o
fim de semana, a tensão crescerá.
–Ok. Mas tenho que confessar que
adorei sua decisão Bella.
Ela não era a única. Eu também
estava feliz com minha decisão. Eu finalmente iria me libertar de Edward
Cullen.
Horário do almoço. Teria almoçado
com Jess e Ângela, mas Alice insistiu para que almoçássemos juntas. Eu
concordei. Eu gostava de Alice e de seu marido Jasper, eles eram muito
agradáveis. Se eu iria me separar de Edward, começaria com as despedidas.
–É sério Bella nós precisamos
viajar para Paris juntas qualquer dia desses! Você iria adorar! – ela falava
animada enquanto bebericava sua taça com vinho.
–Eu não tenho dinheiro para uma
extravagância dessas Alice! – disse dando uma garfada na minha salada.
–Eu pago. Seria tão divertido! O
Jasper aceita sair comigo para compras, mas não é a mesma coisa quando se está
com uma mulher. O Edward poderia vir também, não é? Se bem que ele logo
assumirá a presidência na empresa então ele ficará mais ocupado e...
–Eu vou me separar do Edward,
Alice. – disse subitamente. Não pretendia comunicar naquele dia em que tomei a
decisão, mas não aguentei Alice falando de Edward e eu como uma família. Ela
cometia essa gafe às vezes. Alice me olhou surpresa.
–Eu espero que você ainda me veja
como uma amiga após isso. Você e Jasper. Eu não tenho família então cada amigo
que ganho é precioso. Eu não quero perder você e Jasper quando eu me afastar
definitivamente do Edward. – eu a olhei, convicta. O rosto de Alice foi se
transformando de um rosto surpreso para um rosto tranquilo.
–Se depender de mim nós
continuaremos boas amigas sempre. – ela sorriu. Eu estiquei minha mão e peguei
a sua por cima da mesa.
–Obrigada Alice.
–O Edward sabe disso?
–Não. Eu irei contar a ele no
domingo à noite ou na segunda.
–E por que vai esperar tudo isso
Bella?
–Eu tenho que fazer algo nesse
fim de semana. Após isso eu resolvo tudo. – não entrei em detalhes, não quis.
Após o meu anúncio Alice não tocou no assunto.
Após o almoço eu não encontrei
Jessica em nosso espaço de trabalho. Voltei a fazer minhas atividades e liguei
para Jacob avisando que precisávamos conversar. Ele quis que eu adiantasse o
conteúdo da conversa, mas não falei nada. Eu diria minha decisão pessoalmente e
conversaria sobre ela.
“Ele certamente ficará feliz.” –
pensei. As horas se passaram e estranhei a demora de Jessica. Decidi procurar Ângela,
que ficava em outra ala no prédio, e a encontrei trabalhando.
–Oi Ang. – disse chamando sua
atenção. Ângela veio risonha para mim.
–Oi Bella! Sentimos sua falta no
almoço! Ah, a Jess contou para mim as novidades, estou muito feliz por você.
–Obrigada Ângela. Eu também estou
feliz com minha decisão. Ângela você viu a Jess?
–Não. Eu não a vejo desde a hora
em que um funcionário a chamou.
–Um funcionário chamou Jessica?
Para onde? – perguntei surpresa.
–Não sei. Jess foi com ele e tive
que voltar ao trabalho. Aconteceu algo?
–Não, não foi nada. Eu vou
esperar Jessica em nossa sala então. Você vai sair conosco hoje?
–Ah, não. Eu tenho trabalho para
fazer ao final do expediente e o Ben também vai estar ocupado então...
–Tudo bem. A gente se vê depois.
–Afastei-me acenando para Ângela. Algo estava errado, eu podia sentir. Segui
para minha sala tentando afastar aquele sentimento de que alguma coisa iria
acontecer, alguma coisa ruim.
Felizmente encontrei com Jessica
na sala. Suspirei aliviada. Isso até perceber o que ela estava fazendo.
–Jess, eu estava procurando por
você. Onde esteve? – perguntei enquanto olhava desconfiada para sua atitude.
Jess estava de pé diante da mesa juntando seus pertences.
–Eu estava na sala do seu
maridinho sendo demitida, Bella. – ela falou com a voz irritada. Arfei.
–Demitida? Que historia é essa? –
perguntei.
–Um funcionário me abordou e
disse que o digníssimo senhor Cullen desejava falar comigo. Quando eu cheguei
lá ele me demitiu. O filho da puta nem me disse o porquê da demissão! – com o
aumento da raiva Jess passou a atirar seus pertences com força no interior de
uma caixa. – Ele vai ver! Antes de passar no RH vou roubar tudo o que a minha
mão alcançar! – prometeu.
–Espera aí Jess eu estou confusa!
Ele demitiu você? Ele nem é dessa jurisdição para demiti-la! O cargo dele como
diretor executivo não tem nada a ver com demissões!
–Eu sei disso, mas ele é o dono
da empresa então pode me mandar pro inferno quando quiser! Bella, você sabia
que ele iria me demitir? – ela se virou para mim e me olhou com fúria.
–Não Jess. Você sabe que eu não
me dou bem com ele, somos como dois estranhos dividindo uma casa. Se eu
soubesse eu contaria a você. – ela viu a sinceridade em minhas palavras e se
quietou.
–Desculpe-me, claro que você não
tem nada haver com isso. É que eu ainda não digeri a notícia.
–Jess, eu vou falar com ele.
–Não Bella, mesmo que ele mude
sua decisão eu não quero continuar aqui. Não quero continuar em uma empresa que
é controlada por um cretino como ele! Prefiro trabalhar em qualquer outro
lugar!
–Jess, reconsidere sua decisão!
Dê-me alguns minutos, ok? Eu vou falar com ele e...
–Bella, obrigada pelo o que está
fazendo, mas não. Eu sei o quanto seria doloroso para você ter que ir até ele e
pedir algo. Eu vou ficar bem. – Jess sorriu forçadamente enquanto colocava o último
pertence na caixa de papelão. – Eu vou para casa. Pena, não vou sair com você e
o Jake. A gente se fala depois.
Eu vi Jessica partir. Ela poderia
se fingir de forte, mas eu sabia que ela estava muito deprimida. A raiva se
apossou de mim. Eu precisava de respostas e já que Jessica não foi capaz de
respondê-las, eu perguntaria direto à fonte. Caminhei a passos apressados até a
sala de Edward e entrei. Havia dois senhores lá, sentados diante de Edward. Eu
o encarei com raiva e Edward interrompeu o que dizia.
–Bom meus amigos, acredito que
será melhor deixarmos estes assuntos para serem discutidos na próxima reunião.
Peço desculpas pelo atraso no início deste encontro, mas no momento estou sem o
auxilio de uma secretária. – dizia aos homens com os olhos fixos em mim. Fiquei
surpresa em saber que ele estava sem secretária, onde Tânia estava? Cruzei os
braços em frente ao corpo e bati insistentemente os pés.
–Não se preocupe senhor Cullen.
Nós é que pedimos desculpas por convocá-lo antes de uma reunião oficial. – os dois
senhores levantaram. Seus rostos eram familiares. Talvez os tenha visto no
evento que fui com Edward a mais de um mês atrás. Os senhores se levantaram,
cumprimentaram Edward com um aperto de mão e caminharam para a saída. Edward, a
fim de me provocar, disse:
–Ah, já conhecem minha linda
esposa, não é? – apontou para mim. Tive de contar mentalmente até dez para não
pular nele.
–Sim. Como vai senhora Cullen? –
um dos homens disse. Estendeu a mão para me cumprimentar. Eu ofereci minha mão
para um cumprimento, mas continuei a olhar para Edward. O homem ficou
constrangido com minha atitude, mas eu não liguei. Logo os dois saíram fechando
a porta atrás de si. Edward me olhou com deboche.
–A que devo a honra de sua
visita? – perguntou voltando a sua mesa.
–Sabe muito bem por que estou
aqui.
–Ah, sua amiguinha já fez a
fofoca? Veio brigar comigo pelo que fiz com ela, é isso?
–Eu vim para saber o porquê
disso? A demissão de Jessica é uma nova forma de me atingir? – procurei
controlar minha voz, mas estava sendo difícil. A qualquer momento eu perderia o
controle.
–Meu bem, eu tenho justificativa
para demiti-la. – sentou-se em sua cadeira e pegou uma pasta branca que estava
em cima de sua mesa; ele a abriu. – Sua amiguinha faltava com frequência e
nunca justificou as faltas, chegava atrasada em certas ocasiões, acessava sites
proibidos com o computador da empresa e, como se não bastasse, roubava material
de escritório. Como você vê, eu tenho motivos de sobra para demiti-la, mas não
se preocupe. Eu dei a ela uma carta de recomendação.
Fiquei em silêncio por alguns
instantes, por fim sabia o que dizer.
–Muitos funcionários fazem isso,
por que demitiu só a ela?
–Se você conhece mais
funcionários que aderiram à prática criminosa de Jessica Stanley é só me passar
seus nomes e serão demitidos. – falava num tom presunçoso. Fiquei calada.
–Por que se incumbiu disso? O RH
faz as demissões.
–Tédio. – disse num dar de
ombros. Eu sabia que aquela não era uma simples demissão, mas não tinha como
argumentar com ele. MALDIÇÃO!
–Mais alguma cosia querida? – ele
perguntou.
–Tudo bem. Eu não vou misturar o
pessoal com o profissional. Se for o melhor para a empresa então tudo bem. – disse
e saí batendo ruidosamente a porta.
Jake veio me pegar ao final do
expediente. Eu já estava montada na moto quando ele veio até mim. Não cheguei a
descer da moto, apenas arranquei e seguimos para o restaurante de sempre.
Procurei ser simpática, mas estava mexida demais com a demissão de Jessica.
Jacob percebeu que eu estava aborrecida com algo, mas até fazermos o pedido da
comida ele não tocou no assunto. Quando fizemos os pedidos para uma garçonete
Jake se manifestou.
–Você parece triste.
–Impressão sua Jake, eu estou
bem. – tentei sorrir. Claro que não o enganei.
–Está assim por causa da Jessica?
– ele perguntou. Estaquei.
–Como você sabe?
–Ela ligou para o Mike e ele me
contou. Mike deve estar com ela agora. Uma pena o que aconteceu, mas não se
preocupe que nós conseguiremos um emprego para ela na nossa empresa.
–Espero que consigam, caso o
contrário vou me sentir culpada por um bom tempo!
–Por que Bella? Acha que é sua
culpa a demissão da Jessica?
–Eu não acho Jake, eu tenho
certeza! Jessica foi à única funcionária demitida, e por que Edward fez questão
de demiti-la pessoalmente? Tudo isso é muito estranho e a única forma de
compreender a situação é atribuir a culpa a mim.
Jacob ergueu a mão e a esticou
para poder tocar meu rosto.
–Não fique assim, meu bem. Não
quero que fique triste, se culpando, colocando mais peso ao seu fardo. Jessica
vai ficar bem, eu garanto. Agora vamos relaxar, ou pelo menos tentar.
–Tudo bem. Eu não liguei para
você para ficar me lastimando pelo que aconteceu. Eu tenho boas notícias. – eu
disse sorrindo.
–É mesmo, você queria me dizer
algo. E então? – Jacob me olhava ansioso.
–Vamos viajar nesse fim de
semana. – e ao proferir essas palavras Jacob sorriu radiante.
–É sério? Vai viajar comigo?
–Sim. E essa não será a única
coisa que farei. Após essa viagem eu vou me divorciar do Edward. – eu não olhei
para Jake. Fitei a mesa a tempo de ver meu pedido ser colocado diante de mim
pela garçonete.
–Eu espero que sua decisão não
seja por que você está se sentindo pressionada por minha causa.
–Não Jake, eu quero fazer isso
por mim mesma. Eu já passei tempo demais naquela casa, não há por que continuar
lá agora que tenho você. – não sei o que Jacob viu nos meus olhos, mas ficou
feliz com minha declaração. Eu sabia que minha convivência com Edward o
incomodava antes mesmo de termos algo. Já estava mais do que na hora de tomar o
próximo passo.
Eu não fazia isso pelo Jacob, mas
por mim.
–Então eu vou preparar tudo para
a nossa viagem no sábado. Podemos ir ao teatro antes de sairmos para a pousada.
O que você acha?
–Pra mim está ótimo. Agora vamos
comer por que eu estou faminta! – falei divertida dando atenção à comida,
tentando não pensar no que iria acontecer daqui a alguns dias.
Jacob não partiu assim que
chegamos em casa, foi comigo até a garagem. Estacionei em frente ao carro de
Edward.
–Vai ficar tudo bem? – ele
perguntou parecendo preocupado. Enlaçou-me pela cintura.
–Claro que está bem, por que não
estaria? – envolvi o pescoço de Jacob e o puxei para beijá-lo. Estar com Jacob
era ótimo, eu me sentia bem estando em seus braços. Um sentimento de segurança.
Eu já senti tal sentimento antes, mas fui apunhalada por aquele em quem
confiei. Seria assim com Jacob? Ele também me trairia como Edward traiu?
–O que foi? – Jacob perguntou. Eu
o abracei mais forte querendo afastar os pensamentos angustiantes.
–Nada. Eu queria ficar assim o
restante da noite, abraçada com você. – murmurei enquanto apreciava o calor, o
cheiro, tudo o que vinha de Jacob.
–Um pouco de paciência para nós
dois. Após o sábado tudo vai se resolver e, caso Jessica não desocupe seu
apartamento a tempo, eu adoraria que você ficasse comigo no meu apartamento. – Jacob
murmurou tão baixinho que somente eu poderia ouvir. Eu assenti.
–Vai ser logo. – eu me afastei e
fiquei na ponta do pé para beijá-lo. Beijar Jacob era bom, afinal de contas eu
gostava dele e muito. No entanto sempre que eu o beijava eu sentia que havia
algo que estava faltando, uma peça do quebra-cabeça que era a minha vida.
Quando eu sentia falta desta peça, era tomada por dúvidas.
“Não! Não é hora de fraquejar! Eu
já me decidi e não pretendo voltar atrás!”- minha mente gritou para o restante
de meu corpo.
Jacob era meu Sol, meu porto
seguro. Eu precisava acreditar nisso para me libertar.
Vi Jacob a se afastar, ele estava
feliz com minha decisão. Fui para a casa de Edward enquanto pensava em como
iria executar meus planos. Edward não iria discordar do divórcio, era tudo o
que ele parecia querer desde o nosso casamento. Segui para casa sabendo que
tudo se resolveria em poucos dias e isso era um alívio.
Continua...
Então o amigo se transformou em
namorado e ao que parece será também o amante... Será que ela vai mesmo fazer
essa viagem? Acho que o Edward vai pirar quando souber disso. Principalmente
quando descobrir a intenção dela de pedir o divórcio. E pensar que era
exatamente isso que ele queria no início... como as coisas mudam. Amanhã volto
com o capítulo do Edward. Beijos.
Oi honey! Adorei muito bom. Beijusculo ate amanha!
ReplyDeleteOi Nessie,
DeleteA coisa tá melhorando né? Quero ver o Edward sofrendo com ciúmes dela agora.
Beijos.
ahah,NAÕ.Como assim? a bella vai ficar com o jake?o ed ja sofreu mto,to triste agora.ATE AMANHÃ.BJS.Ninha
ReplyDeleteOi Ninha,
DeleteAo que parece ela está começando a gostar do Jake sim, mas o Edward ainda está no páreo e não acho que ele vai facilitar as coias não...
Continua acompanhando pra ver.
Beijos.
Amei esse capítulo esta excelente!!!
ReplyDeleteEstou doida para ver o capítulo 22!!
Twibeijos
Oi Isabella
ReplyDeleteQue bom que você está curtindo a fic.
Continue acompanhando a vingança da sua xará. Acho que ela ainda vai fazer o Edward sofre um bocado.
Beijos.
esse cachorro não gente, esse viralata não pode tocar nela...ela e dele independente de qualquer coisa..
ReplyDeleteLendo e chorando
ReplyDeleteE desse jeito que eu estou