Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
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http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
O Contrato
By Jack Sampaio
Atenção: Este conteúdo foi classificado
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"
CAPÍTULO 50
Edward pov’s
Após fazer café suficiente para dois na minúscula cozinha, o que certamente ficou uma porcaria pela minha inexperiência em preparar qualquer coisa, eu sentei no sofá da sala. Bebericando o café feito por mim, pensei nos últimos acontecimentos e como eu procederia a partir de agora com Bella.
Alice havia me ajudado muito, dando-nos uma oportunidade de agirmos com sensatez um com o outro, diferente das outras vezes que nos encontramos desde que Bella decidira pelo divórcio. Agora eu precisava agir, tocar o coração da mulher que eu amava de alguma forma, na tentativa desesperada de uni-la a mim. Mas como eu faria isso sem assustá-la ou aborrecê-la? Como eu faria para ela olhar somente para mim?
“Eu preciso esclarecer tudo de uma forma que nunca fiz antes. Talvez assim ela possa...” – meus pensamentos foram interrompidos por passos no corredor. Então ela havia acordado. Beberiquei um pouco mais do café, tentando montar um plano, mas sabendo que fracassaria miseravelmente ao pô-lo em prática.
–Edward, o que está fazendo aqui?! – ouvi a voz alarmada de Bella perguntar. Isso gerou um grande aborrecimento para mim. Eu não acreditava que ela tinha bebido o suficiente para esquecer-se de tudo. Eu poderia apostar que ela fingia para não ter de tomar alguma atitude. Deixei minha xícara de café na mesinha de centro a minha frente e me concentrei nela. Eu poderia ignorar sua atitude confusa e irritadiça, mas não consegui.
–Não faça isso, por favor. Você bebeu ontem, mas não o suficiente para esquecer tudo o que aconteceu. Na noite passada nós jantamos e você me deixou ficar aqui. – falei nervosamente, esperando que ela não negasse. Tínhamos evoluído de certa forma, eu não estava preparado para regredir e voltar à estaca zero.
A expressão confusa no rosto de Bella assumiu um aspecto aborrecido, raivoso, mas esse detalhe não me intimidou como deveria.
–Não me lembro de ter dito algo como “Edward, fique aqui comigo”. – e bem como eu imaginei ela negava o que havia feito. De fato ela bebeu mais do que poderia, tendo atitudes obliquas, mas eu não acreditava que não se lembraria de nada. Eu já a conhecia bem o suficiente para saber que ela tendia a fingir esquecimento quando alguma coisa fugia do seu controle.
–Quando eu perguntei a você se poderia ficar aqui, você disse algo como ‘eu só tenho essa cama para dividir’. Para mim isso foi um sim. – soei sarcástico, destilando o meu veneno. Não deveria agir dessa forma, ela poderia se afastar ainda mais de mim, mas não conseguia agir normalmente diante de sua atitude infantil.
–Aposto que se eu falasse não, você ouviria um sim. Estou certa? – com essa frase eu tive que rir. Eu conhecia a mulher com quem eu havia me casado como nunca conheci mulher alguma e ela, inexplicavelmente, também me conhecia bem. O fato dela saber quem eu sou, até mais do que eu mesmo saberia, me encheu de um estranho contentamento. Se isso não era uma prova de que éramos um casal em perfeita sintonia, capaz de decifrar o que o outro pensava, então eu não entendia mais nada de relacionamentos.
–Absolutamente certa. – disse, erguendo minha mão, num convite para que ela sentasse ao meu lado no sofá, mas ela não compreendeu meu ato. - Venha, sente-se. – dei espaço a ela e esperei. Ela relutou, parecendo mais e mais temerosa, como se eu fosse fazer algo contra ela. Bem, ela realmente tinha que se preocupar. Mesmo vestida de maneira casual e usando maquiagem bem leve, ela me parecia a mulher mais linda que eu já vira.
–Edward, eu não tenho tempo para conversar. Vou acabar chegando atrasada do trabalho e... – inventava desculpas, incoerente, querendo sair daquela situação. Eu não permitiria. Além disso, eu sabia qual era o seu horário de trabalho, ela não se atrasaria nem se perdesse uma hora comigo.
–Sente-se Bella. Eu sei que você tem tempo, acordou cedo e se arrumou rápido. Além disso, eu não vou demorar com o que falarei. – o plano veio rápido e optei por fazer algo que negligenciei durante muito tempo. Contar tudo, absolutamente tudo. Ela conheceria o Edward que tentei mascarar até de mim mesmo. Segurei sua mão, puxando-a para perto, desejando que através do meu toque a raiva que sentia ao saber de tudo, em detalhes, fosse amainar.
Por fim Bella cedeu, sentando ao meu lado, mantendo uma distância segura de mim. Provavelmente queria que eu soltasse sua mão, mas eu não permiti tal coisa. Continuei a segurá-la, apreciando aquele contato como se fosse a coisa mais maravilhosa do mundo. Os olhos cor de chocolate fitaram meu rosto, nossas mãos entrelaçadas, e suspirou.
–Edward, não é por que nós jantamos ontem e você dormiu aqui em casa que...
–Eu sei. – é claro que eu sabia. Se tivesse de fato mudado algo, ela não me trataria como um desconhecido, como agora.
–Escute tudo o que tenho para dizer, por favor. Sei que já tivemos essa conversa, mas você nunca me ouviu. Você fingia ouvir. Me escutará agora? – eu estava preparado para uma recusa, mas Bella pareceu concordar. – Eu quero contar tudo, coisa que eu deveria ter feito anteriormente.
–Eu não quero ouvir por que eu já sei o que vai dizer. Estou tão cansada disso! – subitamente afastou-se, o que me deixou confuso. Pude perceber que uma parte dela queria de alguma forma nossa reconciliação, mas havia outra que desejava se afastar de mim. Ou talvez eu só estivesse me iludindo.
–Você não ouviu antes, como eu disse, e sim fingia ouvir. – protestei, lembrando-me das vezes em que eu falei alguma coisa e ela me olhava completamente ausente.
Dessa vez era diferente, eu podia sentir. Ela, mesmo relutante, aceitou. Era a minha chance de tentar convencê-la a me escolher. Respirei fundo, tentando me acalmar, procurando as palavras certas. Um erro meu, agora, e tudo estaria perdido.
–Não vou começar pela minha infância, disso você já sabe. Mas devo lembrá-la que muito do meu comportamento tenebroso é reflexo do que vivi quando pequeno. Eu deveria ter me tornado o oposto do meu pai, mas não foi o que aconteceu. Eu consegui a proeza de ser o pior, um narcisista materialista ao extremo, ávido pelo poder e por uma vida de luxúrias.
Eu estava realmente desesperado, disposto a contar os meus pecados. Como eu me envergonhava deles! Como eu pude sentir prazer em magoá-la no passado? Eu realmente fora um sujeito detestável!
–Eu não tive as melhores experiências com mulheres, à maioria que se aproximava era por interesse. Passei a tratá-las como objeto, tal qual me tratavam. – as lembranças vinham me assaltar. Tive muitas mulheres, de exuberância sem igual, e falsas como só o diabo poderia ser. Elas gostavam de mim, claro. Eu tinha boa aparência e isso certamente me renderia boas mulheres, por mais que eu não fosse rico. Ainda assim eu sabia... Muitas delas estavam comigo pelo que eu representava na sociedade e não por mim. Elas não diziam isso na minha frente, mas falavam para as amigas. Às vezes eu estava no lugar errado na hora errada.
–E eu fui uma delas, certamente. – a voz de Bella, num tom tristonho, me tirou do meu devaneio. Eu poderia negar, evitaria a humilhação dela, mas não me sentia bem em mentir.
–Sim, no começo. Meu pai estipulou aquela cláusula idiota e eu queria cumpri-la a fim de conseguir minha herança. Eu não medi esforços para conseguir o que era meu por direito. Eu estava disposto a pisar em qualquer um. – pela expressão do seu lindo rosto, eu sabia que minhas palavras estavam ferindo-a demais. Eu também me feria a cada palavra proferida, sabendo o quanto custava a ela a verdade. Será que Bella acreditaria em mim se eu dissesse o quanto doía relembrar o passado?
–Além de me casar por um ano... – continuei. –... Eu precisava de alguém que Alice aprovasse. Vi vocês certa vez e eu a escolhi pelo bom relacionamento demonstrado por vocês duas. Eu agi como um patife, iludindo-a a fim de apressar as coisas. Já tinha tudo planejado: após o casamento eu faria você me pedir o divórcio, já que eu não poderia fazer isso por um ano.
–Você me prejudicou tanto só para ter o seu dinheiro... – ela começou a chorar e uma dor atingiu o meu peito pela cena de vê-la verter lágrimas. Enxuguei delicadamente aquelas lágrimas que escorriam de seus lindos olhos, acariciando o seu rosto, desejando reparar, de alguma forma, todo o mal que fiz a ela.
–Eu era diferente naquela época, ainda assim não senti prazer eu machucá-la tanto. Foi muito difícil, mas acreditei que seria melhor agir daquela forma. Quanto mais rápido você pedisse o divórcio, mais rapidamente sairia daquele pesadelo. Pensei estar agindo com bom senso, sem tocá-la e destratando-a. – eu tive meu lado nobre na minha época mais negra, pelo que eu me lembro. Por vezes quis parar de torturá-la no passado, por não me sentir a vontade em fazer algo ruim com uma pessoa tão boa. Mas isso jamais poderia, no final das contas, livrar a minha cara das burradas que eu fiz. Por que, no final das contas, eu a havia prejudicado.
–Por que as coisas mudaram? O que fez as coisas mudarem? – ela perguntou antes que eu explicasse. Bem, agora era hora de pintar um quadro muito mais bonito do nosso relacionamento.
–Eu descobri o meu amor por você. Deveria ter confessado o que eu sentia, mas não o fiz. Eu demorei a admitir o que sentia. Você foi a primeira mulher por quem eu me apaixonei e eu estava tão desnorteado com isso! Bella... Eu errei muito com você, movido pelo amor, pelo ciúme, pelo desespero. Deus sabe o quão confuso eu estive nos meses que se seguiram. Nosso relacionamento se transformou num caos completo principalmente por que você me destratava e eu espelhava o seu comportamento. Não conseguia ficar calmo e tratá-la com amor como você merecia. Foi só quando eu a vi com o tal Jacob que eu percebi o quanto fui burro em não expressar meus sentimentos. Mais uma vez agi precipitadamente, temeroso em perdê-la. Não sei se foi um erro ou acerto o que eu fiz naquela noite, mas graças a isso ficamos juntos. Eu pude quebrar as barreiras que me envolviam e confessar meus sentimentos. Deveria ter esclarecido tudo sobre o contrato, mas temi perdê-la.
Eu lembrava. Era vivo em minha mente o que passei com Bella. Que caminho tortuoso seguimos, caindo mais do que levantando, até descobrirmos uma ínfima felicidade ao lado do outro. Por mais que eu me arrependesse do que fizera, não poderia jamais querer voltar atrás e descumprir a cláusula de meu pai a fim de poupá-la de tudo. Se não fosse pelos erros iniciais que cometera a ela, eu jamais teria descoberto o amor. Era angustiante os sentimentos que me tomavam, somados a expectativa do que Bella diria ou faria. Talvez ela me odiasse menos se compreendesse como minha mente funcionava antes, mas simplesmente não me odiar não bastaria para mim. Eu precisava tê-la em toda a sua totalidade.
–Você deveria ter me contado. – ela dizia sem me olhar nos olhos. – Se tivesse me esclarecido tudo, as coisas teriam se resolvido. Mas agora...
Suas palavras foram como um açoite em meu corpo. O modo como falava... Não, não poderia ser uma despedida!
–Não diga nada definitivo, não ainda. Me deixei tentar, eu ainda tenho forças para lutar por você. – implorei. Eu tinha forças para lutar e rezava fervorosamente para Bella ter paciência para comigo.
–O que você quer que eu faça afinal? Desistir do divórcio e voltarmos a viver como marido e mulher? Fingir que nada aconteceu? Edward, eu não sou assim tão nobre. E eu descobri um amor próprio muito grande em mim para ignorar todo o mal que você me fez. – era isso o que eu queria, um recomeço. Gostaria que Bella deixasse para lá tudo o que eu fiz. Fácil para mim, difícil para ela.
–Não estou pedindo para ficar comigo aqui e agora e desistir da separação. Eu só quero que pense um pouco mais sobre isso e perceba que o melhor seria ficarmos juntos. Prometa-me Bella, por favor. – eu não poderia deixar de dizer isso, falar que o melhor era ficar comigo. Eu sei, ridículo fazer propaganda de mim mesmo. No entanto, eu não iria ressaltar minhas deficiências e dizer algo altruísta como “decida-se meu bem e acato sua decisão”. Não estava na minha constituição básica.
Eu esperei, irracionalmente ansioso pela sua resposta. Não queria pensar em Bella dando-me uma negativa ao meu pedido, mesmo que eu devesse esperar. Mas ela me surpreendeu, como sempre fazia.
–Tudo bem Edward. Eu prometo pensar um pouco mais sobre isso.
Eu já tive muitos momentos felizes na minha vida. Lembro-me de comprar um carro Sport e fazer inveja para alguns sanguessugas da faculdade; lembro de ter ficado com uma das modelos mais cobiçadas dos Estados Unidos, causando inveja de homens e até mulheres; lembro de quebrar empresas concorrentes e adorar a sensação... Nenhuma felicidade que senti até hoje, quiçá o sorriso de minha mãe quando ainda era amada pelo meu pai, poderia ser comparado ao que eu senti quando Bella disse aquelas palavras.
Meus braços a puxaram para mim, apertando-a. Seu cheiro, o frenesi, assim como o calor do seu frágil corpo e tudo o mais que emanava dela. Uma sensação de alívio me atingiu ao perceber que, enfim, o nosso sofrimento teria os dias contados.
–Era só isso o que eu precisava. Eu sei que eu não mereço, mas agradeço mesmo assim pelo benefício da dúvida. – eu me afastei a fim de não sufocá-la com minha euforia. Ao soltar sua mão, Bella apressou-se em retirar a aliança que eu havia colocado na noite anterior.
–É melhor ficar com isso por enquanto. Eu não quero ter de dar explicações. – eu não gostei do seu ato. Queria deixar aquele anel ali para sempre, amalgamá-lo em seu dedo anelar esquerdo para sempre. Rápido como um felino, capturei sua mão, apressando-me em colocar em outro dedo, se o dedo anelar a incomodava. Coloquei no dedo do meio da mão esquerda, esperando que meu pequeno capricho fosse aceito.
–Como estou em estado probatório, o anel ficará aqui. Ninguém fará perguntas. Só retire o anel se decidir pelo não e eu espero sinceramente que isso não ocorra. – eu não conseguia esconder o contentamento e felicidade que sentia, cravando assim um sorriso nos meus lábios.
Eu experimentei sentir uma certeza de que as coisas acabariam bem sem igual.
Como saindo de um transe, Bella subitamente afastou-se, olhando o seu relógio.
–Eu preciso ir agora. – como um animal acuado, só restava para ela correr. Eu sabia que não seria bom pressioná-la mais, deveria deixá-la ir, mas minha necessidade em tê-la por perto suplantou, como sempre, a racionalidade.
–Quer uma carona? – perguntei, querendo alongar o tempo com a sua companhia. Ela não aceitou. Provavelmente faria o possível para escapulir. Murmurou algo como ir de moto, mas não dei ouvidos. Naquele momento, só me interessava saber se eu poderia matar aquele desejo insano de beijá-la.
Durante dias, semana, até meses, após a nossa separação, eu ansiei por isso. Poucos foram os momentos que consegui saciar a minha fome por ela, quando roubava beijos em nossos turbulentos encontros. Ainda assim, beijos roubados nunca foram o suficiente. Eu precisava de mais, coisas que só Bella poderia me dar. Eu queria tudo de bom grado.
Eu já estava próximo o suficiente e quando Bella percebeu isso, era tarde demais. Meus olhos percorriam cada pedaço daquele corpo que por tantas vezes eu tateei, conhecendo-o como nenhum homem conheceu ou irá conhecer. Com minhas mãos segurei seu delicado rosto, impedindo-a de se libertar do que eu estava prestes a fazer.
–Eu posso? – pedi, mas Bella certamente percebeu a essa altura que um “não” seu não me pararia. Nada nunca me parou, principalmente quando se tratava dessa mulher. Ela pareceu chocada demais com meus atos, sem saber o que fazer. Ótimo, um deslize seu era tudo o que eu precisava para fazer o que quisesse. Surpreendentemente ela recuperou alguma razão e falou:
–Permitir que me beije não é um sim à reconciliação.
Eu a beijei, sentindo algo aterrador me tomar. Eu poderia sentir, mais claramente agora, a esperança de que voltaríamos. E aquela alegria, euforia, e tantos outros sentimentos bons me sufocaram. Eu a beijei tão desesperadamente, como um drogado quando, após muito tempo, tem sua dose de heroína. Minhas mãos tatearam seu corpo quente e macio; meu olfato tentou registrar o cheiro intoxicante daquela fêmea que tantas vezes marquei como minha; meus lábios estavam junto aos seus enquanto minha língua explorava timidamente o interior da sua boca. Meus braços a prenderam fortemente contra mim, querendo fundi-la ao meu corpo.
Bella foi reagindo a mim e não de uma forma que me desagradasse. Pela primeira vez após a nossa separação, ela me permitia tomá-la em meus braços e beijá-la como antes. Não... O modo como estávamos agora, entregues a um desejo fortemente reprimido, não era como costumava ser. O que estávamos sentindo era algo muito mais poderoso, assustando-nos. Quando dei por mim, nós estávamos prestes a perder o controle. Eu me afastei, relutante.
–Vou acabar perdendo o controle assim. É melhor eu parar enquanto ainda conservo um pouco de racionalidade. – um beijo cálido em sua testa, nada mais. – Eu estarei esperando por você. – eu esperaria e sabia, intuitivamente, que não precisaria esperar muito.
Dei espaço a ela, sem temer que Bella decidisse se afastar de mim. Isso não iria acontecer. Ela voltaria para os meus braços e dessa prisão não se soltaria nunca mais.
...
Uma passada rápida em meu apartamento para tomar um banho e trocar de roupa. Ignorei as repreensões de minha secretária acerca do meu atraso e segui com a leva de compromissos marcados para o dia. Lembrei, tardiamente, que teria de ir a um evento, mas isso não me aborreceu.
Eu estava nas nuvens.
Embora fizesse impecavelmente o meu trabalho, eu não consegui deixar de pensar nela. Bella ocupava a minha mente mais do que o oxigênio nos meus pulmões ou o sangue em meu corpo. Eu era todo célula, livre e pulsante, e não havia uma única parte de mim que não pensasse na mulher amada e a desejasse. Não demoraria a nós ficarmos juntos, mas isso não diminuiu em nada a minha paciência.
Por vezes eu quis ligar para ela, mandar uma mensagem para o celular ou um e-mail. Até cogitei a possibilidade de comprar um buque de rosas online e enviar para o seu trabalho, mas desisti. Eu achei que esse era o momento para deixá-la com suas reflexões e nada mais. Eu poderia eventualmente compensá-la depois, enchendo-a de presentes dos mais variados tipos, dando a ela uma vida de rainha.
“Acalme-se Edward ou você fará alguma besteira.” – minha mente ordenou e eu aceitei sua ordem, amuado.
Foi naquele momento que um pensamento encorajador me tomou. Rapidamente caminhei até a minha mesa, abrindo meu notebook e conectando-o a internet para ler um e-mail que eu recebera semanas atrás. Foi difícil, mas eu o encontrei e li. Sobre o evento que eu iria naquela noite...
–Este evento é promovido pela empresa em que a Bella trabalha... – murmurei para ninguém em especial, com os olhos fixos na tela. Sorri abertamente. Por mais remota que fosse, era uma chance de vê-la. E me vi, estupidamente, fazendo planos para aquela noite como um maldito adolescente diante do primeiro amor.
...
Uma chatice.
Sim, o evento estava transcorrendo bem e por isso mesmo estava uma droga. Cumpri impecavelmente o meu papel, cumprimentando a todos e falando sobre possíveis parcerias de empresas presentes com a minha empresa.
Eu já estava naquele maldito lugar a mais de uma hora, olhando o tempo todo para a porta, esperando-a entrar. Nada. Eu já deveria saber, Bella nunca curtiu muito eventos de qualquer natureza, mas eu esperava mesmo assim que ela fosse. Assim eu teria ago maravilhoso para olhar e poderia seguir com os meus planos de convidá-la para jantar após o evento. Quem sabe poderíamos ir ao seu apartamento, só nós dois e...
Um rapaz corpulento passou ao meu lado, capturando minha atenção. Eu o reconheci de imediato, era Jacob. Uma onda nauseante de ódio me tomou e eu o acompanhei com o olhar, querendo esganá-lo. Eu sabia, eu mais parecia um animal com esses pensamentos, mas não conseguia evitar. Era uma reação até natural quando estava diante do homem que tentou roubar minha esposa.
Após reconhecer Jacob, desejei que Bella não viesse ao evento. Eu não queria que ela o encontrasse. Procurei novamente Bella com o olhar, sem saber agora se queria que ela estivesse lá ou não. Foi em um canto afastado, sentada em uma mesa com uma colega de trabalho, que eu a vi.
Primeiro eu me deixei levar pela sua beleza, ela estava deslumbrante! Pude vê-la ainda melhor quando Bella, após Jessica se afastar (sim, era a minha antiga funcionária com ela), levantou-se e seguiu para uma das sacadas daquele andar. Apesar de vestida com simplicidade para os padrões do evento, ela era a mais deslumbrante da noite.
Alguém conversava comigo, perguntando-me como iam o mercado de ações. Ora, foda-se! Quem liga para essa merda? Eu tinha assuntos muito mais importantes a tratar! Inventei desculpas, ainda com os olhos na sacada. Os homens que falavam comigo não me davam abertura para sair, instigando-me com perguntas a respeito da Cullen Publicidade. Foi para lá que ela seguiu, parecendo alheia a tudo.
Saberia ela que eu estava no mesmo evento? Talvez não. Meus pés batiam impacientes no piso enquanto eu tentava me afastar daqueles homens.
Jacob.
Eu o vi se mover rapidamente para o lugar onde Bella estava, sabendo, eu tinha certeza, que ela estava lá. O que ele pretendia? O que esse filho da puta queria com a minha mulher? Eu iria descobrir e não seria da forma mais diplomática.
Deixando aquele bando de babacas falarem sozinhos, eu segui como um touro enraivecido em direção a sacada. Eu esperava encontrar alguma cena que me desse razão para parti-lo ao meio, como ele tentando agarrar Bella contra a vontade dela. Eu queria ver algo do tipo, dando-me motivos para agir...
Ele estava próximo demais de Bella e seu paletó estava no ombro dela, aquecendo-a. Bella o olhava de uma forma familiar para mim, eu já tinha visto aquele olhar antes. Ela o adorava, isso ficou claro, mas o quanto ela o
adorava? E quando vi a mão de Jacob acariciar seu rosto e os dois se deixarem levar para um mundo onde eu não poderia pisar, eu pensei “Isso foi demais”.
O ódio conseguiu arrancar uma lágrima solitária dos meus olhos e então não enxerguei mais nada. Tudo estava vermelho. Eu, ali, como um idiota, esperando, suplicando para que voltássemos e Bella com Jacob. O modo como ele a estava tocando, como se o seu toque fosse familiar para ela. Por que Bella olhava para aquele cretino desse jeito? O que eu estava perdendo?
“Ela está me sacaneando! Aposto que é um plano deles para me humilhar! Ela ainda me odeia e está brincando comigo! Eles estão se divertindo com o meu sofrimento!” – os pensamentos eram caóticos, atingindo minha cabeça com o poder de um soco. Movido por tantos sentimentos negativos, eu me manifestei.
–BELLA! O QUE SIGNIFICA ISSO? – gritei, sentindo uma raiva homicida me tomar. Não parei para refletir sobre minhas ações. Subitamente avancei para Jacob, socando-o fortemente no rosto. E, confesso, a satisfação que senti ao feri-lo poderia ser comparada com um orgasmo.
Continua...
Agora sim podemos entender o que levou o Edward a agir dessa forma, socando o Jacob e agredindo a Bella no caminho... Foi o velho sentimento de ser usado e enganado pelas pessoas. É uma pena que ele não tenha conseguido se controlar,por que sabemos onde essa atitude vai levá-lo. Beijos e até amanhã de manhã.
+ FANFICS ROBSTEN E BELLARD
perai perai cade a continuaçao do cap. de ontem vc ta querendo causar um infarte nas leitoras das fic eu ja tava arancando os cabelos esperando da 17 hora ahhhhhhhhhhhhhhh vc e pervesa.que coisa**kkkkkkk
ReplyDeleteNeide concordo com vc em gênero, número e grau..... To quase infartando achando que ia ter o cap inteiro..... Isso é maldade!!
DeleteOMG, eu nao acredito que vou ter que esperar até amanha para saber quem sofreu o acidente...... Isso é tortura!! e até onde eu sei, isso é ilegal. Rsrsrsrs
ReplyDeleteCuriosidade, ansiedade estão me consumindo.... Gente desculpa, mas o Jake é perfeito até pela visão deturpada do Edwuard.
Até amanha!
Beijocas!!
Oi momss! Eu surto qndo ela fala a " minha mulher" com muito ciume ate imagino a carinha dele Falando!! As mina pira!! Ate amanha beijusculo!!
ReplyDeleteAlguem tem um calmante aí?? será que ao inves de 17:00 vc poderia colocar as 05:00 da manhã? to tensaaaa
ReplyDeleteQue tal colocar dois capítulos amanhã.
ReplyDeleteBeijos