Boa tarde pessoal! Hoje conheceremos um
pouco do passado do Edward e acompanharemos seu sofrimento e início de sua
felicidade.
Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
O Contrato
By Jack Sampaio
Atenção:
Este conteúdo foi classificado
como
impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
Edward pov’s
Todos davam tapinhas em minhas
costas enquanto murmuravam pêsames. Eu não saí da poltrona onde estava sentado,
em frente ao caixão de minha mãe. Alice chorava copiosamente, mas tinha o seu
namorado Jasper ao seu lado. Ela ficaria bem. Meu pai internado, em choque, a
base de remédios.
Esme Cullen morreu pelo amor
que sentia pelo meu pai. Cômico, trágico. Mulheres sempre foram exageradas
quanto ao amor. Dificilmente você encontrará uma notícia de um homem que morreu
de tristeza por uma mulher.
“Tolice! Isso nunca vai
acontecer comigo! Nunca!” – pensei. Enquanto os convidados chegavam e
continuavam a murmurar pêsames para mim, eu sentia algo em mim se partir. Um
novo Edward emergia; um Edward sombrio que desdenhava o amor.
Eu estava exagerando? Deveria
ficar tão deprimido, como se alguém tivesse morrido? Mesmo sabendo que isso era
ridículo, ainda sim, eu estava.
Não sei há quanto tempo eu estava
sentado nas escadarias do meu prédio, olhando ora para o chão, ora para o
caminho por onde Bella seguiu. O frio da noite, a fome, a sede, tudo me
atacava, mas eu não as senti. Eu apenas senti uma dor no peito pela perda, a
perda de Bella.
Uma parte de mim ainda acreditava
que ela voltaria pra mim, mas esta parte estava mais e mais fraca. E enquanto a
desesperança me atingia, a dor aumentava. Encostei a cabeça nos meus joelhos
reprimindo a vontade de subir ao meu apartamento e me lastimar, ou de chorar.
O que seria de mim se Bella me
deixasse? O que eu faria? Claro que minha vida profissional seguiria bem, mas e
minha vida pessoal? Eu não me via capaz de voltar a ser o Edward superficial e
narcisista de antes. Aquele Edward estava perdido. Ele se perdeu quando me
apaixonei pela minha esposa.
–Senhor Cullen? – a voz masculina
me chamou. Ergui a cabeça e o olhei monotonamente. Seu rosto era conhecido, mas
não sabia dizer de onde. Olhando-o atentamente eu vi que era oriental e usava
um uniforme. Voltei a olhar para o caminho que Bella seguiu.
–O que quer?
–Bem eu estava na guarita
observando-o. Algo de errado? – perguntou. Então devia ser funcionário do meu
condomínio.
–Que pergunta idiota. Acha que
alguém que está bem ficaria prostrado aqui, sofrendo com o frio, cansaço, fome,
sede, como eu estou agora? Poupe-me disso. – disse ríspido. Eu me arrependi. O
rapaz não tinha culpa do que estava me acontecendo. – Eu estou esperando uma
pessoa. – falei num tom mais agradável.
–Por que não espera esta pessoa
em seu apartamento? Poderá ficar doente se continuar aqui. – a voz do rapaz
mostrava preocupação.
–Não. Eu vou ficar aqui. – disse
sem olhá-lo. – Eu preciso ficar aqui. – completei.
O silêncio pairou. Pensei que ele
havia ido embora, mas senti nos ombros o peso de algo. Olhei e notei que ele
havia tirado o casaco que usava e colocado em meus ombros.
–Para não ficar doente. Eu vou
voltar para a guarita. Devolva-me quando quiser. – disse sorrindo.
–Qual é o seu nome? – perguntei.
–Erick senhor. – falou.
–Obrigado Erick. – agradeci.
Ele caminhou para longe, até a
guarita. Vesti melhor o casaco ofertado e continuei a esperar. Esperar por
Bella e, se preciso for, implorar de joelhos para que ficasse comigo. Por que
eu fui nobre com Bella no momento em que eu a deixei passar, mas não cometeria
esse erro quando ela voltasse.
Eu esperei
Alheio a tudo, aos transeuntes
que observavam a mim, ao frio, ao cansaço, a fome, ao desespero, eu esperava
por Bella.
“Ela não virá, você tem que
aceitar isso!” – o meu lado racional dizia, enquanto analisada a tudo. Eu me
recusava a acreditar que tudo o que fiz e tudo o que vivi com Bella em pouco
tempo em nada adiantou.
Nunca fui de rezar desde que
minha mãe morreu. Eu pensava que se Deus era acostumado a cometer injustiças,
como tirar alguém tão bondosa como ela da Terra, então era desperdício recorrer
a ele. Fechando os olhos eu fiz uma prece, desconcertado em falar com ele, após
tanto tempo, apenas para pedir algo.
“Sei que não sou merecedor da tua
misericórdia, mas se eu perdê-la...” – a angústia me atingiu e não consegui
pensar em mais nada. Eu não queria pensar no fim. E enquanto o arrependimento
me tomava, eu imaginei como seria se eu não tivesse magoado tanto Bella. Se ao
invés de tratá-la mal, eu tivesse fingido ser seu marido, eu estaria vivendo um
casamento feliz. Logo eu perceberia a pessoa maravilhosa e única que eu tinha,
o amor apareceria como apareceu. E então eu teria uma esposa feliz, linda, que
me trataria bem. Isso nunca iria acontecer.
–Bella... – choraminguei
baixinho. Enquanto encostava minha cabeça nos joelhos. A mulher que eu amava
estava em algum lugar com o namorado. Ele provavelmente estava beijando-a,
tocando o corpo que eu amava. E eu nem poderia amaldiçoá-lo.
Um perfume
O cheiro conhecido e barulho de
passos captaram minha atenção. Ergui meu rosto e congelei. Em pé, olhando para
mim, estava Bella. Seu rosto uma máscara de cansaço, vestígios de choro e
raiva. Ela não ficou muito tempo diante de mim, subiu as escadas com pressas
demais. Eu levantei e a segui frenético.
O que Bella iria fazer? Ela não
me olhava, seguia apressada para nosso apartamento... Provavelmente louca para
pegar suas coisas e ir embora.
“O que eu vou fazer?” – tentei
formular algum plano, como na noite em que fizemos amor pela primeira vez, mas
nada me ocorreu.
Entramos no elevador. Bella
encostou-se no fundo, em uma posição defensiva. Eu fiquei observando-a
atentamente, implorando com o olhar para Bella me dar algum sinal de sua
decisão. Os sinais corporais diziam tudo.
Ela não me escolheu
Eu estava à beira de um colapso.
Além de estar exausto, meus nervos estavam em pedaços. Eu estava prestes a
chamá-la, mas o elevador abriu a Bella saiu rapidamente. Eu a segui, minhas
mãos um pouco erguidas, prontas para segura-la. Eu queria trancá-la, mantê-la
só para mim.
Bella caminhou apressada e
trancou a porta do seu quarto. Eu fiquei parado diante de sua porta.
Acabou
Encostei minhas costas na parede
e escorreguei até o chão sentando-me. O cansaço ameaçou me engolir, com falsas
promessas de uma anestesia para minha dor. Não, eu não iria fraquejar agora.
Bella poderia estar perdida para mim, certamente minhas palavras não iriam mais
alcançá-la, porém... Eu poderia dizer mais uma vez que a amava, não poderia? Eu
me perguntei se contar toda a verdade, sobre o contrato, poderia de alguma
forma me salvar, salvar meu relacionamento com ela. Um ato desesperado, eu sei,
mas será que poderia piorar?
Choro
Será que eu estava escutando
direito? Um choro vinha do quarto de Bella? Como isso era possível? Aprumei
melhor meus ouvidos e confirmei: Bella estava chorando. Era estranho. Ela não
deveria estar radiante por ter seguido em frente com Jacob? O barulho em seu
quarto deveria ser de Bella recolhendo seus pertences...
Levantei do chão e abri
vagarosamente a porta. Bella estava sentada no chão, encolhida, chorando
copiosamente. E então, enquanto a via sofrer tanto, eu soube: Bella havia me
escolhido. Fiquei parado olhando seu sofrimento, sem saber o que fazer. Subitamente
Bella ergueu as mãos e as colocou na cabeça, logo mais passou a puxar os
cabelos. Autoflagelação sem dúvida. Eu me movi, ficando de joelhos de frente
para ela.
–Não, não faça isso. Não se fira!
– pedi tirando suas mãos de seu cabelo, deixando-as cair em cada lado do seu
corpo. Coloquei minhas mãos em seu rosto e tentei erguê-lo. Eu queria olhá-la,
queria confirmar minhas teorias de que Bella havia me escolhido. Ela não me
olhou, mas isso não me impediria de dizer minhas indagações.
–Eu penso que se você tivesse
escolhido Jacob, você pegaria suas coisas e me deixaria com um sorriso no
rosto. Mas, olhando para você agora, analisando seu comportamento... Para você
estar tão triste, chorando dessa forma tão desesperada, você me escolheu, não
foi? – disse calmo enquanto acariciava seu rosto com meus dedos. Bella
continuou a fitar o chão, mas fez um gesto simples, o gesto que mudaria minha
vida: ela assentiu timidamente.
Sim, ela havia me escolhido.
Apesar de todas as probabilidades que levavam a um “não”, Bella havia me
escolhido. Minha risada saiu e quando me toquei que poderia não ser de bom tom
rir, eu me contive. Ainda sim não pude ficar parado. Eu a puxei para mim e a
abracei apertado. Ah, era tão bom abraçá-la! Como era quente e perfumada e o
amor que ela emanava...
Bella tentou me afastar, mas eu
não permiti. Eu precisava estar próximo a ela. Eu precisava de tudo que vinha
dela.
–Eu estou tão feliz Bella que
eu... – não consegui pronunciar mais nada. Afastei-me minimamente para provar,
mais uma vez, aqueles lábios que me levavam ao céu e ao inferno. Quando eu
estava bem próximo, Bella me deteve. Uma mão em meu peito, outra em meus
lábios. Olhava o chão. O choque me pegou. Temi sofrer rejeição novamente, eu
não suportaria mais isso.
–Então aproveite a sua felicidade
Edward, por que você é o único a senti-la. – disse.
Eu a vi levantar-se e deitar em
sua cama. Fiquei chocado com o seu ato e no mínimo tenso pelo ocorrido. Sua
atitude, instantes atrás, teria feito minhas esperanças de tê-la minarem se eu
não tivesse ouvido sua resposta, e se eu não a entendesse. Mas eu a entendia.
Eu sabia o quanto Bella sofria. Ela tinha um caminho feliz com Jacob, ela
queria segui-lo, mas minha intervenção a impediu de tal coisa. Será que Jacob a
havia rejeitado? Se ele soubesse da verdade era bem capaz, mais uma prova de
que ele não a amava. Bem, eu não era ninguém para julgar, principalmente sendo
a fonte do pesar de Bella.
Eu sabia que Bella precisava de
um tempo sozinha, mas queria tanto ficar com ela! Tentar consolá-la em sua dor
de ter escolhido o caminho errado (tradução = eu)! As palavras saíram antes que
eu pudesse segurá-las.
–Você vai ficar muito chateada se
eu ficar aqui? – perguntei. Eu sabia o que ela diria, por isso meu corpo já
estava próximo da porta.
–Vou ficar muito chateada... – murmurou
numa voz fraca. Como eu imaginei, ela não me queria por perto. – ... Se você
sair deste quarto. – continuou. Fiquei perplexo. Não imaginei que ela me faria
tal pedido quando claramente sofria por mim.
Lentamente eu me dirigi à cama e
deitei ao seu lado (retirando os meus sapatos no processo), de lado, de frente
para ela. Bella não fazia nenhum som, mas seus olhos estavam úmidos. Eu não
tive reação alguma diante daquela tristeza. Eu me sentia um lixo por tudo,
ainda mais agora que eu não sabia como proceder para fazer Bella voltar a ser
feliz. Claro que amá-la ao máximo era um caminho, mas será que adiantaria? E se
as feridas que causei fossem profundas demais? Bella fitava o nada, mas ergueu
seu rosto e me olhou. Será que ela poderia ver em meus olhos toda a dor que eu
sentia pelas atrocidades que fiz a ela? Eu me sentia tão mal, mal por ter
prejudicado a pessoa que mais amo!
Os olhos de Bella mostravam
profunda tristeza, pareciam perdidos recordando-se de algo passado,
provavelmente das vezes em que eu a destratei. Toquei seu rosto, mesmo sabendo
que meu toque poderia piorar tudo, e enxuguei suas lágrimas. Eu me aproximei
dela aconchegando-a em meu corpo, minhas mãos em sua face puxando-a para mais
perto até meus lábios encontrarem sua testa. Minha mãe fazia isso comigo, um
beijo na testa, ao invés de falar “vai ficar tudo bem”. Sempre pensei que este
ato era mais significativo do que palavras. Através do olhar disse tudo o que
deveria dizer, mas não conseguia: o porquê de meus atos e o quanto eu a amo
(embora isso fosse fácil de dizer agora). Bella enterrou seu rosto em seu
peito, tão suscetível ao meu toque agora!
Eu não poderia negar o prazer que
estava sentindo em tê-la em meus braços. Cheguei a pensar que perderia isso,
essa sensação gostosa e indescritível de abraçar a quem você ama. Respirei seu
perfume, como um drogado inspirando crack. Minhas mãos mantinham Bella próxima.
O calor de nossos corpos sendo trocados. Sua respiração foi se aquietando até
ser um simples ressonar. Ela dormia tranquila. As angústias extraídas
temporariamente pelo sono.
Afastei-me minimamente de Bella,
um braço envolvendo sua cintura, puxando-a para mim. Meus dedos acariciaram o
rosto em cada centímetro.
–Minha Bella... – murmurei
sentindo a avareza ameaçando me tomar. Ela era minha agora. Minha. Eu a beijei
nos lábios e a apertei mais enquanto me entregava ao cansaço como ela havia
feito.
...
Então esta era a sensação de
acordar ao lado da pessoa amada, desta vez não temendo que ela fugisse e o
deixasse? Meus dedos acariciaram suas madeixas cor de chocolate.
Mais uma manhã, mas tudo seria
diferente. Levantei, tinha trabalho. Cobri Bella melhor com o edredom. Ela
remexeu-se minimamente. Eu a beijei nos lábios e então me levantei a
contragosto.
...
–Quer dizer que Eli está doente?
– perguntei a Magdalena, do outro lado da linha.
–Sim senhor. Acredito que ficará
gripada. Liguei para avisar que chegarei um pouco tarde. Não tenho quem tome
conta de Eli então eu cuidarei um pouco dela e irei para o trabalho. – a voz de
Magdalena a traia, mostrando o quanto estava preocupada com sua única filha.
–Magdalena, tire o dia de folga
juntamente com Eli. Eu sei que deve estar preocupada com sua filha, então
sugiro que fique e cuide dela. – sugeri secretamente satisfeito por ter um
tempo a sós com Bella. As coisas ainda estavam um pouco confusas, eu queria ter
a oportunidade de tornar meu relacionamento mais saudável.
–Ah, eu agradeço sua gentileza,
senhor Cullen! Prometo que compensaremos essa falta.
–Não se preocupe Magdalena, melhoras
para Eli. – desliguei o telefone e olhei em volta. Precisava me mexer.
Sabendo que Bella iria querer
trabalhar e que não aceitaria perder tempo em algum lugar para tomar café,
decidi fazer a comida. Ok, não poderia sair algo bom, eu nunca cozinhei.
Fui para a cozinha, vesti o
avental deixado por Magdalena e olhei para os muitos armários. Além de não
saber cozinhar, eu não sabia exatamente onde se armazenava a comida.
“Acho que o jeito é dar uma
olhada em tudo.” – pensei enquanto abria os primeiros armários de inox. Eu
tinha missões a cumprir:
1º Encontrar comida;
2º Preparar a comida;
3º Não me queimar durante o
processo.
E como eu imaginei...
1º Encontrei a comida;
2º Preparei a comida mais
tradicional de um café americano que vi em um programa certa vez: panquecas e
ovos;
3º Eu me queimei, quebrei um copo
e não consegui dar a consistência ideal à comida.
Olhei para o prato servido, a
panqueca que quebrou quando tentei virar e o ovo que deixei tempo demais sem
mexer.
–Que coisa horrível! Talvez eu
deva sair e comprar algo... – murmurei olhando para o meu relógio de pulso.
Não daria tempo e de qualquer forma eu não queria sair de casa. Bella
poderia ir embora e deixá-la ir sem falar com ela não era uma boa idéia.
Peguei os pratos preparados por
mim e montei a mesa. Olhando para a comida e a apresentação da mesa, eu
realmente senti a vergonha me tomar. Eu não sabia o básico!
“Espero que cozinhar bem não seja
um requisito para os maridos perfeitos. Eu estaria perdido se fosse esse o
caso!”.
Após arrumar a mesa da sala de
jantar, tive a idéia de arrumar a comida em uma bandeja e levá-la a Bella.
Bem... Como eu não sabia como um bom marido procedia, eu estava me inspirando
nos poucos seriados e sit.com estúpidas que vi. Devo ter visto que era
romântico levar café da manhã para a companheira.
Arrumei a bandeja e me virei. Ela
estava de pé, arrumada, olhando-me surpresa. A felicidade que senti ao vê-la
não tinha precedente. E então me lembrei que, por mais que Bella tivesse me
escolhido, ela era uma incógnita. Então a cautela me tomou e tentei, sem
sucesso, conter meu sorriso. Eu não queria assustá-la com a explosão de
sentimentos que me tomava. Procuraria ser contido com a felicidade, ou pelo
menos morreria tentando.
“Vamos lá Edward, está na hora de
começar com o pé direito!”.
–Oi amor. Eu estava indo levar
café da manhã para você. – falei gentilmente. Deixei a bandeja em cima da mesa
e prontamente retirei o avental que usei enquanto cozinhava.
–Já que você está de pé então
você poderia me acompanhar e tomar o café junto a mim na mesa. – deixei o
avental em uma cadeira e afastei outra cadeira para Bela sentar. Bella me
encarava, atordoada com meus atos. Ok, eu havia sido um cretino no passado e
minha mudança estava surpreendendo Bella. Eu deveria entender sua atitude, mas
ainda assim ficava chateado com tudo isso. Depois de ela me escolher eu tinha
que ter algum benefício, não é?
–Sente-se. – pedi risonho. Bella
sentou-se e seus olhos mostravam sua cautela. Servi a comida e fiquei
constrangido com a cara que Bella fez ao ver a gororoba.
–Por que estava usando avental?
Onde está Magdalena e Eli? – perguntou. Enquanto tomava meu lugar eu expliquei
a ela.
–Magdalena ligou. Eli acordou
indisposta e ela me pediu permissão para chegar mais tarde. Eu resolvi dar o
dia de folga para elas duas visto que Eli não está bem e Magdalena claramente
quer ficar perto da filha cuidando dela. Acha que fiz mal?
–Você fez bem. – murmurou e seus
olhos em momento algum se desviaram do prato. Ela estava claramente me
evitando, pelo menos evitando olhar para mim.
–Eu fiz a comida dessa vez, não
deve estar muito bom visto que é a primeira vez que cozinho. Se você quiser
podemos parar em algum lugar e comer algo. – disse e o constrangimento estava
claro por minha parte.
–Não parece estar tão ruim. A aparência
dos ovos está boa. – Bella apontou para as panquecas esmigalhadas que eu havia
colocado em seu prato. Segurei uma risada. Ela havia confundido as panquecas
com os ovos.
–Hmmm... Não querendo
desapontá-la, mas isso não é ovo. É uma panqueca.
–Se isto não é um ovo, o que é
isso do lado? Pensei que fosse uma panqueca. –Apontou para o que, na verdade,
eram os ovos.
–Esse aí é o ovo. Não consegui
fazer uma panqueca consistente e acabei deixando a consistência para o ovo. – disse
sem graça. Será que Bella me condenaria diante de minha falta de pericia quando
se tratava de preparar comida? E apesar da situação cômica, Bella não sorria.
Continuava distante, a mesma distância de sempre. E isso estava me cansando.
...
–Eu posso fazer isso. – pedi, mas
Bella continuou a lavar a louça.
–Você fez o café, eu lavo a
louça. É justo.
Não havíamos falado decentemente
desde que nos vimos nessa manhã. Eu tinha que quebrar o gelo e já sabia como
fazê-lo. Pensei em algo divertido, íntimo...
–Eu estava pensando... Já que
ninguém estará aqui para cozinhar, e certamente você não quer conferir minhas
habilidades na cozinha novamente, nós poderíamos almoçar juntos. – sugeri.
Esperei ridiculamente ansioso para a sua resposta. Bella me olhou por alguns
instantes, novamente olhou para a louça impedindo-me de ler alguma emoção em
seus olhos castanhos.
–Eu vou almoçar com Ângela, nós
sempre almoçamos juntas, então...
–Acho que Ângela não vai ligar se
mais uma pessoa estiver com vocês. – rebati tão rápido que só depois apreendi o
que havia dito. Vi Bella pensativa e, após sua primeira negativa, estava
prevendo uma nova desculpa.
–Edward, eu não acho uma boa
idéia. O refeitório é para funcionários e a presença de um superior lá vai
deixar a todos desconfortáveis. Vamos seguir com o nosso dia-a-dia intacto? – disse
enxugando suas mãos após terminar de lavar a louça. Preparava-se para sair.
Para mim era mais do que simplesmente ir ao trabalho, Bella estava me evitando.
–Ainda está cedo. Por que a
urgência em sair para o trabalho? – perguntei deixando claro meu aborrecimento.
Aborrecimento por Bella sempre se esquivar de mim, mesmo agora quando deveria
me tratar de uma forma diferenciada. Ela não iria mudar, não se eu continuasse
calado.
–Eu ainda preciso passar no RH e
justificar minha falta por ontem. – disse em detrimento a minha pergunta. Pegou
sua bolsa e, sem me esperar, seguiu para fora.
–Você não precisa justificar.
Você é minha esposa então... – murmurei, mas logo fui cortado por ela.
–Mas vou justificar mesmo assim.
Já disse que não quero privilégios só por que eu sou sua... – sua voz pareceu
travar justamente quando ia falar a palavra “esposa”. Ora essa! E ela além de
me tratar como um mero conhecido me chamaria pelo nome, sobrenome ou título da
empresa?
–O que? É difícil pronunciar a
palavra esposa? – falei extremamente irritado. Bella não disse nada. E assim
seguimos silenciosos para a garagem. Bella não iria fugir por muito tempo,
prometi. Eu já havia passado por muita coisa, já havia esperado tempo demais
por ela. Eu a olhava de soslaio censurando-a pesadamente. Bella estava alheia a
tudo, ou pelo menos procurava se manter assim. Sobressaltei-me ao ver que Bela
seguia para a sua moto preparando-a para partir.
Tudo bem, eu não havia combinado
que iríamos juntos, mas esperava que ela me desse pelo menos isso, sua
companhia enquanto íamos para a empresa. E seria uma ótima oportunidade para
forçá-la a me dar atenção.
-O que você está fazendo? –
perguntei.
–Pegando minha moto para ir ao
trabalho. – disse já sentando em sua moto.
–Eu pensei que você iria comigo
no meu carro. – mostrei todo o meu desapontamento querendo sensibilizá-la. Ao
contrário do que eu esperava, Bella mostrou uma frieza ainda maior que o
esperado.
–Não pense que vou alterar as
coisas que faço diariamente só por que estamos juntos. – ligou a moto e partiu.
Simplesmente partiu.
Por alguns instantes fiquei
parado, chocado, olhando o caminho feito por Bella. Então eu acordei e meu
corpo se moveu rapidamente. Eu iria alcançá-la e EXIGIRIA uma póstuma de Bella!
Como era possível? Após tudo o que passamos, ela...!
Voei com o carro a fim de
segui-la. De fato consegui encontrá-la na avenida e dirigir próximo a ela. Eu
mantive os olhos mais em Bella do que na pista. Quase provoquei um acidente por
estar alheio a tudo que não fosse ela.
Eu sabia que tinha de ser
paciente com Bella pelas coisas que fiz, mas eu a queria tanto...! Eu
simplesmente não iria mais esperar! Ela ia ter que me ouvir! Estacionei em
minha vaga com meus olhos nela. Bella estava mais adiantada do que eu, chegaria
ao elevador, iria para seu andar, e me evitaria como se eu fosse um leproso.
Isso era tão típico dela agora! Tive de correr para alcançá-la. Bella pegou o
elevador para funcionários de baixa categoria e eu consegui impedir o elevador
de seguir colocando-me entre a porta.
-Você não vai pegar o seu
elevador? – ela perguntou enquanto eu adentrava o elevador. Claro que ela
queria que eu pegasse outro elevador e a deixasse em paz!
–Não me importo com o elevador
que eu vou pegar desde que eu chegue aonde quero. – disse rispidamente.
Tudo bem, a situação estava
caótica. Se continuasse do jeito que estava não demoraria a Bella me chutar e
reviver algo com o filho da putinha do Jacob Black ou com outro cara. E eu não
iria perdê-la, nem para ele e nem para ninguém! Eu precisava desabafar e fazer
com que Bella entendesse meu lado, e seria agora!
Olhei o botão de emergência.
Certa vez o apertei para me aproximar de Bella. Eu usaria com o mesmo propósito
de outrora. O elevador parou assim que apertei o botão.
-O que houve? Estamos
presos aqui? – Bella perguntou.
–Não. Eu apertei o botão de
emergência e o elevador parou. – disse preparando o que diria.
–Por que fez isso Edward? – ela
me questionou e projetou seu corpo para frente querendo alcançar o botão. Claro
que eu não permitiria.
–Bella, nós precisamos conversar.
– disse com firmeza. Ao perceber que não teria escapatória, Bella migrou para
os fundos do elevador.
–Sobre o que você quer conversar?
– perguntou com indiferença. Isso não seria nada fácil.
–Você sabe sobre o que nós iremos
conversar.
–Se eu soubesse, eu não
perguntaria Edward. – mostrava impaciência e eu mostrava que eu estava puto.
–Bella, eu estou tentando. Mas se
você não ajudar, nós não conseguiremos. – Bella me olhou com confusão e isso só
me irritou mais. – Estou falando desse muro que nos mantém afastados. Não finja
que não existe tal muro. Eu estou tentando rompê-lo, mas sozinho não vou
conseguir. Preciso que você tente também.
–O que exatamente você quer de
mim? – perguntou. Ótimo, ela queria fingir que não tinha responsabilidade no
clima estranho entre nós. Definitivamente a conversa não seria fácil, para mim
pelo menos.
–Quero que você faça algo Bella!
Não aja como se ainda fossemos inimigos! Eu quero que você seja a minha esposa
em sua totalidade! Eu quero que você... – “que você me ame e me deixe amá-la
sem medo”. Eu não disse isso, apenas pensei. Bella não tinha a menor idéia do
quanto eu estava me reprimindo. Agora mesmo eu queria estreitar o espaço entre
nós e tomá-la com minhas mãos, meus lábios, minha língua...
–Edward, não dá!
–Claro que dá! Será que vai doer
você me abraçar, me beijar, falar um pouco mais carinhosamente comigo? Você
sequer consegue dizer que é minha esposa, pelo amor de Deus! – eu estava um
caos! Eu queria tanto que Bella cedesse e me deixasse tê-la como eu
sempre quis! Por que nós ainda tínhamos de passar por isso depois dela ter me
escolhido?
–Edward, eu entendo seus motivos
para agir assim, para estar aborrecido, mas você precisa entender os meus que
são muito mais lógicos que os seus. Tudo aconteceu rápido demais, entende? Eu
ainda estou atordoada. Eu preciso de um tempo. Não prometo que tudo será
perfeito, só seria perfeito se o passado fosse apagado, mas eu prometo tentar
um pouco a cada dia. – suas palavras aquietaram um pouco o fogo de raiva e
frustração que ardiam em mim.
–Eu sei Bella, mas eu... Eu
queria pôr um ponto final. Eu queria tê-la como eu sempre desejei. Esperei
muito por isso. – desabafei sem me importar com o que ela pensaria de mim. E a
atitude de Bella me fez pensar que talvez ela não me desejasse tanto assim.
–Sabe há quanto tempo eu desejo
você? Eu desejo há muito mais tempo, desejei mesmo quando você me destratava.
Então sua espera não é nada se comparada com a minha.
Suas palavras me amordaçaram.
Como eu poderia falar depois daquilo? Quem eu era para exigir algo dela? Eu não
era nada. Eu não merecia nada, mas ainda assim...
Ergui minha mão enquanto a olhava
com meiguice, desejo, paixão. Eu queria que Bella confiasse em mim o suficiente
para deixar fluir suas emoções e eu trabalharia para tanto. Bella pegou
timidamente a minha mão e assim eu a puxei para os meus braços. AH! Era tão bom
abraçá-la! Sentir seu corpo macio, perfumado e quente contra o meu era o
frenesi. Não resisti e a beijei no ombro.
–Edward? – chamou enquanto eu
continuei a passear com os lábios pela sua pele.
–Sim? – disse fracamente.
–Você não tinha problemas com
lugares fechados?
OH MERDA!
–Bem... Eu... – murmurei sabendo
que nada do que eu dissesse me tiraria daquela merda de situação! Eu pude ver
quando a intuição aguçada de Bella percebeu.
-VOCÊ...! – Bella me
empurrou e apertou o botão de emergência fazendo o elevador voltar a funcionar.
–Eu menti por uma boa causa amor.
Eu precisava conhecê-la e não sabia como me aproximar.
–BOA CAUSA O ESCAMBAL! EU QUASE
MORRI DE PREOCUPAÇÃO NAQUELE DIA IMBECIL! – gritou e sua explosão de raiva não
me preocupou, principalmente por Bella confessar que se preocupou comigo.
–Poxa amor não fica assim! Nunca
contou uma mentirinha para conhecer alguém por quem se interessava? – quando vi
sua expressão eu soube qual era a sua resposta ante minha pergunta. – Eu acho
que não.
Quando o elevador se abriu, Bella
passou por ele como um raio.
–Acho que não é um bom momento
para convidá-la para jantar, não é? – perguntei. Bella não se virou, mostrou
apenas o dedo do meio. Eu caí na gargalhada. Apesar do ato, nós estávamos nos
dando bem.
...
-E por que você vai voltar?
– perguntei a Alice do outro lado da linha. Eu a ouvi bufar.
–Por que meu irmão não contou
nada para mim sobre como se entendeu com a esposa. Quero detalhes Edward! E eu
vou tê-los quando chegar da fazenda. E a propósito você e Bella estão
convidados para um jantar que promoverei.
–Pode deixar. – disse tentando
não rir da minha irmã teimosa. – Só não sei se Bella irá, sabe como ela é
quando se trata de convites seus.
–Isso era quando Bella te odiava,
mas ao que tudo indica vocês estão de bem agora. Ela só não aceitava meus
convites por que não queria olhar para a sua cara enquanto comia.
–Obrigado pelas palavras gentis
irmã. – disse com desdém.
–Ok Edward! Eu preciso desligar.
Manda um beijo para a Bella e tente convencê-la a ir no jantar que irei
realizar.
Alice desligou. Definitivamente
seria dureza encontrá-la. Ela queria o que? Me transformar em uma mulherzinha
para contar com empolgação todos os detalhes picantes entre Bella e eu? Não
seria bom falar, até por que do jeito que eu estava radiante eu corria o risco
de falar empolgado como uma menininha.
Bella...
Pensar em seu nome me dez querer
vê-la, um desejo quase insano pela sua força. Olhei para uma planilha deixada
por minha secretária em cima da mesa e inevitavelmente olhei para a tela do meu
notebook com minha agenda eletrônica. Eu tinha tempo. Eu iria vê-la.
“Ela pode ter me privado da sua
companhia na hora do almoço, mas não pode me privar de vê-la rapidamente.
Espero que não esteja com raiva de mim...”.
Caminhei tranquilamente seguindo
para o local onde Bella trabalhava, ansioso como um pré-adolescente
encontrando-se com seu primeiro amor. A ansiedade fazia com que eu me movesse
mais rápido. E quando eu cheguei ao local onde Bella ficava...
CHOQUE
Um rapaz desconhecido estava
sentado próximo a ela puxando conversa, sorrindo. Xavecando minha esposa. Minha
esposa. MAS QUE PORRA ERA ESSA? Fiquei parado, olhando atentamente a cena.
Bella sorria para ele, uma simpatia que só observei ela direcionar para uma
pessoa: o tal Jacob.
A raiva me queimou e fez com que
meus músculos antes rígidos se movessem até mais perto. O olhar que os dois
lançavam um para o outro poderia ser inocente, mas foi o suficiente para eu ser
tomado pela cólera. Por que Bella era simpática com o cara? Por que não era
simpática comigo?
–Estou interrompendo alguma
coisa? – disse próximo a eles, no lado do corredor. Os dois se viraram para
mim. Eu entrei no cubículo e olhei atentamente para o rapaz.
–Senhor Cullen. – balbuciou o
babaca. Levantou-se e ofereceu a mão para me cumprimentar. – Oi. Eu sou novo
aqui. Meu nome é...
Eu não olhava para aquele
individuo, mas para o seu crachá. Funcionário da empresa. Há! Seria fácil me
livrar desse infeliz! Como ele, sendo daqui, poderia ousar se aproximar da
minha esposa?
–Gosta do seu emprego rapaz? – perguntei.
Demetri parecia assustado finalmente entendendo a situação. Sorri. Ele iria se
arrepender por ficar de papinho com minha esposa! – Que pena para você. – disse
debochado e então puxei o seu crachá. Com suas informações ele iria para a rua
hoje, agora mesmo.
Minha mão foi capturada por Bella
que pegou o crachá e devolveu ao rapaz.
–A gente se vê. – Bella disse
sorrindo. SORRINDO PARA AQUELE IMBECIL! Eu não merecia! O idiota pegou o crachá
e saiu cambaleando, parecendo mais do que ciente do perigo que correu.
Bella voltou-se para mim e parecia insatisfeita.
–Que foi? – perguntei não
entendendo sua postura.
–Não ouse demiti-lo. Ele não fez
nada. – retrucou. Ótimo, agora ela o defendia depois de ter sorrido para ele.
–Eu não diria isso pelo modo como
ele a olhou. – falei azedo. O que mais me incomodava de fato era o modo como
ela o olhou e não o contrário, mas eu não poderia criticá-la.
–Pare de imaginar coisas Edward!
Você não pode... – coloquei meu dedo em seus lábios. Não de novo. Não iria
brigar e ter de suportar mais afastamento e mais uma noite sem ela. – Não
vim para discutir. Vim para convidá-la para jantar. – sorri. Esperava que minha
postura aparentemente despreocupada não deixasse visível a tensão que eu sentia
pela situação estressante de outrora. Eu precisava me controlar, o descontrole
poderia custar muito caro para mim quando se tratava de Bella.
–Caso você não tenha entendido
mostrar o meu dedo do meio foi um NÃO.
–Mostrar o dedo do meio é um VAI
SE FERRAR, mas não é um NÃO. – disse brincalhão. Eu podia sentir que seu jeito
ríspido de agora era uma coisa forçada.
–Você é sempre irritante quando
está feliz? – perguntou. Meu sorriso deve ter se ampliado.
–Não Bella, eu sou irritante
quando estou amando. – confessei feliz por poder dizer sem problemas que eu a
amava, livre dos bloqueios de antes. – E então?
Olhei para seu rosto, seus
lábios. Eu queria me perder neles novamente, tantas vezes quanto possível. Eu
me aproximei, mas infelizmente Bella captou minha intenção e me brecou
colocando a mão em minha boca.
–Se eu não estiver muito cansada
eu irei. Agora vá trabalhar. – falou autoritária seguindo para a sua mesa. Eu
sabia que com um pouco de pressão ela cederia. Caminhei até ela e me curvei
para uma Bella de costas. Eu me aproximei de seu pescoço inalando seu doce
perfume. Beijei sua nuca sentindo em meus lábios sua pele em brasas. Bella estremecia
claro. Eu sabia que era imprudente de minha parte aquela carícia em público,
mas eu estava queimando e precisava ter este fogo apagado. A única que poderia
apagar esse fogo era Bella.
-Jacob fazia isso também.
Parei
Foi como levar um soco, um chute
no órgão genital, um choque. As palavras de Bella não deixaram de provocar dor
mesmo com o passar dos segundos. Eu senti um sentimento tão opressor que me
afastei de Bella.
Eu precisava fugir dali.
...
Eu agia como um boneco naquela
reunião chata de negócios. Queria sair dali e ir até Bella, levá-la para
jantar. Não somente queria fazer isso por estar com fome, mas queria desfazer
meu ato horas atrás. Enquanto a beijava, Bela disse o nome de Jacob Black
comparando-me a ele. Fiquei tão chocado que fui embora sem dizer nada. Agora eu
estava arrependido. Quero dizer, parando para pensar, Bella só havia tecido um
comentário após um ato meu tê-la lembrado do viadinho, mas e daí? O cara havia
sido chifrado e chutado e pronto! E daí se minha atitude parecia com a dele?
“Eu preciso manter o equilíbrio,
embora não tenha idéia de como farei isso...” – refleti e acordei de meus
devaneios quando um sócio exigiu minha atenção.
...
–Senhor Cullen, a reunião acabou?
– minha secretária perguntou. Assenti com a cabeça e continuei a caminhar
colocando meu casaco.
–Sim. Estou indo. Minha esposa
deve estar...
–Ah, sua esposa esteve aqui
durante a reunião. Ela pediu para avisá-lo que foi para casa.
–O QUE? – meu tom de voz foi alto
e certamente os homens que ainda estavam na sala de reuniões ouviram. A senhora
Slater encolheu-se assustada com minha súbita cólera.
–Ela soube que estava em reunião
então foi para casa. Algo de errado? – a velha senhora me olhou com evidente
curiosidade passado o susto.
–Não. Eu vou para casa. – disse
e, após murmurar um “boa noite” a minha secretária e aos funcionários que
encontrei pelo caminho, segui para a garagem.
Tudo bem que Bella não havia dito
um “sim” para meu pedido de jantarmos juntos, mas ir embora sem sequer se
despedir de mim era demais! Por que ela fazia isso? Algo deveria ter mudado
após nossa conversa, Bella deveria ao menos tentar ser um pouco mais flexível.
Nada havia mudado. Bella continuava a me tratar como se fôssemos inimigos ou
coisa pior.
Dirigi rápido pelas estradas
temendo deixá-la sozinha. Eu não duvidaria se Bella saísse com alguém ou
simplesmente fosse dormir em seu quarto com a porta trancada. Se eu não fizesse
algo o muro que existia entre nós jamais se romperia.
O que eu iria fazer? Como
concertar o que eu fiz? Como recuperar todo o mal que eu fiz? Como fazer Bella
me olhar com olhos amorosos, os mesmos olhos que tantas vezes lançou a Jacob?
Enquanto um sinal fechava e eu parava o carro, encostei minha cabeça no
volante. Eu sempre fui um cara prático, calculista, que encontrava solução para
tudo. Mas quando se tratava de vida pessoal eu era um fracassado. Será que
havia herdado isso do meu pai? Eu não duvidava. Só desejava não terminar como
ele, chorando pela perda da mulher que ele não deu valor: minha mãe.
Ao entrar na garagem do
condomínio fiquei surpreso em ver Bella estacionando. Então ela havia saído da
empresa um pouco antes de mim apenas. Ela parecia alheia, certamente não notou
minha chegada. Desceu da moto e seguiu para o elevador. Apressado, estacionei
meu carro de qualquer jeito, sai às pressas para alcançá-la como alcancei no
elevador da empresa.
Praticamente corri e, antes que o
elevador fechasse, coloquei a mão na porta. Entrei rapidamente, arfante,
furioso. Ouvi ela murmurar um “eu não vi você” como se isso fosse corrigir suas
atitudes indesculpáveis de hoje.
-Pensei que tínhamos um
trato. Disse que iríamos jantar juntos. Por que veio para casa? – falei
arfante. Bella me olhava com confusão.
–Eu soube que estava em reunião
então eu pensei que não daria para jantarmos. Além disso, eu estou cansada
então eu pensei em... Eu posso preparar algo para comermos aqui. Não cozinho
tão bem quanto um mestre cuca, mas acho que minha comida é boa.
Apesar de dizer que faria comida
para mim, eu não me deixei enganar pelo clima agradável que Bella tentava estabelecer.
Tudo parecia uma tentativa de me afastar, mas não deixar a situação óbvia.
Assim que o elevador abriu Bella saiu apressada já pegando as chaves para
entrar. Parecia nervosa. Poderia apostar que se trancaria em seu quarto.
-Eu vou tomar um banho primeiro.
Feche a porta ao passar por ela. – Bella falou, mas eu não a ouvia mais. Um
instinto quase animalesco me atingiu. Desejo, frustração, raiva, confusão. Eu
nunca me senti mais tomado por sentimentos do que agora.
Sem parar para pensar eu segurei
seu braço e a puxei para minha frente, prensando-a na porta, incapaz de fugir.
Sem dar espaço para racionalizações eu a beijei com urgência. Senti que Bella
tentava me afastar, mas eu não a deixei. Peguei suas mãos entre as minhas
prendendo-as.
Minha presa
Eu estava queimando, nunca senti
nada assim por mulher alguma, nem pela mais experiente e bela das prostitutas.
Eu precisava de Bella como um viciado em heroína precisava da droga. Pouco a
pouco Bella foi cedendo e éramos como galhos de um videiro enroscando-se. Mãos,
lábios, língua em toda a parte.
Puxei Bella de encontro ao meu
corpo querendo me fundir a ela. Eu a encaixei em meu colo. Bella permaneceu lá,
atada a mim com suas pernas. Enquanto nos beijávamos loucamente eu a
desencostei da porta e a deitei no chão. Sem perder tempo eu a despi, querendo
sentir a textura única de sua pele alva. Em alguns momentos rasguei algo,
impaciente demais para ser delicado. Ainda sim procurava estar atento para não
machucar Bella na minha ânsia insuportável de tê-la.
Meus lábios migraram para sua
mandíbula, seu pescoço, sua clavícula, ombro, seios. Eu sabia que Bella estava
gostando e isso me encheu de satisfação. Ao menos ela me desejava, ainda que
não nutrisse mais o amor que tinha por mim, ela me desejava. Não era o suficiente,
eu queria mais, mas era melhor do que ódio. Minhas mãos em seu corpo querendo
deixá-lo em chamas como o meu estava, querendo despertar seu lado mais
animalesco fazendo-a embarcar naquela loucura. Meus lábios passearam pelo seu
corpo, provando cada pedaço. Ela era erótica, deliciosa. Como pude um dia
pensar que era sem graça? Ela não tinha experiência e de alguma forma isso a
deixava mais perfeita para mim. Lembrei que Bella foi despertada como mulher
por mim, mas não fui o único a tocá-la. Fiquei de joelhos e a olhei.
–Jacob não fazia isso, certo? Ele
nem chegou a tocar intimamente em você. – encontrei o elástico de sua calcinha
e a abaixei lentamente. Os olhos de Bella fecharam. – Esse é um privilegio só
meu. – continuei deixando-a nua.
Retirei minhas vestes, a urgência
desaparecera. Ela já havia me escolhido, não precisava de mais pressa. Bella
acompanhou meus movimentos enquanto me livrara de peça por peça. Quando
terminei eu peguei Bella no colo, surpreendendo-a. Eu a levei para o meu quarto
e a joguei em minha cama.
Por alguns instantes contemplei
Bella ali, nua, arfante, seu corpo brilhante pelo suor olhando para mim. Nunca
a vi mais linda. Eu me deitei sobre seu corpo e voltei a beijá-la. Suas mãos
presas acima da cabeça entre uma mão minha e minha outra mão em seu seio. Minha
mão antes no seio migrou para sua cintura.
Meu corpo estava em brasas. Eu a
queria agora, uma, duas, quantas vezes eu suportasse. Eu queria mantê-la presa
ali para sempre, sendo minha e nada mais. Eu sei, pensamentos primitivos, mas
verdadeiros. Bella deve ter dito algo, mas eu não lhe dei ouvidos. Eu voltei a
beijá-la. Senti Bella me afastar e me preocupei. Só então notei que eu a estava
apertando na cintura. Afrouxei o aperto e fechei os olhos encostando minha testa
na dela. Ela devia estar assustada com minha urgência.
–Não consigo me controlar. Eu
quero tanto você que...! – e meus olhos encontraram os seus orbes castanhos. O
silêncio pairou. Eu queria quebrá-lo e sabia como. Eu sabia o que precisava
dizer hoje, amanhã, sempre.
-Eu amo você. – disse
enquanto acariciava seus lábios com meus dedos. Bella não disse nada o que me
frustrou. Até agora ela não havia dito nada sobre me amar. Será que nutria
apenas desejo por mim? Subitamente ela ergueu uma mão e tocou minha face.
Inclinei meu rosto em direção a sua mão. Senti seus dedos em meu cabeço e então
um leve puxão, exigindo minha aproximação. Prontamente eu a atendi voltando a
beijá-la.
Quando eu estava com Bella, eu me
sentia em um filme. Um lindo filme de amor em que tudo parecia mágico. Aquele
momento, o nosso momento, parecia estar sendo emoldurado. Não era sexo, jamais
poderíamos chamar aquele ato de sexo. Eu não me interessava em ter prazer, em
mostrar que eu era bom de cama. Eu só queria estar próximo a ela, nada mais.
Eu só queria ficar com ela para
sempre
–Bella? Olha para mim. – edi
enquanto estava dentro dela. Eu queria ver seus olhos, queria perscrutar sua
alma. Bella me olhou e voltei a ir de encontro ao seu corpo.
Prazer. Gemidos. Corpos encaixando-se
confortavelmente. Desejo, paixão, amor roubando minha razão. E Bella ali
comigo, vulnerável, úmida, receptiva.
Encontramos o ápice do prazer uma,
duas, três vezes. Eu queria mais, mas sabia que Bella precisava descansar. Às
vezes eu me continha para que Bella se recompusesse.
-No que você está pensando?
– perguntei. Bella deitada de bruços e eu próximo a ela acariciando suas
costas. Ela parecia estar pensando no que diria.
-Estava pensando que nós não
jantamos e depois de tudo o que fizemos eu estou com fome. – falou esgotada. Eu
sorri. Uma provocação me veio à mente para voltar a acendê-la e continuarmos a
fazer amor.
–Eu também quero comer algo. – disse
tentando não rir.
–E o que seria? – perguntou.
Deitei a cabeça no mesmo travesseiro em que sua cabeça repousava.
–Você. – sussurrei. Bella
ruborizou na hora. Se ela estava suculenta antes, com o rosto vermelho ficou
irresistível. Eu me aproximei e a beijei deitando-me sobre ela, mostrando a ela
minha excitação. Eu já estava pronto para viver mais momentos de prazer com ela
e com satisfação fui atendido por Bella.
...
Eu estava exausto, Bella também.
Eu não aguentava mais, tinha que dormir. Mas antes...
–Bella. – murmurei sonolento. Ela
estava deitada ao meu lado, os olhos fechados. Não os abriu.
–O que foi? – perguntou numa voz
que mostrava cansaço, mas não o cansaço que eu estava sentindo. Eu dormiria
logo, ela não. Eu me aproximei do criado mudo ao meu lado e abri a primeira
gaveta. Peguei de lá o aro dourado. A aliança de Bella, desprezada por ela
meses atrás. Ela teria percebido que desde que eu me vi apaixonado por ela eu
nunca mais tirei minha aliança? Eu me aproximei dela e peguei sua mão esquerda,
coloquei o anel no lugar que lhe pertencia, o dedo anelar de Bella.
–Só estava faltando isso. – murmurei
enquanto pensava “também falta você me dizer que me ama”. Eu não iria mais
pressioná-la. Estava claro que Bella precisava de um tempo e eu de paciência.
Os dois teriam esses benefícios a partir de agora.
Deitei de lado, de frente para
ela e beijei levemente seus lábios. Eu me aconcheguei nela toda e apaguei.
Continua...
Gosto desse Edward apaixonado, feliz.
Ele fica mais divertido, mais sensível e carinhoso. Mas não acho que deva se
considerar vencedor nessa história. Ainda falta contar pra ela a verdade sobre
o contrato e não sei como ela vai reagir quando descobrir tudo. Vamos esperar
pra ver. Beijos e até amanhã.
P.S.: NÃO DEIXEM DE PARTICIPAR DA NOSSA PROMOÇÃO E GARANTIR O OVO DE PÁSCOA DE AMANHECER! CLIQUEM NO BANNER ABAIXO E PARTICIPEM!

ai to amando não sei se aguento até amanhã ,,,,,,
ReplyDeletebjs ,il...
Oi Ciça, dá vontade de não parar de ler né?
DeleteMas tenha paciência... logo, logo dá 17:00 e você poderá ler mais um capítulo.
Beijos.
Oi honey!! Tb gosto dele apaixonado! Ela vai surta qnd ele falar do contrato mas quem sabe ne!! Ate amanha beijusculo
ReplyDeleteBom dia Nessie,
DeletePode ter certeza de que ela vai surtar quando descobrir, só podemos torcer para que ele consiga contornar a situação da melhor forma.
Beijos.
AMEI... Definitivamente este capitulo foi tudo de bom!! Mas fico me perguntando cade Tânia e o Jacob como ele fica?
ReplyDeleteEsta muito difícil ficar esperando até o dia seguinte no final da tarde. To ficando muito ansiosa! Rsrs.
Oi Amanda,
DeletePode esperar que a Tânia vai voltar pára infernizar a vida do Edward. E quanto ao Jacob, talvez ele encontre alguém que o ajude a esquecer a Bella, ou talvez ele não desista dela... Segura a ansiedade que quando menos você esperar já serão 17:00 hs.
Beijos.
Oi meninas! O capítulo tá lindo, mas ainda acho que ta bom demais pra ser verdade, algo ne diz que vem problemas por ai... Beijinhos!
ReplyDelete