Oi gente! Hoje Bella vai aprontar tanto
que Edward acaba perdendo a paciência...
Título: Um Selvagem Diferente
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Um Selvagem Diferente
By Lunah
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como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
Capítulo 18 - Fazendo o Certo
de Modo Errado
Bella - Narração:
– O que está fazendo? - Alice
entrou no escritório.
– Nada. - saí de cima da mesa
evitando encará-la.
– Então por que a cara de
culpada?
Mantive-me firme o máximo de
tempo que pude, ou seja, cinco segundos.
– Inscrevi o selvagem num
programa de TV! - roí as unhas.
– Não brinca! - arregalou os
olhos.
– Isso é tão ruim assim? - tive
medo da resposta.
– Você ainda se lembra de quem é
Edward Cullen, certo? - perguntou incrédula.
– Um nerd aborígine temperamental
que não mente? - engoli em seco.
– Exato. - puxou uma cadeira pra
eu sentar e desabei sobre ela.
– Oh Deus. - murmurei finalmente
tomando consciência do que fiz.
– Não tenha um derrame. Afinal,
quais as chances dele ser escolhido? O cara nem é muito bonito. - Alice usou um
argumento que me convenceu.
– Verdade. - dei um meio sorriso
relaxando. - Ed é legal, mas é um maltrapilho. - recuperei o bom senso. - As
garotas que escreveram pra ele só estão a fim de curtir o corpo do sujeito.
– Que garotas?
Tentei explicar para Alice o
estranho sucesso de Edward no site, e foi ela quem leu para mim a mensagem da
tal Melanie enquanto eu me sentava em frente ao computador.
– “Olá. Eu me chamo Melanie, mas, por favor, me
chamar de Mel. Como já deve ter visto no meu perfil, tenho 20 anos e moro em
Orlando. Para ser totalmente sincera, escrevi essa mensagem três vezes, porém
nenhuma das vezes consegui colocar um pouco de mim no texto. Desconheço
totalmente a forma certa de se iniciar uma amizade. Me pergunto, será que posso
fazer isso com um elogio? Quem sabe uma frase gentil? Poderia tentar contar uma
piada engraçada. Não... Acho que a melhor forma seria apertando sua mão, mas
infelizmente isso nem sempre é o suficiente. Às vezes precisamos dar uma chance
às pessoas para revelarem quem realmente são. Então, Edward, quem é você?”
– Blá, blá, bláááárgggg! - coloquei
o dedo na boca como se fosse vomitar e Lice riu. Tomei o e-mail das mãos dela e
dei uma olhada na foto do perfil. Melanie tinha traços orientais, pele bem
clara, cabelos negros muitos lisos e um sorriso perfeito. - O que Edward
respondeu?
Ela pegou a outra folha e
suspirou antes de ler:
– “Olá, Mel. Assim como você, também não sei a
forma correta de iniciar uma amizade. Na verdade, tenho bastante dificuldade em
criar esse tipo de vínculo social. Confesso que sua mensagem me chamou a
atenção pela sutileza com que confessou seu despreparo diante dessa situação.
Acho que posso dizer que me identifiquei um pouco. Sem falar que concordo com o
que escreveu sobre um aperto de mão nem sempre ser o suficiente. Estive
relutante em aceitar conhecer alguém por um meio que não considero
convencional, mas não me prendi a isso, já que estou passando por uma fase de
descobertas. Gostaria de falar um pouco sobre mim como você pediu, só que não é
nada fácil para mim. Demoro a confiar nos outros. Espero que entenda. Mesmo
assim, acredite, estou muito interessado em saber mais sobre você. Obrigado por
me escrever.” – Lice
deu um meio sorriso. – “Assinado:
Edward C.”
– Em que mundo eles vivem? - não
contive a revolta. - Onde está o bom e velho: achei
você lindo, não quer sair comigo essa noite? – afinei a voz como se
fosse a tal Mel, depois fingi ser Ed. - Ah,
Claro, Mel. Que horas te pego? – revirei os olhos. - Pelo
andar da carruagem, só no próximo milênio vão ter coragem pra isso.
– Eu achei fofo.
– Cala a boca, Alice. - arranquei
o papel das mãos dela. - Edward não tem tempo para ser fofo. Temos os dias
contados e eu preciso cumprir minha promessa, mas desse jeito... - amassei a
resposta do selvagem. - Está mais do que difícil. - joguei na lata de lixo. -
Minha missão aqui é fazer as coisas acontecerem.
– A moça vai ficar sem resposta?
- assustou-se.
– Claro que não. - estalei os
dedos sorrindo. - Como eu já disse... Vou fazer as coisas acontecerem.
Não perdi tempo e digitei:
“Olá, Mel. É um prazer receber
sua mensagem. Não se preocupe se você não sabe como iniciar uma amizade, eu
posso te ajudar nisso. Adoraria poder encontrá-la pessoalmente e lhe
cumprimentar, talvez assim percebesse que às vezes um simples olhar é o
suficiente pra conectar duas pessoas...”
Lice me aconselhou a usar parte
do que Edward escreveu para diminuir as chances de um deles descobrir que eu
estava interferindo.
“Estive relutante em aceitar
conhecer alguém por um meio que não considero convencional, mas não me prendi a
isso já que estou passando por uma fase de descobertas. É difícil falar sobre
mim mesmo, pois sou bastante tímido, principalmente pessoalmente. Estou em
Orlando há pouco tempo e me sinto solitário. Você sabe, sem alguém de confiança
para partilhar momentos e pensamentos, por isso seria ótimo conseguir
conquistar sua amizade. Por favor, me responda e me dê uma chance de entrar em
sua vida. Beijos. Edward. C.”
– Prontinho. - esfreguei as mãos,
satisfeita. - Se eu interferir em mais umas quatro ou cinco mensagens, vou
conseguir descolar o primeiro encontro de Edward. O que acha?
– Maquiavélico, mas genial. Você
só está encurtando o caminho. Eles só vão conseguir se conhecer realmente
quando se encontrarem cara a cara, daí vai ser por conta deles. - Lice me
apoiou.
– É disso que eu estou falando. -
enviei a mensagem.
(...)
Pouco tempo depois, Mel respondeu
o e-mail de Edward. Dei uma rápida olhada para garantir que não tinha nada que
me comprometesse e entreguei a ele. O cara passou a maior parte do dia isolado
na casa da árvore, já eu e meus amigos demos um duro danado fazendo faxina.
Estávamos ansiosos pela chegada dos novos hóspedes no dia seguinte e, assim
como da primeira vez, nos entusiasmamos, mesmo sabendo que teríamos mais
dificuldades do que no início do mês. E a maior dessas dificuldades era
conseguir um veículo para transportar os hóspedes, pois não tínhamos dinheiro
suficiente para alugar um. A única grana com que podíamos contar era a segunda
parte do pagamento dos pacotes que só chegaria a nossas mãos quando os hóspedes
fechassem a conta. Por fim, Emmett garantiu que tinha um colega que podia nos
ajudar e saiu em busca dele.
– Cadê o Emmett? - Jasper
perguntou impaciente.
– Calma, acho que já está
chegando. - falei sentada no meio fio na esperança de ver Emmett dobrar esquina
com uma Van Topiq.
– Gente, vamos dar um crédito ao
Emm. Ele sabe o que está fazendo. - Lice me obrigou a levantar.
De repente, eis que surge
pipocando no início da rua uma Kombi branca ano 75 cujo motor roncava mais que
um velho desdentado.
– Não é ele. - disse Jazz.
Só para matar nossas esperanças,
Emmett colocou o braço pra fora e acenou se aproximando. Alice começou a
chorar.
Quando o imbecil estacionou, a Kombi
fez um barulho tipo assim: pec...
pec... pec... pec... POOOOOW! E do cano de escapamento saiu uma fumaça
preta e densa.
Meu irmão, sem voz, quase se
descabelou. Logo que a fumaça se dissipou, cruzei os braços e, indignadíssima,
falei para Emmett:
– Nos deixou todo esse tempo
esperando por isso?
- balancei a cabeça. - Bonito, hein?
– E veloz. - acariciou o volante.
– Já chega! Saí daí que eu vou
quebrar os teus ossos. - Lice falou sério.
– Cadê o jipe? - Jazz se
preocupou.
– Troquei com meu amigo até o
final do mês. Não façam essas caras, já tínhamos combinado que precisávamos de
um carro maior. Essa Kombi é um clássico. Pode ser velhinha, mas pelo menos
está inteira. - Emm abriu a porta pra sair e a mesma despencou. A mudez
combinou bem com nossas expressões de perplexidade.
(...)
Por volta das 21:00h, Alice e eu
estávamos na sala fazendo as unhas enquanto conversávamos sobre os outros
e-mails que Edward recebeu durante o dia.
– Impressionante como o perfil
dele foi visitado. - ela comentou pintando minhas unhas dos pés.
– E eu não sei?! Caraca, homem
está mesmo difícil de se achar. As mulheres estão indo à caça.
– Talvez devêssemos ir também,
pois continuamos solteironas.
– Só vou me preocupar com isso
quando chegar à faculdade. Estou fechada pra balanço. - soprei nas unhas das
mãos. De repente, Lice começou a rir de algo que não entendi. - O que foi?
– Nada. - prendeu o riso.
– O que foi? - insisti muito
séria.
– Você teria coragem de “pegar” o
Edward? Você sabe... Só pra dar uns beijinhos, ter um pouco de carinho? Podia
tentar ignorar o fato de ele ser um pouco diferente.
– Não. - ri alto. - Eu meio que
tentei isso no dia que nos beijamos sem roupa. Até me diverti no Bucaneiro, mas
Ed não faz nem um pouco meu tipo. Não rola!
– Você gosta dos bad boys. - ela
revirou os olhos.
– Não é necessariamente dos bad
boys. É que gosto de homem com H maiúsculo, entende? O cara tem que ter
“pegada” e me deixar completamente sem fôlego. Gosto do tipo que faz a gente
praticamente babar. Já Ed é meio... meio...
– Ingênuo? Certinho?
– É... por aí. - não pude deixar
de rir. - Estranho né? Edward é uma mistura de homem das cavernas com nerd e
adolescente deslocado. Espero que ele consiga encontrar alguém que não ligue
para nada disso. Porque, sinceramente, ia ser triste vê-lo rejeitado novamente.
– Você pode o estar subestimando.
Talvez o cara seja daquele tipo tímido no início e você precisa atiçá-lo, mas
quando consegue, ele vira um animal.
Gargalhei.
– Não viaja Alice. Além disso,
ele age de uma forma que distancia as pessoas. Talvez se ache tão
intelectualmente superior que chega ao ponto de não perceber que nessa sociedade ele é que é inferior.
– Complicado. - Alice ficou com
pena. - Ouviu isso? - indagou sobressaltada.
– Parecia a porta dos fundos
batendo. - estranhei. - Não se preocupe, é só o vento. - assim que acabei de
falar, o telefone tocou. Estiquei o braço e peguei o aparelho que estava na
mesinha. - Alô?
– Por favor, eu poderia falar com o Sr. Edward
Cullen?
– Quem gostaria? - estranhei.
– Diga que é Lisa, assistente de produção do
programa Me Azare!.
Levantei-me chocada e
momentaneamente sem voz.
– Por que está tão pálida? -
Alice passou a palma rente ao meu rosto petrificado.
– Alô? Alguém na linha? Alô?
– Hã... - lutei para recuperar a
voz.
– Por favor, chame o Sr. Cullen.
– Claro. - pressionei o telefone
contra o peito e gritei, mas não saiu nenhum som.
– Oh, meu Deus! É do programa,
não é? - Alice percebeu e eu fiz cara de choro.
– O que eu faço? O que eu faço? O
que eu faço? - comecei a tremer. Não era o momento oportuno para contar ao
selvagem sobre a minha burrada. Ele podia usar o Krav-não-sei-o-que em mim!
– Shhh! - Alice tapou minha boca.
- Faça-a entender que T-zed não está interessado. - sussurrou.
Respirei fundo, ergui a cabeça e
encarnei o Bill.
– Alô? - falei com a voz grossa.
– Sr. Cullen?
– Sim? - mordi o punho.
Alice enfiou uma almofada no
rosto para não rir alto.
– Sou
Lisa, assistente de produção do Me
Azare! Tudo
bem?
– Sim.
– Desculpe estar ligando a essa hora, mas é que
tivemos alguns problemas na produção do show e estou resolvendo algumas
pendências. Não sei se o Sr. sabe, mas a primeira edição do nosso programa
estréia amanhã e é justamente por isso que estou ligando. Escolhemos os
primeiros participantes há dias atrás, só que um deles se acidentou e estamos
procurando um substituto. Enfim, seu perfil bastante visitado agradou a equipe
de produção e adoraríamos tê-lo em nosso show. Sei que é algo de última hora, mas
podemos resolver tudo a tempo.
– Na-na-não... - Lice me deu um
tapa nas costas. - Não estou interessado. - falei o mais rápido que pude.
– Tem
certeza? É uma oportunidade única. Os casais que forem formados no programa
ganharão um final de semana com tudo pago em Miami.
– Minutinho. - novamente
pressionei o telefone contra o peito. - Merda! Eles vão bancar um final de
semana em Miami. - sussurrei para Alice. - Edward podia ter dias incríveis com
alguém. Se eu acabar com essa chance, posso estar estragando o destino dele.
– Bella, já estragou o destino dele
na hora que você nasceu. - chateou-se. - Mas tem razão, T-zed pode se dar bem
nessa. Vamos ajudá-lo.
– Não! - pensei em como ele
reagiria.
– Sim!
– Não!
– Sim! - quase me bateu.
– Não!
– Ok . - colocou as mãos na
cintura. - Não!
– Sim. - com a voz grossa, quase
choraminguei no telefone. - Eu topo, dona.
– Ótimo.
Mesmo o programa começando às 18:00h, preciso que me encontre no prédio da TVK,
no estúdio 7 às 9:00h da manhã. Precisa assinar um contrato de licença de uso
de imagem. Quer o endereço?
– Sei onde fica. Estarei lá.
Tchau! - desliguei preocupada.
– Hora de contar a novidade para
o T-zed. - Alice cantarolou entusiasmada.
– Tudo bem, vamos. - me preparei.
– Aiiii... - a filha da mãe
espreguiçou bocejando. - Preciso dormir. Te vejo amanhã. - saiu correndo.
– ALICEEEEEEEEE! - fiquei uma
fera.
(...)
Era madrugada e chovia canivete
em Orlando. Corri para a casa da árvore e, mesmo assim, me molhei, pois o
guarda-chuva não ajudou muito. Subi os degraus e ao entrar na casa me senti
perdida. Estava muito escuro.
– Edward? - esperei que meus
olhos se acostumassem com a escuridão. - Edward? - como não respondeu, caminhei
com cuidado até o local onde ele costumava dormir. Sentei no chão e, com uma
mão, o busquei até senti-lo coberto pelo saco de dormir. - Ei, Ed. - sussurrei
perto de seu ouvido. - Acorda dorminhoco. - o cutuquei. - Como você pode não
estar me ouvindo? - cutuquei novamente.
– Me deixa, Bella. - sua resposta
não foi amigável, mas me deixou aliviada.
– Preciso falar com você.
– Quero dormir.
– É importante.
– Não quero ouvir... - bufou
ficando de costas para mim. - Não agora.
– Estamos de mau humor? - brinquei
e ele não ligou. - Se é assim... - revirei os olhos. - Vou esperar você querer
ouvir. - arrastei-me até um canto e me encolhi lá. Estava muito frio.
Era difícil esconder minha
preocupação. Fui impulsiva ao extremo e agora não sabia como lidar com as
consequências. Inscrevi Edward no programa com a melhor das intenções, porém
receava que ele não enxergasse aquilo com o mesmo otimismo de Alice. Aquela
chance tinha dois lados, era como jogar uma moeda no ar. Cara: Ed podia ser
exposto de uma forma negativa e ser humilhado. Coroa: podia encontrar
finalmente sua garota especial e ter um final de semana maravilhoso. Será que
agora estávamos nas mãos da sorte? Isso me atormentava porque a sorte e eu não
éramos amigas.
Encostei a cabeça nos joelhos
procurando as palavras adequadas para contar-lhe as boas novas. Era complicado,
porque ele me recriminaria antes mesmo de conseguir fazê-lo visualizar as
possibilidades.
Normalmente, eu não me esforçaria
tanto para ajudar alguém, só que aquele homem já tinha ajudado tantas vezes a
mim e a meus amigos que me sentia em constante dívida com ele.
– O que quer? - a voz rouca soou
na escuridão.
– É difícil falar, porque até o
som da minha respiração parece chateá-lo.
– Isso é normal.
– Qual o seu problema? - ergui a
cabeça incomodada com sua acidez.
– Nenhum.
Tentei esquecer as recentes
diferenças e fui até meiga ao perguntar:
– Ed, posso deitar aí com você?
Estou com frio.
– Não. - respondeu rápido e
autoritário.
Engoli aquilo de cabeça erguida.
Estava decidida a não demonstrar abalo.
– Tudo bem. - assenti.
– O que veio fazer aqui?
Definitivamente, era o pior
momento para contar o que fiz.
– Deixa pra lá. - levantei pra ir
embora.
– Já que se deu ao trabalho de me
incomodar, fale.
– Esqueci. - dei de ombros.
– Pode falar, não serei... crianção.
Fiz careta estranhado suas
palavras.
– Falo depois. - dei um sorriso
forçado e fui para a porta.
– Espera! - pareceu ligeiramente
arrependimento. - Por favor, fale.
Suspirei.
– Outra hora, Edward. - eu o
senti muito distante. - Durma bem. - saí sem medo da chuva.
(...)
Às 8:30h da manhã, Alice
retornou. Cruzou o jardim correndo e encontrou-me sentada perto da piscina.
– Estou pronta, vamos lá. - disse
empolgada. - VEM LOGO, T-ZED! - gritou acenando na direção de onde ele estava
treinando com os rapazes.
– Shhh! Shhh! - abaixei suas
mãos. - Pára!
– O que foi? Não contou pra ele?
– Tipo assim... - cocei a nuca.
– Bella, o programa é esta noite
e você não contou pra ele? - segurou-me pelos pulsos.
– Eu tentei.
– Quando?
– De madrugada, mas o cara está
de ovo virado.
– Chega de drama. Vamos lá contar, agora!
– Mas eu gosto tanto dos meus
ossinhos inteiros. - abracei-me. - Vai você.
– Uuui! - Alice encolheu os
ombros assustada pela forma violenta com que Emm desabou no chão.
– Então, qual era o plano mesmo?
- ironizei. - Poxa, é capaz de Edward nem acreditar na gente.
– Vai acreditar quando ele vir o
contrato.
– É isso! - meus poucos neurônios
se chocaram gerando uma idéia. - Vamos buscar o contrato e só contar a ele
quando parecer que não tem mais como recusar. Somos malandras. Vamos conseguir
dar a volta nele.
– É, mas se não conseguirmos,
você o distrai levantando a sua blusa e eu dou no pé.
– Por que só tem idéias sacanas?
Ela soltou uma gargalhada alta e
espalhafatosa.
– Vai buscar as chaves da Kombi.
- empurrou-me.
(...)
– PÔ! SAÍ DA FRENTE, CIDADÃO! VOU
PASSAR POR CIMA! - berrei colocando parte do corpo pra fora da Kombi, a qual já
nem tinha porta no lado do motorista.
– É um cúmulo essa sucata não ter
nem buzina. - Alice estava praticamente disfarçada, de chapéu e óculos escuros.
– E esses são os dias glamorosos
de nossas férias... - lamentei, acelerando logo que o carro da frente me deixou
ultrapassá-lo. - Anda! Anda! - tentei puxar velocidade, mas a porra da Kombi
era mais lenta que um velocípede. - Eu vou me descontrolar aqui!
– Pelo amor de Deus não atropele
ninguém. Esse veículo é muito enferrujado. Se isso acontecer, a pessoa não vai
morrer com o impacto, vai morrer é de tétano.
Abanou-me com um pedaço de
papelão.
– Eca! O que é isso? - me
afastei.
– Ar condicionado. - respondeu
triste. O calor estava mesmo de matar.
– Chegamos. - anunciei
estacionando próximo ao do prédio da TVK.
A Kombi repetiu o barulho de
ontem e a fumaceira subiu. Ouvimos as vozes do povo reclamando, por isso,
morrendo de vergonha, afundamos no banco e cobrimos o rosto com o papelão.
Às 9:00h em ponto conseguimos
entrar no estúdio 7. Procuramos por Lisa e a encontramos nos bastidores.
Percebemos que ela ajudava a fazer mudanças no cenário e esperamos que nos
atendesse. Enquanto observávamos a jovem, não pude deixar de notar o livro de
romance barato enfiado no bolso traseiro de sua calça.
– Olá. - ala se aproximou.
– Oi. - apertei sua mão com
aquele frio na barriga. - Estamos aqui em nome de Edward Cullen.
– Onde ele está?
Minha amiga e eu trocamos um
olhar.
– Limpeza de pele. - Lice começou
a soltar suas mentiras extravagantes. - O cara está fazendo limpeza de pele, de
corpo, de alma... - gesticulou para confundir a mulher. - Você sabe, ele quer
estar... Brilhando!
– Brilhando? - Lisa arqueou uma sobrancelha.
– Sim. - confirmei constrangida.
– Pois ele não vai poder
“brilhar” se não assinar a licença antes das 10:00h.
– E por isso que estamos aqui.
Não poderia nos entregar? Vamos levar pra Edward assinar e voltamos o mais
rápido possível. - tentei ser persuasiva.
– Não posso fazer isso. - ficou
preocupada.
– Por favor... - Alice interveio.
- Precisa nos ajudar.
– Não dá. Edward devia estar
aqui. Agora sim as coisas se complicaram, pois esse contrato tem que ser
entregue no setor jurídico até as 10:00h e se isso não acontecer, vai ficar um
buraco no programa.
– Ok... - perdi a paciência e
agarrei a mulher pelos ombros. - Você tem que nos
dar esse contrato. Está estragando o destino de Edward...
– Esse cargo já tem dona. -
Alice, sem noção, me acusou por entre dentes.
Se a garota lia romances de banca
de revista é porque devia ser muito romântica, então explorei isso.
– Ed vai conhecer a mulher da
vida dele nesse show. Lisa, pense comigo, uma grande história de amor vai ser
iniciada hoje... Um épico! – Soltei-a. Fiz cara de choro com os olhos bem
marejados. - Os destinos de dois futuros amantes estão em suas mãos.
Alice fingiu que estava chorando
só para intensificar o drama.
(...)
Já eram 9:20h quando disparamos
para fora do prédio com o contrato em mãos. Com todo o gás, atravessamos o
gramado da propriedade e pulamos por cima de uns arbustos baixos. Por causa do
pequeno desvio, alcançamos a Kombi mais rápido.
Nos jogamos dentro da
“monstrenga” e eu dei a partida, só que ela não pegou.
– NÃÃOOOO! - berramos.
– Bella, faltam menos de 40
minutos.
– Eu sei! - gritei alterada. – Vai,
maldita! Vai!
A Kombi fez um barulho estranho,
mas pegou. Enfiei o pé no acelerador e fiz a “monstrenga” dar tudo de si. Entre
solavancos, pipocos e muita fumaça, conseguimos chegar à mansão às 9:34h.
Corremos para o jardim e eu
comecei a gritar:
– EDWAAAAAAAARD! - não tinha
tempo para ser discreta.
De longe, Jazz apontou para a
casa da árvore e nós praticamente voamos até lá. Nos atrapalhamos ao subir os
degraus, mas o negócio ficou preto mesmo foi quando entramos no lugar
gaguejando ao mesmo tempo. Foi impossível para Ed compreender, mas ele esperou
que cansássemos.
Então, Alice se calou e eu
finalizei.
– E foi isso que aconteceu. Muito
obrigada. - fui para a saída e Lice me deteve, segurando-me pela manga da
camisa.
– Creio que ele não entendeu. - foi
ríspida.
– Eu sei. - choraminguei.
– Não entendi o quê? - levantou-se
do chão.
Como se conta para um homem que
odeia a sociedade que ele vai participar de um programa de auditório? Alguém
sabe? Sugestões?
– Er... - pigarreei. - Acontece
que... - pigarreei outra vez. - Você gosta de televisão? - sorri nervosa.
– Televisão? - franziu o cenho.
– Aquela caixa mágica cheia de
imagens coloridas. - Alice tentou ajudar.
– Eu sei o que é televisão. - se ofendeu.
– Podem me emprestar um papel e
uma caneta? - poli minha cara de pau.
Hesitante, me entregou o que
pedi. Sem ter a mínima ideia de como ele reagiria diante da minha desastrosa
intervenção em sua vida, escrevi:
“VOCÊ VAI APARECER NA TV HOJE!”
Tensa, exibi o rabisco e Lice se
escondeu atrás de mim. Edward ficou olhando para a folha por mais tempo do que
eu podia imaginar.
– Faz alguma coisa. - murmurei
pelo canto da boca.
– Você vai conhecer mulheres em
rede nacional! Êêêêêê! - Alice jogou as mãos para o alto como se avisasse que
ele tinha ganhado na loteria.
Edward no encarou de forma nada
agradável.
(...)
Sentadas embaixo da casa da
árvore, suspiramos juntas.
– Não gostei do modo com que
T-zed nos escorraçou. - Lice disse cabisbaixa.
– Eu sei! Fiquei ofendida quando
ele falou: “Imperícia
não é nem pretexto para o modo estulto com que agem comigo.”
– Pois é... Mas o que será que
significa?
– E eu é que sei?! - berrei. – Mas
também, né? Precisava dar aquele gritinho de “Êêêêêê!”?
– Desculpa ter nascido. - fungou
olhando para o contrato. - O que vamos fazer com isso?
– Agora é questão de honra! - levantei-me
e a obriguei a fazer o mesmo.
– É! - Lice entrou no clima. -
Hein? - não entendeu direito.
– Temos horas para convencê-lo.
Vamos mostrar àquele selvagem que nossa ideia não foi tão absurda assim. O
metido a besta ainda vai beijar esse rostinho aqui... - apontei para minha
bochecha. - E dizer “obrigado”, ou eu não me chamo Isabella. Que horas são?
– 9:42h. - verificou no relógio
de pulso. - Mas e o contrato? - olhou para a caneta de Edward que joguei para o
alto e peguei no ar. - Sem chance, Bella. Isso é tão errado!
– Ele vai pagar por nos chamar de
estulto.
– Mas pode dar tão certo! - virou-se e eu coloquei o
contrato sobre suas costas, assinando rapidamente as quatro páginas.
Corremos de volta para a
“monstrenga” e, assim que dei a partida, o motor morreu. Forcei mais um pouco,
só que a bicha estava zerada.
– Só outra agora. - Alice
desanimou.
Estrebuchei inconformada.
– AAAAAAHHHHHH! EU TE ODEIO SUA
KOMBI DOS INFERNOS! - berrei batendo no volante. - PEGA, SUA RODADA, PEGA! - fiquei
dando a partida de forma desesperada. - FILHA DE UMA... - A Kombi ressuscitou.
Lice e eu rimos embasbacadas. - Filha de uma limusine. - beijei o volante e
pisei no acelerador.
(...)
O tempo corria... E eu também.
Atravessei os corredores da TVK como uma bala. Quase atropelei um homem
fantasiado de dinossauro, mas consegui chegar ao estúdio 7 às 9:53h. Entreguei
o contrato a Lisa, daí foi a vez dela de lutar contra o tempo. Só que antes de
disparar porta afora, falou-me algo que me deixou extremamente preocupada.
– Edward tem que se vestir
formalmente. - gritei por cima do ronco do motor. Inevitavelmente, barbeirava
pelas avenidas, pois o barulho anormal da “monstrenga” estava acabando com o
meu juízo.
– Formal? Formal? Tipo terno e gravata? -
Lice também berrou.
– Não, Lice. De tanga e chinelo.
- bati no volante. - Preciso mesmo explicar as complicações? Não temos
dinheiro, Ed é um rabugento e esse calor está cozinhando meu cérebro.
– RESPIRA! - vociferou no meu
ouvido e isso só me deixou mais nervosa. - Relaxa... Afinal, qual a pior coisa
que pode acontecer? Ninguém vai morrer se T-zed não aparecer no show. - me
abanou com o papelão para dar a notícia fatal. - Você só vai presa.
– Hã?
– Já ouviu falar de falsidade
ideológica?
Em um impulso, coloquei as mãos
na cabeça e a Kombi subiu a calçada. Só não batemos porque Alice assumiu o
volante tirando-nos de lá. Pisei no freio e o solavanco nos fez bater a cabeça
no teto.
– POR QUE ME DEIXA FAZER ESSAS
COISAS? - me debati. Como não tinha porta, despenquei na calçada.
– Alguém tem que fazer. - veio me
socorrer. - Não se preocupe. Alegue insanidade e ninguém vai duvidar.
Lívida, murmurei:
– Sai da frente, está fazendo sombra.
- estatelada no chão abri os braços. - Vou fritar aqui até morrer.
(...)
– Jasper vai ficar tão bravo. -
Alice me importunou enquanto me seguia pelo corredor da mansão.
– Nós vamos devolver antes dele
perceber. - falei contando parte do dinheiro que roubamos, o qual tínhamos
juntado para recuperar o carro de Charlie.
– E como vamos fazer isso? - me
deteve.
– Depois que eu livrar minha
pele, a gente pode até vender os rins do Edward que eu não me importo. Nunca
mais vou ser impulsiva.
– Mesmo? - duvidou.
– Prometo. - forcei um sorriso. -
Vou até largar a vida de crime.
– Perguntinha? - ergueu a mão. -
Como vamos comprar uma roupa para o T-zed sem o T-zed?
– Babou... - fiz cara de bunda
mal lavada.
Continua...
Senhor, como essa garota consegue
fazer tanta maluquice, uma atrás da outra? Não é à toa que o Edward fica tão
furioso com ela. Ela simplesmente não tem capacidade de pensar antes de agir.
Nem quero pensar no que ela vai aprontar com o pobre pra arrastá-lo para o
programa. Vejo vocês amanhã. Beijos.
oiii moms!! essa garota e pirada cara! doida de pedra! completamente doida! mas adoro ela morro de rirkkkkkkkkkk todos aqui em casa pensam q eu sou doida dando risada com um computador. kkkkkkkkkkkkkkkkk amei♥ amei♥ amei♥ beijusculo♥ ate amanha cedo ♥♥
ReplyDeleteeu amo de paixao essa fic +++ acho que a bella ja ta pasando dos limites!!!pra ser sincera fica ate parecendo que o EDWARD E UM RETARDADO.E ISSO COMESSA A DEIXA A FIC UM POUCO CHATINHA.ta na hora dele da um basta nisso
ReplyDeletekkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk gente do céu! Essa mulher é uma louca varrida! Coitado do Edward! ñ tem culpa de nada, e só aprontam pra cima dele! ~Ele deve odiar ela ~em partes.. rsrs, O q será q vai acontecer agora :O ??? Tomara q o Ed dê um basta nisso logo, e a Bella crie vergonha na cara e deixe de fazer tanta besteira!! 'se ñ, eles ñ vão ficar juntos NUNCA!
ReplyDeletebeijos