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Sunday, March 25, 2012

FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 39


Oi gente! Hoje o capítulo é contado somente pela Bella e as coisas começam a ficar estranhas após um encontro muito desagradável.

Título: O Contrato 
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio; 
http://www.facebook.com/jacqueline.sampaio; 
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

O Contrato
By Jack Sampaio

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"

CAPÍTULO 39

Bella pov’s

Logo o avião iria aterrissar e durante toda a viagem, desde nossa saída do hotel até o embarque, Edward esteve calado. A princípio eu acreditei que era o cansaço, mas como o seu silêncio perdurou mesmo ele estando acordado e mesmo eu puxando assunto, sabia que algo o incomodava.
–Edward? – eu o chamei. Estávamos na primeira classe, seguindo de avião para nossa casa. Edward olhou para mim com um sorriso que não alcançava seus olhos.
–Oi amor. – apertou minha mão que segurava a dele.
–O que está acontecendo? Você está tão calado. Tem algo incomodando você, não têm? – eu queria ajudá-lo. Eu faria o possível para ajudá-lo.
Edward fez o que tem feito desde que começou a agir estranhamente: parou de olhar para mim.
–Não tenho nada amor. Estou apenas cansado. Não dormimos muito bem durante esses dias em que estivemos em Vancouver... Não que eu tenha alguma reclamação. – um meio sorriso sacana no rosto. E eu me lembrei...
Sete dias em que estivemos em Vancouver. Além de conhecê-lo melhor, fizemos tantas loucuras que qualquer um que me conhecesse não acreditaria. Edward me encheu de presentes, roupas em sua maioria, e nada pude fazer para impedi-lo. Também comprei algumas coisas para Edward, coisas simples como uma camisa pólo, um cordão de aço e um bichinho de pelúcia. Apesar da simplicidade, Edward pareceu adorar. Usava a camisa pólo agora juntamente com o cordão e o bichinho de pelúcia estava guardado em sua mala. Mas o fato de eu ter aceitado seus presentes não foi minha maior mudança. O que realmente fizemos que eu jamais pensasse fazer foi durante o sexo. Eu não só aceitei tudo o que Edward propunha, novas posições, como quase fiz sexo oral nele. Mas ficou no campo do quase, por que ao ver o quanto eu estava acanhada, Edward disse que estava tudo bem e não me deixou fazer.
Voltando ao presente, olhei Edward com ceticismo. Eu não iria cair nesse papo de que ele estava apenas cansado. Ele percebeu isso e suspirou olhando a paisagem da pequena janela ao seu lado.
–Eu queria ficar com você um pouco mais em Vancouver ou em qualquer outro lugar. Aproveitar um pouco mais. – sua voz era tristonha causando uma forte comoção em mim. Após saber da triste história de Edward, eu entendia o porquê de tanta carência.
–Você fala como se nós não fossemos nos ver mais. – sorri na tentativa de deixar o clima mais leve, isso não pareceu convencê-lo. Edward olhou para mim.
–Bella, eu disse a você o que acontecerá quando retornarmos. Eu assumirei a presidência e estarei sempre ocupado. Se ao menos você reconsiderasse meu pedido e assumisse o secretariado então você poderia...
–Eu vou pensar Edward. – falei rapidamente, interrompendo-o. – Eu gosto do que eu faço, você sabe. Eu não gostaria de mudar completamente de função desse jeito.
–Pelo menos você se compromete a pensar, isso não é uma negativa absoluta. – ele falou num tom divertido. Sorri. – Então se você diz isso, diante de uma proposta tão simples como ser minha secretária para ficarmos juntos, o que você diria de mandarmos tudo para o inferno e passássemos o resto de nossas vidas viajando pelo mundo?
Olhei com deboche para ele. Só o Edward para ter idéias tão absurdas e impulsivas. Sair e largar tudo?
–Você está brincando, não é? – perguntei e Edward riu, mas eu sabia que, no fundo, ele não estava brincando.
–Pense bem em como seria ótimo. Nós dois em um iate, seguindo por várias localidades do mundo, conhecendo lugares, pessoas, culturas... Uma eterna lua de mel! – Edward me puxou para mais perto, abraçando-me.
–E nós nos enjoaríamos de tudo e imploraríamos para voltar a nossa rotina de antes. A vida não pode ser só divertimento. Além disso, se você pensa em ter um filho, acostume-se a assumir suas responsabilidades desde já. Não podemos ter uma vida aventureira assim se você quer ter um filho.
Minhas palavras o calaram. Só depois me toquei que, após a noite em que Edward me pediu para ter um filho meu, nenhum de nós tocou novamente no assunto. Eu não sei por que Edward não voltou a falar, mas eu não falei nada por que sinceramente eu não me sentia preparada para ser mãe.
–Então é por isso que você descarta tão veementemente minha proposta de sumirmos? Está realmente pensando no que pedi? – seus olhos cor de ocre brilhavam. Ele parecia tão feliz ante a possibilidade de eu aceitar!
–Eu estou pensando ainda. Não posso dar uma resposta, eu... Eu não... – murmurei atordoada. Edward segurou minha mão em sinal de conforto.
–Tudo bem. Não precisamos falar nisso se o assunto a deixa desconfortável. Tudo ao seu tempo e, no nosso caso, o tempo levado em consideração é o seu.
Suas palavras me acalmaram e, a fim de me deixar mais confortável, falamos sobre banalidades durante toda a viagem.

...

Havíamos chegado ao anoitecer em casa. O apartamento estava limpo e arrumado, Magdalena e Eli ficaram durante esse tempo na casa. Fomos direto para nossos quartos. Edward franziu os lábios quando eu entrei em meu quarto.
–Você vai dormir no seu quarto?
–Não sei. Pra mim tanto faz onde vou dormir. – dei de ombros.
–Eu estava pensando... Poderíamos dividir o meu quarto. Você manteria seus pertences no seu quarto se quiser, mas dormiria comigo todas as noites. Depois de tudo o que nós passamos em Vancouver eu acho que deveríamos de fato agir como um casal e... – eu o puxei e o calei com um beijo.
O que era para ser um beijo simples acabou empolgando-o ao ponto de eu sentir sua excitação latente. Edward envolveu minha cintura com os seus braços e encostou-se à parede comigo entre a parede e ele.
Minhas mãos foram para o seu cabelo, puxando-o para mim. Acabamos nos afastando quando nossos pulmões reclamaram por ar.
–Vamos tomar banho juntos. – Edward sugeriu ofegante.
–Preciso verificar meu e-mail. Eu pedi para o chefe do departamento da contabilidade para me enviar os meus trabalhos por e-mail. Vou depois. Vá à frente. – sugeri. Edward mostrou-se aborrecido por eu não ter ido de imediato, mas não falou nada enquanto se afastava. Deixei minhas bagagens no meu quarto, eu iria arrumá-las quando desse.
Liguei meu notebook conectando-o a internet e entrando em minha conta. Fiquei surpresa com a quantidade de e-mails na minha caixa de entrada. Quase todos eram da empresa. E eu sabia que, na manhã seguinte, em que eu retornaria a empresa, eu teria muito trabalho pela frente e pouco tempo para Edward. Então eu desliguei o notebook, retirei minhas roupas deixando-as na área de serviço. Vesti um roupão e fui até Edward que tomava banho no seu banheiro.
Ele ainda estava no chuveiro quando eu entrei. Retirei o roupão e o pendurei juntamente com o roupão de Edward. Ele estava de costas enquanto a água do chuveiro caia em seu corpo limpando os vestígios do sabonete em seu corpo. A imagem do meu marido tomando banho era erótica, eu poderia ficar ali em pé, nua, olhando-o fazer algo tão simples.
–Não vai entrar? – ele falou de costas. É claro que havia percebido minha presença.
–Parece que você está quase acabando. Fico aqui e espero. – eu sabia que ele iria protestar. Virou-se para mim, abriu o Box de vidro e me puxou.
–Eu tomaria quantos banhos fossem necessários apenas para dividir o Box com você. – ele me enlaçou pela cintura puxando-me para mais perto do seu corpo. Fomos cambaleantes para baixo do chuveiro. A água estava morna, mas mesmo assim eu o abracei mais apertado. Encostei minha cabeça em seu peito, ouvindo os batimentos furiosos de seu coração. Edward mantinha um braço em minha cintura e com o outro acariciava meus cabelos; beijou minha testa.
–Eu verifiquei o meu e-mail. Tenho muito trabalho acumulado. Acho que a partir de amanhã não farei nada além de trabalhar. – eu disse de olhos fechados, respirando o cheiro doce de Edward.
–Quer que eu contrate alguém para fazer o serviço para você? – Edward perguntou e eu sabia que brincava.
–Se o trabalho ficar muito pesado, eu sou capaz de aceitar. – falei num tom divertido. Sentia as mãos de Edward em minhas costas, acariciando-as.
–Você deve estar cansada, não é? Eu também estou, mas... Eu quero aproveitar enquanto não temos nenhuma incumbência. – sua voz era rouca, profunda.
Eu não me aguentei mais e o beijei. Edward me prensou na parede e com os braços me encaixou no seu quadril. Nossos corpos buscavam o melhor encaixe enquanto nos beijávamos furiosamente. E quando, por fim, nós nos unimos, eu me senti plena. Mais do que o prazer do sexo, era bom estar assim com Edward. Como se fôssemos um e nada, absolutamente nada, pudesse nos separar.
Eu esperava que as coisas continuassem assim.

...

Sem sono. O fato de ter dormido algumas vezes durante o voo dificultou minha noite. Edward dormia tranquilo ao meu lado. Eu peguei uma camisa qualquer dele, vestindo-a e assim cobrindo minha nudez. Decidi, para passar o tempo, adiantar alguma coisa da empresa.
Entrei em meu quarto e fui logo ligando o meu notebook. Afastei a cadeira da escrivaninha de sentei. Como a noite estava muito fria, levantei e peguei um moletom, vestindo-o por cima da camisa de Edward.

Antes que eu tivesse a chance de ir até o computador, meu celular tocou. Estranhei o horário da ligação, mas resolvi atender mesmo assim. E então me frustrei ao ver que a ligação não estava identificada.
–Alô? – nada. Ninguém respondeu do outro lado, mas pude ouvir a respiração. – Vá para o inferno! – esbravejei desligando o celular.
Eu estava exausta disso. Durante boa parte do tempo em que estive com Edward em Vancouver ligações não identificadas me atormentaram. Edward não percebeu nada e achei que deveria contar, mas acabei não dizendo. Era bobagem incomodá-lo com os trotes que estava recebendo.
O estresse que senti pela ligação desconhecida foi demais. Desliguei meu computador, ignorando os afazeres que havia dito a mim mesma que adiantaria, fechei a porta do meu quarto e segui para o quarto de Edward. Ele não estava dormindo como imaginei, os olhos estavam entreabertos.
–Onde foi? – murmurou em uma voz que mostrava o quanto estava cansado. Ele poderia estar tendo uma crise de sonambulismo agora.
–Estava sem sono e fui adiantar alguma coisa do meu trabalho, mas desisti. – caminhei até a cama, após fechar a porta, e Edward afastou-se para que eu pudesse deitar ao seu lado. Assim que eu deitei, meu marido nos cobriu parcialmente com o edredom, deitando-se bem próximo a mim.
Acreditei que dormiria assim que tivesse o conforto do meu corpo, mas logo suas mãos passeavam pelo meu seio, por cima da camisa de botões que eu havia vestido.
–Por que ainda está com essa camisa? Dispa-se para mim. Prefiro sentir a sua pele ao tecido. – murmurou debilmente, os olhos fechados.
–Tudo bem, eu vou tirar. – eu disse, mas não era necessário, pois Edward, ansioso para me ter nua ao seu lado, já desabotoava os botões da camisa que me cobria. Logo eu estava parcialmente despida, a camisa aberta expondo meu corpo.
Cansado como estava eu duvidava que Edward fosse me possuir novamente. De fato ele não fez nada além de roçar seus lábios nos meus enquanto uma de suas mãos acariciava meu abdômen. Seu rosto deslizou pelo meu colo até que seu nariz roçou um de meus seios em uma carícia deliciosa.
Senti a costumeira excitação me tomar sempre quando Edward me acariciava desse jeito, mas quando eu pensei em estimulá-lo a fazer amor comigo, Edward já estava dormindo.
E a manhã seguinte chegou e eu soube no momento em que eu acordei que nossos dias seriam sobrecarregados, como Edward previra. Edward não estava ao meu lado pela manhã, mas na cama havia um bilhete, pedindo desculpas por ter que sair tão cedo e encerrando-o com um “eu te amo”.
Tomei um demorado banho, me vesti com esmero e tomei um reforçado café da manhã, tendo como companhia Magdalena e Eli. Fui para a empresa de moto e me senti estranha quando eu a estacionei na vaga de sempre. Passei pouco mais de sete dias fora, mas pareciam ter passado anos.
Havia muito trabalho acumulado e tratei de fazer tudo o que tinha para fazer. O problema foi que do momento em que pisei no meu espaço até duas horas após o expediente, eu me vi enfiada em trabalho. Não almocei com Ângela, apenas troquei algumas palavras com ela quando Ângela veio me trazer uma marmita.
Cansada como eu estava eu sabia que dormiria rapidamente, mas levei trabalho comigo mesmo assim. Passei na sala de Edward só para descobrir que ele estava em reunião e não tinha previsão da tal reunião acabar. Fui de moto para casa.
Era estranho, após passar dias com Edward como uma sombra, entrar no apartamento e não encontrar ninguém. Magdalena e Eli ficavam até uma determinada hora, como havíamos combinado há algum tempo. Mas eu tinha que aceitar aquela situação desconfortável.
Tomei um bom banho, esquentei o jantar deixado por Magdalena, escovei os dentes e fui trabalhar. Liguei meu laptop e comecei com a atividade mais difíceis, deixando as mais fáceis para depois. Consegui terminar alguma coisa, uma análise aqui, uma dedução fiscal a revisar... Minhas pálpebras pesadas, dor nas costas, articulações dos dedos doloridas de tanto digitar.
–Amor? – uma voz me chamou. Olhei surpresa para a porta e vi Edward vestindo uma calça de moletom preta e uma camisa cinza de algodão. – ainda está acordada? Pensei que já estivesse dormindo.
Olhei o relógio do notebook, estava tarde e eu nem tinha sentido o tempo passar.
–Não percebi que horas são.
–O que está fazendo? – Edward entrou no meu quarto e postou-se atrás de mim.
–Estou trabalhando. Tenho muita coisa acumulada para me dar ao luxo de trabalhar só no escritório. – continuei a me concentrar no trabalho.
Senti os braços de Edward me envolvendo pelo pescoço. Logo seus lábios beijavam o meu ombro.
–Deixe isso para lá. Vamos para a cama. – sua voz deixava claro que não iríamos para a cama a fim de dormir.
–O que? Ainda tem fôlego para isso? – perguntei num tom brincalhão. Arfei ao sentir uma mão sua acariciando meu abdômen.
–Sempre. Vamos para a cama. – pediu numa voz sexy.
–Já estou indo. Vá na frente.
–O que? Vai mesmo me trocar pelo trabalho? – disse Edward amuado. Afastou-se de mim apenas para postar-se ao meu lado, assim eu veria sua expressão carrancuda mesmo que olhasse a tela do laptop.
–Já estou acabando. Me dê uns minutinhos. – pedi.
–Promete não demorar? Se você demorar muito eu venho buscá-la a força. – ameaçou. Desviei meus olhos do meu trabalho e sorri para ele.
–Pode deixar. – peguei seu rosto e o puxei para mim, beijando-o. Edward não se mostrou afoito no beijo como imaginei. Afastou-se sem dar às costas para mim com um sorriso travesso nos lábios.
–Estou esperando! – lembrou-me sem sequer fechar a porta do meu quarto. Voltei ao meu trabalho, não concentrada como gostaria.
Dormindo. 
Foi assim que eu o encontrei quando, após mais dez minutos trabalhando, deixei tudo de lado e me juntei a ele. Edward havia tido um dia mais atribulado que o meu, era natural ter dormido tão rapidamente.
Eu me deitei ao seu lado, aconchegando-me tão perto dele que parecíamos um só naquela majestosa cama. Eu adormeci tão rapidamente como ele.
E no dia seguinte tivemos mais um dia tumultuado.
E no dia seguinte...
E no dia seguinte...
Domingo!
–Bella, está pronta? – Edward perguntou enquanto eu retocava minha maquiagem no banheiro.
–Sim. – fechei o batom e o coloquei dentro da minha bolsa de mão prateada. Eu usava um vestido longo rosa com detalhes prateados nas alças, maquiagem leve, a não ser pelo batom rubi em meus lábios. Meus cabelos estavam presos num coque frouxo, preparado meticulosamente pelo cabeleireiro escolhido por Edward. Além dos meus cabelos, cuidou de minhas unhas pintando-as de vermelho.
Eu estava bonita e me sentia bem com isso. Agora eu era digna de estar ao lado da atração principal da noite. Saí do banheiro às pressas, tomando cuidado para não tropeçar naqueles sapatos vermelhos com salto agulha.
Edward estava parado próximo a porta, trajando um lindo smoking clássico. Quando nos olhamos ambos estacamos tamanha a beleza do outro. Edward tinha os olhos brilhantes e estendeu a mão para mim, beijando-a quando eu coloquei minha mão sobre a sua.
–Você está tão linda! É até um pecado eu deixá-la sair assim. – elogiou-me. Corei de prazer.
–Eu poderia dizer o mesmo de você. – brinquei. Edward, num tom e reverência, pegou meu rosto e o contemplou, beijando-me levemente nos lábios. Ele não ousou mais e sabia por quê.
–Não quero desarrumá-la, mas quando nós chegarmos, eu vou possuí-la pelos dias em que não a toquei devido aos nossos compromissos de trabalho. – seu tom de voz poderia sugerir uma ameaça, mas eu não via desse jeito.
–Vamos então. Quanto mais cedo estivermos lá, mais cedo sairemos. – peguei sua mão guiando-o para a saída.
Edward e eu seguíamos para a festa preparada pela empresa Cullen para oficializar Edward como o novo presidente. Como sua esposa eu tinha de estar ao seu lado, mesmo que isso significasse apenas sorrir e ser ignorada.

...

Sorrir. Cumprimentar a todos que me cumprimentavam. Estar o tempo todo ao lado de Edward, apoiando-o. Não era algo desconfortável, mas extremamente cansativo. Quando eu pensava em sair do lado de Edward, alguém vinha cumprimentá-lo e Edward educadamente me apresentava.
E sempre que podia eu admirava Edward, tão bonito e confiante! Eu podia ver, nos olhos daqueles que o cumprimentavam e trocavam palavras acerca da empresa, um brilho de fascínio nos olhos. E Edward era mesmo fascinante, falando de coisas tão complexas de forma fácil como se o assunto falado fosse algo que amasse, como um hobby. Eu tinha que me policiar e parecer atenta ao que acontecia caso contrário todos me veriam babando pelo meu marido como uma completa idiota.
Em um dado momento Aro convocou Edward ao palco para que discursasse. Eu fiquei próxima a ele, em cima do palco, a pedido de Edward, enquanto ele pegava um papel passado por um funcionário. Seu discurso era belo, ou pelo menos eu pensei que era por que eu não dei muita atenção. Minha atenção foi voltada para uma figura de vermelho que estava próxima. A cor do vestido longo que usava era chamativa demais, não pude ignorar. Olhando melhor para a figura exuberante eu a reconheci: Tânia, ex-secretária e amante de Edward.
Ela olhava para Edward com os olhos apertados, um surto de ódio impressionante. Imaginei o motivo para tanto ódio, Edward a havia demitido e provavelmente parado de ficar com ela. Eu tentei, sem sucesso, desviar meus olhos dela, mas não consegui. Claro que tive de desviar quando Tânia pareceu perceber minha presença. Nos poucos instantes que nossos olhos se encontravam, vi algo que não imaginei que veria em seu rosto antes furioso: um sorriso.

...

Eu sorri para Edward enquanto eu o via tentar chegar até mim. Impossível. Sempre existia em seu caminho alguém reivindicando sua atenção, puxando-o para uma conversa a três ou mais pessoas. Eu continuei sentada, olhando-o o tempo todo. Às vezes alguém vinha falar comigo e eu conversava, mas minha atenção não era desviada por muito tempo.

–Oi Bella! – alguém me cumprimentou, reconheci a voz antes de olhar quem poderia ser.
–Oi Alice. Finalmente eu a vi no evento. – disse enquanto Alice e Jasper sentavam na mesma mesa que a minha. – Oi Jasper. – eu o cumprimentei. Jasper sorriu.
–Eu estava ocupada demais cuidando dos preparativos do evento. Jasper estava me ajudando. Por culpa disso eu estou perdendo boa parte da diversão. Edward já discursou?
–Sim. Foi um discurso... – eu fiquei atenta demais a Tânia ou a beleza de Edward para saber o que ele falou. – Foi muito bom. – um garçom se aproximou e Jasper pegou taças para todas nós.
–O Edward é ótimo com discursos, principalmente com o discurso dos outros. – e todos nós rimos com a crítica de Alice. Tomei um pouco do champanhe e, após gastar todo o meu batom na taça, resolvi ir ao banheiro para retocar a maquiagem. Durante o trajeto tive que cumprimentar mais pessoas. Achei estranho ser alvo de tanta atenção. Na época posterior ao meu casamento, eu não era sequer tratada como mulher de Edward Cullen.
Essa mudança seria por que o próprio Edward me trata como sua mulher? E quando ergui minha cabeça, me deparei com uma mulher olhando-me intensamente. A surpresa que senti foi dando espaço à irritação. Por que atrás de mim, dentro do toalete feminino, estava Tânia, ex-secretária e ex-amante de Edward.
–Olá. – disse em uma voz doce, tão doce que causava ânsia de vômito.
Fiquei parada a olhá-la através do espelho a minha frente. Não sabia exatamente o que dizer. Poderia fazer uma cena, algo que eu queria, e prejudicar a cerimônia que ocorria em que meu marido tornava-se presidente da empresa de publicidade Cullen. Mas é claro que não agiria assim!
–Nossa, que expressão irritada é essa? – Tânia perguntou enquanto se aproximava. Sacou um batom vermelho de sua bolsa de mão e o passou. Respirei fundo e me preparei para sair, mas Tânia segurou meu braço. Olhei para o local onde ela segurou com uma surpresa irritada.

–Como está o Edward? A última vez em que eu o vi estava passeando em um hotel com a família em Miami. – disse num tom afável. Empreguei alguma força retirando sua mão de meu braço enquanto a encarava com espanto.
Edward? Ele encontrou Tânia no hotel?
–Ele está ótimo. – falei com aspereza. Tânia parecia divertir-se com o modo como eu estava agindo.
–Ele parece bem. Fico me perguntando o que mudou desde que eu deixei a empresa. – guardou o batom na bolsa de mão vermelha que usava. Sacou da bolsa um pequeno vidro de perfume borrifando-o em seu pescoço.
–Ele está andando com companhias melhores. É isso. – eu esperava que Tânia tivesse percebido o recado em minhas palavras e o sarcasmo que tingia o que eu dizia. Ela percebeu. Fechou a cara por alguns instantes e então sorriu forçadamente após alguns minutos.
–Defendendo com unhas e dentes o marido! As coisas melhoraram entre vocês dois, não é? – embora quisesse passar uma imagem despreocupada, Tânia parecia atenta a mim, esperando por uma resposta.
–Isso não é da sua conta! – esbravejei saindo rapidamente do toalete. Andei a passos rápidos até o salão onde ocorria o evento. À medida que eu me aproximava, tentei sorrir. Impossível. A insinuação de Tânia de ter encontrado com Edward em Miami martelava a minha cabeça. Ela poderia estar inventando, claro, mas como soube que Edward estava em Miami e que a família dele (Alice e Jasper) estava lá?
–Ah, me desculpe! – disse após me esbarrar com alguém.
–Hei Bella, o que houve? – era Alice. Eu havia esbarrado em Alice.
–Não é nada. Eu havia ido ao toalete. – Alice me olhava com desconfiança. Eu devia estar com uma cara péssima. –Eu vou me sentar.
Caminhei por entre as pessoas, deixando Alice falando sozinha, enquanto procurava a mesa reservada para Edward e eu. Não percebi que Alice me acompanhava. Eu só a vi quando eu me sentei e ela puxou uma cadeira sentando-se ao meu lado.
–Você não está com uma cara boa. Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou com os olhos fixos em mim, avaliando-me. Suspirei.
–Encontrei com uma pessoa que eu não queria encontrar, só isso. Não quero falar sobre o que aconteceu.
Eu sabia que Alice me encheria de perguntas, mas Jasper apareceu e reivindicou sua atenção. Agradeci a ele em pensamento. Eu precisava ficar sozinha para me recompor. Se bem que... Talvez se eu perguntasse algo, Alice pudesse me dizer se viu Tânia no hotel em Miami.
“Não posso deixar que as palavras de Tânia me abalem. Talvez tenha mentido.” – repeti esse pensamento como um mantra. Algumas pessoas vieram até mim e me cumprimentaram. Eu não as conhecia, mas procurei ser simpática. Era natural eu ser o foco de atenção agora que todos me reconheciam como a esposa do presidente de uma empresa importante. Mas era justamente naquele momento que eu queria ser invisível aos olhos de todos.
Por que eu não conseguia ignorar as palavras de Tânia? Por que eu me permitia ser afetada por ela? Era simples: por que ela foi amante de Edward.
Abaixei a cabeça encostando-a na mesa e respirei fundo. Eu nunca desejei tanto ir para casa como agora.
–Bella? – a voz familiar me despertou. Levantei minha cabeça num átimo, o que me causou certa tontura. Edward abaixava-se ao meu lado, olhando-me preocupado. – Você está bem? Alice disse que parecia aborrecida.
Quando eu o olhei, a palavra “mentiroso” veio vívida em minha cabeça. Procurei sufocar esse sentimento injustificado.
–Só estou um pouco cansada. Desde que cheguei eu quase não sentei. – sorri, mas meu sorriso forçado pareceu imbecil demais até para mim. Edward me olhou com desconfiança, não estava engolindo minha desculpa assim como a irmã não engoliu.
–Sei. Desculpe. Eu imaginei que seria assim, você tendo que dar atenção a todos. No entanto não precisa mais fazer isso. Fique descansando aqui. Eu logo me juntarei a você. Preciso cumprimentar mais alguns sócios e logo estarei livre. Nós poderíamos...
–Não se preocupe comigo. Eu vou ficar bem. Faça o que deve fazer Edward. – coloquei minha mão em seu rosto, acariciando-o. Edward fechou os olhos apoiando o rosto em minha mão, mas algo aconteceu. Edward olhou para além de mim, e congelou.
Edward levantou-se num átimo, apertou minha mão, que havia capturado enquanto levantava-se, e se afastou. Olhei em volta, ainda sentada, quando vi Tânia, no seu vistoso tomara que caia longo da cor vermelha, olhando para Edward enquanto este se afastava mais e mais de mim.
Foi estranho e um medo me tomou. Se eu fosse à antiga Bella eu não teria percebido nada disso. Mas eu era uma Bella nova, perceptiva, que havia percebido coisas que eu não queria perceber: havia algo de muito errado entre Edward e Tânia.

...

–Está tão calada! Aconteceu alguma coisa? – Edward perguntou pela segunda vez desde que saímos do evento. Dei de ombros.
–Estou muito cansada. Só isso. – murmurei olhando a noite janela afora. Não demoraria até chegarmos a nossa casa.
–Alice disse que você estava bem e então mudou. Tem certeza que é só cansaço?
Eu pensei no que deveria dizer; Eu poderia contar o que aconteceu e colocá-lo na parede. Eu devia fazer isso, mas não fiz.
–É cansaço Edward. Apenas isso.
Ele não acreditou, mas não falou mais nada sobre meu estranho comportamento durante o trajeto até a nossa casa. Às vezes perguntava algo, pedia minha opinião sobre alguma coisa que ocorreu no evento. Procurei responder, mas não consegui passar a imagem de pessoa despreocupada e cansada.
Chegamos em casa, fui diretamente para o meu quarto retirar o vestido, os sapatos, a maquiagem, os acessórios, e assim tomar um banho. Mas a água morna não me ajudou a relaxar ou a esquecer. Nada me ajudaria a esquecer as insinuações de Tânia. Lembranças desagradáveis vieram e senti meu coração apertar. Eu odiava me lembrar da época em que Edward me odiava e me destratava.
Eu queria dormir sozinha, sabia que Edward me encheria de perguntas e meu silêncio o enervaria. Quando vesti uma camisola e fui para próximo da minha cama, Edward entrou em meu quarto.
–Bella, vem dormir comigo? – ele pediu. Larguei a coberta que até então segurava. Edward percebeu. – Você quer dormir aqui? – ele perguntou num tom de voz estranho.
–Só para variar. Faz algum tempo que não durmo no meu quarto. – eu me virei e sorri. Edward me olhava com preocupação e frustração. Deu de ombros e veio para junto de mim. Eu me deitei e logo ele me seguiu. Fiquei deitada de costas, olhando o teto, esperando que Edward não viesse me fazer perguntas. Fechei os olhos, mas sabia que, mesmo cansada, não conseguiria dormir.
–Bella, o que houve hoje no evento? Eu sei que você está mentindo. Isso não pode ser somente cansaço. Eu também estou cansado, mas não trataria você friamente como está fazendo comigo.
Eu me virei e o olhei. Ele estava sentado na cama, os olhos só em mim, com mágoa. Eu me espantei e tratei de arrumar a besteira que eu havia feito.

–Edward, não é nada disso. Não foi nada, é sério! – falei desesperada. – Eu... – o que eu diria a ele? Eu não tinha idéia.
Edward se aconchegou próximo a mim, mantendo o corpo erguido por um braço só para me olhar. Seu rosto estava tão próximo e me intimidou. Com a mão livre, ele acariciou meu rosto.
–Eu me preocupo com você. Eu quero poder ajudar com o que eu puder, mas o que eu posso fazer se você não me conta o que se passa? Por que não confia em mim? – sua voz estava um pouco embargada. Edward estava tão triste! Como pude magoá-lo assim?
Meus olhos fixos nos olhos dele; meus lábios entreabertos, prontos para contar a verdade; contar que eu encontrei Tânia e ela fez insinuações. Ao invés disso...
–Bella! Por que está chorando? – ele perguntou desesperado. – Eu fiz alguma coisa? Fui eu que... – eu coloquei um dedo em seus lábios, calando-o.
–Eu não sei o que deu em mim. Pensei nos meus pais hoje, durante o evento. E quando penso neles eu me sinto mal por que eu lembro que estou completamente sozinha. – minha voz foi sumindo enquanto as lágrimas tomavam meus olhos embargando minha visão.
Senti seus dedos em minha bochecha, enxugando as lágrimas. Seu rosto antes triste agora estava cheio de compaixão.
–Eu estou aqui com você. Eu nunca vou deixá-la sozinha, nunca vou decepcioná-la. Bella, você é a mulher da minha vida, a única com quem eu quero ter filhos e viver o resto da minha vida. Eu sempre estarei aqui, serei seu porto seguro. E isso tudo por que eu amo você.
Suas palavras me atingiram em cheio. Meu choro aumentou tanto que Edward pareceu mais preocupado, já que eu estava quase histérica. Ele me abraçou forte, murmurando palavras de conforto e beijando-me nos lábios a cada vinte minutos.
Não fizemos amor naquela noite, eu estava cansada física e emocionalmente para algo assim. Foi bom de qualquer forma. O calor dos braços do meu esposo afastou os pensamentos que até então me atormentavam. Eu só esperava que os pensamentos ficassem longe mesmo que Edward não estivesse me abraçando.

Continua...

É impressionante como esse Edward está tão diferente do antigo. Como o amor pela Bella o transformou. Mas essa Tânia vadia espreitando os dois não pode dar boa coisa. Seria muito melhor se os dois fossem mais honesto um com o outro e conversassem sobre seus medos e dúvidas, assim quando os problemas chegassem não teriam forças para alcançá-los. Mas, não acho que vai ser assim. Amanhã volto com mais. Beijos.



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3 comments:

  1. Eu nao entendo Pq tanta mentira..... Pq nao fala o que aconteceu..... Haaaaaa que raiva. Cada vez mais eles se separam por mentiras....

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  2. Oii moms! Adorei o cap de hoje bem comprido como eu gosto, nao gosto como eles esconde as coisas um do outro esses dois tem q aprender a falar um com o outro se nao vira merda essa vadia dessa Tania. Ate amanha beijusculo

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  3. Olá meninas! Gostei do cap, mas acho que essas mentiras precisam acabar antes que destrua o casamento deles. Beijinhos!

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Forever

É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

TwiMom Indica

TWIMOMS BRASIL INDICA: "PROCURA-SE UM MARIDO" DE CARINA RISSI

Uma joia deliciosa de se ler, fluente e brilhante que prende você do inicio ao fim. Desde seu lançamento, fiquei muito curiosa para le...