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Tuesday, May 29, 2012

FANFIC - UM SELVAGEM DIFERENTE - CAPÍTULO 32



Olá amores! Estou voltando de férias, mas estou chegando aos poucos por que tenho muita coisa atrasada para colocar em dia aqui no trabalho, então não terei como fazer meus comentários sobre os capítulos e nem fazer as edições como de costume. Peço desculpas a vocês, mas prometo que assim que tudo estiver organizado aqui eu volto com carga total. Enquanto isso continuem curtindo os capítulos das fics maravilhosas e aguardem por que logo, logo estarei de volta. Beijos.

Título: Um Selvagem Diferente
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: 
Álcool, Linguagem Imprópria, Violência

Um Selvagem Diferente
By Lunah

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"


Capítulo 32 - Na Contramão I

Quando abri preguiçosamente os olhos, a casa da árvore já estava parcialmente iluminada pelo dia que chegava de mansinho. Edward e eu ficamos de conchinha dentro do saco de dormir dele e cochilamos.
Era tão gostoso ficar entre seus braços e sentir sua respiração em minha nuca. Eu não queria sair dali, mas tinha que ajudar meus amigos e irmão a tocar o resort. Então, devagarzinho, me desvencilhei do selvagem e fui deslizando para fora do saco de dormir. Edward se mexeu um pouco, mas não acordou.
Na ponta dos pés, saí recolhendo minhas roupas do chão e vesti a blusa dele, fechando só alguns botões. Antes de abandonar o lugar, detive-me à soleira e fitei mais uma vez meu namorado. Ele dormia tão lindo e tranquilo que até me doeu deixá-lo, mesmo sendo por pouco tempo. No entanto, fiz um esforço e desci vagarosamente os gastos degraus.
Enquanto caminhava rumo a casa, enchia meus pulmões com o ar da manhã e sorria sem parar. Minha mente estava repleta de lembranças do que acontecera na madrugada e isso me fazia sentir incrivelmente viva e completa. Até me sentia do peso de uma pluma, como se meu ser estivesse em perfeito equilíbrio.
Perfeito equilíbrio? O pensamento fez meus pés travarem e meu sorriso esmorecer. Em súbito, larguei minhas roupas e calçados e simplesmente saí correndo.
Sabe quando chega um momento em que você precisa se testar? Necessita arrancar a venda da parte de si que às vezes sussurra “você não pode”? Por muitos anos ouvi esse meu pedaço falar e desanimei diante de situações em que eu podia ter vencido se ao menos tentasse.
Tentar era tudo que eu precisava. Sei que nem sempre podemos vencer, mas só tentar é o bastante para silenciar os excessos de insegurança que por vezes nos paralisam.
Diante da jaula do puma, decidi que eu estava pronta para tentar. Não cheguei a essa posição do dia para a noite, eu lutei por ela e agora me devia a chance de provar a mim mesma que todas as mudanças eram permanentes. Se Edward estivesse certo, o animal perceberia que havia algo de diferente e significativo em mim. Podia até ser um teste bobo, mas ao menos era palpável.
Sentido minha presença, o felino que antes dormia abriu seus grandes olhos amarelos e, segundos depois, se colocou de pé.
Sem saber o que esperar, levei a mão a um dos ferrolhos da jaula e puxei. Fiz o mesmo com os outros dois e, antes de abri-la, recordei as palavras de Edward da noite em que tentou me fazer tocar o animal.
“Te falta equilíbrio interior. O puma vê isso e tem dificuldade em confiar. Ele sente que está oscilando entre pavor e coragem, raiva e incerteza, consequentemente os instintos de autodefesa dele são acionados.”
Quando escancarei a jaula, assim como Ed havia alertado, o puma reagiu. Se esgueirando pela lateral esquerda da jaula, ele rosnou por entre suas presas pontiagudas. O som ameaçador fez os pelos da minha nuca eriçarem, ativando meus instintos de auto-preservação, os quais quase me fizeram fugir. No entanto, ignorando todos os riscos, dei um passo para dentro da jaula.
Imediatamente o felino transferiu seu peso para as patas dianteiras. Então projetou cabeça e os ombros para frente, contraindo as patas traseiras para o impulso do ataque. Mesmo lutando contra o medo, não pude deixar de pensar “e se eu sair daqui com o rosto deformado?”.
Rapidamente empurrei o mau pensamento para longe e, seguindo apenas minha intuição, dei outro passo à frente. Em resposta, o puma rugiu alto o suficiente para me fazer encolher os ombros. Com o coração martelando no peito, me ajoelhei fixando meus olhos no do animal. E, outra vez, a voz de Edward soou na minha cabeça:
“Não pode demonstrar medo. Tem que se impor, mas também precisa mostrar respeito... Bella, se ele te encarar, o encare de volta.”
E foi exatamente isso que fiz. Pela primeira vez não estava desviando o olhar ou gemendo de pavor. No fundo, eu sabia que devia manter o controle, pois tinha chegado num ponto sem volta. Nunca conseguiria ser rápida o suficiente para escapar da jaula caso o puma decidisse me atacar.
De repente, o ambiente ficou silencioso demais. O felino ainda estava em posição de ataque, mas tudo que podia ouvir era o som da minha própria respiração. Procurei me concentrar nela e no olhar defensivo do puma.
Aquele animal tinha uma importância para Edward que nem mesmo eu compreendia. Não era justo que até Jully conseguisse tocá-lo e eu não, pois eu também, do meu jeito, já era equilibrada e forte.
Convicta de que podia me impor, fiquei presa ao genuíno desejo de conquistar a confiança do puma. Só Deus sabe como era importante pra mim só tocar nele.
— Por favor... — Balbuciei esticando o braço com cautela.
Minha ação causou no animal um efeito inesperado. Ao poucos, seus músculos foram relaxando e ele saiu da posição de ataque. Motivada por isso, ainda sem desviar o olhar, rastejei para mais perto dele.
— Está tudo bem. — Sussurrei.
Mal acreditei quando o puma desistiu de me ver como uma ameaça e simplesmente deitou sobre as patas. Perplexa, me aproximei um pouco mais; então, com os dedos trêmulos de empolgação, finalmente toquei a cabeça dele.
— Shh... Tudo bem. — Repeti com um sorriso que mal cabia no meu rosto. — Obrigada. Muito obrigada. — Fiz um carinho atrás da orelha do puma e, assim como um gato doméstico faria, ele fechou os olhos, totalmente descontraído.
Todo mundo tem uma maneira de se provar. A minha era derrubando mais um muro que separava o meu mundo do de Edward. Por isso, feliz da vida, apertei os olhos e ri baixinho, vibrando loucamente por dentro. Tinha conseguido exatamente o que queria: uma prova palpável de que eu era melhor agora do que jamais fui. E isso até um animal selvagem sentia.
— Estou impressionado.
Olhei para trás e lá estava Edward, do lado de fora da jaula. Só de calça e com o cabelo bagunçado, me parecia um tanto pasmo.
— Há quanto tempo está aí? — Perguntei confusa.
— Há quase um minuto. — Sorridente, entrou na jaula e se sentou ao lado do puma. — Como...? — Franziu o cenho sem abandonar o sorriso.
Entendia sua curiosidade, mas me limitei dando de ombros ao dizer:
— Acho que ele gosta de mim. — Cocei o pescoço do puma e ele bocejou tranquilamente.
O selvagem nada disse por alguns segundos, mas então murmurou:
— E quem não gosta? — Passou a mão pelas costas do animal, depois se deitou sobre a grama preguiçosamente. Fechou os olhos, recebendo os primeiros raios do sol sobre a face e o peito.
Edward e o puma, de certa forma, pareciam ser iguais. Ambos estavam fora de seu habitat natural, presos em uma terra que não lhes agradava. Como me sentia sortuda por ter driblado seus instintos de defesa e os alcançado.

(...)

Por volta das 7h da manhã, a primeira coisa que fiz quando Edward devolveu meu celular foi mandar a seguinte mensagem para Alice:

De: Bella
Para: Lice
[Quando vier para o resort, me traz a tal pílula do dia seguinte. E tire da cara essa expressão perva e apatetada que sei que está fazendo. Corre!]

Como era de se esperar, ela chegou à mansão em tempo recorde e invadiu meu quarto praticamente berrando:
— Como não usou camisinha?
— Hãm... Bom dia, Alice. — Quem respondeu foi Edward, sentado na minha cama só de toalha.
Minha amiga soltou uma risadinha envergonhada, então saiu e fechou a porta para começar do zero.
— Bom dia, danadinhos. — Disse escancarando a porta. — E aí? Quais as novidades?
Descarada...
— Com licença. — Sorri para Ed e puxei Lice para o corredor fechando a porta atrás de mim.
— Cadê sua educação? — Sussurrei só de roupão.
— Foi dar um passeio com seu juízo na casa do cassetete. — Deu-me um peteleco na testa. — Por que não usou proteção?
— Eu estava muito envolvida e queria dar a Edward uma experiência... — Suspirei, limitando as explicações. — Simplesmente aconteceu. Não vou repetir o erro. Trouxe as pílulas?
— Claro, né?! — Puxou uma caixinha do bolso do uniforme. — Mas antes me conte como foi. — Chacoalhou a embalagem mostrando que não ia entregá-la antes de conseguir o que queria.
— Foi... — Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e sorri meio sem jeito. — Perfeito. Foi muito mais do que eu esperava.
— Estou feliz por você, mas... — Revirou os olhos. — Ah cara, que merda! — Cruzou os braços, emburrada. — Sou a única que ainda não escangalhou o balacobaco nessas férias?! Até o Jasper, que é o Jasper, se lambuzou no melado.
— Ei, calma. — Abri os braços para dar ênfase. — Hoje ainda é quinta-feira. Temos o final de semana para nos divertirmos antes de ir para a faculdade. Os meninos estão preparando tudo pra festona de despedida na praia no domingo, meu pai chega na terça... Vai dar tempo de você enlouquecer também.
— É isso aí. — Ergueu a cabeça, determinada. — Vou sair “pegando” o primeiro sujeito que aparecer na minha frente.
Logo que Alice se calou, a porta da suíte à nossa frente se abriu.
— Pessoal, o papel higiênico acabou. — O pancinha estava só de samba-canção, e não era uma visão muito agradável.
— Sabe, eu quis dizer o segundo sujeito. — Lice fez uma careta de nojo e outra porta se abriu.
— Vamos trabalhar, malandragem? — Meu irmão apareceu vestindo a blusa do uniforme.
— Na verdade... — Ela fungou já choramingando dramaticamente. — O décimo quinto sujeito. — Se jogou nos meus braços.
— Estão economizando até papel higiênico nesse barraco? Onde é que esse mundo vai parar?! — Toby bateu sua porta violentamente.

(...)

Como dona Bogdanov não apareceu para trabalhar, Alice e eu ficamos encarregadas de limpar e cozinhar. Após lavar uma pilha de louça, nos arriscamos a preparar alguns pratos fáceis de um livro de culinária.
Sentada à mesa, picava cebola lacrimejando e Alice pilotava o fogão, meio desajeitada. Foi aí que ouvimos murmúrios vindos da sala. Imediatamente minha curiosa amiga foi investigar e voltou correndo para fofocar.
— Parece que Emmett e Jazz estão tendo uma conversinha estranha com T-zed.
Larguei tudo que estava fazendo e corremos para entrada da cozinha, onde ficamos ouvindo escondidas atrás da parede. Abaixadas, demos uma espiada na sala e vimos os três sentados no sofá grande, distraídos demais para notar nossa presença.
— Será que eles brigaram? — Alice questionou aos sussurros, pois Emm e Jazz estavam muito carrancudos. Nem me lembrava da última vez que os vi tão sérios.
— Jasper vai ser mais direto. — Meu irmão se aproximou ainda mais de Ed e Emmett fez o mesmo, deixando o coitado do selvagem meio espremido no meio do sofá.
— Estou ouvindo. — Ele respondeu tão confuso quanto nós.
— Já sabemos tudo sobre o acordo de “namoro com dias contados”. — Emm não deixou de fazer as aspas com os dedos.
— Jasper está até feliz por vocês, mas a parada é a seguinte, parceiro: Se você comer a irmã de Jasper, o bicho vai pegar. — Ele até falou grosso.
— E vai pegar bonito! — Emm estalou os dedos da mão esquerda. — Vamos caçar você, serrar todinho com uma faca de pão, colocar em uma caixa grande e enviar para Malaita.
— E com remetente escrito com sangue. — Jazz completou, encarando enfurecido meu namorado. — O que tem a dizer em sua defesa?
Edward respirou bem fundo e comprimiu os lábios, sem saber o que responder. Ele até podia não estar com medo da ameaça, mas estava desnorteado por ter aquela conversa com meus irmãos, o de sangue e o de coração.
— Eu... — Coçou a testa. — E-eu acho... acho que...
Vendo o selvagem gaguejar, os meninos caíram em uma espalhafatosa gargalhada. Alice riu baixo e eu apenas revirei os olhos.
— Você é besta hein, T-zed?! — Emm deu um tapa nas costas dele, depois passou o braço pelos seus ombros. — Eita, colega, você finalmente furunfou. Jazz, nosso amigo não é mais zero quilômetro.
Boquiaberta, encarei Alice e sussurrei:
— Você contou pra eles?
— E era segredo? — Ela se fingiu de inocente.
Mostrei meu punho cerrado para Lice enquanto ouvia os meninos zoarem meu namorado.
— Jasper, pega a câmera. — Emm pediu em voz alta e voltei a espiá-los.
Tagarelando, meu irmão ergueu a Polaroid para enquadrar todos.
— É isso aí, véi! Sorria pra câmera, T-zed. Você agora é um homem.
Eles uivaram para tirar a foto e acabei rindo ao imaginar como Edward saiu nela.
Assim que os rapazes levantaram e vimos que se dirigiam à cozinha, Alice e eu corremos para o meio dela e tentamos disfarçar. Eu já nem lembrava o que estava fazendo antes.
— Pô, a esposa do Jazz ainda não apareceu? — Emmett foi o primeiro a chegar.
— A chupa-cabras não é esposa de Jasper! — Ele se irritou.
— Precisamos dela nesse final de semana, então vá buscá-la no hospício onde a encontrou. — Falei séria.
Jogando um pano de prato nele, Lice completou:
— A convença a vir. Diga a Bogdanov que você vai consumar o casamento de novo.
— Ah, meu Pai do céu... — Puxou os próprios cabelos. — Ela que se consuma sozinha! — Gritou antes de sair socando o ar.
Nós sabíamos que ele ia mesmo atrás da cozinheira.
— Vou junto com o desbravador de velhas. — Emmett correu para alcançá-lo.

(...)

Pouco depois que os rapazes saíram, Sarah chegou à mansão para se despedir do filho. Ela precisava ir para o Canadá começar as gravações de seu novo filme.
Eu quis lhe devolver o vestido que usei na festa, mas Sarah insistiu para que eu ficasse com ele. O mesmo aconteceu com Alice. Satisfeita com a visita, deixei mãe e filho a sós no escritório do meu pai para conversarem.
Antes de sair do escritório, não pude deixar de ouvir Edward falar que ia embora na quarta-feira. Ele o Dr. Carlisle certamente tinham seus motivos para não permanecerem no país mais do que consideravam extremamente necessário. Como eu podia questionar isso se meu tempo em Orlando também estava contado e a separação se tornava cada vez mais inevitável?
Edward e eu havíamos prometido que viveríamos um dia de cada vez para não tornarmos melancólicos nossos últimos momentos juntos, porém eu começava a sentir o peso de sua ausência.
Tentando lutar contra a tristeza, me juntei a Lice na cozinha e procurei me fazer útil. 20 minutos depois, Emmett e Jasper retornaram um tanto estranhos.
— E aí, cadê a estoniana? — Indaguei.
Meu irmão ajeitou o colarinho do uniforme e tomou a frente de Emm.
— Jasper tem uma notícia boa e outra ruim. Querem ouvir qual primeiro?
— A ruim? — Alice trocou um olhar comigo.
— A Bogdanov não vai trabalhar no final de semana.
— Ah, não... — Chateada, passei as mãos pelos cabelos. — E o que poderia ser a boa notícia?
Sorridente, ele respondeu:
— A véia morreu.
— O QUÊ? — Lice e eu falamos simultaneamente.
Boquiaberta, nem consegui piscar os olhos. Que coisa inacreditável!
— Isso é brincadeira? — Ela murmurou estarrecida.
— Sei que parece, mas eu estava lá e garanto que é verdade. — Emmett se aproximou. — Os vizinhos encontraram a mulher sentada na varanda de casa bem mortinha. Parece que enfartou. Até tirei uma foto. — Mostrou no celular.
O mais bizarro nem era a dona Bogdanov em um saco preto, e sim ver sua expressão quase sorridente. Logo me deu um baita arrepio que me fez tremelicar inteira.
— Credo, ela parece quase... feliz. — Alice comentou ainda perplexa.
Olhei para Jasper e me bateu uma revolta. O sangue me subiu à cabeça e imediatamente peguei o jornal que estava sobre a mesa e comecei a espancá-lo.
— Como você me fode a velha e a mata de felicidade? — Vociferei lhe “descendo a lenha”.
— Sai! Sai do pé de Jasper! — Se esquivou das jornaladas. — Não toca ni mim! Antes ela de felicidade do que Jasper de desespero.
— Chega dessa merda. — Emmett tomou meu jornal. — Vamos fazer um minuto de silêncio pela cozinheira e colocar uma pedra nesse assunto.
Vagarosamente, inspirei e expirei, recuperando o controle.
— O cara tem razão. Vamos mostrar um pouco de respeito. — Jazz cruzou as mãos atrás do corpo. — Em homenagem à estoniana, Jasper vai recitar um versinho.
Concentrados, baixamos a cabeça em luto.
— Por favor, seja sincero. — Alice balbuciou e ele precisou pigarrear antes de começar.
— Aí vai... Batatinha quando nasce espalha a rama pelo chão. Bogdanov me deu sua ximbimba e morreu do coração.
Abismados, o encaramos. Emmett reconheceu a fúria em meus olhos, então me devolveu o jornal.
— Pô, foi de coração! — E essas foram as últimas palavras do meu irmão.

(...)

Cerca de 40 minutos se passaram até Sarah e Edward abandonarem o escritório e me encontrarem sozinha no jardim. Me abordaram no momento exato, pois eu estava prestes a me perder num redemoinho de palpites tristes sobre o futuro.
— Já dei uma passadinha na cozinha e me despedi do pessoal. Espero que não esteja fugindo de mim. — Sarah brincou enquanto me estendia a mão. — Bella, estou feliz por vocês. — Trocou um olhar com o filho. — Muito feliz mesmo.
Apesar do sorriso, Sarah estava com as bordas dos olhos vermelhas e inchadas. Sua dor por se separar mais uma vez do filho chegou a mim. Quis falar algo reconfortante, mas naquele momento não era capaz.
— Agradeço por tudo. — Retribuí o sorriso.
— Nos veremos em breve. Se for a Los Angeles, não deixe de me procurar.
— Claro. — Infelizmente sabia que isso não ia acontecer.
Sarah continuou apertando minha mão e, pelo jeito que me olhava, ainda tinha algo a dizer.
— Com licença, Edward. — Ela me conduziu para longe dele e pôde falar abertamente. — Sei de tudo que fez pelo meu filho e como o aconselhou a me dar uma segunda chance. Bella, você tem minha eterna gratidão. — Tudo que dizia soava bastante sincero. — Quero que me veja como uma amiga que estará sempre a seu dispor.
Por não esperar aquele tipo de declaração, demorei alguns segundos para reagir. Afinal, não é todo dia que sua atriz favorita e sogra temporária demonstra tamanho carinho e consideração por você.
— Eu... — Balancei a cabeça sem saber o que responder. — Também sempre estarei a seu dispor, Sarah. Muito obrigada. — Por fim disse, dando-lhe um forte abraço.
— Desculpa, sou uma bobona emotiva. — Ao nos separarmos, limpou os cantos dos olhos.
— Entendo que tudo relacionado a seu filho te deixe assim.
— Deus, como vocês são corajosos... — Comentou já se recompondo e percebi que se referia ao nosso breve namoro. — A maioria das pessoas se esquiva de relações assim temendo a dor que vem com a separação.
Sem querer, desviei o olhar e engoli em seco. Na mesma hora tentei bloquear qualquer pensamento relacionado a essa tal dor. Sarah notou minha mudança de humor e tocou meu ombro.
— Vai dar tudo certo, Bella. De algum jeito.
— Posso te fazer uma pergunta pessoal? — A encarei esperançosa.
— Claro.
— Se arrepende de não ter ido com o Dr. Carlisle para Malaita?
Sarah olhou de relance para o filho, mas fui eu quem tomou a iniciativa de nos afastarmos um pouco mais. Após uma breve reflexão, ela respondeu baixo.
— Eu fui atrás dele, Bella. Meses depois de Carlisle ter se instalado na ilha, cruzei o mundo para encontrá-lo e levei Edward comigo. Odiava os ideais utópicos de Carlisle, mas o amava mesmo assim. — Passou a mão no rosto como se revivesse a época. — Não fui pra lá com a intenção de abandonar meu filho. Eu fui para ficar.
Fez uma pausa e finalmente percebi que a história que Ed me contara não estava completa. Ainda assim, tentei não pressionar Sarah, mas ela viu que eu precisava de respostas.
— Queria muito ter me adaptado, mas não vou mentir pra você... É outro universo, Bella. Tudo bem que é um lugar lindo, só que é como se todo o resto do mundo desaparecesse. — Havia certa melancolia em sua voz. — É como se surgisse um grande nada entre você e as florestas. Para encontrar humanos é necessário percorrer quilômetros e eles nem falam nossa língua. Tecnicamente nem existem e não deixam ninguém se aproximar.
— Edward descreve como se fosse o lugar mais perfeito do mundo. — Argumentei com pesar.
— E para ele é, pois se tornou parte de Malaita. Queria que o mesmo tivesse acontecido comigo, mas infelizmente... sufoquei. Entendi o verdadeiro significado da expressão “um peixe fora d’água”. Tentei com todas as minhas forças, mas eu não pertencia àquele lugar, entende?
— Entendo. — A compreendia mais do que ela imaginava.
— Na época eu era uma atriz sonhadora e desempregada. Estava com o coração partido e nem sabia o que fazer da vida. Deixar Edward com Carlisle, que sempre foi maduro e decidido, me pareceu a melhor opção.
— Por favor, não precisa se explicar. Não estou te julgando.
— Eu sei. — Sorriu tristonha. — Só queria que soubesse a verdade. — Sarah me analisou por um segundo. Tinha certeza que enxergava algo embutido em meus olhos que outros sequer percebiam. — Bella, desculpa, mas me sinto na obrigação de dizer... — Respirou fundo demonstrando cautela, depois prosseguiu com a voz suave. — Assim como Carlisle, Edward nunca vai deixar Malaita. Sei que parece uma grande bobagem esse apego à ilha, eu mesma passei anos tentando entender e até hoje não consigo completamente. — Mais uma vez, mediu as palavras. — Isso não significa que ele não gosta de você. Todos têm limitações, existem coisas que podemos fazer e oferecer, e outras que não. Não sei se existe uma explicação lógica... Talvez as mesmas forças que te impedem de ir e alimentam o sentido de que aqui é seu lar sejam as mesmas forças que mantém as raízes de Edward e Carlisle fincadas em Malaita.
— O que eu faço? — Cobri o rosto com uma mão, lutando para não parecer desesperada.
— Não sei. — Esfregou meu braço consolando-me — Ou melhor, dê continuidade à sua idéia. Vá em frente. Viva com desespero tudo que tem pra viver e deixe o resto pra depois. Não esmoreça justo agora.
— Estou tentando, mas especialmente hoje está difícil não pensar no futuro. — Arfei, voltando meu olhar para a rua a poucos metros de nós.
Sarah passou um braço por meus ombros buscando me confortar.
— Vou soar muito, muito estúpida, mas sugiro que não abra mão de agir feito uma verdadeira protagonista.
— Como assim?
— Com humor e otimismo, salve esses últimos dias. Tenha certeza de que sempre haverá um final feliz, mesmo que não seja o esperado. E se isso não acontecer, é porque a história ainda não chegou ao fim. — Ouvi o tilintar de sua risada baixa.
— Isso parece uma fala de seus filmes. — Sem mal perceber, já estava sorrindo.
— E é. — Afirmou com certo constrangimento. — E olha, eu escrevo alguns roteiros. Fazer o quê? Sou uma mulher de frases de outdoor.
— Você é uma estrela, independente de ser famosa ou não. E conseguiu levantar meu astral com sua fala de outdoor. — Meu sorriso se tornou maior e pleno. — Obrigada.
— Vamos, Edward deve estar achando que estou bancando a sogra bisbilhoteira.
Visivelmente satisfeita, Sarah deu mais um abraço no filho e se foi, já deixando saudades. Senti-me aliviada por ter tido aquela conversa com ela, pois foi honesta comigo quanto à ilha, sem tirar-me a esperança de que tudo acabaria bem.
Assim que ficamos sozinhos, Edward sem rodeios virou-se para mim e perguntou:
— O que tanto conversou com minha mãe?
Bancando a misteriosa, puxei-lhe pela camiseta até a casa, respondendo:
— Papo de mulher, Ed. Só papo de mulher.

(...)

Depois do almoço, fiz Edward me ajudar a levar vários edredons, almofadas e lençóis para a casa da árvore. Improvisei uma cama e ficou bastante confortável. Claro que me desculpei por não ter tomado aquela atitude antes, porém Ed me garantiu que não se importava.
Também descolei uma extensão elétrica para instalar um abajur antigo no lugar. Era um globo que ganhei de minha mãe no meu aniversário de 15 anos. Quando o girávamos, refletia nas paredes pequenas luas e estrelas.
O que não podia faltar? Música!


Sequestrei o mini system de Jasper e coloquei um bom CD para tocar. O selvagem sentou sobre os edredons e ficou me observando.
— Ed, preciso te confessar uma coisa. — Ainda de pé, preparei o terreno.
— Estou ouvindo.
— Eu meio que... — Sorri embaraçada. — Encontrei de forma propositalmente... acidental... seus desenhos. — Torci para não deixá-lo chateado.
O cara ficou quieto por um instante, daí coçou a nuca ao responder:
— Sou só metade do maníaco que aparento ser.
— Não está bravo comigo? — Estranhei, ainda com o pé atrás.
— Hmm... Na verdade, não. Só é esquisito saber que viu os retratos. Pareço muito... obcecado? — Franziu o cenho, comprimindo os lábios.
Nem dava para responder, apenas sorri estudando sua expressão fofa de preocupação. Que tipo de louca reclamaria de tal “obsessão”? Então, meio contagiada pela música, fixei meus olhos nos dele e cantarolei baixinho:
 And if there's no tomorrow, and all we have is here and now, i'm happy just to have you... (E se não houver amanhã, e tudo o que temos for aqui e agora, eu estou feliz apenas por ter você...)
Edward não perdeu tempo e veio até mim. Seus olhos estreitinhos por causa do sorriso largo, combinado com o ar de despretensioso conquistador, literalmente me tiraram o fôlego.

...

Simples como tudo devia ser, demos continuidade a uma época que se tornava inesquecível.
Meus amigos, cientes da importância daquele tempo, nos presentearam com algo preciosíssimo: paz. Ninguém encheu o saco e não me deixaram trabalhar.
Edward e eu perdemo-nos nas muitas horas. Datas se tornaram imperceptíveis, e tudo se resumiu a momentos. Apenas momentos.
Provamos de uma vida... perfeita!
“Sai, sai, sai...”, berrei assustando Emmett, que se encolheu contra o corrimão para que eu disparasse escadaria abaixo.
Edward ficou na minha cola e, incansável, perseguiu-me até o escritório. Assim que invadi o cômodo, fechei a porta atrás de mim, mas não deu tempo de trancá-la e Ed me venceu pela força.
“Tudo bem...”, ergui as mãos me distanciando dele. “Sou fraca pra essas coisas. Tenha dó!”
O selvagem ficou parado em frente à porta, mostrando que não me deixaria fugir.
“Tem razão”, desarmou seu olhar ameaçado. “Vamos comer então” - deu de ombros.
“É melhor”, recuperei o fôlego caminhando até ele.
Ao colocar as mãos em minha cintura, o fingido de propósito caiu no chão e me levou junto. Habilmente me aprisionou e conseguiu exatamente o que queria: minha panturrilha.
Para o meu azar, descobrimos acidentalmente que nada no mundo me causava mais cócegas do que mordidas na panturrilha.
“Aaaah... Jaaaa....aaazz!”, me contorcia já com dor no estômago de tanto rir.

...

Escancarei a porta do banheiro e avistei Edward deitado na minha cama esperando-me. Totalmente caracterizada de Charlene Créu-Créu, enrolei o chiclete no dedo, falando:
“E aí, princeso?”, sacudi o cabelo, lançando-lhe meu olhar fatal.
O selvagem gargalhou super alto, em seguida respondeu:
“E aí, prínsapa?”
Pisquei o olho, depois teatralmente deslizei pela coluna da porta de modo apelativo e sensual, lhe provocando mais risadas de incredulidade.
“Uau, você sabe seduzir.” - Pois não é que o meu pedaço-de-mau-caminho tirou sarro de mim?!
“Tou te dando muita confiança, viu, neguinho?!”, puxei pra baixo a barra do vestido escandaloso. “Vou te contar, em época de guerra quando você pede chicletes leva bala.”
Me fingido de ofendida, marchei rumo à porta e Ed se colocou na frente dela. Bancando a difícil, continuei mascando o chiclete enquanto girava o colar de pérolas falsas.
“O que é aquilo?”, ele apontou e, confusa, olhei para trás.
Quando dei por mim, Edward já tinha me colocado em seu ombro como um verdadeiro homem da selva.

...


Todo mundo dormia, mas Ed estava na cozinha comigo pra descobrir como é um genuíno brigadeiro de panela.
“Tá quente! Tá quente!”. Com ajuda de panos de prato, corri para colocar a panela sobre a mesa. “Vamos esperar esfriar.”, sentei na ponta da mesa e o selvagem, que estava numa cadeira, me puxou para mais perto dele.
Só de shortinho e camiseta, usei um lápis para prender meu cabelo em um coque.
“Vai demorar?”, ele olhou pra panela.
“Não seja impaciente. Garanto que valerá a pena.”, peguei a colher de pau melada de brigadeiro e comecei a soprar nela.
Edward passou a tamborilar os dedos sobre a mesa e percebi que não estava aguentando esperar. Continuei soprando até que, de repente, ele me roubou a colher e enfiou parte dela na boca.
“Merda!”, falou após se queimar.
“Você xingou?”, embasbaquei legal. “Caraca, falou um palavrão de verdade!”, ri mal acreditando.
“Err...”, franziu o cenho, estranhando a si mesmo. “Devo ter passado tempo demais com Emmett e Jasper.”
“Vem cá.”, sem sair da mesa, abri as pernas me ajustando à posição em que ele estava na cadeira. “Parece tão malvadão xingando.”, brinquei e Ed riu. “Você é uma daquelas pessoas que às vezes até pensam em palavrões, mas nunca verbalizam?”
“Sou.”, assentiu comicamente.
“Reafirmo: malvadão.”, ironizei me curvando para beijá-lo e, quando consegui, Edward gemeu. “Ai, desculpa, sua boca está doendo, né?!”
“Está.”, subiu as mãos por minhas coxas. “Mas me beije mesmo assim.”
Ele me abraçou forte e, empolgada com o pedido, fui com tudo pra cima dele. Não foi boa idéia, porque a cadeira simplesmente virou pra trás, nos derrubando no chão com estardalhaço.
Mesmo com os joelhos doloridos, assim que pude, rolei pro lado e fiquei estendida no chão morrendo de rir do coitado do selvagem. Suas costas foram a maior vítima de nossa peripécia.
“Isso foi castigo do universo pelo que fez com minhas panturrilhas. Ainda vai fazer de novo, bonitão?”, provoquei.
“Hãham...”, soltou uma encorpada e sexy gargalhada.

...

Tudo que eu sabia é que já era dia, mas Edward e eu nos escondemos do sol embaixo do edredom. Antes tínhamos feito amor apaixonadamente, e agora só conversávamos.
Erguendo o edredom para me olhar sob a falsa noite que criamos, ele explicava que seu rito de passagem não era tão ruim comparado aos de algumas tribos espalhadas pelo mundo.
“Na Etiópia tem a tribo Harmar, onde os jovens precisam saltar por cima de vacas enfileiradas quatro vezes sem cair. Isso ocorre com o jovem nu, como um símbolo da infância que ele deixa para trás.”
“Tá de onda?!”, escancarei a boca. “Isso é sério? Como faço pra mandar meu irmão pra lá?”
“É difícil imaginar Jasper pelado no meio de vacas.”
“Cala boca!”, implorei me acabando de rir, já que eu consegui imaginar.
Assim que me recuperei, tratei de mudar de assunto.
“Por que naquele dia no parque desistiu de me contar o significado do nome da sua puma?”
Ele sorriu mordendo o lábio e isso me deixou mais curiosa.
“Na época preferi não expor a coincidência.”
“Que coincidência?”
“Indonésio é um dos idiomas mais falados nas Ilhas Salomão. Quando ganhei Indah, uma das primeiras coisas que pensei foi: ela é bela.”
“Espera.”, precisei de um segundo. “‘Indah’ significa bela?”
“Sim.”
“Uau, que estranho.”, soltei uma risada me acostumando lentamente com a idéia.
“É só uma interessante coincidência, Bella.”
“Eu sei.”, deitei em cima dele e Edward começou a passar as pontas dos dedos por minhas costas. “Sabe o que também é interessante? Nós. A maioria dos casais primeiro só enxerga as qualidades da outra pessoa, bem depois é que conhecem os defeitos e geralmente se decepcionam. Conosco foi diferente, primeiro tivemos que lidar com os defeitos um do outro, só então as qualidades vieram à tona.”
“É verdade.”, sussurrou.
Ficamos com os rostos bem próximos sem nos beijar. Encarávamo-nos sob a branda escuridão, envoltos no calor dos corpos momentaneamente saciados.

xxx

Diário de Bordo - Edward Cullen

Orlando, EUA.

Esses últimos três dias que passei com Bella foram incríveis. Nunca os esquecerei.
Na quinta-feira, depois que minha mãe foi embora, ela puxou-me para seu quarto e me fez ajudá-la a trazer vários edredons, lençóis e almofadas para a casa da árvore. Bella improvisou uma cama e ficou confortável.
Na hora do almoço, nos juntamos a Jasper, Emmett, Alice e os hóspedes. No final das contas a refeição ficou muito boa e Alice desatou a se vangloriar. Enquanto Bella obrigava Emmett e Jasper a lavar a louça, fiquei sentado na sala conversando com Bruce Jones, o pai do incorrigível Toby.
Minhas conversas com Bruce são sempre interessantes. Ele é um homem culto e com idéias inteligentes, infelizmente não tem muitas oportunidades na vida. Conhecê-lo só agora chega a ser irônico, pois meu antigo desejo de um criar vínculo com alguém dessa terra que tivesse pensamentos semelhantes aos meus acabou levando-me a deixar que Jully criasse falsas expectativas. Me arrependo de todos os mal-entendidos e espero que ela encontre o que procura. Quanto a Bruce, só posso lamentar não tê-lo conhecido antes.
Ainda assim, fiz amizades que me modificaram permanentemente. Emmett e Jasper aprenderam a confiar em mim e eu aprendi a confiar neles. Embora estejam sempre brincando, são homens de valor. Mostraram garra ao seguirem cegamente minhas instruções de Krav Magá. Acordaram cedo todos os dias para se exercitar sem que eu os pressionasse. Acho que Bella não sabe, mas houve momentos em que conversamos sério. Eles se mostraram abertos aos meus valores e, em contrapartida, me incentivaram a ser alguém mais descontraído. Até tiraram minhas dúvidas sobre assuntos em que meu conhecimento era superficial e teórico.
Já Alice, é uma mistura singular de boa vontade, otimismo e demência. É uma ótima pessoa e nota-se que, independentemente dos acontecimentos, estará sempre disposta a ajudar os amigos. Alice contribuiu muito para que Bella e eu nos tornássemos um casal. Aquela pequena e hilária garota tem minha gratidão.
Dentre as amizades que eu não esperava consolidar, está a de minha mãe. Em pouquíssimo tempo mostrou suas boas intenções e me ajudou em um momento decisivo. Meu conceito sobre ela mudou. Mesmo que hoje não consiga vê-la como parte fixa da minha vida, modificou as lembranças que carrego dela e obteve minha estima. Nossa última conversa foi agradável, não pareceu uma despedida, e sim um reencontro.
Quanto a Bella... O que mais posso escrever sobre ela? Foi a pessoa que mais citei neste diário. Agora está dormindo no emaranhado de edredons e almofadas que trouxe. Nua por baixo do lençol, deixa à mostra a perfumada pele de suas costas e pernas.
Acho que não consigo descrever corretamente como é fazer amor com Bella. Ao contrário do que eu imaginava, é bem mais sensorial, instintivo e emocional. Não se compara a nenhuma outra experiência que já tive. Todos os toques e beijos são tão prazerosos... Meu corpo ainda não está completamente acostumado com as diversas sensações. Boa parte das vezes acabo cedendo ao impulso quase violento de tê-la.
Admito que Bella ainda me deixa um pouco nervoso, mas não por medo de eu fazer algo errado, e sim por provocar em mim uma inexplicável ansiedade, quase ganância. O jeito com que ela me olha, que atiça mesmo brincando... Eu fico completamente louco. Geralmente nem consigo pensar em nada, só a quero de todas as formas. Engraçado, uma das coisas mais interessantes que aprendi sobre sexo foi que ele sempre pode ficar melhor.
Foi como na madrugada em que corremos o risco de sermos flagrados mergulhando sem roupa na piscina. Bella estava tão linda sob a luz da lua que meu peito até pareceu crepitar. Por mais fria que a água estivesse, meu corpo cedia facilmente ao calor gerado pelo desejo.
Eu a tinha em meus braços... Ela era, e é tão minha, como se nunca tivesse sido de mais ninguém. E foi na parte rasa da piscina, entre beijos quentes e nada ponderados, que trocamos carícias inigualáveis. O que fizemos depois, e continuamos fazendo sempre que dá vontade, é algo tão natural e ao mesmo tempo especial. Como isso é possível?
Para ser honesto, não tenho uma resposta. E o bom é que não me importo. Já não sinto a necessidade de ter uma explicação para tudo. Muito menos o desejo de analisar o que se passa na minha vida. Nesse diário, levantei mil questões, agora só me resta concluir que não há conclusões exatas. Certas coisas são para serem vividas e não compreendidas. Assim como Bella e eu, indo na contramão de nossa realidade, sem nos importarmos com as consequências. Por isso tem sido fácil não pensar no futuro com tudo que tenho vivido. Quando estou com Bella, a única coisa que nos separa é o ar.

Continua...

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4 comments:

  1. Obaa ! Já tava m saudades d diario de Bordo...


    Pena que o tempo deles tá acabando

    ~~D. Bogdanov kkkkk, a véia morreu de felicidade kkkk

    ~~Indah lembra, linda...

    Ass: Crazy

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  2. Esqueci de uma coisa:

    Concordo com a Sarah, acho que ainda não acaba aí...

    Ass: Crazy

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  3. perfeito esse cap♥ adorei o discurso do Jasper com a morte da estoniana morri rsrsrsrsr e no final amei muito bom.Beijusculo

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  4. eu tou cada dia mais apaixonada por essa fic.e esses dois em que safadinhos.kkkkkk

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Forever

É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

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