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Monday, January 09, 2012

FANFIC - LOVE YOU'TILL THE END - CAPÍTULO 34


Olá galera! Hoje a Mel faz 16 anos e receberá além de muitos presentes, uma lembrança que a Kristen guardou por todos esses anos.

Título: Love you´till the end
Autora(o): Janni
Shipper: Robsten
Gênero: Romance/Drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Sexo; heterossexualidade

Love You´till The End
By Janni

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"

CAPÍTULO 34

Kristen’s Pov

Estava no trailer do set do meu novo filme, deitada no sofá, coberta por uma manta de lã, me sentia exausta, o ritmo das gravações estava corrido, e ainda tinha casa, filhos, marido e reuniões para administrar, isso é muito para um ser humano só.
Respirei fundo e deixei meus olhos descansarem enquanto a maquiadora não dava o ar da graça.
Me encolhi em posição fetal e senti meu corpo mole. Estiquei meu braço até o chão e peguei meu celular, disquei um número e ouvi o barulho da chamada sendo efetuada.
- Oi amor… – ouvi a voz dele do outro lado da linha ao atender e sorri involuntariamente.
- oi. – falei com a voz rouca – Onde está?
- Esperando me chamarem para minha próxima cena, e você?
- Eu também, tô descansando, deitada no sofá. Como foi na escola com Thomas?
- Foi bom, tenho boas notícias sobre aquele peralta, mas a noite eu te conto.
- Está bem…
- Kris, está tudo bem sweetie? – pareceu preocupado.
- Sim, só cansada, as gravações estão pesadas.
- É eu sei que estão. As minhas também, mas as férias das crianças já estão chegando e as nossas também, vamos para Los Angeles e você vai ser mimada por seus pais.
- Por meu marido e meus filhos também?
- Principalmente. – ouvi seu riso e sorri – Sweetie, tenho que desligar, estão me chamando para gravar, em casa a gente se fala, ok?
- Tá. – falei desanimada – ROB – chamei mais alto, antes que ele desligasse.
- Oi?
- Me faz massagem quando chegar em casa?
- Claro, manhosa. – falou rindo – Beijos, te amo, ok?
- Eu também, até mais tarde.
- Até…
Desliguei o celular e fiquei de peito para cima, aquele local pouco iluminado era deprimente, me senti sozinha e um aperto no coração, deixei uma lágrima cair e fiz um bolo com a manta e abracei, confortando-me.
Não gostava de me sentir sozinha, respirei fundo e esperei a agonia em meu peito passar.

Robert´s Pov

Quando terminei de gravar, o sol ainda estava se pondo, o céu estava em cor de fogo e Londres estava abafada, sinal de que o verão estava chegando e que seria muito quente.
Entrei no carro e disquei para Kristen, seu carro estava na revisão e para ela não pegar táxi, decidi ir buscá-la.
Parei o carro no estacionamento do set das gravações do filme que Kristen fazia. Ela não estava por ali, deveria estar gravando, fui para seu trailer e não tinha ninguém, sentei no sofá e fiquei olhando o ambiente, suas roupas estavam na arara, junto com alguns cabides vazios onde estariam o figurino.
Abri o frigobar e vi seu prato coberto com um filme transparente, deveria ser seu almoço, estava intacto, espero que ela tenha comido fora.
Peguei uma lata de Coca-Cola e abri, voltei a sentar no sofá e dei um gole na bebida.
Cerca de uma hora depois, escutei a porta se abrir e Kristen entrar.
- Rob... – ela sorriu cansada – não sabia que já havia chegado amor. – ela veio em minha direção, esticou seu corpo e beijou meus lábios, abracei sua cintura, deitando minha cabeça em seu ombro. – Por que não foi lá no set comigo?
- Não sabia em qual você estava, e não encontrei ninguém da produção para perguntar. – sorri contra seu pescoço, fazendo-a arrepiar. – Como foi seu dia?
Soltei seu corpo e a vi sentar em frente a um espelho, iluminado, pegando um pedaço de algodão de um pote, e umedecendo-o com um creme e passando no rosto, tirando a maquiagem.
- Cansativo… – falou respirando fundo – muito cansativo.
- Já vamos para casa, ok? – beijei o topo de sua cabeça e ela sorriu – Mas antes precisamos passar na casa dos meus pais.
- Pra fazer o que?
- Nada demais, só quero te mostrar uma coisa, eles não estão lá, mas tô com a chave.
- Mostrar o que? – ela levantou e começou a desabotoar a blusa rosa da personagem.
- O que ainda não compramos para o aniversário da Melissa?
- O que ainda não compramos? – ela parou para pensar, ficando só de sutiã e vestindo a própria blusa. – Mão tenho idéia... – falou ao passar o tecido pela cabeça – AI CARALHOOO. – levou as mãos a boca – Caramba, o presente da Mel, Robert, ainda não compramos… merda, como esqueci do presente da minha filha? Isso tudo é culpa dessa merda de vida corrida, não tenho tempo pra pensar em nada…
- Hey calma... – abracei sua cintura e beijei sua testa – eu comprei semana passada, chegou hoje e meu pai foi buscar, está na casa deles.
- O que é?
- O que a Mel queria?
- Um carro, – respondeu sem pensar – mas você deixou bem claro que não daria um carro para ela, por sinal ela me implorou para que eu tentasse te fazer mudar de idéia.
- Eu sei… bom… eu comprei um pra ela…
- Sério? Não acredito, mas você falou que…
- Eu sei... – interrompi – falei que ela não teria carro, mas cheguei à conclusão que era besteira minha…
- Que carro comprou?
- Um aí… – respondi.
- Que carro Robert? – ela falou vestindo a calça jeans e me encarando com aqueles olhos verdes brilhantes.
- Você verá…
Fomos para casa dos meus pais, não havia ninguém no local, eles haviam saído, Victória morava com o “namorido” dela e Lizzy estava em turnê.
Puxei uma Kristen manhosa pela mão até a garagem e tirei a capa que cobria o presente.
- Aqui está o presentinho da nossa filha. – ela ficou em silêncio, seu rosto não expressava nada – Kristen, o que achou? – fiquei preocupado.
- Você vai dar isso para nossa filha? – falou indignada.

Kristen’s Pov 

- Claro, é perfeito, não é?
- É perfeito até demais… Robert você pirou?
- Claro que não, só achei que seria um ótimo presente…
- Não para uma menina de dezesseis anos que acabou de tirar a carteira. Isso não é o primeiro carro de ninguém.
- Só quero fazer minha filha feliz…
- Ela ficaria super feliz com um carro mais barato, tenho certeza…
Robert era louco, completamente louco, rodeei o carro observando-o, era um conversível, não qualquer conversível, era um Eclipse, vermelho, lindo, último modelo.
Nossa, tinha medo do meu olhar arranhar aquele carro.
Vou entrar em pânico todas às vezes que Melissa sonhar em tirar esse carro da garagem.
- Você é louco Robert, completamente louco. – falei balançando a cabeça negativamente, meu rosto deveria ter uma expressão de pânico. Sim, eu estava em desespero.

Melissa’s Pov

Acordei e olhei pela janela ainda sonolenta, o dia estava claro, o céu azul, mas eu estava com preguiça. Mas nem mesmo a minha preguiça matinal iria me desanimar hoje.
Hoje era o grande dia, o meu dia, meus dezesseis anos.
Nossa não vejo a hora de ver a festa, meus amigos, meus vestidos, tudo.
Hoje é meu dia de surtar.
Estava deitada abraçada ao meu travesseiro quando escutei a porta do meu quarto abrindo.
- Sshiii não façam barulho. – mamãe sussurrou. Movi meu corpo na cama e escutei um coro…
- HAPPY BIRTHDAY TO YOU… – ele cantavam aquela musiquinha irritante.
Cocei meus olhos, sem graça por causa da musiquinha ridícula, e pude observar a quem pertenciam aqueles corpos. Era minha mãe, pai, Thomas, claro… meus avós, Clare e Richard, juntos com os avós mais loucos do mundo, Jules e John.
Minha avó Clare segurava um bolo pequeno e redondo, com várias velas acesas, supus que tivessem dezesseis velinhas, enquanto os outros seguravam bexigas coloridas de gás.
- Apague as velas e faça um pedido, meu bem. – vovó Clare falou, fechei os olhos e assoprei forte.
- O que você pediu? – Thomas falou sentando em minha cama.
- Não te interessa…
- Parabéns minha filha. – mamãe me abraçou. Seguida do meu pai.
- Hey, cadê meu abraço pequena britânica? – era vovô John, nossa eu estava morrendo de saudades dele, ele chegou ontem, junto com a vó Jules, meus tios e suas esposas e meus primos, mas ainda não tinha os vistos, já que eu estava no meu teste de direção.
- Ok John, agora é minha vez... – Jules falou me puxando para um abraço – que saudades de você minha princesa. – ela beijava meu rosto e eu gargalhava.
- Vó, tirei a carteira. – falei empolgada.
- Eu sei... – ela sorriu com seus óculos quadrados escondendo seus olhos iguais aos da mamãe. – sua mãe me falou, deixa eu ver… – peguei o documento sobre o criado mudo e lhe passei.
- Melissa, aqui está filha. – vovô Richard se aproximou e me passou uma caixinha preta com um laço branco. – Feliz aniversário…
- Obrigada vovô… – abri a caixinha e puxei um colar de dentro, era de ouro branco e como pingente um coração cravejado de diamantes – nossa, é lindo! – sorri e os abracei.
- E o nosso... – vovó Jules me passou uma caixinha também.
- Vou confessar que eu queria lhe dar uma guitarra, mas Jules falou que isso não era presente que se desse a neta no aniversário de dezesseis anos. – vovô John falou torcendo os lábios e eu ri.
Abri a caixinha e vi uma pulseira em formato de corrente, não muito grossa, também de ouro branco.
- Mas uma que não vou tirar do braço. – coloquei em meu pulso, sorrindo, junto com a pulseira que minha mãe me deu quando eu fiz quatro anos.
- Eu também comprei um presente pra você… – Thomas falou meio tristonho – mas não é nenhuma jóia. Comprei com minha própria mesada.
- Ohh Tomy, não precisava... – sorri emocionada com o insuportável do meu irmão, peguei a caixa de papelão e abri.
- Espero que goste. Queria algo que representasse a nós dois, e isso foi o melhor que achei, bom, o melhor que pude comprar.
Ele deu de ombros e meu pai riu, bagunçando os cabelos de Thomas.
Abri a caixa e gargalhei, era perfeito, unia perfeitamente eu e Thomas, a irmã britânica e o irmão americano. Puxei a camiseta preta e vi a estampa dos Simpson imitando os Beatles, na famosa foto da banda britânica atravessando a Abbey Road.
- Perfeito Tomy… perfeito, perfeito... – puxei-o para perto de mim e o abracei forte – você é o melhor irmão pentelho que alguém pode ter. – beijei sua bochecha.
- E você e melhor irmã chata. – ele riu.

- Terminou? – meu pai perguntou assim que terminei de tomar meu suco, limpou os lábios com o guardanapo e os outros pararam de conversar.
- Terminei.
- Então venha, é a vez do presente meu e da sua mãe. – ele saiu me puxando e ouvi minha mãe falando para meu avô Richard.
- Como o senhor permitiu que seu filho fizesse uma loucura dessas? Quase enfartei quando vi.
- Fique aqui, ok? – ele me deixou parada em frente a porta de casa, do lado de fora… vou buscar seu presente. Feche os olhos.
- Tá…
Fechei meus olhos e tentei espiar, senti as mãos de minha mãe sobre meu rosto.
- Não vale espiar dona Melissa…
Escutei um som de motor mais próximo e meus avós e meu irmão exclamarem.
Caramba quero ver, quero ver… não acredito que vou ganhar meu carro, pode ser até uma carroça, que eu vou ficar feliz.
- Pode deixá-la abrir os olhos Kristen…
Minha mãe tirou a mão do meu rosto e eu fiquei com medo de abrir os olhos, abri-os devagar e juro que aquilo era uma carruagem.
- O que achou filha?
- Isso… isso… não vai virar abóbora a meia noite, vai? Eu adorei! – sentia meu coração acelerar – É perfeito! – abracei minha mãe, e meu pai ria satisfeito ao lado do carro.
- Feliz aniversário meu anjo. – mamãe falou ao meu ouvido – Que Deus faça essa data se repetir muitas e muitas vezes…
- Eu te amo. – sussurrei.
- Eu também filha. – mamãe falou com a voz pesada, iria chorar, com certeza.
Meu carro era perfeito, me aproximei do meu pai e o abracei, fiquei com medo de entrar no carro vermelho que tinha um laço branco sobre o capô.

Kristen’s Pov 

Melissa parecia uma criança, nunca a tinha visto tão feliz ao ganhar um presente.
Ela trocou de roupa, ainda estava com a camisa baby look roxa e a calça de moletom cinza que usou para dormir, vestiu-se e saiu para estrear o carro com o pai, o irmão, os avôs Richards e John.
Assim que escutei o motor do carro ser desligado, de volta a garagem, deixei de fazer sala para minha sogra e minha mãe, eu sabia o que eu tinha que fazer hoje, e estava com medo.
- Mel. – falei sorrindo, tentando disfarçar o nervosismo.
- Mãe, o carro é perfeito. – falava sorrindo – Nossa, o melhor carro que já vi na face da Terra. – ela entrava em casa, seguida pelos outros.
- Que bom que gostou filha, vamos subir lá no quarto com a mamãe? Quero lhe mostrar uma coisa.
- Tá.
Ela me seguiu pela escada, minhas mãos suavam frio, entrei em meu quarto e fui até a penteadeira, peguei um porta jóias e de lá tirei uma chave pequena, fui até o closet e peguei um bauzinho de madeira, onde guardava alguns documentos, coloquei-os sobre a cama, ao lado de Melissa que olhava meus movimentos silenciosamente, sentada sobre o colchão de casal.
Abri a caixinha e de lá tirei um envelope, uma carta, com o envelope um pouco amarelado, sobre ele a escrita de uma caligrafia fina, “Para minha filha Melissa”.
Olhei o que dizia e forcei um sorriso, ler aquilo me magoava, o envelope ainda estava lacrado, como havia prometido há doze anos atrás, a uma desconhecida, jovem e loira.
- Isso lhe pertence. – falei em um suspiro.
- O que é isso mãe? – ela leu o que dizia.
- Não sei também, nunca li.
- Esse “minha filha” não é seu? – ela ficou nervosa, assustada para falar a verdade.
- Não… é… é da sua mãe…
- Não, não quero. – ela largou a carta sobre a cama e tentou se levantar.
- Mel... – segurei em seus braços, fazendo-a sentar-se novamente – Melissa, filha… me escuta, ok? É só uma carta, só estou fazendo o que ela me pediu. Mel, ela já faleceu, você não acha que já está na hora de você acalmar seus sentimentos em relação a ela?
- Mãe, eu não me importo se ela já morreu, pra mim ela já foi tarde…
- Melissa. – a repreendi, vi lágrimas inundarem seus grandes olhos azuis – Mel, não seja tão severa com ela.
- Mãe, essa mulher foi um monstro… – falou chorando.
- Talvez tenha sido, – limpei seu rosto com meu dedão – mas foi ela que te deu a vida…
- Isso é fácil, qualquer mulher poderia ter feito isso. Não quero ler o que tem escrito nessa carta mãe, sério.
- Filha… – me ajoelhei a sua frente, segurando suas mãos. – ela me pediu para te entregar isso hoje, mas isso não significa que você tenha que ler hoje. Leia quando se sentir preparada. Talvez aqui tenham as respostas das perguntas que martelam aqui na sua cabecinha. – toquei sua testa com o indicador.
- Tenho medo de ler o que ela escreveu. De confirmar o que eu penso…
- O que você pensa?
- Que eu estraguei a vida dela.
- E daí se for isso que estiver escrito aí? – ela me olhou sem entender – O que importa é que você melhorou a vida do seu pai, iluminou a minha, das suas tias e além do mais, como ficaria a vovó Jules sem sua única neta? Meus irmãos só sabem fazer menino, nunca vi... – tentei fazer essa última frase soar engraçado, ela percebeu meu esforço e sorriu. – por favor, Mel, não rasgue essa carta, leia só quando estiver realmente pronta.
- Tá. – ela balançou a cabeça positivamente e eu beijei sua testa.
- Fique calma ok? – limpei seu rosto molhado com as mãos – É só uma carta, só isso…
- Tá… mãe?
- Oi…
- Não vai mudar nada…
- Como? – perguntei sem entender.
- Não importa o que tiver aqui... – ela balançou o envelope – não vai mudar nada o que eu sinto por você. – sorri para ela e ela retribuiu.
- Eu sei amor, sei que não vai mudar nada. – abracei seu corpo magro, apertando-o forte contra o meu – Bebezão da mamãe. – falei brincando, fazendo-a rir, só assim para minhas lágrimas não caírem.
- Mãe, posso almoçar com o Tony hoje?
- Pode, mas esteja aqui antes das duas da tarde, ok? O cabeleireiro, a manicure e a maquiadora devem chegar esse horário.
- Tá bom… ele vai surtar quando ver meu carro…
- Cuidado ao dirigir por aí, por favor.
- Pode deixar.

Melissa’s Pov

Eu já estava pronta, vestia uma calça jeans, camiseta branca, e um All Star, deixei minha mãe no quarto e fui para o meu, passei um SMS para o Tony, falando que nos encontraríamos na casa dele, pequei uma bolsa retangular e coloquei minha carteira, ipod, celular, e outros trecos mais, que sempre uso na bolsa, dobrei o envelope ao meio e coloquei no bolso da frente, apoiei a alça sobre meu ombro direito, deixando a bolsa atravessada em meu corpo, desci as escadas amarrando meus cabelos com um elástico, coloquei os óculos escuros, me despedi de todos e peguei o carro.
Fiz questão de dirigir com o teto do carro abaixado, nunca desejei tanto que algum paparazzo tirasse uma foto minha, como desejei enquanto dirigia aquele carro conversível, os fios que se soltavam do rabo de cavalo, batiam no meu rosto a medida que eu pegava velocidade, me sentia literalmente em um filme hollywoodiano.
Cheguei em frente a casa de Antony e buzinei duas vezes, ele apareceu na janela e pude ver seu queixo despencar. Ri com sua reação, minutos depois ele apareceu passando na porta da frente, com uma cesta em forma de caixa, de palha nas mãos.
Estava do lado de fora do carro, encostada na lataria enquanto ele se aproximava.
- Mel, – seus olhos por pouco não deixaram seu globo ocular – você roubou isso de quem?
- Bem, se foi roubado, foi meu pai quem roubou. – falei rindo – Meu presente de aniversário! Relaxa, papai falou que a mamãe fez a mesma cara que você está fazendo agora.
- Isso é seu presente? Sacanagem, meu pai comprou um carro e me deu o dele usado.
- Acho que seu pai é mais racional que o meu.
- Sem dúvidas. – ele riu, saindo do choque – Parabéns amor. – ele me deu um selinho.
- Ah bom, pensei que não fosse lembrar... – fingi estar emburrada – por que não me ligou?
- Tive que sair, fui comprar seu presente. – ele me mostrou a caixa de palha.
- Mas você falou que já havia comprado.
- O que vou dar na festa eu já havia comprado, mas esse aqui é diferente.
- O que é?
- Agora não… – ele tirou a caixa do meu alcance e me deu um selinho.
- Sem graça. Eu sou curiosa Tony, você sabe.
- Hum hum, eu sei… mas vai ter que esperar.
- Chato… aonde vamos?
- Não sei, a motorista é você. – falou abrindo a porta do motorista para mim, depois rodeando o carro e sentando-se ao meu lado.
- Mas quem programou o almoço foi você…
- É, isso é verdade. Então vamos para o Hard Rock Café. O que acha?
- Perfeito, adoro a comida de lá.
Dirigi em direção ao restaurante e parei no encostamento.
Quando entramos no ambiente, um rapaz veio em nossa direção, Tony pediu mesa para dois e eu fui até a lojinha, comprei um boton em forma de guitarra, com o nome do local.
Fui para a mesa onde Tony estava e sentei na cadeira a sua frente.
- Gostou? – lhe mostrei o broche.
- Gostei…
Coloquei a bolsa sobre meu colo e preguei a guitarra de metal nela, junto com outros botons que já existiam. Olhei para o chão e vi a caixa de palha no chão.
- Você trouxe isso por que?
- Não pode ficar no carro.
- Por quê?
- Por que não, com o teto levantado, ele vai esquentar e o que tem dentro da caixa não iria resistir.
- Você não vai me dar um sorvete, vai? – uni minhas sobrancelhas e ele riu.
- Vai negar meu presente, senhorita Pattinson?
- Não mesmo, mas seria estranho ganhar um sorvete do namorado.
- Boba... – ele se esticou sobre a mesa e beijou meus lábios – eu te amo.
- Também. – sorri tímida.
Almoçamos sem presa alguma, quando terminamos, olhei no relógio e ainda era cedo pra voltar pra casa, Tony me ofereceu um sorvete e fomos para um parque que ficava perto do restaurante. Sentamos na grama, sob uma árvore gigante e florida.
- Agora sim... – ele falou depois que terminou seu sorvete de limão – seu presente amor…
- Ah já era hora... – falei rindo e ele me beijou, peguei a caixinha de palha com cuidado e não era muito pesada, tirei a tampa e não acreditei.
- Feliz aniversário.
Abri a caixa e vi um filhotinho de gato, idêntico ao meu Jella 2, que havia morrido há uns 4 anos, quando meu pai atropelou o coitado.
Coitados dos gatinhos da mamãe, o Jella 1 morreu com meu tio atropelando e o 2 com meu pai.
O gatinho me olhava assustado, talvez a claridade estivesse lhe incomodando.
- Tony, obrigada, obrigada – pulei em seu colo e lhe dei vários beijos sobre os lábios e espalhando por seu rosto.
- Gostou? – ele ria.
- Adorei, é perfeito, sempre quis ter outro animalzinho.
- Qual nome vai pôr?
- Jella, claro…
- Sabia, exatamente por isso escolhi uma fêmea, achava estranho quando você chamava o coitado do gato por um nome feminino, soava meio gay.
- Não seja bobo. – eu ri – Papai vai surtar, você sabe, não sabe?
- Sei. – ele deu de ombros – Ele odeia gatos.
- Pois é…
- Tenho uma notícia para te dar. – ele forçou um sorriso – Sobre a faculdade…
Faculdade, esse era o assunto que me perturbava nas últimas semanas quando as cartas de aceitação estavam chegando.
A opção dos pais de Tony era medicina em Cambridge, que diga-se de passagem ficava mais de três horas de carro de Londres. Só iríamos nos ver nos finais de semana e mal, merda. Por que eles querem que o filho siga a mesma carreira que a deles? Fala sério.
- Não quero saber Tony, sério. – olhei para a Jella terceira, que andava sobre a grama, estranhando a textura sob suas patinhas.
- Não fique assim... – ele segurou meu queixo obrigando-me a olhá-lo – eu não vou para Cambridge, o que eu vou fazer lá? Medicina é coisa para os meus pais, eles que são os neurocirurgiões mais conhecidos de Londres, não eu. Outro dia Emily caiu de bicicleta e eu não consegui ver o joelho ralado da minha própria irmã. Imagina no que vai dar abrir uma pessoa... – ele riu e eu também.
- O que vai fazer? O verão está chegando e você precisa se matricular em alguma das que você foi aceito.
- Eu vou me matricular no Royal College of Art, já decidi, vou me dedicar a música, é isso que quero. Vou ficar aqui em Londres com você e pronto.
- Jura?
- Juro… já falei para meus pais, minha mãe aceitou, meu pai ainda está chateado, mas fazer o que? – ele deu de ombros – Falei com eles sobre viajar com você e sua família para os Estados Unidos esse verão.
- E aí?
- Eles deixaram, na verdade seu pai garantiu a minha mãe que eu iria dormir no quarto do Thomas. – ele riu e eu também.
- Nossa, que vergonha. – falei pegando Jella e colocando-a sobre meu colo. Respirei fundo e ele me olhou curioso.
- O que houve?
- Minha mãe me entregou uma coisa hoje…
- O que?
Puxei a carta do bolso da bolsa e lhe passei, ele leu o que estava escrito e me olhou confuso.
- Isso é da sua mãe biológica?
- É… lê pra mim? Não tenho coragem de ler.
- Mas isso você quem tem que ler, amor.
- Eu confio em você, sei que se tiver algo aí que me machuque, você vai me ajudar a superar. Não vai?
- Vou, claro que vou. – ele sorriu e beijou meus lábios.
- Então abre e lê, por favor.
Tony abriu o envelope e eu notei que ele estava nervoso também, não mais que eu, mas fazer aquilo não o deixava confortável.
Ele desdobrou uma folha de papel e respirou fundo, começando a ler.

Querida Mel,
Posso lhe chamar assim? Espero que sim.
Gostaria de começar essa carta, lhe pedindo desculpas, sei que errei muito ao te abandonar, te peço que não me odeie antes de saber meus reais motivos. Sei que você deve ter muitas perguntas martelando em sua cabecinha todos esses anos e isso tudo por minha causa.
Eu sempre, sempre te amei, filha, se é que sou digna de te chamar assim, mas infelizmente eu era muito imatura, egocêntrica, infantil e não tive maturidade suficiente de cuidar de uma criança linda que Deus estava me enviando.
Nunca deixei de pensar em você um dia se quer. Mas uma coisa me conforta, sei que fiz a coisa certa, eu não saberia ser a mãe que você precisaria e sei que seu pai estava mais preparado para enfrentar isso tudo que eu.
Por favor, Melissa, não me puna me odiando, já estou sendo punida por essa doença que me consome a cada dia.
Me perdoe por tudo Melissa.
Quando te vi no parque, senti vontade de te pegar de volta, trazer você para Londres e cuidar da minha bonequinha. Mas você não era uma bonequinha, era uma criança de carne e osso que precisava de cuidados. E eu vi você sendo cuidada por uma moça magra de cabelos castanhos, ela te olhava com tanto amor, que eu não tive reação.
Você era dela, era filha dela, você amava a ela, e não a mim. Era a ela quem você chamava de mãe e não a mim. Isso me deu inveja, eu deveria estar em seu lugar. Mas Deus escreve certo em linhas tortas, se você viesse comigo, só iria te fazer sofrer, meus dias escapavam por minhas mãos como água.
Por isso, filha, quero que saiba que me arrependo de tudo que fiz. Mas se tivesse a chance de refazer tudo, faria tudo exatamente igual, você é feliz, é feliz com a família que seu pai te deu, e eu sei que vou em paz, sabendo disso.
Te amo filha, para sempre.
Sophie.”

Pov off

Tony terminou de ler a carta e olhou para Melissa, ela estava de cabeça baixa, o franjão cobria seu rosto, a gatinha estava a sua frente olhando-a curiosa.
– Mel... – sua voz saiu em um sussurro – não fica assim, por favor. – ele levantou seu queixo e viu o rosto corado de Melissa, molhado pelas lágrimas.
– Desculpe por te fazer ler isso…
– Não fale besteiras, ok? Não quero te ver triste, principalmente hoje, sei o quanto você esperava por esse dia e não quero que essa carta estrague nada, por favor.
– Não vai estragar. – Melissa limpou o próprio rosto e forçou um sorriso – Está tudo bem. Pensei que ela me odiasse.
– E por que ela te odiaria? Você não tem culpa de nada, amor. – ele puxou Melissa que sentou entre suas pernas, com as costas encostadas em seu peito – Não pensa mais essas coisas, ok? – ele beijou sua cabeça e Jella tentou subir em sua perna – Acho que sua gata é ciumenta. – ele riu olhando o felino.
– Acho que você vai ter problemas então. – ela reprimiu um sorriso e fechou os olhos – Espero que hoje a noite corra tudo bem.
– Estou curioso para ver o que você está aprontando.
– Eu também estou, estou ansiosa para ver como ficou tudo que eu aprontei.
– Posso fazer uma pergunta?
– Claro baby.
– Ela em momento algum fala dos seus avós na carta, você sabe por quê?
– Sei. – falou pouco animada –Tia Lizzy me falou, elas tinham alguns amigos em comum na época. – Melissa respirou fundo e continuou – Assim que me entregou para meu pai, ela se distanciou dos meus avós, e com o tempo perdeu o contato, só sei disso.
– Você tem curiosidade de conhecê-los?
– Não, nunca tive. – falou sincera – Acho que isso deixaria minha avó Clare preocupada e a avó Jules poderia ficar magoada.
– Você gosta muito delas não é?
– Sim, elas são completamente diferentes. – sorria – Clare é daquele tipo que faz biscoitos e vó Jules é daquelas que vai para o show do Kiss e me arrasta junto. Elas são fantásticas.
- Posso imaginar. – ele riu com os lábios colados nos cabelos loiros de Melissa.
- Ai caramba, Tony, temos que ir, falei para minha mãe que estaria as duas em casa e já são duas e quinze, ela vai me matar. 
Melissa levantou em um pulo e Tony a acompanhou segurando Jella nas mãos.
Voltaram para o carro e saíram do estacionamento, sem antes claro, Melissa estancar duas vezes.
– Mel, calma. – Tony falou prendendo o riso.
– Não ria, sério. – ela ligou novamente o carro e conseguiu sair.
Melissa chegou em casa correndo. O cabeleireiro, a maquiadora e a manicure já estavam lá, e Kristen a aguardava, não muito feliz pela demora.
– Mel, não falei pra você estar aqui às duas?
– Foi mal mãe, perdi a hora. Olha o que ganhei do Tony. – ela ergueu a gatinha
– Mais uma Jella.
– Ai que linda, Melissa. – ela pegou o filhote nas mãos – Hi Jella. Seu pai vai surtar.
– É eu sei. – ela riu – Vou tomar meu banho.
– Vá logo.

Kristen’s Pov

- Como estou?
Perguntei a Robert assim que sai do closet, estava vestindo um vestido preto, com decote em ‘V’, comprido, minha cintura ficava ainda mais fina dentro daquele vestido, sandálias altas, cabelo em um coque e maquiagem forte.
- Nossa, está fantástica. – ele sorriu terminando de colocar o paletó. A camisa branca de dentro, aberta em dois botões, sem gravata. – Se você está assim, acho melhor me preparar para como estará Melissa, não é?
- Melhor mesmo. – eu sorri e seus lábios tocaram os meus. – Vamos, já está na hora, Tomy está no esperando lá na sala.
- Quer que eu chame a Melissa?
- Deixa que eu chamo. – sorri e saí do quarto – Leve minha bolsa, ok?
Cheguei ao quarto de Melissa e ela já estava completamente pronta, terminava apenas de colocar as luvas pretas até o cotovelo.
- Deixa eu te ver? – sorri me aproximando dela – Você está linda.
- Ficou legal né? – ela sorria.
Seu vestido comprido e vermelho, de alça, igual ao do filme, o decote não era muito ousado, na parte de trás, uma espécie de laço na altura da cintura, uma calda não muito comprida se arrastava pelo chão. Os cabelos cacheados, partidos para lado direito.
- Será que papai vai gostar?
- Com certeza… vamos?
- Vamos…
Descemos as escadas, segurei a calda do seu vestido para que ela não tropeçasse na escada.
- Caramba! – Thomas falou assim que nos viu – Melissa você tá bonita.
- Valeu pentelho. – ela sorriu – E aí pai, gostou?
- Nossa filha, você está linda, acho bom Antony ter cuidado nessa festa, vai ter muito menino babando. Vem cá, me dá um abraço. – Melissa foi até Robert e abraçou sua cintura, Robert beijou sua bochecha e sorriu – Vamos para o Moulin Rouge?
- Vamos…

Continua…

Estou muito curiosa com essa festa. Acho que vai ser um arraso. E, sinceramente, achei que a carta da Sophie fosse ter mais emoção, mas acho que não se podia esperar muito dela né? Pelo menos não estragou o clima pra festa da Mel. Vamos ver como será essa festa amanhã. Beijos e até amanhã.
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1 comment:

  1. Oi honey mt boa, alias essa fica e otima estou louca pelo proximo cap beijuculo ate amanha. E essa festa vai ser maravilhosa!!!!!

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Forever

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Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

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