Oi gente! E a onda de azar de Bella
volta com força total! E uma nova personagem chega de surpresa...
Título: Um Selvagem Diferente
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Um Selvagem Diferente
By Lunah
Atenção: Este conteúdo
foi classificado
como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
Capítulo 11 - Beijos Concedidos
e Roubados II
Junto com a mobília e todos os
nossos pertences, os rapazes trouxeram alguns baldes de tinta para nos
livrarmos da pichação. Os móveis ficaram no jardim enquanto fazíamos um mutirão
pra pintar a casa. Rosalie se recusava a trabalhar, mas ela podia fazer birra.
Em breve, ia cair na minha mão e eu não ia ter pena.
Alice realmente conseguiu
convencer sua tia a alugar a mansão. Com o dinheiro do aluguel de alguns
eventos mais o trabalho extra, daria para liquidar a dívida e ninguém seria
prejudicado. O primeiro evento já estava marcado. Tínhamos menos de 24 horas
para reorganizar a casa e ainda ter pique pra animar uma festinha infantil. Ia
ser dureza!
Para que o trabalho ficasse menos
maçante, colocamos meu aparelho de som na sala e o ligamos no último volume.
Achei que Brad se mandaria para não pegar no pesado, mas, contrariando a
lógica, ele tirou a camisa e os sapatos e foi pintar a cozinha. Mesmo ainda não
conseguindo caminhar direito, me empenhei em ajudar a galera. O que me
surpreendeu foi o clima de união que surgiu com toda aquela tribulação. Não
ficamos nos descabelando, preocupados se íamos arranjar a grana para pagar o
agiota. Ao invés disso, aproveitamos aquele momento difícil para trabalhar em
grupo. Logo iríamos para faculdades diferentes e aquele pouco tempo que nos
restava tornou-se precioso demais para ficarmos desperdiçando com brigas,
acusações ou culpa.
Coloquei um short velho, uma
regata rasgada e fui ajudar a pintar a sala junto com Edward e Alice. O serviço
não era difícil, eu tinha jeito pra coisa. Já Lice...
– Que porcaria é essa que está
fazendo? Não fica passando o rolo pra todo lado. Tem que ser debaixo para cima.
- falei, passando por debaixo da escada que Ed usava para pintar perto do teto.
– Não! - ela gritou quando eu já
tinha atravessado. - Oh, meu Deus! Vai ter ainda mais azar.
– Não repita isso! - fiquei
assustada.
– É uma superstição boba. - o
cara da selva desceu do cavalete.
– Até parece que eu posso me dar
ao luxo de ficar na dúvida. - respondi.
– Olha só. - confiante, passou
por debaixo da escada.
Lice e eu colocamos a mão no
peito em choque.
– Não brinca com essas coisas. -
Alice ficou com medo.
– Edward, não podemos correr o
risco de atrair mais azar. - eu que nunca acreditei naquelas porcarias, depois
de tanto me estrepar, passei a acreditar até em Papai Noel.
– Eu já falei que é bobagem. - retrucou.
– Saí daí! Ninguém vai mais ficar
perto dessa escada. - minha amiga puxou o braço dele.
– Não precisa. - ao puxar o braço
para desvencilhar-se, Edward bateu com ele no cavalete, fazendo com que o balde
de tinta no topo da escada virasse, derramando uma grande quantidade de tinta
nele.
O selvagem ficou sem ação
enquanto a tinta escorria por seu corpo.
– Ah, não... E lá vamos nós. - pendi
a cabeça.
– Sem pânico, isso não significa
nada. - limpou o rosto.
– Tem razão, não significa nada.
- peguei um jornal no chão e ajudei a se livrar do excesso de tinta.
– O que aconteceu com o T-zed? - disse
Emm vindo do jardim, acompanhado por meu irmão.
– Azar. - Lice anunciou.
– Nem fale essa palavra. Vamos
levantar o astral. - Jazz foi até o som, pegou o controle remoto e ficou
mudando as faixas do CD. Então, o CD acabou e a bandeja girou, colocando outro
para tocar.
Gemidos de prazer logo começaram
a soar alto pela mansão. Olhei para o som e congelei. Eu tinha esquecido que o
CD que Emm me arrumou ainda estava no som.
Super aflita, comecei a
gesticular para que alguém desligasse o aparelho, mas eles não entenderam meu
desespero.
– Que putaria é essa? - Jasper se
espantou.
A reação dele destravou minha
língua.
– DESLIGA! DESLIGA! - gritei.
– O que... é isso? - reconheci a
voz de Brad.
Lentamente, me virei na direção
da entrada da cozinha. Não consegui responder, apenas solucei alto. É, o meu
azar tinha retornado.
– UAU! - Lice ficou escandalizada
com as coisas que o casal dizia. - Acho que pequei só de ouvir isso.
– Não eram vocês àquela noite? -
Brad estreitou os olhos. - Era isso? - apontou para o som.
– É-é-é claro que éramos nós. - eu
estava ferradona. - Juro!
BÉÉÉÉÉÉÉÉRRRRR
– Que nojo! O que aquele bode
está fazendo lá? - Alice indignou-se.
– Ei, não tenho culpa. Fiz o que
me pediram, peguei o DVD mais barra pesada da locadora. - Emmett cavou minha
cova.
McFadden aproximou-se lentamente,
parou há um metro de mim e questionou:
– Está fingindo que namora esse
cara? - indicou Ed.
Gesticulei sem saber o que dizer,
em seguida, solucei tão alto e forte que meu peito doeu. Brad sempre
desconfiou, agora estava há um passo da verdade, ou melhor, há um gemido.
– É claro que namora. - Alice
colocou uma mão no meu ombro e a outra no ombro do selvagem. Ele não fez nada. -
O casal aqui gosta de gravar suas aventuras. - minha amiga ainda tentou salvar
a pátria.
– É-é-é-é... verdade. - suei
nervosa. - Meu gatinho curte imitar um bode na hora H.
BÉÉÉÉÉÉÉÉRRRRRRRR.
Edward me fuzilou com os olhos.
– Alguém desliga isso, pelo amor
de Deus! - minha amiga perdeu a paciência e Jasper desligou o som.
– Fingiu todo esse tempo? - meu
ex já havia tirado suas conclusões. Alice desistiu e se afastou.
– Tudo bem. Não sou namorada do
Edward - respirei fundo. - Eu fingi.
– Por quê? - ele balançou a
cabeça, confuso.
– Foi um plano para esconder de
Charlie que Jasper e Edward têm um caso.
– O QUÊ? - os dois falaram ao
mesmo tempo.
– É, e Jazz é o passivo. - Emmett
completou, debochando. - Amor gay é lindo.
Edward me encarou como se nunca
mais fosse falar comigo.
– OK! OK! OK! - confessei antes
que me crucificassem. - É tudo mentira. - fechei os olhos. - Eu... implorei a
Edward que se passasse por meu namorado. - abri os olhos e o silêncio
predominou no local.
Vários sentimentos rolavam ali,
mas não consegui me prender a nenhum. Então, meu irmão quebrou o silêncio.
– Por que justo Jasper seria o
passivo? - ele ainda estava chateado.
– Porque você é o único que tem
vocação. - Emmett explicou rindo.
– Parem! - pedi tensa.
– Não devia ter feito isso comigo.
- existia uma ponta de rancor na voz do meu ex. - Mas de qualquer forma, agora
posso fazer algo que há tempos tenho vontade.
Os rapazes ficaram na defensiva
achando que ele socaria Edward. Brad diminuiu rapidamente a distância entre
nós, segurou minha cabeça e beijou-me.
Um misto de espanto e dor me fez
petrificar. Não consegui pensar, apenas arregalei os olhos. O selinho foi
rápido o suficiente para que ele se afastasse antes que meus neurônios me
alertassem de que aquilo era uma das piores coisas que podiam acontecer. Era
provável que eu estivesse ficando louca, mas juro que tive a impressão de
sentir meu coração tripudiar no peito. Eu não podia me sentir feliz com o
rastro de amargura que o beijo deixou em meus lábios.
E sem dizer nada, McFadden pegou
suas coisas e foi embora. Eu continuei congelada até que Jazz falou...
– Altamente coisativo.
(...)
Fingi que estava tudo bem comigo
para não afetar o bom ânimo dos meus amigos. Dei todos os sorrisos falsos
possíveis e continuei a pintar a sala. Em certo momento, cansei e sentei-me no
chão. Passei tinta na parede até onde meu braço alcançava.
– Pensa pelo lado bom. As
mentiras acabaram. - Edward abaixou-se junto a mim.
– Claro. - respondi secamente. O
selvagem continuou me encarando e acabei falando mais do que devia. - Eu até imaginei
que Brad descobriria. - parei de pintar. - Só que não dessa forma humilhante e
estranha. Agora me sinto ainda mais...
– Mais?
– Vulnerável e burra. O babaca já
notou que ainda sou apaixonada por ele. Eu não sei o que fazer. - achei que Ed
falaria algo, mas realmente não havia nada a ser dito. Então, sem mais nem
menos, ele passou o rolo cheio de tinta em meu braço. - Ei! - sacudi o braço. -
Não tem graça. Não estou com saco pra essa infantilidade.
– Tudo bem. - ficou olhando para
o teto como se tentasse se conter, só que não conseguiu. - Está sujinho aqui. -
passou a mão inteira melada em meu rosto e fugiu.
– Não acredito que fez isso. - limpei
o local fazendo beicinho. - Como você foi mau. - fiquei de pé fingindo-me de
magoada.
– Desculpe. - se aproximou.
Tirei proveito da distração dele
e passei o rolo em seu rosto. Edward cuspiu um pouco te tinta e eu ri alto.
– Tão ingênuo. - debochei.
– Você é uma trapaceira.
– Eu nunca sou inocente. - pisquei
o olho.
– E é por isso que vai pagar
caro.
– Vou é? - provoquei, sacudindo o
rolo na direção dele. Alguns respingos o atingiram. Edward estreitou os olhos,
balançando a cabeça. - Tão assustador. - sorri. Ele me rodeou lentamente
enquanto eu prendia o riso. - O que pretende, Rei da Floresta?
Ele agarrou-me por trás, girou
nossos corpos e me pressionou contra a parede. Com o rosto perto da tinta
fresca, falei:
– Eu me rendo.
– Eu nunca pedi que se rendesse.
- obrigou-me a abrir os braços e toda a parte da frente do meu corpo ficou suja
de tinta.
– Se a tinta secar e eu ficar
pregada aqui, eu te mato.
Ed gargalhou perto da minha
orelha.
– É uma possibilidade.
Tentei me desvencilhar, mas todo
o corpo dele estava contra o meu.
– Por quanto tempo vai me prender
aqui?
– Até que me convença de que é
inocente.
– Ah, tá... Preparado pra passar
a eternidade aqui?
– Todos têm qualidades. Quais são
as suas? Me diga três bem convincentes e eu te solto.
Revirei os olhos.
– Sou esperta, educada e
simpática. - gargalhei.
– Não vale mentir.
Eu bem queria ter aquelas
qualidades, porém, Edward sabia tanto quanto eu que nunca as tive. Ele já me
vira entrar em situações inacreditáveis, o tratei mal quando chegou a Orlando e
batemos de frente várias vezes.
– Eu... - realmente me esforcei
para lembrar de alguma qualidade que eu pudesse alegar ser totalmente verdade,
mas parecia que eu não tinha nenhuma. Nunca havia me enxergado sob aquela
ótica. Era assustador.
– Ao menos uma. - murmurou.
– Não faça isso. - minha voz soou
pesarosa. - Não tenho qualidades, ok? É isso que quer ouvir? Te satisfaz? - fiquei
magoada.
Edward me soltou e eu girei,
ficando de frente para ele.
– Você não tem muitas qualidades,
porém, tem uma que me fascina. Bella, você é uma pessoa tão apaixonada. Chega a
ser intrigante. Mesmo tendo a convicção de que Brad tem sérias falhas de
caráter você o ama incondicionalmente. É incrível como consegue se entregar tão
completamente à suas paixões. Olha pra essa mansão. Vocês não têm a mínima
condição de gerir um Resort, no entanto, está tentando com todas as forças
porque se doou a esse projeto, já faz parte de quem é. Vejo como age com seus
amigos e irmão. Sua paixão por eles a faz enfrentar qualquer situação por mais
perigosa que seja. É como se não existisse meio termo com você. Ou é tudo ou é
nada.
Fiquei sem palavras. Demorei um
tempo para absorver a opinião dele. Se não tivesse ouvido aquilo de alguém que
se recusa a mentir, talvez eu não acreditasse.
– Então, porque dá tudo tão
errado pra mim? - indaguei tristonha.
– Eu não sei. Talvez o problema
esteja em suas escolhas.
– Você devia ser terapeuta ou
algo assim. - eu estava falando sério.
– Não. Quero levar uma vida tranquila
na minha ilha. Só estou aqui por causa do meu rito de passagem.
– Ainda está passando por isso?
– Sim.
– Quando vai me explicar direito?
– Quando você puder compreender.
Passei os dedos na parede úmida.
Em seguida, esfreguei na bochecha dele, dizendo:
– Está sujinho aqui. - ri.
Edward e eu paramos de enrolar e
nos concentramos no trabalho. Passamos quase o dia todo pintando a casa e
quando ela ficou pronta, sentimos orgulho de nossa pequena proeza. Todos
estavam cansados, mas ninguém reclamou, pois o clima de brincadeira e desafio
fez com que o trabalho fosse menos árduo.
Quando o sol se pôs, fomos para o
jardim, esperar a tinta secar. Fizemos um piquenique com direito à pizza,
cerveja, bolo e muitas risadas. Meu irmão ainda não havia esquecido que Emmett
falara que ele era o passivo da falsa relação gay. Acho que a imagem mental que
o maluco fez de Ed comendo ele, o perturbou demais.
Durante a noite, colocamos todos
os móveis de volta na mansão e arrumamos exatamente como estava antes do
assalto. Isso levou um tempo absurdo e quando terminamos, já era madrugada.
O último móvel que levamos para
dentro foi um grande sofá cinza. O colocamos na sala e sentamos para descansar
um pouco. O mais engraçado foi que ninguém conseguiu falar nada. Segundos
depois, adormecemos ali mesmo.
Nas primeiras horas da manhã, a
tia de Alice chegou com sua equipe. Eles estavam ansiosos para decorar a
mansão. Nós fomos para os quartos e dormimos um pouco, do contrário, nem
conseguiríamos ficar de pé durante a tarde.
Era visível nossa alegria por
conseguirmos driblar o tempo e as adversidades.
(...)
Com uma maquiagem escura e
borrada, passei as meias listradas por minhas pernas, coloquei o vestido preto
e volumoso, encaixei a peruca branca na cabeça, e sobre ela, o chapéu
pontiagudo. Eu era uma bruxa pavorosa. Ri ao pensar que finalmente tinha uma
aparência digna de minha personalidade.
Para não atrasar o esquema da
festa, quase corri até a cozinha, pois a sala estava reservada e decorada para
divertir os pais. Lá serviam bebidas e alguém cantava em um Karaoquê. Já o
jardim, estava liberado para a pirralhada e era a nossa função entreter e
cuidar deles. Ia ser moleza, eu tinha muito jeito com criança.
Ao entrar na cozinha, fui logo
dizendo:
– Eu estou pronta pra tocar o
terror com a meninada.
– Que bom. - Alice estava
fantasiada de fada. Seu cabelo ficara lindo. O vestido e asas cintilantes
combinaram com ela.
– Que horrorosa. - Rosalie
debochou de mim. Ela estava fantasiada de Cinderela com direito a um lindo
vestido azul e tiara.
– Vem cá. - coloquei as mãos na
cintura. - Por que eu tenho que ser a bruxa? - me indignei.
– Alguém tinha que ser. - Lice
justificou-se, prendendo o riso. - Não reclama, podia ser pior.
– Pior como? - duvidei.
– Podia ser um sapo. - ela
sinalizou para que eu me virasse.
Olhei para trás e sem querer
soltei um...
– Oh, Deus!
– Não fale nada. - Edward pediu,
fantasiado de sapo verde.
– Você está ridículo. - ri alto.
– Eu pedi pra não falar nada. - murmurou
chateado.
– Onde estão os rapazes? - questionei
curiosa.
– Lá fora. Vamos, pessoal. Vamos
trabalhar. - Lice empurrou todos para o jardim pela porta dos fundos.
Antes que chegássemos ao local da
festa, ela segurou meu braço e sussurrou em meu ouvido:
– Brad apareceu de surpresa e eu
o coloquei para trabalhar também. - riu. - Dei-lhe a única fantasia que Emm e
Jazz se recusaram a usar.
– Qual?
Ela apontou para frente e minha
pergunta foi respondida pela visão de meu ex, fantasiado de príncipe encantado
da Cinderela. A roupa não era ridícula como a minha ou a de Ed, mas logo notei
que ele trabalharia muito mais, pois todas as crianças queriam tirar fotos com
a princesa e o príncipe. McFadden ia comer o pão que a pirralhada amassou.
– Perfeito! - senti uma mórbida
satisfação.
– Coloque o seu nariz. - Alice
exigiu toda mandona.
– O nariz não. - implorei.
– Faz parte da fantasia. Coloque.
Contra vontade, puxei do bolso um
grande nariz falso. O troço amarelado e cheio de verrugas ficou preso em meu
rosto por um elástico.
Até que eu não me senti tão
deslocada ficando no grupo dos feinhos, pois Jasper superou a todos com uma
fantasia de duende. Chegava a ser deprimente olhar para ele dentro daquela
calça de lycra verde. Isso sem falar nos sapatinhos pontiagudos, bem gay. Já
Emm conseguiu se safar, usando uma fantasia de cavaleiro prateado.
O jardim estava decorado com
muitos balões, mesas coloridas com vários tipos de doces, pula-pula e outros
brinquedos. Mas o que predominava eram os enfeites de personagens de contos de
fadas. A aniversariante era uma garotinha loira de 6 anos, ela também usava fantasia
de Cinderela.
– Deixa de moleza. - Alice
puxou-me pela mão e me obrigou a interagir com as crianças.
Inicialmente, foram tiradas
várias fotos. A pirralhada adorava todos os personagens, até Ed teve sua cota
de abracinhos, só que ninguém deu a mínima para a bruxa. Eu fiquei sentada em
um canto, rezando para aquela tortura acabar logo. Minha única companhia foi um
gordinho que não parava de tirar meleca do nariz.
– Ei, garotinho, vai lá brincar
com os outros. - falei com pena dele.
– Não. - respondeu, enfiando o
indicador na narina.
– Então pára de ficar tirando
meleca, isso é nojento.
– Não. - disse entediado.
– Sai fora daqui. - perdi a
paciência diante daquela nojeira.
– Não.
Bufei.
– Você só sabe falar NÃO. - imitei
a voz dele.
– Não.
– Eu vou te transformar em um
porco, estou falando sério. - ameacei.
– Não.
– ALICEEEEEEEEE! - gritei e ela
veio correndo. - Tira esse moleque daqui. Ele está me enlouquecendo.
– Vem amiguinho, vamos brincar. -
minha amiga tentou ser simpática.
– Não.
– Viu só? - apontei revoltada. -
Ele faz isso de propósito!
– Bella, é só uma criança. Tenha
paciência.
– Tem razão. Desculpe. - respirei
fundo. Virei-me para o gordinho e sorri o máximo que pude ao perguntar: -
Coleguinha, quer brincar?
– Não.
Juro que uma veia na minha testa
quase estourou de tanta raiva que eu senti.
– Se acalme. - Lice olhou para as
crianças, então, berrou. - Ei, galerinha, a bruxa vai contar uma historinha,
venham ouvir!
– O quê? - puxei o braço dela. -
Não, não, não. Não sei contar história.
– Dá um tempo, Bel, nós também
estamos cansados. É sua vez de ralar um pouco.
Engoli em seco.
Não pude fazer nada quando as
crianças com idade entre 3 a 10 anos sentaram-se em volta de mim com os
olhinhos brilhando de ansiedade. Fitei meus amigos implorando por socorro, mas
não adiantou. Jazz e Emm se mandaram para a cozinha. Já Brad e Edward ficaram
por perto, no entanto, nenhum deles demonstrou preocupação.
– Silêncio, pessoal. A bruxinha
vai começar a história. - minha amiga acalmou a meninada, depois saiu, deixando-me
com a batata quente nas mãos.
– Er... - pigarreei. - Que
história querem ouvir?
A meninada tagarelou ao mesmo
tempo e eu não consegui entender nada.
– A festa é minha e eu quero a
história da Cinderela! - a aniversariante berrou ficando de pé.
– Shhhh. Tá bom, tá bom! - eu
faria qualquer coisa para aqueles monstrinhos pararem de gritar. - Vou contar a
da Cinderela. - mal me lembrava de como era. Ia ter que improvisar. Assim que
eles se calaram, comecei. - Era uma vez... - enxuguei o suor da testa. - Uma
moça chamada Cinderela. Ela morava com o pai, a madrasta e as duas filhas da
aproveitadora. O pai da Cinderela bateu as botas e ela teve que...
– O pai dela morreu? - um
garotinho perguntou.
– Sim. - confirmei.
– Ele foi pro céu?
– Não. Agora me deixe continuar.
- bufei. - Cind ficou morando com a madrasta e as filhas dela. O problema é que
as vacas exploravam a coitada da garota. Faziam ela trabalhar noite e dia, dia
e noite, feriados, finais de semana e a burrona não fazia nada. Pra mim, a Cind
gostava mesmo de sofrer. Porque se fosse eu, mandava as peruas tomarem no... -
Edward pigarreou alto, alertando-me para não falar palavrão. - Tomarem no...
pé. - me retratei.
– O que é tomar no pé? - uma
menina ergueu a mão.
– É tomar uma injeção no pé. Por
favor, não interrompam. - revirei os olhos. - Como eu estava dizendo... Cind
gostava de sofrer. Então, um belo dia, o rei promoveu uma festa no castelo.
Todos queriam se esbaldar na rave, mas o verdadeiro propósito do evento era
arranjar uma mulher para o príncipe.
– Esse príncipe? - uma das
crianças apontou para o Brad.
– Esse mesmo. - prendi o riso.
Meu ex não falou nada, apenas cruzou os braços, entediado. - O príncipe já
tinha namorado todas as moças do reino e agora precisava de uma trouxa para
casar-se ou seu pai lhe deserdaria. O cara necessitava de alguém que não se
preocupasse com sua fama de mulherengo.
– Minha mãe diz que todos os
homens bonitos são mulherengos. - uma menina de uns oito anos ergueu a mão.
– Sua mãe está completamente
certa. E digo mais, eles não tem cérebro. São completos idiotas. - ri.
– Então, as meninas têm que
namorar homens feios? Eles que são os bonzinhos? - outra menina se pronunciou.
– Sua boba, não importa. Meu pai
falou que as mulheres gostam é de dinheiro. - um garotinho mostrou a língua.
– Chega! Preciso terminar de
contar essa história. - tentei lembrar onde havia parado. - Cind ficou sabendo
que o príncipe estava à procura de uma esposa e resolveu ir ao baile. Ela
queria dar um belo golpe do baú para sair da vida de escravidão. A madrasta e
suas irmãs ficaram sabendo e a prenderam em uma torre, afinal, elas também
queriam ficar com o solteirão. A noite do baile chegou e nossa heroína
precisava escapar, então, eis que surge sua fada madrinha para lhe ajudar. - as
crianças logo ficaram animadas. - Ela não era uma fada madrinha comum, aliás...
- pensei rápido. - Era uma fada que acabara de sair da reabilitação e estava
virando todas as garrafas que via pela frente.
– Ei, Jessie, igual a sua mãe. - um
dos meninos provocou.
– Silêncio. - fiquei chateada. -
A fada bebum queria mudar a vida de Cind, e com sua varinha de condão, fez com
que as roupas feias da garota se transformassem em um lindo vestido Chanel. E
não foi só, também lhe presenteou com magníficas botas de couro legítimo.
– Dona bruxa, não eram pra ser
sapatinhos de cristal? - a aniversariante me interrompeu.
– A história é minha, eu conto do
jeito que eu quiser. - não suportava mais interrupções. - Continuando... - suspirei.
- Cind foi pra festa toda poderosa em uma carruagem feita de... de....
– Abóbora? - alguém perguntou.
– Não. De banana.
– De banana? - vários pirralhos
estranharam.
– É, ela foi sentada na banana e
ponto final. Agora calem a boca. - suei ainda mais. - Nossa heroína estava
feliz, mas sabia que precisava voltar para casa antes da meia noite ou todos
iam ver que ela não passava de uma escrava idiota. Quando Cind chegou ao
castelo, a rave já estava bombando. Como ela não era besta, foi logo atrás do
príncipe, só que de encantado ele não tinha nada. O mané fedia, tinha caspa e
sérios problemas intestinais que o faziam soltar gases o tempo inteiro. - as
crianças gargalharam olhando para Brad.
– Ele solta gases! - um moleque
riu muito, apontando para McFadden. Há essa altura, ele já tinha notado que eu
estava levando para o lado pessoal.
– Como eu estava dizendo... - prendi
o riso. - O príncipe não tinha nada de encantado. Cind não se importou, ela
estava mais preocupada com a conta bancária dele. O casal dançou por várias
horas no salão e o príncipe ficou enfeitiçado pela linda aproveitadora. A moça
não era boba, sabia que ele queria lhe traçar...
– O que é traçar? - a
aniversariante se interessou.
– Er... - não sabia o que
responder.
– É beijar. - um menino falou
alto, depois escondeu o rosto.
– Exatamente. - quase suspirei de
alívio.
– É assim que nascem os bebês? - o
gordinho da meleca finalmente falou algo.
– Se não pararem de me
interromper, não vou continuar a história. - evitei arduamente o assunto. Eu
não ia falar de sexo com a criançada, não estavam me pagando o suficiente para
isso. - Continuando... Cind não era boba. Ela ia fisgar de jeito o príncipe,
mas seus planos foram adiados pelas badaladas do relógio. Cind precisou sair
correndo, mas o salto das botas estava atrasando-a. Ela as tirou e quando já estava
chegando na banana motorizada, deixou cair uma das botas. O tempo passou blá,
blá, blá.... e o príncipe enfeitiçado procurou sua heroína por todo o reino.
Ele fez várias moças provarem a bota, mas ela não coube em nenhum pé. Um dia, o
príncipe foi a casa de Cind pedir para suas irmãs experimentarem a bota. Assim
que ela viu as vacas se engraçando para o lado do solteirão, pegou um balde de
lavagem dos porcos e jogou nas oferecidas. Cind calçou a bota e o príncipe
mulherengo se convenceu de que ela era a mulher da vida dele. Eles se casaram
dias depois, a cerimônia foi grandiosa e Cinderela humilhou todos aqueles que a
maltrataram. Assim que o casalzinho consumou o casamento, Cinderela deu um pé
na bunda do príncipe fuleragem e com o divórcio, levou metade de tudo que ele
tinha. Ela não perdeu mais tempo e foi embora para Las Vegas curtir a vida de
ricaça.
– E o que aconteceu com o
príncipe? - a aniversariante perguntou lacrimejando.
– Pegou Aids e morreu.
– E a Cinderela? - o gordinho
ainda tirava meleca.
– Foi fazer uma plástica
complicada e morreu também.
– Todo mundo morreu? - algumas
crianças já tinham lágrimas escorrendo pelo rosto.
– Exato. A vida é assim, não
existem finais felizes. É melhor vocês ficarem logo sabendo.
As crianças menores choraram alto
e os maiores me xingaram. Edward apenas balançou a cabeça, reprovando-me com
uma certa perplexidade. Brad levou na esportiva e gargalhou. Alice ouviu os
choros e voltou correndo. Ela tentou acalmar os monstrinhos, porém, eles
estavam revoltados comigo. Precisei ir para cozinha ou o choro descabido
arruinaria a festa.
Sentei no balcão, tirei meu nariz
falso e fiquei comendo alguns salgadinhos enquanto via os garçons entrarem e
saírem da cozinha. Quando eu menos esperava, McFadden adentrou o cômodo e sentou-se
ao meu lado.
– Bruxa. - sorriu.
– Príncipe. - fingi ignorá-lo.
– Está decidido. Não teremos
filhos. - riu.
– Achei que não te veria mais por
aqui.
– Se enganou. Se engana sobre
muitas coisas ao meu respeito.
Armei-me de coragem e o encarei.
Antes até cogitava a idéia de que ele me assediava para ter o prazer mórbido de
me separar de Edward, no entanto, ele ainda estava ali, demonstrando seu
interesse por mim. O que Brad queria afinal? Era difícil compreender o seu
jogo, se é que ainda estávamos jogando.
– Pensei que estava chateado
comigo. - murmurei.
– Confesso que fiquei bastante
aborrecido ontem, mas hoje não. Talvez eu tenha merecido ser torturado por
você.
– Mereceu. - confirmei secamente.
– Bells, não fuja de mim. - afagou
minha bochecha. Não consegui desviar o olhar. Seus olhos mantinham-me
prisioneira, alimentando aquela paixão desregrada que me consumia.
– O que quer? - gemi.
Brad continuou fitando-me. Por um
tempo não falou nada, apenas acariciou o meu rosto.
– Janta comigo amanhã?
Suspirei cansada.
– Tudo bem. - tirei sua mão de
minha face. - Me encontra no lugar de sempre às 19:00h. - ele sabia que eu me
referia ao local onde rompeu comigo. A velha lanchonete perto do meu antigo
colégio.
– Obrigado. - sussurrou me dando
um beijo na bochecha.
Aquele gesto provocou-me uma dor
física. Senti como se ele cravasse suas unhas em minhas feridas.
– Vai embora. - implorei
amargurada.
– Realmente preciso. O Link 69
vai tocar em um bar. - pulou do balcão. - Vou devolver essa fantasia à Alice e
vazar. Te vejo amanhã, certo? - assenti sem conseguir falar mais nada. - Tchau.
Acenei. Pouco tempo depois,
Edward entrou na cozinha e encostou-se no balcão. De cabeça baixa, fiquei
brincando com o babado do vestido.
– Vai jantar com Brad?
Ergui a cabeça, surpresa.
– Ouvindo atrás da porta, Sr.
Sapo?
– Não foi de propósito.
– McFadden vai ao encontro, só
que eu não. Será bom pra ele saber como é levar um bolo.
– Lute contra. - tocou minha mão
em solidariedade. De algum jeito, Ed parecia enxergar minha dor e, por isso, eu
ficava sem defesas diante dele. Não adiantava fingir que estava tudo bem.
– Estou tentando. - ofeguei.
– Ele conhece os seus pontos
fracos e não hesitará em usá-los a favor dele.
– O que eu faço?
– Resista Bella.
– Resistirei. - procurei
convencer a mim mesma.
– Você é mais forte do que
imagina. - fixou seus olhos em mim.
Não consegui ficar séria. O
selvagem estava tão engraçado com aquela fantasia.
– Eu te beijei e virou um sapo? -
demonstrei decepção comigo mesma. - Você devia ter beijado uma princesa, não
uma bruxa.
– Verdade. - riu baixinho.
– Onde está sua princesa?
– Não faço idéia.
– Não se preocupe, ela aparecerá.
- coloquei uma mão em seu ombro.
– Será? - sorriu.
– BELLA! - reconheci a voz
feminina.
– Oh, meu Deus, Jully!
- Saltei do balcão e corri para a porta. Sem cerimônias, abracei com força
minha prima favorita. - Que saudades.
– É ótimo vê-la. - retribuiu o
abraço com a mesma empolgação.
– O que está fazendo aqui? Achei
que não a veria nessas férias. - me afastei.
– Me bateu uma saudade louca de
Orlando. Precisava ver você, Jasper e Charlie. - Olhei para a mala que ela
carregava e me toquei de que Jully não sabia nada sobre o Resort. - Estou incomodando?
- percebeu minha hesitação. - Telefonei para o seu pai, avisei que viria. Ele
não te ligou?
– Tivemos problemas com o
telefone ontem. - me preocupei.
– Bella? - desconfiou.
– Acho que tenho umas coisinhas
pra te contar. - sorri envergonhada.
– O que aprontou?
– É uma longa história. - olhei
para Edward. - Caramba, como sou mal educada. Jullyana, esse é Edward Cullen. -
a puxei para junto dele.
– Olá. - apertando a mão dele,
deu um beijo em cada bochecha. Fiquei aliviada por Ed não tentar pegar nas partes
íntimas de ninguém.
– Muito prazer. - ele respondeu
simpático.
– Jullyana é minha prima. Morou
conosco por um tempo, depois foi para Harvard cursar Geologia. Essa garota é a
única inteligente da família. - ri. - Jully, Ed está passando algumas semanas
conosco. Ele é filho do Dr. Carlisle Cullen.
– O geólogo? - ela ficou
surpresa.
– Sim. - respondi confusa.
– Nossa, eu li o livro do seu pai
sobre o desenvolvimento da Teoria da Tectônica de Placas. É incrível. - Jully
ficou empolgada.
– Carlisle escreveu um livro? - embasbaquei.
– Ele não está mais se limitando
a estudar e a explicar as feições do assoalho oceânico. Está dando ênfase aos
continentes. - o cara da selva respondeu.
– Hã? - franzi o cenho.
– Bella, preciso de ajuda. - Lice
apareceu na porta.
– Estou ocupada. - respondi.
– Sim, era para estar ocupada
trabalhando. Anda, ficamos sem príncipe e o negócio aqui está feio. - fez cara
feia.
– Continuem falando sobre esse
babado aí que não entendi. Já volto. - saí da cozinha antes que minha amiga
enfartasse.
Ajudei Alice e Jazz a organizar a
meninada para cantar parabéns. Infelizmente, a festinha estava longe de
terminar, nem havia anoitecido. De longe, avistei Jully e Ed, sentados em um
dos bancos do jardim, conversando. Ainda não sabia como contar à minha prima
sobre o projeto do Resort. Esperava que ela ajudasse não nos delatando para
Charlie, porém, sabia que se negaria a mentir para ele.
De repente, Jasper segurou meu
braço, mais pálido que papel.
– MEU PAI!
Olhei para a direção em que ele
apontava e não consegui me conter.
– MEU PAI! - quase gritei,
cutucando Lice.
– MEU PAI! - ela embasbacou.
A dona Bogdanov vinha em nossa
direção, vestida de noiva. Estava acompanhada por um velhinho em um manto
cerimonial colorido, agarrado a um livro.
– MEEEEEEU PAI! - de longe,
Emmett viu o mesmo que nós.
– Minu armastus! - a mulher falou
animada.
– Aqui não! Aqui não! - Alice
ficou aflita vendo que alguns pais nos observavam. - Levem eles para a cozinha.
Jasper tentou fugir e eu o
impedi. De forma alguma, eu ia ficar naquela furada sozinha.
Dando falsos sorrisos, empurramos
os bizarros para a cozinha. Assim que adentramos o cômodo, meu irmão se
desesperou.
– Acabe com essa loucura! Acabe
com isso! - agarrou o velhinho pelo manto.
– Precisa assinar aqui. - ele respondeu,
abrindo o livro.
– Olha, se for para mandar essa
doida embora, eu assino, ele assina, todos assinamos. - tomei a frente, peguei
a caneta e rabisquei meu nome. - Assina logo! - cutuquei meu irmão. Sua mão
tremia muito.
– Vão embora! - Jasper tentou se
manter longe da estoniana, mas ela grudou nele.
– Precisa dizer a ela: Võtsin
vastu nagu mu naine.
– Isso vai convencer a cozinheira
a nos deixar em paz? - indaguei e o velhinho assentiu. - Fala logo, Jasper.
– Vot-Vot... sin... - ele
gaguejou - Vastu... o quê mais? -
– Nagu mu naine. - o homem
completou.
– Nagu mu naine. - meu irmão
mordeu o punho fechado.
Não esperávamos que a cozinheira
fosse responder:
– Ma aktsepteerida minu abikaasa.
– Ma nüüd hääldada te mees ja
naine. - o velho falou fechando o livro.
– O quê? - Jasper e eu
perguntamos juntos.
– Eu os declaro marido e mulher.
- traduziu.
– AAAAAAAAHHHHHHHH! - meu irmão
berrou com as mãos na cabeça. A dona Bogdanov o agarrou e lhe lascou um beijão
de desentupir pia.
Assisti tudo de olhos arregalados.
– Que fique bem claro que eu só
tentei ajudar. - murmurei dando um passo atrás. - Desculpa. - choraminguei,
sabendo que tinha ajudado a matar Jazz.
O velho se mandou e Jasper
conseguiu empurrar a louca para longe.
– AAAAAAAAAAHHHHHHHHH! - ele ia
gritar pelo resto do ano. O hippie esfregou as mãos na boca com força, isso só
fez com que o vermelho do batom de sua esposa se espalhasse por seu rosto.
A cozinheira girou feliz e ao
fazer isso, um dos enfeites do seu arranjo de cabelo caiu no chão.
Meus olhos quase saltaram para
fora.
– MINHA PEDRA! - apontei
bestificada.
Nos abaixamos ao mesmo tempo, mas
a cozinheira pegou o diamante antes de mim.
– Solta! Solta! - tentei arrancar
a pedra de sua mão. Usei toda a minha força, só que a estoniana era a mulher
biônica. - SOOOOLTAAAAAAA! - não estava disposta a perder nossa salvação
novamente.
– JASPER NÃO PODE ESTAR CASADO
COM ESSA VÉIA CHEIA DE TEIA DE ARANHA! JASPER PRECISA FUGIR! - meu irmão saiu
correndo, totalmente surtado.
– Não! - soltei a Bogdanov e
corri a trás dele, porém, assim que saí da cozinha, desisti. Eu não tinha
condições de iniciar uma caçada com o tornozelo ainda machucado. Rapidinho,
voltei para a cozinha a fim de lutar pelo meu diamante. Encontrei a cozinheira
fechando a porta do freezer. - Onde você escondeu minha pedra? - furiosa,
empurrei a velha para longe e abri o freezer. Olhei para as várias garrafas de
refrigerante, champanhe, tigelas enormes de sorvete e não soube por onde
começar a procurar.
– Com licença. - alguém tocou meu
ombro. Olhei para trás e fiquei sem ação diante do garçom.
– Por favor, nos deixe fazer
nosso serviço. - o outro garçom tomou a frente e eu tive que me afastar.
Eles pegaram as tigelas de
soverte, colocaram em bandejas e caminharam em direção a saída. Olhei para a dona
Bogdanov e notei que seus olhos acompanhavam as tigelas.
– Você não fez isso. - choraminguei
tremendo.
– Ma ei teinud midagi.
Irada, puxei a grinalda dela,
joguei no chão e pisei em cima. Feito uma retardada, corri atrás dos garçons.
– Oi, deixa que eu levo o
sorvete. - sorri para um dos homens, fingindo-me de prestativa.
– Está tudo bem. - respondeu
indiferente.
– Eu preciso desse sorvete. - falei com seriedade.
– Eu já disse... Está tudo bem. - não gostou da
minha insistência.
Os garçons colocaram as tigelas
do tamanho de bacias em cima de uma mesa e os monstrinhos exigentes, começaram
a se servir. As crianças se espremeram junto à mesa, colocando bolas de soverte
em casquinhas. Quase chorei com medo de perder meu diamante novamente. Assim
que os garçons se afastaram, me meti entre a meninada, derrubando suas
casquinhas no chão. Pisei em algumas, na esperança de sentir a pedra. Alguns
pestinhas choraram, outros puxaram o meu vestido, mas não liguei. Eu precisava
recuperar o carro de Charlie.
– Sai, sai, sai. - gritando feito
uma verdadeira bruxa, consegui chegar à mesa e, sem pesar duas vezes, enfiei
minhas mãos dentro de uma das tigelas. Busquei desesperadamente o diamante, só
que minhas palmas logo começaram a doer. - Ai. - chacoalhei-as no ar.
– Você é má! É uma bruxa muito
má. - uma garotinha mostrou a língua.
– Eu preciso disso mais do que
vocês, tá bom? Não enche!
A garota chutou meu tornozelo
machucado. Reprimi um grito e fiz cara feia, tentando assustá-las.
– Sua bruxa feia. - um garoto me
beliscou.
– Aiiiiiiii! - esfreguei meu
braço. - Feia é a sua avó! - peguei a outra tigela - Se afastem!
– Ela vai roubar o sorvete! - a
aniversariante apontou para mim como se eu fosse um monstro.
– Shhhh! Eu já devolvo, criancinhas
lindas do meu coração. - tentei ser persuasiva, mas não adiantou.
– PEGUEM ELA! - um menino
maiorzinho me condenou.
– Não, não, não. - dei alguns
passos para trás. - Nada de pegar a bruxa, eu sou boazinha. - não larguei o
sorvete.
– Ela está fugindo! - a
aniversariante loirinha alertou. - Mãããiiiêêêê!
– Cala a boca, sua nazista. - joguei
um pouco de sorvete neles, achando que se afastariam.
– SEGUREM ELA! - o gordinho da
meleca tentou me segurar com suas mãos imundas.
– Droga! - xinguei antes de sair
correndo com a tigela.
Ao ver aquele batalhão de
crianças barulhentas, sedentas por sorvete e sangue de bruxa, realmente temi
por minha segurança. De repente, o jardim pareceu-me pequeno demais para uma
fuga tão desastrosa.
Passei perto do banco onde Edward
e Jully estavam e não consegui deixar de notar a expressão de espanto deles.
Resolvi dar a volta na casa e tentar despistar os monstrinhos, porém, isso só
tornou a perseguição mais interessante para eles.
– ALICEEEEEEE! - berrei, na
dúvida se salvava a minha pele ou o diamante.
Continua...
Essa Bella tem mesmo sérios
problemas de azar. Tudo o que pode dar errado pra ela dá. É impressionante! E
essa amizade dela com o Edward está ficando tão linda... ele todo preocupado em
ajudá-la a superar o Brad... será que ele já está sentindo algo? E essa prima
que chegou de surpresa, e que ainda por cima é fã do Carlisle... espero que ela
não atrapalhe o relacionamento dos dois. Vejo vocês amanhã. Beijos.
Tmara que a Jully não atrapalhe ndaa
ReplyDeleteO Edward que fofo, ajudando a Bella a superar o Brandido
~~>Jazz se... ferrou
kk'
tomara que nao ja basta o tal bred que ta nacara que so que comer a bella e brincar com ela mais uma vez!! agora essa prima da bella sei nao tudo pode acontecer.adorando todos cap.bjss ate amanha
ReplyDeleteoiii moms♥ nossa coitada da Bella ela muito azarada msm néh!! adorei♥ ate amanha ♥Beijusculo♥
ReplyDeleteKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK MEU GATINHO CURTE INVENTAR UM BODE NA HORA H! KKKKKKKKKKKKKKKKKK ME ACABEI DE RIR NESSA PARTE!
ReplyDeleteGente, essa Bella sou eu! TIPO, IGUALZINHA!!! Eu ñ me dou muito bem com criança, fico igual a ela quanto os pestinhas começam a encher o saco kkkkkkkkk Era eu contando a história ali, igual! kkkkkkk
Aww, a amizade da Bella com o Ed ta tão linda, tão fofa *-* Ele todo preocupado! ~sinto romance próximo!
E essa Jully hein, chegou chegando, e já foi ficar de conversinha com o Ed... Ela q ñ va atrapalhar a relação dos meus dois bbs! hun-
Beijos, até o próx! :)