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Tuesday, April 03, 2012

FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 48


Olá pessoal! Hoje Edward finalmente consegue conversar com Bella e fazê-la pensar mais antes de decidir pelo divórcio.

Título: O Contrato 
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio; 
http://www.facebook.com/jacqueline.sampaio; 
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

O Contrato
By Jack Sampaio

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"



CAPÍTULO 48


Bella pov’s


Eu estava no meu quarto, mais precisamente deitada em minha cama. As lembranças da noite anterior eram vagas e, por não encontrá-lo por perto, pensei seriamente se tudo fora um sonho. Espreguicei-me como uma gata; ao olhar o despertador em cima do criado mudo eu sorri. Ainda estava cedo, eu tinha todo o tempo do mundo para me arrumar. Mesmo assim eu procurei ser rápida e eficiente, vestindo roupas casuais e bonitas e usando uma maquiagem bem leve.
Enquanto caminhava para a sala, eu senti o cheiro de café, algo que estranhei. Não precisei entrar na cozinha para vê-lo. Ele bebericava uma xícara de café, sentado no sofá da sala. Surpresa por ainda encontrá-lo por lá, disparei:
–Edward, o que está fazendo aqui?! – perguntei sobressaltada. Seu rosto, que antes transmitia cautela, deixou claro seu aborrecimento. Deixou a xícara que bebericava em cima da mesinha de centro e voltou a me olhar.
–Não faça isso, por favor. Você bebeu ontem, mas não o suficiente para esquecer tudo o que aconteceu. Na noite passada nós jantamos e você me deixou ficar aqui. – ele estava com raiva e nervoso, com toda a razão. Eu me perguntei se alguma vez fiz isso com ele, fingir que nada havia acontecido após ceder... Sim, eu tivera essa atitude muitas vezes.
Procurei me lembrar da noite anterior. Eu estava desnorteada pela bebida, mas sabia o que havia acontecido: o jantar, a conversa, as confissões que ele fizera para mim... Não me lembro de tê-lo convidado, no entanto, pelo menos não de forma direta como ele sugeria, mas também não o mandei embora.
–Não me lembro de ter dito algo como ‘Edward, fique aqui comigo.’ – por algum motivo minha voz soou rude, talvez pela tensão daquele momento. Depois do que aconteceu na noite anterior, embora não tenhamos passado dos limites, eu me sentia estranhamente vulnerável. Edward continuou a me encarar, mais e mais aborrecido com a minha postura defensiva.
–Quando eu perguntei a você se poderia ficar aqui, você disse algo como ‘eu só tenho essa cama para dividir’. Para mim isso foi um sim. – notei certo sarcasmo em suas palavras, algo típico do Edward de outrora, do Edward de quando estávamos a pouco tempo casados. Movida por aquele comportamento que eu tanto detestava, eu o espelhei sendo sarcástica também.
–Aposto que se eu falasse não, você ouviria um sim. Estou certa? – e minhas palavras arrancaram um meio sorriso de seus lábios (meus olhos ficaram naquele local por mais tempo do que o permitido) e relembrei que vi aquele mesmo sorriso algumas vezes antes, quando namorávamos.
–Absolutamente certa. – ainda sentado, ele ergueu uma mão em minha direção, oferecendo-a para mim. Estava desnorteada demais para entender o seu gesto. Edward notou minha confusão, manifestando-se em meu lugar.
–Venha, sente-se. – deu espaço para que eu sentasse ao seu lado, dando tapinhas no lado vazio do sofá. Eu temia qualquer aproximação com ele, temia as sensações que me assaltavam quando estávamos próximos. Eu não me sentia mais dona de mim para impedir que eu agisse de forma imprudente, como permitir seu assédio e até correspondê-lo.
–Edward, eu não tenho tempo para conversar. Vou acabar chegando atrasada do trabalho e... – eu dizia nervosamente, olhando para a porta. Tinha outra desculpa engatilhada para falar, mas as palavras me escaparam quando senti minha mão ser capturada pela sua.
–Sente-se Bella. Eu sei que você tem tempo, acordou cedo e se arrumou rápido. Além disso, eu não vou demorar com o que falarei.
Eu não pude afastar sua mão, que ainda segurava a minha, ou negar o seu pedido. Relutantemente eu me sentei ao seu lado, ainda mantendo certa distância. Ele não soltou minha mão, pelo contrário, segurou-as entre as suas mãos grandes e quentes. Notei então, tardiamente, que minha antiga aliança estava no meu dedo anelar esquerdo. Eu poderia apostar que Edward a colocara ali enquanto eu estava dormindo. Suspirei. Ele precisava entender que as coisas, apesar de confusas no momento, não mudaram minha resolução de me separar.
–Edward, não é por que nós jantamos ontem e você dormiu aqui em casa que...
–Eu sei. – murmurou com pesar. Seus olhos fitaram nossas mãos para depois me olharem com uma intensidade desconcertante.
–Escute tudo o que tenho para dizer, por favor. Sei que já tivemos essa conversa, mas você nunca me ouviu. Você fingia ouvir. Me escutará agora? – eu assenti e Edward continuou. – Eu quero contar tudo, coisa que eu deveria ter feito anteriormente.
–Eu não quero ouvir por que eu já sei o que vai dizer. Estou tão cansada disso! – soltei minhas mãos, colocando-as em minha testa. Edward apressou-se em capturar minhas mãos novamente, fazendo-me olhar para ele.
–Você não ouviu antes, como eu disse, e sim fingia ouvir. – eu voltei a olhá-lo, calada. Ele entendeu isso como um consentimento para conversarmos. Respirou fundo, preparando-se para falar. Quando começou, as palavras saíram numa torrente.
–Não vou começar pela minha infância, disso você já sabe. Mas devo lembrá-la que muito do meu comportamento tenebroso é reflexo do que vivi quando pequeno. Eu deveria ter me tornado o oposto do meu pai, mas não foi o que aconteceu. Eu consegui a proeza de ser o pior, um narcisista materialista ao extremo, ávido pelo poder e por uma vida de luxúrias. – a forma como falava de seus pecados era emocionada. Imperceptivelmente ele comprimiu as minhas mãos com um pouco mais de força do que o necessário. Ficou em silêncio, perdido em pensamentos nada agradáveis até conseguir retomar o que falava.
–Eu não tive as melhores experiências com mulheres, à maioria que se aproximava era por interesse. Passei a tratá-las como objeto, tal qual me tratavam.
–E eu fui uma delas, certamente. – falei com amargura. Ele não ousou me olhar.
–Sim, no começo. Meu pai estipulou aquela cláusula idiota e eu queria cumpri-la a fim de conseguir minha herança. Eu não medi esforços para conseguir o que era meu por direito. Eu estava disposto a pisar em qualquer um. – suas palavras foram como adagas em meu peito. Eu não queria ouvir mais nada, porém ele continuou a falar. – Além de me casar por um ano, eu precisava de alguém que Alice aprovasse. Vi vocês certa vez e eu a escolhi pelo bom relacionamento demonstrado por vocês duas. Eu agi como um patife, iludindo-a a fim de apressar as coisas. Já tinha tudo planejado: após o casamento eu faria você me pedir o divórcio, já que eu não poderia fazer isso por um ano. – eu me recordei do dia em que tive acesso ao testamento, lendo-o e sabendo que apenas eu poderia gerar o divórcio antes do período de um ano sem prejudicá-lo.
–Você me prejudicou tanto só para ter o seu dinheiro... – minha voz soou embargada. Uma lágrima escapou de meus olhos e como minhas mãos estavam sendo seguradas pelas de Edward eu não a enxuguei. Edward fez o favor de enxugá-la por mim com a costa de uma mão. Sua mão ficou um pouquinho ali, acariciando meu rosto.
–Eu era diferente naquela época, ainda assim não senti prazer em machucá-la tanto. Foi muito difícil, mas acreditei que seria melhor agir daquela forma. Quanto mais rápido você pedisse o divórcio, mais rapidamente sairia daquele pesadelo. Pensei estar agindo com bom senso, sem tocá-la e destratando-a. – sorriu tristemente.
Embora a verdade machucasse, eu estava curiosa. Eu queria entender tudo o que havia acontecido sob a perspectiva dele. Por isso procurei me acalmar e sufocar a tristeza que eu estava sentindo a fim de incentivá-lo a falar mais.
–Por que as coisas mudaram? O que fez as coisas mudarem? – perguntei. Ele sorriu minimamente, tocando meu rosto mais e mais, acariciando-o da têmpora esquerda ao queixo. A outra mão segurava minhas duas mãos e o vi inclinar a cabeça, deitando-a nas costas do sofá.
–Eu descobri o meu amor por você. Deveria ter confessado o que eu sentia, mas não o fiz. Eu demorei a admitir o que sentia. Você foi a primeira mulher por quem eu me apaixonei e eu estava tão desnorteado com isso! Bella... Eu errei muito com você, movido pelo amor, pelo ciúme, pelo desespero. Deus sabe o quão confuso eu estive nos meses que se seguiram. Nosso relacionamento se transformou num caos completo principalmente por que você me destratava e eu espelhava o seu comportamento. Não conseguia ficar calmo e tratá-la com amor como você merecia. Foi só quando eu a vi com o tal Jacob que eu percebi o quanto fui burro em não expressar meus sentimentos. Mais uma vez agi precipitadamente, temeroso em perdê-la. Não sei se foi um erro ou acerto o que eu fiz naquela noite, mas graças a isso ficamos juntos. Eu pude quebrar as barreiras que me envolviam e confessar meus sentimentos. Deveria ter esclarecido tudo sobre o contrato, mas temi perdê-la.
Enquanto Edward falava, eu me lembrava do que vivemos do momento em que ele passou a me notar na empresa até agora. Foi um caminho árduo, cheio de altos e baixos (principalmente baixos) em que ora nos amávamos, ora nos odiávamos. Nunca existiu, até agora, um meio termo para nós dois. Com pesar conclui que talvez nunca existisse.
–Você deveria ter me contado. – murmurei, encarando o chão. – Se tivesse me esclarecido tudo, as coisas teriam se resolvido. Mas agora... – deixei o restante do discurso em suspenso. Ele entenderia, claro, onde eu queria chegar. Apertou minhas mãos e por pouco não as machucou. Com uma mão ele ergueu meu queixo, forçando-me a olhar para ele.
–Não diga nada definitivo, não ainda. – implorou. – Me deixei tentar, eu ainda tenho forças para lutar por você. – o calor de suas mãos e seu discurso apaixonado me envolveram como uma onda, sufocando-me.
Eu estava à beira de um precipício de emoções e a cada instante Edward me puxava para cair, perder para o lado mais favorável a ele. Eu estava com medo, temendo reviver os momentos terríveis que vivi ao seu lado.
–O que você quer que eu faça afinal? Desistir do divórcio e voltarmos a viver como marido e mulher? Fingir que nada aconteceu? Edward, eu não sou assim tão nobre. E eu descobri um amor próprio muito grande em mim para ignorar todo o mal que você me fez.
–Não estou pedindo para ficar comigo aqui e agora e desistir da separação. – tratou de desfazer minhas palavras. – Eu só quero que pense um pouco mais sobre isso e perceba que o melhor seria ficarmos juntos. Prometa-me Bella, por favor. – eu quase ri das suas palavras. O que dizia era o mesmo do que admitir que ele queria o meu perdão e o esquecimento dos acontecimentos ruins do passado.
Eu deveria dizer não a ele e certamente Edward aceitaria. Ou poderia simplesmente mandá-lo ir embora. Tantas coisas a se fazer...
Depois de errar tanto, eu deveria ser mais racional e me afastar dele. Mas depois de tantos erros cometidos que muitos prejuízos me trouxeram, errar uma vez mais não me pareceu um pecado muito grande.
–Tudo bem Edward. Eu prometo pensar um pouco mais sobre isso. – disse. Minha resolução modificou completamente o ambiente pesado que antes imperava. Edward abriu o sorriso mais lindo que eu já vi em um homem, deixando-me sem palavras. Seus braços logo me envolveram em um forte abraço, deixando-me embasbacada. Meu primeiro pensamento foi de afastá-lo, mas fui relaxando naquele contato, lembrando-me de épocas mais felizes quando eu achava ser a mulher mais afortunada da Terra por estar em seus braços.
Cedo demais ele se afastou, roçando seu rosto com o meu enquanto sua respiração quente tocava aqui e ali em meu corpo.
–Era só isso o que eu precisava. Eu sei que eu não mereço, mas agradeço mesmo assim pelo benefício da dúvida. – afastou-se como se me desse tempo para respirar. Flexionei as mãos assim que ele as soltou e me apressei em retirar a aliança colocada por ele.
–É melhor ficar com isso por enquanto. Eu não quero ter de dar explicações. – devolvi o aro dourado a ele, que aceitou com relutância. Tão rápido que não pude impedi-lo, Edward colocou a aliança no dedo médio da minha mão esquerda.
–Como estou em estado probatório, o anel ficará aqui. Ninguém fará perguntas. Só retire o anel se decidir pelo não e eu espero sinceramente que isso não ocorra. – seu riso baixo encheu a pequena sala de meu apartamento de um sentimento bom, caloroso. Esperança... Era isso o que havia agora naquele local.
Constrangida, eu me levantei.
–Eu preciso ir agora. – olhei o relógio de pulso só para não ter de olhar para ele.
–Quer uma carona? – perguntou. Neguei veementemente. Eu sentia que se permanecesse ao seu lado por mais tempo faria uma besteira maior.
–Não. Vou com a minha moto. – ousei olhá-lo. Foi um erro.
Edward estava perto demais, fazendo-me sentir sua respiração quente em meus lábios. Seus olhos me despiam, transmitindo uma sensação sem igual, quase como se ele pudesse ver minha alma com aqueles orbes, dourados e hipnóticos. Deus, Edward era lindo! Nada modificou minha percepção de sua beleza, nem mesmo o ódio cego que sentira tantas vezes.
Suas mãos grandes e quentes seguraram meu rosto enquanto ele diminuía mais e mais a distância entre nossas bocas.
–Eu posso? – pediu. Quase ri daquele seu pedido. Se eu dissesse não a ele, Edward agiria de qualquer forma. Enquanto se aproximava, interpretando meu silêncio como um consentimento, eu sussurrei.
–Permitir que me beije não é um sim à reconciliação. – nossas respirações se mesclavam; eu já sentia o seu gosto maravilhoso e familiar na minha boca antes do beijo. Quando nossos lábios se encontraram foi só contentamento. Aquele era o nosso primeiro beijo em que eu consenti e tinha um gosto todo especial, um gosto de reconciliação pela frente. Ele sabia disso, posso apostar. Eu sabia, mas não estava pronta para admitir. Puxou-me para o circulo dos seus braços com uma força tremenda, mas não reclamei. Não o envolvi em meus braços como gostaria, descansando minhas mãos em seu peito coberto pelo terno e nada mais.
A princípio eu realmente me entreguei aquele momento, acreditando que não passaria de um inocente beijo. Então as mãos de Edward foram ficando impacientes, tocando-me com mais força enquanto seus lábios me beijavam com mais e mais ânsia. Temi o seu descontrole, eu não sabia se o recusaria caso ele sugerisse com o corpo nós fazermos amor, mas parou, para o meu espanto.
–Vou acabar perdendo o controle assim. É melhor eu parar enquanto ainda conservo um pouco de racionalidade. – beijou minha testa, afastando-se. – Eu estarei esperando por você. – disse com um meio sorriso nos lábios, os olhos de alguma forma também sorriam. Saiu calmamente e ouvi seus assovios pelos corredores antes, suponho, de entrar no elevador.
Precisei me sentar depois disso, sabendo que, após tudo o que houve entre nós nesse curso espaço de tempo, ficaria difícil dizer um não definitivo a ele.


...


Antes de entrar em minha sala, recebi uma ligação do meu advogado. Ele queria saber se eu já tinha em mãos o vídeo que comprovava a traição de Edward. Lembrei-me do DVD que Jessica deixou em minha bolsa, item que não voltei a pegar depois. Inventei a desculpa de que minha amiga ainda não encontrara o material. O senhor Smith compreendeu, dizendo que a documentação já estava pronta e que mais tarde anexaríamos a prova. Eu agradeci seu empenho e me despedi.
Eu estava me sentindo mergulhada no caos. Há apenas algumas semanas eu estava odiando Edward e agora eu não mais sabia o que sentir. Fui compelida pelas palavras dele a olhar todos os acontecimentos sob sua perspectiva, refletindo sobre meus atos e os dele. Edward havia falhado, é verdade, mas quem nunca errou nessa vida? Eu mesma cometi os meus erros em nosso relacionamento. Ele parecia arrependido e parecia me amar, isso deveria bastar para deixar tudo de lado e viver novamente esse amor.
Não bastava.
As lembranças ruins dos meses de sofrimento que passei, e os motivos por detrás de meu sofrimento imposto por ele, martelavam minha cabeça. Eu nunca conseguiria me desvincular da raiva, da tristeza, da mágoa. Eu não sabia se conseguiria tocar um relacionamento com ele, sendo constantemente atormentada pelos erros cometidos.
“Você precisa seguir em frente Bella.” – pensei enquanto entrava em minha sala, sendo recepcionada pela minha amiga Jess. Mesmo ouvindo sua conversa animada sobre o que esperar do evento que participaríamos naquela noite, eu não consegui me desligar dos pensamentos a respeito de Edward.
Enquanto trabalhava, cometi um ou outro erro devido a minha desatenção, mas Jess salvou meu dia, corrigindo minhas falhas. Só sosseguei quando chegou a hora do almoço. Ben não almoçou conosco como de costume, imerso em trabalho como estava. Mike ficou ao lado da namorada, do outro lado do refeitório. Ficamos apenas Jessica e eu numa conversa monossilábica (ela falava e eu dizia uma ou outra coisa para incentivá-la a falar). Mas em um determinado momento, Jessica me surpreendeu sendo observadora.
–Aconteceu alguma coisa com você. Edward deve estar envolvido. – falou num tom de voz rude enquanto seus olhos fitavam o aro dourado que Edward colocara em meu dedo antes de eu vir à empresa.
–Não pense coisas sem sentido. – disse, tentando esconder minha tensão. Eu sabia o quanto eu seria criticada pelos meus recentes atos e não estava a fim de ser repreendida naquele momento.
–Você está muito dispersa, alguma coisa grave deve ter acontecido. Além do mais isso no seu dedo é uma aliança. – apontou para o meu dedo e tratei de esconder minhas mãos, colocando-as debaixo da mesa.
–Seria uma aliança se estivesse no dedo anelar, o que não é o caso.
–E o seu advogado? Já entrou com o pedido de divórcio via litigiosa? – Jess me avaliava, louca para que eu cometesse um deslize e assim pudesse me criticar. Dei de ombros, tentando aparentar tranquilidade.
–Tudo encaminhado. Agora vamos falar do evento de hoje à noite. Quero saber como iremos para lá, quem vai nos acompanhar, etc. – minhas palavras a distraíram e Jess esqueceu do assunto.
Eu não estava preparada para dizer alguma coisa a alguém. Primeiramente tomaria a decisão e depois comunicaria a todos. Era a única coisa sensata que eu faria.


...


Eu estava cansada, física e emocionalmente, mas iria ao tal evento promovido pela Submit Publicidade. Jessica dissera que iríamos de táxi para lá e decidiu ir para o meu apartamento se arrumar junto comigo, assim iríamos juntas. Aceitei, precisando mesmo de ajuda para me arrumar.
–Que tal esse vestido? – perguntei a ela. Jess negou com a cabeça, olhando o vestido simples preto que escolhera com nojo.
–Vamos ser um pouco mais ousadas. – foi até o meu closet, remexendo em algumas caixas e sacolas onde eu guardava os itens mais caros do meu guarda-roupa, escolhidos e comprados por mim certa vez. Retirou um vestido preto com um decote ousado na frente e que ia até os joelhos.
–Jess, eu acho esse vestido ousado demais para o evento. – comentei enquanto ela o deixava em cima da minha cama.
–É perfeito! Não haverá outras oportunidades de se vestir assim e mostrar o quanto você é bonita aos nossos superiores. – voltou ao meu armário retirando um par de sapatos preto com detalhes dourados. Lembrei que os sapatos haviam sido dados por Alice e me repreendi por não tê-los devolvido. Pensei que havia devolvido tudo dado por ela e pelo irmão.
–Com esse look você pode usar uns brincos dourados, compridos, e só. Vou procurar uma bolsa para você. – encontrou uma bolsa dourada, comprada por mim, mas que nunca usei. As roupas escolhidas estavam ótimas, era verdade, e Jess me ajudou com a maquiagem um pouco mais pesada e um coque frouxo nos cabelos. Contemplei o trabalho no espelho enquanto ela vestia a roupa comprada. Eu estava bonita, e senti uma necessidade insana de ser vista daquela forma por alguém que eu amasse. O nome de Edward me veio à cabeça, mas procurei sufocar isso.
Esperei por Jessica na sala, assistindo ao noticiário local só para matar o tempo. Ela demorou muito mais do que uma mulher normal demoraria, mas não me importei. Lá pelas tantas, quando descíamos para o térreo do meu prédio, lembrei que não havíamos ligado para pedir um táxi. Eu pretendia lembrar Jess desse detalhe quando vi um carro estacionado em frente ao meu prédio.
–Jess, eu vou matar você. – murmurei. Ela deu uma risada travessa e caminhou saltitante até o carro onde Jacob nos esperava. Ela havia pedido para ele nos buscar, eu posso apostar.
–Boa noite meninas. – ele nos cumprimentou enquanto abria a porta do carro para nós. Jess deu um pequeno murro em seu ombro.
–Obrigada por vir Jake. Quero entrar glamorosa e o seu carro pode proporcionar isso mais do que um táxi. – entrou rapidamente, acomodando-se. Eu fiquei atarantada, sem graça como nunca fiquei antes por estar em frente a Jacob.
–Oi Jacob. – disse baixinho enquanto entrava logo atrás. Ele respondeu ao meu cumprimento com um olá e um sorriso antes de voltar ao seu lugar e ligar o carro.
Eu queria socar Jessica no interior do carro, mas resolvi esperar por um momento mais oportuno. Ela começou uma conversa animada com Jacob, incluindo-me vez ou outra. Falava o essencial, olhando a noite pela janela. Com o passar dos minutos fui ficando um pouco mais a vontade e fiquei aliviada por isso.
O evento estava ocorrendo no salão de festas de um grande hotel conhecido como Plaza Athenee. Jacob estacionou em frente ao hotel e logo um homem apressou-se em pegar as chaves do carro e estacioná-lo. Inteligentemente Jess nos deixou para trás, murmurando algo sobre encontrar com uma pessoa. E então Jacob e eu estávamos sozinhos.
–Então, vamos? – ele perguntou após alguns minutos. Assenti, aceitando o braço que ele me oferecia. Não estava me sentindo bem com aquela proximidade, mas não queria ser mal educada recusando-o.
Quando eu me deparei com o requinte do lugar eu tive que dizer algo.
–Esse lugar é lindo! – olhei maravilhada para o interior: vasos com flores, piso de mármore branco, lustres de cristal e tantas outras coisas bonitas. O tipo de lugar que eu temia pisar, não querendo riscar o piso.
–É mesmo. Vim aqui algumas vezes. Eles têm um jardim incrível que contorna boa parte do hotel. Pena que não dará para ver por já ter anoitecido. E a propósito você está linda! – sorriu. Claro que seu comentário e o modo como me olhava fez com que eu ficasse corada até a alma. Acabei por olhá-lo e perceber finalmente o quanto ele estava bonito. Usava calça e sapatos sociais pretos, uma camisa de gola V e um paletó preto por cima da camisa. Estava lindo, apesar de eu achar que aquele estilo formal demais não combinava com ele. E, ao contrário de mim, parecia à vontade.
–Obrigada. Você está ótimo também. – disse depois de um tempo, mas ele pareceu não se importar com a demora em responder.
Um funcionário nos encaminhou até o local onde ocorria o evento. Conversamos sobre a empresa antes de entrarmos no salão, mas quando pisamos no espaço – ricamente decorado devo acrescentar – um grupo de rapazes que trabalham na Submit pegou Jacob para conversar. Procurei Jessica com os olhos, mas não a encontrei. Pretendia sair de fininho do lado de Jacob e me sentar, mas para a minha surpresa ele segurou minha mão quando me afastei.
–Espera. Eu vou com você. – afastou sua mão da minha, mas manteve-se perto de mim. Fomos até uma mesa e sentamos. Um garçom veio em nossa direção, oferecendo todo o tipo de bebidas. Jacob pegou champanhe e eu o acompanhei, escolhendo o mesmo.
–Onde está a Jessica? – ele perguntou. Olhei novamente em volta, mas não a localizei.
–Não sei. Ela sumiu. – beberiquei o champanhe enquanto continuava a olhar para todos os lados, percebendo que naquele evento não estavam apenas funcionários da Submit, mas empresários do mesmo ramo.
–Como você está? Faz algum tempo que não conversamos. – os olhos de Jacob estavam em mim enquanto um bonito sorriso estava nos seus lábios.
–Eu estou... Bem. – menti. Não havia como eu dizer a ele o quanto eu estava confusa com os últimos acontecimentos na minha vida. Apressei-me em esconder a mão esquerda onde repousava a aliança no dedo médio.
–Não sei, sinto que está mentindo para mim. – suas palavras e o modo como me olhava eram desconcertantes demais! Felizmente alguém o chamou e Jacob teve de dar atenção à outra pessoa.
–E aí? Já marcaram um motelzinho após o evento? – Jess surgiu do nada, sentando em uma cadeira ao meu lado.
–Fez isso de propósito, não é? – eu a olhei mortiferamente, querendo esganá-la diante de toda aquela gente.
Dando de ombros, Jess disparou:
–Alguém precisa cuidar da sua vida sexual por que se depender de você agir, acabará celibatária em alguma montanha chinesa. – pegou uma bebida ofertada por um garçom, bebendo despreocupadamente enquanto olhava a festa.
–Eu não preciso de nada disso. E mesmo se precisasse de alguém Jess, não seria Jacob. Ele merece mais do que alguém como eu, ele merece ser amado sem reservas. Não faça essas coisas, de tentar nos aproximar! – inquiri, irritada. Jessica não parecia aborrecida com o modo ríspido com que eu a estava tratando, ela certamente já esperava por isso.
–Para sua informação eu não forcei a situação. Jacob soube que não teríamos carona e se ofereceu. Eu aceitei por que não queria gastar rios de dinheiro com táxi. Se quiser reclamar pelo desconforto de estar com ele, reclame com Jake. – quando o garçom chegou até a nossa mesa, ela tratou de pegar dois drinks e virar o seu como se fosse água. – Vou dar uma circulada, vi um gatinho lindo quando cheguei e estou a fim de me divertir. – piscou para mim antes de desaparecer em meio aos convidados.
Suspirando pesadamente, eu quis ir embora. Não sabia por que havia vindo se iria ficar sozinha. Preferiria descansar em casa, após ter visto algo monótono na televisão para ajudar o sono chegar. Após bebericar a bebida escolhida por Jessica para mim, levantei e rumei para a sacada do hotel, cujas persianas encontravam-se abertas.
O ar da noite, embora mais frio do que eu gostaria, estranhamente me acalmou um pouco. Deixei-me ficar ali, recebendo aquela brisa gelada no rosto e ouvindo o barulho das criaturas noturnas – insetos, uma coruja solitária e até alguns morcegos que passavam em voos rasantes. E naquele momento de quietude eu pensei em Edward. Ele estava em algum lugar, aguardando minha decisão. Meu coração dizia sim a sua proposta, mas essa voz a muito eu ignorava. A razão estava mais forte, implorando para eu me afastar. Eu deveria fazer isso, terminar definitivamente com meu ex-marido e tentar ter uma vida normal ou com alguém ou sozinha. Mas quem disse que eu consiguia seguir minha razão? Agora mesmo eu tocava meus lábios enquanto me lembrava do beijo que trocamos. Como eu sentia falta dele! Eu queria...
–Deve estar com frio. – um casaco foi colocado em mim. Virei-me abruptamente para ver Jacob se escorar no parapeito como eu fazia. Olhava para o céu, perdido em pensamentos. Ficou assim por um tempo e não ousei interromper aquele momento, mas uma hora ele se manifestou.
–Não esta gostando da festa? – perguntou. Dei de ombros.
–A festa está legal, sou eu que não estou no clima. Sinto-me cansada. – e realmente eu estava cansada, mas não era exatamente um cansaço físico. Eu estava meio debilitada com a carga de emoções que me tomavam a todo instante. Aconcheguei-me mais no paletó colocado por Jake no meu ombro.
–Você parece mesmo cansada, mas algo me diz que o seu cansaço não é apenas do trabalho. – os olhos de Jacob me sondavam e algo me dizia que ele já sabia do que andava acontecendo na minha vida. Claro, Jessica deve ter contado tudo a ele.
–Tenho tido muito trabalho. Preciso de férias. – desconversei, evitando olhá-lo. Mas estava claro pela minha atitude defensiva que eu blefava.
–Soube que você se separou do tal Edward. – ele disse sem rodeios, deixando-me sem ação pelos minutos que se seguiram. Eu o encarei e soube, pela expressão séria que carregava no semblante jovial, que Jake iria jogar na minha cara a péssima escolha que eu fiz. Rindo sem nenhum humor, eu e manifestei.
–Ela deve ter contado tudo, a Jessica. Pois bem eu estou separada dele, esperado que os papéis sejam assinados. E agora? Vai jogar na minha cara a péssima escolha feita por mim? – fui rude, mas não consegui evitar. Jacob pareceu não se abalar pelo modo que eu agi, ao contrário, tinha uma expressão terna no rosto.
–Não, isso não é do meu feitio. Talvez naquela época, movido pela raiva, eu tivesse feito algo assim. – ele parecia sincero, mas havia algo em seus olhos que o denunciava.
–Diga logo o maldito “eu avisei”. Eu mereço ouvir e talvez com um belo sermão eu possa fazer as coisas certas dessa vez. – minhas palavras não eram ríspidas, tinham um toque cômico. Jacob captou o clima subitamente leve e entrou na brincadeira.
–Eu te avisei. – disse entre risos. E rimos os dois daquela situação tão desconcertante, regada a lembranças dolorosas.
–Eu sinto muito por você estar passando por tudo isso. Você não merece. –  ele falou delicadamente.
–Acho que eu mereço sim por ter magoado você. Você fez tanto por mim e eu traí sua confiança, ficando com uma pessoa que me prejudicou, perdoando-a tão facilmente! – Jacob segurou minha mão, silenciando-me. Ficamos de frente para o outro e ele continuou a segurar minha mão.
–Eu torço pela sua felicidade, Bella. Nunca desejei o contrário para você. – a sua mão livre tocou o meu rosto, acariciando-o. E isso realmente mexeu comigo. Jacob me queria tão bem, mesmo depois das atrocidades cometidas por mim contra ele. A cada minuto eu tinha a certeza de que eu não o merecia e deveria desencorajar quaisquer atos com o intuito de sermos novamente um casal, seja partindo de Jess ou dele.
–Jake... Eu... – como eu poderia demonstrar a quão grata eu estava por ter uma pessoa como ele na minha vida? E como eu poderia pedir perdão adequadamente, se falar “perdão” ou “desculpa” não bastavam? Talvez eu devesse...
–BELLA! O QUE SIGNIFICA ISSO?! – uma voz potente soou a alguns metros, fazendo-nos virar para as persianas de acesso a sacada. Edward estava de pé diante de nós, olhando-nos com uma fúria impressionante.

Continua...


Ihhh, agora a coisa ficou feia. Quem ia esperar que o Edward aparecesse no mesmo evento que ela e fosse vê-la justamente com o Jacob? E pelo jeito, ele está muito furioso. Logo agora que as coisas pareciam estar melhorando entre eles, que ela parecia estar cedendo e talvez aceitasse uma reconciliação... Espero que a situação não faça tudo voltar a estaca zero. Amanhã saberemos. Beijos e até amanhã de manhã.


+ FANFICS ROBSTEN E BELLARD

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5 comments:

  1. Oiii moms!! Nossa agora q o bicho vai pegar!! Adoreiii beijus ate amanha

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  2. FDP, agora que o Jake tava chegando mais perto...... Tudo bem quero a Bella e Edward juntos, mas ele precisa atrapalhar tanto o Jake dessa forma!
    Que raiva, rsrsrsrs!!
    Fudeu..... Que curiosidade!!
    O Que ELE ESTA FAZENDO NA FESTA??!

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  3. ai que odio dessa galin... da jessica e oq esse jacob tem sempre que si meter entre eles...mais mesmo assim adorei tudo

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  4. Q droga!!Logo agr q as coisas iam ficar bem entre eles!!!

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  5. Oi meninas!
    My God! Morri, e agora? As coisas vão de mal a pior...

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Forever

É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

TwiMom Indica

TWIMOMS BRASIL INDICA: "PROCURA-SE UM MARIDO" DE CARINA RISSI

Uma joia deliciosa de se ler, fluente e brilhante que prende você do inicio ao fim. Desde seu lançamento, fiquei muito curiosa para le...