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Tuesday, March 27, 2012

FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 41


Oi gente! Hoje Bella e Edward se preparam para se separarem em virtude de uma viagem de Edward e Bella continua recebendo ligações de número desconhecido.

Título: O Contrato 
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio; 
http://www.facebook.com/jacqueline.sampaio; 
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

O Contrato
By Jack Sampaio

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"



CAPÍTULO 41


Bella pov’s

Trabalho.
–Aqui estão os dados que o senhor me pediu. – disse ao chefe do meu departamento, entregando a ele um disquete onde a tarefa pedida estava gravada. Ele sorriu agradecido pelo meu empenho em entregar tudo no prazo, não é qualquer funcionário que o faz.
Trabalho.
–Você não vai almoçar? – Ângela perguntou. Meus olhos em momento algum se desviaram da tela do computador.
–Pode me trazer um sanduíche natural? Eu estou muito ocupada com a análise de gastos e não posso me desconcentrar. – meus dedos frenéticos no teclado.
–Tudo bem. – Ângela disse. Duas horas depois ela gentilmente me trouxe um sanduíche natural, duas frutas e um suco.
Trabalho.
Chego ao meu apartamento e tudo está limpo, arrumado e silencioso. Do jeitinho que Edward e eu deixamos assim que vamos ao trabalho. Magdalena e Eli já foram embora para suas casas, como sempre. E Edward não está em casa, infelizmente, como sempre.
Desde que assumiu a presidência, Edward tem trabalhado mais do que antigamente. Acorda antes de mim, passa o dia entrando e saindo da empresa em reuniões com clientes, acionistas, funcionários do alto escalão, etc. Nossa comunicação se resumiu a muitas mensagens de texto através do celular, algumas ligações e poucos encontros na empresa ou em casa, quando ele chega, tarde da noite, e me acorda para conversamos um pouco. Ele havia me alertado sobre as novas responsabilidades que assumiria e em como nos veríamos pouco. Mesmo tendo sido preparada, eu não imaginava que nosso tempo juntos seria encurtado tanto.
O pior de tudo era que eu não só me sentia um pouco sozinha e carente pela sua ausência, mas, devido às indiretas de Tânia no evento de posse da presidência, dias atrás, eu também estava com a pulga atrás da orelha. Não que Edward me desse motivo para isso por que ele não dava: informava-me de cada passo que dava, com quem estava e quanto tempo ficaria no local. Ainda assim, as palavras de Tânia sobre o suposto encontro com Edward no hotel em Miami ficavam martelando minha cabeça. Eu os imaginava juntos, algo que não era impossível. Afinal de contas Edward me traiu uma vez, o que lhe custava uma nova traição?
Após um demorado banho, decidi não jantar e ir direto para a cama. Meus dias no trabalho têm sido atribulados pelo excesso de incumbências destinadas a mim e sei que esse aumento nas atividades do trabalho se deu pela saída de Jess da empresa. Fui para o quarto de Edward. Sentir o seu cheiro nos travesseiros e nos lençóis estranhamente aplacava um pouco a saudade que eu sentia pela sua ausência. Como de costume, deixei o meu celular no criado mudo para o caso de ele ligar, só para me desejar boa noite. Quando já estava próxima do sono profundo, o meu celular tocou. Tateie o criado mudo até encontrá-lo.
–Alô? – ninguém respondeu. Olhei o visor, era número confidencial. As ligações estranhas atacam novamente! Após alguns segundos ouvindo uma respiração do outro lado da linha, desliguei. Inferno! Eu pensei que a pessoa responsável pelos trotes havia me esquecido. Ledo engano.
“Vou ignorar esse filho da mãe!” – decidi, voltando a me esconder nas cobertas, querendo mais do que tudo uma boa noite de sono. Alguns minutos se passaram e novamente meu celular tocou. Enfezada como estava, a pessoa o outro lado iria ouvir uns bons palavrões. Levantei da cama, peguei o celular e me preparei.
–SEU FILHO DA UMA PUTA, NÃO TEM O QUE FAZER? – gritei ao ouvinte.
–Hei, tudo bem que eu estou ligando tarde e provavelmente acordei você, mas não é para tanto! – aquela voz...
–Jessica, é você? – perguntei surpresa.
–Claro que sou eu! Que bicho te mordeu para me chamar de filha da puta? – ela estava brava do outro lado da linha com toda a razão. Respirei fundo, tentando me acalmar.
–Desculpe. Eu pensei que fosse outra pessoa. – sentei na cama e por reflexo olhei o relógio em cima do criado mudo, eram onze horas da noite.
–Ok. Deixe para lá. Preciso conversar com alguém e como Ângela desligou na minha cara, vou desabafar com você. – e eu soube que a conversa seria longa. Eu estava cansada demais para ouvir uma amiga. Nesse momento eu precisaria ser muito diplomática.
–Jess, nós não podemos deixar isso para outro dia? Eu estou tão cansada! – voltei a deitar, segurando meu celular próximo ao ouvido.
–O assunto é do seu interesse também então escute, ou, pelo menos, finja que me escuta. Eu terminei com o Mike. Agora é definitivo! – sua voz mostrava raiva e frustração. Eu sabia o quanto acabar com um relacionamento destruía uma pessoa, e como Jessica me deu amparo na minha época mais escura, resolvi ouvir.
–O que aconteceu? Vocês pareciam tão bem!
–Eu também pensava assim até pega-lo se agarrando com a garota que faz o café para o presidente da empresa. A garota do café! Como ele pôde me trocar por aquela retardada? Ela tem gengivite, um permanente mal feito, parece uma apresentação do Circ Du Soleil de tanta maquiagem que coloca na cara!
–Poxa Jess, que pena! Você deve estar muito triste. – e realmente eu sentia pena. Eu sabia exatamente pelo que ela estava passando.
–Triste? Eu? MAS NEM FERRANDO! Tô solteira novamente meu bem e ninguém vai me segurar! Preciso comemorar, é sério! Amanhã, após o seu expediente de trabalho, nós vamos sair para ter uma típica noite de garotas. A Ângela, antes de desligar na minha cara, confirmou. Vou pegar você de carro.
–Jess, eu não sei se poderei ir afinal de contas... Jess? Jess? – ela desligou. Eu soube que não poderia recusar o seu convite ou ela tornaria a minha vida um inferno. Daria um jeito para comparecer a noite de garotas, acho até que faria algum bem para mim. Coloquei o meu celular novamente no criado mudo e voltei a me enrolar nas cobertas.
O celular tocou novamente. Eu imaginava ser Jess querendo mais alguma coisa, mas dessa vez eu não a ouviria. Eu a dispensaria e voltaria a dormir. Atendi o celular.
–Jess, amanhã você me conta tudo o que tem para contar. Eu realmente preciso...
–Amor? – e aquela voz me desarmou. Todo o cansaço que eu sentia e a vontade de dormir ficou em segundo plano. Era Edward, meu marido.
–Oi! Pensei que fosse a Jessica. Acabei de falar com ela. Onde você está? – olhei novamente o relógio, era quase meia noite.
–Eu estou aqui! – mas a voz que eu ouvi não veio do meu celular e sim da porta do nosso quarto. Edward estava em casa. Fiquei tão surpresa que quase cai da cama.
–EDWARD! QUE SUSTO! – desliguei meu celular e tentei me recompor enquanto Edward segurava uma gargalhada sem muito sucesso.
–Desculpe. – ele guardou o celular no bolso do casaco, tirando-o em seguida. Afrouxou a gravata, sentando-se na cama. – Finalmente encontro minha linda mulher acordada! Não mereço nada em comemoração a esse momento?
Jogou-se sobre mim; riamos sem parar, envoltos no seu bom humor. Envolvi seu pescoço com os meus braços, puxando-o para mim. Recebi um maravilhoso beijo, desses que deixam você desnorteada. Seus beijos deixaram meus lábios, migrando para outras partes do meu corpo.
–Por que chegou cedo? Geralmente chega depois de meia noite. – fechei meus olhos enquanto minhas mãos estavam em seus cabelos acobreados. Quando seus lábios chegaram a minha clavícula, Edward resolveu se manifestar. Afastou minimamente seus lábios da minha pele para isso.
–Tive um fortuito imprevisto que me liberou mais cedo. O último cliente do dia sofreu um acidente enquanto ia para a reunião na minha empresa.
–Edward! – dei um tapinha no seu ombro. – Como pode comemorar uma tragédia dessas? Não tem vergonha? – mesmo querendo empregar um tom sério em minha voz, era impossível ser ríspida com Edward. Dizia isso entre risos, tentando conter a excitação que os beijos cada vez mais ousados de Edward provocavam em meu corpo.
–Pelo menos ele sofreu um acidente por uma boa causa. – disse enquanto afastava-se de mim novamente para me olhar. – Deus quis nos unir e o usou. Agora não vamos desperdiçar essa chance.
Suas mãos passeavam pelo meu corpo, ansiosas demais para me despir. Seus beijos eram urgentes, tão desesperados que parecia que Edward não estava respirando, e nem queria. Eu o queria, queria muito! Com uma mão tentei sem sucesso despi-lo da camisa. Após alguns minutos lutando cegamente com os botões do seu paletó preto, Edward se afastou.
–O que foi? – perguntei ofegante.
–Vamos fazer isso certo. Vou tomar um bom e demorado... Quero dizer, um bom e rápido banho. Você fica aqui deitadinha me esperando. Mas nada de dormir! – advertiu, correndo para o seu banheiro enquanto se despia pelo caminho. Sacudi a cabeça em desaprovação. Edward sabia como bancar o garotinho quando queria e esse era um aspecto dele que me encantava.
Sentei-me na cama e ajeitei a camisola, brutalmente amassada pelas mãos do meu marido. Tão ansiosa para estar com ele como ele estava para ficar comigo, decidi ir ao banheiro e lhe fazer companhia no banho. Provavelmente teríamos feito amor lá, se eu tivesse de fato cruzado a porta. Meu celular tocou. Eu decidi atende-lo.
–Alô? – o outro lado não respondeu. Eu já estava cansada. Antes de desligar...
–Eu espero não estar incomodando. – a voz do número confidencial finalmente falou. Não era uma voz muito familiar para mim.
–Eu até poderia iniciar um diálogo comportado, mas não farei isso. Você é a pessoa que está me atormentando com ligações nesse número confidencial, não é? – tentei sem sucesso conter minha voz. A vontade que eu tinha era de xingar aquela pessoa até minhas cordas vocais arrebentarem.
–Sim. Peço desculpas por não ter me manifestado, mas eu estava querendo criar um clima antes da grande revelação: quem é a estranha pessoa que liga para Isabella Cullen?
Quando ela pronunciou meu nome, eu soube que me conhecia. Não eram meros acasos as ligações de alguém desocupado.
–Quem é você? – perguntei num tom de voz raivoso. O outro lado ficou calado por apenas alguns instantes e, por fim, respondeu.
–Tânia Denali, ex-secretária e ex-amante do seu marido.
Não sei por quanto tempo eu fiquei parada, em pé, com o meu celular nas mãos próximo ao ouvido. Eu poderia jurar que fiquei nessa posição por horas e não segundos. Tempo suficiente para Edward acabar seu banho. Eu só tinha alguns segundos.
–Vou desativar esse número. Se voltar a entrar em contato comigo, acionarei a polícia. – tropegamente desliguei o meu celular. Eu ainda o tinha em mãos quando Edward veio até mim, abraçando-me por trás. Pude sentir a maciez do roupão de banho que o cobria, assim como algumas gotas de água presentes em seu corpo, umedecendo minha camisola de seda. Mesmo diante de uma situação erótica como essa, eu não estava concentrada. Minha concentração inteira estava nas poucas palavras que troquei com aquela mulher asquerosa.
–Amor? O que foi? – senti meu corpo tombar para o lado e teria caído no chão se Edward não tivesse me amparado. – Hei, você está pálida!
Edward me ajudou a sentar na cama, sentando-se ao meu lado. Suas mãos estavam em meu rosto, acariciando minhas bochechas, e seus olhos sobre mim, preocupados.
–Aconteceu alguma coisa? Você está tão pálida! Parece até que viu um fantasma ou algo assim.
Eu sabia que tinha que tranquilizar meu marido. As palavras estavam na ponta da língua, mas demorei a dizê-las.
–Não é nada. Acho que me levantei rápido demais. Estou zonza. – coloquei a mão na testa, tentando soar convincente. Edward pareceu cair na minha mentira.
–Você tem se alimentado bem? Isso parece uma fraqueza. Talvez eu deva chamar um médico...
–Eu estou bem. Eu só preciso... Preciso de uns minutos. – procurei me recompor, pois não poderia me deixar abalar. Edward me deu os minutos pedidos, segurando gentilmente minhas mãos. E realmente eu me senti um pouco melhor com ele ao meu lado.
–Melhor? – perguntou. Eu assenti. – Tem certeza de que não precisa de um médico?
–Não. Eu estou bem. Eu só... Deve ser por que eu não comi bem nos últimos dias.
–Você não comeu bem, não dormiu bem... Está deixando tudo de lado pelo trabalho. Isso não é bom. Bella eu sou ocupado, mas não descuido de mim. Eu pensei que você estivesse se cuidando por isso fiquei despreocupado. – ele estava tão preocupado! Definitivamente eu havia acabado com a nossa noite.
–Me desculpe. – murmurei, olhando para o chão.
–Tudo bem. Eu cuidarei para que isso não se repita. Vou garantir que você não se sobrecarregue. – Edward foi me empurrando, obrigando-me a deitar. Eu cedi, descansando meu corpo inteiro na cama, a cabeça em cima do travesseiro. Cobriu meu corpo com o edredom.
–É melhor você descansar. – suas mãos acariciaram meu rosto.
–Descansar? Por um acaso se esqueceu o que nós iríamos fazer? – minha atitude revoltada aumentou o seu sorriso.
–Claro que eu me lembro! Lembro perfeitamente... – seus lábios encontraram os meus e o fogo explodiu. Eu sentia tanta falta dele! Esses dias em que mal nos falamos tiveram o seu preço, fazendo com que o meu desejo por ele crescesse. Eu poderia sentir que com Edward aconteceu o mesmo. Minhas mãos o ajudaram a se livrar do roupão que o cobria enquanto Edward me despia de minha camisola. Senti um frio quando minha pele entrou em contato com a sua pele úmida do banho, enchendo-me de contentamento.
Afastou-se e, num ato de extrema delicadeza, pegou uma mecha do meu cabelo, cheirando-a.
–Estou viciado em você. Tem idéia do que eu passei enquanto estivemos separados? – beijou-me de forma excitante enquanto suas mãos estimulavam meu corpo, deixando-o em chamas. O cansaço que antes eu sentia foi sumindo, dando lugar para algo mais primitivo e urgente.
Eu me permiti, naquele momento, esquecer de tudo. Enquanto Edward encaixava seu corpo ao meu, nas mais diferentes posições, concentrado em meu prazer e no seu, minha mente se perdeu. Inebriada demais pelo prazer, me concentrei apenas em meu marido.
E em cada parada, um pequeno descanso para depois recomeçar, eu o ouvi dizer “eu te amo”, e eu adorava isso.


...


–Cansou? – ele me perguntou enquanto eu me aconchegava em seu peito.
–Preciso dormir. Muito. Amanhã vai ser um dia atribulado. – meus olhos já estavam fechados. Minha cabeça na curvatura do pescoço de meu marido. Minha mão direita repousava em seu peito nu. Edward pegou essa mão aproximando-a de seus lábios, beijando-a.
–Espere, tenho um comunicado a fazer antes de você dormir. – e com o som da sua voz, eu me esforcei um pouco para ficar acordada.
–Qual seria? – murmurei debilmente.
–Viajarei depois de amanhã. Será minha primeira viagem de negócios. Ficarei alguns dias em Dubai.
Eu poderia estar cansada, mas estava ciente das palavras de Edward. Saber que ficaríamos dias afastados me deixou deprimida. Procurei não deixar isso evidente.
–Amanhã vou sair com Jess e Ângela depois do trabalho. Não posso me dar ao luxo de negar ou ela transformará minha vida um inferno. – mesmo com os meus olhos ainda fechados, a julgar pela respiração alterada de Edward, eu sabia que ele estava aborrecido.
–Você pode ir, mas... Escuta, talvez eu...
Abri meus olhos e ergui um pouco o meu corpo para vê-lo.
–Quer ir comigo? – sorri ante a cara espantada dele.
–Está falando sério? Quer que eu vá com você? – Edward estava realmente surpreso e seu rosto era hilário. Levando em consideração a distância que eu criei entre ele e meus amigos, querendo evitar conflitos, eu não estava surpresa com o seu espanto.
–Por que não? Acho que já está mais do que na hora de incluí-lo efetivamente na minha vida. Além disso, você precisa ampliar o seu círculo de amizades... Não que você tenha um. – sorri e Edward me acompanhou sorrindo também.
–De fato eu não tenho amigos, mas querer que meus primeiros amigos sejam os seus amigos que me odeiam é realmente estranho. Ainda assim eu aceito. Agora durma. – me beijou na testa e com uma mão afagou meus cabelos até eu dormir.


...


Na manhã seguinte eu encontrei uma surpresa na minha sala.
–Bom dia senhora Cullen! – a moça me cumprimentou enquanto trabalhava freneticamente no antigo computador de Jess. Entrei cautelosa na minha sala, sentando-me na minha cadeira.
–Você é funcionaria nova? – perguntei enquanto ligava meu computador, sem tirar os olhos dela.
–Sim, eu fui admitida hoje. A partir de agora assumirei o trabalho deixado pela antiga funcionária, Jessica Stanley, e por você. – suas palavras me fizeram estacar. Parei o que estava fazendo e voltei minha atenção apenas para aquela moça.
–Como é que é? Como assim fazer o meu trabalho? – eu havia sido demitida e soube por essa estranha?
–Bem o senhor Cullen ligou para a agência em que eu estava inscrita e pediu para que enviassem uma contadora. A propósito, o meu nome é... – e antes de ouvir o nome da garota, eu estava a caminho da sala de Edward.
Gostaria de dizer que fui ousada, entrando em sua sala sem ser convidada e atrapalhando alguma reunião dele com algum cliente, mas não foi nada disso que aconteceu. Fiquei na sala de espera sozinha, aguardando o momento em que ele poderia me receber. Quando a secretária me viu a espera de Edward, se apresou em me anunciar. Acredito que ele interrompeu a reunião assim que soube que eu estava lá. Logo as pessoas que estavam com ele saíram, sendo guiados pela sua secretária. Não perdi tempo, entrei em sua sala rápida e furiosa como uma tempestade. Ele tinha muitas explicações para me dar.
–Sabia que viria aqui, só não achei que viesse tão cedo. – levantou-se da sua cadeira e contornou a mesa, vindo em minha direção. Parecia achar a minha evidente raiva divertida. – Olá meu amor! – tentou me abraçar, mas eu me esquivei.
–Não vem com essa para cima de mim! O que deu em você? Por que contratou alguém para trabalhar por mim? – disse com a voz elevada enquanto um dedo batia em seu peito. Mesmo com minha atitude irritadiça, Edward ainda parecia bem humorado, não levando a sério meu aborrecimento.
–Amor, calma! Eu fiz isso por você. – segurou minha mão em seu peito. – Você não parecia bem ontem e reclamou do excesso de trabalho. Liguei para uma agência ontem e eles enviaram essa nova garota.
–Não me importo de dividir o trabalho, mas deixá-la fazer a minha parte é inaceitável! – minha voz já não estava carregada de raiva, fiquei feliz pela atitude preocupada de Edward para comigo.
–Como quiser desde que você se cuide. – e seu rosto antes divertido foi assumindo uma expressão preocupada. – Bella, se eu perceber novamente que sua saúde está comprometida pelo excesso de trabalho, eu faço algo pior do que contratar alguém para trabalhar no seu lugar enquanto você recebe seu salário.
E eu o entendia, é claro. Ele tinha todos os motivos para agir daquela forma. Se ele soubesse que o meu mal estar na verdade foi por causa de Tânia, o que ele pensaria? E naquele instante cogitei a possibilidade de colocá-lo na parede e saber qual o envolvimento que ele ainda tinha com Tânia, mas eu tinha medo de descobrir que eles tinham algo. E pensar em tudo isso estava me deixando deprimida novamente.
–Tudo bem. Eu vou me cuidar. Voltarei ao trabalho agora. – eu me aproximei de Edward e o beijei nos lábios. Segui para a saída, mas minha passagem foi interceptada por ele. Edward caminhou rapidamente até mim e com uma mão me impediu de abrir a porta.
–Edward, o q... – fui calada pelos seus lábios num beijo escaldante, desses que te deixam sem ação. Ele prensou seu corpo ao meu na porta, imobilizando-me com os seus braços. Correspondi ao seu beijo de forma estranha, ainda atordoada com o modo como fui abordada.
Meu marido não precisou de força para me guiar até uma confortável poltrona na sala da presidência e deitar sobre mim. Quando consegui afastá-lo, seus beijos migraram para outras partes do meu corpo.
–Pára! Aqui é o local de trabalho! – esbravejei, mas Edward não parou. Tentei empurrá-lo sem muito sucesso. Suas mãos se infiltraram dentro de minhas roupas enquanto seus lábios beijavam minha clavícula esquerda. Consegui empurrá-lo um pouco mais e ele reagiu como imaginei que reagiria: se afastou.
–O que foi? – perguntou com a respiração irregular. Seu corpo ainda estava inclinado na minha direção.
–Não vou transar com você aqui! – procurei me afastar e com uma mão alisei minha blusa. Edward bufou claramente frustrado.
–Qual é Bella! Para pessoas que têm um relacionamento, fazer coisas proibidas em locais públicos é normal. – seu tom de voz era revoltado. Algo em suas palavras despertou um sentimento de fúria em mim, lembranças desagradáveis que eu queria esquecer. Para Edward era comum esse tipo de prática, coisa que ele nunca fez comigo. Ele deitou-se com várias mulheres, entre elas Tânia, sua ex-secretária. Eu poderia apostar que eles já transaram ali no escritório muitas e muitas vezes. Agora Edward queria reviver os momentos do passado e como Tânia não estava mais ali, eu havia sido convocada como o quebra-galho.
Um maldito quebra-galho!
–Não me confunda com aquela vadia que você costumava agarrar aqui no escritório! Eu não sou a Tânia, nunca serei como ela! – falei aos berros. Edward afastou-se de mim, atônito. Aproveitei o seu silêncio para fazer a única coisa digna que consegui pensar: ir embora.


...


–Bella, dá para prestar atenção em mim? – Jess reclamou. Olhei monotonamente para ela.
–Desculpe-me, o que você estava dizendo? – tentei me lembrar do que estávamos conversando, mas nada me veio à cabeça. Ângela ainda estava conversando com Ben pelo celular então eu era a única pessoa na mesa disponível para ouvir o drama mexicano de Jessica, infelizmente.
–Estou dizendo que terei de devolver o seu apartamento! O único motivo de eu ter saído de casa era para ter mais privacidade com o Mike, mas agora que estou solteira só estou vendo o lado negativo da coisa de morar sozinha. Voltarei para a casa dos meus pais. Pelo menos lá não me preocupo com pagamento de contas, comida nem nada disso. Tudo bem para você?
Assenti, querendo mais do que tudo permanecer na minha. Jess era perceptiva, sabia que eu não absorveria nada do que ela dizia, então puxou assunto com Ângela. Ângela me olhava de esguelha, preocupada com meu silêncio. Voltei a minha atenção para o meu Martini enquanto olhava os arredores.
O barzinho estava lotado, hoje era dia de música ao vivo. Havia muitos rapazes interessantes no recinto e era justamente por isso que Jessica nos arrastou para cá. Não demorou a ela sair para flertar com um cara que estava no bar. Suspirei aliviada, agora teria um pouco de paz.
–Bella? Aconteceu alguma coisa? Você parece triste. – Ângela sempre fora perceptiva. Eu não queria falar sobre o que havia acontecido, mas aquele jeito maternal de minha amiga, pronta para ajudar quem quer que fosse com seus problemas, me desarmou.
–Briguei com o Edward hoje de manhã. – confessei, olhando para o meu drink.
–Ah, que pena! E a julgar pela sua atitude foi uma briga feia, não foi?
–Sim... Não... Ah, eu não sei! Nós estávamos bem, mas... O passado pesa em cima de nós, sabe? As coisas que aconteceram e que você já sabe. Eu não consigo deixar de lado tudo o que o Edward me fez, em especial a sua infidelidade. – não disse sobre Tânia e suas indiretas, essa eu guardaria pra mim.
–Não vai ser uma vida fácil a de vocês dois, mas precisarão passar por cima de tudo se quiserem ficar juntos. Você quer ficar com ele, não quer? – e olhando para Ângela, sentindo o peito oprimido pela briga tola, o que eu mais queria era estar com ele. Mesmo que a mágoa ainda estivesse em mim, eu queria estar com Edward.
–E você irá até ele agora. – Ângela adivinhou. Sorri.
–Sim. Diga a Jess que não estava me sentindo bem. – levantei, tomando o restante do meu Martini e deixando sobre a nossa mesa o dinheiro para pagar a bebida. Peguei um táxi em frente ao bar e quando entrei em um deles olhei o relógio. Estava tarde, Edward devia estar em casa dormindo, por isso não me importei de ligar para avisar que estava chegando.
Eu pediria desculpas. Exagerei, eu sabia. Não deveria dar tanto crédito a Tânia, era insensatez. Durante todo o percurso de táxi eu me senti melhor e pronta para passar uma borracha em tudo. Enquanto seguia até o nosso apartamento, porém, as desconfianças voltaram a me atormentar. E se Edward estivesse me enganando novamente, o que eu faria? Nós voltaríamos a agir como dois cães de briga? Eu não queria aquela antiga vida, a Bella sempre raivosa que terminava o dia em uma balada, enchendo a cara.
O apartamento estava escuro e silencioso. Fui para o meu quarto e notei, enquanto seguia para lá, que a luz do quarto do Edward estava ligada. Meu celular tocou enquanto eu estava em frente à porta do meu quarto, mas ignorei. Fui direto para o chuveiro e tomei um longo banho. Geralmente uso algo ousado para dormir, mas como dormiria só acabei vestindo um velho pijama de flanela, resquício de minha antiga vida como a Bella “sem graça”. Deitei na cama, ficando de lado com o meu rosto para a parede. Eu sabia que tinha de fazer algo, ir até Edward e pedir desculpas, mas estava sem forças para isso. Além do cansaço, eu ainda estava magoada. Mesmo que não houvesse motivos para se estar, eu...
Um barulho.
Alguém estava entrando em meu quarto. Fiquei imóvel, tentando respirar tranquilamente e assim fazer com que ele pensasse que eu estava dormindo.
–Bella, está acordada? – Edward perguntou. Eu ponderei sobre o que fazer e confesso que não me sentia preparada para confrontá-lo. Seria melhor continuar fingindo que dormia, mas...
–Eu não estou dormindo. – sussurrei ainda na posição “deitada de lado olhando para a parede”. Eu não sabia como agir, mas tinha uma certeza: eu não queria continuar afastada de Edward.
Eu senti um peso a mais na cama e logo um braço de Edward estava sobre mim, em minha cintura. Seus lábios estavam próximos do meu ouvido.
–O que eu fiz hoje... Eu peço...
–Não precisa pedir desculpas – eu o interrompi – Fui eu que errei e não você. Eu não deveria ter feito uma tempestade em um copo de água como eu fiz. Não sei o que deu em mim, eu só... – a garganta ficou apertada demais para falar. Edward continuou.
–Não, eu preciso me desculpar. O que eu fiz foi errado. Eu me deixei levar pelo momento e só pensei em mim. Eu deveria ter avaliado sua reação, percebido que você não queria e me afastado. Mas eu quero que saiba que não era minha intenção tratá-la como uma qualquer.
–Eu sei. – murmurei. Não era esse o ponto, não me senti sendo tratada como uma qualquer. Foram as lembranças do passado, quando Edward me traía com Tânia, que me fizeram agir daquela forma. Imaginar o que eles faziam pelas minhas costas era angustiante!
Ficamos em silêncio por algum tempo. Ponderei em contar tudo o que me entristecia, mas eu temia até mesmo tocar no assunto. Ao invés disso eu virei, ficando de frente para Edward, e enterrei meu rosto em seu peito. Edward me envolveu com os seus braços, mantendo-me aninhada ali.
–Eu traí você com Tânia... – ele começou e eu congelei. – E com prostitutas. Eu achava que não estava fazendo nada demais na época, mas agora me arrependo amargamente. Se eu pudesse voltar, você teria sido a única mulher com quem eu faria amor desde que eu a conheci.
–Edward, eu não quero... – eu não queria ouvir! Não queria!
–Escute! Eu preciso esclarecer tudo! Eu fiz tantas coisas de que me envergonho e não posso mudar, mas posso me arrepender Bella. Eu amo você. Eu quero você sempre comigo. Você será a única para mim agora, ninguém pode ocupar o seu lugar.
As palavras de Edward acalmaram meu coração, eu podia sentir a sinceridade nelas. Senti os músculos do meu corpo relaxarem enquanto meus batimentos cardíacos, antes acelerados, se aquietavam. Os lábios de Edward beijaram minha testa e permaneceram assim por alguns instantes. Então tudo estava bem agora e isso era bom. Mas então eu me lembrei que logo ficaria sozinha.
–Vai viajar amanhã, não é? – não era uma pergunta, ele já havia me dito. Isso me entristeceu, eu precisava demais de Edward por perto para aplacar os dias em que ficamos distantes.
–Não. Eu adiei a viagem para depois de amanhã. Queria permanecer por mais tempo, mas não consegui. Eu não viajaria brigado com você, Bella. – ergui minha mão tocando sua bochecha esquerda. Edward pegou a mão pousada em seu rosto e a beijou.
–Não quero, nunca mais, brigar com você. – ele murmurou com os seus lábios movendo-se em minha mão. Minha garganta estava apertada e não consegui impedir que uma lágrima caísse. Edward a secou com seus lábios e me abraçou mais forte.
Dormimos assim, juntos.


Continua...


Ainda bem que eles fizeram as pazes antes da viagem. Não seria nada bom o Edward viajar com eles brigados assim e por um motivo tão tolo. Algo me diz que essa viagem não será boa para eles e que essas ligações da vadia trarão problemas graves. Aguardem o capítulo de amanhã. Beijos e até lá.


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3 comments:

  1. Oi moms!! Adorei o cap ficou meio tenso na hora da briga ne, mas ainda bem q eles fizeram as pazes. Louca pelo proximo cap beijusculo

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  2. Gente é serio nao consigo me segurar desse jeito, eles sao muito contidos....
    Mas adorei o cap de hj.
    Até amanha!

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  3. Oi meninas! O cap tava meio tenso, mas depois fico lindo, amei. Beijinhos!

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Forever

É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

TwiMom Indica

TWIMOMS BRASIL INDICA: "PROCURA-SE UM MARIDO" DE CARINA RISSI

Uma joia deliciosa de se ler, fluente e brilhante que prende você do inicio ao fim. Desde seu lançamento, fiquei muito curiosa para le...