Boa tarde pessoal! Hoje teremos o ponto
de vista do Edward e poderemos entender melhor os sentimentos dele nessa
confusão toda.
Título: Crisálida
Autora(o): Valentina LB
Shipper: Bellard
Gênero: Romance
Censura: NC-18
Autora(o): Valentina LB
Shipper: Bellard
Gênero: Romance
Censura: NC-18
Crisálida
By Valentina LB
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foi classificado
como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
CAPÍTULO
26 – NO AMOR E NA GUERRA
POV
EDWARD
Quando saí daquela casa, eu mal
conseguia respirar, de tão nervoso que estava. Minha vontade era procurar esse
tal de Jacob e quebrar a cara dele.
Nunca tinha sentido tanto ciúme
de uma pessoa quanto sentia de Isabella.
A dor de perdê-la já era lancinante,
mas imaginá-la nos braços de outro era simplesmente insuportável.
Ainda que eu merecesse seu
desprezo, entregá-la o outro de mão beijada era algo que não estava disposto a
fazer, ou melhor, eu não faria.
Tinha errado muito, sabia disso,
mas erraria mais ainda se não lutasse para consertar a bobagem que tinha feito,
afinal era para ter de volta a razão da minha vida que eu estava batalhando.
Fui para meu apartamento.
Talvez um banho me ajudasse a
esfriar a cabeça.
Banheira, televisão, música,
vídeo game...
Tentei de tudo, mas as imagens de
Isabella viajando com um homem ao seu lado ocupavam completamente minha cabeça.
A noite foi terrível.
Nas poucas horas que dormi tive
um pesadelo onde ela me mostrava sua barriga enorme, anunciando que estava
grávida de Jacob.
Acordei ofegando, molhado de
suor.
Olhei o relógio e eram sete
horas.
Precisava me arrumar para ir ao
hospital, mas era difícil me concentrar em alguma coisa que não envolvesse a
viagem de Isabella.
Quando percebi estava discando o
número de seu celular.
Definitivamente eu estava
perdendo minha racionalidade.
Não me importava mais com as
convenções.
“Inconveniente” era meu segundo
nome.
– O que você quer, Edward? –
Isabella perguntou friamente, já sabendo que era eu no telefone.
– Bom dia pra você também,
Isabella! - tentei ser mais agradável que irônico.
– Bom dia, Edward, mas fala logo
o que quer. – apesar da raiva que estava de mim, ela ainda tinha dificuldade de
ser completamente rude comigo.
– Só queria te pedir que não
fizesse uma besteira como a que eu fiz, Isabella. Não faça nada impensado nem
movida pelo desejo de vingança. Não se desrespeite por minha causa. – mesmo
tomado pelo desespero, tinha muita coerência naquilo que estava dizendo. Eu
verdadeiramente temia que ela se entregasse a Jacob apenas para me atingir, sem
levar em consideração seus princípios. Temia por mim também, não podia negar.
Se Isabella se entregasse a outro, não sei o que seria de mim.
– Edward, guarde seus conselhos
para seus pacientes e pare de se meter na minha vida. – eu a tinha ajudado a se
tornar esta mulher segura que falava comigo agora, mas não imaginei que seria a
primeira vítima de sua transformação.
– Não vou parar não, Isabella.
Vou te vencer pelo cansaço, menina! – e ia mesmo...
Isabella desligou o telefone na
minha cara.
Não dava pra negar que minha
menina estava se saindo muito bem.
Ri ao me lembrar de suas
palavras.
Ela tinha razão, eu realmente
falei como um médico.
Era a criatura superando o
criador.
Era eu quem me sentia o inseguro
e imaturo agora.
Não só me sentia, como agia assim
também.
Nos meus cálculos eles chegariam
por volta das duas da tarde.
Pedi a minha avó que ficasse de
olho e me avisasse assim que Isabella entrasse em casa.
Mal consegui prestar atenção nas
aulas.
Olhava o celular toda hora.
A demora deles só podia
significar uma coisa, eles estavam fazendo algo mais do que falarem com a tal D.
Norma.
Já tinha voltado pra casa.
Eram mais de sete da noite e nada
deles voltarem.
Meu coração sangrava no peito.
As imagens dos dois juntos
invadiam minha cabeça, levando-me quase à loucura.
Seja lá o que fosse que tivesse
havido entre eles, eu não queria saber.
Existia um limite para a dor.
Detalhes não ajudariam em nada.
Resolvi que não ligaria nem
procuraria mais Isabella.
Não correria o risco de ouvir de
sua boca que ela estava namorando o tal de Jacob.
Berta me ligou pouco depois das
nove horas, avisando que Isabella acabara de chegar.
Minha voz triste deixou claro
para ela o que eu estava prevendo que tivesse acontecido.
– Calma, querido, conhecendo
Bella como conheço, acho impossível que algo mais íntimo tenha acontecido entre
eles. Ela não faria isso, mesmo considerando que foi perdidamente apaixonada
por ele.
– Me explique isso direito, vó. –
Isabella apaixonada?
– Bella não te contou? – tinha um
tom de surpresa em sua voz.
– O que ela teria que ter me
contado?
Berta então me contou tudo que
sabia sobre o amor platônico que Isabella nutriu pelo marido da melhor amiga
por tantos anos.
Contou também que foi só por ter
citado esta paixão que ela acabou cedendo, resolvendo dançar em seu
aniversário.
Então foi pra ele que ela dançou
daquela forma? Era nele que pensava enquanto seu corpo se movia como se fizesse
amor...
– Edward? – Berta percebeu meu
silêncio. Eu estava em choque. – Querido, só te contei isso para que saiba com
o que está lidando. Precisa se dedicar com afinco a reconquistar Isabella. É
você quem ela ama agora, não tenho dúvidas disso, mas precisa ser rápido para
não perdê-la.
– Vó, vou desligar agora. Depois
a gente se fala.
Soltei o telefone e levei minhas
mãos à cabeça.
O que minha avó tinha me dito
mudava tudo.
Isabella poderia não ter agido
por vingança, como pensei, provavelmente tinha se entregado por amor, afinal de
contas Jacob agora era um homem livre.
Um buraco se formou em meu peito.
Senti-me como um vampiro,
existindo sem estar vivo.
Os dias seguintes foram um
tormento.
Não liguei mais para Isabella.
Cogitei até a possibilidade de
voltar para a Inglaterra.
Não via muito sentido em
continuar me martirizando, correndo o risco de encontrá-la com ele em algum
lugar.
Aquele dia estava sendo o pior de
todos.
Soube que Berta e Renne viajariam
e que Isabella dormiria sozinha, pois Carmem também estava fora.
Minha avó me contava tudo o que
sabia sobre Isabella.
Eu acompanhava sua rotina, mesmo
sem vê-la, uma forma que encontrei para estar mais perto dela.
Bastou saber disso para ficar
fantasiando a possibilidade de Jacob passar a noite lá. Foi terrível.
No fim da tarde as nuvens
começaram a ficar carregadas, anunciando que uma chuva forte desabaria a
qualquer momento.
As lembranças da última
tempestade voltaram a minha mente.
Nunca mais veria uma sem me
lembrar de Isabella.
A noite começava a cair e uma
idéia fixa martelava em minha cabeça.
Isabella ficaria apavorada se
estivesse sozinha, o que não tinha certeza.
Se me encontraria com ele ou não,
não importava, o fato é que não iria arriscar em deixá-la só.
Talvez ela nem sequer abrisse a
porta para mim, mas eu iria de qualquer jeito. Eu amava muito Isabella e
protegê-la era mais que uma obrigação, era um prazer.
No caminho percebi que os raios e
trovões estavam cada vez mais fortes e constantes.
Assim que cheguei, liguei em seu
celular para que abrisse o portão para mim, sentindo o coração na boca de medo
de ouvir Isabella dizer que Jacob estava com ela.
– Alô! – sua voz era de quem
estava em desespero.
– Bella, por favor, abra a portão
para mim. Estou aqui fora, na porta da sua casa. – foi mais uma súplica que um
pedido.
– Edward? – ela se surpreendeu ao
saber que era eu.
Isabella demorou alguns segundos,
que pareceram horas, para responder.
– Já estou indo.
Fiquei aliviado.
Ela estava sozinha! E ainda por
cima me deixaria entrar.
Uma onda de felicidade me
invadiu.
O portão se abriu.
Estacionei o carro e fui para a
porta.
Quando dei por mim, Isabella se
atirava em meus braços, trêmula e fria, reações de quem estava morrendo de
medo.
Seu perfume inundou-me.
Minha vida tinha sentido
novamente... Mesmo que por pouco tempo, ela era minha de novo.
Abracei seu corpo frágil e a
levei no colo até o sofá.
Apertei-a em meus braços para que
se sentisse segura.
– Pronto, Isabella, eu já estou
aqui. Não está mais sozinha. Fique calma que já vai passar. – falei baixinho em
seu ouvido.
Ele enterrou o rosto no meu
pescoço, fazendo um arrepio percorrer todo meu corpo.
Controlei-me o máximo que pude.
Não era hora para dar
demonstrações de virilidade.
Deixar meus hormônios no comando
já tinha me causado muitos problemas.
A cada estrondo Isabella tremia
mais e eu intensificava meu abraço, sussurrando-lhe palavras de conforto.
Num sentimento beirando o
sadismo, sentia-me o homem mais feliz do mundo, tendo-a tão próxima de mim.
– Você não me ligou mais. – Ela lamentou
baixinho, já parecendo mais calma.
“Ela sentiu minha falta”, pensei.
– Isabella, faz idéia da agonia
que fiquei quando desligou o seu celular e me deixou imaginando o que podia
estar acontecendo entre você e Jacob? Pensa que não sei que já foi apaixonada por
ele? Ou ainda é, não sei... – foi mais difícil dizer isso sem chorar do que
imaginei. - Você não tem a mínima noção do desespero que me toma quando penso
que pode ter se entregado àquele cara, que ele pode ter tocado seu corpo,
beijado sua boca... É uma dor tão intensa que me atrapalha a respirar. Eu não
queria que tivesse a oportunidade de me contar que estava com ele, então
resolvi não ligar mais. – que ela não falasse agora, meu Deus!!!
– Mas você está aqui agora...
– Porque sabia que estava sozinha
e que devia estar apavorada. Quando começaram as trovoadas não pensei duas
vezes antes de pegar meu carro e vir ficar com você. Tive medo que não abrisse
a porta para mim, que preferisse enfrentar a chuva sozinha a ficar comigo. Mas
meu maior pavor era que ele estivesse aqui. – confessei.
– Não estamos juntos, Edward. Não
tenho nada com Jacob. Estou feliz que esteja aqui.
Tive vontade de gritar de
alegria.
Foi como se um raio de esperança
me atingisse.
– Não tanto quanto eu, Isabella.
– falei, tentando conter o riso. - Não imagina como estou me sentindo por tê-la
novamente em meus braços, nem que seja apenas porque seu medo superou o ódio
que tem de mim. – era difícil externar aquele pensamento tão dolorido.
– Não te odeio, Edward. Tentei,
mas não consegui. – Isabella desabafou. Tinha um pouco de desapontamento em sua
voz.
Deus tinha me perdoado, só pode!!
Era muita felicidade para um dia só.
– É tão bom ouvir isso, Isabella.
– Por que fez aquilo comigo,
Edward? – sua pergunta me surpreendeu. Tanto pela melancolia que havia em sua
voz, quanto pelo fato de não esperar que ela tocasse no assunto novamente.
– Porque sou um idiota que não
soube reconhecer a força do amor verdadeiro, Isabella. Eu deixei que velhas
referências interferissem em nossa relação, sem me dar conta que o que eu
estava vivendo era muito mais forte e intenso do que uma simples necessidade
física. – Não tinha palavras no mundo que justificassem o que fiz, mas estas
vieram do coração e esperava que tivessem alguma força.
A tempestade voltou a ficar
violenta.
Isabella se encolheu e não falou
mais nada.
Sua cabeça desceu para meu peito.
Ela parecia se sentir segura em
meus braços.
Ficamos quietos, entregues aquele
momento idílico, onde os problemas não existiam.
A chuva parou.
Minha presença não se justificava
mais.
– Agora que já está bem, vou
embora, Isabella. – como eu queria que ela me pedisse para ficar, mas não
merecia tanto. Já tinha tido mais do que sonhei naquela noite.
– Obrigada, Edward. – disse,
saindo do meu colo e se levantando. – Não sei nem como agradecer. – falou toda
meiga.
Levantei-me também,
aproximando-me dela.
A vontade de beijá-la era gigantesca.
Sentia uma saudade alucinante da
maciez de seus lábios e do gosto doce de sua boca.
– Eu tenho esperança que ainda me
perdoará Isabella. – falei, olhando intensamente em seus olhos. - Vou te
esperar o quanto for necessário. E não precisa me agradecer. Sempre que
precisar estarei do seu lado. – e estaria de qualquer jeito, mesmo que ela não
me quisesse.
– Já te perdoei, Edward. Agora só
preciso me perdoar por ter te perdoado. Isso é o que está sendo difícil para
mim. – desabafou.
Embora feliz de saber aquilo,
tinha consciência que ainda faltava a parte mais difícil do perdão: superar o
orgulho ferido.
Ainda assim sorri de felicidade.
Um grande passo já tinha sido dado.
– Esta parte é a mais complicada,
Isabella. Mas espero que consiga. Estarei te esperando.
Beijei sua testa e foi embora.
Bendita tempestade!!!
Achei melhor não ligar mais para
Isabella.
Ela precisaria de tempo para
lidar com seus conflitos e além do mais, meu ciúme descontrolado podia me levar
a fazer coisas que a irritariam e me fariam arrepender-me depois.
Um fio de esperança reacendeu em
mim quando recebi o telefonema de Isabella me agradecendo mais uma vez por
tê-la salvo no dia da tempestade.
Era um sinal de que ela ainda
tinha carinho por mim.
Passei o resto do dia sorrindo.
Minha avó não cabia em si de
felicidade quando me contou sobre o prêmio que receberia.
Fiquei emocionado ao vê-la tão
feliz.
Ela fazia questão da minha
presença lá e é claro que eu também não perderia por nada aquele momento tão
especial para ela.
Senti um frio no estômago quando
soube que compartilharíamos a nossa mesa da festa com Renée e Isabella.
Enfim eu a veria de novo.
Isabella ainda não tinha chegado
quando entramos no grande salão imponentemente decorado.
A festa estava linda.
Procuramos nossa mesa e nos sentamos.
Eu estava ansioso por sua
chegada.
Alguns minutos depois fiquei de
boca aberta ao vê-la caminhando em nossa direção.
Ela estava magnífica.
Vestia um vestido preto que a
deixava enlouquecedoramente sexy.
Pensei que meu coração saltaria
do peito.
Segurei o queixo por reflexo,
abobalhado com sua beleza.
– Está simplesmente perfeita,
Isabella! – desconfiei que meu olhar deixara passar todo o deslumbramento que
sentia.
– Você também está muito bonito,
Edward. – Isabella falou timidamente.
Minha avó também ficou
maravilhada com sua graça.
Elogiou tanto que a deixou
envergonhada.
Cumprimentei Renée e voltamos a
nos sentar, iniciando uma divertida conversa sobre a festa e seus convidados.
Isabella estava sentada ao meu
lado, o que fazia com que meu coração batesse descompassado.
– Oi, Bella, está muito bonita! –
assim que ouvi aquela voz, sabia de quem se tratava. Mesmo nunca tendo o visto,
imaginei acertadamente que era Jacob. Levantei a cabeça e dei uma olhada nada
amigável para ele. Eu odiava aquele cara.
– Oi, Jacob. – Isabella o
cumprimentou, levantando-se para abraçá-lo. Contei até mil para não esmurrá-lo
ali mesmo.
Jacob cumprimentou Renée e Berta,
depois se virou para mim, estendendo a mão. Pensei seriamente em não
corresponder ao cumprimento.
– Jacob, este é Edward, meu... –
Isabella não soube explicar o que eu era.
– Namorado! – terminei para ela.
Provavelmente ela me odiaria por isso, mas queria mostrar aquele FDP que
Isabella era minha. As feministas que me perdoassem, mas a paixão, às vezes,
deixa o discernimento da gente altamente prejudicado.
Isabella me fuzilou com o olhar.
– Nos vemos por aí, linda. –
Jacob disse, beijando-a no rosto. – E fique longe de cerveja, menina. – soltou
uma risada de deboche, irritando-me até o último fio de cabelo.
Olhei para Isabella, tentando
descobrir que insinuação era aquela.
Desviei meus olhos para Jacob,
que me encarou desafiadoramente.
Se não fosse por Berta, meteria
um murro em sua cara cínica.
Não sei se prevendo o que estava
preste a acontecer ou se pelo acaso, alguém o chamou e Jacob se afastou da
mesa.
Respirei fundo em busca da minha
sanidade.
– Que história de cerveja é esta,
Bella? – Renée perguntou. Não era só eu que estava curioso.
– Depois a gente conversa, mãe. –
Isabella respondeu, tentando encerrar o assunto.
Ela estava muito enganada se
pensava que eu deixaria passar.
Uma parte minha tinha plena
consciência que não era da minha conta o que Isabella fazia da sua vida, mas
outra parte, a mais forte e descontrolada, queria saber com detalhes o que
aquele safado tinha insinuado.
Puxei Isabella pelo braço, com
uma certa brutalidade, admito, e dirigi-me para fora do salão.
– Isabella, vai ter de me
explicar o que este idiota insinuou. – falei rispidamente. Eu nem de longe
lembrava o homem educado e ponderado que eu era.
– Edward, quer fazer o favor de
me largar! Não te devo explicação nenhuma. – Isabella bem que tentou me parar,
mas não teve o menor êxito. Eu era bem mais forte e estava usufruindo disso.
Levei-a até o jardim.
Havia ali apenas um casal no
maior amasso. Não nos atrapalharia. Acho que na verdade nem notaram nossa
presença.
– Isabella, pelo amor de Deus, o
que foi que aprontou? – eu estava completamente transtornado. Tinha pavor de
imaginar o que ouviria de Isabella.
– Foi só um porre, Edward, nada
demais. – falou displicentemente.
– SÓ UM PORRE?! – Gritei
indignado. Eu estava fora de mim. Jamais imaginei sentir tanto ciúme na vida.
– Edward, fale baixo!
– Está bem, eu falo, mas por tudo
que é sagrado, Isabella, o que foi que aconteceu naquela viagem? – “Que não
seja o que eu estou pensando, meu Deus!!”
– Eu só bebi um pouco mais do que
devia, aí eu fiquei muito mal, aí o Jacob me levou para um quarto de hotel, aí
eu vomitei em mim e nele, aí ele tirou meu vestido, aí me deitou na cama, aí eu
apaguei, aí eu acordei e aí viemos embora. Foi só isso, Edward.
Nunca entendi tanto as crises
psicóticas de meus pacientes como naquele momento.
– Aquele tarado tirou seu
vestido? – imaginei suas mãos tocando o corpo dela e senti meus olhos pegando
fogo. Eu era a personificação da fúria.
– Estava todo sujo, Edward. Eu
também não queria que isto tivesse acontecido. Acha que gostei de acordar só de
calcinha ao lado dele? Eu quase morri de vergonha. Eu preferiria estar em coma
alcoólico. Foi terrivelmente constrangedor. – apesar de tudo, acreditei em
Isabella. Pior ainda era saber que ele se aproveitou da ingenuidade dela.
Levei as mãos à cabeça, como
sempre fazia quando estava desesperado.
– O FDP se deitou com você
praticamente nua? Eu vou a-ca-bar com a vi-da de-le. – aquele infeliz estava
com os dias contados.
– Não vai fazer nada disso,
Edward. Ele foi muito educado e respeitador. Ao contrário de você, ele consegue
se controlar diante de uma mulher. E além do mais eu sou solteira, lembra?
Mesmo se tivesse acontecido algo entre nós, o que não aconteceu, seria problema
meu... ou solução, quem sabe. Afinal a minha virgindade nos causou muitos
problemas, não foi Edward? – as palavras de Isabella tinham tantas verdades que
me desarmaram um pouco. Apesar do sarcasmo, não podia negar que estivesse
certa, em parte.
– Isabella, eu mereço ouvir o que
está me dizendo, mas isso não muda em nada a vontade que estou de quebrar a
cara desse tal de Jacob. Ele que não banque o engraçadinho para o seu lado, ou
não vou me lembrar que estou em uma festa.
Ela ficou pensativa, me olhando
estranhamente.
– Edward, talvez devesse
contratar aquela prostituta novamente, se é que não o fez, pois dizem que sexo
acalma. Não me venha bancar o namorado nervosinho agora, por que é um pouco
tarde para isso. Tudo bem que não sinto ódio por você e que tenha sido
extremamente carinhoso comigo naquele dia, mas isso não lhe dá o direito de se
meter nos meus relacionamentos. Vou continuar sendo amiga de Jacob e não
aceitarei interferências suas.
Isabella me deixou sem
argumentos.
– Você é quem sabe. Faça como
quiser, mas vou quebrar a cara dele se encostar um dedo sequer em você. Não
duvide!
Continuei agindo como um idiota.
Voltei para o salão, deixando-a
para trás.
Estava um pouco envergonhado de
minhas atitudes, mas não arrependido.
Fui para o banheiro e joguei água
fria no rosto.
Precisava me acalmar.
Não queria estragar a noite de
Berta.
Fiquei lá até ouvir que as
premiações se iniciariam.
Voltei para a mesa.
Evitei olhar para Isabella.
Ao anunciarem os nomes de Renée e
Berta, nos olhamos e trocamos um sorriso de contentamento.
A trégua duraria pouco.
Renée dedicou o prêmio à filha.
Lágrimas escorreram dos olhos de
Isabella, emocionada.
Segurei sua mão, dando-lhe apoio.
Por mais nervoso que estivesse,
ser amável com ela era algo automático em mim.
Berta também me dedicou seu
prêmio, enchendo-me com palavras de carinho e agradecimentos.
Com muito esforço segurei minhas
lágrimas, sem graça de chorar na frente de Isabella.
Senti sua mão apertando a minha,
retribuindo o apoio que tinha lhe dado.
Assim que as duas voltaram, nos
soltamos rapidamente, como se a mágica do momento tivesse se esvaído, dando
lugar à aborrecida realidade.
Isabella se levantou e saiu da
mesa.
Acompanhei-a com o olhar, até o
momento em que ela entrou no banheiro. Assim que saiu de volta, vi Jacob se
aproximar dela.
Meu sangue ferveu.
Quando ia me levantando para ir
lá esmurrar a cara daquele desgraçado, senti a mão de Berta em meu braço.
– Pelo amor de Deus, Edward, não
vá começar uma briga aqui na festa. – ela me pediu desesperada. – Não
transforme um dos dias mais felizes da minha vida em uma tragédia. – seus olhos
estavam marejados.
– Tudo bem vó, desculpe meu
destempero. Não vou estragar sua alegria. Não se preocupe mais.
Estava tão focado em meus
problemas que nem me preocupei com minha avó. Eu estava me tornando um grande
egoísta.
Iria estragar sua festa por
ciúmes e capricho.
Fiquei envergonhado com o meu
comportamento.
Tive de ficar assistindo Isabella
dançar com Jacob, sentindo meu estômago se contorcer de raiva, mas sabendo que
estava impossibilitado de acabar de uma vez com o sorriso vitorioso que
estampava a cara do salafrário.
Não sei por que, mas algo me
dizia que nunca mais conseguiria ouvir Elvis Presley sem vomitar.
O miserável do DJ resolveu
colocar uma música lenta e antes que piscasse eles estavam dançando com os
corpos colados um no outro.
Eu tentei, juro que tentei, mas
quando vi já tinha me levantado, sob os protestos de Berta, que ignorei por
completo, indo até onde eles estavam.
– Se importa se eu dançar com
minha namorada? – perguntei, puxando Isabella para os meus braços. Eu não me
reconhecia.
– Não é melhor perguntar primeiro
se ela quer dançar com você? – esse Jacob estava querendo briga mesmo.
– Querem parar de agir como se eu
não estivesse aqui – Isabella falou nervosa.
Ela devia estar envergonhada com
a nossa atitude infantil.
– Isabella, vamos sair daqui
antes que eu cometa uma loucura. Aliás, eu já teria cometido se minha avó não
tivesse implorado pra que eu não o fizesse. – eu tremia de nervoso.
– Jacob, depois falo com você.
Obrigada pela dança, me diverti muito. – Isabella ainda se dispôs a despedir do
cara. Balancei a cabeça de impaciência.
– Também me diverti muito, linda,
mas melhor que dançar, é beber com você. – Jacob disse rindo.
Minha vó que me desculpasse, mas
eu ia matar aquele cachorro agora.
E teria feito, se Isabella não
tivesse me empurrado para longe, dando-me um tempo para respirar e pensar
melhor.
– Vamos, Edward.
Segurei em seu braço e a segui,
rumo ao jardim.
Não podia mais viver querendo
matar todo homem que se aproximasse de Isabella.
Eu estava ridículo.
Resolvi tomar uma atitude
drástica.
Ou daria certo ou a perderia de
vez...
Isabella parou no jardim e
começou a falar.
Não prestei atenção em nada que ela
dizia.
Apenas me concentrei no que iria
fazer a seguir.
– Edward você não tem o direito
de agir assim. Não po...
Passei minha mão atrás de sua
nuca e lasquei-lhe um beijo sedento, colando meu corpo ao seu, sentindo seus
seios colarem em meu peito.
Isabella tentou afastar-me, mas
ignorei sua tentativa, invadindo sua boca com minha língua.
Tinha tanta paixão naquele ato
que, apesar da brutalidade, ele se justificava. Finalmente ela cedeu,
fazendo-me o homem mais feliz do mundo.
Eu já não precisava forçá-la.
Nosso beijo se tornou doce,
apaixonado... intenso.
Suas mãos subiram para minha
nuca, acariciando-a e nossas almas finalmente ganharam voz, gritando que o amor
venceu, fazendo tudo voltar a ter sentido...
Continua...
Já falei que adoro o ponto de vista
do Edward né? Dá pra ter um entendimento melhor do que se passa dentro dele no
que se refere a esse amor tão duradouro. Ver o desespero dele pensando que ela
poderia estar com Jacob nos entender melhor a dimensão desse amor. Quero que
eles façam logo as pazes. Beijos e até amanhã.
Oi honey td bem? Nao vejo a hora de eles chegarem nos finalmentes logo, estou ficando surtada!!!! De tanta anciedade. Ate amanha beijusculo.
ReplyDeleteOi Nessie!
ReplyDeleteVocê não é a única surtando de ansiedade... rsrsrs... mas você não perde por esperar, está mais perto do que imaginamos.
Beijos e até amanhã.