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Saturday, July 16, 2011

CRÍTICA DE "MEIA-NOITE EM PARIS"

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Laura Osti

Woody Allen dá a sensação de fazer alguns filmes "do taco." "Midnight in Paris" é um desses. Ela começa com uma sucessão de imagens turísticas estilo Cartão postal de diferentes partes típicas da capital francesa, enquanto escuta uma melodia saxofonista de Sidney Bechet, para entrar clima.


O filme é uma homenagem à uma cidade icónica da cultura ocidental do século XX e a homenagem exige concentrar-se nos meados dos anos 20, que marcou de forma indescritível todos os artistas e intelectuais europeus e americanos, que eram os únicos que encenaram com sua experiência e influência as tendências mais importantes, estéticas e filosóficas da época, cujo alcance se estende até hoje.

A história reúne Gil (Owen Wilson), um roteirista de Hollywood e escritor frustrado, que junto com sua namorada Inez (Rachel McAdams) e seus sogros (Kurt Fuller e Mimi Kennedy), estão de visita a Paris em uma viagem de negócios e lazer. Lá, eles conhecem um outro casal de jovens, amigos de Inez, com o qual Gil não tem simpátia também. Logo, as discussões e desacordos vão alienar o casal, e enquanto Inez trata de se divertir com os amigos, Gil enfrenta uma caminhada solitária à noite pelas ruas da cidade que ama.

E o que acontece? Uma magia muito parecida com Allen. Apenas à meia-noite, em um beco escuro, há um velho Peugeot dos anos 20 e um de seus passageiros encora Gil à aderir este grupo. O jovem roteirista que é um pouco intoxicado por abusar de alguns bons vinhos, é logo cercado por um grupo de pessoas bastante bizarras e vestidas no estilo da belle époque. E isso não é tudo, logo descobre que não são meras pessoas, seus novos amigos são nada menos do que personagens muito famosos da literatura e da arte, com quem partilha diálogos interessantes.

A turnê com o grande

Scott e Zelda Fitzgerald, Ernest Hemingway, Cole Porter, Gertrude Stein, TS Eliot, Pablo Picasso, Djuna Barnes, Jean Cocteau, os surrealistas Dalí, Buñuel e de Man Ray irão levá-lo para algum lugar místico onde se encontram regularmente para partilhar noites onde a arte, álcool e romances foram as questões prioritárias e que deu sentido à existência. Gil fica deslumbrado e de lá, começa a passar por uma "vida dupla" muito particular, em que até se apaixona por uma bela mulher da época, Adriana (Marion Cotillard), que era amante de Picasso, Braque e Modigliani.


A estranha experiência se repete a cada meia-noite e Gil, seduzido por este mundo e decepcionado com seu presente, terminará sofrendo uma crise com sua parceira e nostalgicamente escapa para o passado que vai lhe abrir uma porta para um futuro diferente.

"Midnight in Paris" parece um filme feito "em taco" como uma desculpa para falar sobre os benefícios do turismo da capital francesa, ao fazer uma revisão de sua rica herança histórica e cultural e com uma participação da primeira-dama Carla Bruni no pacote. No entanto, a mesma idéia, o mesmo material e até os mesmos atores, nas mãos de um diretor incapaz , possivelmente, terminaria horrível.Mas nas mãos do gênio Allen, se torna um filme intelectual, um passatempo com bom gosto e inteligência, em que o telespectador vai ser tratado com respeito e bondade em cada uma de suas produções.


Tradução: Alexandra




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