Olá galera! Depois de se divertir com a
bebedeira dos cachorros e passar por um susto com a estoniana louca, Bella, Jasper
e Emmett descobrem mais sobre a técnica de defesa de Edward...
Título: Um Selvagem Diferente
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Um Selvagem Diferente
By Lunah
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menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
Capítulo 17 - Desafiando a
Gravidade II
Eu e meus amigos ficamos
escondidos, atrás da porta principal, espiando o jardim. Estávamos envoltos em
um surto de risadas contagiosas. Tínhamos que nos apoiar uns nos outros para
suportar as cenas inacreditáveis que presenciávamos.
A cachorrada ficou doida com o
leite-quila. Estranhavam os próprios donos enquanto cambaleavam trocando as
patinhas, totalmente sem direção. Não deu nem pra sentir pena dos bichos, pois
só conseguimos rir deles vestidos como gente na maior gandaia. Os convidados
tentaram contê-los, porém nem café forte daria jeito na bebedeira animal.
Foi supershow ver a cadela
Beyoncé se jogar na piscina em um ato de compreensivo suicídio, pois não devia
ser fácil ter uma descerebrada como dona. Como se isso não bastasse, quase
molhei as calças vendo a mulher que me destratou mergulhar pra salvar sua
ratazana depilada. Só dentro da água foi que a jamanta lembrou que nem ela
sabia nadar e o povo teve que resgatá-la.
Poxa, era até injusto sermos
pagos, pois o que deveria ser uma noite de trabalho se transformou em um
momento de pura diversão, o qual nos lembrou do porquê de querermos tanto gerir
um Resort.
Eu queria ter explicado à Jully o
motivo de nosso súbito bom humor, mas eu nem consegui falar. Infelizmente, isso
a fez se sentir deslocada. Achávamos que as gargalhadas nunca iriam cessar, até
que meu irmão alarmou:
– Caraca! - apontou para a dona
Bogdanov, que vinha em nossa direção trazendo sua bagagem.
O intenso humor se transformou em
perplexidade e ninguém conseguiu falar nada. Afinal, ela ia morar com a gente?
– Tulin peatada. - anunciou.
– Quê? - perguntamos em coro.
– Ela veio para ficar. - Jully
não ficou surpresa.
– Rápido, diga que Jazz é gay. - me
adiantei.
Jully encarou meu irmão,
esperando seu aval.
– Jasper... - ele fungou. - Temeu
demais esse momento. - entristeceu.
– Ta on ebamehelik. - Jully
apontou para meu irmão.
A reação da cozinheira não foi
exatamente a que esperávamos. Primeiro ela arregalou os olhos, depois foi
atingida por um tremelique vindo não sei de onde e, por fim, desabou no chão,
debatendo-se enquanto segurava o braço esquerdo.
– Entrou em curto? - Emmett ficou
confuso.
– Pelo amor de Deus, ela está
enfartando! - Jully gritou, tentando sozinha erguer a mulher.
Edward, que já estava vindo em
nossa direção, se apressou para ajudar Jully. Só aí percebi que o negócio era
mesmo grave.
– Ed, leva a velha pra sala que
ela não pode desencarnar aqui. - fiquei aflita.
Ele carregou a estoniana e a
deitou no sofá. A coitada ofegava com falta de ar, por isso Alice e eu tratamos
de abaná-la com revistas.
– O que fizeram? - o selvagem
ficou aborrecido.
– Mandei dizer que o marido dela
é gay. - confessei.
– O que vamos fazer? - Emm
colocou as mãos na cabeça. - Meu Deus do céu!
– Pra quê esse auê? - Jazz
interrompeu. - Esse zum-zum-zum não tem cabimento. Deixa a mulher aí no sofá,
vamos todos dar uma volta lá por fora. A estoniana não precisa ser socorrida.
Lice indignou-se.
– Ela pode estar morrendo!
– E é da sua conta? - claro que
Jazz queria que a velha se fodesse. - De quem é que ela é esposa? Jasper sabe o
que é bom pra mulher dele. - tomou as revistas de nossas mãos. - Deixa essa
xibunga nas mãos de Deus.
– Vocês são todos insanos! -
Edward viu que a mulher estava revirando os olhos e passou a lhe fazer uma
massagem cardíaca. Sem poder fazer muita coisa, ficamos assistindo.
Meu irmão não se deu por vencido
e, de mansinho, se aproximou do selvagem sussurrando com extremo interesse.
– T-zed, e aí? - cutucou-o. -
Sobrevive?
Ed não gostou da pergunta
agourenta.
– Eu estou fazendo o possível
aqui. Afaste-se! - o empurrou para longe.
– Não precisa se esforçar, viu? -
Jazz continha a vibração. - Evite a fadiga. Ninguém aqui quer te ver cansado.
– Por favor, vamos levá-la logo
pro hospital. - pedi.
– Bella tem razão. - uma luz
pareceu acender dentro da cabeça de Jasper. - Vamos partir agora mesmo pra
aquele hospital público Santas Dores do Socorro.
– Mas aquilo é um descaso só! -
Lice falou alto.
– Por isso mesmo. Ela não morreu
aqui, mas lá é garantido.
– Dá licença, dá licença! - fui
empurrando o pessoal, totalmente sem paciência. - Ela precisa beber alguma
coisa. - peguei uma taça de champanhe que estava esquecida na mesinha de centro
e coloquei na boca da cozinheira. Com um certo esforço, ela bebeu tudo.
– Pronto, acabou de matar. -
Jully revoltou-se, jogando as mãos para o alto.
– Tahad rohkem.
– O que ela disse? - perguntei
para minha prima.
– Quer mais? Mais bebida? - ela
respondeu aturdida. O espanto foi geral.
– Vamos fazer a vontade da velha.
Rápido, alguém pega uma garrafa na cozinha. - a estoniana parecia estar se
recuperando. Era possível que o açúcar do champanhe estivesse ajudando.
(...)
– E eu achei que já tinha visto
de tudo nessa vida. - falei observando a dona Bogdanov cantarolando cheia de
vida pela sala.
– Não devíamos tê-la deixado
ficar com a garrafa. - Lice coçou a cabeça.
– Ah, meu Pai... - meu irmão
suspirou tristonho. - A velha não morreu. Não foi dessa vez que Jasper alcançou
essa graça.
– Que loucura. - Ed e Jully
falaram ao mesmo tempo. Notei que trocaram um breve olhar, mas minha prima abaixou
a cabeça timidamente.
Fui até a cozinheira e tomei-lhe
a garrafa de champanhe, pois começava a me perguntar se ela não tinha fingido
tudo.
– Quase todos os convidados foram
embora. Logo poderemos iniciar a limpeza. - Emmett anunciou voltando do jardim.
– Jasper ainda vai precisar
fingir que é gay?
– Sim. Comece a praticar. - Alice
respondeu com firmeza.
(...)
Não consegui dormir. Fiquei rolando
na cama buscando pelo sono que nunca chegava. Era torturante, pois minha cabeça
ficava cheia de pensamentos. Por mais que eu quisesse evitar, meus olhos sempre
se voltavam para o celular em cima da mesinha de cabeceira. No visor mostrava
quatro chamadas não atendidas de Brad. Então, a pergunta inevitável era: o que
ele ainda queria de mim?
Eu sabia que mais cedo ou mais
tarde voltaria a vê-lo e o que mais me importava era estar preparada para esse
momento. Eu não poderia gaguejar, soluçar ou fraquejar, pois com toda a
convicção que meu ser pudesse reunir o mandaria embora da minha vida de uma vez
por todas.
Logo chegaria o momento em que eu
tomaria a postura da mulher que gostaria de ser, no entanto tinha receio de me
precipitar e enfrentar uma batalha para a qual ainda não estava completamente
preparada. O que me enchia de esperanças eram todos aqueles novos sentimentos
me circundando, fortalecendo meu espírito a cada dia.
Minha nova visão apontou falhas
que antes não percebia e uma delas era a inversão de sentimentos. Antes fingia
odiar Brad, mas o amava. Fingia me amar, mas me odiava. Graças a Deus esse
infeliz equívoco acabou e eu já conseguia ser honesta comigo mesma.
Agora era clara como o dia a
razão que me levou a parar no tempo e não evoluir desde que ele me deixara. Eu
fui feliz, fui muito feliz com Brad. A nossa história foi maravilhosa enquanto
durou, só que eu simplesmente me neguei a aceitar o fim pondo toda a culpa
nele. Tudo bem que McFadden me deixou depois de ter transado comigo, mas e daí?
Talvez tenha sido o único erro dele, já que Brad nunca me prometeu coisa algum,
nem usou as palavras “eu te amo” para me convencer de nada. McFadden não me
amou como o amei e posso culpá-lo por isso?
Era duro admitir, mas a verdade é
que fui eu, e não ele, quem causou toda a bagunça. Quando Brad veio se hospedar
na mansão, ele quis relembrar os velhos tempos, mas ao invés de eu me impor e
mostrar-lhe que o passado não seria revivido, o que fiz foi puxar todos pra
dentro do furacão incontrolável que são meus sentimentos.
Sentimentos...
Que palavrinha mais complicada.
Era impossível não me perguntar como seria o futuro. Algum dia amaria outra
vez? Existia algo além do amor cego que conheci com Brad? Confesso que tenho
medo de nunca vivenciar um amor que supere o passado. Não quero ser o tipo de
pessoa que mantém uma relação com alguém e ao mesmo tempo tem parte do coração
reservada eternamente para outro. A amargura desse pensamento fez-me fechar os
olhos com força e prender a respiração. Aquilo era apenas o reflexo da vontade
de lutar contra o fracasso. E eu lutei...
Abri os olhos e sentei-me na
cama. Olhei para as mensagens que escrevi nas paredes e elas afastaram a sombra
de tristeza e pessimismo que se abateu sobre mim.
“Existem apenas duas maneiras
de ver a vida. Uma é pensar que não existem milagres e a outra é pensar que
tudo é um milagre.”
Liberei minha mente das dúvidas e
permiti que um singelo sorriso surgisse em minha face, pois eu havia
conseguido. Mais um dia, mais uma vitória, mais um milagre. A força que me fez
pular do penhasco ainda estava fervorosa dentro de mim e eu voltei a me sentir
bem. Sem razão aparente, eu ri com vontade. Aquela risada tão gostosa exorcizou
as preocupações.
Com o coração mais leve, lembrei
de Edward e do fato de não termos falado sobre suas pretendentes durante o
jantar. Então, levantei da cama e peguei o walkie-talkie que estava sobre a
cômoda.
– Edward? - esperei ele
responder. - Edward? Está acordado?
– Agora estou. – murmurou e eu
ri.
– Foi mal, só queria saber se
tivemos progressos. Escolheu alguma garota?
– Respondi uma mensagem.
– Uma? - fiquei chateada. - Te
entreguei 28 e-mails.
– Fora as garotas estranhas e o pederasta, até
que tinha umas moças simpáticas. O problema é que não tive vontade de responder
nenhuma delas, exceto uma moça chamada Mellanie.
– Pela manhã pego sua mensagem e
envio pra garota. - suspirei decepcionada. - Uma? Nem vou discutir por isso.
– Acho bom. – falou em tom de
brincadeira, porém logo percebeu que não entrei no clima. - O que você tem?
– Nada. - sentei-me na cama. - Só
não consigo dormir.
– E por quê?
– É que...
– Espera. Não é da minha conta, desculpe.
– Tudo bem. - dei um meio
sorriso. - Volte a dormir, ok?
Ele ficou em silêncio por um
curto tempo.
– Posso te ajudar a dormir... Se quiser.
– Como assim? - involuntariamente
ri.
– Esquece. Foi uma ideia idiota.
- ficou envergonhado.
– Não, agora quero saber o que ia
fazer.
– Boa noite, Bella.
– Edward! - não ia ficar na
curiosidade. - Fala, por favor.
Ele gemeu cedendo.
– Deite-se.
– Deitar? - franzi o cenho.
– Sim.
– Mas...
– Vou desistir. – ameaçou.
– Tá bom. Não vou criar caso. - prendi
o riso e obedeci.
– Fechou os olhos?
– Vou fechar. - assim o fiz.
– Deixe sua mente completamente vazia. Não se
prenda a nenhum pensamento.
– Vou tentar.
– Shhh... Não fale. Apenas escute. Vou citar um
soneto, por isso volte toda a sua atenção pra ele. Concentre-se em cada
palavra, em cada pausa, permitindo que ele a deixe sonolenta.
Concentrada, fiquei esperando
Edward começar. Pude ouvir sua respiração calma e isso me ajudou a relaxar.
– Fique bem quieta. – murmurou
antes de começar. - Exausto
com o trabalho corro ao leito, repouso
de meus membros tão cansados; Mas corre
a mente agora o curso feito, estando o labor do corpo terminado. –
a voz dele soou macia e envolvente, domando com facilidade meus pensamentos. - Lá de
onde eu moro, agora, o pensamento parte qual peregrino a ti buscando, e mantém
meu olhar alerta e atento pra escuridão que o cego vê, olhando; –
a entonação aveludada de Edward somada ao efeito sutilmente melancólico de cada
palavra, foram me puxando para a fronteira do inconsciente. - Em fantasia, minha alma cegada à vista sem
visão teu vulto traz, que, gema em noite terrível mostrada, faz linda a noite e
seu rosto refaz. – senti-me sendo entregue às mãos do sono, mas
ainda assim, de algum jeito, atada ao soneto. - E assim, ao dia o corpo, à noite a mente. Por
ti e por mim mesmo paz não sente. – ouve silêncio. - Soneto 27. Shakespeare.
Perdi-me num breu.
David
Archuleta - You Can
Me
leve para onde eu nunca estive
Me
ajude a levantar novamente
Me
mostre que coisas boas vem para aqueles que esperam
Me
diga que eu não estou sozinho nessa
Me
diga que eu não ficarei sozinho
Me
diga que o que estou sentindo não é algum engano
Porque
se alguém pode fazer eu me apaixonar,
você
pode
Salve-me
de mim mesmo, você pode
E
é você, e ninguém mais
E
se eu pudesse desejar o amanhã
esta
noite nunca terminaria
Se
você me pedisse, eu poderia compreender
Mas,
por enquanto, vou apenas fingir
Porque
se alguém pode me fazer apaixonar,
você
pode
Querida,
quando você olhar para mim, me diga o que você vê
São
esses os olhos de alguém que você poderia amar?
Por
que tudo o que me trouxe aqui
E
agora tudo parece tão claro
Querida,
você é a única com quem eu estive sonhando
Se
alguém pode me fazer apaixonar,
Você
pode
Apenas
você consegue
"me
fazer navegar" nos seus profundos olhos
Me
levante e me faça chorar
E
ninguém nunca fez isso
Tudo
foi apenas uma mentira
e
eu sei, sim, eu sei
Isto
é onde tudo começa
Então
me diga que nunca vai acabar
Eu
posso me enganar, é você e ninguém mais
Se
eu pudesse desejar o amanhã,
esta
noite nunca terminaria
Se
você me pedisse, eu compreenderia
Mas,
por enquanto, eu apenas vou fingir
Se
alguém pode me fazer apaixonar,
Você
pode
Me
mostre que coisas boas vem para aqueles que esperam
(…)
De repente, a voz alta de Rosalie
fez-me recuperar a consciência. Não entendi o que dizia, mas seu tom chegava a
ser preocupante. Um aperto no peito me fez sentir que algo de muito grave tinha
acontecido.
– Tem algo errado. - falei em voz
alta.
Voei pelo corredor e disparei
pelas escadas. Assim que avistei Jasper e Emmett entrando na mansão com vários
ferimentos, me apavorei.
– Meu Deus, o que aconteceu? - ajudei
meu irmão a sentar no sofá. Sua camisa estava toda manchada com sangue que
escorria de seu nariz.
– Nós levamos uma surra. Foi isso
que aconteceu. - Emmett precisou se apoiar em Rosalie para consegui chegar até
mim.
– Como assim? - a loira verificou
os hematomas do rosto dele.
– O que aconteceu com vocês? -
Edward finalmente chegou e os rapazes o encararam com um ódio que não
compreendi. Como ele sabia o que estava acontecendo? Eu tinha dormido! Quem o
avisou?
– Falem logo! - exigi impaciente.
– Fomos tomar uma cerveja em um
bar aqui próximo. Uns caras que assistiam um jogo lá começaram a zombar da
aparência de Jasper. - meu irmão cuspiu um pouco de sangue. - No início Jasper
não ligou muito, afinal Jasper é que nem bola de futebol, todo mundo chuta. O
problema é que depois...
– Depois o negócio ficou feio! -
Emmett se alterou. - Jazz levantou para ir ao banheiro e, quando passou pelos
idiotas, colocaram o pé na frente só pra ele tropeçar. O maluco caiu com a cara
na quina de uma mesa e aconteceu essa desgraça aí. - apontou pro nariz dele.
– Não me contem o resto. - Ed
cruzou os braços. - Aceitaram as provocações e se envolveram em uma briga que
sabiam que não podiam ganhar? As pessoas que fizeram isso com vocês já saíram
de casa com a intenção de arrumar confusão, então, por favor, me falem por que
não usaram a cabeça e foram embora quando podiam? - o cara da selva também se
alterou.
– É, T-zed, não usamos a cabeça.
Eles que as usaram como saco de pancada. - abruptamente, Emm se desvencilhou de
Rosalie e peitou Edward. - Um sujeito quase esfaqueou Jazz. O cara só escapou
porque o dono do bar deu um tiro para o alto dispersando o pessoal. Você tem
ideia de quem é a culpa? É sua!
– O quê? Não! - ele se revoltou.
- Não me culpe por serem imbecis o suficiente para se envolverem em brigas.
Todas as coisas que tenho falado não serviram de nada?
O clima esquentou e eu não soube
como intervir, pois ainda estava chocada.
– Foram exatamente as coisas que
falou que nos fizeram enfrentar a situação. - Emmett esbravejou transtornado. -
Toda aquela porra de discurso sobre honra, disciplina e coragem nos induziu a
aguentar a barra e não sair correndo feito mulherzinhas. E quer saber? A gente
se ferrou legal porque no final da contas o Sr. Rei da Floresta não nos ensinou
porcaria nenhuma!
– Não fale assim comigo. - cerrou
o punho estreitando os olhos. Sua fisionomia tornou-se desconhecida e sombria a
ponto de eu me questionar se de fato o conhecia.
– Falo sim! - Emm empurrou Edward
com força. Aflita, precisei agir.
– Epa, epa, epa! - coloquei-me
entre eles e fui ignorada. - Por favor, vamos parar com isso. Temos é que ir
pra uma delegacia prestar queixa.
– Qual o problema, T-zed? -
Jasper se pronunciou ficando ao lado de Emmett. - Nós fizemos tudo o que
mandou, mostramos que queríamos aprender. Nunca nem te questionamos, mas você também
nem se empenhou em nos ensinar algo. Faltam poucas semanas para ir embora e nós
continuamos nos exercitando toda manhã em troca de nada. Estamos acordando as
05:30, caramba! Era pra estarmos aproveitando nossas férias.
– Ele não se importa, Jazz. - Emm
não conseguia esconder a mágoa. - O mané acha que somos medíocres demais pra
aprender qualquer coisa com ele. Olha só, está escrito na cara dele. - o pior é
que parecia mesmo isso.
– Não devia tê-los enchido de
esperanças. - e foi Rosalie, e não eu, quem falou a verdade empurrando Emmett
para longe.
– Encerrou o papo, galera. - tinha
quase certeza que Ed não era o guerreiro que os rapazes idealizaram.
– Nunca devíamos tê-lo
considerado nosso amigo, seu idiota! - Emmett berrou subindo as escadas.
Me senti no meio de um fogo
cruzado. Não sabia se culpava Ed, ou os rapazes por terem esperado demais dele.
– Vamos cuidar desse nariz. - empurrei
Jasper para a cozinha. Antes de sair do cômodo, olhei para trás e falei: - Para
o bem de todos, é melhor ficar longe dos rapazes... Por favor.
Edward, repentinamente, voltou a
ser o esquisitão mudo que conhecemos no inicio do mês. Isso me incomodou
demais.
(...)
Acordei cedo para saber como meus
amigos estavam. Vasculhei a casa atrás deles e fiquei muito surpresa quando os
encontrei no jardim, correndo em volta da piscina, como faziam todas as manhãs.
Eles estavam arrebentados, mas se exercitavam com uma raça que eu não sabia de
onde vinha.
– Deviam estar descansando. - me
aproximei e pararam pra falar comigo. - Achei que tinham desistido.
– Até pensamos nisso, mas é tarde
demais, pois a primeira lição de T-zed já está gravada em nossa mente. - disse
Emm.
– Que lição? - indaguei.
– Nunca desistir. - respondeu
Jasper.
– E aí vem ele. - Emmett indicou
com a cabeça.
Assim como os rapazes, Ed também
não desistiu. Analisou bem meus amigos, os quais permaneceram calados e de
cabeça erguida.
– Vocês estão preparados para
seguir em frente. Lamento ter demorado pra perceber isso. - disse com um misto
de respeito e arrependimento. - Por termos personalidades tão diferentes, errei
em confundir isso com falta de interesse e falta de seriedade. Eu devia ter
dado um voto de confiança a vocês e não o fiz. Os persuadi a serem corajosos,
mas não os preparei para as consequências. Falhei como instrutor.
Emm suspirou, visivelmente
arrependido de ter discutido com o selvagem. Então, colocou uma mão no ombro
dele e disse:
– Fidelidade para com o
verdadeiro caminho da razão.
Edward, cabisbaixo, sorriu como
se aquilo fosse algo que tivesse ensinado a eles. Com esforço, compreendi os
significados ocultos por trás da frase. Eles se arrependiam de ter perdido a
cabeça, ou seja, a razão. Porém, não desistiriam de fazer a coisa certa, e a
coisa certa naquele momento era continuar amigos e persistir no treinamento.
– T-zed, vamos começar logo com
isso. - meu irmão se empolgou.
– Tudo bem. - distanciou-se um
pouco da piscina e levou os caras consigo.
Sentei-me em uma espreguiçadeira
há poucos metros deles. Estava muito interessada em saber como o cara da selva
estava influenciando meu irmão e amigo.
– A Bella vai ficar aqui? - Jazz
se incomodou.
– Cala a boca ou vai achar minha
mão bem desagradável. - ameacei na maior.
– Por favor, vamos começar. - Ed
tratou de se impor. - Muito bem... - passou as mãos pelos cabelos. - Krav Magá
é um sistema de defesa pessoal. Foi desenvolvido em meados de 1940 por Imi
Lichtenfeld e é adotado principalmente pelo Exército Israelense. Executado
corretamente pode livrá-los principalmente de ataques individuais. - Edward me
surpreendeu com sua desenvoltura. - O Krav Magá é baseado na força da mente e
do intelecto, por isso não precisam de um monte de músculos para praticá-lo.
Entendam que todos os movimentos são muito simples, o que facilita a ativação
de uma reação quase instantânea em situação de perigo e surpresa. Vou
demonstrar. - virou as costas para os rapazes. - Emmett, tente me estrangular.
– Tem certeza? - coçou a cabeça.
– Sim, pode usar toda a sua
força. - falou com muita segurança.
– Demorou!
Emm levou a sério e avançou no
pescoço do selvagem. Edward imediatamente arrancou as mãos de Emmett de seu
pescoço, fazendo-o gemer. Em um movimento rápido, girou o corpo ficando de
frente para ele enquanto torcia o braço do infeliz a partir da mão. Edward deu
um chute na genitália do meu amigo e até eu fiquei aliviada de ver que não
chegou a realmente atingi-lo. Por fim, com o antebraço, golpeou Emmett na
garganta e o coitado desabou no chão.
Jasper vibrou, Emmett gemeu e eu
fiquei na dúvida sobre o que pensar.
– Você está bem? - o selvagem
ajudou meu amigo a levantar.
– Véi, como conseguiu tirar
minhas mãos do seu pescoço? Doeu pacas! - indagou já de pé.
– Os golpes visam atingir os
pontos sensíveis do corpo, o que iguala qualquer adversário, independente de
sua força física, e torna a defesa muito mais objetiva. Ao invés de afastar
suas palmas, afastei seus dedões, que são os pontos fracos. Quando virei, torci
o seu braço para imobilizá-lo, mas o chute na genitália é que causa maior
impacto e impede o adversário de raciocinar. Atingir a garganta é essencial,
pois com o agressor no chão podem ter tempo suficiente para fugir. - Edward me
olhou e eu notei que a dica final era pra mim. Não resisti e levantei o braço,
louca pra perguntar. - Sim?
– Chute na genitália não é
meio... covarde? - Ed não cansava de me espantar. - Isso é certo?
– Certo é não entrar em uma
briga, mas se for inevitável é melhor golpear o adversário de forma que ele
desista. Façam o possível para não prolongar o conflito. Vocês têm que entender
uma coisa... - virou-se para os rapazes. - Os movimentos são curtos e, por
consequência, rápidos. Não há regras, pois não é uma arte marcial. O objetivo é
mesmo se defender. Vamos simular outro tipo de tentativa de agressão. - puxou
um canivete do bolso da bermuda e o jogou para meu irmão. - Jasper, tente me
machucar.
– Como Jasper deve fazer?
– Do jeito que quiser.
Jazz abriu o canivete e se
preparou para o ataque.
– Cuidado, hein?! - pedi sem
querer ver ninguém sangrando.
Meu irmão partiu pra cima do
selvagem numa tentativa de esfaqueá-lo na barriga. Ed defendeu-se chocando
violentamente seu antebraço contra o dele. Em um movimento ágil, torceu com as
duas mãos o pulso armado que lhe ameaçava. Jasper perdeu o equilíbrio e Edward
aproveitou a oportunidade para simular socos incrivelmente rápidos no rosto
dele. Jasper acabou soltando o canivete e, com a arma fora do lance, o selvagem
segurou a cabeça de Jazz, pressionando seus olhos com os polegares. Enquanto
fazia isso, empurrava a cabeça dele para baixo. A queda foi inevitável e
rápida.
– Jasper ainda está no mundo dos
vivos? - resmungou estatelado no chão.
Edward o ajudou a levantar
dizendo:
– Evitem que a arma chegue até
vocês golpeando o adversário com o antebraço e protegendo a barriga
curvando-se. É necessário fazer o agressor perder a força da mão em que se
encontra a arma, pressionando e torcendo o pulso dele. As articulações são os
pontos fracos. Os segundos que o agressor está incapaz de reagir por causa da
dor são valiosíssimos, por isso a rapidez com que contra-atacam socando o rosto
dele é essencial. É preciso praticar e desenvolver a capacidade de golpear
seguindo instintos e reflexos. Alguma pergunta?
Nós três erguemos a mão.
(...)
Até que foi divertido passar a
manhã intera assistindo os rapazes treinando. Parecia que muito ainda tinha que
ser feito antes que os movimentos deles se tornassem tão ágeis quanto os de
Edward, mas os carinhas estavam motivados e concentrados. Nunca os vi assim e
minha constante expressão de perplexidade denunciava isso. Por bastante tempo
questionei as habilidades do selvagem. Na verdade, duvidei que soubesse se
defender. Eu não podia estar mais enganada...
Os golpes de Krav Magá eram
executados por ele com naturalidade e intensidade, e isso era algo que eu não
estava acostumada a ver. Em alguns momentos quase morri de vontade de perguntar
quando e onde aprendera aquilo, mas eu não queria ser chata e desconcentrar o
pessoal.
Nos últimos dias eu tinha
começado a julgar Edward de uma forma bem diferente do que tinha julgado no
início do mês. Cheguei a achá-lo inofensivo, reservado e bastante ingênuo,
porém, em alguns momentos, era como se existissem faíscas em seus olhos. Já
tínhamos visto as melhores e piores facetas de Edward? Algo me dizia que não.
Parecia que aquele homem tinha sido criado para sobreviver em um mundo que eu
nem conseguia enxergar.
(...)
Logo após o almoço, me recolhi no
escritório de Charlie para digitar a mensagem de Edward. Coloquei o papel sobre
a mesa, mas ainda não o tinha lido. Antes, queria matar minha curiosidade e
saber quantas mensagens novas tinha no eutouquerendo.com.
Logo que abri a página, me deparei com 20 e-mails. Claro que fiquei surpresa,
afinal não considerava o selvagem um partido tão bom assim.
Ia começar a mexer no site quando
um aviso enorme na tela me chamou a atenção. Cliquei e li todas as informações.
Descobri que o site junto com uma rede de televisão estavam procurando
voluntários para participar de um novo programa de TV chamado “ME AZARE!”.
A ideia era colocar um grupo de
solteiros em frente às câmeras e entrevistá-los. Os telespectadores poderiam
telefonar e enviar e-mails para, literalmente, azará-los. Os solteiros teriam a
chance de selecionar os telespectadores que mais lhes agradassem e, assim,
conhecê-los pessoalmente no ar.
Abri a página de inscrição para o
programa. Eu só tinha que digitar o endereço do perfil de Edward e colocar um
número de telefone, mas não consegui ir adiante, pois ia ser maldade jogar o
selvagem em rede nacional.
Na maior dúvida, comecei a roer
as unhas com os olhos fixos no monitor. Desconsiderando o lado da maldade, se
Edward fosse um dos escolhidos meu serviço já estaria feito. Não teria mais que
sair por aí vestida de homem para lhe arranjar mulheres.
E agora?
– Não! Não! Não! - levantei-me.
Era capaz de Ed querer me matar por tentar expô-lo. Por outro lado, era
possível que nem fosse escolhido. - Sim! Sim! Sim! - me sentei já digitando o
endereço do perfil e o telefone. - Droga! - esmurrei a mesa. Não tinha jeito de
ele querer aparecer na televisão. Como iria convencê-lo? - Esquece, Bella. - me
levantei e fui até a porta. Antes de sair, olhei para trás e me senti
incrivelmente tentada. Então um sorriso cintilou em meu rosto. Em um impulso,
corri até a mesa e me joguei sobre ela alcançando o teclado.
“ENTER”
Bastou apertar essa tecla para a
sorte de Edward ser lançada.
***
Diário de Bordo - Edward Cullen
Orlando, EUA.
Hoje, depois que voltamos do
farol, dormi pouco. Tive um sonho que me deixou inquieto. Sonhei que estava na
minha ilha, porém a floresta que me rodeava era totalmente desconhecida. Sentia
como se tivesse andado quilômetros, mas continuava perdido. Eu já não conseguia
achar o caminho de volta para casa.
O mundo que acreditei conhecer
está mudando diante dos meus olhos. Como fui tolo a ponto de achar que em pouco
tempo entenderia as mulheres? As personalidades são tão diversificadas que, em
alguns momentos, me senti completamente perdido no Bucaneiro. Ouvi coisas que
não entendi, e entendi coisas que preferia não ouvir.
A presença de Bella ajudou em
certos momentos, mas a maior parte do tempo ela se atrapalhou e me arrastou
para suas peripécias. É impossível não rir quando me lembro de alguns momentos.
Quando acredito que ela já fez todas as loucuras que um ser humano pode
inventar, a pequena mulher surpreende-me a ponto de todos questionarem sua
sanidade mental.
Falando em sanidade mental...
Bella devia estar totalmente fora de si quando me puxou para dançar.
Inicialmente relutei, ficando bastante constrangido. Mesmo assim, a garota
continuou a passar a mão em mim como se eu fosse uma mercadoria em exposição.
Não a detive porque não resisti à curiosidade. Precisava saber até onde ela
iria só para conseguir provar que podia me ajudar.
Como um bobo, entrei em seu
jogo, mesmo sabendo que era só para chamar a atenção das mulheres à nossa
volta. Ainda assim, não deixou de ser perturbador. Parecia que alguém tinha
congelado o meu estômago e mergulhado o resto do meu corpo em água fervente.
Conforme repassávamos tudo que aprendemos com o livro de auto-ajuda, mais
complicado se tornava distinguir o que era permitido entre amigos e o que não
era. Eu nunca tive uma amiga. Quais são as regras? Que tópicos abrangem? Beijar
na boca é socialmente aceito? Por que Bella continua a beijar-me?
O primeiro beijo foi quase um
acidente. O segundo um erro e o terceiro incoerente. Eu não devia tê-la deixado
me influenciar no segundo beijo, já que foi ele quem embaralhou minhas idéias.
Será que posso culpar meu grande
defeito, a curiosidade? Queria sentir, provar e vivenciar a experiência, mesmo
não sendo com a pessoa certa. Não é típico de mim ser tão inconsequente, só que
ambos fomos impelidos pelas circunstâncias nada convencionais.
Tinha me preparado mentalmente
para esse tempo e essa terra, mas não me preparei para deitar-me junto de uma
mulher nua. Não fazia parte dos meus planos tocar-lhe e muito menos beijá-la.
Foi um choque pra mim corresponder o beijo com tanta... tanta... Não encontro
uma palavra que se encaixe nessa frase.
Acreditava que meu autocontrole
era forte como uma rocha, mas em apenas uma noite essa garota da cidade
mostrou-me do que sou feito. Ossos, sangue, e carne. Todos os meus instintos
sexuais afloraram e, momentaneamente, perdi a razão. Se Bella não tivesse me
interrompido, não tenho dúvidas de que teria atravessado todos os limites.
Àquela noite não me reconheci. Em meu estado normal, nunca desejaria Bella tão
intensamente. Confesso... Foi gostoso.
Droga! Parecemos duas peças de
um quebra-cabeça que não foram feitas para se encaixar. É irônico eu estar
escrevendo que desejei Bella, se a maior parte do tempo a acho extremamente
boba. Mais que isso, em alguns momentos ela é simplesmente burra. É grosseiro
eu me referir à garota assim, mas Bella não se ajuda. Fala coisas que chegam a
doer de tão errado. Por que ela não pensa antes de abrir a boca? Por mais que
ela tenha crescido em meu conceito, ainda continua sendo alguém difícil de se
conviver. É preciso ter muita paciência, sorte que eu tenho.
Todos esses equívocos acabarão
quando eu achar uma garota compatível comigo. Será mais fácil compreender o
amor e seus derivados com alguém madura e confiável.
Mas minha consciência não me
deixa ser injusto com Bella. Existem coisas que admiro nela. Sua atitude no
farol e a forma como me convenceu a pular foram excelentes. Tentei persuadi-la
a optar por sua segurança, no entanto, ao falar que estava cansada de ter medo,
me fez lembrar de uma frase dita por Mandela: "Não é valente o que não tem
medo, mas sim o que sabe dominá-lo". E Bella fez isso muito bem. Como eu
podia negar que pelo menos uma vez pensamos igual? Foi um dos poucos momentos
em que as diferenças de nossas culturas não pesaram. Não importava de onde
vínhamos. Só importava para onde íamos.
Pular do penhasco foi incrível.
Já tinha feito coisas semelhantes antes, mas o fato de não conhecer o local, e
nem saber se acabaríamos nos chocando contra as rochas fez minha adrenalina
chegar ao ápice. Sempre vou me lembrar daquele amanhecer.
Até fiquei inspirado. Me deu
vontade de desenhar. Farei isso agora mesmo, enquanto as imagens ainda estão
vivas em minha mente.
Continua...
Eu adoro ler o Diário do
Edward. É tão legal saber o que ele está pensando, sentindo em relação a tudo o
que acontece com ele. E esse relacionamento com a Bella está cada vez mexendo
mais com ele. E a Bella está cada vez mais louca. Inscrever o pobre num
programa de TV? Ele vai querer matá-la quando descobrir. Mas seria bem
interessante ver como ele se sairia na frente das câmaras. Beijos e até amanhã.
oiii moms!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk amei♥ amei♥ amei♥ adorei as aulas de krav magá do Ed e esses meninos e so pra dar risada estou me acabando kkkkkkkk beijusculo♥ ate amanha cedo
ReplyDeleteeu acho que ta demorando de++ eles se envolve.pois ta na cara que eles tao a fim um do outro só nao percebero ainda!11 e a bella e doida escrever ele no programa de tv. eu no lugar dele nao ia e botava a belinha no seu devido lugar de doida@@@@@
ReplyDeleteConcordo com o comentário da Neide... esse dois tão mais enrolados q carretel! kkkkkkkkkkkkkkk ~~ o Ed ta se apaixonando, e a Bella, literalmente ta perdendo o restinho de juizo q ela tinha kkkkkkkkkk omg!
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