Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
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http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
O Contrato
By Jack Sampaio
Atenção: Este conteúdo foi classificado
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"
CAPÍTULO 42
Bella pov’s
Eu queria fazer algo por Edward e assim encerrar de uma vez por todas nossa discussão. Eu sabia o que deveria fazer. Eu me arrumei mais do que em qualquer outro dia, colocando um bonito lingerie, acessórios, roupas, maquiagem; nada faltou. Eu não estava vestida como uma simples empregada da empresa...
Eu estava vestida como a mulher fatal que seduziria Edward.
Cheguei cedo, não tão cedo quanto Edward. Ele estava em sua sala, sua secretária havia me informado. Como estava atarefado, eu não o veria até próximo da hora do almoço. Trabalhei arduamente, sabendo que só teria algumas horas. Por fim, um pouco antes do horário do almoço, eu saí de minha sala e fui à sala presidencial onde Edward estava. A senhora Slater, que estava em sua mesa atendendo um telefonema, me permitiu entrar.
Edward sabia que eu estava lá, a secretária havia me anunciado, mas assim que me viu tinha surpresa em seus olhos. Eu sabia que eu estava diferente, a maquiagem estava mais pesada, dando um ar fatal a mim; usava uma camisa branca de botões justa; uma saia preta curta; lingerie preto. Minhas vestimentas me davam o ar de secretária fatal, algo próximo ao que Tânia vestia. Não me sentia vulgar por isso, nem ofendida.
–Bella, por que você...? – Edward balbuciou, seus olhos me avaliavam. Levantou-se de sua poltrona e contornou lentamente sua mesa. Eu caminhei rapidamente até ele, segurei sua gravata enquanto o empurrava, fazendo-o sentar-se novamente em sua poltrona. Sentei em seu colo e o beijei avidamente. Edward assustou-se com o meu ato, mas logo foi correspondendo a mim. Seus braços envolveram minha cintura, puxando-me para ele. A excitação e a ânsia nos tomaram e quando dei por mim estávamos deitados no chão (Edward me ergueu e me deitou lá, cobrindo-me com seu corpo) nos beijando como loucos. Retirei o paletó preto de Edward e afrouxei sua gravata enquanto Edward retirou minha camisa branca e já estava subindo minha saia quando...
Toc toc toc. O barulho de alguém batendo na porta. Nós congelamos.
–Senhor Cullen, a reunião de duas horas. – era a senhora Slater. Olhei para a porta e olhei para Edward. Ele estava claramente contrariado.
–Vou cancelar a reunião. – ele murmurou numa voz raivosa. Toquei seu rosto.
–Continuamos depois. – ele tinha uma expressão incrivelmente cômica. Eu queria rir.
–Nem pensar! – esbravejou.
–Senhor Cullen? – novamente foi chamado. Eu o empurrei.
–Vá para o trabalho. Hoje à noite o compensarei. – beijei seus lábios e ajeitei minha camisa. Edward afastou-se, ajudando-me a levantar e ajeitou suas roupas também.
–Vamos jantar hoje. Eu providenciarei tudo. Após o seu expediente, espere-me. – puxou-me para um forte abraço, beijou meus lábios, e me deixou ir, contrariado.
Bem... Ele não era o único a ficar contrariado com a interrupção. Olhando para Edward, trajando negro dos pés a cabeça, o que eu mais queria era ser possuída por ele.
“Mais tarde. Tenho que ser paciente.”.
...
Tenho certeza que Edward fez o possível para dispensar suas atividades do dia e cumprir a promessa de jantarmos juntos. Às nove e meia estávamos em um restaurante chique no centro da cidade. Eu pensei que seria um jantar romântico, essa era a proposta, mas não foi o que aconteceu. Muitos homens e mulheres importantes que frequentavam o lugar reconheciam Edward e vinham nos cumprimentar. Eu era cortês, é claro, mas as interrupções estavam começando a me aborrecer. Eu só tinha mais aquela noite com meu marido, na manhã seguinte ele viajaria para Dubai e lá permaneceria por cinco dias.
Edward olhava para mim, sabendo que eu estava aborrecida e pedindo desculpas com o olhar. Tinha uma súbita idéia e não hesitei em me manifestar.
–Vamos sair daqui. – eu disse antes mesmo de experimentar a entrada.
–Sair?
–Que tal um programa mais simples, porém muito mais divertido? Assinado por Isabella Cullen. – eu sorri, adorando a minha idéia, sabendo que era a única forma de termos um pouco de paz. E ele percebeu. Sorriu como uma criança para mim.
–Você é o meu guia. Leve-me aonde quiser. – sorriu maliciosamente. Peguei sua mão. Edward lançou em cima da mesa o dinheiro para pagar o nosso consumo, mais a gorjeta do garçom. Saímos de fininho, deixando para trás todas aquelas pessoas esnobes naquele restaurante chique e seguindo, ao meu comando, para um lugar. Qualquer lugar. Eu não sabia para onde, confesso, por isso circulamos de carro por alguns minutos. Então eu vi, ao longe, um festival, ocorrendo em uma vila.
–Edward, pare o carro! – pedi. Edward logo encostou o carro, estacionando no meio-fio de uma viela. – Vamos para aquele festival. – apontei para o lugar. Havia muitas pessoas, balões coloridos e serpentina por todo o lado, risos, música, gritos e cheiro de comida gordurosa.
Lembrei da minha infância, quando ia a festivais assim com os meus pais. Bons tempos. E naquele momento eu quis reviver minha infância naquele festival e partilhar isso com meu marido.
–Quer ir para lá? – Edward perguntou em dúvida.
–Claro. Vamos! Você vai gostar. – saí do caro sem esperar que Edward viesse abrir a porta para mim.
Caminhamos de mãos dadas pela calçada até chegar ao festival. A princípio Edward parecia incomodado com aquela confusão de ruídos e pessoas, mas, pouco a pouco, ele foi se soltando. No final da noite, após aproveitarmos tudo o que o pequeno festival oferecia, voltamos para casa. Eu estava cheia de comida gordurosa, assim como Edward, e tinha tantas bugigangas que compramos nas mãos que ficou difícil carregar sozinha.
Não perguntei se Edward havia gostado do programa, não precisei. A julgar pelo seu sorriso, tenho certeza que ele adorou. Ele não foi o poderoso Edward Cullen, proprietário da maior empresa de publicidade dos EUA, ele foi apenas um homem, o meu homem.
Nós estávamos esgotados após caminhar para lá e para cá, além de dançarmos. Eu estava apenas com as pernas doloridas por ter dançado de salto, mas Edward devia estar mais mal visto que eu pisei muito nos seus pés.
–Está cansada? – ele perguntou, sustentando boa parte do meu peso. Seu braço estava seguramente envolvendo minha cintura e a sua outra mão carregava algumas das coisas que tínhamos comprado.
–Eu estou. – confessei enquanto pegava as chaves e abria a porta do nosso apartamento. Acendi a luz da sala ao passar pela porta e Edward me seguiu. Fechei a porta em seguida, pegando nossas compras e deixando em cima do sofá. Sentei no outro sofá, desabando pelo cansaço. Edward não sentou ao meu lado como eu previa, algo que me surpreendeu. Ao invés disso, ele se ajoelhou de frente para mim. Não entendi seu ato a princípio.
Seus olhos cor de âmbar me fitavam penetrantes. Suas mãos tocaram meu joelho e então foram subindo, subindo, erguendo minha saia enquanto seu rosto se aproximava até seus lábios encontrarem os meus. Seu beijo inflamou meu corpo e logo o cansaço foi esquecido. Minhas mãos foram para o seu cabelo, puxando-os enquanto as mãos de Edward tentavam me despir. Na confusão de peças sendo tiradas, beijos e toques, eu não percebi o que Edward pretendia. Senti seus lábios em minha feminilidade e o mundo ao meu redor pareceu desaparecer.
Tudo estava maravilhoso, ser tocada tão intimamente por Edward era o frenesi e a coisa realmente melhorou quando Edward retirou sua roupa e me levou para o seu quarto. Eu senti o quão insignificante foi a nossa discussão. E eu adorei tudo, o modo como ele sussurrava meu nome, seus gemidos, seu toque, seus beijos, seu hálito, seus dentes mordiscando em alguns lugares, eu me sentia a mulher mais realizada da face da Terra!
...
–Que horas você vai viajar amanhã? – eu perguntei sonolenta. Senti os dedos de Edward afastando meus cabelos do meu rosto. Seu corpo me aquecia mais do que os lençóis que nos cobriam.
–Cedo. – foi tudo o que ele respondeu. Não conseguia abrir os olhos para ver sua expressão, mas sabia que ele tinha um sorriso cravado nos lábios.
–Me acorda amanhã. Quero ir até o aeroporto com você. – e então eu dormi, antes mesmo de ouvir sua resposta. Tudo bem, ele me acordaria.
...
Eu já sentia a sua falta antes mesmo dele embarcar. Minha garganta estava estranhamente apertada e minhas mãos suavam. Pela expressão de Edward, ele também não estava feliz com o nosso afastamento. Segurei forte sua mão enquanto íamos para o portão de embarque.
Um carro com motorista e um funcionário foram até nossa casa, pegando Edward e eu. Conversamos pouco durante a viagem até o aeroporto, estávamos sonolentos demais. Agora era diferente. Estávamos despertos não por que o sono passou, mas por que tínhamos que nos despedir. E após minutos de espera, conversando sobre banalidades e até rindo, Edward levantou-se da poltrona onde estava sentado.
–Eu preciso ir. – ele falou baixinho. – Ligarei todos os dias e mandarei mensagens. – ele envolveu minha cintura com seus braços, puxando-me para mais perto dele e assim nos beijarmos. Eu correspondi ao seu beijo de forma empolgada, ignorando as pessoas que poderiam estar nos vendo. Eu não queria que Edward viajasse, mas eu não diria nada.
–Ligue-me e eu vou atender. Não importa o horário. Edward fique bem em Dubai. Cuide-se. – implorei. Edward deve ter visto a comoção em mim, afagou meu rosto com as mãos.
–Digo o mesmo para você. Qualquer problema procure Alice, ela vai atender o celular se você ligar. Ligue-me também, eu sempre atenderei. – ele me beijou mais uma vez e então seguiu para o seu avião, acompanhado por um funcionário. Eu fiquei no aeroporto até o avião ir embora e só então segui para o meu trabalho.
Quando cheguei ao escritório eu me senti péssima. Minha nova colega de trabalho, uma moça chamada Heidi, tentou se socializar comigo e tentei ser simpática, contando um pouco sobre mim. Acho que não funcionou. Jess soube por Ângela da viagem de Edward e quis que saíssemos para “aproveitar”, mas não tinha clima pra mim. Dispensei todos os convites das meninas, menos o de Alice.
–Eu não vou aceitar um não! Você vai jantar comigo! – ela disse enquanto eu desligava o computador. Já estava no final do expediente e eu estava exausta.
–Alice, eu estou cansada. – reclamei enquanto pegava a minha bolsa em cima da minha mesa. Ela me olhava com raiva.
–Mas você vai cansada jantar comigo! Até morta você iria! O Jasper estará trabalhando até tarde e eu não como sozinha! – pegou minha mão e saiu me arrastando. – Vem! – ordenou. Lembrei que de qualquer forma eu não tinha condução, havia vindo para o trabalho com o carro e motorista da empresa.
–Eu sabia que havia um motivo para você me convidar. – comentei brincalhona. – Sou a última opção, não é?
–Você é minha segunda opção de companhia, cunhada. Minha ultima opção é o Edward! – rimos enquanto Alice me rebocava para o seu carro e logo estávamos em um restaurante chique que ela escolheu.
Rimos, conversamos, comemos e falamos as duas com Edward pelo celular. Ele não pareceu surpreso ao saber que Alice e eu estávamos jantando juntas e suspeitei que ele houvesse pedido a Alice para fazer isso. Ficar com Alice aplacou um pouco a solidão e, de acordo com ela, faríamos isso todas as noites até Edward voltar de Dubai. E então a contagem começou...
1º dia
Edward me ligou várias vezes, conversamos por pelo menos quinze minutos em cada ligação. Ele estava entediado com a viagem de trabalho, queria que eu tivesse ido. Eu queria estar lá.
Heidi era legal, conversamos durante o almoço e Ângela participou ativamente da conversa. Ela não disse muito sobre ela, mas fez perguntas para nós duas. Foi um momento agradável do meu dia.
Ao anoitecer, Alice e Jasper me sequestraram e assim jantamos juntos. Eles não trocaram nenhum tipo de carinho, provavelmente em respeito a mim. Conversamos sobre a empresa, um assunto chato segundo Alice, mas que muito me entretém.
Dormi abraçada com um paletó de Edward após falar com ele por uma hora. O seu cheiro me acalmou e pensei que aquele primeiro dia apenas falando com ele ao celular havia sido melhor do que o esperado.
2º dia
Meu dia teria sido ótimo se eu não tivesse recebido a famosa ligação, agora não tão anônima. Tinha me esquecido que havia dito a tal Tânia que mudaria o número. Não havia nada que eu pudesse fazer agora, não poderia mudar o numero sendo que era a única forma de falar com o meu marido. Não atendi. Se eu ignorasse eu não teria preocupações.
Almocei com Heidi e Ângela e a noite saí para jantar com Ângela, Ben e Jessica. Naquela mesma noite falei com Edward por horas, com ele me contando sobre sua viagem e eu contando sobre o meu dia. Dormi com o celular no meu ouvido enquanto abraçava fortemente o mesmo paletó de Edward da noite anterior.
3º dia
Eu não podia acreditar no que eu estava vendo! Como ela poderia...?
–Desde que horas ela está aqui? – perguntei entre dentes para Erick, o porteiro. Ele me olhou assustado, não imaginou que eu poderia ter uma reação tão violenta.
–A moça chegou há alguns minutos. Quis subir, mas eu não permiti. Precisava da sua autorização. – Erick estava apreensivo, pensando que poderia ter sido dele a culpa pelo meu aborrecimento. Tentei sorrir.
–Não se preocupe, não é culpa sua. Olhe, me faça um favor, vá até aquela mulher e... – e então... Tânia me viu. Sorriu de uma forma simpática, bem diferente da imagem que eu tinha dela. Estava vestida para matar, blazer vermelho com a saia curta, salto alto preto e aposto que não usava calcinha. VADIA!
–Olá querida! – falou numa voz simpática enquanto se aproximava de mim. Eu queria socá-la!
–Saia daqui antes que eu chame a polícia! – minha voz era baixa, mas cheia de autoridade. Erick ficou olhando para nós duas sem saber o que fazer, suspirou aliviado quando uma pessoa o chamou até o seu balcão.
–Não me olhe desse jeito Bella. Você poderia ter evitado o encontro se atendesse minhas ligações. Teria tratado do assunto por celular. – sua voz, seu modo de agir... Eu odiava tudo. Eu a odiava!
–Tenho mais o que fazer do que ficar aqui com uma vadia interesseira como você! – passei esbarrando em seu ombro em direção a escada que dava acesso ao estacionamento. Amaldiçoei-me por querer passar na portaria e pegar a correspondência, poderia ter ido direto ao estacionamento e não ter que ver essa pessoa desagradável.
–Espera! Tenho algo de interesse seu! – ela falou atrás de mim, rapidamente me alcançou, detendo-me.
–Me solta! – gritei, empurrando-a. Tânia cambaleou, mas não caiu. Tentou controlar a raiva, eu pude ver em seus olhos o esforço. Até então eu não havia notado o envelope branco que carregava. Ela o ofereceu a mim.
–Que merda é essa?
–Olha, Bella puritana falando palavrão! Isso é novo pra mim! – riu e tive vontade de avançar na cretina.
–Não vou descer do salto e ficar no seu nível. Leve isso e saia. – não peguei o envelope, mas Tânia o deixou no chão, diante de mim.
–Eu vou embora. Só para que você saiba, eu estou sendo muito legal com você agora. Com o conteúdo do envelope, você entenderá o que houve no passado entre Edward e você. Aposto que vai me agradecer depois. – simplesmente saiu, deixando o envelope no chão. Eu fiquei parada, encarando o caminho que Tânia fez até desaparecer. Olhei então para o envelope branco que parecia estar cheio com alguma coisa.
“Com o conteúdo do envelope, você entenderá o que houve no passado entre Edward e você [...]” – foi o que Tânia disse. O que poderia haver no envelope? Fotos dela com Edward na cama? Será que ela pensava que eu não sabia que os dois tinham sido amantes?
–Senhora Cullen, tudo bem? – não notei a aproximação de Erick. Ele parecia estar tenso, provavelmente ficou nervoso achando que iríamos brigar e ele seria obrigado a apartar a briga.
–Sim. Tudo bem. Irei para o trabalho. – decidi. Só naquele momento eu notei que não havia pegado as chaves da minha moto. Certamente estavam no apartamento. Virei meu corpo para voltar aos elevadores.
–Senhora Cullen! O envelope! Ele é seu? – ao me virar deparei-me com Erick oferecendo o envelope deixado por Tânia. Pensei em mandá-lo jogar fora, mas acabei por pegar, sem ter certeza do que faria com aquilo.
–Obrigada. – tentei sorrir, mas minha tentativa não convenceu Erick. Ele voltou ao seu posto e eu segui para o apartamento.
Decidi jogar o envelope fora assim que chegasse ao apartamento e foi isso o que eu fiz. Eu o joguei na lata de lixo que ficava na cozinha. Olhei meu relógio, eu não me atrasaria se protelasse por alguns minutos. Logo Magdalena e Eli estariam em casa, se viessem. Elas não costumavam atrasar. Peguei o meu celular enquanto ia até onde havia deixado as chaves da minha moto. Liguei para o celular de Eli e logo fui atendida.
–Senhora Cullen? – ela perguntou em dúvida. Essa devia ser a primeira vez que eu ligava para ela, mas ela certamente tinha meu número assim como eu tinha o seu.
–Oi Eli. Eu só liguei para saber se aconteceu alguma coisa. Vocês não costumam se atrasar.
–Lamento senhora Cullen, mas a linha férrea que utilizamos está com problemas. Não estamos conseguindo chegar aí.
–Não se preocupe. Se vocês não conseguirem então voltem para casa. Eu vou ficar bem. – sugeri enquanto voltava para a cozinha e me servia de um copo com água.
–Nós ficaremos aqui mais alguns minutos. Se não conseguirmos embarcar, eu a avisarei. E se formos, eu avisarei de qualquer jeito.
–Tudo bem. Eu vou para o trabalho. Peça as chaves para o porteiro Erick como de costume. Até mais. – desliguei o celular, colocando-o em minha bolsa. Beberiquei a água que havia colocado para mim enquanto minha mente girava. Olhei para a lixeira, em dúvida. Minha curiosidade venceu meu bom senso. Fui até a lixeira pegando o envelope, fiquei próxima da bancada da pia, deixando meu copo com água descansar lá. Abri o envelope e duas coisas caíram de lá: um bilhete e o que parecia ser um documento.
Leia à última clausula. – estava escrito no pequeno pedaço de papel.
Olhei para aquele documento sentindo algo inexplicável, um... Aperto no peito. Minhas mãos tremeram. Eu estava tensa.
Deve ser uma brincadeira de mau gosto, pensei. Tânia estava pregando uma peça em mim e eu estava caindo como um patinho. Analisei os papéis, notando que eles eram oficiais pelo tipo de papel, carimbo e tudo o mais. Olhei a capa e contracapa e então soube do que se tratava.
–O testamento do pai de Edward? – murmurei. Eu estava confusa com isso. Por que Tânia me dera algo tão insignificante? O que ela esperava conseguir com aquele documento? Seguindo as orientações do bilhete, passei um olho por todas as páginas até chegar à última cláusula.
Beberiquei novamente a água enquanto lia o último parágrafo e pouco a pouco, enquanto apreendia as informações naquele parágrafo, fui parando de fazer o que eu fazia. Por fim, paralisada como uma boneca, eu deixei o copo cair de minhas mãos.
O copo quebrou, espalhando água por todo o lado. Segurei fortemente as folhas de papel que estavam em minhas mãos enquanto meus olhos encaravam assustada, a verdade que Tânia alegou estar ali.
Meu mundo, em segundos, ruiu completamente. Não conseguia fazer nada a não ser encarar aquela última cláusula.
Agora eu sabia... Agora eu sabia de tudo. E eu soube como era estar no inferno.
Alice pov’s
Era estranho. Bella não havia ido à empresa, eu descobri isso quando fui pega-la para jantarmos juntas e sua colega de trabalho avisou. Ninguém sabia dela e Bella não era o tipo de funcionária irresponsável que faltava sem avisar. Dei de ombros, talvez ela só não estivesse a fim de trabalhar. Isso acontece.
–Bella não vai jantar conosco? – Jasper perguntou enquanto eu entrava em seu carro, que estava no estacionamento da empresa.
–Ela não veio hoje. Não sei o que pode ter acontecido. – murmurei enquanto fechava o meu cinto de segurança.
–Quem lhe disse que ela não veio?
–Uma funcionária chamada Heidi. Nem sabia que tínhamos alguém trabalhando nessa empresa com esse nome. Falei com o chefe do setor contábil e ele disse que Bella não ligou. Eu conheço minha cunhada o suficiente pra saber que ela ligaria para justificar sua ausência. - peguei rapidamente o meu celular na bolsa e percebi que havia muitas ligações do Edward. Bizarro! Edward não costumava me ligar tanto assim.
–Vai ligar para ela? Saber o que aconteceu? – meu marido perguntou enquanto ligava o carro.
–Ligarei primeiro para o Edward. Você não vai acreditar, mas tem vinte e três chamadas dele. – e o que eu disse, devido à estranheza do negócio, surpreendeu Jasper.
–Deve ser importante. Retorne.
–É o que eu farei agora. Vai ver aquele prego fez alguma bobagem e precisa do meu intelecto. Muahahahahaha! – e com minha risada diabólica redisquei para o Edward que atendeu no primeiro toque. Era muito desocupado mesmo!
–Alice, é você?
–Claro que sou eu seu cabeção! Por que ligou para mim tantas vezes seu psicopata! – ambos, Jasper e eu, reprimíamos uma risada.
–Eu não teria ligado tantas vezes se você tivesse atendido o seu maldito celular! Sabe há quanto tempo eu estou ligando? Por que não me atendeu? – ele estava furioso, não havia curtido minha piadinha.
–Calma! O que você quer? – Jasper já saia da garagem, seguindo para a avenida principal.
–Não consegui falar com Bella o dia todo. Estou preocupado. Você ainda está na empresa? Você a viu? – ele estava muito preocupado, então o negócio era sério mesmo. Deixando o meu lado brincalhão de lado, procurei agir como uma pessoa normal.
–Ela não veio trabalhar. Eu soube pela colega de trabalho dela e pelo chefe da parte contábil. Estou indo ao seu apartamento para ver se ela está bem e saber por que cortou comunicação com o mundo.
–Fala isso, por favor. Bella sempre atende as minhas ligações, não importa a que horas eu ligue. Além disso, ela não costuma faltar. Liguei para o seu celular e para o telefone residencial do meu apartamento, mas ninguém atende. Eu também falei com o chefe do departamento dela, ele disse que ela não havia aparecido, mas como ele é muito ocupado talvez não a tivesse notado. – voz do meu irmão estava frenética, assustada.
–Acalme-se. Eu vou até lá e ligo para você. Até mais. – desliguei meu celular. Jasper me olhava de esguelha com aquela expressão de preocupação que dificilmente toma seu rosto.
–Alguma coisa pode ter acontecido. – ele murmurou enquanto acelerava mais o carro.
–Não podemos fazer deduções precipitadas. Vamos averiguar o que houve.
E eu estava com uma sensação estranha, uma apreensão que dificilmente sinto.
...
–Boa noite senhora Hale, senhor Hale. – Erick, o porteiro do condomínio, nos cumprimentou, ele já nos conhecia há algum tempo, mais precisamente desde que Edward se mudou para cá.
–Olá Erick. Eu vim fazer uma visitinha para a minha cunhada, a Bella. Ela está, não é? – perguntei. Erick assentiu, mas havia algo na sua expressão que me preocupava, ele parecia tenso.
–Sim, acho que a senhora Cullen está aí. – murmurou.
–Ótimo então nos anuncie. Estamos subindo. – eu me afastei do balcão, pegando a mão de Jasper no processo.
–Espere senhora Hale! Acho melhor levar esta chave com a senhora! – Erick disse, segurando uma chave nas mãos. Aproximei-me dele, pegando as chaves.
–As chaves do apartamento do meu irmão? Não é mais fácil interfonar para a Bella e avisar que estamos subindo? Ela abrirá a porta.
–Eu estou tentando falar coma senhora Cullen, mas não estou conseguindo. Queria dizer que chegou algumas coisas do correio para ela e o seu esposo.
Isso definitivamente era estranho. Suspeitei que algo pudesse ter acontecido a minha cunhada e quis chegar o quanto antes no apartamento de Edward.
–Eu vou até lá. Obrigada pelas chaves. Ah, passe-me a correspondência, aproveito e a deixarei lá. – sorri como uma forma de tranquilizar o porteiro que parecido preocupado com Bella tanto quanto eu. Ele me passou um bolo de cartas e rapidamente as passei para Jasper. Mas quando eu iria seguir para os elevadores...
–Senhora Hale? – era Erick, de novo.
–Sim? – eu o olhei furtivamente.
–Sei que isso não é da minha conta, mas o que aconteceu hoje realmente me preocupou.
–E o que aconteceu? – perguntei apreensiva.
–Uma moça veio aqui, disse que era amiga da senhora Cullen. Elas se encontraram quando a senhora Cullen se dirigia para trabalhar. As duas acabaram discutindo.
–Qual era o nome dessa moça que dizia ser amiga da Bella?
–Ela não se identificou senhora. Mas se isso ajuda, ela era alta, branca, loira e...
E então eu soube que estávamos com problemas.
–Obrigada Erick. Eu vou até ela. Vem Jasper! – peguei sua mão e praticamente corri até os elevadores. Jasper só se manifestou quando nós estávamos dentro.
–Aconteceu alguma coisa, não foi? – ele perguntou.
–Tânia esteve aqui. Não sei o que ela fez, mas Bella não saiu do apartamento desde que a encontrou. Erick disse que elas brigaram e que Bella voltou ao apartamento e não mais desceu. Isso não é nada bom. – eu estava nervosa, mais do que já estava, e não sabia o que deveria fazer. Ligar para o Edward? Mas ele estava em Dubai, não poderia ajudar. Polícia? Acho que não era o caso? Ligar para... Uma ambulância? Estremeci.
–Devo ligar para alguém? – Jasper estava tão apreensivo quanto eu.
–Espere. Verei a situação e depois veremos o que fazer. – chegamos ao andar onde ficava o apartamento de Edward. Eu me apressei em pegar as chaves para abrir a porta. Jasper mostrou-se disposto a me seguir, mas eu o detive.
–Deixe-me ir primeiro. Chamo você se precisar. – tentei me recompor e assim parecer mais forte, como Jasper costuma me ver, e assim convencê-lo a não me seguir. Eu sabia, intuitivamente, que eu precisava entrar sozinha. Jasper ficou em frente ao apartamento com o celular nas mãos, tão atento quanto eu. Entrei vagarosamente e assim que passei pela batente da porta, comecei a chamá-la.
–Bella, você está aqui? Sou eu, a Alice. A casa estava escura, mas não silenciosa. Ouvia um ruído na direção do corredor que me levaria aos quartos. Caminhei depressa até lá, notando que só havia uma luz ligada.
–Bella, você está aqui? – enquanto eu me aproximava, o barulho foi ficando mais e mais perceptível. Alguém ria, ria muito. E quando eu entrei no aposento iluminado...
–BELLA! O QUE DIABOS ESTÁ FAZENDO? POR QUE NÃO FOI TRABALHAR? POR QUE NÃO ATENDEU A NENHUMA LIGAÇÃO? – disparei enquanto ela pegava uma leva de roupas e... colocava em uma mala?! Além disso, Bella continuava a rir como se tivesse ouvido a piada mais engraçada da face da Terra!
Ela me ignorou enquanto fechava uma mala. Notei então que havia mais malas próximas a porta. Assim que colocou a mala que até então fazia próxima as outras, pegou outra mala, a última pelo que pude ver, e voltou a colocar roupas lá.
–Bella, o que você está fazendo? – murmurei, tentando compreender o que estava acontecendo.
–Estou fazendo algo que eu já deveria ter feito há muito tempo. Vou sair dessa casa! – sua voz mostrava toda a ira que parecia possuí-la. Eu jamais a vi dessa forma. Enquanto ria aqui e ali, executando sua tarefa de arrumar suas coisas, seus olhos derramavam lágrimas. E me passou pela cabeça que ela parecia verdadeiramente à beira da loucura.
–Por quê? – murmurei. – Por que está fazendo isso Bella? Não entendo. – minhas palavras a enraiveceram.
–POR QUÊ? VOCÊ PERGUNTA O PORQUÊ? – caminhou apressada até a sua cama, pegando um maço de papéis. Jogou em mim. – VOCÊ SABE MUITO BEM O PORQUÊ! NÃO FINJA QUE NÃO SABE, AFINAL ELE PRECISOU DA SUA AUTORIZAÇÃO PARA ME SACANEAR!
Peguei o que ela havia jogado para mim e quando li o que estava no verso, eu congelei. Sim, Bella sabia de tudo. Ela sabia do contrato entre Edward e o meu pai, através do testamento deixando por ele. Ela sabia que o Edward só casou com ela para herdar o que lhe cabia na empresa.
Fiquei calada, olhando para os papéis, enquanto Bella estava para lá e para cá, terminando de arrumar suas coisas. Percebi que as coisas que eu dei a ela, e até as que o Edward deve ter dado, Bella deixava de lado.
–Bella, nós precisamos conversar. – disse sem olhá-la.
–Eu só conversaria se você me dissesse que Tânia mentiu e que esse documento em suas mãos é a maior falsificação já feita, mas você não vai fazer isso. Eu sei pelo modo como reagiu que é tudo verdade.
Eu queria dizer algo, mas não conseguia. Até por que Bella estava histérica, não me ouviria. Ela fechou o zíper da última mala e eu sabia que tinha mais alguns segundos.
–Ele ama você. O que ele fez no passado foi terrível, mas...?
–Eu não fiquei surpresa. Ele havia me sacaneado antes, mas você. Você! Eu não esperava isso de você. Por quê? – eu a olhei por alguns instantes. Bella estava parada, os olhos inchados. Ela deve ter chorado o dia todo. Como eu poderia mentir para ela agora, tentando encobrir o crime que também cometi ao aprová-la?
–Queria que Edward soubesse o que é amar alguém de bem. Eu queria que ele deixasse a materialidade e superficialidade de lado. Você me pareceu à pessoa ideal para ensinar isso a ele, por isso...
–Por isso, para salvar o irmão, resolveu acabar com a minha vida. – seu tom de voz era amargo. – Eu não posso exigir nada, não é mesmo? Ele é seu irmão e eu não sou nada pra você.
Bella tentou arrumar as malas de modo tal que pudesse levá-las em uma viagem. Tive a certeza de que se oferecesse ajuda, ela me mandaria para o inferno. Retirou sua aliança e a jogou no chão.
–Espero nunca mais vê-los. Diga ao seu irmão que logo os papéis para o divórcio estarão prontos para que ele assine. – e dizendo essas palavras, Bella saiu do quarto carregando suas malas.
Eu peguei a aliança no chão e o testamento do meu pai, deixando-os em cima da casa de Bella. Sentei em sua cama e contemplei o chão, perdida. Jasper logo veio ao meu encontro, tinha um olhar desnorteado.
–Vi Bella sair com malas. Ela não falou comigo quando me viu. O que...? – ele viu o meu rosto, a aliança na cama juntamente com o testamento do meu pai e compreendeu.
–Ela soube. – disse enquanto sentava-se ao meu lado. Pegou a minha mão e a apertou. – Sinto muito. – murmurou.
–Eu disse para aquele idiota que isso iria acontecer. Tentei convencê-lo a contar, mas ele não me ouviu. – meu sorriso era triste. Eu imaginei que Edward se sentiria bem pior.
–O que faremos? Edward ligou agora a pouco. Eu disse que você retornaria.
–Passe o celular aqui. – eu o peguei e fiz a única coisa que pensei naquele momento: eu o desliguei. Jasper me olhou desconfiado.
–O que espera conseguir com isso amor? Ele terá de saber mais cedo ou mais tarde.
–Entre o mais cedo e o mais tarde, prefiro o mais tarde. Edward não está preparado para ouvir a verdade e nem eu para contá-la. Eu preciso de um tempo para pensar no que dizer. Vamos.
Saímos de mãos dadas e ficamos em silêncio o caminho todo até a nossa casa. Quando chegamos lá, Jasper me abraçou apertado. Ele sabia que estava sendo difícil para mim, eu estava me sentindo a pessoa mais asquerosa da face da Terra.
Pelo menos eu tenho meu marido para me consolar, pensei. Meu irmão não teria ninguém além de mim e de Jasper, o que para ele não significaria nada.
Continua...
Agora ferrou de vez . Eu sabia que a vadia ia aprontar alguma coisa feia, que não ia deixar barato pro Edward. E claro que a Bella ficaria enfurecida quando descobrisse a verdade, principalmente contada pela Tânia. Se o Edward tivesse contado antes, como a Alice tantas vezes aconselhou, talvez Bella pudesse perdoá-lo, mas agora acho que não tem mais jeito, acho que ele a perdeu definitivamente. Vamos ver como ele vai reagir quando descobrir o que aconteceu. Beijos e até amanhã.
+ FANFICS ROBSTEN E BELLARD
Oii moms! Agora ferrou de vez, aquela vadia conseguiu acabar com tudo ne ou quem sabe nao?! Beijusculo ate amanha
ReplyDeletemuito bom estou adorando!!
ReplyDeleteEu estou meio triste que eles talvez chegam a se separar, eu acho que o edward devia voltar para forks e procurar por bella. Pedir desculpa para ela disendo que esse foi o antigo edward e que ele mudou agora e que ele realmente ama ela. Pois é a pura verdade e eu tambem acho que a bella deveria desculpar-lo pois eles formam um lindo casal.
ReplyDeletexoxo
Aí meu Deus, nao acredito!! Mas já se sabia que isso iria acontecer.
ReplyDeleteEle lá em Dubai.... O que se fazer??
Esse cap foi alucinante, muito bom!!
Ferro de vez!!o Ed vai pirar quando ficar sabendo,estou mto triste pq agora vem a tempestade;
ReplyDeleteE pra complicar ainda mais com certeza vai aparecer pra consola a bella cheio de segundas intenções,louca pro proximo cap.Essa fiq é mto boa bjsbjs!!!ninha.
Que arrasou esse capituloooooooooooo. Há ta demais!
ReplyDeleteOi meninas! Meu Deus, que capitulo! Ferro de vez, tadinho do Edward, ele não vai suportar ficar sem a Bella. Beijinhos, to amando a fic.
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