Oi pessoal! Hoje é o Edward quem nos
conta seus sentimentos e saberemos como foi quando descobriu que Bella estava
com Jacob.
Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
O Contrato
By Jack Sampaio
Atenção:
Este conteúdo foi classificado
como
impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
CAPÍTULO 34
Edward pov’s
A felicidade veio para mim. Eu
não esperava. Após a morte de minha mãe, eu me habituei a não confiar em
ninguém, a tratar mulheres como objetos e homens como inimigos. Eu sabia que
pela minha conduta eu estava fadado à infelicidade quando se tratava da minha
vida pessoal, mas eu fui abençoado.
Bella... O nome girava na minha
cabeça. Eu não conseguia pensar nada além dela, priorizar nada além de Bella.
Eu a amava e ela me amava. Ela era minha, entregou-se apesar de tudo o que
aconteceu entre nós. E cinco dias se passaram...
–Bella? – chamei. – Você está
aqui no seu quarto? – bati na porta de seu quarto. Aquele era o único cômodo em
que eu não havia entrado para procurá-la.
–Sim, eu estou aqui. – ouvi a sua
voz no interior do aposento. Minha mão foi à maçaneta.
–Posso entrar? – pedi invadindo
seu quarto. Bella estava sentada em uma poltrona, olhava o espelho. – O que
está fazendo? – perguntei curioso com a sua atitude.
Caminhei até ela e me postei
atrás da poltrona. Eu me inclinei abraçando-a por trás, feliz por ela não fazer
menção de me afastar. Bella havia mudado muito desde que confessou para mim o
que sentia. Ela estava mais receptiva ao meu toque e, durante esses cinco dias,
permitiu que eu dormisse com ela. Isso era muito comparado ao que eu tive dela
desde que nos entendemos.
–E então? O que estava fazendo? –
voltei à realidade e olhei para Bella. Eu ainda estava curioso com o que Bella
estava fazendo antes de eu entrar em seu quarto.
–Só estava... Pensando. – falou
extremamente vaga. Alguma coisa dentro de mim me alertou para aquele fato. O
que Bella estaria pensando? Seria algo sobre mim? Algo ruim?
–Posso saber em que? Espero que
em mim. – eu a olhei com diversão, encostando meu queixo em seu ombro. A
princípio, eu estava tenso com a possibilidade de ela estar pensando em mim de
forma negativa, mas bastou ver o seu sorriso para o medo se dissipar. Era muito
bom vê-la sorrir.
–Espertinho. – falou num tom falsamente
severo. Levantou-se e eu me apressei em abraçá-la. Eu nunca me sentia cansado
de tocá-la, Bella era uma droga que eu sempre precisava de mais. Aspirei seu
perfume doce e o desejo tomou conta de mim. Procurei me conter.
–Alice e Jasper estão nos esperando
no carro que nos levará ao aeroporto. Não podemos nos atrasar. Vamos. – peguei
sua mão e a guiei para a saída.
–Onde estão as malas? – Bella
perguntou enquanto cruzávamos a sala.
–Estão todas guardadas no carro.
Seguimos silenciosos até o
elevador e quando eu entrei lá voltei a abraçá-la. Eu sabia que Alice iria
monopolizá-la durante três dias e nós não ficaríamos muito tempo juntos durante
esse período. Bom, essa era a minha desculpa, mas a verdade era que eu gostava
de tê-la em meus braços. Compensava um pouco o período em que eu a desejava
tanto, mas não poderia tocá-la.
–Por que tudo isso? – Bella
perguntou. Não demorou muito as portas do elevador se abriram.
–Alice vai querer ocupá-la com
compras e bobagens de mulheres durante esses três dias em que ficaremos na
praia. Não teremos muito tempo para nós dois.
–Sei. – pela sua postura e tom
vocal ela estava desapontada. Isso era bom. Aproximei meus lábios de seu ouvido
e sussurrei:
–É por isso que só ficaremos com
eles durante três dias. Após isso vamos viajar só nós dois para outro lugar.
Eu havia feito um plano. Queria
uma lua-de-mel completa com Bella por isso eu separei os dias de diversão, e
agitação, em Miami e prazer, e calmaria, em Vancouver no Canadá.
–Você ainda não me disse o lugar.
Estou curiosa. – com essa eu fiquei surpreso. Ontem eu havia dito para ela, até
falei de detalhes de nossa viagem como o local onde ficaríamos hospedados e o
que faríamos para nos divertir.
–Eu disse ontem. – falei confuso.
–Quando? Não me lembro. – perguntou.
Lembrei das circunstancias em que contei para ela e entendi. Soltei um sorriso
sacana. De fato ontem a noite não foi um bom momento para contar.
–Disse ontem enquanto nós
estávamos juntinhos no seu quarto. E nós estávamos fazendo... – parei
sugestivamente enquanto minha mente completava o que não disse em palavras.
Ontem, após assistirmos a um filme de comédia romântica e o mesmo me deixar
aceso, fomos para a cama e, definitivamente, não foi para dormir.
–Agora sei por que eu não me lembro.
– murmurou no momento exato em que as portas do elevador se abriram. Uma pena.
Só a lembrança do que havíamos feito me esquentou por inteiro. Eu devia ter
apertado o botão de emergência e parado o elevador tempo suficiente para uma
brincadeirinha com Bella naquele local.
–Até que em fim! Por que a
demora? Desse jeito vamos perder o avião e eu não quero ter que recorrer a
minha beleza para conseguir outro vôo. Vamos! – Alice disse naquele seu jeito
irritantemente serelepe quando nos viu chegar. Logo mais todos nós estávamos no
carro alugado que nos levaria ao aeroporto.
...
–... Mas eu reservei a poltrona
ao lado da Bella por que eu queria...
–Alice, eu vou sentar ao lado da
Bella. Você pode fofocar com ela sobre assuntos pequenos depois. – disse áspero.
Alice fez biquinho.
–Mas eu... – murmurou querendo
argumentar. Jasper, que estava ao seu lado, se manifestou.
–Edward quer aproveitar a esposa.
Deixe-o com ela, Alice. Vamos, você vai poder monopolizá-la depois. – Jasper
puxou Alice para se sentar em uma poltrona ao lado dele, a poltrona que estava
destinada a mim. Fui para a poltrona ao lado de Bella, onde Alice sentaria,
todo feliz.
–Alice foi se sentar ao lado de
Jasper. Não sei como ela conseguiu reservar uma poltrona ao seu lado meu amor.
– eu disse puxando Bella para os meus braços. Aspirei seu perfume inebriado
pelo cheiro bom.
–Ela disse que queria ficar
papeando. Não precisava tirá-la daqui. – murmurou sonolenta.
–Alice já vai querer manipular
todo o seu tempo quando chegarmos a Miami. Não quero perder um tempo sequer. –
beijei sua testa. Eu estava ciente do quanto Bella estava cansada e queria que
descansasse. – Você está cansada, não é? Pode dormir. Eu a acordo quando
chegarmos. Acho até que dormirei um pouco com você.
Ela me obedeceu. Passados alguns
minutos, Bella ressonava tranquila em meus braços, procurando o calor do meu
corpo para aquecê-la. Isso já era corriqueiro. Desde que disse o que sentia por
mim, Bella passou a abrir algumas exceções. Durante cinco dias nós dormimos
juntos. Bella permitiu que eu a tocasse mais. Ela ainda não era tão carinhosa,
mas isso logo mudaria.
Fiquei perdido em lembranças dos
cinco dias mais felizes da minha vida. Dias em que Bella me permitiu conversar
um pouco com ela, tocá-la, amá-la, fazer dela minha mulher. Ela não voltou a
dizer que me amava, mas isso não importava. Eu estava feliz e estava
conseguindo fazê-la feliz.
Mas havia uma pendência entre
nós. A verdade estava à espreita e mais dia ou menos dia viria à tona. Eu sabia
o que deveria fazer, eu deveria contar a verdade a Bella, mas não conseguia.
Estávamos tão bem e eu pensava que se contasse a ela, eu perderia tudo. Eu não
queria perder o que eu tinha. E enquanto refletia sobre isso, chegamos ao nosso
destino.
–Bella, nós chegamos. Venha. – eu
a acordei gentilmente. Bella despertou, mas ainda estava cansada. Tive de
sustentar o seu peso durante todo o trajeto para fora do aeroporto. Fiquei
surpreso quando Alice veio toda serelepe para o nosso lado.
–Vamos para algum restaurante
comer. Depois podemos ir ao shopping e...
–Nem pensar Alice! Vá com Jasper
se quiser, mas Bella irá para o hotel dormir. – esbravejei. Bella não estava em
condições de fazer nada além de dormir. Eu garantiria seu sono. Ignorando os
protestos de Alice, seguimos para o resort escolhido por Jasper. Eu resolvi
tudo juntamente com Jasper e seguimos para os nossos quartos. Quando eu passei
pela porta, eu disse:
–Você está exausta. É melhor ir
direto para a cama, ou quer comer algo? Posso pedir algo para a recepção e...
–Eu quero apenas um bom banho.
Depois eu vou dormir. Se estiver com fome pode pedir algo para você. – Bella
foi até a sua mala pegando o que precisaria para o seu banho. Enquanto eu a
olhava, senti algo familiar tomar o meu corpo, o desejo avassalador de tê-la em
meus braços e amá-la sem limites. Esse desejo deveria diminuir agora que
estávamos íntimos, mas isso não acontecia. Quando mais eu a tinha, mais eu a
queria.
–Não estou com fome. Também estou
cansado, mas acho que vou tomar um banho. Posso tomar um banho com você? – pedi.
Nunca havíamos feito isso, tomar banho juntos, e eu esperava que isso
acontecesse agora. Bella me encarou com estranheza, mas não disse não. Eu a
olhei interrogativo.
–Tá. – disse simplesmente
seguindo para o banheiro. Assim que Bella entrou encostando a porta, eu estava
retirando minhas roupas. Eu estava apressado, e quase cai por isso, por que
temia que Bella mudasse de idéia. Ela ainda era uma caixinha de surpresa.
Peguei um roupão oferecido pelo
hotel, ao invés do meu próprio, eu o vesti já despido. Mas quando eu estava a
caminho do banheiro, algo no chão chamou minha atenção. Eu me aproximei da
bagagem de Bella e peguei as duas caixas. Uma era de pílulas anticoncepcionais
e outra de um diafragma.
–Mas o que...? – as caixas
ficaram em minhas mãos por alguns instantes. Fiquei surpreso em encontrá-las,
Bella nunca falou nada comigo. E também tinha outras coisas que vinham em minha
mente. Quando eu conheci Bella, ela tinha aquele estereótipo de mulher caseira
que parecia sonhar com casamento e filhos. Agora ela tomava anticoncepcional,
mas por quê? Por um acaso não queria mais ter filhos? Mudou de idéia ou o que?
Tantas dúvidas em minha cabeça! Dúvidas que me arrastavam para pensamentos
nebulosos, idéias nebulosas. Eu tinha dentro de minha cabeça um perfil de
Bella, e saber que ela tomara remédios sem me consultar contrariava minha
imagem. Será que a Bella... Não queria ter filhos por que... Por que seria
comigo?
Eu entrei no banheiro, retirei
meu roupão e entrei no chuveiro. Bella estava de costas para mim, imersa no
mecanismo do banho. Eu a encarei o tempo todo enquanto ligava o chuveiro e
sentia a água morna tocar o meu corpo. Naquele momento desejei poder ler sua
mente. Como eu não tinha tal poder, só me restava perguntar.
–Você deixou uma coisa no chão. –
disse.
–E o que seria? – perguntou com
desinteresse. Meus olhos estavam nela, eu queria captar sua reação e estudá-la.
–Pílulas anticoncepcionais e
diafragma. Estavam na mala onde você coloca seus produtos de higiene pessoal. –
eu a olhei atentamente, mas Bella continuava em sua postura despreocupada.
–Ah, eu devo ter me descuidado.
Estava com pressa para tomar banho. Guardo quando acabar daqui.
–Não precisa Bella. Eu já fiz
isso. – minha voz certamente revelava meu mau humor. Bella percebeu o tom de
voz estranho e se virou.
–O que foi? – perguntou
encarando-me após fechar o chuveiro.
–Há quanto tempo está tomando
anticoncepcional? – perguntei. Bella parecia despreocupada, deu de ombros.
–Uns três dias. Fui a uma
ginecologista e pedi para que me receitasse. Ela também me passou o diafragma,
mas acho que esse eu não irei usar. Meio complicado de colocar. Por quê?
Então ela havia tomado a decisão
há algum tempo e sequer me comunicou. Esse tipo de coisa deveria ser conversado
com o parceiro, não é?
–Por que não me contou? – perguntei
num tom acusativo.
–Não pensei que fosse algo
significativo para contar. Eu devo ter me esquecido. Por que está assim? – Bella
me olhava confusa. Ora, era eu quem deveria estar confuso!
–Tudo sobre você é significante
para mim. Além disso, quando se trata de proteção num relacionamento íntimo o
casal deve conversar sobre isso. – desabafei sabendo que essa conversa poderia
não ter um rumo bom. Durante muito tempo após o nosso casamento eu mostrei
desinteresse em Bella e no que fazia. Provavelmente ela jogaria isso na minha
cara.
–Não há o que conversar Edward.
Eu só estou me prevenindo de uma gravidez indesejada. Só isso. Eu pensei nisso
por nós dois. Acredito que você não deva estar ansioso para ser pai.
Naquele momento eu entendi. A
imagem que passei não foi uma das melhores e Bella acreditava que eu não queria
ser pai. Ela ainda conservava uma imagem nada boa de mim, mesmo com minhas
tentativas de convencê-la de que eu havia mudado. Eu precisava desfazer
qualquer imagem negativa que Bella tivesse de mim.
–Você tirou uma conclusão
precipitada. Deveria ter conversado comigo antes. Acho que só eu posso falar
por mim, assim você saberia se desejo ter um filho ou não. – para ser sincero
nunca pensei em ter filhos, costumava repudiar a idéia. Mas agora... Eu seria a
favor de qualquer coisa que me atasse ainda mais a Bella.
–E você quer ser? Você é meio
jovem para isso, não é? Tem vinte e três.
–Eu não sou jovem Bella. Homens
se tornam pais aos dezesseis hoje em dia. Vinte três é uma idade perfeita. – eu
costumava pensar que filhos eram a última coisa que um homem deveria ter. Vinte
e três, a minha idade, costumava ser o tipo de idade em que você aproveita a
sua vida. Eu realmente mudei minha forma de pensar após descobrir que amava
Bella.
–Mas você já pensou no assunto
alguma vez? – Bella perguntou sondando-me com o olhar. Tinha que tomar cuidado
agora. Não gostaria de confessar que nunca pensei no assunto e até repudiei a
idéia, motivo pelo qual não quis fazer sexo com Bella após o casamento.
–Bom... Eu nunca havia pensado na
possibilidade até agora. Mas eu sempre pensei que você queria. Quero dizer,
você tem aquele estereótipo de mulher que deseja casar e ter filhos então eu
pensei que você queria ser mãe. – dizer a verdade me pareceu o melhor. Eu não
queria mentir para Bella, já havia mentiras demais nos separando.
–Isso não me passou pela cabeça.
Não me sinto preparada para ser mãe e você certamente não está preparado para
ser pai.
Ao ouvir as palavras de Bella,
algo me ocorreu. Agora ela não pensava em ser mãe, mas houve alguma vez em que
pensou? Poderia apostar que a idéia lhe parecia boa quando estava com Jacob.
–Não existe isso de estar
preparado ou não! Ninguém nasce preparado para ser um pai ou uma mãe. Se
tivéssemos um filho eu faria de tudo para ser um excelente pai. Eu iria
administrar isso bem. – esbravejei surpreso com minha própria cólera. Antes eu
daria graças a Deus por Bella pensar em proteção, mas agora... Incomodava-me a
idéia de que talvez Bella pensasse que ter um filho comigo era repugnante.
–Você mal conseguiu administrar
um casamento, que dirá um filho. – suas palavras me tocaram como ácido na pele.
Era evidente que Bella se lembrava do passado e estava remoendo os fatos. Seria
sempre assim. Bella não recuperou sua confiança em mim, embora eu tenha tentado
tanto até agora!
–Vou dormir. – anunciou sem me
olhar. Estava irritada. Nossa conversa havia despertado lembranças ruins.
Merda! Por que eu insisti em falar de coisas dolorosas?
–Espera Bella! Olha, não queria
aborrecer você. Não queria discutir. Quando sugeri que tomássemos banho juntos
eu tinha outra coisa em mente. – ela parou ao me ouvir. Eu sabia para onde a
conversa iria chegar; ela também sabia.
–O que tinha em mente? – Bella
fechou o roupão. Se eu não me apressasse em falar, nossa primeira noite naquele
lugar paradisíaco seria um desastre.
–Seduzir você e convencê-la a
fazer amor comigo aqui antes de dormir. – falei tristonho. Bella reagiu ao meu
modo infantil de agir com um sorriso.
–Um ótimo plano, mas hoje
dormirei cedo. – Bella disse aumentando meu aborrecimento. Seu movimento brusco
deixou seu andar instável. Eu sabia o que aconteceria, mas nada pude fazer para
evitar. Bella derrapou no chão.
–AI!
–BELLA! – Saí rapidamente do Box
para socorrê-la. Bella estava deitada no chão, já se levantava quando a
alcancei. – Você está bem? – perguntei preocupado. Bella tinha o rosto crispado
pela dor e uma mão na testa.
–Você se machucou? Deixe-me ver o
seu rosto. – puxei sua mão. O local onde até então Bella cobria com a mão
estava vermelho e já inchava.
–Não é nada. Eu não bati a cabeça
no piso completamente. Amorteci a queda com os meus braços. – Bella se levantou
e eu fiquei preparado para ampará-la caso voltasse a cair. Voltei ao Box do
banheiro desligando meu chuveiro e peguei meu roupão.
–Eu vou chamar um médico para
olhá-la, ou você quer que eu a leve ao hospital? – sugeri enquanto a via ir até
a sua bagagem. Bella remexeu lá pegando algo, parecia ser um kit de primeiros
socorros.
–Não precisa, não foi nada grave.
Vou passar uma pomada e cobrir o ferimento com algo e vai ficar tudo bem. – ela
caminhou até a cama deixando o kit de primeiros socorros lá em cima. – Mas acho
que antes eu vou trocar de roupa.
Eu acompanhei seus movimentos e
logo mais efetuei a mesma coisa. Troquei de roupa, trajando agora um pijama ao
invés do roupão. Esperei até Bella estar pronta, ela ainda demorou penteando os
cabelos, e fui para o seu lado quando ela sentou na cama.
–Deixa que eu cuide do ferimento.
– pedi sentando-me em frente a ela.
–Eu posso fazer isso Edward. – protestou.
Olhei sua testa, havia um ponto bastante inchado. Aquilo me preocupou. E se o
ferimento não fosse insignificante como Bella fazia parecer?
–Eu faço. – falei num tom
decidido. Bella pareceu desistir e ficou quieta enquanto eu massageava a área
com uma pomada antiinflamatória. Era óbvio para mim que tocar o local lesionado
estava causando dor nela, mas Bella procurou disfarçar. Peguei um Band-Aid e o
retirei da embalagem, colocando no local onde havia um galo.
–Deveríamos ir ao médico. Você
bateu a cabeça no piso e teve uma concussão. E olha só o galo que ficou na sua
testa! – toquei levemente o galo. Eu temia que algo mais grave tivesse ocorrido
e Bella só percebesse isso quando fosse tarde demais. Talvez eu estivesse sendo
exagerado, mas não estava disposto a perder Bella por algo tão pequeno.
–Edward, não foi algo grave.
Felizmente eu amorteci a queda com os braços. Isso não é nada. Um pouco de
pomada no local e Tylenol vão resolver. – ela tentava me dissuadir a levá-la a
um hospital.
–Mas Bella não devemos
menosprezar o ferimento por menor que seja. E se esse golpe se transformar em
um aneurisma ou algo assim? – eu a encarei já apavorado com as coisas que
surgiam em minha mente. Quando olhei a expressão incrédula de Bella, e
divertida pela minha excessiva preocupação, eu parei. – Quer os comprimidos
agora? Pego para você.
Eu levantei indo até a mala de
Bella em um local onde deviam estar alguns remédios que certamente ela se
lembrou de trazer. Não demorei a encontrar o que procurava: uma cartela de
Tylenol, remédio para a dor. Dei os comprimidos a ela e trouxe água da pequena
cozinha que havia em nosso quarto. Bella tomou sem pressa o remédio e após disso
se deitou na cama. Devia estar cansada e os remédios certamente agiriam
aumentando o seu sono.
–Sabe, acho que você me jogou uma
praga por eu não ter cedido no banheiro. Por isso eu caí. – Bella disse num tom
brincalhão enquanto eu deitava ao seu lado. Eu a puxei para mim. Era bom poder
tocá-la com certa liberdade, bem diferente de antes. Bella já não via o ato e
tocá-la como um desrespeito. Aceitava com naturalidade isso.
–Credo amor eu jamais faria isso!
Eu sei que a palavra tem poder, não falaria algo para prejudicá-la. – falei
entre risos, maravilhado por ela estar brincando comigo. Apesar de nos
entendermos, ela não era de brincadeiras.
–Não acho que a palavra tenha
tanto poder assim. Se fosse por isso você não deveria nem estar entre os vivos.
– disse enquanto ria. Deitou sua cabeça em meu peito e me abraçou com um braço.
Meu corpo inteiro relaxou com o seu toque despreocupado.
–Puxa, você queria tanto assim me
prejudicar no passado? Eu espero que você não seja daquelas mulheres que, sem
mais nem menos, descarregam a raiva no marido com uma faca enquanto dormem. – tentei
brincar com o assunto, mas a verdade era que aquela conversa estava trazendo
algo à tona, e eu não gostava disso.
–Não se preocupe... Isso já
passou. – Bella falou com suavidade, mas eu não acreditei. Se já havia passado
a raiva então por que ela volta e meia ficava na defensiva e jogava na minha
cara tudo o que houve entre nós? Lembrei do que ela havia dito sobre eu não
conseguir administrar o meu casamento. Era a mais pura verdade, mas ainda assim
fiquei mal por ouvir suas palavras.
–Mas você me perdoou Bella? Pelo
que você disse agora a pouco, sobre eu não conseguir administrar o meu
casamento... Você não me perdoou, não é? – Bella ficou tensa com minha
pergunta. O silêncio dominou o ambiente e achei que não me responderia.
–Eu não o perdoei. – sua resposta
me pegou desprevenido. – Mas eu escolhi você. No final, é só isso o que
importa. Agora vamos dormir.
Então era isso. Bella não me
perdoou, ela apenas me aceitou ao seu lado. O fato de ela não me perdoar seria
um grande problema para nós dois. Eu me perguntei freneticamente se ela
continuaria comigo se soubesse o real motivo das coisas horrendas que fiz a ela
no passado. Eu poderia apostar que não.
–Eu vou recuperar a sua
confiança, ou morrerei tentando. – murmurei para uma Bella já adormecida.
Eram em momentos como esses que
eu refletia sobre contar ou não a verdade a Bella. Oportunidades surgiram, mas
eu sempre desistia. Eu pensava: posso contar amanhã, só mais um dia! Mais um
dia para ter uma Bella simpática e receptiva a mim!
O dia nunca chegava. A verdade
parecia mais e mais distante de ser revelada. Alice me recriminaria pela minha
lerdeza e ela tinha razão. Se eu quisesse ter um futuro saudável com Bella, eu
deveria contar sobre o contrato. O problema era que contando a verdade, eu
poderia não ter o futuro ao lado dela como almejo.
Essa confusão mental perdurou
durante vários minutos até que me entreguei ao cansaço e dormi abraçado a
Bella.
–Bella, eu cheguei. – anunciei
enquanto passava pela porta do nosso apartamento e a trancava. – Bella?
Olhei em volta. As luzes do
apartamento estavam apagadas. Eu não conseguiria enxergar se não fosse o fato
das cortinas que cobrem as persianas estarem abertas e o brilho mortiço da Lua
adentrar.
Caminhei pelo apartamento
retirando o pesado casaco que usava e deixando-o em cima do sofá juntamente com
minha pasta. Olhando para o extenso corredor que dava acesso aos demais cômodos
da casa, notei que a luz do quarto de Bella estava acessa.
–Bella? – continuei a chamá-la.
Estranhei ao notar que não havia ninguém em seu quarto embora as luzes
estivessem acessas. Olhei para o piso e visualizei um papel. Caminhei até lá
pegando o papel e lendo-o.
Era o testamento do meu pai,
aquele que tinha a clausula que me obrigou a me casar apenas para receber a parte
de minha herança. O que o contrato estava fazendo ali? Não deveria estar
guardado em um cofre nas dependências da empresa? Será que Bella...?
Eu não tive tempo para me
desesperar. Pela visão periférica captei a luz do banheiro acessa com a porta
entreaberta e algo deitado no piso.
Como em um filme de horror, eu
me movi bem lentamente, como um velho, enquanto os olhos captavam melhor a
imagem. Meu coração batia acelerado e minha respiração estava insuportavelmente
ofegante. Minhas mãos trêmulas alcançaram a maçaneta e empurrei completamente a
porta.
Bella estava ali, linda se não
fosse à palidez excessiva do seu rosto que tinha uma expressão lívida. Embaixo
do pescoço havia uma profunda laceração feita com algo afiado. Sangue por todo
o lado manchando sua bonita camisola branca. Cai de joelhos, catatônico com a
cena. Uma de minhas mãos foi ao seu pulso, mas nada senti. Ela estava imóvel,
fria, não se mexia. Bella estava morta. Bella se matou. Tudo por culpa do
contrato, por minha culpa.
–Ah! – meus olhos se abriram
encarando o teto do quarto onde estava hospedado. Meu coração dava pulos e
minha respiração estava tão ofegante quanto no pesadelo que eu tive. Alguém
murmurou em meus braços. Bella estava profundamente adormecida, aninhada em
meus braços.
Minha mão tocou a pele abaixo dos
olhos e senti a umidade lá. Eu estava chorando e fiquei chocado com essa
constatação. Meu pesadelo infelizmente estava vívido em minha mente. Pensar
nele e compreendê-lo era atordoador. No meu pesadelo Bella descobria sobre o
contrato... E se suicidava.
...
Batidas soavam na porta.
Resmunguei. Não queria de jeito nenhum me levantar, havia conseguido dormir minutos
atrás. Mas também não queria que Bela acordasse. Levantei seguindo para a
porta, sabendo muito bem quem batia àquela hora da manhã.
–Bom dia! – Alice me cumprimentou
radiante. Eu a olhei de testa franzida.
–Está muito cedo. – resmunguei já
fechando a porta na sua cara. Ela me impediu de fazer isso colocando o pé na
porta.
–Não seja chato! Jasper e eu
estamos esperando por vocês. Acorde Bella e diga para ela descer.
–Por que só a Bella? E eu?
–Só me interessa que Bella esteja
pronta. Hoje é o dia das compras, um programa de meninas. Você pode fazer o que
quiser, até passar o dia de pijama comendo porcaria e assistindo jogo na TV. – Alice
me deu língua e saiu saltitando pelo corredor. Fechei a porta.
Eu poderia ignorá-la, voltar a
dormir aconchegado a Bella. Porém eu sabia o quanto Alice era insistente e o quanto
sua insistência era incômoda. Por isso voltei ao quarto, me sentei na cama e,
gentilmente, despertei Bella. Acariciei seu rosto com ponta dos dedos, me
inclinei e sussurrei em seu ouvido:
–Amor, nós precisamos acordar.
Bella remexeu-se deitando de
bruços, mas não me atendeu.
–Me dá mais uns minutos. – pediu.
–Não posso. Se não for acordada
por mim será acordada por Alice e acredite: não vai querer isso.
Claro que Bella já conhecia a
teimosia sem limites de minha irmã. Levantou-se amuada.
–Isso só pode ser brincadeira! –
resmungou. Acredito que seu resmungo foi por que ela viu o horário no relógio
no criado mudo e concordou comigo. Estava muito cedo.
...
–Oi Bella e... Nossa! Que galo
enorme é esse na sua testa? O que aconteceu? – Alice perguntou enquanto nos
aproximávamos. Resolvi me aproveitar da situação para provocar Bella.
–Nós tivemos uma noite e tanto! A
minha empolgação fez isso com ela. – levei um golpe na costela, nada doloroso.
Bella me olhou irritada. Ela ficava linda com aquela expressão no rosto.
–Vamos tomar café e então iremos
às compras. Hoje será o dia de compras. Amanhã e depois de amanhã faremos o que
turistas fazem quando viajam. Visitar pontos turísticos, curtir tudo. Você e
Jasper podem fazer o que quiser enquanto Bella e eu vamos às compras.
Eu sabia que os planos
desagradariam Bella. Ela nunca foi o tipo mulher compulsiva em comprar como
minha irmã. Essa sem dúvida era uma grande qualidade, seu desapego a coisas
materiais. Se bem que... Atualmente eu queria poder agradá-la e gostaria que
Bella aceitasse presentes meus. A única coisa que aceitou foi o vestido e os
sapatos usados certa noite em um jantar na casa de Alice. Lembrei daquele dia
com felicidade, o dia em que Bella confessou me amar.
Tomamos café tranquilamente. Pelo
visto o dia seria de Alice e Bella, eu teria que fazer algo com Jasper para me
divertir. Procurei não me aborrecer com a idéia. Seria bom fazer algo com
Jasper, estávamos um pouco afastados devido aos compromissos de trabalho.
“Eu preciso dar um espaço para a
Bella. Não quero sufocá-la forçando minha presença para ela o tempo todo. Não
preciso me preocupar, ela só vai ficar fazendo compras com a Alice”.
...
Concentrei-me no movimento e com
uma tacada certeira coloquei minha bola no buraco mais a frente. Jasper
caminhou até ficar ao meu lado, deu um tapinha no meu ombro.
–Ótima tacada! E você dizendo que
não pratica há muito tempo. – brincou. Dei de ombros.
–Não jogo golfe desde o colégio.
Eu parei com todas as minhas atividades quando me formei e assumi um cargo na
empresa de meu pai.
–Vamos. Já está tarde. Vamos
almoçar no restaurante do resort.
Guardamos nossos equipamentos e
seguimos em um carrinho de golfe até o prédio. Passamos boa parte do nosso dia
assim, jogando golfe com alguns amigos de Jasper, a maioria clientes dele.
Aceitei apenas por não ter nada melhor para fazer. Antes, eu aceitaria apenas
para conhecer pessoas importantes e certamente os clientes de Jasper eram
pessoas assim. Agora eu já não me importava muito com isso. Parece que
realmente eu havia me tornado mais humano, tudo isso graças a Bella.
Deixando os amigos de lado,
Jasper me acompanhou até o restaurante. Durante vários minutos não falamos
nada, concentrados apenas em comer. Quando fomos degustar a sobremesa, Jasper
se manifestou.
–Então como está a sua vida,
Edward?
–Tenho certeza de que você está a
par de tudo. Alice deve ter contado.
–Sim, ela contou. Ainda assim
gostaria de ouvir de você. Espero que esteja tudo bem com Bella e você. – Jasper
sorria, parecia feliz por mim. Ele sempre foi um cara legal.
–Está tudo bem. Bella está tentando
fazer isso funcionar à maneira dela. Eu estou tentando ao máximo. Ela é muito
importante pra mim.
–Eu sei. Eu posso ver isso. Fico
feliz com todas as mudanças positivas que aconteceram em sua vida. Alice sempre
se preocupou com você. Ela não concordava com sua inteira dedicação ao trabalho
menosprezando sua vida pessoal. Seu pai pensava da mesma forma.
–O que? Vai dizer agora que o meu
pai fez essa cláusula no testamento por que queria me ajudar? – perguntei com
sarcasmo. Jasper assentiu.
–Não parece óbvio? Seu pai passou
por momentos difíceis. Ele se dedicou demais ao trabalho, não ligou para a vida
pessoal e... – Jasper parou. Ele sabia que falar sobre meu pai e minha mãe não
era o meu assunto preferido.
–Acho que sei aonde quer chegar.
Não sei se essa era a intenção do meu pai quando estipulou essa cláusula. Desde
a morte de minha mãe nós não nos dávamos bem. Acho mais provável ele ter feito
isso por vingança. – comentei com um riso sarcástico no rosto.
–Não acho que seja esse o caso.
Eu converso muito com Alice sobre a família e minha teoria, e teoria da Alice,
é que ele fez isso para que você não cometesse o mesmo erro.
–Eu não sei se essa era a
intenção do meu pai quando teve essa idéia louca, mas sou grato por essa cláusula.
Sem ela eu nunca teria conhecido a Bella e... Bom... Eu passei por maus
bocados, mas tudo é válido. Eu passaria de novo se tivesse que chegar ao agora.
Eu estou muito feliz com a Bella.
Desabafar com outro cara sobre
minha vida não era o que eu tinha em mente quando decidi viajar com a família,
mas me senti bem com isso. E Jasper não era como Alice, ele não me criticava.
Pelo menos não exteriorizava suas críticas. Passamos a conversar sobre temas
mais leves quando alguém ligou para Jasper.
–Alô? Oi amor!
–Diga para a Alice para dar um
tempo nas compras, Jasper. Bella não está acostumada a passar o dia caminhando.
– pedi enquanto eu o olhava. Jasper parecia estar concentrado na conversa e
tinha uma expressão preocupada.
–Alice, eu estou aqui no resort.
Eu vou ver se ela está aqui. – ele se afastou do celular para falar comigo. – Alice
se perdeu da Bella. Ela está ligando para o celular dela, mas ninguém atende.
Quando ele terminou de falar, eu
já estava de pé caminhando para o prédio principal do resort com o celular nas
mãos. Não havia ligação alguma no meu celular. Se Bella estava perdida na
cidade, ela deveria me ligar, não é? Disquei seu número. Ninguém atendeu.
Tentei ligar enquanto seguia para a recepção, mas ninguém atendeu.
–Com licença, você viu a minha
esposa por aqui? Senhora Isabella Cullen. – perguntei a atendente.
–Não senhor Cullen. Eu não a vi.
Eu vou perguntar aos demais funcionários, tudo bem?
–Faça isso, por favor. Eu vou ao
meu quarto. Talvez ela tenha passado e ninguém percebeu. Ligue para o meu quarto
se tiver notícias. – pedi. A atendente sorriu e assentiu.
Tentei entrar em contato com
Bella enquanto seguia para o quarto, mas nada consegui. O fato de ela não estar
com Alice e não atender o celular não era nada bom. E para aumentar a minha
preocupação, Bella não estava em nosso quarto.
“Será que aconteceu alguma coisa?
O que não faltam são bandidos espreitando turistas. Talvez Bella tenha sido
roubada...” – a aflição grasnava em mim de forma nauseante. Procurei manter a
tranquilidade. Quando recebi uma ligação da recepção informando que ninguém viu
Bella, resolvi descer. Encontrei com Alice no hall de entrada com Jasper ao seu
lado.
–Alice, onde está a Bella? – perguntei
em uma voz raivosa. Jasper me olhou com cara feia, mas eu ignorei.
–Eu não sei! Nós estávamos
fazendo compras e então eu não a vi mais. Estou tentando ligar para ela, mas
ela não me atende. – Alice falava apressadamente, em pânico. Procurei me
acalmar. Duas pessoas a beira de um ataque não ajudariam muito.
–Jasper, você pode arranjar um carro
com motorista? Para o caso de termos que sair.
–Claro. Eu vou ligar para um
serviço de locação. – Jasper sacou o seu celular do bolso. Afagou com meiguice
o rosto da esposa que parecia querer chorar. Eu sabia que Alice não era a
culpada, mas a minha vontade de esganá-la não passava. Jasper pareceu captar
meu estado de espírito, deve ser por isso que não desgrudou de Alice.
–Alice, por que você não foi mais
cuidadosa? – enquanto falava com ela, discava para Bella. – Essa é a última vez
que deixarei Bella sob seus cuidados. – prometi mais para mim mesmo. Ela não
olhou para mim, fitou o chão, cheia de culpa.
–Eu estava sendo cuidadosa, mas
aí eu vi um par de sapatos de couro e...
–Alice, se você continuar
falando, eu vou acabar cometendo um crime aqui. – minha voz deixava claro que
eu não estava brincando. Jasper se colocou entre mim e Alice.
–Um carro com motorista está
vindo. Edward acalme-se. Raiva injustificada não vai ajudar. – disse em um tom
profissional, usando sua persona “eu sou um advogado fodão” para conter os
ânimos exaltados.
–Então vamos procurar por Bella
pelas ruas. Não adianta ficar aqui. Nem adianta ligar para ela.
Foi naquele momento. Não imaginei
que Bella atenderia. Ela atendeu.
–Alô? – era ela e não parecia
estar em apuros. Suspirei aliviado.
–Bella, finalmente! Onde você
está? Tem idéia do tempo em que estou ligando para você? – falei alto e
certamente ela teria dificuldades em me entender. Alice e Jasper me olhavam ansiosos
ávidos por notícias.
–Eu estou indo para o hotel nesse
instante. Você encontrou Alice? Eu me perdi dela.
–Sim, Alice está aqui com Jasper.
Retornamos ao hotel por que pensamos que você tinha vindo para cá após se
perder de Alice. Eu estou com um carro de aluguel. Diga onde você está e eu
irei buscá-la agora. – disse. Bella ficou quieta por alguns instantes, mas logo
falou.
–Eu não sei onde eu estou, fica
bem afastado do hotel. Eu acho que o nome da rua é... – e outra voz falou em
seu lugar.
–Não se preocupe com Bella. Eu a
encontrei e a levarei em segurança para o lugar onde ela está hospedada. – e a
ligação foi interrompida.
Encarei o aparelho atônico. Eu
realmente ouvi bem? Um homem se apoderou do celular de Bella? E a sua voz... Eu
conhecia a sua voz, infelizmente.
–Isso só pode ser piada! – tentei
ligar para ela. Ninguém atendeu.
–O que aconteceu? Bella está bem?
– Alice perguntou.
–Aparentemente sim. Alguém está
vindo com ela. – falei entre dentes. Eu agora reconhecia a voz, mas não queria
aceitar. Não era possível ele estar aqui e por que Bella estaria com ele?
–Quem vem trazê-la? – Jasper
perguntou.
–Não sei ao certo. Vou esperá-la
na porta. – falei enquanto já caminhava para a entrada. Eu não queria que
Jasper e Alice viessem comigo, mas eles o fizeram. Enquanto os minutos se
passavam, eu rezei para tudo ser um engano. Mas e se não fosse? E se realmente
a voz fosse de Jacob? O que Bella...?
–Um carro parou. – Jasper
anunciou. Olhei atentamente para o carro do topo da escadaria. O carro era
branco e tinha um logotipo da empresa em que Jacob trabalhava. Após alguns
instantes Bella saiu.
–Ih rapaz! – Alice falou e
reprimiu uma risada. Eu queria empurrá-la da escadaria, mas meus olhos não se
desviavam de Bella. Ela saiu batendo a porta com força. Um vidro foi aberto e
uma voz masculina a chamou. Bella não se virou, mandou o dedo do meio. Uma
gargalhada saiu de dentro do carro. Bella veio caminhando pelas escadas
tentando segurar uma porção de sacolas. Foi só então que ela nos olhou.
Alice desceu ladeada por Jasper.
Falou algo com Bella e pegou as sacolas, não pude ouvir, e subiu as escadas com
Jasper ajudando-a. Eu desci a escadaria enquanto Bella caminhava timidamente os
degraus. Bella parou quando estávamos próximos, não demonstrava nada.
–Oi. – disse e um pequeno sorriso
brotou nos seus lábios. Não me comoveu.
–Vamos para o nosso quarto. – disse
num tom frio. Eu queria gritar, fazer um escândalo, mas me contive. Inferno! O
que ela estava fazendo com Jacob? Por que não atendeu a porcaria do celular?
Por um acaso isso tudo foi uma tentativa de se vingar? Eu não duvidava, Bella
demonstrou seu rancor por mim.
Seguimos silenciosos até o
quarto. Eu evitei tocar nela. Quando a porta se fechou, eu explodi.
–O QUE DEU EM VOCÊ? POR QUE
ESTAVA COM JACOB? – gritei segurando-a pelo pulso. Bella se assustou com minha
atitude.
–Primeiro: pare de gritar.
Segundo: me solta! – Bella me afastou e eu acatei sua ordem. – Encontrei com
Jacob ao acaso. Nós fomos tomar um café e...
–Passou esse tempo todo tomando
café com ele? Sabe que horas são Bella? Sabe há quanto tempo todos nós estamos
procurando por você? Por que você demorou a atender? – procurei manter a voz
baixa, mas estava sendo difícil. Só de pensar em Jacob tocando o que era meu,
eu sentia a raiva me tomar.
–Eu não ouvi o toque do celular.
Quando ouvi eu atendi. – falava calmamente. Suas desculpas estavam me enervando
mais e mais.
–O que estavam fazendo para você
ficar tão absorva a ponto de não ouvir um toque no máximo? – dizer era pior do
que pensar. Minha imaginação brincava com a minha razão. O ciúme me tomou de
uma forma perigosa.
–Nós estávamos apenas
conversando. Perdi a noção do tempo. Não fiz nada demais. Se estivesse fazendo
alguma coisa, você não descobriria que estive com ele. – ela me olhava com
fúria. Definitivamente era eu que devia estar furioso!
–Ainda assim não deveria ter
parado para papear com ele. Ele é seu ex Bella! E ainda por cima ele a trouxe
para cá! Não pense que não vi vocês dois chegando! Como acha que eu fiquei
quando eu os vi juntos, quando soube que estavam juntos? – desabafei deixando
claro o quanto a idéia dela junto com Jacob me deixava doente. Para a minha
surpresa Bella sorriu de forma sarcástica.
–Sei muito bem como sentiu. Deve
ter sido o mesmo sentimento que o meu. Sabe, eu também não ficava nada contente
quando via meu marido para lá e para cá com a secretariazinha que era sua
amante. É claro que nem poderia fazer tal comparação visto que eu não tenho
nada com o Jacob e você sabe disso, mas na época, comigo, eu sabia exatamente o
que você tinha com aquela vadia!
Eu me calei. Eu tinha que me
calar. Bella tinha razão, claro. Eu não poderia colocá-la contra a parede, não
depois de tudo o que eu fiz com ela. Ela sabia de Tânia. Eu já imaginava, mas
foi difícil encarar aquela situação com Bella dizendo na minha cara.
–Se Alice vier nos convidar para
jantar, você pode ir. Diga que eu estou com dor de cabeça e não irei. – rumou
para o banheiro e eu poderia apostar que se trancaria. Não fiquei parado
ruminando os últimos acontecimentos. Fui até a porta e bati.
–Bella, abra a porta, por favor?
Não respondeu. Continuei a tentar. – Bella, me perdoa. Eu não deveria... Olha,
abra a porta. – bati novamente.
–Vai à merda! – gritou.
A raiva que antes me tomava
estava esquecida. Bella não mentiria para mim. Certamente encontrou ao acaso
com Jacob e conversaram. Ela era certinha, apesar de eu merecer uma falha da
sua parte. Nem mesmo quando se envolveu com Jacob ela falhou. Ela não estava me
traindo, estava apenas tentando ter uma vida normal, ser feliz.
Sentei na cama e esperei. Ela
sairia mais cedo ou mais tarde. Procurei não fazer barulho para Bella acreditar
que eu saí e sair também. É claro, antes eu teria de bolar o meu discurso, mas
não sabia o que falar. Não havia o que dizer. Agora, mais do que nunca, eu não
poderia dizer a verdade. Bella ainda estava muito ferida, ressentida. Falar a
verdade poderia piorar tudo. Ela certamente acreditava que o motivo de eu tê-la
destratado era por que tinha uma amante. Se ela soubesse a verdade...
Quando Bella saiu do banheiro, eu
encarava o chão. Eu a olhei cheio de culpa.
–Pensei que tivesse saído. – disse
e sua voz mostrava sua irritação.
–Por isso saiu do banheiro? Eu
estou mais calmo e não estou mais furioso. – eu estava nervoso. Contar ou não a
verdade?
–Claro que não está. Por que
estaria? Não tem motivos para estar. – continuou afastada de mim. Estava irada
e tinha seus motivos.
–Realmente não tenho. Você ainda
está com raiva de mim? Por que eu quero pedir desculpas, eu... – eu não sabia o
que dizer. Eu não queria remoer o assunto de minhas escapadas do casamento. A
verdade só alimentaria sua ira.
–Não. Eu é que peço desculpas
Edward. Você tem todo o direito de ficar chateado. Desculpe pelo que fiz. Não
foi legal ficar conversando com Jacob e aceitar ele vir me trazer. Eu não
pretendia aceitar a carona, mas achei que se recusasse você poderia pensar mais
mal de mim.
Bella estava se desculpando? Por
quê? Sou eu que deveria estar de joelhos e pedir perdão! Ela caminhou até mim
sentando ao meu lado. Não resisti e fiquei de pé, logo mais me ajoelhei diante
dela encostando minha cabeça em seus joelhos.
–Edward, levante-se! – Bella
pediu, mas eu a ignorei.
–Me perdoa Bella! Eu sou um
idiota que só mete os pés pelas mãos. Eu não mereço nada do que você me dá e
aqui estou eu tratando-a com rudeza quando na verdade eu deveria dar graças a
Deus por você estar comigo. A única coisa nobre que tenho em mim é o amor que
sinto por você! – falei emocionado. Era o mínimo que eu poderia fazer; pedir
perdão e nada mais.
–Edward... – murmurou meu nome
com delicadeza. Soube naquele instante que a raiva por mim havia se dissipado.
Beijei seus joelhos enquanto minhas mãos a acariciavam. Quando a encarei,
encontrei seus olhos magoados e amorosos. Como Bella estava ferida com o que eu
fiz no passado! O que eu não daria para mudar tudo isso!
Eu me levantei e a beijei
impetuosamente. Deitamos na cama e, temendo que a raiva ainda a domasse e Bella
se afastasse de mim, prendi sua cabeça entre minhas mãos enquanto a beijava.
Desejar Bella era uma constante
para mim. Apenas olhá-la era o suficiente para inflamar meu corpo. Quando o
desejo vinha, eu tinha que me satisfazer. E naquele momento eu precisava demais
dela. Meus beijos foram migrando para o seu corpo enquanto minhas mãos a
tocavam intimamente excitando e preparando seu corpo para se unir ao meu. E
quando os beijos e toques não bastaram, eu me apressei em despi-la.
Primeiro me desfiz das peças que
a cobriam da cintura para cima e apreciei o sabor de sua pele e de seus seios
expostos. Logo mais a despi do restante de suas vestimentas e a beijei em sua
feminilidade para apreciar seu sabor único.
Ouvir os gemidos de Bella era o
frenesi. Sempre me estimulava a prosseguir até nossos corpos alcançarem o êxtase,
o cansaço. E quando ela gozou para mim, eu não pude mais esperar para me unir a
ela.
Retirei meus sapatos,
ajoelhando-me na cama em seguida e puxando Bella para mim. Peguei sua delicada
mão e a coloquei em meu peito, estimulando-a a me tocar. Eu a beijava e
esperava que Bella captasse a mensagem. Ela entendeu. Me despiu lentamente, apesar
da minha evidente pressa, enquanto sua boca movia-se juntamente com a minha num
beijo sôfrego.
Eu não conseguia me conter, diferentes
sensações me tomavam enquanto Bella me tocava. Meus gemidos ficavam mais e mais
ruidosos a medida em que Bella se tornava mais ousada em suas carícias.
Perdendo o controle, eu a joguei na cama e a penetrei. Antes que Bella pudesse
reagir, me afastar, segurei suas mãos acima de sua cabeça.
Procurei beijá-la com calma
enquanto a mantinha minha prisioneira. Mas não demorou para as minhas mãos
acariciarem seu corpo, apreciando a textura de sua pele perfeita. Então fiz o
inverso fazendo-a tocar em mim.
–Toque em mim Bella. – pedi. Para
minha profunda satisfação Bella atendeu ao meu pedido. Sentir suas mãos
passeando pelo meu corpo me fez enlouquecer. Era maravilhoso sentir seu toque
sem que eu a compelisse a tal.
Bella também estava mais afoita e
logo as carícias se transformaram em machucados. Ignorei. Eu estava mergulhado
demais no prazer de sentir seu corpo me envolver, me abrigar, que esqueci o
resto. Aumentei o ritmo de meu corpo contra o dela, feliz por ela estar
entregue ao prazer como eu. E por alguns instantes, enquanto nossos corpos
chegavam ao máximo do prazer, eu me sentir perder dentro dela. Eu não sabia
quem era, o que fazia, nada. Tudo o que eu sabia era que eu pertencia a ela e
queria sempre ser dela.
Cansados, mas contentes, ficamos
abraçados enquanto nossos corpos se recuperavam do prazer. Não permiti Bella se
afastar então me aconcheguei em seu corpo inalando seu delicioso permute ainda
mais intenso com o suor. Senti nos cabelos, enquanto fechava os olhos, o
passeio de seus dedos.
Minha, Bella era minha. Eu já
tinha tudo o que alguém pode desejar, mas por quanto tempo seria assim?
–Estou cansado. Não sei por que.
– murmurei. Era estranho. Geralmente fazíamos amor mais de uma vez.
–Você deve ter tido um dia tão
cheio quanto o meu. Estou exausta também. Amanhã vou acordar moída. – Bella me
olhava e sentiu algo em mim. – O que foi?
–Estou feliz. Feliz por ter você.
Não mereço, mas tenho. – confessei. Claro que ela não entenderia a extensão de
minha felicidade. Ela me beijou na testa.
–Não vamos falar mais sobre isso.
– pediu. Mas eu tinha algo para falar.
–Bella, se você tivesse a
oportunidade de voltar no tempo, o que você mudaria?
–Eu não mudaria nada. – pude
sentir sua sinceridade. Fiquei feliz com sua resposta. Pensei que diria:
gostaria de nunca tê-lo conhecido.
–Sério? – fechei os olhos. – Eu
mudaria tudo. Tudo o que fiz. Seria uma vida nova. Por que o passado não pode
ser mudado? – a tristeza me tomou.
Por quanto tempo a felicidade
duraria? O ditado “mentira tem perna curta” se cumpriria para mim?
–Durma. – sua voz soou longe. O
cansaço estava me tomando. Isso era bom, eu não queria ter de pensar nas
mentiras que eu mantinha ocultas dela.
–Eu amo você. – confessei.
–Eu também amo você Edward.
E eu me perguntei: até quando
você dirá isso pra mim, Bella?
Continua...
É sempre muito bom ver os que o
Edward pensa das situações já contadas pela Bella. E assim que podemos entender
a extensão do seu amor e do medo de perdê-la. Espero que ele não leve essa
mentira muito adiante para não correr o risco de perdê-la mesmo. Volto amanhã.
Beijos.
Ola moms!! Adorei ele ficou tiririca com o papo do Jacob ele vai pirrarcar bastante o Ed. Estou esprerando muitas tempestades nessa relacao. Ate amanha beijusculo
ReplyDeleteOi Nessie, eu também espero muitas tempestades, mas não por causa do Jacob. Algo me diz que alguém mais perigoso pode abalar essas estruturas.
DeleteBeijos.
eu aj estiu esperando muito romance nessa relação, mal posso esperar para ler o resto amanha!!! Bjus xoxo
ReplyDeleteSim, pode esperar muito romance no capítulo de amanhã.
DeleteBeijos.
AMEI,AMEI,AMEI,LOUCA PARA Q CHEGUE LOGO AMANHÃ.BJS.NINHA
ReplyDeleteOi Ninha,
DeleteVocê não se arrepender em esperar por que o capítulo será muito bom.
Beijos.
Como disse ontem amei este capitulo.
ReplyDeleteQuero saber o que acontece agora?? A ansiedade me corrói.
Beijocas! Até amanha!
Olá Amanda,
DeleteAinda vai acontecer muita coisa, mas você vai ter que segurar um pouco sua ansiedade para descobrir tudo.
Beijos.
Cá entre nós! Acho que Bellaanda muito sonolenta! kkkk Ou será que minha mente anda pensando muito em bebês Robsten? kkkk Mas convenhamos se eu fosse a Bella aproveitava melhor o tempo dela com o love. A bichinha sente muito sono! kkk Bem a fic é muito linda. Choro quando ela chora, sofro quando ela sofre e sinto-me lisonjeada por esta partilhando dessa leitura. Amo de paixão drama e essa tem d+++++++++++ Parabénsssssss
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