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Sunday, December 11, 2011

FANFIC - FINDING HAPPINESS - CAPÍTULO 3


Bom dia gente! No capítulo de hoje Kris decide ir ao Pub ver o  Rob tocar e conhecem seus amigos...

Título: Finding Happiness
Autora(o): Belitta
Shipper: Robsten
Gênero: Romance/Drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Sexo; Violência

Finding Happiness
By Belitta

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"


CAPÍTULO 3

Coloquei meus fones em meu ouvido e perdi a noção do tempo escutando Muse.
Eu nem mesmo havia pegado no livro ou nas minhas anotações para estudar para o teste de hoje, mas eu sabia toda a matéria. Não ter amigos contribuía para que eu não tivesse com quem conversar, não tendo assim quem me atrapalhar nas aulas.
Escutei ao longe alguns alunos caminhando e percebi que era minha deixa para ir pra sala, apaguei o cigarro no meu tênis e guardei a carteira novamente no bolso, buscando e pendurando minha bolsa em meu ombro saindo da cabine.
Passei por todos os imensos corredores até chegar ao refeitório onde comprei uma coca e uma barra de cereais pra mim, eu tinha esquecido de tomar café da manhã em casa.
Me sentei em uma das mesas afastadas e quando eu menos esperei a cadeira em minha frente foi afastada e aquele idiota britânico se sentava ali me encarando com aquele sorriso no rosto.
– Bom dia.
– Humpf. - ele riu do meu mau humor.
– É sempre assim quando acorda? – perguntou divertido bebendo da sua própria latinha de suco.
– Apenas quando sou incomodada.
– Sério? – revirei os olhos quando ele riu de novo. – Não me leve a mal, mas é que te vi aqui e pensei que estava precisando de companhia, mas se quiser posso ir embora.
Bufei irritada e ele riu baixo se levantando.
Arregalei os olhos.
– Não. Não precisa ir... pode ficar aqui. – ele sorriu de novo e se sentou.
Ficamos em silêncio durante algum tempo apenas tomando nossas latinhas, de vez em quando eu pegava seus olhos de cor indefinida me fitando, me olhando como se pudesse me enxergar por dentro e por mais que aquilo me incomodasse às vezes, não conseguia desviar o olhar. E continuava encarando-o da mesma forma.
– E então você vai? – ele disse me deixando confusa por um momento, desviei meus olhos dos seus quando percebi que ainda estava olhando-os deslumbrada.
– O que?
– Alguns estudantes do terceiro ano estão dando uma festa na semana que vem. Você não vai?
– Não sou muito chegada a festas.
– Nem eu. Mas parece que vai ser legal. Devia ir.
– Pode ser. – dei de ombros. – Hoje à noite você toca não é? – o sorriso dele brilhou mais que antes pra mim.
– Sim, eu toco hoje.
– Huum... – respondi incerta do que falar, mordendo meu lábio inferior.
– Você vai no pub? – olhei pra ele rápido me perguntando por que era a segunda vez que ele me falava aquilo.
– Eu não sei. – respondi sincera apesar de estar querendo ir...
Ele abriu a boca pra me responder, mas uma garota loira abanou a mão na direção dele e como ela chamava a atenção, nós desviamos o olhar ao vê-la. Ele acenou com a cabeça pra ela discretamente sem dar muita atenção, ela não gostou muito disso, principalmente depois quando ele voltou o rosto pra mim.
– Então... nos vemos a noite, se você for é claro. – ele sorriu novamente e eu sorri de volta, um tanto quanto deslumbrada.
Deus, há quanto tempo eu não sorria? Quero dizer espontaneamente.
– Claro... se eu for... – mordi os lábios de novo vendo que ele desviava os olhos dos meus e que eles caiam direto pro meu lábio maltratado, mas logo ele desviou e sorriu antes de se despedir e se levantar.
Dois segundos depois vi a moça loira ir atrás, por onde ele havia saído.
Eu não devia me sentir estranha, devia?
Não, não devia, até por que você nem sabe o motivo de se sentir estranha com isso Kristen. - Eu disse a mim mesma. Bufei irritada me levantando e saindo do refeitório da universidade caminhando pelos corredores até chegar a minha sala.
O teste como eu previra era fácil, até mais fácil que eu imaginava. Fui a primeira a acabar e saí da sala com antecedência o que foi uma sorte por que eu estava louca pra ir pra casa, ou então eu podia ir até a biblioteca e ver na cabine...
Argh. Idiota.
Prendi minha bolsa mais forte nos ombros chegando do lado de fora da Universidade e esperando um táxi que não demorou a chegar.
Como havia chegado mais cedo aproveitei pra dar uma geral no apartamento, ele não era grande nem nada, mas era pra lá de confortável e bonito. Eu não tinha fotos minhas espalhadas por ali, pelo contrário, eu não gostava de fotografias, era a mesma coisa que um espelho.
Ajeitei minhas roupas velhas no meu guarda-roupa e lavei o resto que estava na área de limpeza, limpei meu banheiro e voltei pra sala, tirando o pó dos móveis, eu adorava fazer as tarefas de casa e morar sozinha era uma benção.
A tarde foi chegando e eu ficando com fome, coloquei um leite no microondas e peguei alguns cookies de mel no armário, me sentei no sofá e liguei minha TV novamente na MTV.
Os clipes começaram a ficar chatos ou com músicas horríveis, mudei de canal colocando em Friends o que foi ótimo, me deu um bom humor razoável para um fim de tarde.
Tomei um banho e voltei pra cozinha, olhei em meus armários e a garrafa de vodka praticamente me chamou, eu bebi uns bons goles antes de me decidir se iria ou não na droga do Pub dali a pouco.
Bufei irritada passando a mão no cabelo com uma parte de mim – a maior – que queria ir, e a outra dizendo pra eu ter cuidado.
Mas cuidado com o quê? Eu não tinha motivos pra ficar em casa em uma sexta à noite, não se eu quisesse esquecer meu passado. Respirei fundo e ouvi meu telefone tocar, soube que era meu irmão pelo toque personalizado.
– Oi Tay.
– Kris, ainda bem que você atendeu. – franzi um cenho bebendo mais um gole de vodka.
– Eu sempre te atendo. – ele riu.
– Eu sei... a mãe me ligou... não vai telefonar pra ela?
– Sabe que não vou fazer isso.
– Pode me dizer por quê? – eu bufei de novo, Taylor era a única pessoa que sabia de tudo que tinha acontecido comigo, mas ele não sabia o motivo de eu não voltar pra Miami.
– Taylor, eu só não quero ok? Não preciso conversar com ninguém...
– Eu sei Kris... apenas fique bem ok? Sabe que pode me ligar não sabe?
– Sei, obrigada Tay. De verdade.
– Boa noite irmãzinha.
– Boa noite Tay.
Desliguei o aparelho e olhei por todo meu apartamento antes de me decidir ir ao pub.
Troquei-me rápido colocando meu jeans e meu All Star branco com uma blusa também branca e uma jaqueta por cima de tudo. Peguei meu celular e as chaves do apartamento, trancando a porta e descendo as escadas depressa.
O porteiro deve ter arregalados os olhos ao me ver sair de casa, eu nunca saí antes. Sorri internamente.
Peguei um táxi e ele seguiu para o endereço do Pub me olhando com cara feia quando acendi um cigarro dentro do carro.
Qual o problema que eles têm com cigarros afinal?
Quase rolei os olhos pra ele.
Chegamos ao pub em menos de cinco minutos, era perto, mas que fiquei receosa de vir a pé e sozinha.
Entrei no lugar já vendo muita gente por ali, o lugar estava cheio e fui direto pro bar, pedi uma vodka pura enquanto acendia outro cigarro.
– Então você veio. – eu quase dei um pulo ao sentir a voz rouca com aquele sotaque inglês perto demais de mim, senti minha respiração se acelerar e tentei controlar meu pulso.
– Haam, hey... pois é... – ele riu da minha falta de jeito.
– Não vai ficar aqui sozinha vai?
– Ah, eu não conheço ninguém por aqui e também não devo demorar... – mordi os lábios de novo para vê-lo fazer o mesmo.
– Isso não é problema... posso te apresentar meus amigos... – ele apontou pra trás dele, vi dois caras lá, eles não me pareciam ser ruins, mas minha razão gritou antes que eu pudesse dar alguma resposta incoerente.
– Hmm, pode ser.
Essa era a maldita resposta incoerente. Onde estava minha razão?
Meu coração começou a disparar no peito com o medo quando nos aproximamos.
Robert colocou sua mão direita em minhas costas e eu tremi, sentindo o lugar onde ele tocava queimar, mesmo por cima da blusa.
Que diabos era aquilo? Eu não devia estar saindo correndo dali?
– Hey... pára de beber um segundo Tom. – disse Robert tirando uma caneca de cerveja das mãos do cara que era o Tom e ele se voltou contra Robert.
– Hey, isso é meu. – Robert riu devolvendo a caneca à mesa.
– Quero apresentar a vocês... esta é Kristen. – mordi meus lábios, por que eles me olhavam com cara de espanto e olhos arregalados.
– Rob? É você mesmo? – um outro cara perguntou, eu não sabia o por que daquilo, mas me senti estranha, Robert rolou os olhos e no próximo minuto Tom veio até mim me abraçando.
– Sou Tom, sente aqui Kris.
– Kris? – Robert estava divertido.
– Qual o problema em chamá-la de Kris, Robert? – ele perguntou pelo que me pareceu ser cínico.
– Nenhum eu acho, tem algum problema? – ele me perguntou sorrindo.
– Não, não... tem nenhum problema. – mordi os lábios.
– Ótimo. – Tom me sorriu e eu tentei retribui. – Então senta Kris. – assenti com a cabeça e logo depois Rob se sentou ao meu lado.
– Quer cerveja? – o outro cara me perguntou. – E ah, sou Sam. – eu sorri de novo apesar de ainda estar estranha.
– Olá. E sim, eu aceito a cerveja.
– Então Kris, faz o quê na faculdade? – Tom me perguntou e vi Robert revirando os olhos pelo tom de bêbado que estava em sua voz.
– Estudante de matemática.
– Uaau, inteligente uh?! – eu fiquei sem graça com o elogio e Robert me sorriu.
– E mal humorada. – ele disse rindo me fazendo revirar os olhos.
– Não sou mal humorada. – me defendi aceitando a cerveja que Sam me passava do garçom, eu não iria beber nada que ninguém me desse, se tinha uma coisa que eu aprendi em minha vida era nunca aceitar a bebida dos outros, você nunca sabe o que colocaram nela.
– Eu nunca te vi no campus. – Sam falou pra mim, me olhando e me deixando desconfortável, mas era apenas pelo olhar, por que a companhia deles era legal.
– Ah não, eu não moro no campus...
Eu ia terminar de falar, mas alguém no palco chamou por Robert e eu entendi que era a vez dele de tocar, ele me olhou como se não quisesse me deixar ali sozinha, mesmo estando com seus amigos, devia ser por que ele sabia que eu não era tão bem humorada.
– Já volto. – ele disse pra mim antes de sair fazendo Tom e Sam cerrarem os olhos pra ele como se não entendessem aquilo e pra falar a verdade, nem eu entendia. Apenas assenti com a cabeça mesmo sabendo que ele não estava vendo agora.
– Então... você não tem nenhuma amiga pra me apresentar Kris? – Tom perguntou divertido e eu pude rir. Pela primeira vez em tanto tempo eu pude rir.
– Deixa só a Dakota te ouvir falando isso. – Sam comentou rindo da cara de indignação que ele fez.
– Nem fala uma coisa dessas nem brincando cara, ela me mata.
Eu não sabia quem era Dakota, mas parecia namorada de Tom ou algo assim.
Continuei ali, bebendo minha cereja e conversando com eles de um jeito até animado pra mim, que nunca tinha saído do meu apartamento, a não ser pra comprar bebidas.
Tom e Sam eram mais agradáveis do que eu tinha imaginado, eles eram engraçados e me tratavam como se eu fosse amiga deles de infância o que era ótimo, por que eu não me senti excluída nem deixada de lado, em algum momento antes de Robert começar a tocar Sam saiu do bar dizendo que iria fumar lá fora, e em menos de 4 minutos ele conversava com uma ruiva no outro extremo do bar, fazendo Tom rir do jeito tímido que ele conseguia chegar numa garota.
Robert pegou no violão e no segundo seguinte nossos olhos se encontraram, um sorriso se formava em seu rosto por um motivo que eu não sabia, mas ele continuou sorrindo enquanto nossos olhares não se desviavam.
Sua voz rouca e com o sotaque inconfundível começou a cantar, a melodia bonita com a voz aveludada, ele cantava bem e tocava também, as mãos grandes e o modo como ele pegava no violão era profissional.
– Ele toca há quanto tempo? – perguntei baixo a Tom que sorriu pra mim.
– Há muito tempo. – ele riu.
– Ele toca bem. – ele não me respondeu apenas sorriu voltando seu olhar para Sam e a garota ruiva.
Segundo ele, Sam acabaria deixando a garota escapar e Tom teria que ir até lá para ajudar o amigo de alguma forma, empurrando-o para uma grade de segurança e forçando-o a ir até a garota de novo.
Ele tocou por muito tempo, finalizando com Use Somebody, do King of Leons.
– Hey Tom! – me virei para ver a moça loira atrás de mim olhando pra Tom e ele passando a mão no cabelo, olhando pra mim e depois pra Robert antes de olhar finalmente pra garota.
– Hey Nina.
– Ainda bem que encontrei você, eu não tinha lugar pra sentar. – ela deu mais alguns passos se sentando ao lado de Tom e sorrindo pra ele. – Onde está o Sam?
– Haam, deve estar por aí... – Por que Tom estava tão desconfortável? E por que eu, também estava?
Olhei por trás dela vendo Robert se aproximar, eles eram alguma coisa um do outro ou algo assim?
Pra que eu queria saber afinal?
Bufei baixo e começando a ficar seriamente irritada.
– E então? – ouvi a voz de Robert do meu lado enquanto ele se sentava, me virei pra ele para encontrá-lo sorrindo.
Novidade...
– Você toca bem e canta também. – eu nunca tinha elogiado uma pessoa antes tão sinceramente. E pra minha surpresa ele ficara sem graça com o elogio, eu quase ri por isso.
– Oi Rob! – ele se virou não parecendo muito em feliz em desviar nossos olhares.
– Olá Nina. – ele voltou o olhar pro meu, voltando a sorrir. – Que fumar lá fora?
– Ah... hmm claro. – o que eu estava fazendo? Eu não precisava de inimigos e pelo olhar da tal Nina era isso que eu era pra ela agora. Não que eu me importasse de qualquer forma.
Ela travou o maxilar tão forte que eu quase escutei seus dentes batendo.
Dei um último gole na minha cerveja quando Robert se levantou, ele me esperou e abriu a porta do pub pra eu passar primeiro.
– Obrigada. – ele riu pra minha surpresa novamente. Ou não.
– Está me agradecendo uh? – revirei os olhos.
– Você mereceu minha ingratidão. – disse me referindo ao dia que ele esbarrou em mim com seu café da Starbucks.
– Ok, culpado. – ele levantou as mãos como se fosse inocente. Me fazendo sorrir de leve. Robert pegou seu maço no bolso do jeans me fazendo reparar pela primeira vez em seu corpo.
Ele usava uma blusa vermelha de frio com as mangas enroladas até o cotovelo, jeans, e calçava chuteiras o que me fez rir internamente.
Ele era bonito. Na verdade ele era muito bonito.
Não era surpresa que a tal de Nina se interessasse por ele, se é que eles já não tiveram algo. Mordi minha bochecha segurando minha língua pra não falar.
– Toma. – ele me ofereceu o cigarro dele, eu tinha trazido o meu é claro, mas eu queria sentir o gosto de canela de novo.
– Obrigada. – ele riu.
– Parece que estamos evoluindo. – ele encostou-se à parede na lateral da rua do pub e eu fiz o mesmo enquanto tragava o cigarro e sentia a fumaça preencher meus pulmões, fechando os olhos antes de soltá-la.
Ficamos um tempo em silêncio, mas não era incomodo como fora na biblioteca há dois dias, era confortável, tranqüilizador. Era bom, assim como o cigarro dele.
– Você mora no campus? – perguntei de repente me lembrando da pergunta de Tom pra mim lá dentro.
– Sim, divido o dormitório com Tom.
– Ele tem um sotaque diferente também.
– Ele é inglês, se matriculou aqui por diversão, faz relações internacionais. Nos conhecemos desde que me entendo por gente. – ele respondeu sorrindo pra mim e soltando a fumaça devagar pela boca.
– Ah sim, por que diversão? – ele deu de ombros.
– A família dele tem muita grana e seus pais não são o que podemos chamar de exemplos. Na verdade Tom morou mais na minha casa que na dele própria. – ele riu de novo e eu sorri ouvindo seu riso.
Traguei de novo o cigarro quando ouvimos a porta se abrir e passos rápidos andando e se aproximando de onde estávamos.
Olhamos pro lado ao mesmo tempo desconectando nossa troca de olhares.
– Olá. – era a Nina de novo, eu quase suspirei alto, mas desvie o olhar os focando na rua em minha frente, Robert não me pareceu muito contente com sua aparição surpresa. – Será que podemos conversar Rob?
– Não. – ele respondeu apenas voltando o olhar pra mim. Nina pareceu ter se irritado ainda mais. E eu já estava perdendo a paciência com aquela merda toda.
Apesar de não saber por que.                      
– Nina, vamos lá pra dentro, Sam queria conversar com você, tem tempo que não se falam. – Tom surgiu do nada segurando o braço de Nina e enviando um olhar de desculpas a Robert, ela acabou indo com ele sem desviar os olhos de mim e de Robert.
– Sinto muito por isso, eu acho. – ele disse pra mim voltando a tragar seu cigarro e ligar nossos olhares, eu desviei depois de dois segundos encarando a cor indefinida.
Eu não respondi, não sabia o que falar. Ele sentia muito pelo o quê afinal?
Então me veio uma pergunta em mente.
– Aquelas músicas? Não tinha escutado antes? São suas não são?
– São tão ruins assim? – ele disse divertido.
– Não, pelo contrário, são muito boas. – eu disse confiante e sincera.
– Obrigado, eu acho. – disse rindo baixo e eu fiquei com vontade de rir também.
Nossos olhos se encontraram de novo e mais uma vez se prenderam, nós dois encostados naquela parede fria em uma noite de Los Angeles.
Os olhos de cor indefinida passaram a ser mais claros pra mim, era como se eu pudesse enxergá-los de verdade a partir de agora.
 E eles não eram mais indefinidos.
Eram de um verde azulado como um oceano e era tão claro como um nascer do sol.
Ele era mais lindo do que eu pensava.
Senti que ele se aproximava; não que ele fizesse algum movimento com o corpo, mas talvez o fato de seus olhos terem caído por um milésimo de segundo para minha boca fez com que eu achasse que ele estava mais perto.
E nosso contato visual se rompeu pelo barulho de um telefone.
De um maldito telefone.
Franzi a testa pra mim mesmo, me achando uma idiota. O que eu estava pensando?
Eu estava enlouquecendo. Só podia estar.
– Alô?! – ele atendeu parecendo estar com raiva, suas mãos passaram pelos fios de areia de seu cabelo em um gesto irritado. Eu voltei a tragar cigarro que já estava no fim. – Eu não sei ainda Lizzy, serão os últimos dias de estágio antes das férias e não sei quando voltarei à Londres. – ele parou escutando a Lizzy do outro lado da linha. – Diga a ela que estou bem. – ele colocou o cigarro na boca antes de jogar o resto fora, pisando com o pé, seus olhos caíram sobre mim, mas eu desviei. – Boa noite Lizzy, eu também.
Ele desligou o telefone guardando-o no bolso, e me ofereceu outro cigarro que eu rejeitei, oferecendo a ele do meu de menta agora. Ele sorriu aceitando e nos encostamos novamente à parede.
– Já faz estágio. – eu disse afirmando.
– Sim, me formo do fim do ano, preciso disso pra passar no próximo semestre.
– Eu só me formo daqui a dois anos.
– Dois? Achei que estava na escola desde o ano passado...
– E estou, mas eu faço apenas licenciatura, para dar aulas... e são só de três anos. Já completei o primeiro e termino o segundo esse ano, só faltará o terceiro, no ano que vem. – expliquei pra ele.
– Achei que gostasse da matemática.
– Não é ruim, mais ainda não é o que quero fazer.
– E o que quer fazer?
– Assistência social eu acho. – disse percebendo que ele sabia mais da minha vida em alguns dias do que minha mãe sabia de mim em seis anos. Aquilo teve um efeito diferente sobre mim. Mas que não era desagradável. Não muito pelo menos.
– Isso é bem legal.
– Acho que sim. – eu ri baixo fazendo seus olhos se voltarem pra mim instantaneamente, seus lábios se curvaram em um sorriso de ternura... e fascinação?
Louca. Minha mente gritou.
Neguei com a cabeça discretamente e rápido, tentando tirar aqueles pensamentos da minha mente.
– Quer voltar lá pra dentro? Acho que o cigarro acabou... – ele riu pra depois jogar o que restava de seu cigarro fora, eu fiz o mesmo tragando o meu de menta pela última vez.
Entramos e sentamos com os garotos de novo, Sam conversava com a Nina e Tom pedia claramente desculpas a Robert pelo olhar, o mesmo revirou os olhos se sentando ao meu lado.
Os olhos de Nina se perderam da conversa com Sam e passaram a me encarar, me deixando um pouco desconfortável. Mas fingi que não me importava.
Eu engatei uma conversa com Robert e Tom, e Sam pareceu desistir de Nina e entrou também, ela já ficava apenas observando, ainda não sabia o por que dela estar ali...
– Olha lá Tom... – Sam bateu em seu ombro rindo e nos viramos na mesma hora para a entrada do bar, onde uma moça de pele branca e cabelo preto entrava. Tom praticamente se escondeu em baixo da mesa. Fazendo todo mundo rir.
– Não fala meu nome alto porra.
– Ahh qual é Tom, ela não deve ser tão ruim...
– A Camilla é uma chata Robert e não fala meu nome alto merda. – aquilo só fez Robert rir ainda mais sendo seguido por mim logo depois.
– Ela é bonita. – Nina falou de repente.
– Ugh, é a única coisa que ela tem. – ele riu e voltou a se sentar direito na mesa quando ela entrou para o bar.
Num momento de vislumbre olhei  relógio de pulso de Robert e arregalei os olhos vendo que já eram mais de uma da manhã. Eu não tinha horário pra chegar em casa, mas já estava querendo ir embora, Nina ainda estava me incomodando.
Bebi outro gole da cerveja e me aproximei de Robert.
– Eu já vou indo. – eu disse e ele se virou pra mim, o que foi uma péssima idéia já que seu rosto estava perto demais do meu agora, eu tentava de novo controlar meu pulso.
– Já? Por quê?
– Eu quero ir. – me afastei enquanto ainda tinha sanidade e me levantei. – Já vou indo. – disse sorrindo para os garotos que se levantaram e me abraçaram, eu retribui mesmo surpresa e me sentindo estranha com tanto contato.
– Eu te levo. – Robert se levantou.
– É isso aí garoto. – Tom deu um tapa em suas costas voltando a beber. Robert riu me guiando pra fora.
– Mas Robert... eu achei que você pudesse me levar... - Nina mordeu os lábios. Era impressão minha ou ela estava tentando seduzir alguém?
– Eu não posso Nina, peça pra Sam ou Tom. – ele se virou novamente pra mim colocando sua mão em minhas costas até que estivéssemos do lado de fora do bar.
– Haam, você não precisa fazer isso, eu não tenho problemas em andar sozinha. – mentira.
– Eu quero te levar. – mordi os lábios sem saber o que dizer.
– A Nina, ela não pareceu gostar... muito dessa idéia.
– Quem se importa? – ele riu pra mim e de repente foi inevitável não fazer o mesmo. – Você tem um sorriso bonito, devia fazer isso mais vezes.
– Isso o quê? – disse ignorando a parte do ‘’bonito’’.
– Sorrir, você às vezes é... um pouco distante...
– Então não sou mais mal humorada? – perguntei divertida.
– Acho que os dois então. – ele riu baixo colocando as duas mãos dentro do bolso da calça jeans e continuamos a caminhar. – Vai ficar por aqui no feriado de 4 de julho? – por que ele estava me perguntando aquilo? Ainda estávamos na metade de junho...
– Ham, sim, provavelmente sim... não tenho pra onde ir...
– Ah sim... sua família?
– Miami. – respondi em seco e indiferente, não que eu não gostasse da minha mãe, mas tinha meus motivos pra ficar longe de lá e longe dela. – Vai pra Londres? – perguntei.
– Eu não sei ainda, mais é bem provável que sim... tem algum tempo que não vejo minha família. – ele disse dando de ombros me fazendo perceber que ele era um cara ligado a isso; a família.
E eu gostei daquilo.
Estúpida. Minha mente me lembrou.
Me irritei comigo mesma de novo.
Passamos o resto do caminho conversando besteiras, bobagens e mais besteiras, era fácil demais conversar com ele.
Parei quando já estava em frente ao meu prédio.
– Então é aqui.
– Certo. Eu te vejo... na universidade. – ele parecia querer falar outra coisa, mas eu não perguntei o que era.
– Isso, universidade. – de repente era estranho eu me despedir apenas com um ‘’Tchau’’ e em um gesto totalmente idiota eu estiquei minha mão pra ele.
Ele riu é claro, mas não parecia achar minha ação tão idiota como eu mesmo achei. Ele segurou minhas mãos na sua e deu um beijo em seu torso, me deixando surpresa.
É claro que ele é inglês.
Pensei sorrindo internamente.
– Boa noite Kristen.
– Boa noite Robert.
Eu disse tentando ignorar a merda da coisa estranha em meu estômago ao dizer o nome dele e o ouvir dizendo meu nome.
Ele se virou depois de alguns segundos me olhando nos olhos e eu entrei logo para o prédio, por que em um maldito impulso eu poderia ficar ali até vê-lo desaparecer.
Me encostei na porta do meu apartamento sentindo meu pulso acelerado, revirei os olhos irritada e segui para o banho.
A última coisa que me lembro era de ter chegado a minha cama, depois de um banho frio e perguntado a mim mesma, por que não tinha tomado os remédios ou a minha Vodka para conseguir dormir.
Mas quando acordei naquele sábado de manhã sem ressacas ou dores infernais, eu percebi que não importava, fosse o que fosse, tinha pelo menos afastado os pesadelos.

Continua...

O clima está esquentando entre eles. E quem será essa Nina, será uma ex querendo voltar? Espero que ela não atrapalhe o relacionamento deles. Beijos e até amanhã.
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2 comments:

  1. Eitaaa q eu to gostando desse clima!!! kkkkk' Robsten <3
    Só tomara q essa Nina não vá aprontaar!!! :@$%#%$#@ #EuMATOO
    kkkkk'
    bjoo

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  2. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAhh...

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É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

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TWIMOMS BRASIL INDICA: "PROCURA-SE UM MARIDO" DE CARINA RISSI

Uma joia deliciosa de se ler, fluente e brilhante que prende você do inicio ao fim. Desde seu lançamento, fiquei muito curiosa para le...