Boa tarde galera! O
capítulo de hoje está lindo demais, só lendo para verem...
Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
O Contrato
By
Jack Sampaio
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classificado
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou
ciente, quero continuar!"
CAPÍTULO 58
Edward pov’s
–... O quadro anêmico é
preocupante e, por mais que não permaneça aqui no hospital, peço prudência na
hora de se alimentar, lembrando-se sempre de descansar bastante. Para tanto
recomendarei uma consulta a um nutricionista e algumas vitaminas a fim de
reverter esse quadro. Quanto ao exame de gravidez, foi atestado que de fato
está esperando um bebê, senhora Cullen. – o médico falou com brandura, naquele
estranho jeito profissional de sua classe. Bella e eu estávamos sentados na
cama dela, olhando atônicos para o senhor. Ele não entendia que aquela notícia
era de suma importância para nós dois e muito possivelmente iria mudar de forma
irreversível nossa relação. Não que fosse piorar como acontece com a maioria,
absolutamente.
Eu poderia ver o quanto
ficaríamos mais próximos, agora que um laço inquebrantável nos uniria. Sorri
internamente com o quadro que minha mente pintou daquela situação toda. Bella,
minha mulher, minha amiga, meu mundo, acomodando no ventre um ser metade ela e
metade eu.
Um som de bip nos despertou da
letargia. O médico liberou Bella, pedindo-me para ir a sua sala pegar os
exames, o contato de um nutricionista e de um ginecologista para minha mulher
fazer o pré-natal, além de uma receita para algumas vitaminas. Fizemos tudo que
havia sido pedido. Bella estava incomumente quieta. Tentei a todo custo mantê-la
falando, mas lá pelas tantas desisti de tentar fazê-la falar. Claro que não me
conformei por muito tempo com aquela sua postura. Ao chegarmos em casa no final
da tarde, e depois de ligar para minha secretária, pedindo para ela adiar meus
afazeres, acompanhei Bella até o nosso quarto.
–Marcarei para amanhã uma visita
ao ginecologista e ao nutricionista recomendados pelo médico. Você deve comer
coisas mais saudáveis a partir de agora, junto com as vitaminas que o médico
receitou. E você deveria se ausentar do trabalho por alguns dias até o seu
quadro anêmico...
–Edward, eu não quero deixar de
trabalhar. Não estou doente! – em sua voz pude detectar certa irritação. Eu a
vi caminhar até a cama e deitar de qualquer jeito.
Respirei fundo, tentando planejar
o que eu diria. Não era natural alguém que acaba de descobrir que será mãe
estar tão ranzinza. Sentei ao lado de Bella na cama e a olhei quando falei.
–Meu amor, o que houve? Você está
estranha desde o resultado dos exames. – acariciei seus cabelos, exigindo de
forma bem sutil sua atenção. Ela suspirou pesadamente e me olhou.
–Não sei o que pensar de tudo
isso. Eu nunca pensei em ser mãe. Não me sito preparada.
–Não se nasce preparado para algo
como a paternidade, anjo. Mesmo que você queira um filho e faça vários cursos,
ainda assim só aprendemos quando... – ela levantou-se parecendo estar com
raiva. Eu me calei.
–Eu não sei Edward. Eu estou tão
confusa! Eu estou com medo, medo de não ser uma boa mãe. Medo de... – levantei,
segurando gentilmente o rosto de Bella entre as minhas mãos.
–Eu estou com você. Eu vou cuidar
de tudo. Não há por que temer nada. – falei com seriedade, tentando conter o
pânico que parecia crescer a cada instante nela. Os batimentos cardíacos
acelerados e a respiração irregular foram se acalmando à medida que eu
acariciava seu rosto. Ela me abraçou, aconchegando-se confortavelmente nos meus
braços.
–Está mais calma? – perguntei.
Ela assentiu. – Eu amo você. – confessei, arrancando assim um sorriso e olhos
lacrimejantes dela.
–Se me ama mesmo, então me beija.
– pediu. Não precisei de mais uma palavra. Inclinei-me em sua direção e tomei
seus lábios com calma, para depois beijá-la com avidez, deixando claro o quanto
eu estava faminto por ela. Bella correspondeu perfeitamente aos meus anseios
mais primitivos, tentando me despir com a mesma rapidez que eu a despia. Os
dias passados longe dela pareceram pesar e me cegar. Foi só quando estávamos
completamente nus, deitados em nossa cama, que eu lembrei o quão frágil ela se
encontrava. Afastei-me dela, tirando suas mãos de mim.
–Melhor não. Você acaba de voltar
do hospital. Não está bem. – eu fazia isso por ela, mas admito que me custe
muito parar. Eu estava em chamas. Senti os dedos dela tocando meu peito,
acariciando-o, e perdi o fio da meada. – Assim você dificulta as coisas pra
mim... – minha voz era apenas um sussurro.
–Basta fazermos com calma. Eu
preciso disso. – e algo no modo como falou o quanto precisava de mim fez com que
eu percebesse... Percebesse que não poderia simplesmente negar. Bella estava
fragilizada física e emocionalmente e eu tinha que me doar por inteiro para
suprir todas as necessidades dela, como ela fizera comigo quando o meu mundo
caiu após as mortes de Alice e Jasper.
–Tudo o que você quiser. – e
voltei a amá-la como ela merecia, como eu desejava, como sempre ocorreria
enquanto existíssemos.
...
Algumas semanas depois...
–Ora, que surpresa! Parece que
teremos duas crianças ao invés de uma. – o médico falou enquanto olhava a
ultrasom 3D. Nós, que até então olhávamos abobados para o nosso filho, ficamos
atônicos. Não era um e sim dois.
O médico olhou para nós para
depois fixar os olhos em mim, que estava sentado ao lado de Bella enquanto
segurava sua mão, e eu só pude dizer...
–Hmmm... Legal.
Mais algumas semanas depois...
A senhora Slater estava
incrivelmente estressada comigo. Eu andava a cada dia mais relapso com o meu
trabalho. Se não fosse por Aro me auxiliando, mais o diretor executivo, a
empresa provavelmente perderia seus clientes. Mas é como o sábio Steve Jobs diria:
Foda-se!
–Juro por Deus, eu não sei
escolher roupas para os bebês. – Bella disse ao meu lado, olhando para a quantidade
absurda de roupas de bebês masculinas e femininas trazidas pela gerente da
loja. Sim, teríamos um menino e uma menina.
Bella já estava com quase seis
meses e, por isso, uma barriga imensa. As dificuldades de toda a ordem nos
atormentavam, mas já estávamos tirando tudo de letra. Li incontáveis livros,
fiz cursos com Isabella e a acompanhei em todas as suas consultas.
Bella tentou trabalhar enquanto
pôde, mas logo não deu, fruto de uma gravidez de gêmeos. Por isso eu fiquei
mais em casa, assim como Magdalena e Eli. E assim tentávamos seguir com as
nossas vidas, preparando-nos para a chegada dos rebentos.
–Ai! – Bella largou a roupinha
que segurava e pôs a mão na barriga. Eu levantei do banquinho onde estava
sentado e fiquei lado a lado com ela.
–O que foi? Está passando mal? –
perguntei assustado. Ela capturou a minha mão e pôs na barriga, por cima do
vestido florido que usava.
–Fique parado. – pediu,
procurando não se mexer. Eu acatei seu pedido e tentei me concentrar em algo.
Senti instantes depois, dois chutes de dentro para fora. Era um de nossos
filhos.
–Ah meu Deus... – coloquei minha
outra mão e logo senti mais chutes. Eu sabia da existência deles, havia visto
seus rostos na ultrasom, mas aquilo era como tornar o papel de pai que logo eu
faria muito mais real.
–Essa é a primeira vez que eles
chutam. Nossa. Que bom que eles escolheram um dia quando o papai estava por
perto. – ela olhava fixamente para o chão, com suas mãos em cima da minha, e
sorria. Fiquei feliz e satisfeito com a sua reação. Nas duas primeiras semanas,
Bella estava dispersa e parecia preocupada. Foi preciso paciência e muito amor
para livrar o medo de ser mãe dela. Agora ela parecia mais confortável com a
ideia.
–Eu os imagino nos nossos braços
às vezes. Se eu já fico mexido com os chutes, imagina quanto tiver os dois nos
braços? Provavelmente eu serei um pai babão. – olhei para Bella e rimos juntos.
Éramos tão jovens! Crianças prestes a terem os seus bebês. E mesmo assim, mesmo
com o medo do novo, nós nunca havíamos nos sentido mais felizes.
Sexto mês completo.
–Sério?
–Sim. Quero que os nomes dos
nossos filhos sejam Alice e Jasper. – Bella insistiu.
A essa altura estávamos deitados
em nossa cama. Ela estava deitada de lado e eu colado as suas costas a envolvia
com um braço, acariciando sua barriga.
–Não precisa fazer isso por mim.
Escolha os nomes que desejar. – Beijei sua têmpora esquerda.
–Gosto dos nomes e quero fazer
essa homenagem. Eles nos ajudaram tanto! Já que não estão aqui para serem os
padrinhos, eu quero fazê-los participar de certa forma da vida dos nossos
filhos. – ela virou-se um pouco e me olhou. Percebi o quanto aquilo era
importante e concordei. Após dar um beijinho de boa noite nela e na
protuberância que era sua barriga, adormecemos.
Sétimo mês de gestação
Eu acordei com gemidos, quase
gritos.
–EDWARD! – alguém me sacudia.
Despertei assustado e quando a vi ao meu lado na cama eu fiquei ainda mais
assustado do que estava.
Bella arfava e o edredom que a
cobria havia sido afastado. Eu vi que abaixo da sua cintura estava molhado e,
misturado a água, existia sangue.
–MERDA! – levantei num átimo,
caindo no chão. Recuperei-me rapidamente, pegando a bolsa do bebê, preparada por
Bella dias atrás, um casaco longo para ela e uma jaqueta para mim. Vesti a
jaqueta e levei o casaco para ela, erguendo-a nos meus braços e envolvendo seu
corpo com ele.
Enquanto pegava as chaves do
carro, meu celular e minha carteira com os nossos documentos, olhava para
Bella. Minha esposa estava pálida e as primeiras lágrimas rolavam pelo seu
rosto. Eu me apressei em pegá-la nos braços, tentando abrir as portas com uma
mão quando podia, sem deixá-la cair.
–Eu vou perdê-los! – ela entoava
desesperada. – Eu estou sentindo!
–Está tudo bem! Eles ficarão bem!
Você ficará bem! – tentei acalmá-la, algo difícil, já que eu estava prestes a
ter uma síncope.
Querer ganhar tempo sem
assustá-la foi um desafio. Tentei ser rápido enquanto dirigia ao hospital sem
causar nenhum estrago pelas avenidas. Liguei para o seu médico, avisando que
algo estava errado. Ele me recomendou a levá-la ao hospital enquanto ele
próprio iria para lá. A velocidade com que dirigi chamou a atenção de algumas
viaturas, mas ao constatar minha situação, tive inclusive ajuda dos policiais
que abriram caminho para mim.
–Preciso de ajuda! – gritei ao
entrar no hospital com Bella nos braços. Em questão de segundos alguns
enfermeiros vieram em meu socorro, trazendo uma maca. Deitei Bella lá,
desesperado por vê-la cada vez mais pálida e com uma careta de dor. A equipe
prontamente a levou ao centro cirúrgico e não demorou para o médico que cuidara
de Bella durante o pré-natal aparecer.
–Eu... Eu quero ficar ao lado
dela. Por favor, deixe-me entrar. – pedi. O bom doutor sorriu e me levou até
uma sala para me preparar junto a ele para entrar.
Uma cesariana de emergência seria
feita. Bella estava parcialmente consciente, sedada pelo médico para não sentir
nada da cintura para baixo. Olhava-me agoniada, com lágrimas nos olhos. Embora
não falasse uma única palavra, eu podia ver nos seus olhos o grito desesperado
por ajuda. Ela sabia que algo estava errado e temia, assim como eu, que algo
lhe acontecesse e aos nossos filhos. E, embora temesse, sabia que precisava me manter
firme e passar-lhe segurança. Segurei forte sua mão e fiquei o tempo todo ao
seu lado. Secava suas lágrimas com os meus lábios, entoando que tudo ficaria
bem.
Planejei algo menos dramático
para o nascimento dos nossos filhos. Iria, inclusive, gravar o momento. As
coisas não saíram como eu gostaria, sequer poderia me distrair e olhá-los pela
primeira vez, sendo retirados do ventre de minha esposa pelo obstetra. Com
Bella em pânico, apesar de todo medicamento intravenosa que recebeu, eu não
poderia me afastar um milímetro sequer. Ela precisava de mim, demais, e eu
ficaria ao seu lado até tudo estar acabado e ela estar bem. Por dentro, no
entanto, havia uma parte de mim que desejava estar com meus filhos, ver o
momento do nascimento e saber de antemão se estavam bem.
–Edward... – Bella parecia mais e
mais grogue, a ponto de desmaiar. Aquilo me assustou. Eu não queria ficar
sozinho naquela terrível situação. Precisava demais dela ali comigo.
–Amor, fica comigo! Vamos! – minha
voz, embora sussurrada, tinha uma urgência tremenda. Acariciei repetidamente
seu rosto, tentando a todo custo mantê-la acordada. Olhei, em pânico, para o
obstetra. Ele me olhou de relance, ainda concentrado em salvar meus filhos.
–Mantenha sua esposa acordada. A
placenta deslocou e causou uma hemorragia interna. Não será bom ela dormir por
enquanto. – ele disse, deixando-me atemorizado. Inclinei-me na direção do rosto
dela, pedindo repetidamente para ela ficar acordada. Ela obedeceu, fixando seus
olhos castanhos nos meus e uma tranquilidade pareceu tomá-la. Eu só desviei os
olhos de Bella quando o médico e manifestou.
–Os bebês devem ir à incubadora;
parecem estar bem. Acredito que o deslocamento da placenta não os afetou, e
isso tudo por que o senhor Cullen foi rápido em socorrê-la.
Afastei-me um pouco de Bella,
vendo duas enfermeiras levarem rapidamente meus filhos. Nem tive tempo de
olhá-los como gostaria. Uma equipe de profissionais cercou Bella, trabalhando
nela agora. Eu me mantive um pouco afastado, não querendo atrapalhar. No entanto,
não aguentei simplesmente ficar afastado e capturei a mão de Bella, que não
exercia nenhuma pressão na minha como antes.
Depois de incontáveis minutos,
dos quais senti meu coração se apertar a cada fraco inspirar dos pulmões de
Bella, acabou.
–Está tudo bem agora. Graças a
Deus. – o médico parabenizou a equipe que o ajudara.
–Ela vai ficar bem? – perguntei.
O bom doutor sorriu para mim.
–Ficará bem. Vamos levá-la ao CTI
para ficar de observação por um tempo. Os bebês ficarão na incubadora para
ganhar peso, já que são prematuros. Farei alguns exames, a fim de comprovar se
houve algum dano com o que acontecera a eles. Vamos indo, senhor Cullen.
–Eu quero ficar aqui com eles.
Diga que posso ficar ao lado da minha mulher e ver os meus filhos depois! – Implorei.
–Tudo ao seu devido tempo. Por
hora eu recomendo que vá a sua casa, descanse um pouco, coma algo se desejar e
tome um banho. Volte aqui pela manhã, aproveitando para trazer os pertences dos
bebês e da mamãe.
Fui conduzido a um local onde eu
poderia tirar a máscara, a touca e o avental que o médico me forçara a usar.
Tentei convencê-lo a me deixar ficar, mas ele se mostrou irredutível, recusando
até o suborno generoso que eu ofereci. Acabei acatando sua ordem, sabendo que
Bella precisaria de algumas coisas quando acordasse.
Confesso que foi difícil voltar
para casa e fazer as coisas cotidianas. Mesmo com o médico dizendo-me que todos
estavam bem, eu não conseguia relaxar. Não descansei, apenas tomei um banho,
vestindo qualquer roupa que encontrei no closet. Levei algumas coisas para
Bella numa maleta, coisas como camisola de algodão, produtos de higiene pessoal
e a câmera fotográfica para registrar os pequenos.
...
Dormi nos desconfortáveis bancos
da sala de espera enquanto aguardava a chance de ver minha mulher e filhos.
Forcei-me a comer algo no refeitório, pois eu precisava estar bem para poder
cuidar de minha família. Perguntei incessantemente pelo médico, ou alguém que
soubesse de Bella e dos pequenos. Todos me ignoraram, alegando que apenas o
médico poderia dar informações precisas. Teria saído a procura deles, se não
tivessem um segurança em cada corredor no hospital. Eles provavelmente me
barrariam.
Lá pelas tantas a minha
secretária ligou, preocupada com o meu atraso. Após explicar a situação,
consegui deixar a cargo de Aro os compromissos que estavam destinados a mim.
Com a empresa em boas mãos, eu poderia me concentrar apenas na minha família, o
que me causava muito mais angústia.
–Senhor Cullen, por um acaso
dormiu aqui? – uma voz arrancou-me dos meus devaneios. Ergui o rosto e vi o
médico que estava cuidando de Bella. Ele tinha uma expressão cansada no rosto
desgastado pela idade, provavelmente não dormiu muito, mas estava com outras
vestimentas e cabelos molhados.
–Eu apenas fui até a minha casa
pegar algumas coisas e tomar um banho. Não consegui ficar lá. Vim imediatamente
para cá. Mas isso não importa. O senhor tem alguma notícia deles? Quero muito
ver todos!
–Deixei uma equipe de olho nos
seus filhos e em sua mulher, senhor Cullen. Como não recebi nenhuma ligação,
acredito que eles estejam bem. Fiz alguns exames em seus filhos durante a
madrugada e eles estão bem. Estão com pouco peso e precisarão ficar na
incubadora por um tempo.
–Que bom que estão bem! Eu posso
vê-los? – meus olhos suplicavam para o médico, que não resistiu ao meu pedido.
Ele devia ser pai e compreendia que seria desumano me negar tal pedido.
–Sim, por alguns instantes. Vamos
prepará-lo e então poderá ver seus filhos. Acompanhe-me. – eu o segui ansioso.
Tudo era tão novo para mim! Eu ainda me sentia como uma criança prestes a
ganhar o brinquedo que pedira ao Papai Noel. Não sabia se eu seria um bom pai,
se conseguiria não cometer os mesmos erros do meu pai, se eu teria forças para
superar todos os obstáculos. Ainda assim as preocupações pareciam tão pequenas
perto da ideia de ter nos meus braços os meus filhos, uma parte minha e de
Bella. Eu já os amava antes mesmo deles terem alguma consciência, dos braços e
pernas serem formados ou deles terem um nome. Era algo estranho, não pensei que
poderia amar alguém além de Bella.
E eu soube disso quando os vi,
após me preparar em uma sala próxima do berçário, dentro de duas incubadoras,
uma ao lado da outra. Eu quase não consegui vê-los por estarem cheios de tubos,
algumas ataduras e fios, mas o médico me tranquilizou acerca daquela imagem,
alegando que tudo aquilo era para melhor monitorá-los.
Primeiro fui ver Alice, a nova
princesinha da casa. Pude ver alguns fios de cabelos no tom acobreado dos meus
cabelos no topo de sua cabecinha. Era tão branca e parecia tão frágil que temi
machucá-la caso tocasse. Mesmo assim me enchi de coragem e, após as instruções
do médico, consegui erguer a mão, passando por uma pequena fresta na
incubadora, para tocá-la. Assim que rocei um dedo na mão daquela pequenina garota,
ela o fechou com sua mãozinha, sem nenhuma força. Ela devia estará acordada.
–Hei... – eu a chamei baixinho,
sentindo a voz travar. – Eu sou o seu papai. Mamãe está descansando, mas logo
ela vai estar aqui com você.
Um choro ao lado chamou minha atenção.
Era baixo, mas o suficiente para desviar a atenção da pequena Alice. Meu outro
filho, Jasper, estava inquieto. Isso não era bom. Uma enfermeira postou-se ao
lado da incubadora, verificando seus sinais vitais. Aparentemente estava tudo
bem, mas ele continuava a se mexer, fazendo barulhos semelhantes ao choro. Eu
me virei para ele agoniado.
–O que ele tem? – perguntei a
enfermeira que estava tentando ajudá-lo.
–Não sei, aparentemente está tudo
bem. Chamarei o médico. – ela saiu do lugar e me deixou ali, sem saber o que
fazer com o meu filho. Pretendia chamar outra enfermeira que estava no berçário
para ajudá-lo. Coloquei a mão a fim de tocá-lo e, quem sabe, acalmá-lo. Eu não
gostava do avermelhado que parecia tomar todo o seu corpo devido ao esforço que
fazia.
Quando eu o toquei, ele parou.
Simplesmente parou de chorar. Senti um reconhecimento da parte dele, como se
ele soubesse que a pessoa ali parada, que o tocava, era alguém que o amava
muito; uma parte dele. Assim como fiz com Alice, estendi meu dedo até a sua
pequena mão. Jasper o agarrou com menos força do que a irmã, puxando meu dedo
em sua direção. Ele se aconchegou no meu dedo, usando-o como um travesseiro
enquanto seu corpo estava de lado. Eu fiquei parado, atônito com a cena, e não
me afastei quando o médico chegou junto à enfermeira que saíra.
–Ora, parece que alguém conseguiu
acalmar o rapazinho. Acho que ele só queria colo, afinal de contas. – o doutor
disse, postando-se ao meu lado.
–Isso é... Fantástico. – balbuciei.
Senti a garganta travar com uma emoção tão desconhecida e gostosa que eu senti.
–Sim, ser pai é fantástico. Agora
que viu os seus filhos, vamos ver a sua esposa. – e eu fui, tão ansioso para
ver Bella quanto estive para ver meus filhos. E ao vê-la melhor, ainda que
desacordada, me deu a certeza de que as coisas ficariam bem.
...
–Senti um toque gentil nos meus
cabelos, afagando-os. Minhas pálpebras tremeram e não demorou a eu despertar. A
primeira coisa que vi foi um rosto em formato de coração, branco, lindo.
–Bella... – afastei-me da cama
onde minha cabeça estava repousada e sentei direito na cadeira em que estava
sentado. Bella voltou a se recostar na cama, bem lentamente, com os orbes cor
de chocolate fixos em mim. Olhou em volta, tentando reconhecer o local,
pressupus.
–Isso é um hospital. – sua voz
estava rouca, também pudera ela estava adormecida há quase dois dias.
–Não se lembra do que aconteceu
para estar aqui? – perguntei com brandura, capturando uma de suas mãos e
segurando-as entre as minhas. Enquanto a mente dela trabalhava furiosamente,
ficando mais e mais clara, senti suas mãos tremerem.
–Eles estão bem, não estão? Meus
bebês... – senti indícios de um choro e tratei de acalmá-la.
–Shhhh... Eles estão bem. – beijei
sua testa e mantive meus lábios lá. – Estão em uma incubadora para ganhar peso.
– e minha palavras a relaxaram, como eu queria.
–Achei que fosse perdê-los. – ela
comentou e vi o temor estampado nos seus olhos cor de chocolate.
–Eu jamais permitiria que algo
acontecesse a eles e a você. Eu já suportei perdas demais na minha vida. – tentei
afastar as lembranças dolorosas das últimas quarenta e oito horas e me
concentrar no presente. Bella estava bem e nossos filhos ficariam bem. Logo
experimentaríamos a ideia de família feliz que desejávamos desde que a gravidez
foi descoberta.
–Eu posso vê-los? – ela
perguntou. Sabia o quanto queria se certificar de que estavam bem, mas eles não
poderiam ir até ela e Bella não poderia, por enquanto, ficar se movendo.
–Se quiser vê-los faça o possível
para melhorar. – ela assentiu, compreendendo minhas palavras. Voltei a
beijá-la, desta vez na boca. Quando me afastei, ela afagou meu rosto.
–Há quanto tempo estou aqui?
–Pouco mais de dois dias. Dormiu
quase dois dias. Por quê?
–Você esteve comigo esse tempo
todo. – ela disse.
–Achou mesmo que eu os deixaria?
Eu fiquei ao seu lado o tempo todo. O médico está chateado comigo, louco para
que eu caia fora e pare de enchê-lo. – ela riu com o que eu disse e ouvir sua
risada era um bálsamo para mim.
–Eu imagino o quão irritante você
deve ter sido. Terei que pedir desculpas ao bom doutor pelo marido instável,
preocupado e amoroso que eu tenho. – mesmo sem forças, puxou-me para o círculo
dos seus braços. Sem querer incomodá-la com o meu peso, deitei cuidadosamente
eu seu peito, ouvindo as batidas tranquilas do seu coração.
–Você me esculacha desse jeito,
mas eu sei que me ama. – falei um tanto emburrado.
–Amo sim. Claro que amo. – e sua
confissão encheu-me de um sentimento tão edificante e caloroso que eu me senti,
como em todos os outros dias, a pessoa mais afortunada da Terra.
...
–Bella, você está fazendo errado.
– comentei enquanto a via brigar com a fita que prendia a fralda descartável em
Alice. Jasper já estava limpo e arrumado, dormindo no seu berço. Alice não
parava de se mexer, erguendo os pequenos bracinhos na direção da mãe, Bella,
que estava de pé diante dela.
–E você sabe fazer isso, senhor
sabe-tudo? – ela se afastou, cruzando os braços diante do corpo, desafiando-me.
Eu sorri com malícia. Ela não sabia, mas nos meus intervalos no trabalho eu li
todos os livros destinados a ensinar como cuidar de uma criança.
–Claro! Deixe-me mostrar. – eu me
aproximei de Alice e com incrível habilidade vesti minha filha calmamente e em
menos tempo do que o esperado. Bella ficou boquiaberta.
–Tem alguma coisa que você não saiba,
afinal? – ela perguntou, ainda pasma com o meu desempenho, pegando Alice nos
braços e levando-a ao berço dela, cor de rosa, que ficava ao lado do berço de
Jasper, cor azul.
–Sim. – ao ouvir isso, ela deitou
Alice no berço e se virou. Eu continuei. – Não sei ser imperfeito.
–Às vezes me pergunto por que eu
casei com um homem tão narcisista como você. – o tom era leve, brincalhão. Ela
não conseguia esconder a vontade de rir.
Eu me aproximei rapidamente dela,
tomando-a nos braços.
–Mas eu sei: não existe um homem
na face da Terra que a ame mais do que eu.
E ela acreditava. Assim como eu
acreditava no amor que ela sentia por mim.
Se existia uma vida mais perfeita
que a minha, eu estava pagando para ver.
Continua...
Ahhh... que família linda! Mas
confesso que fiquei apreensiva quando Bella perdeu sangue ainda em casa e
durante a cesárea. Imagino o medo que o Edward deve ter sentido de perdê-los,
Bella e as crianças. Ainda bem que tudo correu bem e eles estão tão felizes. A
fic está no fim, mas ainda tem mais um pouquinho. Amanhã volto com mais.
Beijos.
Fantástico..... Amei.... Estou emocionada, realmente uma linda cena.....
ReplyDeleteOnde estão Jake, Jéssica e Ang?
Não gosteic omo a fic está sendo finalizada, tudo acontecendo muito rápido e ao meu ver poderia ter mais coerênica com os acontecimentos como foi no início. Por exemplo: a reconciliação muito rápida, o Edward ainda estava se recuperando ou tentando se recuperar após morte dos parentes e seu súbito ataque de expulsão de Bella da sua casa; e Bella acabara de saber das mensagens no celular e não houve nenhum comentário com Angela, além de sua discussão com Jéssica que não teve esclarecimento.Enfim, tudo muito corrido só porque está chegando ao final?
ReplyDeleteDesacelera um pouco para pelo menos ter uma noção melhor do crescimento das crianças e a convivência, pois, me parece que o casal é autosuficiente e não precisam de ninguém para ajudar e compartilhar as coisas ( como por exemplo, amigos e até mesmo as empregadas).
Beijos.
haaaaaa que amor,dois filhote eles meresce ser feliz pra sempre.bjs
ReplyDeleteVai ter o capítulo 59???
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