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Friday, May 25, 2012

FANFIC - UM SELVAGEM DIFERENTE - CAPÍTULO 28


Um Selvagem Diferente
By Lunah


Título: Um Selvagem Diferente 
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Violência

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"


Capítulo 28 - Momentos Como Esse - Especial II
                                                                                    
— É, foi divertido. — Toby saiu da Kombi batendo a porta.
Edward levou o puma cheio de tranqüilizante para dentro da mansão e meus amigos o seguiram. Quanto a mim, fiquei esparramada no banco do carona, totalmente desolada por causa do encontro que teria em dois dias.
Pois bem, meu ridículo pesadelo estava se tornando realidade...
Logo depois do almoço, fui descansar um pouco em meu quarto e dei por falta das coisas de Edward. Foi fácil concluir que ele voltara a se isolar na casa da árvore por minha causa, mas foi difícil cruzar o jardim e subir na casa para ter outra conversa franca com ele.
Ao adentrar o local, o encontrei desenhando. Não deu pra ver o que desenhava, mas devia ser mais um belo desenho de sua casa em Malaita.
— Oi. — Dei uma batidinha na parede, pois não havia porta.
— Oi, Bella. — Respondeu guardando o desenho em sua agenda.
Eu tinha me preparado para lhe dizer que não havia necessidade dele dormir ali. Planejava ressaltar que nada precisava mudar entre nós e que a cama auxiliar ainda estava disponível, no entanto, o smoking dentro de uma enorme caixa da Hugo Boss desalinhou meus pensamentos.
— O que é isso? — Apontei para a caixa perto dele.
Edward olhou de relance o smoking, em seguida tirou de sua agenda um envelope médio e o estendeu para mim. Abri o envelope e vi que junto com um contive havia também uma carta. Meu amigo gesticulou para que eu seguisse adiante e li a cara com atenção.

Olá, Edward.
Espero que sua viagem tenha sido agradável.
Querido, sei que não tenho o direito de te pedir nada, mas seria uma grande honra e alegria para mim se comparecesse à minha festa de aniversário. Ela estava programada para o final de semana passado, mas como acompanhei desde o início sua pequena jornada no Me Azare, achei por bem adiá-la.
Tendo em mente que seria mais fácil pra você aceitar meu contive se a festa fosse realizada em Orlando, pedi à minha assistente que tomasse todas as providencias cabíveis para transferir a festa de Los Angeles para Orlando. O grande contratempo foi o fato de que o salão de eventos do Continental Plaza Hotel só tinha uma data disponível, então a festa ocorrerá amanhã, às 20h.
Sei que fui precipitada, mas não me perdoaria se não fizesse todo o possível para tê-lo como meu convidado de honra. Por favor, aceitei o convite.
Mandarei alguém buscar você e sua acompanhante às 19h.

Carinhosamente,

Sarah Ryan.

PS: Acredito que o smoking lhe cairá bem.”

Bastante surpresa, sorri ao indagar:
— Vai à festa?
Edward demorou um pouquinho para responder.
— Por que não? Refleti sobre o que me falou outro dia e cheguei à conclusão de que estava certa. É tarde demais para Sarah assumir o papel de mãe, mas podemos ao menos tentar ser amigos.
— Que máximo! — Me empolguei. — Você tem noção das super estrelas de Hollywood que estarão lá? Caramba, o evento sairá em todas as revistas. Será extraordinário conhecer todo aquele povo que a gente só vê pela tela do cinema e da TV. Se o Tom Cruise estiver lá, juro que caio durinha no chão. — Precisei me abanar com o convite. — Alice vai pirar total quando eu contar.
Ao notar o selvagem cabisbaixo demais, meu entusiasmo evaporou, dando lugar ao constrangimento. Vagarosamente virei o envelope e, no canto esquerdo, havia escrito:Edward Cullen e Jullyana Melanie Lewis.
Minha ridícula ingenuidade fez-me acreditar que, por termos passado por altos e baixos juntos, nossa parceria seria mantida. Eu devia ter presumido desde o início que Sarah enviaria o contive para Jully, pois ela e todo o país acreditavam que os dois estavam namorando.
Querendo sumir da face da Terra, engoli a saliva com dificuldade e forcei um sorriso.
— Precisa contar a novidade pra Jully.
— Bella, tenho certeza de que Sarah não se importará se você for.
— Imagina... — Devolvi o convite. — Eu só estava exagerando para você ficar empolgado com a festa. — Cocei a nuca. — Até porque nesse tipo evento se deve levar a namorada e não uma amiga. E Jully é sua namorada, certo? — Senti necessidade de confirmar e ele demorou a responder.
— Certo... — Estalou os dedos da mão. — Mas, Bella...
— Tudo bem. — O interrompi com um sorriso mecânico. — Você só tem que contar logo as boas novas pra Jully, porque ela tem que arranjar algo pra vestir. — Deslocada, evitei encará-lo. — Preciso arrumar uma... coisa. Até mais. — Se eu não saísse logo da casa da árvore, voariam pedacinhos de mim por todo lado.
De volta à mansão, sentei no sofá da sala e procurei recuperar o fôlego. Havia uma dor provocada pela decepção enclausurada em meu peito e por mais que a mandasse embora, ela não ia.
Eu me agarrei à esperança de que minha relação com Edward não mudaria, o problema é que ela já havia mudado. Não foi só porque confessei meus sentimentos, mas também porque agora ele tinha uma namorada.

(...)

Coloquei Lice a par dos acontecimentos enquanto arrumávamos os quartos dos hóspedes. Ela ficou ainda mais revoltada com Edward e precisei salientar que eu só estava deitando na cova que eu mesma cavei.
Quando fomos limpar a suíte do Sr.Bruce, minha prima nos interceptou no corredor e Alice foi logo perguntando:
— Ei, Jully. Você sabe quem é Ashton Kutcher?
— Não. — Ela ficou confusa. — É algum... cantor?
Alice imediatamente me fuzilou com o olhar. Acontece que a maluca considerava Jully indigna de ir à festa, pois ela nunca a desfrutaria como nós. Infelizmente, eu concordava.
— Está tudo bem? — Coloquei o balde com os utensílios de limpeza no chão.
— Estou com um problema. — Minha prima ficou bastante sem jeito. — Eu não tenho nada pra ir à festa de aniversário da mãe do Edward.
— Não diga. — Alice destilou sarcasmos.
— Compra um vestido. — Sugeri.
— Esse é o problema. — Jully baixou o olhar. — Eu não sei como me arrumar para esse tipo de ocasião.
Um enorme silêncio tomou conta do corredor e fui eu quem teve que quebrá-lo.
— Está pedindo nossa ajuda?
Por favor, não. Por favor, não.
— Sim. — Respondeu ruborizada.
— Só um segundo. — Puxei Alice para a suíte e fechei a porta.
— Você não é nem louca! — A esquentada sussurrou apertando meu braço.
— Acha que estou feliz? — Sussurrei de volta. — Edward não pode enfrentar aquelas pessoas malucas de Hollywood sozinho. Apesar de tudo, ele ainda é nosso amigo. Nunca deixamos um dos nossos na mão, lembra? Façamos isso por ele e não por Jully.
Alice refletiu por alguns segundos, então respondeu um sonoro:
— Não.
Ela me abandonou na maior cara de pau e logo depois minha prima adentrou a suíte com olhar de pidona.
— Então?
— Vamos às compras. — O sorriso que precisei dar me revirou o estômago.

(...)

No trajeto de casa até o shopping, coloquei mil obstáculos chegando a usar o trânsito como desculpa para voltarmos. A essa altura já havia me arrependido amargamente de me dispor a ajudar Jully. Por isso, assim que chegamos ao shopping, esquematizei um plano para sabotar a alegria dos nerds. Levei minha prima a uma boutique ridiculamente cara para que a frustração de não poder pagar pelo vestido servisse de combustível para sua desistência.
Enquanto a atendente nos mostrava algumas peças de liquidação, involuntariamente minha consciência transportou-me para a época em que Edward fingia ser meu namorado.
Por mais que tentasse voltar minha atenção para outro assunto, sempre ficava me colocando em seu lugar e consequentemente ficava sentindo remorso por tê-lo usado com propósitos tão baixos. Até pouco tempo, Edward era só um cara meio perdido em uma terra completamente estranha. Ele precisava de amigos, mas na época eu só conseguia pensar em mim e em como tirar proveito dele. Muitas vezes exigi do selvagem mais do que ele podia dar, o colocando em situações embaraçosas só para impressionar o imbecil do Brad.
Poxa... Por que eu não podia dobrar meu orgulho e suportar um pouco do que ele suportou? Ed sempre torceu por mim. Ficou feliz quando eu estava feliz, ficou triste quando eu estava triste. Ele estava vivenciando as experiências que tanto queria, tinha feito sua escolha e, se eu agisse como uma hipócrita ciumenta e egoísta, eu não seria melhor que McFadden.
— Esquece esses vestidos liquidação, Jully — Respirei fundo pra afastar qualquer sentimento mesquinho. — Você tem que ficar absolutamente linda amanhã, por isso vamos arregaçar as mangas pra que isso aconteça.
— Mesmo? — Desajeita, ela seguiu-me pela loja enquanto eu caçava o vestido perfeito.
Por cerca de uma hora e meia, minha prima experimentou as peças mais bonitas da loja, mas foi um vestido acetinado azul escuro que mais combinou com seus olhos e pele. O decote em V era comportado, porém a abertura nas costas ia até quase a cintura, deixando-a sensual na medida certa.
— Você pode pagar por ele? — Perguntei recolocando a peça no cabide.
— Vou precisar parcelar em dois cartões.
Rimos juntas.
— Pode deixar, vou espernear por um desconto. — Entreguei-lhe o vestido.

(...)

Ao chegar em casa, ajudei Alice a servir o jantar dos hóspedes e mandei a estoniana desequilibrada vazar, pois ela não parava de tagarelar coisas que eu não entendia.
Eu estava louca para dormir porque ainda não tinha me recuperado completamente do porre de vinho, só que alguém precisava limpar a piscina. Ao terminar a tarefa, joguei-me em uma espreguiçadeira e depois disso não lembro de mais nada, exceto acordar em minha cama às 6:15h da manhã.
De volta à rotina do resort, após servimos o café da manhã, Alice, Jazz e Emmett saíram com os hóspedes. Eu fiquei para trás, pois não queria me estressar com a maldita Kombi.
Por volta das 8:30h, o telefone tocou e era ninguém mais ninguém menos que Sarah Ryan. Imediatamente levei o telefone sem fio para Edward, que se encontrava perto da piscina com o puma. Ele agradeceu a gentileza e voltei para a casa.
Terminei minhas tarefas da manhã mais cedo do que esperava e fui para a piscina, só que o selvagem já não estava lá. Jully, vendo-me desocupada, veio me mostrar o par de brincos que pretendia usar na festa. Sentamo-nos nas espreguiçadeiras e tentei lhe dar atenção, só que não conseguia tirar os olhos do Mercedes preto estacionado em frente à mansão.
— Aquele não é o carro da Sarah? — Questionei.
Antes que minha prima pudesse desmistificar a questão, Edward veio até nós.
— Oi. — Nos cumprimentou com um breve sorriso.
— Sarah veio te visitar? — O encarei.
— Na verdade, eu é que vou visitá-la.
— Sério? — Não consegui disfarçar a surpresa.
— Tenho um assunto de grande importância a resolver, então aceitei o convite de passar o dia com ela. Voltarei quando anoitecer.
Como não esperava essa súbita aproximação dos dois, apenas falei:
— Divirta-se. — Sentia como se ele estivesse me deixando por fora de algum fato importante.
Edward se despediu com um aceno de mão e se foi.
Durante a tarde, me empenhei em cumprir minha promessa. Fiquei um tempão queimando acidentalmente meus dedos na droga do babyliss só para modelar cachos nos cabelos de Jully. Prendi os cachos com grampos e lhe fiz um penteado simples.
Entre uma cerveja e outra, maquiei minha prima da melhor forma possível. Ela ficou quase o tempo inteiro calada, quanto a mim, também não tinha muito a dizer.
Quando a noite caiu, finalmente lhe ajudei a colocar o vestido. A garota ficou exatamente como eu prometi: absolutamente linda.
— Uau... Essa sou eu? — Ela murmurou de frente para o espelho.
— Eu é que não sou. — Brinquei sem querer.
— Muito obrigada, Bella.
— Me promete uma coisa? — Suspirei.
— Qualquer coisa.
— Não conta pro Ed que fui eu que te ajudei, tá? — Não queria pousar de vitimazinha, não era minha praia. Eu só queria que ele tivesse a noite que merecia.
Intrigada, Jully estudou minha expressão por um breve momento e me afastei com a desculpa de arrumar a bagunça que fizemos.

(...)

Já eram quase 19h quando, exausta, desci as escadas e fui direto para a sala. O problema é que não esperava encontrar Edward lá, impecavelmente lindo no smoking. Ele combinava tanto com o traje quanto eu com o azar. Seus cabelos estavam bem penteados e a barba feita.
— Alice me ajudou com a gravata. — Ele disse, exalando um cheiro muito gostoso.
— Desculpa ter apertado demais naquela hora. — O sarcasmos dela me fez supor que havia tentado estrangulá-lo.
— Está elegante, Ed. — Elogiei levemente desconcertada.
— Obrigado. — Fez uma longa pausa. — Como foi sua tarde? — Perguntou por educação.
Só o que me faltava. Agora vamos nos tratar com essa estúpida formalidade?
— Boa.
— Que bom.
Atrás do selvagem, Alice fingiu que sua mão era uma arma fogo e atirou na própria cabeça.
— Realmente boa. — Repeti, me perguntando se Lice me emprestaria sua arma imaginária.
Ao ouvir passos na escada, me dei conta de que Jully estava chegando e resolvi me retirar pra não me torturar à toa.
— Vamos resolver aquela parada lá no escritório? — Encarei minha amiga.
— Que parada? — Ela arqueou uma sobrancelha.
— A parada. — Murmurei por entre dentes.
— Hein? — A dissimulada queria era ver como Jully ficou.
— Te espero lá. Divirta-se na festa, Ed.
Passei por ele e invadi o escritório fechando a porta atrás de mim. Imediatamente levei a mão ao peito, deslizando lentamente até cair sentada no chão.
Outra vez, como uma sina, teria que levantar dali e seguir adiante sem ficar me martirizando por não ter valorizado Edward quando ele ainda não tinha se envolvido com ninguém.
Eu precisava aprender a conviver com minha paixão platônica, pois eu sabia que um dia... Um dia eu seria amada como merecia e, por mais que a vida me provasse, jamais perderia a esperança.

(...)

Como Emmett ainda estava com dor de cotovelo, saiu para tomar umas cervejas com Jasper, mas prometeu que não demoraria.
Sem opções, fiquei empoleirada no sofá da sala com Alice. O canal Romance exibia uma maratona com os melhores filmes de romance dos anos 90 e, claro, não podiam faltar alguns trabalhos da queridinha da América: Sarah Ryan.
Por incrível que pareça, as peripécias da mocinha do filme levantaram um pouco meu astral. Sarah sempre ficava hilária em comédias românticas e os finais felizes alimentavam a esperança de garotas naturalmente azaradas como eu.
Quando o filme acabou, já eram quase 21h e Lice caíra no sono sem que eu percebesse. Desliguei a TV e deixei a dorminhoca sozinha para realizar minha última boa ação.
Com vassoura e lanterna na mão, subi na casa da árvore para tirar a poeira e as folhas que acumularam durante o final de semana. Como o selvagem não ia mais ficar em meu quarto, que ao menos a casa da árvore estivesse limpa o suficiente para se dormir.
Determinada a não demorar mais do que 5 minutos ali, coloquei a lanterna em um canto de parede e comecei a varrer. Confesso que enquanto empurrava as folhas porta afora, meus olhos permaneceram fixados no lado da casa onde o selvagem dormia, mais precisamente em sua mochila.
Nunca havia bisbilhotado seus pertences, só que estar sozinha com eles era tentador demais. Não conseguia parar de imaginar o que ele guardava ali e se havia algo que me faria compreendê-lo melhor.
Em um ímpeto, larguei a vassoura, peguei a lanterna e resolvi dar uma espiada.
Ergui a pesada mochila pela alça e, com a lanterna na boca, comecei a vasculhar um dos muitos bolsos. Encontrei alguns objetos de uso pessoal, nada de incomum, isso até partir para outro bolso e achar dois grossos maços de notas de 100 dólares. Estupefata, olhei para o dinheiro me perguntando onde o “Sr. antimaterialismo” conseguira aquela grana.
Confusa, continuei vasculhando o bolso e achei um extrato de banco. Apontei a lanterna para ele e vi que o dinheiro havia sido sacado de uma poupança no nome de Edward naquele mesmo dia. A partir daí, o que me deixou embasbacada nem foram as notas de 100, e sim o saldo da poupança. Acontece que o selvagem era um riquinho e nunca contara absolutamente nada para nós.
— Que droga, agora é que Jully nunca mais vai largar o osso. — Sem saber direito o que pensar, coloquei o dinheiro e o extrato de volta no lugar.
Ao abri o zíper principal, fui logo puxando uma camiseta que estava atrapalhando a busca, só que tinha algo preso nela e só percebi isso quando uma pasta preta caiu no chão espalhando alguns papéis.
Imediatamente larguei a mochila e me ajoelhei, pousando a lanterna no chão para recolocar os papéis na pasta, no entanto, o que vi roubou-me o fôlego e os movimentos.
Fiquei um tempo apenas olhando para os desenhos de Edward, então comecei a espalhá-los pelo chão, formando um grande leque à minha volta.
Era uma dezena... Não, algumas dezenas de desenhos do meu rosto de todos os ângulos e com diversas expressões. No rodapé das páginas havia datas e percebi que os desenhos do começo do mês não pareciam muito comigo. O cabelo e alguns traços faciais de fato eram meus, porém não me enxergava ali.
Com atenção, fui acompanhando as datas e fiquei extremamente surpresa ao notar que conforme os dias iam passando, Edward se aproximava cada vez mais de minha real imagem e seus desenhos tornaram-se mais elaborados.
Hesitante, peguei o último desenho feito e o analisei. Tive dificuldades em aceitar que aquela mulher linda era eu. Sua cabeça estava um pouco inclinada para a direta e, com um sorriso, ela tentava tirar algumas mechas de cabelo que cobriam seu olho esquerdo. Os traços e sombras do retrato beiravam a perfeição. Nenhum detalhe foi esquecido, tornando aquele desenho o mais impressionante que já vi na vida.
Com cuidado, coloquei o desenho no chão e, ainda perplexa, cobri a boca com as mãos, questionando-me:
O que isso significa?
Ninguém poderia me dar uma resposta, exceto o próprio Edward. Por que razão ele havia me tornado sua musa?
Cansada de decepções, preferi não fazer suposições precipitadas. Infelizmente, ninguém consegue mandar no coração e, de dentro dele, brotou um imenso sorriso de satisfação.
Com os olhos brilhando, fiquei apreciando os desenhos sem tocá-los. Todas as minhas facetas estavam presentes, desde a Bella infeliz à brincalhona. Da garota turrona que ele conheceu no início do mês à companheira que arriscou a própria vida para salvá-lo.
Contendo a empolgação, voltei a olhar para a mochila e avistei a agenda de Edward. Muitas vezes o flagrei fazendo anotações, mas nunca a curiosidade me levou a perguntar-lhe o que escrevia.
Sem querer desperdiçar a chance, estiquei o braço para tirar agenda de dentro da mochila e, quando as pontas dos meus dedos tocaram-na...
— BELLA!
Sobressaltei com o grito de Alice.
— Bella, você está aí? — Ela continuou berrando ao pé da árvore. — Desce daí. A mãe do T-zed está aqui.
— O quê? — Nervosa, rapidamente guardei os desenhos de volta na pasta e a enfiei dentro da mochila. — Já estou indo! — Fechei a mochila e peguei a lanterna.
Toda atrapalhada, desci as escadas e dei de cara com a estonteante Sarah Ryan, a qual trajava um vestido vermelho belíssimo.
— Está tudo bem? — Ofeguei, afinal ela não devia estar ali. — O que aconteceu com o Edward?
— Ele está bem. — Sorriu simpática. — Ainda está no Plaza.
Lice e eu trocamos um olhar, sem entender absolutamente nada.
— Feliz aniversário. — Falei sem jeito e cutuquei minha amiga.
— Feliz tudo. — Alice apertou a mão da super estrela.
— Por favor, não se ofenda, mas por que está aqui? — Fui direito ao ponto.
— Vim me desculpar por não tê-las convidado formalmente para minha festa, então espero que convidá-las pessoalmente conte a meu favor.
Ficamos olhando para Sarah, como nossas típicas caras de otárias.
— Você está brincando, né? — Murmurou Lice.
— Mas nem nos conhece... Direito. — Franzi o cenho.
— Muito obrigada, estou aceitando o convite. — Minha amiga apertou novamente a mão da mulher.
— Não, não... Desculpa. Sei que Ed pediu que fizesse isso, mas realmente não precisa. Ficamos lisonjeadas, só que é melhor a senhora voltar para sua festa. — Fui o mais educada possível.
— Em primeiro lugar, ele nem sabe que estou aqui. Em segundo lugar, estou ficando um ano mais velha, então se me chamar de senhora outra vez, vou começar a ter convulsões de desespero. Juro. — Fez uma pausa para desligar o celular que a interrompeu. — Edward me falou bastante de vocês hoje. Seria ótimo se pudessem se juntar a nós.
— T-zed falou de nós? — Alice estranhou.
— Sim... — Sarah sorriu pra mim. — Especialmente de você, Bella.
Oh, meu Deus, ela decorou meu nome? Que diabos o cara falou?
— Que interessante. — Lice me encarou, já maquinando.
— Ainda não são nem dez horas, vamos aproveitar o resto da noite. — Sarah insistiu.
— Não vai dar mesmo. Não temos nem o que vestir. Fica pra próxima. — Sugeri.
Sarah colocou as mãos na cintura, estudando meu corpo de um jeito super estranho.


(...)

There She Goes - Sixpence None the Richer


Meu pai costuma dizer que tudo que fazemos de bom ou ruim nessa vida volta em dobro para nós. Depois do meu dia com Jully, começava a entender essa “lei” universal.
Assim que as portas do elevador do Continental Plaza se abriram, ergui a cabeça e, com esforço, saí do elevador acompanhada por Alice e Sarah. Nós havíamos acabado de sair do quarto da atriz.
Se eu contasse, dificilmente alguém acreditaria, mas eu estava usando um dos vestidos de minha ídola. Era um Versace em tons de bege e pêssego. O tomara que caia com lindas camadas entrelaçadas era tão justo que fazia minha cintura parecer fina e elegante. Abaixo do quadril, o vestido se expandia em uma cascata de camadas irregulares que iam até a pequena calda. Quanto às sandálias, eram altíssimas e intimidavam. Mesmo ficando um pouquinho apertadas, calcei-as rezando com fé pra não pagar nenhum mico.
A mãe de Ed também me emprestou uma bolsa Ferragamo e jóias Van Cleef. Na verdade, eu não conhecia bem essas marcas, mas pela cara de espanto que Alice fez... O importante é que a bolsa era num tom bem próximo do cobre e os brincos de diamantes eram longos, tornando dispensável o uso de colar.
Juro que fiquei abobalhada quando a própria Sarah prendeu meu cabelo rapidinho em um coque propositalmente desarrumadinho. Ficou muito legal e descolado. A maquiagem eu mesma fiz às pressas. Usei sombra escura, bastante lápis preto e rímel. Para não ficar com o rosto carregado, nos lábios passei apenas um gloss rosado muito sutil.
Atravessamos o suntuoso hall do hotel cinco estrelas com um pouco de pressa e seguimos para um corredor largo que nos levaria ao salão de festas. Eu estava tão nervosa que nem prestei muita atenção ao hotel. Até Alice, que sempre é tagarela, ficou muda de apreensão.
Cara, a maluca estava linda! Seu vestido preto possuía alças finas e um bordado magnífico no busto. A barra de seda ondulava enquanto ela caminhava. Quem não a conhecia podia jurar que ela também era uma celebridade. Ainda assim, Lice não estava dando a mínima para o vestido. Ela queria era cair na gandaia e, se fosse preciso, viria à festa até com roupas feitas de saco.
Quando finalmente chegamos à entrada do salão, minhas mãos começaram a produzir um suor frio. Eu não sabia o que esperar.
— Não se preocupem, barrei a entrada da impressa. Só convidei alguns amigos e mesmo assim nem todos puderam vir. — Sarah tentou nos acalmar, cumprimentando os seguranças à nossa frente com um sorriso.
— Por gentileza. — Um dos seguranças abriu as portas e Alice “partiu pro abraço”.
Esperei Sarah atravessar as portas e logo em seguida adentrei o local.
Estagnada entre duas enormes colunas, não consegui descer os poucos degraus que se opunham à minha frente. Apertando a bolsa com força, embasbaquei diante do pomposo salão.


O piso era revestido de mármore e o espaço contava com doze colunas. Apensar dos lustres de cristal colocados em pontos estratégicos para valorizar o ambiente, o que chamava a atenção era a cúpula dourada que descia do centro do teto.
Pelas imensas vidraças do lado esquerdo do recinto, se podia ver a piscina iluminada. A decoração gritava requinte desde as mesas com arranjos florais e toalhas de linho ao buffet digno de muitos elogios. Já no final do salão, a banda ditava o tom da festa, fazendo com que os convidados praticamente flutuassem sobre a pista de dança abaixo da cúpula.
Os “poucos” convidados de Sarah, na verdade, passavam dos 200. Rostos conhecidos e desconhecidos davam vida ao lugar em seus trajes Black-tie, fazendo-me sentir em uma festa do Oscar.
— Não faz essa cara de caipira. — Lice cochichou em meu ouvido.
— Meninas, já encontro vocês, preciso muito retornar uma ligação. Por favor, fiquem à vontade. — Sarah sorriu e praticamente foi arrastada pelo que pareceu ser sua assistente.
— É isso aí, vamos encontrar o seu princeso e agitar. — Lice deu uma dançadinha, fazendo cara de que ia tomar todas.
Respirei fundo, ergui um pouco a barra do vestido e desci os degraus, deixando a maior parte da insegurança para trás.
Segui Alice “cegamente” e serpenteamos pelo salão mantendo a pose necessária, mas por dentro berrávamos de empolgação a cada celebridade que reconhecíamos.
Nunca possuí uma beleza óbvia. Nunca me destaquei na multidão e a sorte nunca foi minha melhor amiga. No entanto, contrariando a expectativa de muitos, eu estava ali, pilhando olhares de homens elegantes e despertando admiração em algumas mulheres.
O que fazia de meu sorriso uma declaração sutil de confiança não era o vestido caro, ou as jóias exclusivas, mas sim a inquestionável sensação de que eu estava no lugar certo, na hora certa.
Alice e eu vagamos pelo salão por mais alguns minutos, até que, de longe, reconheci a silhueta de quem eu buscava. Edward, por algum motivo, estava sozinho diante de uma vidraça observando a piscina. Parecia alheio à multidão atrás de si.
Por minha amiga estar entornando uma taça de espumante, não viu o mesmo que eu. Não consegui lhe alertar, porque meus pés moveram-se automaticamente por sobre uma linha invisível que aos poucos foi me aproximava de Edward. Algumas pessoas passaram por mim, mas meus olhos não perderam o foco.
A poucos passos de Edward, minha mente trouxe à tona lembranças dos desenhos onde minhas muitas facetas estavam retratadas. Com a memória fresca aumentando o ritmo de minhas batidas cardíacas, parei a uns 4 passos dele e pensei no que falar. Antes mesmo que eu conseguisse juntar palavras, talvez sentido alguém parado atrás de si, ele virou-se lentamente e me viu.
Seu peito inflou ao inspirar, mas não expeliu o ar, mesmo com os lábios entreabertos. Com a sobrancelha esquerda levemente arqueada, não conseguiu esconder a surpresa e finalmente soltou todo o ar contido. No segundo seguinte, seus olhos me esquadrinharam, contemplando-me da cabeça aos pés.
Novamente apertando a bolsa, dei um passo hesitante, depois outro, e assim continuei até ficar a centímetros de Edward. Ele piscou vagarosamente os olhos e finalmente sorriu torto, como se nem soubesse o que perguntar primeiro.
Involuntariamente umedeci os lábios, em seguida, obriguei-me a retribuir o sorriso na mesma proporção. Ele, por sua vez, balançava a cabeça, rindo sem produzir som algum. Em resposta, meu sorriso se expandiu, fazendo-me inclinar a cabeça um pouco para trás.
— Como? — Ele indagou.
— Sua mãe. — Dei de ombros.
Edward franziu o cenho, mas não fez nenhum comentário. Logo sua expressão suavizou e voltou a sorrir.
— Alguém tem uma caneta aí? — Alice chegou segurando duas taças de espumante. — Só vou sair daqui quando o Ashton Kutcher autografar o meu traseiro.
A essa altura era difícil saber se ela estava só brincando.
— Alice? — O selvagem se surpreendeu ao vê-la.
— Não, é o tal pintinho que explodiu na ridícula piada do Toby e veio ciscar aqui pra te assombrar. — Empurrou uma taça para mim. O selvagem riu e eu fiz careta.
Não tive tempo de mandar minha amiga calar a boca, pois avistei Jully caminhando a passos largos em nossa direção. Ela provavelmente vinha do banheiro e devia voltar pra lá para se recompor, pois sua expressão de espanto ameaçava deixar-nos constrangidos.
— Olha só, sempre chegando de surpresa. — Ela tentou esboçar um sorriso, mas ficou tão decepcionada quanto no dia em que aparecemos em Miami.
— Pois é, Sarah praticamente nos obrigou a vir. Fazer o quê, né? — Alice respondeu por mim.
— Estão bonitas. — Elogiou se colocando ao lado do selvagem.
— Bonitas são minha mãe e minha vozinha acordando de manhã. Nós estamos é espetacularmente lindas! — Lice piscou o olho pra mim e quase sussurrei: Menos, pelo amor de Deus.
— Diz aí, em que mesa estão? — Mudei de assunto.

Continua...

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3 comments:

  1. Alguem me frita, q estou passada na manteiga!! Caraka adorei a Sarah indo convidar elas pessoalmente essa Jully ta cici ne!! Ta cissentindo a ultima batata do pacote!!! Ela vai se ferrar! Amei Beijusculo

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  2. ameiiiiiiiiiiiiiiiii o cap

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  3. KKKKKKKKKKKKKK ESSA ALICE E DAS MINHAS E QUEM DIRIA QUE O ED TEN DINDIN GUARDADO.AI ESSA JULLY SEMPRE ATRAPALHANDO O MEU CASAL LINDO!!

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