Olá galera! Hoje Bella e Jacob se
reencontram e parece que uma amizade começa a despontar e Edward finalmente
admite seu sentimento por Bella, mas as coisas vão ficar complicadas pra ele...
Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
O Contrato
By Jack Sampaio
Atenção: Este conteúdo
foi classificado
como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
CAPÍTULO 17
Bella pov’s
Um gosto amargo em minha boca.
Meu corpo estava moído, como se eu tivesse apanhado. Confesso que temi abrir os
olhos, eu havia bebido até cair em um bar desconhecido. Onde eu poderia estar?
Em algum motel com o barman? Tremi só de pensar. Fiquei surpresa quando, ao
abrir os olhos, reconheci meu quarto.
–Mas como eu...? – perguntei-me
enquanto sentava na cama. Notei que estava seminua e que meu edredom cobria meu
corpo.
–Edward. – constatei com os
dentes cerrados. Só poderia ser ele e não era a primeira vez que ele cuidava de
mim após uma bebedeira tirando minhas roupas. Eu deveria estar agradecida pelos
seus cuidados, mas não conseguia me sentir assim. Eu me sentia irada por ele
demonstrar um pouco de preocupação comigo agora que eu o desprezava.
“Você vai me pagar caro Edward!”
Pensei enquanto levantava-me.
Comia a comida ofertava por
Magdalena sem sentir o gosto. Eu estava pronta para ir ao trabalho e eu iria,
mesmo querendo desesperadamente passar o dia deitada pela ressaca que sentia.
Coloquei os fones do meu Ipod e tentei me desconectar de tudo com a música
lenta que tocava.
Eu pude sentir quando Edward veio
para a sala de jantar onde o café era servido. Era como se a atmosfera antes
tranquila do espaço em que eu estava mudasse para algo tenso, insuportável.
Fixei meus olhos no prato.
–Bom dia. – ele disse numa voz
gentil. Aquilo me enervou ainda mais. Fiquei calada. – Pode pelo menos bancar a
educada ou é pedir demais? – notei a frustração em seu tom. A música que tocava
era baixa, eu poderia ouvir com absoluta clareza a voz de Edward, mas fingi não
ouvir. Então tive os fones arrancados com certa rudez por Edward.
–HEI! – esbravejei encarando-o.
–Eu acho que mereço o mínimo de
respeito já que eu cuidei de você ontem! – Edward disse. A cara que fazia
somada as suas palavras me deixou atônica por alguns instantes. Acabei rindo.
–Deus, você é muito patético!
Acha que vou agradecer e tratá-lo como um rei pelo que fez por mim? Eu não me
membro de ter pedido sua ajuda colega! – falei com desdém. O rosto de Edward
ficou vermelho de raiva.
–Eu não espero ser tratado como
um rei, eu só quero... – antes que ele terminasse de falar levantei da mesa
pegando minha bolsa. – Aonde vai? – perguntou.
–Trabalhar. – disse seguindo para
a saída.
–Eu levo você. – ele murmurou.
Virei para ele.
–Agradeço a oferta, mas não tô a
fim de sua ilustre companhia. – foi tudo o que disse antes de sair.
–O Jacob me disse o que
aconteceu. Ele até me pediu o seu número para pedir desculpas. – Jess dizia. Eu
estava atenta ao meu trabalho.
–Diga a ele que não foi nada. Eu
estava mesmo a fim de ir embora, estava cansada. Não saí por causa da minha
conversa com o seu amigo no terraço. Nem me lembro direito do que falamos. – falei
com descaso, mas a verdade é que eu me lembrava.
Isso depende. O problema é
tirar o cara do coração, aí o casamento acaba.
Eu sei que eu não tenho nada
haver com isso, mas parece que você está infeliz com esse casamento. Eu fui um
pouco intrometido e perguntei a Jessica qual era o problema. Ela não disse
nada, mas imagino que deva ser... Sabe... Ele deve traí-la.
Olha não fica chateado comigo,
mas sabe, aproveitando que eu já estou ferrado com você por ter tocado em um
assunto desses, esse tal Edward Cullen é um babaca.
–... SENHORA CULLEN? – uma voz
feminina me despertou. Olhei para Jess achando que era ela, mas não era. Voltei
meu olhar para o meu lado e vi Tânia de pé olhando-me com uma raiva contida.
Fechei a cara. Eu odiava aquela mulher!
–Sim?
–O senhor Cullen deseja falar com
a senhora. – ela disse e saiu rapidamente, o seu salto batendo com força no
chão produzindo um barulho chato.
–O que o seu marido quer? – Jessica
perguntou. Dei de ombros.
–Me encher após o tratamento que
dei a ele antes de vir para o trabalho com toda a certeza. Eu vou ver o que
aquele babaca quer. – levantei sem nenhuma vontade e rumei para a sala de
Edward. Eu não o havia visto desde a hora que cheguei à empresa. Eu entrei sem
me anunciar. Ele estava sentado em sua poltrona atrás de sua mesa. Largou seu laptop
assim que me viu passar pelas portas.
Ele tinha uma expressão cansada e
frustrada no rosto. Eu não me comovi. Por mim poderia ir para o inferno!
–O que quer senhor Cullen? Estou
trabalhando. É algo relacionado ao trabalho? – perguntei cruzando os braços em
frente ao corpo.
–Não. – foi tudo o que Edward
disse.
–Então eu me retiro. Não é do meu
feitio resolver questões pessoais em ambiente de trabalho.
–Eu quero me entender com você. –
Edward falou. Eu estaquei com suas palavras sem necessariamente virar para
olhá-lo.
–O que? – perguntei sentindo meu
coração martelar no peito.
–Eu quero que tenhamos uma boa
convivência. Sem brigas nem nada disso. O que você acha? Eu sei que esta
situação desagrada tanto a você como a mim. –
Soltei uma risada curta. – Por
que está rindo? Não estou contando nenhuma piada. – ele falou com a voz
claramente indicando sua irritação.
–O modo como eu o estou tratando
pode desagradá-lo, mas a mim agrada, e muito. Eu gosto de tratá-lo como o lixo
que você é. – falei e fui embora sem ver a expressão hilária que deveria estar
em seu rosto. Uma pena.
Eu estava determinada a feri-lo
de alguma forma, mas não iria mais atingir a mim mesma para prejudicá-lo. Eu
não me entregaria a consolos vazios como a bebida como tenho feito desde que
descobri estar sendo traída. Nunca mais Edward me veria fraca, caindo de
bêbada, como tem me visto. Eu iria mostrar para ele que até uma sem noção, como
eu costumava ser, poderia ser boa em executar uma vingança.
“Você vai pagar caro, vai
implorar pelo meu perdão!”.
E então os dias foram passando,
mais precisamente um mês desde que descobri que Edward me traia. Durante este
tempo eu fui rude, fria, indiferente, sarcástica. Um mês tratando-o do mesmo
modo que fui tratada durante os dois meses anteriores a minha mudança.
Eu saía quase todas as noites com
Jessica, e Ângela. Às vezes apenas dormia no meu antigo apartamento, agora
ocupado por Jessica, só para não ter que ir para casa. As meninas estavam por
dentro de tudo o que acontecia, mas eu não dizia tudo. Não dizia a elas, por
exemplo, que doía tratá-lo mal, mesmo Edward merecendo. Eu não o traí também,
não conseguia ficar com outra pessoa e nem procurei. Eu não iria me rebaixar
como Edward, ele não merecia tanto.
Naquele dia estávamos fazendo
três meses de casados.
–Alice está preparando um jantar
hoje à noite. Ela nos convidou. – Edward disse. Eu olhava para o meu café da
manhã.
–Ela me ligou ontem à noite
avisando, eu disse que não iria. – falei com descaso. Eu odiava quando Edward
puxava papinho comigo, algo que se tornou frequente.
–Qual é o problema de irmos? – Edward
perguntou com rudeza.
–Eu não tô a fim de ir com você.
Ponto. Respondi a pergunta ou está com atraso mental e não entende? – eu o
olhei com a expressão fria. O rosto de Edward estava vermelho de raiva.
–Que inferno! Eu não estou sendo
mal educado com você! Dá para agir como um ser humano civilizado? – ele
esbravejou. Bocejei.
–Você tem sorte de eu olhar pra
sua cara. – falei pegando minha bolsa.
Edward nem contestava quando eu
saía dispensando sua carona, virara rotina. Assim como virou rotina eu tratá-lo
como um João ninguém. Eu tinha que admitir que eu estivesse bem pior do que
antes e isso em pouco tempo.
Mais um dia na empresa. Minha
mudança de visual mudou o modo como todos olhavam para mim. Agora eu era uma
figura popular não com as outras funcionarias (elas morriam de inveja de mim),
mas dos funcionários.
–Bom dia Isabella! Linda como
sempre! – um funcionário me cumprimentou. Eu sorri e acenei.
–Oi Bella. – outro homem me
cumprimentou.
–Olá Jared. – eu disse e continuei
a seguir para o meu local de trabalho sempre sendo simpática. Encontrei com
Jess em nossa divisória. Ela dormia em cima de sua mesa. Eu a cutuquei de leve.
–Acorde Jess. – falei num tom
brincalhão. – Bom dia.
–Ah, oi amiga. – ela disse junto
com um bocejo. Olhou-me dos pés a cabeça. – Nossa você levou a sério mesmo esse
negocio de vir produzida para cá.
Eu olhei para mim mesmo: calça
jeans preta justa, sapato de salto alto preto, uma camisa branca colada ao
corpo e um cachecol xadrez preso no pescoço.
–Não estou vendo nada demais na
minha produção. – falei enquanto sentava.
–Isso é por que você está
habituada a se vestir bem agora. Quem está assessorando você nessa parte?
–A Alice me dá uns toques de vez
em quando. – falei enquanto ligava o computador. Jess ficou calada por alguns
instantes.
–Olha, o Edward chegou. Reparou
que de uns tempos pra cá ele não pára de olhar para você?
–Eu nem noto a existência deste
ser, Jess.
–É estranho. Ele te ignorava e
agora, nesse último mês, não pára de olhar você. Ele está olhando nesse momento
enquanto segue para a sala dele.
–Pare de olhá-lo. Não quero que
ele pense que eu mandei você fazer isso! – disse áspera.
–Ok. Novo assunto: hoje a noite Ângela
e eu vamos a um barzinho que inaugurou recentemente. Dizem que o lugar é ótimo.
Quer vir? – Jess convidou. Eu não sei por que ela perguntava se eu iria. Até
agora eu não recusei um convite dela.
–Claro. Após o trabalho? – perguntei.
–Sim. Vamos primeiro pegar o
Mike, Jacob e o Ben na empresa e seguimos.
–Tudo bem. – concordei.
Na hora do almoço comi no
refeitório com as meninas e tivemos um papo animado sobre nossos planos para a
noite. Ângela parecia mais tranquila com relação a mim, ela andou preocupada
com minha súbita mudança de temperamento. Agora que as coisas pareciam tranquilas
até mesmo para mim Ângela não fazia perguntas sobre se eu estava bem.
Eu estava entorpecida com tudo,
agindo ou com um sorriso ou com uma carranca, mas de forma superficial. Eu não
agia mais como Isabella e isso me preocupava. Eu queria ter uma vida normal,
mas ainda não tinha. Parece que a única forma de conseguir tal coisa era me
divorciar de Edward, mas sempre que eu pensava nisso repudiava a idéia. Eu não
tinha me vingado completamente, ele ainda tinha que pagar.
Conversei com Alice no telefone.
Ela tentou me convencer a ir para o jantar, mas eu recusei o convite. Eu não
iria sair ao lado de Edward posando como a esposa feliz. Ele que fosse sozinho!
Após terminar os meus afazeres eu
segui para pegar carona com Jess para o novo bar. Jess estava em seu Mercury
branco e nos conduziu para a empresa que ficava a algumas milhas do nosso
trabalho. Os rapazes já estavam em frente ao luxuoso prédio, naturalmente.
Contei as vagas no carro e conclui que eu teria de sair, ou eu ficaria cercada
por casais apaixonados.
–Hmmm
eu acho que vou de ônibus. Passe-me o endereço Jess? – perguntei já saindo do
carro.
–Não precisa Bella. Tem uma vaga
ainda. – Ângela disse. Olhei com desgosto para o espaço disponível bem ao lado
do casal Ângela e Ben.
–Ainda assim eu prefiro... – murmurei,
mas fui interrompida.
–Vem comigo na minha moto. – Jacob
se manifestou. Eu o olhei. Ele estava montado em sua moto preta cuja marca não
identifiquei. Era bonita. Quando a olhei me remeteu a época em que eu tinha uma
moto há muito tempo. Quando meus pais morreram tive de vendê-la para o
pagamento de dívidas. Ainda fiquei de pé sem ter certeza se deveria subir.
–Vamos, eu serei bem cauteloso
com a moto, ou você não quer bagunçar o cabelo no vento? – perguntou com
deboche. Peguei o capacete ofertado por ele e subi na moto enlaçando sua
cintura.
–Se quer saber eu tenho carteira
para dirigir uma belezinha destas. – falei enquanto Jacob ligava a moto.
–Então me perdoe senhora. – falou
divertido.
–Não sou senhora, sou senhorita.
– o corrigi enquanto começávamos a sair da calçada.
–Mulheres casadas são chamadas de
senhora. – ele retrucou.
–E quem disse que eu sou casada?
– disse num tom frio. Jacob não falou mais depois dessa.
Chegamos rapidamente ao barzinho.
O lugar estava lotado, mas não tivemos dificuldades para encontrar uma mesinha
para nós seis. A principio fiquei um pouco retraída, mas logo participei
ativamente da conversa. Falávamos principalmente sobre os podres da empresa, ou
melhor, os demais falavam, eu e Jacob tentávamos falar sobre o trabalho em si.
É claro que logo todos ficaram entediados com o papo e decidiram dançar na
pista de dança, todos menos Jacob e eu. As músicas tocadas no bar eram lentas,
se não fosse pela conversa eu não teria ficado lá. Agora que eu não estava
entretida com o papo com os amigos, o som doce dos cantores incomodava.
–Quer dançar? – Jacob disse e só
então notei que ele estava de pé com a mão erguida em minha direção. Fiquei
embasbacada com seu ato.
–Dançar? Eu? Com você? Mas eu não
sei dançar! – disse nervosa. Jacob sorriu.
–Também não sou um pé de valsa.
Não é preciso saber dançar, basta balançarmos para lá e para cá. O que me diz?
Eu poderia dizer não, afinal a última
vez em que dancei foi em meu casamento, ou seja, nada de recordações boas. Mas
também uma dancinha não mataria ninguém, pelo menos eu poderia me distrair ao
invés de ficar ligada na letra das músicas e nos casais que me rodeavam.
–Tudo bem. – disse levantando-me
e aceitando a sua mão. Jacob nos guiou até o centro do salão próximo de Mike e
Jess e Ângela e Bem e começamos a dançar. A princípio fiquei dura como um
pedaço de pau sem saber onde eu deveria colocar a mão. Jake riu de mim, lógico,
e colocou minhas mãos em seus ombros. Suas mãos enlaçaram-me pela cintura
puxando-me para mais perto. Rubra, virei meu rosto para o outro lado. Até então
eu nunca estive tão próxima de um homem, que não fosse Edward, sóbria.
Balançamos para lá e para cá.
–Você dança bem. – Jacob disse.
–Obrigada pelo incentivo, mas sei
que sou um horror dançando. Não levo jeito para a coisa. – comentei vermelha
como um pimentão.
–Pra mim você está dançando bem.
– ele disse e arriscou me rodopiar. Felizmente seu ato não nos derrubou.
Voltamos à posição original dançando bem próximos um do outro.
–Eu sei que estou atrasado, mas
lembra-se da festa na casa da Jess?
–Lembro sim e Jacob eu não tenho
que perdoar nada. Você não fez nada. – disse.
–Tudo bem então. É que eu sou
assim mesmo, quando estou pensando algo ponho para fora. Não meço as consequências
do que digo. – Jacob dizia enquanto dançávamos. Dei de ombros.
–Acho que prefiro alguém como
você, que diz o que pensa.
–Que bom por que eu sou muito
impulsivo. Então será que posso me redimir pela minha falta daquele dia?
–Jacob, não precisa se redimir de
nada.
–Mas eu quero. E não aceitarei
uma negativa sua. – Jacob disse ente risos. Bufei.
–Vejo que não adianta dizer não,
então como pensa em se redimir? – perguntei curiosa com o rumo de nossa
conversa.
–Pensei em um jantar, algo assim.
O que você quiser.
–Que tal um cinema? Faz tempo que
não vou e tem um filme que quero assistir. – disse e infelizmente me lembrei da
época em que estava com Edward, antes do casamento. Das cosias que fazíamos
juntos...
–Tudo bem, cinema. Hoje é quinta,
que tal amanhã à noite. Eu pego você no seu trabalho.
–É, pode ser.
–Mas o seu marido não vai se
importar? – ele perguntou trazendo a tona todo o mau humor que tentei reprimir.
–Não se preocupe com aquele ali,
ele não ligaria nem se eu estivesse morta, que dirá um cinema com um conhecido.
– falei com aspereza.
–Você não gosta do Cullen, não é?
–Percebeu isso só agora Jacob? –
falei com sarcasmo.
–Eu já tinha percebido antes,
mas... Você ainda está casada com ele? – ele perguntou sem parecer notar o
quanto me desagradava ficar falando no dito cujo.
–Estou só no papel. Mas isso não
importa, não quero falar disso. Então a que horas vai me buscar na empresa? – perguntei
querendo que Jacob parasse de falar sobre mim.
–Que tal às sete? Ou está muito
tarde?
–Não, pra mim está ótimo. As sete
em frente à empresa onde eu trabalho. E por favor, vamos assistir a um filme de
comédia ou ação, mas nada de romance! – exigi. Jacob riu.
–Ok, o que você quiser. – Jacob
afastou-se um pouco e me encarou. Pareceu achar a expressão facial que
encontrou em meu rosto divertido. Fiquei sem graça e desviei o olhar. Então
naquele momento fiquei hiperconsciente de Jacob bem próximo a mim. De seu corpo
quente, suas mãos firmes na base das minhas costas, a maciez da sua pele...
Afastei-me. Não gostava do rumo
que minha mente estava seguindo.
–Estou um pouco cansada. Acho que
vou sentar e relaxar. – disse para Jacob.
–Boa idéia, eu também.
Assim sendo Jacob sentou-se ao
meu lado em nossa mesa. Não ficou muito próximo nem fez perguntas sobre meu
relacionamento. Ao invés disso perguntou sobre meu trabalho na empresa, se eu
gostava de ser contadora, em que universidade eu me formei. Fui respondendo as
suas perguntas sentindo-me absorva de tudo. Ele era divertido, arrancou
gargalhadas minhas facilmente enquanto contava situações engraçadas da empresa.
Não sei por quanto tempo conversamos, mas logo o bar foi esvaziando e os casais
felizes que vieram conosco cansaram de dançar.
–É, acho que por hoje chega.
Melhor nós irmos. Tem trabalho amanhã. – Ângela disse. Eu concordei.
–Nem me lembre que amanhã tem
trabalho! – Jess resmungou enquanto seguíamos para a saída. Como não estava
muito sóbria, Mike a ajudou a entrar no carro e assumiu a direção.
–Levo todos vocês e durmo com a
Jess. – ele disse. Ângela e Ben foram para os bancos de trás. Eu acenei para
elas e logo éramos só nós dois, Jacob e eu.
–Então eu levarei você para casa.
– Anunciou sentando na moto e passando meu capacete. Subi sem hesitar desta
vez. Foi bem rápido. Jacob dirigiu acima da velocidade permitida, mas isso não
me incomodou. Deixou-me em frente ao meu condomínio.
–Obrigada pela carona e pela
dança. – disse enquanto lhe entregava o capacete.
–Não precisa agradecer. E o
encontro está marcado. – Jacob disse.
–Ah, claro. E será que poderia me
dar o numero do seu celular? Para o caso de acontecer algo. – disse. Jacob
apalpou os bolsos da jaqueta de couro que usava e tirou um cartão. No cartão
estava seu nome (Jacob Black), informações como e-mail e numero de telefone e
sua função na empresa concorrente que era de designer gráfico.
–Pronto. Espero que não precise
ligar avisando que não poderá ir ao encontro.
–Isso tudo vai depender do que
for acontecer amanhã, mas caso isso aconteça marcamos outro dia. – disse e isso
pareceu deixar Jacob feliz.
–Certo. Boa noite princesa. – falou
enquanto ligava a moto. Acenei e logo entrei no prédio.
A noite havia sido boa. Pela
primeira vez não fui e me diverti para atingir Edward, para provar que eu
poderia seguir adiante como tenho feito no último mês. Eu realmente me diverti
com meus amigos e com o meu mais novo amigo (se é que posso chamá-lo tão
prematuramente assim) Jacob.
Olhei o relógio em meu pulso,
eram duas e quarenta da manhã. Agora que estava em casa poderia sentir o
cansaço me abater. Retirei os sapatos no elevador e o segurei com uma mão. Fechei
os olhos recostando-me na parede de vidro do elevador. Após alguns instantes o
elevador parou. Eu saí rapidamente, querendo chegar o quanto antes no meu
quarto, deitar e só acordar amanhã.
Ao sair do elevador e dar os
primeiros passos para as portas que me levariam ao apartamento de Edward, senti
alguém atrás de mim. Parei e virei. Assustei-me ao notar Edward parado a poucos
metros de mim. Olhava-me com uma expressão estranha.
–O que está fazendo aí? – perguntei
com rudeza.
–Sou eu que deveria perguntar
onde estava. Eu já estava pronto para procurá-la. – ele falou numa voz rouca.
Edward estava muito estranho. Ignorei.
–Você não precisa se dar ao
trabalho e antes que diga algo, um sermão, saiba que eu sou dona do meu nariz.
Chego a hora que me der na telha! – falei a centímetros do seu rosto. Virei-me
pronta para partir. Edward segurou minha mão.
–Não encosta em mim. – disse
irritada. Livrei-me de sua mão com um safanão.
–Houve uma época em que você
implorava pelo meu toque e agora, simplesmente, não tolera, nem me olha. Posso
saber o motivo da mudança?
–Não te interessa. – falei.
–Tem haver com o que eu vi lá
embaixo? Com aquele cara?
Congelei. Edward me viu com
Jacob?
–Agora deu para me espionar? Não
imaginei que se rebaixaria tanto!
–Quem era ele Bella? A sua nova
forma de me atingir? – ele voltou a segurar o meu braço.
–Eu não sou baixa como você. Não
estaria com alguém para atingi-lo. Agora ao invés de me encher por que você não
vai gastar seu dinheiro com as suas prostitutas? – eu o empurrei e voltei-me
para o apartamento.
–É por isso que tem agido assim?
Acha que eu a traio? – ele perguntou. Eu ri.
–Eu tô pouco me lixando para o
que você faz! Eu ajo assim por que quero e não por que quero que pague por ter
me traído. – menti.
Não era assim, eu agia de forma
ríspida para fazê-lo pagar, mas Edward não precisava saber disso. Ouvi Edward
murmurar algo, mas segui apressada para o meu quarto e fechei a porta assim que
passei por ela.
A convivência com ele estava a
cada dia mais insuportável. Embora Edward estivesse mais manso que nos dois
primeiros dias de casamento, ele ainda me incomodava profundamente.
Pouco a pouco a Bella que um dia
fui morria dando lugar a este novo ser que eu admirava e temia. Isso era
apavorante.
Edward pov’s
Não consegui dormir bem, de novo.
Preocupei-me. Será que dormir mal por causa da Bella seria uma constante em
minha vida? A cada dia a mudança de Bella me afetava. O pior foi o que
aconteceu ontem, aquele beijo impensado.
Eu procurei não pensar no beijo
nem antes de dormir, nem agora quando estava acordado para mais um dia de
trabalho; impossível. Enquanto levantava, tomava meu banho, escolhia a roupa
que iria usar e conseqüentemente a vestia, eu só pensava em Bella.
Não era apenas arrepender-me pelo
beijo, era também sentir arrependimento pelo que eu havia feito a ela. Eu
poderia ver o que Bella estava fazendo com ela mesma. Vê-la sozinha bebendo
compulsivamente no bar, destruindo-se, mexeu comigo de uma forma intensa.
Aquela foi a primeira vez que eu vi, após a mudança de Bella, o estrago que
fiz. Eu nunca estive tão ciente do dano que causei a ela como ontem. E eu não
poderia voltar atrás, não dava. O que eu poderia fazer agora era apenas tentar
ser gentil na tentativa de amainar os atritos entre Bella e eu.
“Vou tentar ser mais simpático.
Quem sabe assim ela não fica um pouco mais calma?” – pensei positivamente
enquanto saía do meu quarto. Passei no quarto de Bella, ela não estava
lá. Segui para a sala de jantar e a encontrei lá comendo.
Quando eu me aproximei de Bella
eu a vi ficar imediatamente tensa embora tentasse disfarçar. Respirei fundo. Eu
tinha que melhorar o clima entre nós.
–Bom dia. – disse numa voz
anormalmente gentil. Bella ficou calada. Aquilo me enervou. – Pode pelo menos
bancar a educada ou é pedir demais? – pedi frustrado. Bella continuou a me
ignorar. Notei que usava fones de ouvido, provavelmente não me ouviu. Num surto
de raiva arranquei os fones dos seus ouvidos.
–HEI! – Bella esbravejou.
–Eu acho que mereço o mínimo de
respeito já que eu cuidei de você ontem! – disse irado. Bella ficou atônita por
alguns instantes antes de rir com vontade.
–Deus, você é muito patético!
Acha que vou agradecer e tratá-lo como um rei pelo que fez por mim? Eu não me
lembro de ter pedido sua ajuda colega! – falou com desdém. A raiva me tomou. Eu
sabia que não tinha o direito de exigir nada, mas exigi mesmo assim.
–Eu não espero ser tratado como
um rei, eu só quero... – eu a vi se levantar. – Aonde vai? – perguntei.
–Trabalhar. – disse já se
dirigindo a saída.
–Eu levo você. – murmurei sabendo
o que ela diria.
–Agradeço a oferta, mas não tô a
fim de sua ilustre companhia. – foi tudo o que disse antes de virar as costas e
partir.
–Inferno! – murmurei colocando
minha cabeça entre as mãos. Sentia a dor de cabeça se formar. Eu estava perdido
com essa mulher!
Cheguei bufando no escritório.
Tânia veio me beijar quando adentrei minha sala, mas quando viu minha cara de
poucos amigos, parou.
–O que foi? – perguntou enquanto
eu me sentava.
–Nada. Passe minha agenda. – disse.
–Por que tá assim? Tem haver com
a sua esposinha e o desvio comportamental dela? – Tânia perguntou com aspereza.
–Não me aborreça Tânia! – esbravejei.
– Não é por que você é minha amante que pode agir desse jeito. Ponha-se no seu
lugar como minha secretária! – despejei em Tânia todo o veneno que colhi com o
tratamento desdenhoso de Bella. Tânia calou-se finalmente amordaçada. Passou a
agenda para mim em silêncio. Eu não iria pedir desculpas, eu estava certo. Ela
fez seus afazeres amuada, eu a ignorei. Havia algo que eu precisava fazer e não
tinha nada a ver com Tânia.
Enquanto mexia em meu computador,
eu disse:
–Tânia, chame Bella para mim.
–Como é que é? Quer que a tal
Bella...
–Você me ouviu Tânia? Disse para
chamá-la! – disse num tom ríspido, amordaçando-a novamente antes que
Tânia fizesse algum protesto. Ela se calou e seguiu para a saída. Esperei pelo
momento em que Bella entraria, com certa tensão. Logo ela entrou, pude sentir
pela súbita carga elétrica que tomou conta do ambiente. Eu larguei o laptop e a
olhei sem poder conter minha frustração.
–O que quer senhor Cullen? Estou
trabalhando. É algo relacionado ao trabalho? – perguntou em uma posição
arrogante, os braços cruzados em frente ao corpo.
–Não. – falei sem saber o que
dizer em seguida. Era difícil pensar com coerência quando Bella tratava-me de
forma hostil. Eu nunca fui tratado assim por mulher nenhuma.
–Então eu me retiro. Não é do meu
feitio resolver questões pessoais em ambiente de trabalho. – disse curta e
grossa. Eu tinha que dizer algo, mesmo que o “algo” fosse de certa forma
humilhante pra mim. Não importava.
–Eu quero me entender com você. –
falei enquanto Bella já projetava seu corpo em direção a saída. Bela parou, mas
não se virou.
–O que? – perguntou com a voz
falha. Poderia ser apenas impressão minha, mas entendi que minhas palavras a
afetaram.
–Eu quero que tenhamos uma boa
convivência. Sem brigas nem nada disso. O que você acha? Eu sei que esta
situação desagrada tanto a você como a mim. – expliquei querendo que Bella
entendesse minha lógica, percebesse que o melhor para nós dois era chegarmos a
um acordo. Ouvi sua risada. - Por que está rindo? Não estou contando nenhuma
piada. – falei irado.
–O modo como eu o estou tratando
pode desagradá-lo, mas a mim agrada, e muito. Eu gosto de tratá-lo como o lixo
que você é. – falou e saiu sem olhar para mim.
Eu fiquei parado, sem saber que
reação deveria ter. Acabei não reagindo. Estranhamente ser chamado de lixo por
Bella incomodou mais do que deveria. E eu sabia que só estava sentindo incômodo
por que era com ela. Se fosse outra pessoa, outra mulher, não teria incomodado
tanto.
Era só o começo.
“Isso vai passar, não pode ser
permanente!” – pensei. Eu queria acreditar nisso, eu precisava para manter
minha sanidade. E eu esperei...
Esperei...
Esperei...
Duas semanas, três semanas, um mês...
Um mês sendo destratado de uma
forma pior a cada dia. As peças do meu desconforto, de minha tristeza pelas
atitudes de Bella foram se colocando num quebra-cabeça bizarro. E quanto mais a
verdade vinha para mim, mais eu entrava em desespero. Por que eu nunca imaginei
em meu plano genioso que chegaríamos a uma situação limite, ainda mais em um
tempo tão curto. Três meses de casamento e um mês desde que Bella mudou para
este novo ser que não conheço. E eu tentei ser simpático quando minha paciência
não se exauria. Tentei. Mas sempre Bella vinha com aspereza.
Eu não conseguia me segurar, era
rude também. O que fazer? O que dizer a ela?
Naquela manhã eu estava com
espírito renovado. Após um mês sendo chutado com palavras por Bella, eu estava
disposto a tentar mais uma vez. Tem sido assim na última semana e eu ainda não
havia desanimado.
Eu a encontrei naquela manhã
tomando seu café. Dei bom dia, mas Bella não respondeu. Procurei ignorar. Sua
atitude desrespeitosa já era algo rotineiro. Em um dado momento eu me
manifestei lembrando-me de uma ligação que recebi de Alice um pouco antes de
vir tomar o meu café.
–Alice está preparando um jantar
hoje à noite. Ela nos convidou. – disse. Bella nem se deu ao trabalho de me
olhar, subitamente concentrada demais no que comia. Não achei que me
responderia na certa me ignoraria como sempre. Para a minha surpresa ela
respondeu.
–Ela me ligou ontem à noite
avisando, eu disse que não iria. – falou com descaso. Eu tinha que me sentir
grato, era muito difícil Bella falar uma frase completa para mim que não viesse
com xingamentos. Estupidamente pensei que isso poderia ser um indício que ela
estava cedendo.
–Qual é o problema de irmos? – perguntei
rude. Bella sempre recusava os convites de Alice, pelo menos em jantares em que
eu deveria estar presente. Ela olhou para mim com raiva e entendi que viria uma
torrente de insultos antes mesmo de ouvi-los.
–Eu não tô a fim de ir com você.
Ponto. Respondi a pergunta ou está com atraso mental e não entende? – falou.
Senti meu rosto esquentar pela raiva. Afora os momentos em que a própria Bella
me provocava, eu era educado. Será que ela não poderia ser igualmente educada,
mesmo que soasse como algo falso?
–Que inferno! Eu não estou sendo
mal educado com você! Dá para agir como um ser humano civilizado? – perdi o
controle. Bella bocejou.
–Você tem sorte de eu olhar pra
sua cara. – falou já se levantando, pegando sua bolsa e partindo. Eu não
ofereceria uma carona, tinha certeza de que recusaria.
A situação estava realmente
insustentável.
Enquanto seguia de carro para a
empresa, fiquei a meditar. Bella parecia me desprezar profundamente, mas até
agora não pediu divórcio. O que ela estava esperando? Mas a pergunta mais
importante era: se Bella pedisse o divórcio, o que eu faria? Eu e deixaria ir?
O antigo Edward de um mês atrás não pensaria duas vezes, adoraria que Bella
fizesse tal coisa, mas agora...
E como se não bastasse eu ser
tratado por Bella como um cachorro, sua mudança de visual começou a chamar a
atenção. Eu havia notado como os funcionários do sexo masculino a olhavam; eu
poderia até imaginar os pensamentos lascivos com relação a ela. Eles a
cumprimentavam e soube pelos bastidores que alguns, mesmo sabendo que Bella era
casada comigo, se atreveram a convidá-la para sair. Bella recusou, mas tenho
certeza que fez isso por eles e não por achar que devia me respeitar. Ainda
sim, para os casos confirmados de flerte, eu não deixei passar. Demiti sem dó
nem piedade aqueles que a convidaram para sair. Eu nunca contei tal atitude
para ninguém, nem mesmo para Tânia, mas Alice percebeu que o quadro de
funcionários estava diminuindo significativamente. Cheguei amuado como em todos
os outros dias, Tânia já nem se surpreendia com o meu humor negro.
–Bom dia. – Tânia disse num tom
estranhamente profissional. Murmurei algo parecido com um bom dia e segui para
meus afazeres.
Outra cosia que havia mudado eram
minhas farras. Eu não me encontrava mais com garotas de programa e meus
encontros com Tânia estavam a cada dia mais escassos. Isso a incomodava, mas
ela temendo uma reprimenda não me questionava. A verdade era que a atração
física que eu sentia por Tânia estava diminuindo a cada dia. Se às vezes eu me
envolvia fisicamente com ela, era por pura necessidade (não dava para fugir das
necessidades do corpo). Eu me perguntava por que essa mudança, por que nenhuma
mulher parecia me saciar e estremecia quando a provável resposta vinha em minha
mente.
Mesmo não querendo ir sozinho
jantar com Alice e ser bombardeado por perguntas sobre Bella, eu liguei
confirmando o jantar. Queria evitar Bella, consequentemente evitando
aborrecimentos.
–Edward, hora do almoço. Melhor
comer. Tem uma série de reuniões após esse horário. – Tânia avisou. Levantei de
minha mesa e segui para a saída. Iria almoçar em meu restaurante favorito.
Outra prática que adquiri e que muito me incomodava era olhar para o local onde
Bella trabalhava. Era algo compulsório, eu não conseguia não olhar. A colega de
Bella, Jessica, pareceu perceber minha atitude e certamente contou a Bella.
Além disso, existia um
sentimento, algo em meu peito, que me oprimia.
–Meu amor, eu vou me recolher
agora. – Jasper disse beijando Alice nos lábios. – Até mais Edward. Obrigado
por sua visita. Eu espero que Bella venha da próxima vez. – disse e seguiu para
a escadaria que o levaria aos quartos. Acenei. Alice e eu estávamos agora,
sozinhos, na sala de visita sorvendo um licor qualquer trazido por uma das
empregadas. Durante todo o jantar, desde que Alice me viu chegando sozinho, ela
me olhou de forma especulativa. Agora que Jasper havia se recolhido as
perguntas começariam. Afrouxei a gravata deixando o copo vazio de licor em cima
da mesinha a minha frente. Recostei-me no sofá fechando os olhos e tentando
relaxar.
–Bella sempre recusa meus
convites quando você está no meio. – ela comentou com deboche.
–Não enche Alice. – resmunguei.
–Você está um trapo irmãozinho!
Eu me pergunto o que está deixando você assim, mas só consigo pensar em um
nome: Isabella Maria Swan... Cullen.
–Anda me espionando Alice? – perguntei
com desdém. Nem precisava abrir os olhos para vê-la dar de ombros.
–Não preciso recorrer a isso.
Está visível até para um cego. Eu não entendo. Bella claramente despreza você e
o evita, você deveria estar feliz.
–Eu sei, mas com toda a
sinceridade não estou. – confessei.
–E por que não está feliz,
Edward? – Alice perguntou. Sorri.
–Você deve saber o porquê, você
sempre foi bem intuitiva.
–Bem... Eu tenho minhas teorias
sobre tudo isso, mas eu mesma não acredito nelas. Quero dizer... foi tão
rápido!
–E que teoria é essa que você
custa a acreditar Alice? Agora fiquei curioso. – disse abrindo os olhos e
fitando minha irmã que agora tinha um semblante perversamente feliz.
–Acho que ao invés de fazer a
pergunta eu prefiro afirmar.
–E a pergunta seria...? – eu a
instiguei já sabendo o que Alice diria.
– Edward, você está apaixonado
pela Bella. Sabe disso, não é? – ela falou e ficou me observando, esperando por
algum sinal de mentira. Eu suspirei pesadamente e voltei a minha posição
anterior; olhos fechados recostado confortavelmente no sofá.
– Sim, eu sei. – admiti sem me
importar com o que Alice diria.
–Nossa, pensei que negaria.
–Você saberia se eu estivesse
mentindo irmãzinha e jogaria na minha cara a farsa. Além disso, eu já neguei
durante um mês. Estou cansado até disso. – abri os olhos e fitei o teto.
–É, você está em maus lençóis.
Deve ser a primeira vez que você sente algo por alguém e justo por alguém que o
odeia. Muito embora o fato de Bella não ter pedido o divórcio seja um indício
de que ela deve sentir algo.
–Acha isso? – perguntei sentindo
uma pontada de esperança.
–Quem sabe? Pode ser isso o que a
prende a esse casamento falido, ou pode ser outra coisa. Bella está diferente,
é difícil saber o que ela fará. Ainda assim eu sinto, quando converso com ela,
que a Bella de antigamente vive dentro dela.
–Se aquela Bella vive, eu não sei
Alice, mas não há como ela voltar a ser como era, não por mim. Eu a perdi. – senti
um aperto ao pronunciar estas palavras. Alice levantou-se de onde estava
sentada e veio se sentar ao meu lado.
–Sinto muito. Eu não posso
ajudar. Só você pode reverter se desejar.
–Como posso reverter Alice? Eu já
fiz a besteira! Bella nem me olha na cara! Ela me despreza e eu... – suspirei
colocando minha cabeça entre as mãos. – O pior de tudo é que você sabia que
isso aconteceria, por isso aceitou Bella.
–Pois é eu soube assim que a vi
que Bella conseguiria degelar seu coração. Fico feliz que ela tenha conseguido.
Mas com toda a sinceridade, como você pôde perceber o sentimento que nutre por
ela quando já era tarde? Você já estava com ela há dois meses antes de casar.
Deveria ter notado Bella antes que ela mudasse. E por Deus Edward! Por que tem
de bancar o superficial? Bastou Bella colocar roupas bonitas e maquiagem que...
–Escute aqui Alice eu já estava
sentindo algo antes da Bella se embonecar! Então não me venha com esse papo de
superficialidade! Ainda que Bella voltasse a se vestir mal não mudaria minha
atual condição a respeito dela! – quase gritei ficando ainda mais raivoso por
Alice sorrir abertamente.
–Viu? Você está admitindo
abertamente o que sente. Deveria dizer a ela, quem sabe assim vocês dois não
têm um casamento de verdade?
–Acha mesmo que se eu esclarecer
o que sinto Bella vai voltar atrás? Fala sério Alice! Até um cego vê que Bella
não vai me aceitar!
–Olha Edward para você só existem
dois caminhos: perder Bella ou tentar conquistá-la. Qual você escolhe? – Alice
me olhou com uma sobrancelha arqueada.
–Não é do meu feitio entregar os
pontos sem antes lutar. – disse com um sorriso travesso nos lábios. – Mas uma
ajudinha da irmã seria muito boa.
–AH VÁ SE FUDER EDWARD! – ela
gritou levantando-se. – Eu não vou ajudar! Até por que meu lado feminista quer
que você se ferre! Eu acabaria apoiando Bella e não você.
–É bom saber que posso contar com
você! – falei com deboche. Levantei-me. – Preciso ir. Acho que, se pretendo
conquistar minha mulher, eu não posso perder tempo com alguém que claramente
não irá me ajudar.
–Tem toda razão irmão. Vá logo!
Ah e quanto a Tânia? – ela perguntou enquanto me acompanhava até a porta.
–O que tem ela?
–Edward, eu sei que tem um caso
com ela. Não ouse tentar se acertar com Bella dormindo com Tânia! Caso o
contrário eu melo seus planos!
–Não sou idiota, claro que
acabarei com o relacionamento com Tânia. Se você quer saber eu já não durmo com
ela há uma semana.
–Surpreendente! Já é um grande
passo. Agora vá e salve o seu casamento.
–Alice? – perguntei de costas
para ela.
–O que?
–Você me apóia em minha decisão?
Silêncio.
–Sou sua irmã. Eu quero que seja
feliz, principalmente se a escolhida for a Bella. Ela é fantástica!
–Ela costumava ser. Eu me
pergunto se posso fazer com que volte a ser como era... – refleti.
–Isso eu já não sei. – Alice
disse antes de fechar a porta atrás de mim.
Bella não estava em casa, isso
era algo comum. Ainda assim não encontrá-la sempre me deixava tenso.
“Ela deve ter saído com as
amigas. Logo estará aqui. Tem se comportado até demais, não a peguei mais
alcoolizada.” – pensei enquanto seguia para o meu quarto. Apesar de minha
conversa com Alice e da decisão que tomei, eu não começaria com meus planos
ainda não elaborados naquela noite. Tomei um bom banho e vesti roupas
confortáveis. Mesmo que minha conversa definitiva não ocorresse, ainda assim eu
iria esperá-la.
Eu esperei durante minutos...
Horas... E Bella não chegou.
Olhei o relógio enervado. Bella
DEVERIA estar em casa. O fato de estar apaixonado por ela e de saber disso fez
com que minha preocupação triplicasse. Andei de um lado para o outro durante
algum tempo olhando para meu celular. Eu poderia ligar, mas Bella não me
atenderia.
“Talvez ela tenha ido para algum
lugar próximo daqui.” – fiquei a especular. Eu queria acreditar que Bella
estava tendo uma diversão saudável.
Mas minha mente agia e os
pensamentos que me tomavam não eram nada bons. Agora que Bella estava linda,
não seria difícil encontrar alguém e do jeito que Bella estava com raiva de
mim...
Peguei as chaves do meu carro.
Vesti uma jaqueta qualquer (eu ainda não havia vestido roupas para dormir) e
segui para fora.
“Por onde eu devo começar a
procurá-la?”.
Eu não sabia, mas não ficaria
esperando. Não era do feitio de Bella demorar tanto, ela havia abolido isso,
assim como as bebedeiras. Mas pensar nela com outra pessoa era algo que não
dava para digerir. Acho que mesmo quando Bella ainda era submissa a mim eu não
aceitaria que ela tivesse outro, imagina agora que eu estava louco por ela?
Segui pelo elevador até o térreo
e teria seguido para as escadarias em direção ao estacionamento, mas eu a vi em
frente ao prédio. Estaquei e a olhei enquanto eu absorvia a cena.
–Mas o que... – murmurei
escondendo-me, meus olhos nela, próxima a um rapaz. Eu não o reconheci, mas ao
que tudo indicava, ela tinha vindo para cá com ele, de moto. Eles ficaram
conversando... E então eu vi. O sorriso de Bella que desejei durante um mês ser
direcionado a mim era direcionado para outro homem. E eu que pensei que nunca
mais Bella iria sorrir, para aquele estranho parecia tão fácil! Aquilo me
deixou irado de uma forma que nunca senti antes. Eu nunca havia sentido ciúmes,
nunca! Enfiei minhas unhas na palma das mãos. Eu logo saberia quem era aquele
sujeito e por que Bella estava com ele. Eu saberia tudo e iria...
Vi Bella se afastar e vir para
minha direção. Corri para o elevador e consegui entrar antes que Bella me visse.
Eu estava bufando de raiva!
–MALDIÇÃO! – bati meu punho no
espelho do elevador. Encostei minha cabeça no vidro tentando raciocinar. Quem
era aquele cara? O que eu havia perdido? Bella estaria...
“Respire Edward! Está tudo bem!”
– tentei me consolar. Cheguei ao meu andar e me escondi perto do elevador
esperando pelo momento em que Bella chegaria. O momento não demorou.
“Eu não posso fazer isso. Tenho
que fingir que não vi nada. Não posso exigir nada!” – minha consciência
gritava, mas quem disse que eu consegui me mover? E quando eu a vi sair
despreocupada do elevador eu não pensei em nada. Ela pareceu notar minha
presença, virou-se.
–O que está fazendo aí? – perguntou
raivosa como sempre.
–Sou eu que deveria perguntar
onde estava. Eu já estava pronto para procurá-la. – disse e pude sentir a minha
língua cheia de veneno causado pelo ciúme. Bela certamente perceberia como eu
estava diferente. Ela virou-se e, a centímetros de mim, disse:
–Você não precisa se dar ao
trabalho e antes que diga algo, um sermão, saiba que eu sou dona do meu nariz.
Chego a hora que me der na telha! – falou e virou-se. Segurei sua mão sem
pensar.
–Não encosta em mim. – disse
irritada. Livrou-se de minha mão.
–Houve uma época em que você
implorava pelo meu toque e agora, simplesmente, não tolera, nem me olha. Posso
saber o motivo da mudança? – quando falei eu me arrependi. O que eu estava
fazendo, queria que Bella me odiasse mais do que qualquer outra coisa?
–Não te interessa. – falou. Eu
certamente estava pisando em campo minado. Eu não poderia dizer nada sobre o
que vi, mas...
–Tem haver com o que eu vi lá
embaixo? Com aquele cara? – minhas palavras a despertaram.
–Agora deu para me espionar? Não
imaginei que se rebaixaria tanto!
–Quem era ele Bella? A sua nova
forma de me atingir? – e era possível, muito embora fosse improvável, afinal se
o objetivo fosse me atingir ela ficaria com ele diante de mim.
–Eu não sou baixa como você. Não
estaria com alguém para atingi-lo. Agora ao invés de me encher por que você não
vai gastar seu dinheiro com as suas prostitutas? – ela me empurrou e
desapareceu dentro de nossa casa, certamente se trancaria no quarto. Suas
palavras me despertaram para duas coisas:
1º - Ela sabia de alguma forma
que eu a havia traído;
2º - Bella não estava com ninguém,
ainda.
–É por isso que tem agido assim?
Acha que eu a traio? – perguntei. Bella riu com vontade.
–Eu tô pouco me lixando para o
que você faz! Eu ajo assim por que quero e não por que quero que pague por ter
me traído. – ela disse raivosa. Estava confirmado, Bella sabia que eu a havia
traído. Taí a explicação para os seus atos. Pelo menos ela não sabia do
contrato.
–Eu estou apaixonado por você. –
murmurei baixinho, Bella não deve ter me ouvido. Eu a vi entrar em seu quarto e
fechar a porta.
Eu estava perdido. Ela me odiava
e eu estava apaixonado por ela.
Pergunto-me: Como se pode reaver
o que você mesmo fez questão de perder?
Continua...
Pergunta difícil essa, Edward. Você
mesmo cavou seu poço, agora tem quer dar um jeito de sair dele. Demorou mais
finalmente ele admitiu que se apaixonou por ela, mas como eu disse nos
primeiros capítulos, agora é tarde demais. Ou talvez não, como ela ainda sente
algo forte por ele, pode ser que ainda haja alguma esperança. Mas acho que ele
vai ter que lutar muito pra reconquistá-la. Beijos e até amanhã.
ah,to ficando com pena do edward,ele precisa pedir perdão pra bella e dizer q ´ama.bjs
ReplyDeleteNão acho que nesse caso seja só pedir perdão não, acho que ele vai ter mesmo que provar que a ama.
DeleteBeijos.
OI honey!!! ai q dó! é meu filho cavou a cova e agora tem q entra né boa sorte pra ele1 adorei o cap ate proximo Beijusculo
ReplyDeleteOi Nessie.
ReplyDeleteAgora ele vai ter que ralar muito pra reconquistá-la. Ela não vai acreditar nele com facilidade. Existe muita mágoa dentro dela. Ela quase acabou com a auto-estima dela, causou muito sofrimento.Agora é a vez dele sofrer também.
Beijos.
Me imagine dando pulos
ReplyDeleteQuase soltando fogos
Eu até ficaria com pena dele
Mais e o ditado
Quem procura acha