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Saturday, April 07, 2012

FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 52


Bom dia! Preparem seus lenços, o capítulo de hoje está triste demais. 

Título: O Contrato 
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio; 
http://www.facebook.com/jacqueline.sampaio; 
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo 
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

O Contrato
By Jack Sampaio

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"



CAPÍTULO 52


Bella pov’s


Lembro-me como se fosse ontem da noite em que meus pais morreram. Voltava da faculdade, na minha moto, e estranhei ao ver um carro de polícia estacionado no meio fio. Em frente a minha casa estavam dos policiais, parecendo espiar através da cortina que cobria a persiana de vidro, a fim de encontrar alguém na casa. Estacionei em frente à garagem, com minha visão periférica analisando cada passo dado por eles. Desci da moto, retirando o capacete. Pretendia abrir a garagem e guardar logo a moto, como sempre fazia, mas ao ver a aproximação de um deles eu fiquei parada. O mais velho dos policiais, um homem baixo e meio roliço, aproximou-se de mim.
–Você deve ser a Isabella Swan... – murmurou. Eu assenti fracamente com a cabeça enquanto minha mente fervilhava com as hipóteses acerca da presença daqueles dois sujeitos. – Precisamos conversar. – disse, retirando um lenço do bolso da calça de brim caramelo e enxugando a tez suada.
Nunca me esquecerei daquele fim de tarde em que, após a vida de meus pais ser ceifada em um acidente de trânsito, um policial veio me comunicar o ocorrido. Naquele trágico dia, algo quebrou dentro de mim. Eu me entreguei a mais profunda melancolia e acreditei que nunca mais passaria por algo parecido.
Eu estava completamente enganada.
Trajando uma saia comprida, preta, e um suéter cinza, eu segui trôpega ao local indicado pela imprensa onde ocorreria o funeral. Passei alguns minutos em frente à majestosa catedral, tentando ficar um pouco mais controlada. Era uma manhã chuvosa de segunda-feira, um clima deprimente para uma situação que ia além da tristeza. Sim, talvez os céus estivessem prestando sua homenagem aqueles que se foram.
Devido ao frio daquele dia nublado, vesti meu casaco preto e minhas luvas pretas de couro. Fechei o guarda chuva agora que estava embaixo da marquise do prédio e respirei algumas vezes antes de entrar. Certifiquei-me de que havia uma caixa de lenços de papel da minha bolsa, para o caso de as lágrimas novamente encharcarem meu rosto. Não que eu estivesse preocupada com a maquiagem que eu fizera ser desfeita, não me importava nenhum pouco com algo tão idiota. Eu só não queria parecer tão frágil. Eu precisava aparentar força por que havia uma pessoa naquela igreja que precisaria muito disso.
Entrei cautelosamente na igreja, ricamente adornada com buques enormes de lírios brancos e coroas de flores das mais variadas cores. Toda aquela beleza não me agradou, deixava mais claro o evento fúnebre. Fui seguindo para o interior da capela, recebendo olhares dos fotógrafos e pessoas que aparentemente não tinham conseguido entrar na capela principal. Todos aguardavam por alguma coisa naquela pequena saleta, enquanto seguranças impediam a passagem de quem não tivesse sido convidado ao evento.
Será que me deixarão passar, pensei aturdida. Eu não era mais da família, me separara de Edward. Embora a nossa separação não tivesse caído ainda nas graças da imprensa, Edward sabia de tudo e poderia me impedir de entrar, se quisesse. Ele poderia não colocar o meu nome na lista e assim me impediria de acessar o interior da igreja onde ocorria a cerimônia. Eu me aproximei rapidamente dos seguranças que controlavam a porta, colocando óculos escuros e uma echarpe vermelha envolta da cabeça, cobrindo parcialmente meu rosto. Não sei se algum dos paparazzi me reconheceu, eu procurei ser rápida. Dei o meu nome, rezando para que eu pudesse passar. Felizmente concederam-me passagem e me apressei em entrar e assegurar um lugar ao fundo, onde eu pudesse ver a capela como um todo, sem ser detectada.
O lugar estava ricamente adornado com flores de todo o tipo, principalmente lírios brancos. Havia muita gente, algumas pessoas choravam audivelmente e outras pareciam entediadas, na certa estando ali apenas para cumprir um rito social. Reconheci alguns funcionários da empresa na qual eu trabalhei e até alguns clientes da Cullen Publicidade. Olhei para frente, dando atenção as palavras do padre, e meu coração congelou.
Em cima do altar mor estavam mais arranjos de flores e dois caixões brancos, parecendo perdidos diante de tantos ornamentos. Senti meu coração se afundar em alguma parte de mim. Uma dor dobrada me atingiu, as lembranças da morte dos meus pais e agora... Isso. O mal estar que me tomou fez com que eu sentasse, embora todos ali estivessem de pé para rezar, seguindo as orientações do padre. Segurei meu rosto entre as mãos e chorei baixinho, sentindo uma tristeza sem precedentes.
A vida é algo efêmero de fato. Uma hora você está bem, conversando com amigos e familiares e fazendo planos. Na outra, você é apenas mais um cadáver nas estradas. Eu sempre soube do quão preciosa a vida é, do quanto ela pode mudar em pouco tempo, mas mesmo assim não conseguia assimilar o que ocorrera no sábado e que só soubera no domingo de manhã através de um noticiário.
Eu nunca os odiei, mesmo após descobrir que Alice fazia parte do complô que Edward armara. Jasper então nem se fala, ele nunca esteve envolvido. Por isso ao me deparar com os caixões onde os dois repousavam, eu senti como se tivesse perdido pessoas muito importantes. As lembranças das vezes em que estivera na companhia dos dois, em especial de Alice, vinham na minha cabeça, aumentando a dor no peito que eu sentia. Ela fora, sem ser convidada, junto ao marido Jasper, uma parte da minha família. Seria sempre assim...
Lembrei da notícia passada no canal local na manhã de domingo, sobre um acidente na auto-estrada que culminou na morte de um casal. Lembrei do desespero que senti, vestindo-me rapidamente a fim de encontrar Edward. Passei o dia para lá e para cá, sem localizá-lo; também liguei para todos os seus números disponíveis, sem, porém, falar com ele. Não dormi e pouco comi de domingo para hoje, segunda-feira. Conversei com Ângela, que me ligara algumas vezes, e graças a ela eu soube onde ocorreria a cerimônia em homenagem a eles, podendo estar aqui. Infelizmente Ângela decidira não vir, abalada demais com o ocorrido visto que trabalhava diretamente com Alice. Eu me sentia esgotada física e emocionalmente, precisando tomar comprimidos de calmante e dormir, mas ao pensar em Edward e no que ele poderia estar passando eu bancava a forte e seguia em frente.
Não dei muita atenção a cerimônia como deveria, tentando, inutilmente, fingir que as pessoas ali dentro dos caixões não eram conhecidos meus. Procurei por Edward com o olhar, mas não o vi, algo difícil para uma igreja simplesmente abarrotada de gente.
“Provavelmente ele está sentado na primeira fileira”, pensei. Eu deveria ir até lá, mas a quantidade de pessoas se aglomerando nas primeiras fileiras me inibiu completamente. Como meus sentimentos acerca da tragédia não estavam completamente disciplinados, achei melhor permanecer onde estava, na última fileira. Eu precisava ajudar Edward nesse momento de dificuldade e para isso precisava passar a imagem de uma pessoa forte, com os sentimentos firmemente controlados.
Perdida em devaneios, me assustei quando as pessoas começaram a se afastar. Os caixões estavam sendo retirados do local e transportados para uma saída lateral. Levantei, olhando ao redor, mas o mar de gente me impediu de ver Edward. Quando a igreja se esvaziou um pouco, ele não estava lá.
“Droga!” – Saí pela entrada principal, vendo todos os que estavam presentes no evento driblarem os fotógrafos e entraram em seus luxuosos carros, estacionados no meio fio, para seguirem ao local onde Alice e Jasper seriam enterrados. Olhei em volta, tentando localizar novamente Edward, sem sucesso. Driblei a multidão de pessoas a fim de pegar um táxi do outro lado da rua, mas uma mão no meu ombro me deteve. Olhei para o dono da mão e me surpreendi.
–Senhor Volturi?! – Aro, o vice-presidente da Cullen Publicidade, estava atrás de mim, vestido de preto dos pés a cabeça. Carregava uma expressão cansada no rosto e sorriu minimamente a me ver.
–Senhora Cullen, é um prazer revê-la após tanto tempo. Pena que as circunstâncias não sejam as melhores.
–Sim... – concordei com um suspiro.
–Está indo para o local do sepultamento? – ele me perguntou. Eu assenti. – Irá com o senhor Cullen, seu marido, imagino.
Fiquei abismada ao perceber que Aro não sabia de nossa separação. Ao que tudo indicava Edward não abrira a boca para ninguém sobre isso. Estupidamente me perguntei se Alice e Jasper sabiam antes de...
–Não irei com ele. Pegarei um táxi e me dirigirei para lá. – falei rapidamente, não querendo entrar em detalhes sobre a separação. Felizmente Aro não me pressionou por mais detalhes.
–Quer uma carona? Estou indo para lá? – um carro preto estacionou a nossa frente e um motorista saiu de dentro dele para abrir a porta para Aro. Assenti, agradecida pela oferta, verbalizando logo em seguida meu agradecimento. Ficamos calados por algum tempo e olhei tristemente para o tempo nublado. O chuvisco estava engrossando e logo teríamos uma tempestade terrível.
–A senhora se separou do Edward, não é? – Aro perguntou, deixando-me sobressaltada. Eu o olhei por alguns instantes, sem saber o que falar. Ele olhava para o meu rosto, estudando minha reação, e para a minha mão onde deveria haver uma aliança.
Com os olhos fixos no chão, falei:
–Ele não contou nada a ninguém? – meu murmúrio débil felizmente foi ouvido por Aro.
–Não. Sequer retirou a aliança do dedo. Mas a julgar pela sua constante ausência e a falta de uma aliança, assim como o fato de não ter vindo com o senhor Cullen, especulei que deviam estar separados.
–Nos separamos oficialmente há alguns dias atrás. – confessei, olhando agora para a janela, vendo a tempestade que caia. – Mas acho que eu não precisava verbalizar nossa atual situação. Você coletou os indícios que comprovam o divórcio.
–E mesmo assim a senhorita veio. Por um acaso falará com o senhor Cullen? – me perguntou e senti seus olhos sobre mim. Continuei olhando para fora.
–Eu vim para isso. Não vim necessariamente para prestar minha homenagem aos mortos. Acho mais valido fazer isso quando a pessoa está viva. O que resta agora é somente um corpo. A Alice e o Jasper que conhecemos não estão mais aqui. – desabafei com uma voz e conduta inexpressivas.
–Concordo plenamente com a senhorita. Só estou aqui para dar algum amparo ao senhor Cullen. Não está sendo fácil para ele. – suas palavras me fizeram encará-lo.
–Como ele está? Não o vi desde ontem. Tentei encontrá-lo, mas ele não atendeu minhas ligações ou ficou parado nos lugares onde sua presença é constante.
–Ele esteve ocupado desde ontem com os preparativos do enterro. Não deve ter dormido nada. Só passou no apartamento essa manhã para trocar de roupa. Ele não está nada bem, afinal os dois únicos parentes que ele tinha serão enterrados daqui a pouco. Ele vai precisar muito de alguém ao seu lado e não vejo pessoa mais indicada do que a senhorita. Mesmo estando separados... – o olhar que Aro lançou para mim era poderoso, praticamente me compelindo a agir de alguma forma na tentativa de ajudar Edward. Ele não precisava ter uma conduta tão intimidadora assim a fim de me convencer, afinal de contas eu estava ali pelo Edward, por ninguém mais.
Após vários minutos chegamos ao local onde os corpos seriam sepultados. Antes mesmo de o carro entrar na área do estacionamento do cemitério eu já sabia que aquele lugar era lindo. Um campo verde se perdia no horizonte, cheio de jazidas e flores dos mais variados tipos. Quando o carro parou, o motorista desceu, portando um guarda-chuva, e foi na direção de Aro, abrindo sua porta.
–Vamos senhorita Swan. Dividiremos o guarda chuva, assim não ficaremos molhados. – sorriu, estendendo sua mão a fim de me ajudar a sair do carro.
–Se me permite, eu gostaria de ficar mais uns minutos aqui no carro. – pedi. Aro, claro, permitiu, instruindo seu motorista a pegar um segundo guarda chuva no carro e me dar quando eu desejar sair do veículo. Ele partiu, caminhando e seguindo a leva de convidados para o evento. Procurei relaxar no banco de couro do carro, ignorando o motorista que me olhava pelo espelho retrovisor. Encarei novamente a tempestade que caia lá fora, sentindo um estranho torpor me dominar, como se uma força invisível estivesse agindo em meu corpo. Permaneci alheia a tudo por um tempo indeterminado. Por fim saí do carro, sendo prontamente seguida pelo motorista que trouxe para mim um guarda-chuva. Eu peguei o objeto, agradecida por não me deixar molhar por aquela chuva torrencial e saí do estacionamento, indo em direção ao local onde ocorria o funeral.
Não sei se foi por causa da chuva, ou se realmente eu demorei demais dentro daquele carro, mas ao me aproximar do local notei que as pessoas começavam a retornar. Provavelmente o sepultamento fora mais rápido pela chuva que caia. Olhei em volta, tentando encontrar Edward, mas não o vi. Caminhei por entre o fluxo de pessoas na direção contrária, ainda olhando a tudo atentamente. Enquanto isso minha mente tentava planejar qual a conduta que eu teria ao me encontrar com o meu ex-marido. Não, eu sabia que era bobagem planejar algo, pois quando estivesse com ele todo o planejamento seria esquecido.
Aro passou por mim a vários metros de distância, conversando com um homem qualquer. Não me viu. Olhei para frente, localizando finalmente o lugar onde ocorreu minutos atrás o sepultamento. Ninguém mais estava lá, todos foram embora.
Nem todos haviam ido embora como eu pensara.
Eu o reconheceria em qualquer lugar, de qualquer jeito. Estava de pé, sem nenhuma proteção a chuva, olhando para os túmulos. Não pude ver o seu rosto por estar de costas para mim, mas imaginei que sua expressão facial não deveria estar nada boa. Todos aparentemente foram embora, deixando-o sozinho. Praguejei em silêncio. Como as pessoas ousaram deixá-lo? Edward devia estar arrasado, alguém deveria ter ficado com ele! Alguém deveria persuadi-lo a sair daquela chuva e ir para casa descansar!
Ninguém se importa com ele. São, em sua maioria, sanguessugas que vieram cumprir apenas seu papel ante a sociedade. A maioria não conhecia Alice e Jasper e, se conheciam, não pareciam se importar com o fato de agora estarem mortos. Se não se importavam com o casal, por que se importaria com o irmão de Alice?
Eu me importo e isso basta, pensei. Se ele não sabia desse fato, eu contaria. Foi com essa resolução, e a própria imagem de Edward que agora se ajoelhava no gramado, que me fez seguir até ele com passos firmes.

Alheio como estava, Edward não percebeu a minha presença. Foi só quando sentia que a chuva não mais caia nele, agora que eu o cobria com o meu guarda-chuva, que ele, lentamente, virou-se, ainda de joelhos no gramado. E o que eu encontrei ao olhar naqueles orbes dourados... Deus, não havia ninguém nesse mundo mais devastado do que ele. Um misto de tristeza, vazio, raiva... O que existia de fato naqueles olhos era difícil de se definir.
–Vai acabar doente se permanecer nessa chuva. – falei baixinho, mas ele conseguiu me ouvir, eu acho. Apesar de estar me olhando, parecia que ele não conseguia me ver. Um vazio tenebroso parecia possuí-lo, como se estivesse prestes a entrar em estado catatônico.
Com muito cuidado eu me ajoelhei, ainda tentando proteger a nós dois da chuva com o guarda-chuva que eu segurava. Ele se inclinou, colocando o seu rosto na curva do meu pescoço enquanto os braços, ao invés de me envolverem, pendiam ao seu lado.
–Eles me deixaram... Todos eles. Bella, eu estou só. – sua voz era só um murmúrio débil que compreendi apenas por estar colada a ele. Tentando segurar o choro, eu o envolvi com o braço livre e o apertei contra mim, esperando que, de alguma forma, a dor que o consumia passasse com esse contato.
–Você não está só. Eu estou aqui com você. Eu sempre estarei aqui para você. – arrulhei em seu ouvido enquanto ele parecia relaxar mais e mais nos meus braços. – Agora vamos para a sua casa. Você precisa se secar, comer alguma coisa e descansar.
Eu me levantei, amparando-o enquanto continuava a tentar nos proteger da chuva. Edward caminhou trôpego ao meu lado e tive que sustentar seu peso, passando um braço ao redor da sua cintura. Só havia um carro no estacionamento, a nossa espera. Pensei que era Aro esperando por Edward já que o carro era igual, e havia um motorista, mas me equivoquei. Provavelmente esse era mais um carro com motorista da empresa que Edward presidia.
O motorista nos ajudou a entrar, pegando o meu guarda chuva e guardando-o na frente. Relaxei no banco de couro, sentindo a exaustão que tanto tentei afastar finalmente me dominar. Com Edward parecia estar acontecendo a mesma coisa. Ele havia encostado sua cabeça no vidro, olhando para a paisagem fora da janela, alheio a tudo. Pensei em mil coisas para dizer e abstraí-lo de pensamentos nebulosos, mas no final optei pelo silêncio.
O motorista seguia para o apartamento de Edward sem que verbalizássemos o nosso destino. Saiu do carro e nos ajudou a chegar até o hall de entrada do prédio sem nos molharmos. Edward seguiu para os elevadores e eu fui junto, sem saber se ele me permitiria ajudá-lo ou não. Não importava, eu iria ficar e auxiliá-lo com alguma coisa mesmo que ele não quisesse.
Entrar novamente no apartamento que jurei não pôr mais os pés foi estranho. Tudo estava como sempre esteve: limpo, arrumado, exalando requinte. Mas os últimos acontecimentos pareciam fazer com que o local refletisse o espírito do dono: vazio, frio e escuro. Acendi as luzes da sala enquanto Edward seguia para o quarto. Eu o segui pouco depois. Ele não fez menção de retirar as roupas ensopadas como imaginei que faria, apenas se aproximou de uma grande janela, afastando um pouco as cortinas e vendo a chuva torrencial que caia lá fora.
Eu me aproximei, colocando uma mão em seu braço. Ele se virou minimamente para me olhar.
–Vai acabar doente com essas roupas. – disse, subitamente retirando dele o casaco molhado que o cobria. Edward me olhou, não surpreso ou especulativo, mas ausente. Eu o ajudei também a retirar o paletó e as luvas de couro pretas. Quando iria afrouxar a gravata, ele me segurou pelo pulso.
–Por que você está aqui? – perguntou. Não parecia de fato curioso com a minha presença lá ao fazer essa pergunta. O fato de eu estar ali não tinha importância para ele.
–Quero cuidar de você. – minha voz soava estranha, ainda refletindo a comoção dos últimos acontecimentos. Edward me olhou fixamente, segurando fortemente minha mão em direção ao seu peito. As mãos podiam estar frias, mas o seu peito, com um coração acelerado dentro, estava assustadoramente quente. Senti a aproximação dos nossos corpos graças a ele e estremeci. Assustada com a situação, eu procurei me desvencilhar antes que fizesse alguma bobagem.
–É melhor você tomar um banho e vestir roupas limpas e secas. Eu vou preparar algo para você comer. – eu me afastei, seguindo apressadamente para a cozinha.
Foi difícil me concentrar em algo. Como se não bastasse à tristeza que eu estava sentindo por Alice e Jasper, agora eu sentia meu coração se acelerar de um jeito estranho por Edward. Seria a compaixão agindo em mim? Seria a pena que estou sentindo por ele confundindo minha mente? Ou talvez... Não! Não era o momento de cometer erros agora, pensando em coisas que eu deveria esquecer. Eu estava lá para cuidar do bem estar de Edward e assim o faria, nada mais.
Preparei uma sopa de legumes utilizando quase tudo o que encontrei na geladeira. A sopa ficara gostosa e acabei por comer um pouco, faminta pelas horas sem comer algo. Antes de levar comida para Edward, retirei meu casaco e luvas, deixando-os em cima do sofá, retirando logo em seguida os sapatos. Arrumei a sopa em uma mesinha de café da manhã e assim levei comida para ele. Ao chegar ao quarto, precariamente iluminado por um abajur, eu o encontrei sentado na cama. Já havia tomado banho e vestia uma calça de moletom preta e camisa branca. Fitava o nada, perdido em pensamentos nada felizes.
Deixei a bandeja em cima do criado mudo e me sentei diante dele, notando que os cabelos ainda estavam ensopados. Peguei a toalha que o envolvia pelo pescoço e me pus a enxugar seus cabelos, olhando-o atentamente, sem me envergonhar, já que ele continuava a fitar um ponto qualquer no chão. Senti a necessidade de dizer algo sábio, e piegas, para fazer o seu estado psicológico melhorar e assim o fiz, ainda que relutante.
–Você sabe... Eu passei pelo que você está passando. Perdi meus pais, as únicas coisas que eu tinha, antes mesmo de ter uma vida estável como você tem. Na época eu achei que nunca superaria e quis me entregar à dor que sentia. E então eu percebi que eles desaprovariam uma atitude dessas. Aonde quer que eles estejam, Alice e Jasper não querem que você se entregue. Pode parecer impossível agora, mas o tempo se encarregará de ajudá-lo não a esquecer... O tempo fará com que a dor fique suportável.
Eu sabia que as minhas palavras eram pura demagogia. Eu sabia o que era perder o que lhe restava... Palavras não adiantariam de nada. E pela expressão vazia de Edward, não adiantaram nada mesmo. Deus, o que eu poderia fazer para ajudá-lo?
–Edward... – murmurei seu nome com um olhar suplicante. Ele se ajeitou na cama, deitando-se de lado. Colocou sua cabeça em meu colo enquanto seus braços tentavam me envolver sem muito sucesso.
–Estou tão... Cansado. – disse num fio de voz. Aconchegou-se mais e mais em mim e logo ressonava tranquilo. Ele devia estar exausto para dormir tão rapidamente, pensei. Com uma mão, lentamente, acariciei os cabelos acobreados enquanto pensava em como seguiríamos a partir de agora, Edward e eu.

Continua...

Gente... Estou chorando até agora. Quem diria que seriam Alice e Jasper no acidente? Nem imagino a dor e o desespero do Edward em perder todas as pessoas que ele ama de uma só vez, por que no mesmo dia ele perdeu a Bella assinando o divórcio e depois a irmã e cunhado. Ele não estava exagerando quando disse que estava sozinho agora. Tomara que Bella não se afaste mais dele. Ele vai precisar dela agora mais do nunca. Beijos e até amanhã.

+ FANFICS ROBSTEN E BELLARD
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11 comments:

  1. Nossa, eu pensei que fosse so um acidente bobo que levaria a Alice para o hospital e depois melhoraria! Só isso! Mas morte para os dois? Nunca pensei nisso!

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  2. chorei mto agora,sem duvida a dor da perda vai unir os dois!!

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  3. eu to ate agora com o coração apertado tadinha da alici agora o ed ta sozinho tomara que a bella nao abandone ele tbm.eu chorei feito uma condenada com o sofrimento do ed

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  4. Nao acredito, coitado do Edward..... Muito triste!
    Ele realmente ficou só.... Sao todos uns parasitas.
    Mas bem provavelmente eles dois vão voltar aficar juntos!!

    Obs. Eu acho que vcs poderiam nos dar 2 capítulos amanha, só por ser Páscoa. Rsrs

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  5. Nossa esse capitulo hj foi muito triste!!Estou com muita pena do Edward por ter pedido Alice e Jasper,e espero q a Bella cuide dele!!

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  6. Eu concordo com a Amanda, 2 capitulos e por favor ... junta esses dois logo, chega de tanto sofrimento...

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  7. Que triste!! Coitadinho do edward,to chorando até agora.
    Eu acho que a bella deveria perdoa-lo.

    P.S: Eu concordo plenamente com a amanda black, vcs deveriam postar 2 capitulos amanha.
    bjs!!

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  8. Muito Triste!! Não pensei que alguem morreria. Coitado do Edward

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  9. O pedido por dois capítulos está ganhando força. Portanto, postem dois capítulos no domingo de páscoa.

    beijos.

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  10. Fiquei muito arrepiada lendo, muito lindo o capítulo, espero um pov's da Alice contando o acidente. Até amanhã! Beijinhos!

    PS: Concordo com a amanda, 2 capítulos amanhã.

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  11. Muito diferente esta Fic. Linda e triste ao mesmo tempo. Vcs não poderiam postar dois capítulos hj?

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É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

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