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Wednesday, March 21, 2012

FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 35


Olá galera! Bela e Edward continuam curtindo a viagem com Alice e Jasper, mas algo misterioso acontece no resort.

Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: 
Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

O Contrato
By Jack Sampaio

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"


CAPÍTULO 35

Bella pov’s

Barulhos na porta. Eu não queria levantar. Com os olhos parcialmente abertos, eu sacudi levemente o corpo postado em cima de mim. Nenhum movimento. Acabei levantando.
Edward dormia tão profundamente que não notou quando sai debaixo dele. Vesti um hobby e segui trôpega até a porta do quarto ruidosamente sendo batida. E quem eu encontrei do outro lado da porta?
–Alice... – murmurei cansada. Ela entrou empurrando-me um pouco para o lado. Em suas mãos estavam as minhas sacolas.
–Bom dia! Trouxe suas sacolas. Escolhi um look para você usar hoje. – deixou boa parte das sacolas no chão. Uma sacola foi passada para mim. – Vista isso.
–Alice, que horas são? – perguntei sabendo, apesar de não estar olhando o horário, o quão cedo deveria estar.
–Seis horas. E acredite, para nós, turistas, é o horário ideal para acordar. Chame Edward. Vejo vocês daqui a pouco no refeitório. – saiu saltitante para porta, fechando-a no processo.
Ótimo! Eu me sentia cansada, o corpo dolorido pela caminhada com Alice para compras no dia anterior. Deixei minhas sacolas no chão da sala, incluindo a sacola que Alice me dera, e voltei ao quarto.
Edward dormia de bruços. Caminhei até ele, sentando na cama, e o sacudi.
–Edward, Alice veio aqui. É melhor acordarmos.
–Eu estou acordado, infelizmente. – respondeu para a minha surpresa.
–Pensei que estivesse dormindo. – disse. Edward sentou-se na cama, os dedos passando pelo cabelo desgrenhado.
–Eu não tive a melhor das minhas noites de sono. Eu estava prestes a dormir. Alice... Será a última vez que viajamos com ela. – sua voz soava furiosa. Ele estava realmente aborrecido com a irmã. Sorri.
–Melhor nós nos levantarmos. – levantei, para dar o exemplo. – Eu vou arrumar minhas compras. Tome banho primeiro.
–Hei. – Edward me chamou. Interrompi minha caminhada até a sala e me virei para olhá-lo. – Vem cá. – chamou com o indicador. Tinha um sorriso travesso nos lábios.
Cautelosamente eu segui até ele tentando reprimir uma risada. Num átimo, Edward puxou-me fazendo com que eu deitasse na cama. Seus braços me mantinham perigosamente perto dele.
–Não recebi meu beijo de bom dia. – murmurou. Pude sentir nos lábios o choque do seu hálito.
–Nunca fomos de trocar beijos de bom dia. – retruquei sem conseguir desviar meus olhos dos dele.
–Então acho melhor modificarmos certas coisas. Eu faço questão desse ritual típico de casais normais. – seus olhos tinham um brilho hipnótico. Não pude resistir. Fiquei parada enquanto Edward me beijava e correspondi ao seu beijo com ternura. Seus lábios tinham um gosto doce, indefinível. Seus lábios migraram para a minha orelha. Pude ouvir sua voz baixa.
–Se formos nos reconciliar como ontem a noite, vou querer brigar sempre com você. – eu sabia que estava brincando.
–Sério? Então logo teremos uma reconciliação parecida. – me encolhi ao sentir seus dentes mordendo o lóbulo da minha orelha.
–É mesmo? Já está prevendo uma nova briga? Você é vidente? – roçou seus lábios em toda a extensão do meu pescoço. Arfei enquanto meus olhos fechavam.
–Não é isso. Não sou vidente ou coisa parecida. É que... – lembrei do pedido de Jacob. – Jacob quer me apresentar a sua família. Prometi que eu os conheceria.
Edward parou no mesmo instante. Fiquei desnorteada sem saber o que vinha. Ele estava simplesmente parado e não podia ver seu rosto por ele tê-lo enterrado no meu pescoço.
–Edward, você está bem? – perguntei temerosa. Para minha surpresa ele se afastou e estava sorrindo.
–Claro que estou bem. E você pode ir. – suas palavras me paralisaram no mesmo instante.
–Como é que é? – voltei a perguntar. Sim, eu estava soando como uma imbecil.
–Você pode ir. Apenas me avise o dia. Adiarei meus compromissos e a acompanharei. – levantou-se, nu, seguindo para o banheiro.
–Edward, você não pode ir comigo! – esbravejei. Tarde demais, ele entrou no banheiro, ignorando-me.
Voltei a deitar na cama e bufei frustrada.

...

–Vou nadar amor. – Jasper disse retirando sua camisa. Alice sorriu para ele.
–Tudo bem. Aproveite por que logo iremos a outro ponto turístico daqui. – pegou a camisa do marido e o beijou nos lábios. Jasper olhou para Edward que estava sentado em uma cadeira de praia ao meu lado.
–Você vem? Depois daqui vamos ao porto para praticar Sky Surf e passear de Jet-Ski.
–Sim. Eu vou. – Edward levantou-se retirando a camisa branca que usava e dando a mim. – Não vou demorar. – inclinou-se para me beijar. Eu olhei para ele e Jasper seguindo para a água, maravilhada pela sua beleza escultural. Não fui a única a olhá-los, todas as mulheres da praia, até as comprometidas, o secavam com os olhos.
Não gostei disso. Eu não gostava que olhassem o que é meu. Fiquei surpresa com o sentimento ultra possessivo.
–Ciúmes? – eu me virei para a dona da voz, Alice. – Eu sei como é isso. O Jasper é o sonho de consumo de muitas mulheres. Está sempre sendo observados por elas e, convenhamos, gosta da atenção.
–O que você faz para conviver melhor com isso? – perguntei querendo ocultar a possessão em mim por Edward. Eu não precisava disso para nos atrapalhar ainda mais.
–Eu faço isso. – sorriu matreira e simplesmente... Retirou a parte de cima do biquíni jogando-a para mim.
–ALICE! – gritei em pânico. Ela me ignorou. Pegou a cadeira em que estava sentada e a levou para longe do guarda-sol que nos protegia.
–Vou pegar um bronze. Vem também. – inclinou a cadeira deitando-se nela.
–Alice! Vista o seu biquíni! – retruquei olhando para todos os lados. Alguns rapazes surfistas nos olhavam.
–Relaxa Bella! Aqui topless é liberado. Veja ao seu redor. Não sou a única. – e eu fiz o que ela sugeriu. De fato outras mulheres faziam topless, mas a maioria era velha sem nenhum atrativo para se olhar.
–Venha pegar sol. – chamou. Não me pareceu uma má idéia. Queria mesmo ficar com uma cor mais bronzeada ocultando a cor marfim de minha pele. Peguei minha cadeira, eu a inclinei e deitei de bruços.
Sentir o sol era bom. Em minha cidade o clima não era tão quente. Deixei o meu corpo relaxar naquela posição, mas me espantei ao sentir uma mão atrás de mim.
–Hei! – tentei me virar, mas Alice havia desamarrado os fios do meu biquíni. Se me virasse, todos veriam meus seios. Voltei a deitar de bruços, mas virei o rosto para olhá-la. – O que você fez!
–Assim não fica marquinha de biquíni nas suas costas. Marca de biquíni em cima não é nada sexy. Relaxe. Ninguém vai ver seus seios enquanto mantiver essa posição. Depois eu amarro para você.
Eu a obedeci voltando a deitar a ignorando tudo ao meu redor. Foi relaxante. Passar alguns minutos concentrada apenas no calor sob minha pele e ignorar qualquer pensamento obscuro...
Não era tão fácil. Minha mente vagou para os acontecimentos da noite anterior. As palavras de Edward, sempre parecendo querer dizer algo mais, sempre me deixavam confusa. Eu sentia algo por detrás da sua tensão e sofrimento, algo indefinível.
O que Edward estaria escondendo de mim?
–Oi amor! – ouvi a sua voz próxima a mim e senti algo ser jogado em cima do meu corpo. Eu abri um olho e o vi pegar uma cadeira e se sentar ao meu lado.
–O que é isso? – perguntei olhando para toalha em cima de mim. Tentei tirá-la, mas Edward me impediu.
–Não quero que vejam você. Já olhou em volta? Um monte de gaviões secando você! Vamos, amarrarei seu biquíni. – levantou e sentou atrás de mim, seu peito praticamente colado em minhas costas. – Continue embrulhada nessa toalha. – pediu. Mantive a toalha em volta de mim deixando apenas as costas à mostra. Senti suas mãos agindo, amarrando novamente a parte de cima do biquíni.
Olhei para Alice, Jasper a olhava com desgosto e ela sorria como uma criança pega em uma traquinagem. Ele olhou ao redor encarando os rapazes que secavam a esposa e, subitamente, tacou-lhe um beijo. Definitivamente estava marcando seu território. Os rapazes desviaram o olhar, sentindo-se intimidados. As mulheres suspiraram tristonhas, o espetáculo de Jasper deixou claro que ele tinha dona.
–Pronto. – Edward anunciou. Retirei a toalha que me cobria e o olhei com azedume.
–Não precisava disso.
–Se você estivesse no meu lugar, você concordaria com minha atitude. Não gosto desses cuecas olhando para você.
–Se quer saber, Edward, eu estou no seu lugar. Você pode não ter notado, mas chama muita atenção usando apenas uma sunga. – passei a toalha para ele. – A propósito, cubra-se.
Ouvi o seu riso e logo ele pegou toalha acatando meu pedido. Beijou-me na bochecha.
–Quer tomar banho de mar comigo? – perguntou no pé do meu ouvido. Me arrepiei.
–Vai se comportar? – minha voz me traia, traia o meu desejo por ele. Seu hálito soprou próximo ao meu pescoço.
–Não vou me comportar. – beijou meu ombro esquerdo. Levantei.
–Vem. – ofereci minha mão. Edward a pegou e seguimos até a beirada da água. Repentinamente Edward me pegou nos braços, ignorando meus protestos, e seguiu para a água.
A água estava fria, mas os braços de Edward, sempre a minha volta, me mantiveram aquecida. Quando a água batia no peito de Edward, ele me soltou por alguns instantes. Após isso seus braços me envolveram mantendo-me colada a ele. E logo seus lábios procuraram os meus. Eu o beijei calmamente. Minhas mãos o envolveram pelo pescoço enquanto meus lábios roçavam nos seus lábios, mordiscando-os levemente. Edward soltou um gemido pelo meu ato.
–Acho que você não vai aceitar a nova etapa da nossa relação, não é? – perguntou com os olhos fechados.
–Que nova etapa seria essa? – com meus braços eu o envolvi pela cintura aninhando-me ainda mais em seus braços. Edward abriu os olhos e sorriu diabolicamente.
–Sexo em local público. – suas palavras não tinham um pingo de pudor. Senti meu rosto esquentar.
–Nem pensar! – eu o afastei dando braçadas para trás, aumentando o espaço entre nós. Edward tinha uma expressão cômica de desagrado no rosto, parecendo uma criança birrenta tentando convencer a mãe a comprar um brinquedo. Eu ri.
–Poxa Bella, assim você me desaponta. Você não quer conhecer os ensinamentos sobre sexo que eu posso fornecer? – Edward fazia um beicinho enquanto falava. Apesar de constrangida, tentei manter um diálogo.  
–Sim, mas não em local público. – dei mais braçadas aumentando mais ainda o espaço entre nós. Isso desagradou Edward. Ele começou a se mover bem vagarosamente para frente, até mim, estreitando continuadamente o espaço entre nós.
–Você não sabe o que está perdendo! – sua voz era sedutora e perigosamente persuasiva. Prendi a respiração.
–Fala como se fosse experiente no assunto. Por um acaso já fez ISSO em local público? – o modo enfático com que disse a palavra isso fez Edward alargar o sorriso.
–Sim e é muito bom. O proibido mesclado ao prazer é ótimo! – só percebi o quanto Edward estava perto quando senti seu hálito em meus lábios. Os olhos cor de ocre ardiam. Então algo me ocorreu e, sem pensar, eu soltei.
–Foi antes de nós nos conhecermos, certo? – e pela expressão de Edward, ficou claro que aquele era um assunto com o qual ele não saberia lidar, e nem queria.
–Bom, eu... Bem... – murmurou tentando encontrar uma saída. – Olha, não vamos falar sobre o passado, ok?
–Por que não? Eu não sei muito sobre você, a não ser o que eu descobri com o convívio e o que me falaram. Ainda assim não é muita informação. Eu gostaria de saber mais coisas sobre você, coisas relacionadas ao seu passado. Sou sua esposa, tenho o direito de saber! – ao terminar o meu discurso emocionado, eu estaquei.
Pensei que havia passado dos limites, exigindo tanto assim de Edward. No passado, durante os dois primeiros meses de casamento, Edward se irritava quando eu fazia alguma cobrança. Mas agora... Ele sorria, maravilhado com minhas palavras. Como se eu estivesse fazendo algo maravilhoso para ele. Esse era o novo Edward, aquele que ficava feliz com qualquer coisa feita por mim.
–Vamos fazer o seguinte Bella. Eu prometo contar boa parte da minha vida, mas não por enquanto. Quando estivermos no hotel em Vancouver, aí sim. – Edward se aproximou e, na água, conseguiu segurar a minha mão. – Vamos, Alice está esperando.
Caminhamos até a margem onde Alice, vestida, sacudia os braços tentando chamar a minha atenção. O dia seria cansativo, deduzi pela empolgação da minha pequena cunhada.

...

A primeira atividade foi à pesca. Edward ensinou-me pacientemente como pescar e, na primeira tentativa, fisguei um peixe de mais de dois quilos. Eu teria continuado aquela atividade, só para ficar ao lado de Edward, mas Alice me arrastou para o Jet-Ski.
Graças às aulas que tive na fazenda dos Cullen, eu sabia exatamente como proceder. Edward continuou sua pesca com Jasper a vários metros enquanto eu brincava no Jet-Ski, ladeada por Alice. Realmente me diverti.
Seguimos meticulosamente a lista de Alice. Jet-Ski, passeio de lancha, pesca (atividade escolhida por Jasper, não por Alice), Sky Surf (eu queria praticar, mas Edward achou perigoso demais para mim e somente ele, Jasper e Alice se aventuraram), nadar, etc. Muitas atividades, além de almoço em um belo restaurante, nos ocuparam. Eu já sentia meu corpo parcialmente dolorido pelo dia anterior. Tinha certeza de que amanhã eu me sentiria pior.
Todos estavam felizes. Eu também estava feliz. Todos aqueles acontecimentos divertidos em um lugar belo pareciam meio irreais. Sei lá. Parece que foi ontem que eu era uma jovem deprimida, cheia de raiva e mágoa. Agora eu tinha uma família feliz. Eu tinha um marido amoroso que sempre desejei. E mesmo com os fatos acontecendo, reais, eu ainda não me sentia parte daquilo. Tudo parecia um sonho. Eu parecia...
–Está cansada? – Edward perguntou. Estávamos os dois vislumbrando a deslumbrante arquitetura de um cais. O pôr do sol a nossa frente, magnífico.
–Estou. Acho que conhecemos todos os lugares considerados pontos turísticos aqui. – suspirei. O cansaço querendo obrigar meu corpo a ceder. Encostei-me na mureta do cais, minhas costas no cimento enquanto meu corpo ficava de frente para Edward. Ele se aproximou, colocando seus braços ao meu redor, suas mãos descansando na mureta.
–Já acabou pelo menos. A programação de Alice se encerra aqui. Vamos voltar ao resort. – dizia enquanto sua mão ergueu-se, tocando minha fronte em uma suave carícia. –E  então, ao invés de jantarmos com Jasper e Alice, jantaremos em nosso quarto. – um sorriso brotou de seus lábios.
–Acho que só terei forças para um bom banho e nada mais. Eu preciso dormir. – resmunguei encostando-me nele, minha cabeça repousou em seu ombro esquerdo enquanto minhas mãos o seguraram pela barra da jaqueta, puxando-o para mim.
–Eu também estou precisando de um descanso. Toda esta agitação está me esgotando. – abraçou-me aspirando o perfume de meus cabelos. – Se estivermos cansados e Alice vier nos encher pela manhã, eu a expulsarei. Nós descansaremos custe o que custar.
–Hei! Vocês ficarão parados aí? Vamos logo para o resort! – gritou Alice sacudindo os braços. O nosso carro com motorista havia chegado afinal. Edward afastou-se pegando minha mão e guiando-me até a rua.

...

–Finalmente! Estou cansado. Irei para o quarto. – Jasper anunciou.
–Pode ir, mas eu irei a uma sessão de massagem aqui no resort. E Bella irá comigo. – virou-se e me olhou sorridente. Fechei minha cara.
–O que? – minha voz subiu alguma oitavas. – Alice, eu não vou ficar zanzando pelo resort! Eu estou cansada! – minha fúria repentina parecia divertir Edward. Ele ria, ainda segurando minha mão.
–Ah Bella! Eu não quero ir sozinha! – sua voz lamuriosa não me comoveu. Percebendo isso, Alice continuou. – E acredite, será melhor vir comigo. Com essa massagem você não acordará dolorida. E vai ajudá-la a dormir.
–Eu não... – murmurei sem saber como dispensá-la. Edward decidiu por mim.
–É melhor ir. Uma massagem vai ser algo bom para você. – aconselhou-me.
Com um suspiro resignado eu assenti. Alice tomou meu braço e saiu me puxando com brusquidão. Meus protestos não a impediram de seguir apressadamente resort adentro.
–Espera Alice! Não precisa ser tão apressada! Hei!

...

Era inacreditável. Havia uma fila de mulheres esperando pela chance de receberem a tal massagem de um profissional. Alice não esmaeceu ante aquela fila, continuava sorridente e saltitante.
–Alice, tem muita gente na fila. Eu não vou esperar.
–Bella, fique quietinha. São só alguns minutos de espera! – Alice sequer me olhava, seus olhos fixos na porta da tal massagista.
–Você disse isso meia hora atrás. Já estamos na fila a quarenta e cinco minutos. Eu mal consigo ficar de pé. Eu vou voltar para o quarto. – saí da fila. Alice protestou, mas eu a ignorei. Eu precisava de um bom banho e uma boa noite de sono. Nada mais.
Segui para o elevador, olhando ao redor na tentativa de localizar Edward, mas não o encontrei. Deve estar no quarto, pensei. Ele conseguiu escapar de Alice afinal. Não demorei a chegar ao corredor onde ficava nosso quarto. Entrei, estranhando a porta entreaberta. Teria Edward esquecido de fechar?
–Edward? – eu o chamei. Todas as luzes estavam apagadas, com exceção da luz de nosso quarto. Caminhei cautelosa até lá e suspirei aliviada ao vê-lo lá. Isso até estudá-lo melhor.
–O que está fazendo? – perguntei. Edward assustou-se, não deve ter notado minha presença até então. Endireitou o corpo olhando para mim. Na cama, nossas malas. A dele feita, a minha estava sendo arrumada por ele.
–Não vi você entrar. Você não tinha ido com Alice a sessão de massagem? – sua voz estava estranha.
–Havia muita gente. Desisti. Então... O que você está fazendo? Por que estava arrumando as malas?
–Por que nós vamos embora. Vamos embora do resort e iremos para Vancouver. Hoje. Agora.
Estaquei.
–O que? Ir embora? Agora? Nós não íamos ficar mais um dia? – enquanto eu falava, Edward fechava o zíper da minha mala, acabando sua tarefa. Não me olhou.
–Eu estou cansado de seguir fielmente a programação de Alice. Se continuar aqui, eu serei culpado por um assassinato. – virou-se e sorriu. Um sorriso falso a meu ver. – Vamos agora sem que ela saiba. Vamos para a melhor parte da nossa viagem, aquela em que teremos apenas a companhia um do outro.
–Eu... – eu não sabia o que dizer. Seria algo extremamente romântico se não fosse uma desconfiança crescente em mim. Algo estava errado com Edward. Ele pegou as malas posicionando-as lado a lado.
–Eu vou fechar a conta no resort. Saímos de fininho. Não quero Alice enchendo. Depois falo com ela por celular.
–Olha, eu sei que você está um pouco aborrecido com a sua irmã, mas ir embora é algo meio estremado. Vamos ficar mais um dia. Um dia não nos custará nada. Ela ficará aborrecida se sairmos assim. – tentei argumentar, mas algo na postura rígida de Edward me fez perceber que era inútil.
–Bella, por favor, coopere comigo. Garanto que não se arrependerá. E Alice não ficará brava conosco. – embora sua atitude fosse despreocupada e até divertida, havia algo, um brilho, desesperado em seus olhos.
–Tudo bem. Eu vou apenas trocar de roupa. – fui até uma de minhas malas pegando as roupas que usaria. Troquei rapidamente, lavando meu rosto escovando meus dentes no processo. Quando saí do quarto, Edward estava usando o telefone do quarto, falando com a recepção. Guardei minha roupa e minha nécessaire em uma mala.
–Eu já avisei a recepção que sairemos mais cedo. Todos os procedimentos serão tomados por eles agora. Também liguei para um carro nos levar ao aeroporto.
–Edward, mas não tem problema embarcarmos um dia mais cedo? Acho que pode não haver vaga no próximo avião para Vancouver.
–Não se preocupe. Eu liguei para o aeroporto. Consegui duas vagas, mas teremos de ir na classe econômica. Você se importa? – encarou-me. 
–Não. – disse e logo dois funcionários do resort vieram para levar nossas bagagens. Segui com Edward estranhando seu silêncio e a rigidez de sua postura. Quando chegamos ao saguão, Edward olhava para todos os lados, como se procurando alguém. Talvez verificando se Alice estaria em algum lugar, pensei.
Durante vários minutos ficamos calados. Edward atento demais ao que nos rodeava, e eu olhando para ele, tentando entender seu comportamento estranho. Quando chegamos ao aeroporto após uma rápida viagem de carro, ele resolveu se manifestar.
–Vamos chegar lá ao entardecer. Acho que o nosso primeiro dia lá será dormindo. – sorria, despreocupado. Agora sim ele parecia mais relaxado.
–Não me importo, mas você falará com Alice quando ela descobrir que escapamos. – impus. Edward fez uma mesura, beijando minha mão em seguida.
–Como quiser. – segurou minha mão enquanto seguíamos para o portão de embarque. Realmente ele havia conseguido vagas na classe econômica. Para mim a classe econômica ainda era algo luxuoso, mas não para Edward. 
Eu pude ver o quanto às cadeiras mais próximas uma das outras e a quantidade maior de pessoas o incomodava, mas ele procurou não demonstrar. Infelizmente sentamo-nos afastados do outro. Edward sentou ao lado de uma mulher gorda que praticamente ocupava o seu acento também. Eu me sentei ao lado de um velho com uma cara de tarado. O senhor não tirou os olhos do meu decote, pouco exposto devido à jaqueta que usava.
Então o que se pode concluir dessa viagem de avião a Vancouver é que... Bem... Foi um desastre! Eu não dormi, temendo o tarado sentado ao meu lado e Edward, que estava sentado na outra coluna de poltronas na minha direção, não deve ter dormido com aquela senhora de ossos grandes pressionando-o contra a estrutura do avião.

...

Vancouver era como sempre imaginei que fosse: linda e fria. Porém não pude apreciar a visão, eu estava à beira de um colapso de cansaço. Não havia dormido nada e Edward, pelo que eu soube, também não. Seguimos sonolentos até o hall do aeroporto. Edward logo conseguiu um táxi para nós e, graças à ajuda de alguns funcionários do aeroporto, conseguimos colocar toda a nossa bagagem no porta-malas.
Quando estávamos dentro do táxi, seguindo para a pousada escolhida por Edward, no cume de uma das montanhas, seu celular tocou. Cansada como eu estava, recostei-me no acento do táxi, fechando os olhos. Não ouvi a voz do Edward, provavelmente ele não atendeu.
–É a Alice? – perguntei ainda com os olhos fechados.
–Não. Acho que era da empresa. A ligação caiu. – a voz de Edward parecia tensa. Mas estava cansada demais para perguntar.
Devo ter cochilado dentro do táxi, logo estávamos na pousada. Ela era grande, linda, e oferecia o calor que eu procurava. Só agora, meio desperta do sono, eu sentia o frio cortante.
Não olhei em volta, apenas caminhei bocejando o tempo todo. Edward me firmou temendo que eu caísse de tão cansada que estava, mas ele não estava melhor do que eu. Fomos recepcionados por vários funcionários. Edward foi conduzido à recepção explicando sobre o que nos levou a pousada mais cedo e logo fomos liberados para o chalé em que ficaríamos.  Assim que nossas malas foram deixadas na pequena sala do chalé, e os funcionários nos deixaram sozinhos, eu desabei em um sofá.
–Eu acho que não vou conseguir mais me mexer. – murmurei. Edward sentou-se em uma poltrona de frente para mim.
–Também estou esgotado. Acho que passaremos o restante da tarde debaixo de uma coberta. – e eu vi o seu sorriso malicioso, pensando em coisas obscenas.
–Eu não sei o que você está pensando, mas seja lá o que for saiba que eu só tenho energia para me deitar e nada mais. – e sorri ao ver sua expressão facial despencar. – Vou tomar um banho. – anunciei pegando apenas os pertences que usaria.
Pensei que Edward me seguiria. E eu vi a intenção nos seus olhos. Então seu celular tocou e, seja lá quem ligava para ele, fez com que Edward desistisse.
–Alice, eu suponho. – disse. Ele assentiu.
–Fomos descobertos. Pode deixar, eu converso com ela.
–Boa sorte. – falei com diversão seguindo para o banheiro, que só poderia ficar no segundo andar, no quarto.
O banho foi mais demorado do que eu previa e propositalmente deixei a porta aberta esperando que Edward entrasse, mas ele não entrou. Estranhei. Prossegui com o banho dando atenção ao banheiro em todos os seus detalhes. Tinha uma decoração rústica como o restante da pousada, requintada. O ambiente estava aquecido graças à água quente do chuveiro, mas eu sabia que estaria muito frio quando saísse. Após o banho, saí do quarto vestindo as roupas que eu já havia separado, um moletom azul bebê composto por calça e camisa. Penteei meus cabelos e fiz uma trança. Quando estava escovando meus dentes, Edward entrou no banheiro.
–Eu pedi um jantar para nós dois. – disse enquanto retirava suas roupas jogando-as despreocupadamente em cima de uma poltrona.
–Eu estou tão cansada. Não sei se terei energia para comer. – falei enquanto enxaguava a boca.
–Você precisa comer Bella. Não chamo de comida as bobagens que comemos no avião. – sua voz soava como o pai preocupado com a filha. Suspirei.
–Tudo bem. Eu vou esperar você sair do banho. – disse seguindo para o quarto, fechando a porta atrás de mim.
Pensei em arrumar meus pertences no closet que lá havia, os meus e os de Edward. Desci, peguei as malas, levando uma por uma, e as deixei próxima a cama. Sentei na cama e coloquei em cima da mesma uma mala minha. Eu iria retirar minhas roupas e colocá-las em qualquer lugar.  
Não sei exatamente se cheguei a abrir a mala e retirar uma muda de roupa. Eu apaguei no instante que deitei na cama.

...

Senti frio. Encolhi-me nas cobertas que me cobriam. Minha mão tateou a cama, a procura de um corpo quentinho que pudesse me esquentar, o corpo do meu marido. Fiquei surpresa ao constatar que estava sozinha na cama. Procurei o botão do abajur acendendo-o. Pra falar a verdade não precisava fazer isso, pois o nosso chalé era ao estilo duplex sem paredes que separassem o quarto do restante dos cômodos (o único cômodo separado era o banheiro) sendo assim como as luzes da sala estavam acessas, o chalé inteiro ficava iluminado.
Eu queria levantar e procurar Edward. Ele certamente estava na sala, mas fazendo o que? Talvez estivesse jantando. Olhei ao redor encontrando um grande relógio de parede, era madrugada. Ele estaria comendo a essa hora? Muitos questionamentos que eu queria resolver, mas estava cansada demais para fazê-lo. Desliguei o abajur. Fechei os olhos, virando-me de lado. Esperaria o sono vir novamente, algo que não demoraria.
Ouvi passos na escada em formato de caracol, a alguns metros de onde eu estava deitada. Senti o peso adicional na cama. Um suspiro cansado soou próximo a mim. Bem, era Edward. Finalmente se recolheu para dormir, pensei. Esperei pelos seus braços quentes que certamente me envolveriam, mas isso não aconteceu. Eu me virei lentamente e o vi. Sentado na cama, um braço apoiado no joelho sendo que este estava pousado em sua testa, sustentando a cabeça. Seus olhos estavam fechados, uma expressão cansada e preocupada na face bonita.  
Ele não percebeu que eu o observava. Edward definitivamente estava estranho. Algo havia acontecido no resort, algo que não presenciei. O que poderia ter sido? Seja lá o que estivesse passando na cabeça de Edward, eu queria ajudá-lo.
–Sem sono? – quando minha voz chegou aos seus ouvidos, Edward virou-se abruptamente. Enquanto me encarava, eu comecei a sentar na cama, ao seu lado.
–Desculpe-me, acordei você? – perguntou com brandura.
–Não exatamente. E então? Está com problemas para dormir? – voltei a perguntar, olhando-o, sondando-o.
–Sim. Não sei bem por que eu estou assim. Pensei que adormeceria assim que deitasse. Mas não importa. Eu ficarei quietinho agora. Vá dormir. – acariciou minha bochecha com uma mão.
–Vou dormir depois que ajudá-lo a relaxar. – falei com seriedade, mas minhas palavras, a julgar o sorriso malicioso de Edward, foram interpretadas erroneamente.
–Ah, é ótimo saber que você quer que eu relaxe. Conheço um método infalível. – Edward inclinou-se, fazendo nossos rostos ficarem a centímetros de distância, enquanto seu corpo paulatinamente ficava acima o meu corpo. Antes que me beijasse, eu me manifestei.
–Não estava falando de sexo, estava falando de conversarmos. – minhas palavras o detiveram. Afastou um pouco o seu rosto e me fitou interrogativo.
–Conversar? Sobre o que?
–Sobre o que aconteceu no resort. – e quando terminei de falar, Edward ficou instantaneamente pálido.
–O que aconteceu no resort? Do que você está falando? – balbuciou.
–Alguma coisa aconteceu lá, eu sei. Você estava bem e, de repente, decidiu que queria sair de lá sem comunicar a sua irmã e ao seu cunhado e vir para cá. Algo deve ter acontecido, não é? Seja o que for eu quero que me conte. Quero poder ajudar.
Edward ficou calado, afastou-se de mim voltando a sua posição anterior. Não me olhava.
–Não aconteceu nada no resort. Eu só estava de saco cheio da programação da Alice. – e eu sabia, pelo tom hesitante da sua voz, que Edward escondia algo. Voltei a me sentar ao seu lado, colocando minha mão no seu joelho esquerdo.
–O que está incomodando você? Pode falar. – falei com brandura. Eu queria estreitar os laços com Edward, queria que ele confiasse em mim. Ele me olhou, algo em seu olhar mostrava medo, virou-se novamente deixando de me olhar.
–Só estou preocupado com o que acontecerá quando voltarmos para casa.
–Preocupado com o que exatamente? – insisti feliz por ele estar colaborando.
–Com a... – parou. Recomeçou. – Com a empresa. Eu terei que assumir a presidência e não sei se estou preparado. Não sei se conseguirei ser um bom presidente como meu pai foi. Tenho medo de falhar.
O silêncio se apoderou do nosso quarto por alguns instantes. Então era por isso que ele parecia temeroso, preocupado? Sorri.
–Não confia no seu talento como administrador? Se não confia, eu confio. Não só eu como todos os demais funcionários da empresa. Você foi um diretor executivo excepcional, será um presidente melhor do que o seu pai foi.
Edward virou-se para mim.
–Acredita mesmo nisso? – perguntou.
–Eu acredito. E você deveria acreditar também. Além disso, você não administrará a empresa sozinho, muitas pessoas o ajudarão. Eu o ajudarei dentro de minhas possibilidades. – minha mão foi capturada pela sua mão.
–É muito bom ouvir isso de você. – murmurou.
–Pode contar comigo. Para o que der e vier. – eu me aproximei e o beijei nos lábios. – Agora vamos dormir. Você está precisando disso. – deitei e Edward me acompanhou deitando ao meu lado. Nós dois encarávamos o teto, e então meus olhos fecharam.
–Não vou conseguir dormir assim. – Edward resmungou.
–Assim como? – perguntei numa voz fraca, meus olhos fechados.
Senti os seus braços envoltos em meu corpo, puxando-me para ele. Edward me ajeitou de modo que minha cabeça ficou deitada em seu peito e meu corpo estava quase que deitado sobre o dele.
–Bem melhor. – suspirou fechando finalmente seus olhos. Não demorou a dormir. Eu ainda permaneci acordada por alguns minutos, olhando-o. Tentando entender o que estava errado. Por que eu sentia, em meu âmago, que havia alguma coisa errada.
Bobeira, eu pensei. Num ato corriqueiro, acariciei as madeixas acobreadas de Edward até que, exausta, dormi.

Continua...

O que será que aconteceu com o Edward no resort? Por que alguma coisa muito séria aconteceu para agir dessa forma. Será que tem algo a ver com a presença do Jacob na cidade ou será que outra pessoa apareceu por lá? Só vamos saber no capítulo de amanhã. Beijos, vejo vocês na próxima fic.


+ FANFICS ROBSTEN E BELLARD

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4 comments:

  1. Ola moms!! So tem um palavra para essa pergunta: T A N I A!!!!! A mala sem alca, sem rodinha e sem ziper!! bom espero q meu poder de previsao esteja errado mas como ele esta gritando!! Tenho quase certesa. Ate amanha onde vamos descobrir! Beijusculo

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    1. Então Nessie, eu também acho que é a vadia. Ela não vai deixar barato toda essa história. Mas espero que demore um pouco para ela aprontar, pelo menos para dar tempo dele fortalecer o relacionamento com a Bella.
      Beijos.

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  2. Com certeza Nessie, só pode ser a Vadia da Tânia. Para ele estar arrumando as malas do nada e sair do resort praticamente fugido, só pode ser ela.... Acho que Jacob nao teria este poder todo, sobre o Edward.
    Até amanha !!

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    1. Como eu respondi ali pra Nessie, Amanda, concordo com vocês. Só espero que o Edward consiga provar seu amor pra Bella antes da vadia fazer alguma coisa.
      Beijos.

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Forever

É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

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