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Friday, April 06, 2012

FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 51


Oi gente! Hoje é a última parte contada pelo Edward e poderemos ver o que a separação da Bella causou a ele e teremos um indício sobre o acidente também.

Título: O Contrato 
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio; 
http://www.facebook.com/jacqueline.sampaio; 
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

O Contrato
By Jack Sampaio

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"



CAPÍTULO 51



Edward pov’s


Bella gritava meu nome, mas não dei importância. Avancei novamente, querendo jogá-lo daquela sacada e vê-lo se acabar lá embaixo. O idiota reagiu, empurrando-me, ainda zonzo pelo soco. Senti braços tentando me agarrar, mas sequer olhei para conferir quem estupidamente estava tentando me puxar. Empurrei o individuo fortemente, ouvindo quando ele chocou-se contra uma vidraça. Tentei socar novamente Jacob, mas ele se esquivou, dando-me um soco. A dor foi forte, mas não o suficiente para me fazer parar. Eu não pararia de atacá-lo até que a minha raiva amainasse, o que poderia não acontecer.
Repentinamente mãos me agarraram e não consegui me libertar. Tentei, sem sucesso, avançar para Jacob. Ele levantou-se, tentando se recuperar. Ninguém ousou segurá-lo.
–VOU MATAR VOCÊ SEU DESGRAÇADO! – eu gritava, enlouquecido. Odiava mortamente aquele canalha por tentar tirar não uma, mas duas vezes aquilo que me pertencia. Eu iria ensiná-lo que não se brinca com Edward Cullen!
O idiota seguiu tranquilo para longe, próximo da janela. Vi Bella caída no chão, olhando, ausente, para um ponto do piso. Arfei. Fora ela que eu jogara com violência contra a janela. Como pude ser tão irresponsável?!
–Você é um grande idiota. – o babaca disse enquanto seguia para o lado dela, ajudando-a a se levantar. – Você está bem? – ele perguntou, o que Bella respondeu com um assentimento. Ela não olhou para mim e imaginei ser por que sabia que havia cometido uma falha grave comigo e não tinha coragem de me encarar. Saiu praticamente correndo, deixando para trás a mim, Jacob e as explicações que deveria me dar. Jacob olhou para a direção por onde Bella escapou e fez menção de segui-la, o que eu o brequei de súbito, ao empurrar aqueles que me seguravam.
–Fica longe dela. – ameacei, praticamente correndo pelo salão a fim de encontrá-la. Não estava preocupado com os murmúrios que se seguiriam pelo escândalo. Danem-se os tablóides sensacionalistas! Eu tinha grana para pressionar a imprensa e calar a boca de todos, mas eu achava que não chegaria a vazar alguma coisa já que isso afetaria negativamente a empresa concorrente que promovia a festa.
Após cortar a multidão como um furacão, sem ao menos pedir desculpas pelos empurrões dados por mim, eu a encontrei. Eu a puxei pelo braço, fazendo-a parar num solavanco. Ela murmurou algo, surpresa, e ao encarar minha expressão facial furiosa, percebi que o sangue desaparecera de sua face.
–Aonde você pensa que vai? Acha que pode desaparecer sem me dizer nada? – tentei, inutilmente, arrancar alguma resposta através de seu olhar, que sempre revelou seu estado de espírito. Eu nada obtive com a minha observação.
–Não tenho nada para dizer, é você quem me deve explicações e desculpas pelo que fez a mim e a Jake. – não ousou me olhar, repelindo minha mão. –Me deixa em paz! – gritou, correndo para a saída. Claro, fugindo... Sempre fugindo! Eu não iria deixar, eu precisava de explicações, de qualquer coisa! Novamente brequei sua saída, sentindo a fúria nublar minha mente novamente.
–Você é inacreditável mesmo! Vai se fazer de vítima agora? Sou eu a vítima aqui! Como pôde sair com ele, agindo como se fossem um casal? Acha mesmo que eu vou permitir que você brinque comigo como se eu fosse um palhaço? –  minha voz estava alta e eu sabia que tínhamos espectadores. Bella olhava apreensiva para todos os lados, não querendo ser a protagonista de algum escândalo. Ora, sou eu quem deveria me preocupar com esse tipo de coisa, afinal de contas eu tinha um nome a zelar!
–Eu não tenho que dar explicações a você! Eu não estou nem aí com o que a sua mente deturpada imagina! – empurrou-me, correndo para a saída. Após me equilibrar de seu empurrão, corri para a saída, também, mais e mais enfurecido com a sua atitude. Ela iria me ouvir e teria que dar explicações, querendo ou não!
–BELLA! – gritei, mas ela não se virou, agoniada para partir. Atravessou a rua sem olhar para os lados, desesperada demais para se importar com isso.
Acho que nunca esquecerei a cena. Ela ficará gravada, tatuada, na minha cabeça. Num segundo éramos apenas nós dois, fugindo do outro, com a nossa raiva. Segundos depois, havia mais um sujeito.
O carro freou com brusquidão, o que eu agradeci, e tentou, sem sucesso, não acertá-la. Bella, atordoada, colocou os braços instintivamente para frente, absorvendo o pequeno impacto com as mãos. Rolou pela estrutura do carro, caindo sentada no chão.
Gritos e pedidos de socorro soavam ao meu redor, mas eu os ignorei. O carro que a atropelara fugiu, como se ele fosse o responsável pelo atropelamento, quando tudo não passou de um incidente graças a imprudência de Bella. Quando meus músculos perderam a paralisia que a pouco os acometia, o desespero me tomou.
–BELLA! BELLA! – corri ao seu encontro, erguendo o seu rosto e avaliando a extensão dos seus ferimentos. – Você está bem? – tudo em mim estava um caos pelo medo que senti. Foi por tão pouco! E se o carro estivesse em alta velocidade? Ela poderia estar morta agora! A culpa não era do motorista, mas eu o amaldiçoei mesmo assim.
Ela não estava bem, apesar de não ter sido grave. Seus olhos estavam vidrados, em choque, parecendo alheia a tudo. Senti meu corpo inteiro congelar com a visão. Inesperadamente, Bella balbuciou:
–Preciso ir a um hospital.

...

Muitos sentimentos me tomavam enquanto levava Bella para um hospital, e nenhum deles era bom. A culpa me açoitava e minha mente constantemente produzia imagens do que poderia ter acontecido de mais grave.
Bella estava anormalmente calada, em choque, suponho. Eu queria abraçá-la, dizer que ficaria tudo bem e beijá-la inteira, mas não poderia. Havia alguma coisa nos seus olhos ausentes que me repelia.
Felizmente não ficamos muito tempo esperando para ela ser atendida. Tão logo chegamos e um médico cuidou do caso. Bella não havia fraturado nada, apenas um trinco no osso, nada mais. Ela precisaria usar algo para imobilizar o pulso lesionado e remédios para dor. E mesmo assim...
Eu estava me doendo de culpa, medo, amor... Querendo seu perdão pela minha atitude que quase causou um mal sem precedentes a ela. Ao mesmo tempo as cenas de Jacob tocando o rosto dela me atormentavam e me perguntei se de fato estava sendo enganado. Eu não sabia como deveria me sentir... Vítima ou vilão?
–Você está bem? Está doendo muito? – eu perguntei pela décima vez enquanto seguíamos de carro para a saída do estacionamento do hospital. Bella nada falava nem fazia qualquer gesto para responder as minhas insistentes perguntas e eu sabia que isso não era nada bom.
Eu a levei a farmácia, comprando o que o médico receitara. Decidi levá-la para casa, comunicando minha decisão. Bella continuou parada, afagando distraidamente o local lesionado, sem questionar minhas atitudes. E eu pensei que preferiria vê-la esperneando ante a idéia de eu levá-la para casa do que esse silêncio sepulcral.
Nada de muito importante foi falado durante o trajeto até o apartamento de Bella. Queria me assegurar que ela ficaria bem, assim como também queria esclarecer o que houvera entre ela e Jacob durante o evento. Para a minha surpresa ela não protestou quando eu subi junto a ela. O porteiro, acostumado a ter de me barrar, olhou para nós dois com espanto. Bella foi caminhando mais depressa após sairmos do elevador e eu rapidamente me emparelhei com ela, não querendo dar espaço para ela fechar com a porta na minha cara. E de fato Bella, após abrir a porta, tentou fechá-la. Eu me coloquei entre a porta, impedindo-a de fechar. Precisávamos conversar. Se eu deixasse essa situação sem ser resolvida, novamente nos distanciaríamos...
–Bella, vamos conversar. – pedi, vendo-a olhar para todos os lados, como se procurando um local para escapar de mim. Eu não iria deixá-la fugir sem ter as minhas respostas.
Eu não esperava pelo que veio a seguir.
Bella começou a gritar, atirando quaisquer objetos ao alcance de suas mãos no chão. Eu olhei, atônito, a cena. Ergui minhas mãos, inúteis, em sua direção, querendo fazê-la parar. Se continuasse daquele jeito, ela poderia se ferir.
Por quê? Por que ela estava gritando? Por que seus olhos tinham um brilho perigoso que indicava loucura? Por que agora ela puxava os cabelos, num ato de autoflagelação? O que causava essa dor toda? Quem estava fazendo isso com ela? Seja lá quem fosse eu seria capaz de exterminar com o desgraçado!
–Eu não aguento mais! O que eu fiz para você me causar tamanha infelicidade? Por que você não me deixa em paz? – ela gritou, em prantos.
Ah, era eu. Eu era o responsável pelas suas dores! O choque de saber de algo tão óbvio me fez arfar. Que tipo de monstro eu era afinal? Como eu pude desgraçar irremediavelmente a vida de alguém tão boa quanto Bella? As lembranças de tudo o que eu fizera desde que a conheci me tomaram e pude ver, mais do que em qualquer outro momento, o quão horrendo foram os meus crimes. Eu pensei que o narcisismo há muito tempo havia me abandonado, mas descobrir que eu ainda era um tolo egoísta foi um choque. Era sempre o que eu queria, quando e como eu queria. Meus desejos estavam destruindo a pessoa que eu mais amava!
“Eu preciso deixá-la ir”, pensei. Eu não confio em mim para fazê-la feliz, não mais. Eu precisava deixar de ser egoísta e fazê-la de fato feliz, mesmo que para isso eu devesse me afastar. Bella não merecia mais sofrer, ela não merecia mais ser pressionada a estar em um relacionamento tão turbulento. Deixe-a ir Edward! Deixe-a ser feliz!
Por quanto tempo ficamos imersos naquela agonia? Bella, sentada de qualquer jeito no chão, escondendo seu rosto ao encostar a cabeça nos próprios joelhos, parecia alheia a tudo. Ela parecia uma menininha imersa em um pesadelo, esforçando-se para acordar. E eu a ajudaria nisso.
Eu me aproximei cauteloso, não querendo despertar um novo ataque histérico. Com minhas mãos eu ergui seu rosto, fazendo-a me olhar. Bella arfou, assustada com o que via no meu rosto. Eu imaginei que minha expressão facial transmitia tanta dor, como um homem agonizando. Enxuguei algumas lágrimas que insistiam em sair de seus olhos castanhos, tão lindos, enquanto eu reunia forças para cortar os laços. Quando formulei o que diria, disse rapidamente, antes que a comoção me travasse a língua.
–Está bem... Eu vou deixá-la em paz como é o seu desejo e lhe darei o divórcio. Por que só assim eu provarei o quanto eu a amo, amo o suficiente para entender que o melhor para você é ficar longe de m... – não consegui pronunciar nada. Me ver sozinho, sem Bella... Eu aguentaria? Certamente não. Seria um inferno ficar sozinho! Mas o que eu poderia fazer?
Apreciei aqueles poucos momentos, sabendo que seriam os últimos. Eu me perguntei se ela, num ato de generosidade extrema, me permitiria ficar ali. Eu não estava preparado para ir ao meu apartamento e me deparar com um lado da minha cama vazia.
–Eu só peço uma coisa, antes de desaparecer da sua vida... Eu imploro, deixe-me ficar aqui com você esta noite! – pedi, numa súplica desesperada. Bella ficou atônita por mais tempo do que o aceitável, mas se recompôs. Não se dignou a me responder, mas também não me expulsou. Eu entenderia sua atitude como um consentimento para ficar.
Ela seguiu para dentro do quarto e eu sentei no sofá, sentindo o desespero me atingir pela decisão tomada. Eu havia feito uma grande burrada e não poderia voltar atrás. Eu precisava me manter firme por ela, só por ela, e assim provar que eu poderia ser uma pessoa melhor. Eu poderia provar que o meu amor era maior do que o meu egoísmo. Ei iria provar, mesmo que isso me destruísse.
Afrouxei a gravata borboleta. Retirei o paletó, desabotoando alguns botões da camisa. Relaxei no sofá gasto da sala de Bella, enquanto uma de minhas mãos bagunçava o meu cabelo.
Eu estava estranhamente relaxado, tentando dar alguma paz a minha cabeça, fingindo que não teria que dar um passo importante na minha vida na manhã seguinte. Isso, ignorar o que se passava, como se fosse só mais um dia qualquer, faria com que tomar a decisão fosse mais fácil e assim não perturbaria ainda mais Bella. Levantei do sofá após algum tempo, aparentemente mais calmo, mas entorpecido demais graças a preparação psicológica que fizera minutos atrás. Entrei no quarto lentamente e a encontrei deitada de lado, olhando para a parede, de costas para mim.
Ela está com frio, constatei. Seus cabelos estavam meio úmidos do banho, esparramados no travesseiro. Eu poderia apostar que sua pele ainda estava um pouco úmida, aumentando assim o frio que sentia. Peguei um edredom que cobria a cama, abaixo dela, e o puxei a fim de cobri-la. Fiquei em pé, ao seu lado, olhando-a, contemplando-a. Provavelmente pela última vez. Senti um cansaço sem igual, o dia fora exaustivo, mas não estava pronto para fechar os olhos e não vê-la. Eu tinha que aproveitar cada segundo ao seu lado.
Ela agora me fitava confusa com a minha presença. Na certa pensara que eu tinha ido embora. Consegui, em meio aquele infortúnio, sorrir.
–Última chance: você quer que eu saia? – perguntei. Bella, felizmente, não se manifestou. Sentei na cama, próximo a ela, esticando minhas pernas. O cansaço novamente me abateu, mas eu não iria dormir. Eu precisava aproveitar por que essa provavelmente seria minha última noite próximo à ela, a última noite em que eu a veria dormir.
Nós ficamos nos olhando e eu quis, mais do em qualquer outro dia, ler a sua mente. Bella estava tão plácida a me fitar, sem demonstrar qualquer emoção. De fato não encontrei amor naqueles orbes cor de chocolate, mas também não encontrei quaisquer sentimentos ruins que antes pareciam dominá-la.
A calmaria após a tempestade... Quase como se hoje fosse como qualquer outro dia, quando estávamos na mais perfeita harmonia, como marido e mulher.
Paulatinamente, Bella foi adormecendo, caindo em sono profundo mais rápido do que eu poderia imaginar. Quando senti segurança para agir, ergui uma mão e me pus a acariciar seus cabelos, bem lentamente, apreciando a maciez de cada fio. Sorri diante daquele pequeno momento de prazer, agradecendo aos céus por tê-lo antes do fim.
Durante toda a noite eu fiquei daquele jeito, incapaz de pregar os olhos, mesmo diante de um cansaço colossal. Eu a olhei, e toquei seus cabelos e o seu rosto, memorizando cada pequena coisa. Em um dado momento eu me inclinei o suficiente para que meus lábios ficassem próximos de seu ouvido.
–Perdoe-me por ter sido tão bruto com você e com... – respirei fundo. – Com Jacob. Eu não gosto dele e senti muito prazer em socá-lo, mas eu tenho que admitir que ele foi melhor para você do que eu. Ele soube amá-la melhor... – lembrei da época em que Bella tinha um caso com ele enquanto éramos casados e não nos dávamos bem. Ela sorria com mais frequência. Sorriu também na nossa melhor fase, mas o sorriso se esmaecia quando ela se lembrava do passado. Eu não poderia mudar o que havia feito então como diabos garantiria um futuro sem as manchas vergonhosas dos meus erros?
Logo o sol subiu, indicando uma nova manhã. Atordoado, eu olhei para um relógio que ficava no criado mudo, constatando ser seis da manhã.
“Hora de ir...” – pensei, cheio de tristeza. Sentindo o peito apertado e a garganta fechada, eu peguei cuidadosamente a mão esquerda de minha esposa, retirando a aliança que havia colocado em seu dedo médio na manhã anterior. Beijei sua bochecha, seus cabelos, sem beijar seus lábios. Não, eu não tinha mais esse direito. Outro homem, poderia ser Jacob, receberia essa dádiva.
–Bom dia, meu amor. – ciciei em seu ouvido. Bella murmurou alguma coisa incompreensível, em sono profundo. – A partir de agora eu sei que você sorrirá com mais frequência.
Levantei da cama, guardando a aliança dela no bolso de minha calça, como recordação. Dei uma última olhada para ela, achando-a tão linda como em qualquer outro dia em que a vi. Caminhei apressado para a saída, recolhendo meus poucos pertences. Enquanto seguia para fora, vestia o meu paletó e guardava a gravata em um bolso. Fiz menção de retirar minha aliança, mas não o fiz. Eu não conseguiria fazê-lo pelo menos por um tempo. Retirei as chaves do carro do bolso interno do meu paletó e entrei no veículo.
Naquele momento, tudo o que tentei afugentar de mim a fim de me manter são diante de Bella veio à tona. Segurei fortemente o volante, segurando-me para não gritar. Minha cabeça tombou para frente, caindo em cima do volante.
Eu chorei, como há muito tempo não fazia. A última vez que isso aconteceu... Sim, foi no enterro de minha mãe. Depois disso meu coração se fechou para o mundo e nem mesmo a morte de meu pai conseguiu me comover ao ponto de chorar. Porém chorar me pareceu ser o mais adequado, como uma forma de aliviar a dor que grasnava em meu peito. E rezei para que isto, chorar, não fosse uma constante em minha vida.
E, lentamente, quatro dias se passaram...
Os quatro dias mais tediosos e frustrantes que alguém pode passar. Não liguei para Bella, não fui ao seu endereço, não fiz absolutamente nada. Mas me afastar e cumprir a minha promessa estavam sendo um preço caro demais para cumprir. Nesses quatro dias mergulhei no trabalho, a exaustão sentida por me dedicar exclusivamente a isso tem sido um poderoso aliado para me fazer dormir rapidamente, sem sonhos ou momentos de reflexão.
Alice ligara no terceiro dia, perguntando-me como as coisas estavam entre Bella e eu. Menti, alegando estar muito ocupado, conseguindo assim driblá-la. Ela não ficaria nada feliz se soubesse que concedi o divórcio após ter se esforçado tanto para unir a mim e a Bella. Eu sabia que não poderia esconder a notícia por muito tempo... Principalmente no quinto dia quando, logo pela manhã, recebi uma visita desagradável.
–... Basta assinar os papéis e tudo estará resolvido. – comunicou alegremente o advogado de Bella, mostrando os lugares onde eu deveria assinar os papéis para, enfim, oficializar meu divórcio.
Eu usava uma máscara de tranquilidade e indiferença, fazendo a tudo o que pediu o tal advogado, sem fraquejar. Quem olhasse a cena diria que eu não ligava para a situação, quando por dentro eu sentia estar à beira de um infarto.
Assinei todos os locais indicados e entreguei o documento ao tal senhor Smith.
–Acredito que era só isso. Eu estarei a disposição caso Bella queira alguma ajuda financeira. O que ela precisar, ela terá. – disse, levantando-me de minha poltrona enquanto o homem guardava o documento em um envelope pardo.
–Acredito que a senhorita Swan não deseja isso. Ela repudia algum tipo de ajuda financeira. – falou como quem acha estar dando uma boa notícia. Ah se ele soubesse que já não sou o homem apegado a bens materiais como antigamente!
–Imagino... – meus bens certamente não eram a única coisa que ela repudiava, constatei com pesar. – Tenho uma reunião agora. Até mais. – saí rapidamente da sala, antes que a minha cara, agora livre da máscara da indiferença, fosse notada por aquele sujeito. Eu me perguntei se alguém como ele sentia prazer em destruir vidas, por que era isso o que ele estava fazendo comigo ao ajudá-la com o divórcio.
O restante do dia foi difícil. Eu não consegui me focar no trabalho como tenho feito e sentia ainda o peso da caneta que usei para assinar os papéis que livrariam Bella definitivamente de mim. Por vezes perdi o fio da meada de alguma reunião, sendo perceptível minha desatenção. A fim de não prejudicar a empresa, cancelei, após o almoço, todos os meus compromissos, adiando-os para a próxima semana. Lembrei-me, desanimado, que no dia seguinte eu não precisaria vir à empresa. Ficar em casa apenas pensando na vida me assustava então decidi que aceitaria, quem sabe, o convite de Alice para ir à fazenda. Ela e Jasper já estavam lá há alguns dias. Peguei o meu celular após o almoço e liguei para ela.
–Maninho! Estava pensando em você agora mesmo, falando a seu respeito com Jasper. – ela disse após atender. Bufei, ajeitando-me melhor na minha cadeira.
–Aposto que estava falando mal de mim.
–Imagina! Eu só falo mal quando você está presente. É mais divertido assim. – riu escandalosamente do outro lado da linha, mas não pude acompanhá-la no riso. – Está muito sisudo. Aconteceu alguma coisa?
–Não. – respondi, seco. – Amanhã irei à fazenda. Só liguei para avisar. Peça aos empregados que preparem o meu quarto.
–Que ótima notícia! Bella certamente virá com você, não é? Estou precisando de alguém que me faça companhia nas compras! – Alice estava entusiasmada, achando que Bella e eu estávamos a um passo de ficarmos juntos para todo o sempre. Antes que eu pudesse pensar se seria sensato revelar a verdade, já estava contando.
–Eu dei o divórcio a ela essa manhã. – minha voz estava morta, assim como todo o resto. Ouvi Alice arfar do outro lado da linha.
–O QUE? COMO PODE FAZER ISSO? SEU IDIOTA! EU TIVE UM TRABALHO DO CÃO PARA JUNTÁ-LOS E É ASSIM QUE VOCÊ ME RECOMPENSA? O QUE HOUVE? ENCONTROU ALGUMA MERETRIZ PARA SUBSTITUI-LA? – ela gritava, ensandecida. Ouvi ao seu desabafo com mais paciência do que o normal, esperando que ela descarregasse toda a sua ira antes de eu me pronunciar. Após ouvir seus “elogios” sendo direcionados a minha pessoa, me manifestei.
–Eu precisei fazer isso, Alice. Se continuássemos desse jeito, eu iria destroçá-la. – minha voz ficou subitamente embargada enquanto as lembranças do que acontecera a quatro noites atrás novamente me atormentavam.
–Do que você está falando Edward? Vocês estavam indo bem, como pode pensar em algo assim? Você cometeu muitos erros com ela, é verdade, mas nunca você iria...
–No dia seguinte ao jantar, nós estávamos bem. Mas eu cometi um erro imperdoável com ela. Eu a encontrei em um evento que fui naquela noite e ela estava com Jacob. Quando eu os vi juntos, eu perdi a cabeça. Eu agredi a ela e aquele cara. Por minha culpa, ela foi atropelada...
–O QUE? MAS ELA ESTÁ BEM? – os gritos de Alice recomeçaram do outro lado da linha. Eu tratei de acalmá-la.
–Nada grave. Apenas um machucado no pulso, mas já deve estar sarado. Eu prometi a ela que não iria mais atormentá-la e estou cumprindo com o que prometi. O advogado dela veio com os papéis do divórcio e eu os assinei. – não sei como consegui falar sem mais pausas. Eu sentia que a qualquer momento a comoção iria me tomar e eu perderia a voz.
Alice ficou calada por alguns instantes, parecendo processar a informação dada. Quando pensei que ela poderia ter desligado o celular, ouvi novamente sua voz.
–Como você está diante disso? – sua voz parecia calma e eu poderia sentir a pena dela através daquele tom de voz. Droga, têm coisa pior do que receber pena dos outros? Eu poderia mentir e dizer que estava bem, mas ela perceberia. E, naquele momento, senti uma necessidade enorme de desabafar com a única pessoa que ainda restava.
–Estou desmoronando Alice. Meu único consolo é saber que ela poderá ter uma vida melhor sem a minha interferência.
–E quem garante que ela terá uma vida melhor? – rebateu novamente colérica.
–Todo mundo garante, inclusive ela. Está na hora de parar com o meu egoísmo e deixá-la viver. Alice, eu não quero falar mais sobre isso. – senti a cabeça latejar. Não era a primeira vez que eu tinha uma crise de enxaqueca. Massageei as têmporas com meus dedos da mão que não segurava o celular.
–Edward, eu poderia conversar novamente com ela e... – proposto, conciliadora como só ela poderia ser.
–Não Alice. Deixe Bella em paz. Vai ficar tudo bem. – para ela, completei em pensamento. Meu futuro era incerto. Ouvi um suspiro audível do outro lado da linha, parecia que na disputa de argumentos eu havia vencido Alice, finalmente.
–Edward, esse não é o melhor caminho. Para nenhum dos dois. Mas se é isso o que escolheu para si, eu... Eu só gostaria que você fosse feliz, você e ela. Não acho que encontrarão felicidade dessa forma.
–Ela encontrará felicidade dessa forma Alice. É só disso que eu preciso. Eu vou desligar. Espere-me na fazenda amanhã. – desliguei, não aguentando mais a pena de Alice. Eu já sentia pena de mim mesmo, o que era deveras humilhante. Não precisava também da pena alheia.
Afrouxei a gravata, lembrando que havia cancelado meus compromissos do restante do dia. Percebi a besteira que havia feito e tratei de corrigi-la. Retomei aos compromissos, com a ajuda de minha secretária, sabendo que me entregar de cabeça ao trabalho era a única forma descoberta para amortecer a dor.

...

Todos os empregados da empresa já haviam ido embora, inclusive os que pegavam alguma hora extra. Eu estava lá, fazendo coisas que poderiam ser resolvidas daqui a um mês. Não que eu fosse algum maníaco por competência, eu não o era, mas estava evitando ir para o meu apartamento. Por isso eu permaneci altas horas da noite, sentindo o cansaço me abater, mas não querendo ir para casa. Talvez eu dormisse no escritório, me parecia uma idéia melhor. Pelo menos o sofá era estreito demais para eu sentir a falta de alguém ao meu lado.
Batidas na porta soaram, assustando-me. Eu sabia que não estava só, havia os seguranças no prédio responsáveis por vigiá-lo durante a noite, mas não imaginei que alguém viria até a minha sala.
–Entre. – ordenei, deixando o que eu estava fazendo para olhar atentamente o convidado.
Um dos seguranças da empresa passou pela porta, sendo acompanhado por dois oficiais da polícia. Estranhei. O que diabos dois policiais estariam fazendo ali? Levantei cautelosamente, com meus olhos fixos nos dois policiais, tentando, estupidamente, lembrar se cometi algum crime sem ter percebido.
–Senhor Cullen... – o segurança da empresa começou, parecendo desconcertado. – Estes dois oficiais solicitaram uma audiência com o senhor. Souberam de alguma forma que o senhor ainda estava na empresa. – após dizer isso, o segurança deu alguns passou para trás, ficando próximo à porta. Os oficiais ficaram próximos à mim, um ao lado do outro, numa postura excessivamente rígida.
–Senhor Cullen, viemos até aqui para comunicar ao senhor que, infelizmente,...
Eu ouvi a tudo atentamente, mas em um determinado momento, enquanto compreendia a mensagem, alguma coisa terrível se operou em mim. Meu corpo foi ficando estranhamente dormente e minha vista foi escurecendo. Eu me aproximei mais de minha mesa, tentando me sustentar com uma mão apoiada nela, mas foi inútil. Antes mesmo que os oficiais de polícia terminassem com a notícia, eu já estava no chão. Tudo foi ficando escuro até que não vi, ou ouvi, ou senti mais nada.
Eu teria que agradecer aos céus por esse conforto.

Continua...


Quanta dor ele está passando com essa separação. Tudo por que não conseguiu pensar com calma quando viu a Bella com o Jacob. E essa notícia dos policiais provavelmente é sobre o acindente, o que nos leva a crer que provavelmente foi com a Alice, já que é a única pessoa próxima a ele. Amanhã o suspense acaba e saberemos o que realmente aconteceu. Beijos e até amanhã.


+ FANFICS ROBSTEN E BELLARD

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8 comments:

  1. OMG!! Nao acredito nisso fiquei paralisada com isso! Agora vou ficar mega hiper anciosa!! Ate amanha beijusculo!

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  2. uffffaaaa.que susto que nos deu pensei que erra algo com meu fofuxo.ai meu deus tadinha da alici.tomara que ela nao morra.

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  3. Q dó do Edward,ele naum merece isso,ainda mais com esse acidente misterioso agr!!=(

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  4. Alice..... Esse é o mistério!!
    Isso nao é justo coitado do Edward perder a Bella e saber que tem o risco de perde a irmã.
    Mas isso fará com que Bella fique perto dele agora, eu acho!!
    Tardinha do meu baby o Jake, nao vai conseguir ficar nunca com a Bella.
    Até amanha!

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  5. Olha!, seria bom ter postado dois capítulos, aí a curiosidade seria apaziguada.

    Beijos.

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  6. Meu Deus!! Eu tinha certeza que era o EDWARD

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  7. Pensei q era o Ed,mais foi com Alice tomara q não seja nada grave e q sirva para aproximar a bella do Ed,chega amanha.
    bjs!!

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  8. OMG! Tadinho do edward, ele não vai suportar tudo isso, deve ser algo com a Alice e o Jasper. Que venha o próximo capitulo! Beijinhos meninas.

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Forever

É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

TwiMom Indica

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