FANFIC - FOR TEN YEARS - CAPÍTULO 21

Oi galera! O capítulo de hoje está bem maior do que o normal. Espero que vocês curtam bastante.

Título: For Tem Years
Autora(o): Juliana Dantas
Shipper: Robsten
Gênero: Romance/Drama
Censura: NC-18

Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Sexo

For Tem Years

By Juliana Dantas

Atenção: Este conteúdo foi classificado 

como impróprio para menores de 18 anos.

"Estou ciente, quero continuar!"

Capítulo 21

POV Kristen

Como prometido, ele voltou no dia seguinte. E nos outros também.

Eu o deixei sozinho com Ruby. Queria mesmo que ela se acostumasse com ele.

Mas às vezes eu ficava observando de longe e era lindo ver que ele realmente era louco por ela.

E Ruby estava se apaixonando por ele facilmente.

E como não se apaixonar? Ele era adorável com ela. A ensinava a andar, brincava com ela. 

Eu sempre o chamava para tentar alimentá-la e depois de algumas tentativas frustradas, ele estava melhorando.

Ainda saía sujo de vez em quando, mas eu não me atrevera mais a limpo-lo. Não depois de sentir vontade de beijá-lo naquele dia. 

Eu tinha que ficar sempre me controlando perto dele.

Era algo inevitável.

Aquela atração.

Será que passaria um dia?

Eu não perguntava mais sobre Emma.

Também a gente não conversava muito. Apenas sobre Ruby. 

Eu sentia que ele ainda se ressentia comigo. 

E claro, anda tinha Michael. Ele ainda estava por ali, mas se mantinha fora das vistas de Rob.

-Eu marquei a audiência preliminar para a próxima semana. - ele disse dias depois do aniversário de Ruby.

-Que bom. – falei meio desanimada.

-Devia ficar feliz.

-Eu fico me perguntando porque diabos eu me casei com você...

Ele riu.

-É sério. Porque você concordou com isto? A gente nunca ia dar certo Michael.

-Hoje eu sei.

-E a sua namorada?

-Quero fazer as coisas direito. Nós vamos morar juntos assim que sair o divórcio.

-Jura? Então por isto não arranjou um apartamento ainda?

-Se você quiser, eu posso ir embora.

-Claro que não. Mais uns dias... semanas. Não farão diferença.

Eu pensei em como Rob parecia ter raiva do Michael por ali.

Mas Rob que se danasse.

Ele não ia casar com a lambisgóia da Emma?

Que fossem para o inferno os dois.

No dia seguinte, Catherine me ligou eufórica, me acordando.

-Já está sabendo? Você foi indicada ao Golden Globe!

-O que?

-Sim. Você, o Rob, o filme e eu, claro!

-Mas isto é ótimo!

-Vamos sair pra jantar hoje e comemorar.

Eu mordi os lábios, pensando em ter que encarar Rob com Emma.

-Não posso.

-Mas Kristen.

-Não vai dar. Não tenho babá pra Ruby hoje...

-Tudo bem. Mas vamos marcar outro dia então! Prepare-se por que acho que vem Oscar por aí, hein?

-Sonha Catherine... – eu ri e desliguei.

A campainha tocou.

-Quem será esta hora?

Michael tinha saído para a fisioterapia e eu me arrastei até a porta e encontrei Rob.

-Oi. – ele falou e então me mediu.

Tarde demais eu percebi que estava usando ainda pijama e devia estar totalmente descabelada.

-Oi. – falei, esperando não estar vermelha.

O que me importava o jeito que ele me via?

Ele não estava ali pra me ver mesmo.

-O que faz aqui tão cedo? – indaguei.

-Eu vou viajar. Queria ver a Ruby antes.

Eu me perguntei se a tal viagem era com a Emma, mas me calei.

-Claro... – falei irônica – entra. Ela ainda está no quarto, não sei se acordou. Pode ir lá ver se quiser.

-Tudo bem.

Ele se afastou e eu fui pro meu quarto.

Vesti rapidamente uma roupa decente e quando desci, ele estava me esperando.

-Ela está dormindo, não quis acordar.

Eu queria perguntar pra onde ele ia, com quem, se ia demorar. Mas quem era eu?
-Eu vou pra Nova York, passarei três dias lá regravando umas cenas. - ele falou de repente.

-Entendi. – dei de ombros – Já está sabendo do Golden Globe?

-Já estou sim. Parabéns.

-Acho que tenho que dizer o mesmo.

Ele riu.

-Achei que fosse no jantar comemorativo da Catherine.

-Não vai dar. - e olhou o relógio - Eu preciso ir, senão perderei meu vôo.

-Boa viagem. 

Ele hesitou.

-Eu posso ligar para saber da Ruby?

-Claro que sim.

-Quando eu voltar quero conversar algo com você.

Eu franzi a testa.

Conversar o que?

Seria de novo sobre a guarda de Ruby?

Eu senti um arrepio de medo. 

POV Rob

Eu estava exausto, mesmo assim a única coisa que eu pensava era que em vez de ir pra minha casa, eu queria ir pra casa da Kristen.

Estava morrendo de saudade de Ruby. Comprara várias coisas pra ela em NY.

Era incrível como eu me acostumara a passar todos os dias com ela.

E com Kristen também, tinha que admitir.

Aliás, a parte de Kristen era a mais difícil.

Ela não ficava muito ao nosso redor, mas eu podia sentir sua presença sempre por ali.

Ouvia seu riso no telefone, seus passos pela casa. Ela tinha um perfume único que era só dela que ficava impregnado nos lugares, me fazia querer ficar mais perto dela. Me fazia ficar observando-a enquanto estava com Ruby, uma mecha de seu cabelo caia na testa e meus dedos formigavam para colocá-lo atrás de sua orelha.

Ou como no dia em que em ela abrira a porta ainda de pijama e os cabelos desgrenhados, os olhos verdes pesados de sono, me fazendo imaginar como seria vê-la acordar assim todas as manhãs.

E eu pensara nela todos os dias em Nova York, irritado comigo mesmo por também sentir a sua falta.

Me fazia lembrar dos velhos tempos de Oregon, quando ela não passava de uma garota de 17 anos e eu a seguia quase obcecado, mesmo ela não pertencendo a mim de maneira alguma.

Bem, isto não tinha mudado.

Eu respirei fundo.

Isto era falta de sexo. Era isto. 

Eu não via Emma desde o dia do aniversário de Ruby. Ela viajara no dia seguinte para fazer a promoção do seu último filme e voltaria apenas poucos dias antes do Natal.

O pior era que quando eu pensava em sexo não era com Emma que eu queria estar.
Eu soltei um palavrão baixo enquanto retirava as malas do carro de Nick e entrava em casa.

Precisava parar com aquilo.

Talvez quando Emma estivesse ali, as coisas voltassem ao normal.

Ou talvez eu devesse me lembrar que o suposto ex-marido que ainda estava dormindo na mesma casa e nada de se mandar.

Ela dissera que eles não estavam mais juntos desde o acidente. E eu mesmo ouvi Michael dizendo que tinha outra, mas de alguma maneira eu ainda achava que aquela separação não ia dar em nada. Que seria como sempre fora. Eu chegaria um dia na casa de Kristen e ela diria que Michael não ia mais embora;

Eu vira demais aquele filme nos últimos 10 anos pra pensar diferente, pensei com amargura.

Mas não ia deixar que isto acontecesse com Ruby.

Michael podia ter me levado Kristen todas às vezes, mas Ruby não.

Eu coloquei as malas no quarto, tomei um banho e peguei as chaves do carro.

Havia recados de Emma no celular, mas eu ignorei.

Ela voltaria dali três dias e nós iríamos viajar para o Natal.

Isto me lembrava a conversa que teria com Kristen.

E eu sabia que não seria fácil.

POV Kristen

Rob ligara naquele dia e dissera que no começo da noite estaria de volta a LA e viria ver Ruby.

Eu detestava admitir que ficara feliz com isto.

Rob estava de volta finalmente.

Claro que ele não estava vindo me ver.

Ele vinha exclusivamente por Ruby.

Mas eu ficava feliz por isto. Ruby sentia sua falta. 

Algo engraçado e lindo acontecera há dois dias e eu mal podia esperar para contar pra Rob.

Michael, como sempre, quando eu avisara que Rob viria, dissera que ia sair
provavelmente com a tal namorada, mas eu nem perguntara, não me interessava.
A campainha tocou quando eu acabara de trocar Ruby e eu a peguei no colo.

-Quem será que chegou Ruby? Quem será? - falarei animada descendo as escadas e abrindo a porta.

E lá estava ele.

Os cabelos perfeitamente bagunçados. O sorriso mais lindo do universo.

Eu me dei ao luxo de apenas me deslumbrar por alguns segundos.

Até que Ruby se remexeu em meu colo, ansiosa, agitando os bracinhos em direção a Rob.

-Papa...

Ele parou de sorrir. 

Na verdade parecia petrificado no lugar.

-Ela falou... - ele balbuciou em choque.

Eu ri.

-Sim, ela está falando. Há dois dias achei uma revista por aí e por acaso tinha uma foto sua. - eu fiquei um pouco vermelha – E eu mostrei a ela pra ver se reconhecia e então ela apontou e disse “papa”. E acho melhor você pegá-la logo, antes que ela comece a gritar.

Ele sorriu e a retirou do meu colo.

Eu fechei a porta.

Ele estava colocando Ruby no chão e eu reparei na sacola em suas mãos.

-Ah não, mais presentes? Não pode fazer isto! Ela vai ficar mimada e insuportável. - reclamei, mas Rob apenas riu, enquanto Ruby soltava gritos de satisfação ao ver uma infinidade de bichos de pelúcia.

Eu revirei os olhos.

-Deixa pra lá! Eu vou deixar você brincando com ela...

Mas Rob se levantou e me encarou.

-Depois eu quero conversar com você.

-Ok.

Eu fiquei tensa e me afastei.

Me perguntando que raio de conversa era aquela.

Eu fiquei lendo alguns roteiros que recebera, tentando me distrair e não pensar no que Rob poderia querer conversar comigo.

Horas depois eu o ouvi subindo as escadas e passando para o quarto de Ruby, eu fui até lá e ele a estava colocando no berço, adormecida.

-Acho que ela nunca dormiu tão fácil. – murmurei sorrindo.

Ele sorriu de volta.

E de repente o espaço parecia menor.

Eu mordi os lábios nervosamente.

-Vamos descer.

Ele me acompanhou e eu fiz um chá.

-Bom, o que quer conversar comigo? - indaguei sentando a sua frente na mesa.

-Eu vou viajar no Natal. Para Londres...

-Sei. – um alerta soou na minha cabeça. Antes mesmo dele falar, eu já desconfiava do que se tratava.

-E eu quero levar a Ruby.

-Nem pensar. – respondi rápido.

Ele estava delirando se achava que eu ia concordar em deixá-lo levar minha filha pra Londres.

-Kristen, eu quero que a Ruby veja minha família.

-Sua família sabe?

-Claro que sim. Eu contei pra eles assim que fiquei sabendo. 

-Eles devem me odiar... devem odiar Ruby.

-Não seja ridícula. Claro que ficaram chocados e sim, ficaram com raiva de você também, mas de quem é a culpa?

Eu mordi os lábios com força sabendo que ele tinha razão.

-Mas já passou. Agora estão loucos para ver Ruby.

-Eles que venham pra cá então.

-Não seja egoísta.

-Não estou sento egoísta.

-Está sendo egoísta como sempre foi! 

-Só porque não quero deixar você levar a minha filha pro outro lado do mundo?

-É minha filha também.

-Isto não de dá o direito...

-Vamos falar de direitos agora? Quer mesmo que levemos isto a um caso oficial Kristen?

Eu empalideci.

-Não faria isto.

-Se você me obrigar sim. Eu concordei com seus termos até agora. Eu sempre vi Ruby na sua frente, na sua casa. Eu tenho direito de viajar com ela, de levá-la pra conhecer minha família. Que é a família dela também!

-Você quer que eu passe o Natal sem da minha filha!

-Eu passei um ano inteiro longe dela, o que me diz isto? Acha que não tenho o direito de passa uns dias com ela? Você a tem o tempo inteiro e eu não tenho nada!

-Isto não é justo.

-E foi muito justo o que você fez?

-Vai ficar me jogando isto na cara pra sempre?

-É a vontade que eu tenho Kristen, quando eu peço apenas para passar um feriado com a minha filha que você escondeu de mim durante um ano inteiro e você se recusa.

Deus, eu sabia que ele tinha razão, mas como concordar com aquilo?

Com Ruby voando pra outro lado do oceano, sem mim, por dias.

-Ela é apenas uma bebê ainda.

-Ela é minha filha e eu cuidarei bem dela, se isto te preocupa.

Eu sabia que ele estava sendo sincero. Eu o via com Ruby. Ela já estava totalmente acostumada com ele. 

Mas mesmo assim.

Então eu me dei conta do que me incomodava mais.

-Você vai viajar com a Emma não vai?

-Sim, ela vai comigo. Não vai dizer que isto é problema pra você.

-Não, não é! Mas é difícil esquecer que ela não demonstrou muita paciência com Ruby.
-Era a primeira vez que lidávamos com aquela situação, dá um desconto Kristen, e quem tem a responsabilidade com Ruby sou eu.

-Mas ela estará com você.

-Sim, ela é minha noiva, faz parte da minha vida e fará parte da vida de Emma. E você não tem direito nenhum de achar ruim, porque tem o Michael aqui na sua casa o tempo inteiro, posando de marido feliz e pai da minha filha.

-Estava demorando pra colocar o Michael no meio.

-Você podia parar de implicar com a Emma.

-Não estou implicando! É a minha filha que você quer levar, eu tenho que me preocupar.
-É nossa filha, Kristen. E serão apenas alguns dias. Ela estará comigo, em segurança. Eu tenho este direito.

Eu respirei fundo. Como sair daquela situação?

Como eu podia impedi-lo de levar Ruby?

Se pelo menos a tal Emma não existisse... mas ela existia e Rob tinha razão
Emma fazia parte da vida dele e quer eu gostasse ou não faria parte da vida de Ruby.

Então era melhor eu me acostumar com isto.

-Ok, eu vou pensar. - falei por fim.

-Kristen, eu não quero ter que brigar com você toda vez por causa de Ruby.

-Nem eu quero.

-Então seja sensata.

Ele se levantou.

Eu o acompanhei até a porta.

Antes de sair ele me fitou.

-A Ruby vai pra Londres comigo Kristen, você concordando ou não.

-Está sendo cruel. Está querendo me punir não é? - murmurei com um nó na garganta, assustada com sua frieza.

-Não. Eu apenas quero ter o direito a ficar com a minha filha. 

-É minha filha também.

-É por isto que eu estou falando de alguns dias e não algo definitivo.

Eu tremi por dentro apenas com esta possibilidade.

-Tchau, Kristen.

Naquela noite eu não dormi.

Ruby, talvez sentido a minha tensão, acordou chorando logo que Rob partiu.

Eu a peguei no colo e a levei para minha cama, a abraçando até que dormisse.

Passei a mão pelos cabelos loiros, me perguntando se um dia ela saberia do que eu tinha feito e se me perdoaria.

Porque Rob nunca iria perdoar. 

Suspirei pesadamente, o que eu fizera no passado não podia ser mudado
mas eu ainda podia tentar ao menos concertar as coisas.

Mesmo que isto doesse mais em mim do que qualquer outra coisa na vida.

POV Rob

Eu estava preocupado.

Tudo bem que eu sabia desde o começo que Kristen não ia gosta da idéia de levar Ruby pra Londres. Mas agora eu me preocupava se ela não iria mesmo concordar.

Eu não estava a fim de brigar, sinceramente.

Era desgastante viver em pé de guerra com Kristen. Mas parece que quando estávamos juntos não fazíamos outra coisa a não ser brigar. Isto tirando as transas esporádicas, pensei sombrio.

Eu devia ter sido mais cuidadoso para falar com ela. Não ameaçá-la.

Droga, ela era mãe de Ruby, óbvio que iria ficar preocupada em se separar dela.

E o pior era que uma parte de mim se sentia culpado por isto, por estar separando-as, mas o que eu podia fazer? Era minha família. E Ruby também era minha família agora.

Não, eu não deveria me sentir mal por Kristen. Ela escondera a verdade sobre Ruby e provavelmente eu estaria até hoje sem saber se não tivesse escutado aquela conversa na Premiere.

E Ruby passaria o Natal com Michael.

Não, este ano isto não ia acontecer.

Ruby iria para Londres comigo.

E Emma.

Pensar em Emma me fez lembrar que eu precisava ligar pra ela.

Peguei o celular e disquei.

Ela atendeu animada.

-Está acabando! Ufa, estou tão cansada. Mas em três dias estarei de volta.

-Três dias? Nós vamos pra Londres dia 24 de manhã, Emma – a alertei, afinal isto queria dizer que ela chegaria dia 23.

-Vai dar tempo! Nem desfarei as malas. Nossa, e os presentes da sua família? Precisamos comprar! Na sexta à noite nós iremos, tudo bem?

-Como quiser.

-Ah estou tão excitada! Primeiro Natal nosso juntos! E você vai adorar meus amigos que estarão lá.

Eu fiz uma careta.

Emma tinha alguns amigos que passariam o Natal em Londres e ela estava animada pra que eu os conhecesse.

Eu não estava tão animado assim. Na verdade pretendia despistar Emma e estes amigos para ficar com os meus próprios amigos.

Não que eu estivesse livre por aí, eu estaria com Ruby.

-E Emma, a Ruby irá conosco pra Londres.

-O que?

-Isto que você ouviu.

-Você ficou louco? E a mãe dela? Duvido que vá permitir isto!

-Da Kristen cuido eu. Apenas vai se acostumando com a idéia.

-Está dando indireta? 

-Entenda como quiser. 

-Tudo bem. Eu só estou duvidando muito que a Kristen vá deixar.

-Ela vai sim. Então até daqui três dias.

-Até. Eu te amo!

-Tchau Emma.

Eu desliguei e o telefone tocou em seguida.

-Oi Rob.

Eu reconheci a voz de Kristen.

-Oi.

-Eu pensei... sobre o que pediu e... tudo bem. Eu concordo. Pode levar Ruby pra Londres com você.

Eu pensei que ficaria feliz.

Mas eu me senti culpado. Que inferno.

-Vai ficar tudo bem Kristen. Eu e minha família cuidaremos dela.

-Eu sei. Por isto que estou concordando com isto.

-Certo. Eu irei até aí hoje e podemos conversar sobre isso.

-Sim, se prepare que tenho milhões de instruções.

Eu ri e desliguei.

Liguei para meus pais para confirmar.

-Mas que maravilha! – meu pai falou e chamou minha mãe - Claire é o Rob, a nossa neta virá passar o Natal conosco.

Quase podia ouvir minha mãe correndo para pegar o telefone.

-Quando você chegam?

-Dia 24 à noite.

-Precisamos ir às compras...

-Mãe não exagera. Ruby já tem muita coisa.

-Eu exagero sim. Estou devendo um ano de presentes! 

-Eu sei.

-E a Kristen? Ela concordou com isto?

-Ela teria que concordar de qualquer jeito. Eu sou o pai.

-Mas ela é a mãe Rob e pra uma mãe não tem coisa pior do que se separar de um filho, mesmo sendo poucos dias. Espero que tenha a tranqüilizado de que cuidaremos muito bem da Ruby.

 -Sim eu falei. 

-Que bom. Mas devia tê-la convidado pra vir também.

Eu ri.

Sim, eu havia pensado nisto. Era uma opção.

Mas desconfiei que Emma e Kristen na mesma equação não daria muito certo.

-Ela não aceitaria mãe, de qualquer jeito. E eu estarei com a Emma, acho que não seria uma situação muito confortável.

-Mas as duas terão que conviver não é? Se vai mesmo casar com esta moça...

Minha mãe ainda não conhecia Emma e acho que ela desconfiava se eu ia mesmo levar aquela história de casamento adiante.

-Aquela moça chama-se Emma mãe. E espero que goste dela.

-Se você gosta, eu gostarei. Mas eu estou ansiosa mesmo com a minha neta. Que bom que ela virá. Então estamos esperando. 

-Tchau mãe.

Eu desliguei e fui pegar minha jaqueta, iria à casa de Kristen.

Ela abriu a porta pra mim e a primeira coisa que eu reparei era que estava abatida e com olheiras. Como se pouco tivesse dormido.

A culpa ameaçou me tragar de novo. Eu resisti com o que sempre me fazia voltar à realidade,

-Michael está com você? Ele sempre parece desaparecer quando estou aqui.

Eu achei que ela fosse retrucar minha ironia, como sempre. Mas apenas deu de ombro.

-Ele tem a própria vida. Entra; Ruby está na sala.

Ruby estava ocupada em andar enganchada nos móveis que via pela frente e soltou um gritinho ao me ver.

-Papa.

Eu sorri, derretido, e a peguei, abraçando-a e fazendo cócegas na sua barriga.

-Sua mãe contou que iremos pra Londres?

Mas ela não estava se importando muito e se debateu para ir pro chão, voltando a sua odisséia de chegar a algum lugar pelos móveis.

Eu procurei Kristen com o olhar e ela tinha desaparecido.

Fiquei com vontade de ir atrás dela.

De tranqüilizá-la em relação à viagem, mas fiquei ali com Ruby.

Depois de um tempo, Kristen apareceu e pegou Ruby para comer.

Eu as acompanhei e fiquei olhando enquanto Kristen a alimentava.

Ela era extremamente carinhosa com Ruby, mas firme. E Ruby a adorava. 

Reparei que ela tinha a mesma mania de Kristen de morder os lábios e sorri.

Elas eram perfeitas juntas.

Eu poderia ficar o dia inteiro olhando para as duas.

Mas eu tinha que ir embora.

-Kristen, eu preciso ir.

-Tudo bem. Vou apenas por Ruby na cama, ela está quase dormindo e volto para conversarmos.

-Certo.

Ela pegou Ruby e voltou minutos depois.

Eu estava na sala e olhava as fotos no aparador. Muitas de Ruby, em diferentes estágios de sua vida.

Algumas com Kristen. Senti aquela velha dor da perda. Eu perdi tanto tempo da vida dela.

Era dolorido pensar nisto.

Me detive numa foto de Kristen grávida. Peguei-a.

Ela estava linda, sorrindo pra câmera. 

Eu também a havia perdido grávida.

-Voltei.
Eu ouvia sua voz e me virei, colocando a foto no aparador novamente.

-Obrigada por ter concordado Kristen. – comecei – Meus pais estão radiantes.

Ela sorriu meio tristemente.

-Fico feliz. Eu vou fazer as malas dela com tudo o que precisa e farei uma lista pra você, acho que facilitará as coisas e se tiver qualquer duvida, pode me ligar.

-Só isto de instrução? Achei que teria que assinar algum contrato com sangue.

-Trata-se de confiar, não é? Ela é tão sua quanto minha. Tenho certeza que ela estará segura.

-Bom, se isto é tudo da sua lista; Eu preciso ir.

-Espera. Tenho algo pra você.

Ela foi até uma gaveta e tirou um envelope.

-Acho que pode encarar como um presente de Natal antecipado. - falou com um riso nervoso.

Presente? Por esta eu não esperava.

Eu peguei o envelope curioso e o abri.

Havia uma certidão de nascimento ali.

De Ruby Stewart-Pattinson. 

Kristen havia a registrado como minha filha.

Eu a fitei sem palavras.

-Acho que já era hora não é? Espero que um dia me perdoe por ter demorado tanto pra isto.

Sua voz engasgou um pouco e eu não pude falar nada.

Porque provavelmente minha voz também estaria falha.

Ela deu de ombros, mexendo nos cabelos nervosamente.

-Enfim, ia precisar disto pra viajar não é? Já aproveitei e aí esta minha autorização também.

Eu respirei fundo.

-Obrigada, Kris. – falei – Isto significa muito.

-Eu sei. – ela murmurou – Apenas cuide dela e a proteja. É só o que eu peço.

-Não precisa pedir. Ruby é minha vida agora.

Ela sacudiu a cabeça afirmativamente.

-Então eu a levarei dia 24 de manhã na sua casa, combinado?

-Combinado.

Continua...

Tomara que corra tudo bem nessa viagem. Acho que ela tomou a decisão correta, apesar de difícil. E que lindo ela ter registrado a Ruby com o sobrenome dos dois. Imagino a emoção do Rob ao ver isso. Amanhã tem mais. Beijos.