Oi galera! Vamos continuar com a sessão
“gargalhadas”. Parece que todas as coisas erradas acontecem com a Bella. Hoje
ela vai passar por situações bizarras...
Título: Um Selvagem Diferente
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Um Selvagem Diferente
By Lunah
Atenção: Este conteúdo
foi classificado
como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
Capítulo 2 - Trabalhar Não é
Moleza
Narração – Bella:
Dei a volta, acelerei o máximo
que pude e, mesmo assim, me desesperei um pouco. Dirigi por cerca de 10 minutos
me perguntando se devia procurar Edward na sessão de achados e perdidos.
Ao chegar ao estacionamento do
supermercado, encontrei o sujeito sentado na calçada junto com as sacolas,
próximo à entrada da loja. Estacionei bem perto dele e assim que ergueu a
cabeça, sinalizei para que entrasse no carro.
Edward jogou as compras no banco
de trás e eu fiquei petrificada, olhando para frente, agarrada ao volante.
Quando ele fechou a porta e ficamos sozinhos no cubículo de aço que meu pai
chamava de carro, senti um peso no ar. O cara podia não falar, mas sua ira era
quase palpável.
Na volta para casa, dirigi suando
muito. Se eu tinha tido algum progresso com o cara da selva, ao esquecê-lo,
voltei à estaca zero. Dava para notar que Edward não gostava de mim.
Em um certo momento, não aguentei
a tensão e choraminguei, mesmo sem ele ouvir:
– Por favor, não me mate enquanto
eu estiver dormindo. - não era exagero. Realmente acreditava que ele fosse
capaz de tal coisa. Mesmo sendo o filho de um doutor, o carinha tinha sido
criado numa ilha no continente mais isolado da Terra. Nem devia conhecer as
leis dos EUA. Matar para ele devia ser como andar de bicicleta... Eu acho.
Milagrosamente, sobrevivi àquela
noite. No dia seguinte, estive tão ocupada com os preparativos para a
inauguração do Dreams Resort que não tive tempo de me preocupar com o Tarzan. As
24 horas passaram rápido e quase não dormi durante a madrugada.
Domingo, 8:40h Alice e eu,
devidamente fardadas com uma blusa azul e calça branca confeccionadas por ela
mesma, esperávamos no jardim por Jazz e Emmett. Eles logo chegariam do aeroporto
com os hóspedes. Para facilitar nossa vida de marinheiros de primeira viagem,
meu irmão agendou a programação do resort muito bem. Mesmo os clientes sendo de
outras cidades, até mesmo de outros países, a estadia deles ali ia parecer uma
grande excursão. Pelo preço que cobramos por pacote, não podiam reclamar.
Não fazíamos aquilo pelo dinheiro
e sim, pelo sonho. Todos acreditávamos que, mesmo trabalhando duro, nos
sentiríamos tão especiais quanto no verão de 2000. No fundo, sabíamos que tudo
aquilo era um idéia bem boba, mas fazer o quê? Nunca fomos muito espertos.
Avistamos a Van estacionar em
frente à mansão. Alice agarrou minha mão, nervosa. Sorri para ela, apreensiva.
Jasper conduziu um pequeno grupo para dentro da nossa casa. Esperamos
sorridentes, próximo à porta da frente. Podíamos ver que nossos clientes haviam
apreciado o grande jardim pela forma com a qual o estudavam.
– Essas são as funcionárias Bella
e Alice. - Jazz nos apresentou ao grupo. Eu só tinha uma dúvida: quando foi que
passamos de sócias para simples funcionárias? - elas estarão aqui para
ajudá-los no que precisarem.
Não desarmei o sorriso ao estudar
os hóspedes. Havia duas gêmeas loiras que aparentavam ter uns 18 anos. Pelas
suas vestes cor de rosa e a forma com que ficaram dependuradas nos celulares
como se não existisse mais ninguém ali, logo deduzi que eram umas patricinhas.
Ao lado delas, estava um casal diferente. O homem moreno, baixinho e carrancudo
vestia um terno preto muito formal. Já sua jovem e bela esposa estava bastante à
vontade com um vestido que não era nada apropriado para aquele horário do dia.
Ela usava uma corrente de ouro e, no pingente, estava escrito: Rosalie.
– Camminare di vai. Estou
cansado. - resmungou o baixinho e aí entendi que era italiano.
Jasper obedeceu e levou os
hóspedes para uma excursão por dentro da mansão. O último membro do grupo
passou por mim e piscou o olho. Era um homem de meia-idade e, ao menos ele
parecia um típico turista, com roupas coloridas e câmera pendurada no pescoço.
Logo que o grupo ficou fora de
vista, Emmett acenou da calçada, rodeado por malas. Alice e eu fomos
socorrê-lo.
– Me ajudem a levar as bagagens
para dentro. - ele pediu, erguendo uma mala enorme. - Vamos molengas. Hora de
trabalhar. - óbvio que nosso projeto tinha alguns pontos negativos.
– Ei, o Jazz não falou que
inicialmente hospedaríamos 8 pessoas? - questionei. O plano era: 8 nas duas
primeiras semanas e depois, com a partida deles, disponibilizaríamos as vagas
para um novo grupo. No entanto, eu só tinha visto 5 hóspedes.
– Sim. É que os outros três são
daqui da Flórida. Acho que logo aparecem por aí. Agora andem, meninas. Não
façam corpo mole!
– Vou morrer. - murmurou a
pequena Alice, ficando vermelha ao tentar erguer uma mala.
Acomodamos o pessoal e garantimos
o almoço. Eu mesma fiquei de olho para que saísse perfeito. Graças aos céus, a
cozinheira da Estônia não fez nenhum prato esquisito.
– Cadê o cara da selva? - perguntou
Lice, me ajudando a levar a louça para a mesa.
– Não sei. Ele ainda não apareceu
hoje, acho que está trancado no quarto. - respondi indiferente.
– Estou morrendo de medo que ele
machuque os hóspedes.
– Nem me fale. - o selvagem era o
homem mais intimidador que já conheci.
– Vai checar o quarto. Precisamos
ficar sempre de olho nele.
– Nem a pau. Vai você!
– Bella, você sabe que eu tenho o
coração fraco. Não aguento fortes emoções. - Lice era uma espertinha. Sempre
usava os seus duvidosos problemas cardíacos como pretexto para me fazer de gato
e sapato.
– Vamos as duas! - a arrastei
comigo para as escadas.
Ao chegarmos ao quarto de
Charlie, encontramos um obstáculo.
– E agora? Batemos na porta? - me
olhou amedrontada.
– Acho que não vai adiantar. - mexi
na maçaneta e a porta abriu-se. Trocamos olhares, receosas, antes de
escancararmos a porta de vez.
Nem sinal de Edward. Entramos e o
procuramos até no banheiro. Ele tinha evaporado.
– Onde ele se enfiou? - Alice
olhou debaixo da cama.
– Será que foi embora? - fiquei
esperançosa.
Fui até as janelas e inclinei meu
corpo para fora, na expectativa de achar rastros. Do lado direito, vi apenas
uma parte do jardim vazio. Olhei para a esquerda e avistei o deck, onde as
gêmeas estavam sentadas, tomando uma bebida. O que me chamou a atenção foi a
forma como cochichavam e riam enquanto olhavam para a piscina. Inclinei um
pouco mais a cabeça e, sem alguns galhos da árvore para atrapalhar minha visão,
pude enxergar Edward saindo da piscina.
– AAAAIII, CARAMBA! - o motivo do
grito? Ele estava pelado.
– O que foi? - Lice se assustou.
– O maldito anormal está nu na
frente dos hóspedes.
– Meu Pai!
– Vai, vai, vai vai! - aflita,
empurrei minha sócia para fora do quarto.
Disparamos pelo corredor,
saltamos os degraus das escadas, voamos pela casa e, quando chegamos próximo ao
deck, meu coração parecia que ia sair pela boca. Primeiro dia do Resort
funcionando e o maluco já estava nos ferrando.
O imbecil estava lá, paradão, de
olhos fechados e cabeça inclinada na direção do sol. Assim que fiquei há meio
metro de distância dele, solucei. Aquilo era bem típico de mim, quando ficava
muito, muito nervosa, soluçava mais que bêbado em fim de festa. Edward abriu os
olhos e nos fitou.
– Idéia? - Alice murmurou de olho
no corpo sarado do sujeito. Não consegui evitar, também dei uma espiadinha. -
Cumprimenta ele agora, Bella.
– Vai se ferrar Alice! - ela
gargalhou. - JASPEEEER! - gritei por socorro. Olhei para trás e o vi correndo
para fora da casa, mas ao ver - literalmente - o tamanho do problema, voltou
para dentro rapidinho. - Covarde! - praguejei.
As gêmeas continuavam de olho
comprido pra cima de Edward. Se o Resort tivesse reputação, estaria indo pro
ralo naquele momento.
– Alice, faz alguma coisa! Vai lá
dentro e pega uma toalha e um bloco de notas... eu sei lá, mas não fica aí
parada. - ela saiu correndo e eu fiquei gesticulando para que Edward se
cobrisse. O idiota simplesmente não ligou. - Desculpem, garotas - fitei as
loiras - é que esse hóspede é nudista, mas explicarei que esse tipo de
atividade em áreas comuns é contra as normas da casa. - essa foi a desculpa
menos assustadora que consegui dar.
– Aqui. - Lice me estendeu a
toalha.
Peguei-a na ponta dos dedos e,
com cautela, cobri “o lado primitivo” de Edward. Soltei a toalha, achando que
ele havia entendido o recado. Então, ploft! A toalha caiu no chão, pois o
lesado não fez o favor de mantê-la em sua cintura.
Irritada, peguei o bloco e
escrevi:
Cubra-se.
Ele pegou o papel e nele
escreveu:
Por quê?
Encarei Alice, esbravejando:
– Por quê? Por quê? Ele precisa
de um motivo? Não é óbvio?
– Ei, não desconta em mim. - sussurrou
no meu ouvido. - Talvez ele pense que ficar pelado não é vergonhoso. Deve ser
acostumado a ver gente sem roupa lá pelas tribos bizarras de onde veio.
Bufando, peguei a toalha e voltei
a cobri-lo, só que dessa vez deixei bem presa em volta de sua cintura. Com
cuidado conduzi Edward para dentro da casa, mas, antes de sair, sussurrei para
Alice:
– Segura as pontas aí. – Deixei-a
se desculpando com as gêmeas.
Quando chegamos à sala, ao invés
de Edward continuar seguindo comigo para o quarto, foi sentar-se no sofá,
próximo ao hóspede que me paquerou. Fiquei sem ação.
– Um dia vou malhar e ficar com o
corpo saradão assim que nem o seu. Mas acho que as mulheres preferem um
pouquinho de carne para apertar. - a homem passou a mão na pança. Em seguida,
tirou uma foto de Edward com sua câmera Polaroid. O cara da selva não gostou do
flash e por isso jogou a câmera longe.
– Eu pago. - solucei olhando para
a Polaroid no chão.
– Tudo bem. - o homem riu. -
Tenho outras. - novamente, piscou o olho para mim. Sorri sem vontade. - Logo
serviremos o almoço.
– Bom. - saiu, deixando Edward e
eu a sós.
Peguei o bloco de notas e me
preparei para implorar à Edward que ficasse longe dos hóspedes. De repente,
ouço:
– Moça, tem um vazamento no meu
banheiro. - olho para cima e vejo a mulher do italiano, Rosalie, emburrada, ao
pé da escada.
– Que tipo?
– Você precisa ver para entender.
– Mas eu não entendo de...
– Agora! - a mimada bateu o pé no
chão.
– Vou checar. Só um segundo.
Rabisquei bem rápido no papel e
mostrei ao selvagem:
Não saia daqui.
Liguei a TV para que ele se
distraísse. Provavelmente, ficava encantado com aquela “caixa mágica”.
Estava prestes a sair, quando
algo no noticiário me chamou a atenção:
“Fontes dizem que hoje, um puma adulto fugiu do Zoológico Central
de Orlando. A diretoria do zoológico não confirma nem desmente o boato que tem
deixado a população residente nas proximidades do zoológico temerosa”.
O zoológico ficava há duas
quadras da minha casa. Eu devia me preocupar com isso?
– Moça, está vazando muito! - a
loira voltou a me atormentar.
– Tudo bem, estou indo.
Ao chegar lá, tudo o que
encontrei foi a pia do banheiro gotejando.
– Só isso? - ri. - Está tudo bem,
é só dar uma apertadinha aqui. - mexi na torneira e o troço praticamente
explodiu em um jato forte que foi bater no teto. - É... Agora temos um
vazamento. - murmurei, enquanto a hóspede encharcada me encarava com a
sobrancelha arqueada de ódio.
Tentei conter a cachoeira, porém,
tudo o que consegui foi um banho gelado. Então, peguei o celular e liguei para
Emmett.
– Emergência no quarto 6. - avisei
assim que ele atendeu. Depois, desliguei.
Dois minutos depois...
– ONDE? CADÊ? - o atrapalhado
entrou correndo no banheiro, escorregou na poça e, numa tentativa de evitar a
queda, se segurou no vestido da hóspede, o qual rasgou por completo.
– AAAAAAAAAHHHHHHHHH! - ela
gritou, só de lingerie.
– Eu pago. - choraminguei. Onde
eu ia arrumar grana pra pagar todas as coisas que estava prometendo?
Emmett ficou de olhões
arregalados em cima do corpo da moça. Constrangida, o ajudei a levantar,
cravando minhas unhas em sem seu braço com toda a força. Ele estremeceu, mas
não gritou.
– Não acredito nisso. - Rosalie
saiu do banheiro, revoltada.
– Aiiiiiiiiiiiii! - ele gemeu
assim que pôde. - Ficou doida, Bella?
– Eu é que pergunto. Pelo amor de
Deus, aquela mulher é casada. O marido dela parece bem brabo. Tenha mais
respeito, Emm!
– E eu tenho. - sorriu descarado.
- Tenho um respeito grande aqui para ela, só quero ter a chance de mostrar. - não
aguentei e dei-lhe um tapa na nuca.
– Concerte a pia. - ordenei,
chateada.
– Porque está tão enfezada?
Respirei para me acalmar e
respondi:
– Não imaginei que nosso primeiro
dia seria assim.
– Ah, Bel, relaxa. Essas coisas
acontecem. - puxou-me para junto do seu peito grandão. O carinha era como um
irmão para mim, mas infelizmente era um verdadeiro pilantra. Desde criança, Emm
já se metia em falcatruas. Mesmo assim... o amava.
– Tá certo. - sorri, tentando ser
otimista. - Me diz que o dia vai melhorar.
– O dia vai melhorar. - afagou
meu cabelo. - Me empresta 50 pratas?
Ficamos vinte minutos cuidando do
vazamento. Depois, deixei Emmett limpando a bagunça e fui garantir que Edward
não estava exibindo seu “lado primitivo” por aí.
Quando cheguei na sala...
Adivinha? É claro que o cara não estava lá. Ensopada e frustrada fui pegar os
restos da Polaroid que ficou espalhado perto do sofá. De repente, eis que vem
da entrada da mansão, uma voz que habitou em meus sonhos por muito tempo.
– Beleza, pessoal. Nós vamos
tocar só amanhã.
Em um súbito, me joguei por cima
do sofá e caí atrás dele, escondendo-me do que era, agora, meu pior pesadelo.
– JASPER, CADÊ VOCÊ? - gritou
Brad McFadden.
Maldito Emmett! Ele tinha dito
que o dia ia melhorar e agora desabou de vez. Brad era meu ex-namorado. Mais
que isso, era a encarnação das minhas desilusões. Fazia pouco mais de um ano
que não nos víamos.
O conheci em uma festa de
aniversário que organizamos para o Emmett. Ele já era amigo dos rapazes, mas
até aquele momento nunca tínhamos sido apresentados. A banda dele tocou àquela
noite e, como eu já tinha uma quedinha por músicos, me encantei por seus olhos
extremamente azuis, seu sorriso cintilante e voz aveludada. O amei desde o
início, aliás, todos o amavam. Ninguém tinha mais carisma que aquele homem e,
por isso, se destacou no vocal do “Link 69”, recebendo várias propostas de
trabalho.
O dia em que ele rompeu comigo
foi um dos mais dolorosos e inesquecíveis da minha vida...
Estávamos em uma lanchonete
perto do colégio onde eu estudava, um lugar que sempre frequentávamos. Nos
sentamos na mesa de costume e ele pediu as bebidas de sempre. Aquele dia eu
estava especialmente feliz, pois na noite passada, tínhamos feito amor pela primeira
vez e eu ainda estava nas nuvens.
– O
que vai fazer no final de semana? – perguntei,
admirando seus lindos e expressivos olhos.
– A
banda vai tocar num bar.
– Que
horas vai passar para me pegar, então? – eu
nunca faltava às apresentações dele.
– Escuta
Bells. – pareceu
desconfortável. – Você
não pode ir.
– Por
quê?
– Esses
últimos 10 meses têm sido divertidos, mas...
– Mas? – não
estava entendendo onde queria chegar.
– Sabe,
minha banda vai viajar na próxima semana. Vamos tocar em alguns bares em N.Y.
– Mas
você vai voltar, certo?
– Vou,
só que a questão não é essa. Estou numa boa fase da minha carreira e acho que
não é o momento certo para... eu me envolver com uma adolescente.
– Adolescente?
Eu tenho 17 anos e você 23, não é uma diferença grande. – senti
uma pontada no peito. – Por
favor, Brad.
– Não
dá Bells. Você é uma boa menina, mas eu preciso de uma boa mulher. Você vai
superar rapidinho. – deu
um meio sorriso, afagando meu rosto.
Meu estômago embrulhou. E algumas lágrimas escaparam de meus
olhos.
– Mas
eu te amo. – boba,
me declarei. Ele apenas riu baixinho.
– Você
é muito nova para saber o que é isso. Pensei que soubesse que não ia durar muito
tempo.
De fato, ingênua, cheguei a pensar que seria para sempre.
– Não
acredito que está fazendo isso comigo. – solucei
algumas vezes.
– Por
favor, não faça uma cena. – olhou
à nossa volta. Só então, entendi porque estava rompendo comigo ali. Brad escolheu
um lugar em que eu não me ajoelharia e imploraria para ficar com ele. – Eu
preciso ir, ok? Nos vemos por aí. – deu
um beijo na minha testa antes de sair.
Fiquei sentada naquela lanchonete o dia inteiro, pensando em todas
as coisas que eu podia ter feito que o afastaram de mim e todas as coisas que
poderia fazer para tê-lo de volta. Durante todo o nosso namoro, fiz de tudo
para ser a garota perfeita para o homem que eu julgava perfeito. E num piscar
de olhos, estava tudo terminado.
Eu nunca fui a garota mais bonita ou a mais inteligente, no
entanto, sabia que era carinhosa e atenciosa. E me machucava não entender
porque essas qualidades não tinham valor para Brad.
A noite caiu e fui para casa, fazer o que qualquer garota bobona
faria. Chorei por um longo tempo em meu quarto. E com os dias, não melhorei,
muito pelo contrário. Piorei, torturada pela saudade e sensação de impotência.
Meu irmão e amigos me ajudaram bastante, mas fiquei me sentindo a menor
criatura do mundo.
Com o tempo, fui percebendo o quanto estava sendo ridícula em
sofrer por um homem que nitidamente não me deu valor. E aí é que estava o meu
dilema: isso não anulava o que sentia por ele. Odiá-lo, não consegui.
Esquecê-lo, muito menos. Não era algo que eu podia controlar, não era uma opção.
Eu estava fadada a amar dolorosamente Brad e eu mal entendia por que. Achando
que eu tinha virado uma masoquista do amor, me tranquei dentro de mim mesma,
incapaz de tentar me arriscar novamente em qualquer relação.
Fechei os olhos com força e torci
para acordar. Não queria ver Brad, sabia que tudo o que eu sentia por ele e
todas as feridas não cicatrizadas, seriam expostas assim que ele me encarasse.
– Brad McFodan! - Emmett gritou,
certamente correndo para dar um abraço no amigo. Encolhi-me.
– Emmett! - respondeu no mesmo
tom.
– Pensei que ia nos dar um bolo,
vagabundo.
– E perder as férias? Rá! Conta
outra.
– Cadê a tua bagagem?
– Minhas malas e as dos caras
estão lá fora, no carro.
Peraí! A banda são os hóspedes que faltavam?
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!
Gritei mentalmente com as mãos na
cabeça.
Ok! Hora de arrumar os trapos e fugir da cidade. Não! Não! Não!
Você acabou de completar 19, não é mais a bobona que ele conheceu. Você
cresceu, pode encarar essa.
– Emmett, lembra-se do meu
baterista Jim e do meu baixista Dylan, certo?
Oh, nossa... a voz dele me embriaga. Isso é tóxico e doentio.
– Lembro sim.
Eu estava errada, não podia
encarar aquela parada. De repente, vejo Jazz chegando à sala pela entrada
lateral. Ele me viu escondida e analisou minha cara pálida. Depois, olhou para
Brad, que não percebeu sua presença, e saiu correndo para o escritório de nosso
pai. Estava decidido: eu ia matar aquele hippie!
Concentrei-me em como escapar sem
ser vista.
– Vamos buscar as malas. - Disse
Emm. Ouvi a porta da frente batendo e criei coragem para escapar.
Sem forças nas pernas, engatinhei
em direção ao escritório de Charlie.
– Bella? - reconheci a voz e
petrifiquei. Ouvi passos se aproximando de mim, porém, não consegui me mover. -
O que está fazendo?
Derrotada, ergui a cabeça
lentamente e encarei Brad. Por que raios ele não tinha ido com os outros?
– Oi. - solucei alto.
– Por que está no chão?
– Estou... hã... procurando meu
brinco. - levantei-me.
– Por acaso, não seria esse que está
na sua orelha? - apontou. O que eu fiz? Nada demais, só solucei.
– E você? O que faz aqui? - mudei
de assunto.
– Férias. Sabe como é... também
sou humano. - humano? Essa era uma coisa que eu duvidava. - Jazz nos hospedou
de graça e, em troca, vamos tocar aqui nas próximas semanas.
– Ah... - distraí-me com a beleza
dele. O maldito era mais lindo do que me lembrava. - Porque está molhada? - riu.
Quis morrer. Ele estava mais gato
do que nunca e eu estava toda molhada e descabelada.
– Longa história. - solucei. -
Com licença. - explodindo de vergonha, me meti dentro do escritório.
Encontrei o cômodo vazio. Me
perguntei onde estaria meu irmão, até que percebi que uma das cortinas tremia
levemente. Irada, fui até lá e arranquei o hippie de seu esconderijo. O
coloquei contra a parede, segurando-o pelo colarinho da blusa.
– Por que fez isso comigo? - esbravejei.
– Jasper não tem culpa. Paz e
amor, Bella, paz e amor.
– Você quer que eu te diga onde
pode enfiar esse seu “paz e amor”? Jazz, não acredito. Não tinha o direito de
hospedar Brad aqui. - o larguei.
– Jasper achou que você já tinha
superado a dor de cotovelo. Me desculpe. Jasper pensou que seria um grande
negócio usar o cachê da banda para pagar um profissional que monte um palco e uma
iluminação bacana no jardim.
– E por isso cedeu três quartos
nossos? Vamos ficar no prejuízo.
– É aí que entra a parte
inteligente do meu plano. Nas festas que vamos promover, venderemos ingressos
pela internet. Muita gente em Orlando curte o Link 69. Iremos lucrar bem mais.
Por mais que a idéia do meu irmão
fosse boa, não conseguia deixar de me desesperar com a presença de Brad.
– Bella, não fica assim. - ele
fez cara de coitadinho. - Olha, Jasper vai ver se dá um jeito de quebrar o
acordo com Brad. Pensaremos em outra forma de lucrar.
– Esquece. Já está feito.
– Já está feito mesmo. Brad
colocou no Twitter dele que vai tocar aqui amanhã, na festa de inauguração.
Muita gente comprou o ingresso pelo site do Resort. E eu já paguei a galera que
vai dar um trato no jardim.
– Oh, nossa. - sentei-me na
poltrona, cobrindo o rosto.
– Ânimo, criatura! A festa
amanhã, sabadão, vai ser demais. - como ele viu que aquelas palavras não me
animaram, mudou de assunto. - Após o almoço, Jasper vai levar o pessoal para um
passeio no Sea World. Emmett e Alice irão conosco. Alguém precisa ficar com o
Edward, não podemos confiar nele. Combinado?
– O quê? - levantei-me revoltada.
- Já não basta o que passei hoje? Por que eu? Não! Não vou ficar aqui, tenho
medo daquele homem e...
– Brad irá com a gente. - interrompeu-me.
– É, fico com o selvagem. - derrotada,
aceitei. Era melhor encarar a morte do que meu ex-namorado.
Saí do escritório torcendo para
não encontrar Brad na sala e tive sorte. Nem deu tempo de subir para me trocar,
pois logo a dona Bogdanov veio com tudo pra cima de mim, tagarelando na porra
de uma língua que eu não entendia patavina.
– Tappa Kana. - falou bem
devagar.
– Tapar a cana? - cocei a cabeça.
- Tapar o cano? Já demos um jeito no vazamento.
Ela agarrou meu pulso e me
arrastou para a cozinha. Quando cheguei lá, encontrei Edward segurando uma
galinha viva.
– TAPPA KANA! - a cozinheira
gritou, irada.
– Quem trouxe esse bicho para cá?
- chateei-me. A mulher pegou, na mesa, uma faca grande e aí entendi o babado. Ela
estava querendo matar a galinha e Edward não estava deixando. Tive vontade de
perguntar a tonta por que não comprou uma galinha já abatida, só que dialogar
com aqueles dois era perda de tempo.
– TAPPA KANA! - sacudiu a faca
pra lá e pra cá.
– Me dê, por favor, a tappa kana
da dona Bogdanov. - minha única alternativa foi falar. Talvez ele lesse meus
lábios. Tensa, me aproximei devagar de Edward. Ele deu um passo atrás, se
recusando a colaborar.
– TAPPA KANA! TAPPA KANA! - a
mulher gritou agoniada.
– Chega! Eu já entendi! - esbravejei,
perdendo o juízo.
Procurando não me preocupar com o
risco de vida que estava correndo, tomei, com brutalidade, a galinha das mãos
de Edward. O bicho chacoalhou batendo as asas. Eu me apavorei. Cambaleei,
tentando segurar a maldita, mas ela voou das minhas mãos, caiu no chão e saiu
correndo para fora da cozinha.
– Droga! - precisei ir atrás
dela. Não podia deixar os hóspedes verem nosso jantar ciscando por aí.
– TAPPA KANA! - a cozinheira
berrou alto.
Ao chegar à sala, Alice veio em
minha direção, toda animada. Nem percebeu que a galinha estava indo para sala
de jantar, onde os hóspedes almoçavam.
– Bella, eu quero...
– Tappa Kana... quero dizer,
GALINHA!
– Nossa! Também não precisa
ofender.
Passei por ela feito um foguete.
Entrei na sala de jantar e a galinha cacarejou alto, revoltada com a
perseguição. Os hóspedes embasbacaram ao me verem correr atrás dela, em volta
da mesa.
– O que é isso? - perguntou
Rosalie.
– É uma nova brincadeira do Resort.
- Jasper pigarreou. - Se chama pega-galinha. - o som de surpresa e curiosidade
ecoou no cômodo.
A galinha disparou para a sala e
em seguida, para o jardim. Correndo curvada feito uma velha, chamei pelo animal
que lutava para escapar de nossos pratos. O bicho, que provavelmente tinha um
GPS ou um instinto de sobrevivência muito forte, foi direto para o portão, onde
Emmett, Brad e o Link 69 entravam com a bagagem.
– Fecha o portão! - gritei.
– TAPPA KANA! - Olhei para trás e
avistei Edward e a Dona Bogdanov correndo ao meu encontro.
Eu estava querendo pegar a
galinha, Edward tentando salvá-la e a cozinheira.... queria matar nós dois com
aquela faca? Ignorei. Tinha outras coisas para me preocupar, como o fato de o
Link 69 estar rindo muito de nós.
– Fecha o portão! - gritei
novamente e Emmett não conseguiu obedecer, pois estava passando mal de rir.
A galinha passou pelo portão e
foi para a calçada. Me mantive em seu encalço até ela pisar na rua e ser
atropelada por um carro que passou em alta velocidade, deixando a carcaça
estendida alguns metros à frente. Edward se aproximou, olhou enfurecido para
ela e, depois, para mim. Sem pensar, disse-lhe:
– Não me olhe assim. A odisséia
dela acabou aqui. Foi o destino.
A dona Bogdanov foi até a galinha
e a pegou do chão, já arrancando algumas penas. Fiz careta ao sacar que ela
cozinharia o bicho de qualquer jeito.
Brad riu alto, fazendo-me soluçar
de nervoso. Ele e seus amigos debochavam e não suportei. Nem a pau que ia me
virar e encará-lo. Então, fiz a única coisa que podia naquele momento.
– Oh! - desmaiei. E cara, doeu.
Continua...
Nossa, será que nada dá certo
pra Bella? Meu Deus, morri de tanto rir com essa turma. O que é Edward peladão
na piscina? Imagine se eu ia ficar dando risinhos como as gêmeas bobinhas? Ia
era partir pra cima. Se bem que ele deve parecer meio assustador tão barbudo e
cabeludo e o “tamanho” deve assustar também... E esse Jasper hippie com jeito
estranho de falar? Emmet e Alice também são impagáveis. Estou me divertindo
horrores editando essas capítulos.
Beijos e até amanhã.
Oi moms! Adorei nossa eu nao para de rir e serio eu tenho q correr pro quarto se ficar na sala o povo acha q estou doida! Kkkkkkkk ate amanha cedo beijusculo
ReplyDeletehahahahahahahaha Nunca ri tanto lendo uma fic!! haha Cada coisa que esse pessoal apronta, cada situação em que eles se metem!!! Coitada da Bella, fica com a responsabilidade toda e ainda paga o pato (ou será a galinha? hahaha)
ReplyDeleteBeijos e até amanhã!!! :*
Rsrsrrsrs eu nunca li nada tão engraçado!!
ReplyDeleteMuito boa história!
Beijocas!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkk EU TO COM DOR NA BARIGA DE TANTO RIR KKKKKKKKK MEU MARIDO QUE NAO E CHEGADO A LER VEI ESPIA DOQ EU RIA E ACABOU CAINDO NA RISADA TBM ESSA FIC E MUITO BOA.BJJJ ATE AMANHA
ReplyDeletekkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Tarzan pelado na piscina foi pooodre!! OMG, ri tanto q chega deu uma dor hahaha
ReplyDeleteE a Bella correndo atras da galinha, kkkkkkkkkkkkkk Jesus!!! Vou morrer de tanto rir com essa fic
Cara, o Edward é mudo mesmo? Já ta dando agonia essa selvageria kkkkkkkkkk
Beijos :*
ri muito com a cozinheira depois da galinha atropelada ela ainda queria prepara-la kkkkkkkkk
ReplyDeleteTappa kana!! HAIEUHEUHUEIHIUE
ReplyDeleteEu ri demais com essa da galinha!
kkkkkkkk amei! essa fic é muiiitooo engraçada! kkkkkkkk
ReplyDeletesensacional
ReplyDeleteTo chorando de ri aki
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