Bom dia galera! O capítulo de hoje começa com o Robert nos mostrando um pouco do seu sentimento...
Título: Finding Happiness
Autora(o): Belitta
Shipper: Robsten
Gênero: Romance/Drama
Censura: NC-18
Autora(o): Belitta
Shipper: Robsten
Gênero: Romance/Drama
Censura: NC-18
Finding Happiness
By Belitta
Atenção: Este conteúdo foi classificado
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"
CAPÍTULO 28
ROBERT
“Mas o tempo pode ser uma coisa bem voraz, às vezes se apodera de todos os detalhes só para si mesmo. “
(Khaled Hosseini)
Fuja com o meu coração
Fuja com a minha esperança
Fuja com o meu amor
Eu sei agora, somente o suficiente
Minha vida e amor têm que continuar
No seu coração e na sua mente
Eu estarei com você o tempo todo
Se eu pudesse, então eu iria
Eu iria para onde você for
Lá em cima, ou lá embaixo
Eu iria para onde você for
Se eu pudesse fazer o tempo voltar
Eu iria para onde você for
Se eu pudesse fazer você minha
Eu iria para onde você for
(The calling - wherever you will go)
- Não quer mesmo voltar lá pra dentro?
Não respondi, ela já sabia que eu não ia responder e que eu simplesmente estava odiando aquela coisa toda melosa dela comigo.
Traguei uma última vez o cigarro entes de jogá-lo no cimento frio da calçada e amassar com os meus pés.
Minha mente ainda girava com a visão dela indo embora, ela não me parecia bem, ou talvez fosse só minha imaginação querendo que realmente ela não estivesse bem.
Não por egoísmo ou algo do tipo, mas sim porque se ela não estivesse bem, significaria que ela sentia minha falta e eu como o idiota que era, queria desesperadamente que ela ainda pensasse em mim.
- Mas Rob, o que vai fazer aqui? Sozinho?
- Eu já vou embora Megan. – falei extenuado de continuar aquela conversa, não que Megan fosse o tipo de garota chata ou que só falasse besteira, era só eu que não estava a fim de nada que ela pudesse me oferecer.
- Não veio para o show do seu amigo?
Esse era o tipo de garota que Megan Fox era, do tipo legal, mas que não valeria à pena se apresentar a alguém, principalmente meus amigos.
Eu ainda não sabia que diabos ela estava fazendo aqui quando eu me neguei a trazê-la. Mas quando ela resolveu vir, eu resolvi ser apenas educado.
- Eu já vou embora Megan. – repeti passando a mão no cabelo nervoso e saindo de perto, esperando um táxi no meio fio... como Kristen... fez agora a pouco.
Suspirei irritado.
- Posso ir com você? – ela perguntou do meu lado mordendo os lábios.
Suspirei novamente.
Megan não era feia, era legal e não esperaria nada de mim no dia seguinte. Mas ela ficaria chateada se eu chamasse o nome de outra garota enquanto estivéssemos numa cama, não que eu me importasse muito com isso.
Mas ela não tinha olhos verdes e nem cabelos pretos acastanhados com um toque leve de vermelho.
Não. Ela realmente não poderia vir comigo.
- Hoje não Megan. – na verdade eu diria que nunca, mas não quis ser rude com ela.
- Tudo bem. – vi que ela ficou meio chateada com a rejeição, apenas lhe dei um meio sorriso e entrei direto no táxi que já me esperava.
Ao mesmo tempo em que eu queria ir pra casa, eu não queria.
A cada dia entrar lá era uma tortura e minha parte masoquista não iria me deixar em paz até que meu coração estivesse novamente com sérios problemas ou que eu estivesse enfiado em um copo de bebida quente.
Por que eu estava melhor, isso eu podia garantir.
Não era como nos primeiros dias mais insuportáveis, agora eu já tentava olhar as coisas de longe e tentava também não me sentir machucado com nada.
Achei melhor ir lá de qualquer forma, pra onde quer que eu fosse nessa maldita cidade eu ainda me lembraria dela e de seu sorriso.
Ainda que encarar a bebida fosse mais fácil do que encarar a falta dela na maioria das vezes.
Isso não fazia seu cheiro ir embora do apartamento ou a sua presença ser lançada a cada cômodo em que eu entrava, mas pelo menos me deixava fora de órbita e eu não pensava em muita coisa.
Entrei na sala ignorando o palpitar incomodo em meu peito e fui direto pra cozinha colocando o uísque no copo de vidro.
A campainha tocou antes mesmo de dar o primeiro gole, rolei os olhos e voltei à sala abrindo a porta impaciente.
- Não acredito.
- Sim acredite. – Dakota disse sorrindo e entrando direto no apartamento.
Bufei irritado e voltei pra cozinha escutando seus passos me seguirem.
- Porque saiu cedo de lá? – ela se sentou no balcão e também pegou um copo para que bebesse comigo.
- Não estava a fim de continuar. – respondi simplesmente bebendo e sentindo o líquido passar direto por minha garganta.
- Sam perguntou por você.
- Eu vou falar com ele amanhã.
- Huum...
Suspirei mais irritado ainda e me virando pra ela sério.
- O que diabos você quer Dakota?
- Hey, vamos com calma. – ela desceu do balcão parando em minha frente e ainda sorria. – Você está bem?
- Não espera que eu te responda isso, espera? – respondi irônico.
- Sim, eu espero.
- Eu estou ótimo.
Me virei saindo da cozinha e ela novamente me seguiu.
- Que bom, isso é realmente muito bom.
Fiquei calado na esperança de que ela cansasse e fosse embora, mas ela ainda se sentou ao meu lado no sofá.
Não falamos nada, Dakota enchia nossos copos de tempos em tempos e apesar de estar irritado, não podia negar que ela sempre fora uma boa companhia, como uma irmã mais nova.
Ela encarava a lareira e eu focava meus olhos na parede de cor castanha ignorando minha mente que processava imagens em minha cabeça.
- Você falou com ela?
- Não sei do que está falando.
- Sabe muito bem do que estou falando.
- E o que isso importa?
- Em nada, porque vocês dois são uns malditos teimosos que não enxergam o que acontece bem na frente de vocês.
- Está tentando arranjar um jeito de que eu te jogue pela janela? É isso?
Ela riu.
- Não seria tão ruim veja, Tom viria aqui e chutaria sua bunda, o que realmente não é uma má idéia.
Apenas revirei os olhos, ela riu de novo me irritando mais ainda.
- Sabe que só quero que vocês fiquem bem não sabe?
Não respondi. Bebi meu uísque ignorando completamente a voz de Dakota. Tive vontade de responder que nós estávamos muito bem, mas me calei.
Não valeria a pena de qualquer maneira.
- Ela não passou bem hoje. – ela disse depois de suspirar. – Na verdade, ela não tem estado bem há muito tempo, acho que não deveria estar te contando isso, mas eu estou ficando preocupada.
Franzi o cenho e a encarei.
Ela suspirou novamente deixando seu copo de bebida na mesa de centro e me olhou.
- Acho que ela está sentindo alguma coisa que não quer falar e não digo só dos sentimentos. Vejo que está sempre enjoada e sua pressão anda caindo muito ultimamente. Eu não sei o que é, talvez nem ela saiba, só... estou preocupada.
- Acho que isso não é mais problema meu. – ignorei sentindo meu peito arder e se agitar.
- Não. – agora ela estava irritada. – Talvez seja problema do Michael então.
- Quê?
- Michael. – ela sorriu irônica. - Ele se interessou por ela, você sabe. Ele até me pediu o telefone, eu inventei uma desculpa porque ele é um idiota, mas vou falar com ela sobre isso.
- Então não sei por que está me contando. – respondi friamente fazendo algo dentro de mim se revirar com violência e fúria.
- Na verdade, nem eu sei. – suspirou se levantando. – Se cuide Rob.
Assenti com a cabeça murmurando um “eu me cuido” e a levei até a porta.
- E mais uma coisa. – ela parou na porta sorrindo. – Não coloque Megan bitch no mesmo ambiente que eu novamente. Ela é uma vadia e você merece coisa melhor.
Eu ri.
- Eu não estou com ela Dak. – nem sei por que respondi essa merda.
- Ótimo. – assentiu e se levantou nos pés para me dar um abraço.
Retribui com a irritação por ela tendo passado.
- Boa noite. – murmurei e ela sorriu saindo pela porta.
Tranquei tudo e fui pro quarto, impedindo que as palavras de Dakota se infiltrassem em minha mente.
Kristen era livre, ela conheceria e sairia com quem ela quisesse.
E não seria difícil encontrar alguém que se interessasse por ela.
Ela tinha aquele jeito autêntico e tão... encantador... e...
E eu precisava tirá-la da minha cabeça.
Logo.
Tomei um banho frio e me deitei.
A parte masoquista do meu cérebro ficou olhando para a cômoda que guardávamos nossas roupas, pensei em me levantar e ir até lá para grudar uma de suas blusas em minhas mãos para dormir melhor à noite. Como eu vinha fazendo desde que ela foi embora.
Mas não fiz isso, já estava na hora daquele maldito vício por Kristen passar, eu não agüentaria muito mais toda essa abstinência que ela me fazia sentir por seu corpo, seu cheiro, sua pele e suas palavras... sua presença...
Eu precisava me livrar daquilo para seguir em frente.
Como uma válvula de escape ou qualquer porra do tipo, eu só precisava acabar com isso e logo.
Com esse maldito vício que ela me causava.
KRISTEN
''A única coisa que se coloca entre um homem e o que ele quer na vida, são normalmente a vontade de tentar e a fé para acreditar que aquilo é possível. ''
(Richard M. Devos)
Acordar depois daquele maldito dia no pub fora uma tristeza sem fim, meu corpo estava doido da noite mal dormida e minha cabeça parecia que ia explodir em mil caquinhos pelo chão.
Demorou para que o remédio fizesse efeito, mas quando o fez, eu voltei a dormir, chegando atrasada na faculdade como bônus.
Rolei meus olhos me lembrando daquela noite, minha mente passara horas e mais horas imaginando os dois juntos numa forma tão profunda de autopunição, que eu acabei me irritando com tudo e joguei metade do meu quarto abaixo, indo dormir no de hóspedes por não agüentar mais nem um segundo daquilo.
E mesmo agora, mais de sete dias depois, eu ainda me irava só de lembrar.
A faculdade tinha sido um inferno e eu não tinha me dado bem em economia doméstica, teria que refazer uma prova ainda na semana seguinte para salvar minha nota de início de semestre. Aquilo era um verdadeiro saco, mas se eu queria me formar, era obrigada a isso.
Peguei meu cigarro na bolsa enquanto subia as escadas, eu estava com saudades de Tom e Dakota, mas preferi não ir a te lá, eu poderia fazer isso mais tarde, quando meu estômago já estivesse mais calmo da sessão de enjôos contínuos que eu tive hoje.
Rolei os olhos de novo tentando contar mentalmente cada vez que fui ao banheiro apenas para vomitar, eu queria ir ao médico, mas sabia que não teria coragem pra isso, então fiquei na minha, não devia ser nada de qualquer forma.
Dei de ombros pra mim mesma e sozinha entrei na minha casa, joguei minha mochila no sofá e tirei meu All Stars com meus próprios pés ficando de meia em casa e andando pelo piso de madeira.
Meus olhos se focaram na geladeira e eu senti uma fome monstro, já que não tinha comido nada depois do café da manhã e o que eu comi, foi embora pelo banheiro da universidade.
Peguei um pão de centeio, passando geléia e coloquei uma fatia de peito de peru, comendo no balcão mesmo da cozinha junto com um suco de laranja e maçã.
- Love? – ouvi a voz de Dakota e sorri pequeno gritando para que ela entrasse. – Hey. O que está comendo? – perguntou se sentando ao meu lado e pegando um pedaço de meu sanduíche improvisado. – Huum. É bom. – disse mastigando.
- Obrigada. – mordi de novo e lhe passei o suco que nós ficamos bebendo e comendo juntas até que acabamos. – E então chegou agora do estágio? – joguei um guardanapo na lixeira e me virei para encarar seu rosto.
- Sim, acabei de chegar. Tom ainda está no trabalho e pensei em ficarmos por aqui. – ela sorriu e eu retribuí.
- Claro Dak, venha. Escolha um filme.
Fomos pra sala e me sentei em posição de chinês no sofá esperando alguma decisão dela.
- Procurando Nemo. – ela gritou animada e eu me retesei completamente.
- Não. Por favor, Dak, Procurando Nemo não. – neguei com a cabeça tentando ser persuasiva. Meu coração machucava só de pensar nas lembranças que esse filme me traria.
- Mas por quê? Eu gosto e é legal Kris.
- Eu sei. É só que... vamos ver algum filme de aventura? Ou... terror e suspense? – dei as dicas e ela suspirou.
- Tudo bem, tudo bem. Vamos ver.
Respirei aliviada e assenti totalmente com a cabeça quando ela veio com o filme “Legião.”
- Eu nunca vi esse filme. Ele é bom? – disse se sentando do meu lado e deitando a cabeça em meu colo.
Sorri começando a passar as mãos por seus fios de cabelo dourados, me ajeitando mais confortavelmente ao sofá.
- Sim, ele é bom. É curto, mas é legal.
- Certo. Vamos lá. – sorriu apertando o controle e dando play.
O filme era realmente curto, com muito suspense e uma pitada de terror. Dakota parecia uma criança, se escondendo cada vez que aparecia sangue na tela, me fazendo rir horrores com ela.
- Ela se deu bem no final.
- Ela quem? – sorri me levantando e pegando uma garrafa de água na geladeira.
- A menina loira, ela teve quem a protegesse e ao bebê pelo resto da vida agora.
- É... ela tem.
Constatei com certo pesar.
Todos tinham sempre alguém que os protegesse.
Eu tive o meu pai e depois tive Robert...
Hoje eu não tinha mais ninguém...
Respirei fundo antes que meus olhos ardessem e repeti um mantra na minha cabeça de que eu só tinha que ficar forte e que ele estava bem sem mim.
Por que eu sabia que estava.
- Kris? – a voz de Dakota me chamou a atenção de novo.
- Oi.
- Vamos ao pub amanhã?
Mordi os lábios, incerta.
- Não acho uma boa idéia Dak...
- Vamos lá, por favor... é apenas um sábado comigo e com Tom.
Ergui as sobrancelhas não sabendo se acreditava nisso ou não, ou se também
gostava disso ou não.
- Dak...
- Me responda só amanhã. – ela sorriu e olhou em seu relógio. – Bom, eu vou indo por que Tom já deve ter chegado. – me abraçou e deu um beijo em meu cabelo, saindo da cozinha e depois da sala.
Respirei fundo olhando tudo a minha volta.
Não haveria nenhum mal em sair com Dakota no dia seguinte haveria?
Suspirei e fui tomar um banho.
Eu precisava relaxar e tirar minha mente de caminhos perigosos para o meu coração.
Banho quente geralmente era meu melhor remédio quando eu estava pra baixo ou quando estava cansada e naquele fim de tarde não foi diferente.
A sensação de ter a água te embalando era indescritível e eu sempre dormia enquanto relaxava. E acordava sempre xingando com todos os meus dedos enrugados.
Enrolei-me em minha toalha branca e troquei de roupa, coloquei algo básico já que ficaria só em casa pelo resto da noite.
Bocejei quando coloquei minhas meias, azuis turquesa, e sorri idiota, eu estava parecendo uma criança andando pelo apartamento daquele jeito.
Assisti Oprah até onde podia agüentar, me recusando a trocar de canal, me impedindo assim de rever os episódios de Big Bang Theory, era incrível que só o nome de uma droga de seriado que ele gostava, tinha o poder de me machucar.
Acabei dormindo no sofá eventualmente e como acontecia direto agora, acordei diversas vezes na madrugada. Mas daquela vez foi diferente, foi mais um de meus sonhos com Robert e a menina igual a ele no cabelo, e igual a mim nos olhos.
Aquilo me deixava um pouco irritada também, não era a toa que eu andava mudando de humor tão frenquetemente, com ilusões sendo passadas em minha cabeça toda hora, quem não ficaria louca...
Pousei minha mão direita cuidadosamente em minha nuca sentindo-a latejar um pouco por causa da posição desconfortável em que dormi e também por causa da droga da pressão baixa.
Outra porcaria pra me acompanhar nos últimos dias.
Me levantei suspirando e acendendo a luz da sala, chegando na cozinha e buscando por uma garrafinha de água na geladeira.
Dei de ombros pegando uma caixinha de leite e fiquei durante um tempo encarando aquela coisa branca, escrito “Milk” e com faixinhas vermelhas em volta.
Rolando os olhos, coloquei no microondas e num gesto de puro tédio e cansaço daquele apartamento vazio, fiquei observando o copo girar lá dentro.
Estava tão absorta que tomei um susto quando o aparelho apitou.
Me xingando mentalmente de idiota, peguei o copo e me sentei na sala novamente ligando a TV e colocando na MTV.
Meu telefone tocou.
Bufei muito mais do que irritada e olhando direto para o relógio da cozinha, vendo que eram quatro horas da manhã. Quem diabos iria me ligar às quatro horas da manhã?
Não atendi para não ter surpresas desagradáveis, mas a voz de Melanie ecoou pelo apartamento me fazendo franzir o cenho.
- Kris? Se estiver aí, prefiro que não atenda ao telefone e me deixe falar com você por aqui mesmo, preciso que me escute até o final e não quero ser interrompida. – juntei minhas sobrancelhas com força ao perceber o tom de voz que ela utilizava, não era grosseiro nem nada parecido, mas era firme. Como se estivesse tentando me passar uma mensagem.
- Eu sei que sou a última pessoa no mundo que teria moral para julgar suas ações Kristen, até porque, sei que você também não merece ser julgada. Entendi o que você disse a Taylor e sinceramente acho que você está com um pouco de razão, apesar de ser bem pouca mesmo.
Fiz uma careta de quem não estava entendendo nada, e eu realmente não estava.
- Ninguém tem o direito de tirar de você a dor ou o sofrimento pelo qual você passou. E Taylor foi covarde ao jogar isso pra cima de você. Mas Kiki... você também consegue ver que ele tem razão em algumas coisas não consegue? Como dizer que guardar tudo isso pra si, só vai fazer você ficar pior e se fechar para o mundo, não é uma boa idéia.
Ela suspirou e eu engoli em seco, não me deixando abalar por suas palavras.
Ela, como mesma disse, não era ninguém pra me julgar.
- Escutei ele dizendo algo como, você ter uma família que te ame e não posso negar a veracidade das palavras dele, não eu que vi como sua mãe sofre a cada instante ou como ela espera ansiosa do lado do telefone, por nem que seja um pequeno telefonema. Eu vejo Taylor de madrugada andar de um lado para outro, pensando nas melhores formas de tentar te ajudar. Mas você nunca deu abertura pra isso.
Eu podia mandar todo mundo se foder agora?
Queria mais era que todo mundo fosse pro inferno e me deixasse em paz...
E sozinha.
- Você tem medo de se aproximar das pessoas, com medo de que elas possam te machucar e nada pode ser mais natural que isso. Só queria que você pudesse ver o outro lado da moeda Kiki, o lado em que é divertido ter amigos e se abrir para novas emoções que você nunca teve oportunidades de ter. Eu, assim como Taylor e toda sua família, espero ansiosa, o dia em que você voltará a Miami e contara tudo o que aconteceu a sua mãe. Não por força ou pressão. Mas sim porque você está preparada para enfrentar isso de cabeça erguida, como a menina forte que você sempre foi.
As lágrimas em meu rosto eram de raiva, de pura e instintiva raiva.
Chegando quase ao ódio.
- Acha que amar dói Kiki? Amar alguém é a pior dor que se pode sentir quando esse mesmo alguém te machuca, então imagine como está sua mãe e Taylor. Imagine como está Robert... não que ele esteja machucado... mas deve ser a mesma sensação que você sente nesse momento por tê-lo deixado.
Ela já estava indo longe de mais.
Eu começava a soluçar com suas palavras, mas ela não ia me atingir.
Eu sabia que era a depressão falando mais alto dentro de mim.
Meus instintos de auto-suficiência se aguçando, tampando minha visão de tudo o que pudesse ser bom ou que fizesse de mim uma pessoa melhor.
E ainda havia a raiva, por ninguém viver o que eu vivi e mesmo assim querer me dar a porra de uma lição de moral.
- Imagine como estão seus amigos Kiki, de quem você se afasta e se eles não te amassem, já teriam te deixado de lado há bastante tempo. Assim como sua família, que sempre estará a sua espera... Eu não posso dizer o mesmo sobre Robert, porque apesar de ele talvez ainda te amar... se você tem medo de confiar nele... é a maior prova de que você não o merece.
- Vai pro inferno. – sussurrei baixinho com minhas mãos em punho, apertando o copo de leite com tanta força em minhas mãos, que a qualquer segundo ele se partiria em mil caquinhos... como meu coração naquele momento.
- William Shakespeare disse uma vez que; nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que com freqüência poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar. Talvez esse seja o seu caso Kiki, o seu medo de amar está impedindo que você seja amada por completo. E eu tenho que dizer uma coisa Kris... o amor... será a única coisa capaz de te salvar desse mundo que você esta criando para você mesma. Não que você não tenha o direito de sofrer. Você tem. E precisa passar por isso, para se livrar de uma vez por todas de um passado que só te causa amargura.
- Me desculpe por isso Kiki, mas eu te amo. E, como disse, tudo o que eu mais quero é que um dia você possa encontrar a sua felicidade, deixando pra trás as coisas ruins, você jamais esquecerá, isso é impossível. Mas você pode superar Kris, você pode ser feliz e ninguém merece isso mais do que você meu amor. Tente ver além da depressão. – ela suspirou. – E perdoe seu irmão; ele precisa de você e sente a sua falta mais do que você imagina. Nós todos te amamos Kiki.
Ela não falou por alguns instantes, me levantei ficando em frente ao telefone para ver a próxima merda que ela iria me falar, ignorando completamente meu rosto molhado e ardido.
- E Kris... nunca é tarde para correr atrás daquilo que faz bem para a gente e daquilo que se ama e que é amada em troca. Você só precisa de fé, porque amor você já tem, é só não tentar esconde-lo ou afastá-lo de você. – eu quase podia ver seu sorriso e continuei imóvel com as mãos ainda em punho. – Se cuide Kiki. Se cure.
Arranquei os fios da tomada e disparei o aparelho para a parede mais próxima, ouvindo seu estralo e confortando a minha raiva.
Mas ela estava longe de passar.
As lágrimas grossas estavam lá para me provar que ela tinha conseguido o que queria, ela queria me ferir e finalmente havia conseguido.
Mas não ia durar muito tempo, eu tinha certeza.
E eu tinha que sentir raiva antes que meu coração e minha mente começassem a filtrar o que ela disse.
Ela não estava certa, não podia estar certa.
Eu vivia muito bem sozinha, não precisava de ninguém.
E ninguém precisava de mim, esse era o jogo.
Veja além da depressão Kristen
A frase ecoando em meu cérebro, reverberando pelo meu ouvido como um elefante rosa no meio da sala.
Minhas mãos foram colocadas uma em cada lado da minha cabeça e me senti pequena demais para lidar com as coisas.
Meu corpo cedeu e eu acabei me sentando no chão da minha sala, com a luz acesa e com o piso frio.
Todo o oxigênio era drenado de meu corpo, eu quase podia sentir.
Eu estava ficando sem ar, sem motivos e sem razões para nada.
Além da depressão.
Além da depressão.
- AO INFERNO COM A MALDITA DEPRESSÃO.
Gritei com raiva puxando meus joelhos de encontro ao meu peito, numa tentativa mais do que frustrada de não me deixar quebrar e nem me abalar.
Eu queria os braços de Robert agora, eu queria a minha muralha, meu escudo, minha fortaleza. Queria poder me jogar nele e esperar que ele me ninasse cantando pra mim, com sua voz de anjo, me esquentando e confortando minha alma.
Mas eu não o tinha mais.
E estava tão, mais tão frio ali.
Tão escuro e gelado.
Abracei-me com mais força ignorando a dor em meu coração que palpitava com cada vez mais intensidade.
Adormeci em algum momento em que o dia já estava nascendo, a sensação de paz que eu sentia era apenas o presente de minhas lembranças.
Porque eu jamais sentiria aquela paz dos braços dele novamente.
E eu só podia chorar por isso. E me contentar com os meus próprios braços para me aquecer naqueles dias tão frios.
Continua...
Por ela insiste em ser tão teimosa? Eu sei que deve ser difícil se recuperar seja lá do que for que ela tenha passado, mas ela poderia se dar uma chance de ser feliz e de fazer o Rob feliz também. E como é triste ver como ele se sente sem ela... chorei de novo editando a parte dele. Só a Dakota, com seu jeito de moleque, mas muito sábia, pra melhorar o astral dele. Espero mesmo que nos próximos capítulos as coisas comecem a melhorar. Beijos e até mais tarde.
oouuu , eu to chorando ela podia acietar oque a cunhada dela diise , é a mias pura verdade
ReplyDeletepoha véi ela ta começando a me da raiva pq num fala duma vez poha vai atras dele e fala carai
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