Título: Nove Meses
Autora(o): Anne Stewart
Shipper: Bellard
Gênero: Drama / Romance.
Censura: NC-18
Autora(o): Anne Stewart
Shipper: Bellard
Gênero: Drama / Romance.
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Personagens: Alice Cullen, Bella Swan, Carlisle Cullen, Edward Cullen, Emmett Cullen, Esme Cullen, Rosalie Hale, Jessica Stanley, Angela , Jacob Black
Avisos: Sexo
Personagens: Alice Cullen, Bella Swan, Carlisle Cullen, Edward Cullen, Emmett Cullen, Esme Cullen, Rosalie Hale, Jessica Stanley, Angela , Jacob Black
Avisos: Sexo
Nove Meses
By Anne
Stewart
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como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
Capítulo 12 – Just More One Kiss
"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para
amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero
dizer-te é que te amo?"
Fernando Pessoa
Para ouvir: Seal – Crazy / Cross the Line – John Legend / E.T – Katy Perry and Kanye
West
Edward POV
Eu sempre desejei aquilo. Desde a primeira vez
que a conheci.
Eu só não sabia disso ainda. Meu inconsciente
esperou o momento certo para assumir o controle e me fazer ir até a sua direção
e agarrá-la de modo possessivo e me saborear com seus doces lábios vermelhos.
Eu estava beijando Bella Swan. A mãe de meu
filho. Aquela vontade de sentir seus lábios sempre esteve rondando minha mente,
mas sem que eu percebesse o que eu queria até que isso aconteceu.
E era melhor do que eu pensava.
Eu precisei sentir algo que nunca esperei sentir
por uma estranha, algo forte e que faz até o mais forte dos homens perderem a
cabeça. O ciúme.
Ver aquele homem se insinuar para Bella me deu
nos nervos. Eu senti vontade de ir até lá e bater naquele homem. Meu ódio com
toda a certeza era palpável.
O pior de tudo era o fato de Bella estar
gostando, como se estivesse em um jogo de gato e rato. Ela sorria e acenava
animadamente, como se estivesse flertando com ele. Sem falar no modo indecente
em como ele sussurrava em seu ouvido. Aquilo me deu raiva.
Eu contava com Bella se livrando rápido daquele
imbecil, pois se ela demorasse mais uns dois minutos ali, eu iria até lá e
daria uma lição naquele cara. Logo Bella voltou até a nossa mesa e comentou que
o cara do bar era um ex-namorado dela. Ele havia feito uma proposta a ela, e
ela havia recusado. Isso me fez pensar que se Bella não estivesse grávida, ela
aceitaria. Ela iria embora para longe de mim, e eu continuaria sozinho.
Tudo piorou quando percebi o motivo daquele
jantar. Alice contara a todos que estava grávida. Jasper ficou radiante, seus
olhos brilhavam de um modo que eu nunca vi. Depois disso ele não tirava os
olhos de Alice. Ele a olhava com adoração e sempre tocava sua barriga, como se
a criança estivesse desenvolvida e estava mexendo.
Vendo meu irmão feliz ao lado da mulher que ama,
me fez rever meus conceitos. Eu estava começando a achar esse meu plano
ridículo demais, e percebi que estava deixando acontecimentos do passado
interferissem em minha vida. E daí que meu pai – pelo menos eu achava que era –
não foi feliz no casamento? E daí que ele tenha escolhido a mulher errada para
viver com ele? Porque eu sempre achava que isso aconteceria comigo?
E se Bella fosse a mulher que eu estava
procurando, sem saber que estava procurando de fato?
Mas ela não queria saber de mim. Ela queria
viver sozinha e de modo independente. Ela não queria ter uma família, ela
deixou isso muito claro. E agora eu estava me deixando levar por ela sabendo
que logo eu estaria sozinho novamente. Quer dizer, nem tão sozinho. Eu estaria
com meu filho.
Mas eu não estaria com a mãe dele. Ela não
queria ter nenhum vínculo emocional com a criança, já bastava o que ela estava
passando durante a gravidez.
Me perguntei se ela estava mudando com essa
gravidez. Pelo menos eu presenciei alguns momentos para deduzir. Ela chorava,
sorria, fazia piadas e se sentia solitária. Seus hormônios estavam em
polvorosa, sintoma numero um de qualquer gravidez.
Talvez ela se deixasse levar também, como eu
estava. Talvez ela gostasse de minha companhia. Às vezes eu me sentia como seu
marido, apoiando-a sempre que ela queria alguma opinião, satisfazendo seus
desejos estranhos, mantendo-a em meus braços quando ela chorava, dando atenção
quando ela desabafava...
Ela estava cada vez mais entrelaçada em minha
vida, dominando minha mente e me fazendo sentir sua falta cada vez que ela não
estava ao meu lado.
Eu estava apaixonado por ela.
A cada passo que eu dava em sua direção, um
sentimento que eu achava um clichê me dominava. Eu me sentia um adolescente
dando seu primeiro beijo. Todo aquele sentimento de expectativa de quando um
cara de dezessete anos estava prestes a beijar a líder de torcida da escola. O
coração batia forte, a pele esquentava e os olhos brilhavam. Eu sempre achei
isso ridículo, mas eram sensações boas de sentir.
Percebi que por todos esses anos eu vivi como
uma criança birrenta, acusando outras pessoas por minha vida ser uma droga. Eu
não tive uma família normal como os meus amigos. Eu tinha um pai que estava à
beira da decadência e uma mãe que escolheu viver com um traidor em vez de ficar
com os filhos. Isso me revoltava demais, mas eu comecei a perceber que isso
estava me atrasando. Eu estava perdendo tempo me preocupando com esses
problemas. Eu sou eternamente grato a Bella por me mostrar isso.
Bella me mostrou que a vida é mais do que os
problemas, é aprender a superá-los. E ela sabia muito bem como dar a volta por
cima. Era inacreditável o fato dela passar por tudo o que passou e ainda estar
com sua sanidade intacta. Eu não sei se teria a coragem e a força que ela teve
caso eu passasse por isso.
Ela estava – na verdade, Alice estava tentando – me reaproximar de meus
pais. Ficou mais difícil desse fato se tornar realidade depois que eu soube que
Carlisle Cullen não era meu pai biológico. E só de imaginar que eu fui tratado
como um pária durante todos esses anos pelo simples fato dele ter sido enganado
por Esme. E o que eu tinha a ver com esse ato de irresponsabilidade?
Eu não via possibilidade de uma reconciliação.
Eu estava evitando esse assunto, mas logo ele viria à tona de novo para me
atormentar. Um fantasma do passado me assombrando, esperando o momento certo
para me pegar.
Esvaziei minha mente com esse assunto e
aproveitei com deleite o beijo que estava dando em Bella. Era espetacular
sentir suas mãos em meus cabelos, puxando ora de modo brusco, ora de modo leve,
me fazendo gemer de êxtase entre seus lábios.
Mas durou pouco, pois Bella se afastou
bruscamente. Seus lábios estavam mais vermelhos do que o normal e inchados.
Imaginei que ela iria me xingar por agarrá-la, mas meu sangue gelou quando
notei sua expressão e suas mãos pequenas sobre sua barriga. Mas de repente ela
sorriu.
- Há algo de errado Bella?
Ela balançou a cabeça e fechou os olhos,
liberando gotas cristalinas em seu rosto corado.
- Céus Bella! Me diga o que está acontecendo? –
eu me apavorei por ela não dizer nada, morrendo de medo de algo estar errado
com o bebê. Segurei seus ombros com força, quase a sacudindo.
Ela pareceu fazer um esforço para falar, e
quando o fez, sua voz saiu fraca, apenas um sussurro. – Acho que o bebê se
mexeu.
Fiquei três segundos exatos parado, encarando o
oceano de chocolate de seus olhos. O bebê havia se mexido, pela primeira vez.
O tempo correu rápido demais. Me lembro como se
fosse ontem quando saímos da clínica após a realização da inseminação.
Instintivamente minhas mãos saíram de seus
ombros e foram para sua barriga.
- Ele... se mexeu. – eram as únicas palavras que
saíam de meus lábios.
O melhor de tudo era o fato de Bella estar
emocionada. É claro que os hormônios dela eram responsáveis, mas isso me deu
uma pontada de esperança.
Toquei sua barriga esperando sentir também, mas
nada aconteceu.
- Não sinto nada. – disse de modo indiferente.
- Espere um pouco... Aqui. – ela pegou minha mão
e guiou até uma região de sua barriga. Sentir suas mãos sobre a minha causava
sensações inexplicáveis. A pele pálida de suas mãos pequenas eram macias e
aveludadas, e eram carregadas de uma certa energia desconhecida, que eram
enviadas em ondas elétricas para meu corpo. Eu me perguntava se ela sentia a
mesma coisa.
Contemplei minha mão em sua barriga, esperando o
movimento. Mas nada. Bella arqueou as sobrancelhas e me encarou com seus orbes
achocolatados.
- Acho que não dá para sentir ainda, o bebê é
muito pequeno, talvez apenas eu vá senti-lo por mais algumas semanas.
Bufei de asco. – Tudo bem, não faz mal.
Me virei e encarei seus olhos. Bella ainda
parecia ofegante, mas tentava disfarçar. Eu queria voltar a beijá-la. Sentir
seus lábios vermelhos fora a sensação mais maravilhosa que já senti. Nenhuma
mulher era capaz de mexer comigo com apenas um beijo.
Mas eu sabia muito bem que não era apenas o
beijo de Bella que me deixava confuso e fascinado. Não canso de dizer a mim
mesmo que Bella é uma mulher incrível. Passou por cima de todos os seus
problemas – e perto dos meus problemas, os dela são dignos de
causar trauma em qualquer um – e seguiu em frente com sua vida. Muitas pessoas
seriam fracas o suficiente para cometer atrocidades se sofresse a metade do que
ela passou, mas ela não. Ela teve esperanças, e agora aqui estava ela, na minha
frente, com uma aparência delicada e indefesa, descrições que se acentuaram com
a gravidez.
Mesmo ela não querendo admitir, ela era delicada
e indefesa. Ela sofria, apesar de dar a volta por cima em sua vida. Ela
precisava de pessoas ao seu redor. Amigos, família... e agora ela tinha. Ela
tinha as suas amigas da casa noturna, tinha a amizade de meus irmãos e
cunhadas, e tinha a mim. Mas pela sua expressão assustada e irritada, ela não
queria a minha companhia. Pelo menos não agora.
Sem dizer uma palavra, Bella se virou e foi para
seu quarto. Não disse nada sobre o beijo, e isso me frustrou.
Será que ela não sentiu nada? Será que ela não
sentiu o formigamento pelo corpo, o rastro de fogo onde minha pele tocava a
dela, a sensação avassaladora de querer beijar mais e mais? Isso não era é
possível. Ela retribuiu meu beijo de um jeito que me fez parecer que ela estava
gostando e querendo mais, como eu estava.
Algo estava errado.
Eu estava cogitando duas opções: ou ela não
sentia nada por mim, ou ela estava fingindo não sentir nada.
Mas eu não tinha pressa de conquistá-la. Eu
ainda tinha tempo para descobrir se ela sentia algo por mim e tentaria
conquistá-la, convencê-la de que ela seria feliz comigo e com meu – nosso – filho. Ela querendo ou não aquela
criança era dela. Aquela criança teria seu DNA, teria características dela,
tanto físicas quanto psicológicas. Ela sentiria falta dela quando nascesse e
ela partisse. Ela é humana.
Sorri como um idiota no meio da sala. Peguei uma
cerveja na geladeira e fui para meu quarto tomar um belo banho gelado para
tirar toda a excitação que Bella causou em mim. Passei pelo seu quarto, a porta
estava fechada. Não ouvi nenhum ruído, talvez ela estivesse na cama.
Eu ainda tinha chances de conquistar Bella Merlyn Swan. Apesar de eu achar que o tempo
estava correndo, eu o tinha a meu favor. Eu tinha cinco meses, e isso para mim
era tempo suficiente.
"You're so hypnotizing
Você é tão hipnotizante
Could you be the devil, could you be an Angel
Could you be the devil, could you be an Angel
Você poderia ser o diabo,
poderia ser um anjo
Your touch, magnetizing
Your touch, magnetizing
Seu toque é magnetizante
Feels like I am floating, leaves my body glowing
Parece que estou flutuando,
deixe meu corpo irradiar
Kiss me
Beije-me
Infect me with your loving, fill me with your poison
Infect me with your loving, fill me with your poison
Contagie-me com o seu amor e me
preencha com o seu veneno
Take me
Take me
Leve-me
Wanna be your victim, ready for abduction
Wanna be your victim, ready for abduction
Quero ser sua vítima, pronta
para a abdução
Boy, you're an alien, your touch so foreign
Boy, you're an alien, your touch so foreign
Você é um alienígena, seu toque
é de outro mundo
It's supernatural, extra-terrestrial
It's supernatural, extra-terrestrial
É sobrenatural, extraterrestre..."
Katy Perry and Kanye West – E.T.
.
Bella POV
Edward
Cullen me beijou.
Nunca passou pela minha cabeça que ele sentiria
vontade de me beijar. Céus! Como aqueles lábios eram deliciosos!
Eram bem melhores do que eu imaginava. Macios e
suculentos. Foi o beijo mais excitante que eu já dei. Eu sonhava com o momento
em que eu tocaria aqueles cabelos acobreados e os puxaria com demasiada força,
fazendo Edward gemer. Aquilo me fez sentir desejada, mas me assustou muito. Eu
não queria aquilo. Apenas seria mais difícil de raciocinar, seria mais fácil de
esquecer o porquê de eu estar ali. Assim que eu me lembrei de tal fato, me
afastei dele e fui para meu quarto, sem dizer nada e deixando Edward atônito no
meio da sala. Foi melhor assim, pois se eu ficasse ali para dizer algo, eu iria
me arrepender pelo resto da minha vida estúpida, pois eu não iria dizer nada,
apenas pularia em cima dele e continuaria o que estávamos fazendo e eu pediria
em meio a gemidos que ele me levasse para seu quarto.
Se não fosse pela criança, nesse exato momento
nós estaríamos no quarto luxuoso dele. Imaginar isso me fez sentir um calor
insuportável no meio das pernas. Gemi de frustração e deitei em minha cama,
tapando meu rosto com o travesseiro macio de penas de ganso. Tentei me
concentrar em algo mais leve em vez de ficar fantasiando Edward e eu sem roupas
numa cama king size.
O bebê se mexeu.
Aquela sensação vai estar para sempre em minha mente.
Eu nunca me senti tão leve e humana como naquele momento em que eu senti o bebê
se mexer dentro de mim. Fui tomada por uma emoção forte e arrebatadora, uma que
só as grávidas sentiam. Uma sensação de poder e alegria, por ser uma criatura
digna de gerar vidas. Era uma dádiva, uma benção, você poder dar vida a alguém.
Um sorriso involuntário saiu em meus lábios e eu me levantei da cama, indo em
direção ao espelho e encarei minha forma esguia que estava tomando formas
arredondadas. Meus seios estavam enormes, minha pele estava mais corada do que
o normal – principalmente depois de um beijo sôfrego – e minha barriga estava
mais redonda e acentuada. Toquei-a, esperando que o bebê se mexesse, mas nada
aconteceu. Mesmo assim fiquei me encarando no espelho de corpo inteiro,
reparando em meus olhos, que estavam brilhantes, e meus lábios, que estavam
inchados por causa do beijo, mas que tinha um sorriso espontâneo, que eu não
dava em anos.
Eu me perguntei o que meus pais achariam dessa
situação, mas bufei em seguida. Se eles estivessem vivos, isso não estaria
acontecendo. Quer dizer, eu até estaria grávida, mas não nessas circunstâncias.
Eu estaria casada, depois de formada em alguma universidade, e estaria feliz,
cercada de meus pais e marido.
Não pude deixar de imaginar a cena em minha
cabeça. Charlie e Renée, eu e... Edward. Em um almoço de domingo, com seus
irmãos presentes também. Quem sabe até Carlisle e Esme, juntos e felizes.
Mas perfeição não existia nesse mundo. O ser
humano era capaz de acabar com qualquer perfeição que existisse. As guerras e o
aquecimento global estavam aí para provar.
Mas isso não significava que eu poderia ter uma
vida mais perfeita possível. Eu poderia ter se quisesse. Depois que tudo isso
acabasse, eu iria para mais longe possível de Edward e o deixaria com seu filho
amado. Eu teria que estar longe, pois sofreria ao vê-lo com seu filho e pensar
que aquela criança estava dentro de mim, mas que nunca iria saber de minha
existência.
Fechei meus olhos e mais lágrimas estúpidas
saíram. Fui tomada por um sentimento de possessão. Eu queria aquela criança, a
queria tanto quanto queria o pai dela.
Me chutei mentalmente por pelo menos cogitar
essa possibilidade. Eu sabia desde o início que seria assim.
Mas não imaginava que tudo tomaria rumos que eu
nem se quer imaginava que aconteceria.
O que mais me deixava intrigada era o fato de
Edward ter me beijado. Por que ele fez isso? Seria atração? Ou algum impulso
idiota? Seja lá o que fosse eu fiquei com vontade de chutar suas bolas, por me
beijar. Agora seria impossível tirá-lo da minha cabeça.
Fui para o banheiro tomar um banho e depois
dormir, dizendo a mim mesma que nunca mencionaria aquele beijo, como se ele não
passasse de um sonho maluco de minha mente absolutamente fértil.
Um sonho que me perseguiria enquanto eu
estivesse tanto dormindo quanto acordada.
Merda.
Dormi até as dez da manhã. Eu estava com um
cansaço estranho. mas a doutora Victoria disse para não me preocupar, pois era
normal. Fiquei na cama mais alguns minutos depois de acordada e enfim me
levantei.
Como uma adolescente apaixonada, eu passei meus
dedos em meus lábios, relembrando o beijo que Edward me dera na noite anterior.
Eu não queria pensar nisso, mas era inevitável. Me lembrar daqueles lábios nos
meus, naquelas mãos grandes me apertando, da sensação de minhas mãos em seus
cabelos rebeldes acobreados... Xinguei a mim mesma por ficar remoendo tal cena
em minha cabeça.
Eu teria que começar a planejar minha vida
depois do nascimento do filho de Edward. Eu já estava no quarto mês, e daqui
para frente o tempo correria mais rápido.
Entrei debaixo do chuveiro gelado para tentar
acalmar meu sistema. Minha mente estava girando, revivendo cada momento desde
que conheci Edward. Muito havia mudado desde aquele dia na Sin City. De início imaginei que Edward fosse um maluco, pagando
uma dançarina para ser sua barriga de aluguel, mas depois de um tempo, entendi
seus motivos. Eu estava cada vez mais envolvida em sua vida, tanto que eu
estava querendo ajudar Alice a fazer com que Edward tente perdoar a mãe. Eu não
sabia se Esme Cullen era inocente, mas segundo Alice, Esme dissera que tinha
uma prova.
Que prova era essa?
Fiz uma nota mental de perguntar a Alice quando
ela viesse aqui.
Vinte minutos depois ela chegou. Me perguntei
até quando ela iria ficar sem trabalhar.
- Alice, por acaso você não trabalha mais? –
perguntei com as sobrancelhas erguidas, enquanto ela deixava uma caixa de
Donuts no balcão de mármore escuro e se sentava em uma cadeira da pequena
cozinha.
Alice revirou os olhos. – Estou abandonando a
carreira de dentista.
- O que? – perguntei, minha boca formando um O
gigante.
Alice suspirou.
- Antes que você pense qualquer coisa, me deixe
explicar. – ela levantou as duas pequenas mãos para cima, me impedindo de dizer
qualquer coisa. – Enfim, eu amo o que eu faço, mas me sinto incompleta, como se
faltasse algo. – ela deu um suspiro. – minha primeira opção de carreira sempre
foi fazer moda, mas meus pais queriam a qualquer custo que eu fosse dentista.
Então eu fiz, mas é claro que se eu não gostasse, eu não faria. – disse ela
revirando os olhos.
Pigarreei e fui em sua direção, ou melhor, em
direção aos Donuts. – Bom, o que vai fazer agora?
Ela me encarou com um amplo sorriso em seus
lábios rosados. Seu rosto era iluminado e empolgado, mas mostrava uma leve
decepção.
- Não vai me dizer que você não adivinhou Bella?
Minha cabeça estalou. – Ah sim, você vai ser
estilista...? – minha confirmação saiu mais como uma pergunta.
- BINGO! – ela bateu as duas mãos e deu uma
gargalhada. – Nem acredito que finalmente vou realizar meu sonho de
adolescente!
Dei meus parabéns a ela e depois continuamos
conversando sobre seus planos. Ela disse que irá encerrar os tratamentos de
alguns clientes e começaria a faculdade de Design de Moda na Universidade da Califórnia
assim que seu filho nascesse.
- Confesso que vou sentir falta de tudo – ela
deu um suspiro pesaroso – fiz muitas amizades, com colegas e pacientes, mas ao
mesmo tempo eu estou feliz... Mas espera! – seus olhos perderam o foco de
repente.
- O que foi? – perguntei com a boca cheia.
- Tenha modos Bella. – Alice me repreendeu, me
fazendo revirar os olhos. – Acho que posso conciliar as duas coisas!
- Como assim?
- Eu posso continuar atendendo alguns pacientes
e trabalhar como estilista... – ela disse esfregando seus dedos no queixo,
pensativa.
- Não posso, não consigo imaginar como você irá
conseguir fazer isso Alice, você vai ter um filho! Não terá tempo para ter dois
empregos!
Mas eu conhecia Alice o suficiente para saber
que ela iria conseguir.
Ela me encarou com seus olhos grandes, sorrindo.
– É porque você não conhece Mary Alice Brandon Cullen, querida.
Suas palavras me fizeram rir e por pouco eu não
engasguei.
Assim que os assuntos descontraídos acabaram,
passamos ao assunto delicado.
- E Esme? – perguntei sem rodeios.
Alice grunhiu. – Está frustrada. E eu também. E
porque raios Edward não conversa com ela logo de uma vez?
Aquilo me fez rir, mas ao mesmo tempo me
preocupou. Mas logo pensei, porque eu deveria me preocupar? Eu nem faço parte
da família!
- Bom Alice, talvez ele chegue a falar com
ela... um dia. Mas é provável que isso nunca aconteça.
- Por quê?
- Ah, você sabe... – eu revirei os olhos – ela
foi embora e o deixou. E recentemente ele descobriu que era filho de um mala
que já até morreu!
- Bella, eu te contei, você sabe...
-... Sim Alice, mas e se ela estiver mentindo?
Mentindo só para se reaproximar deles outra vez?
- Sabe Bella, eu confio em Esme. Minhas
intuições nunca falham. Eu sei que ela está dizendo a verdade...
- Mas e a tal prova que ela tem? Você sabe o que
é?
Alice balançou a cabeça. – Não. Ela não disse.
Só disse que essa prova seria suficiente para todos nós entendermos o que tudo
aconteceu de fato.
- Hmm... – concordei, pensando se deveria
comentar sobre a noite de ontem com Alice. Eu tinha certeza de que eu poderia
confiar nela, mas antes eu fiz uma pergunta.
- Porque você quer tanto unir Esme à família? –
eu não me lembrava de ter feito essa pergunta antes, mas eu precisava saber.
- Não sei ao certo Bella – ela abaixou os olhos,
encarando suas unhas azuis. – eu sempre tive uma família que poderíamos dizer
que era perfeita, e é perfeita. Jasper, Emmett e Edward,
eles merecem ter o que eu tive. Jasper ainda sofre com a ausência da mãe e a
indiferença do pai. E ele me apóia no que eu faço.
Suspirei. – Entendo o que quer dizer.
- Sua família era perfeita Bella? – Alice me
perguntou de repente, mas logo se corrigiu. – Não precisa me dizer se não
quiser...
- Não, tudo bem. – eu balancei a cabeça, e
respondi. – Sim, até onde me lembro. Minha família era como você disse que a
sua era, perfeita... –
minha frase morreu e as lágrimas vieram logo em seguida.
Alice se levantou e me abraçou. Apesar de ser
pequena e aparentar ser frágil, Alice me abraçou forte, aquilo me fez sentir
segura. Alice era como uma irmã para mim, o mais próximo que eu tinha de uma
família em muito tempo. Logo eu estava soluçando.
- Ah amiga, eu não deveria ter tocado nesse
assunto... – ela murmurou, mas eu a interrompi.
- Relaxa Alice – eu disse entre soluços – você
não tem culpa de meus hormônios serem estúpidos.
Ela riu. – Mesmo assim Bella. É um assunto
delicado para você. A gravidez só fez com que você demonstrasse sua dor de uma
forma mais...
- Dramática? – eu chutei. Ela riu novamente.
- Não sua boba. Eu quis dizer de uma forma mais
forte.
Tirei meu rosto molhado de seu ombro e a
encarei. Ela falou.
- É por essas e outras que eu queria tanto que
você fizesse parte da família Bella. Essa idéia absurda de Edward, querendo ou
não, teve um lado positivo. Eu conheci você e agora você é como uma irmã para
mim. Vai ser muito difícil para mim me despedir de você quando tudo acabar... –
percebi que ela estava começando a chorar também.
- Ah nem pense em chorar Alice! – eu a abracei
novamente.
- Agora eu também sou uma grávida com hormônios
em polvorosa sua boba. – com isso caímos na risada. Quando finalmente
conseguimos parar, eu decidi contar a ela o incidente de ontem.
É claro que ela amou.
- Céus! Ele te beijou! – ela quicou na minha
frente. – Bella! Isso é incrível!
- O que tem de incrível nisso Alice?
- Isso significa que ele gosta de você... – ela
piscou para mim.
- Sim, eu sei... Alice, não viaja okay? – eu
disse indo em direção ao sofá.
- Bella, pense por um momento - ela se sentou ao
meu lado. – Para ele beijar você, é claro que ele sente algo, ou acha que eu
não percebi o jeito que ele ficou quando você parou para conversar com aquele
bonitão do bar?
- Isso não significa nada Alice.
- Como não significa? Eu conheço Edward muito
bem, e ele nunca ficou com aquele olhar raivoso e possessivo com uma mulher.
Ele sempre sai com muitas, até casou com aquela vadia da Tanya, que deu em cima
do meu Jazz, – seus olhos se estreitaram – mas nunca, nunca, eu o vi daquele jeito.
Aquilo era ciúme. E uma pessoa só tem ciúme de alguém que ama. Ele está
apaixonado por você Bella!
As palavras de Alice entravam em minha cabeça de
modo intenso, e ficava se repetindo em minha mente, me fazendo lembrar do modo
como Edward ficou irritado quando eu estava conversando com James, em como ele me
tocava, em como ele me olhava, em como ele me beijava ontem à noite...
Mas eu não queria acreditar na teoria de Alice.
E se aquilo não fosse verdade? E se essas reações de Edward fossem influência
de minha gravidez? E se fosse apenas uma mera atração física, que quando
acabasse ele me abandonaria?
Eu já havia sofrido demais na minha vida idiota.
Não suportaria outra decepção. Era melhor deixar a situação do jeito que
estava.
Sacudi a cabeça, encarando uma Alice eufórica. –
Esqueça Alice, isso é apenas uma consequência da gravidez. E eu não sinto nada
por Edward. Estou aqui apenas por causa da grana.
Alice revirou os olhos. – Você não me convence Merlyn. Mas eu não vou
insistir. Vou deixar que no destino trabalhe sozinho.
Bufei internamente. Destino. Se for o mesmo destino
que me tirou a vida perfeita que eu tinha, então eu estava fudida.
Sexto mês de gestação...
- O bebê já está com uns 29 cm e cerca de 740
gramas. O sistema respiratório está normal e suas características físicas estão
normais. Nenhuma anomalia ou alteração cromossômica. – A doutora Victoria nos
encarava enquanto realizava a ultrassonografia.
Eu já estava no sexto mês, e meu corpo estava
mais redondo. Eu já podia sentir o bebê se mexer, tanto que Edward sempre
tocava minha barriga para senti-lo. Eu ainda estava tomada pela emoção de estar
grávida, e isso estava evidente, pois Edward comentou comigo a respeito. Me
disse que eu estava mais alegre e ele sempre me pegava conversando com o bebê.
Ele não comentou mais nada sobre o beijo. Nem no
dia seguinte, quando chegou do trabalho. Era como se nada tivesse acontecido, e
isso me deixou satisfeita.
Eu estava mais que satisfeita. Quanto mais
Edward fingia nada ter acontecido, quanto mais ele me evitava, mais eu ficava
feliz. Pois se ele tentasse me beijar outra vez, eu não responderia por mim.
Alice comentava comigo que Edward estava sempre
me olhando quando eu não percebia. Ela, Jasper, Emmett e Rosalie passaram a
frequentar a casa de Edward depois do trabalho.
Eles jantavam lá quase a semana toda. Segundo
Rosalie, Emmett estava mais caseiro depois do noivado, e segundo Jasper, Alice
tinha que evitar qualquer tipo de badalação, por causa da gravidez.
"Ele
está sempre te encarando", sussurrou Alice noite
passada, enquanto estávamos na cozinha, com Rosalie, lavando a bagunça do
jantar. "Ele parece estar se
refreando, como se ele tivesse vontade de abraçá-la ou beijá-la."
Revirei os olhos. Alice sonhava demais. Mas
Rosalie concordou com ela. Concluí que as duas liam romances demais.
Confesso que adoro romances. Sou fanática por
elas. De Bronte a Nicholas Sparks, eu adorava ler. Mas passei a evitá-las por
causa da gravidez. Eu estava muito vulnerável emocionalmente. Eu enlouqueceria.
- Então está tudo bem com ele? – Edward
perguntou me tirando de meus devaneios.
Victoria sorriu. – Ela está muito bem sim, forte e saudável.
- Ela? – eu e Edward perguntamos ao mesmo tempo.
- Sim! Serão pais de uma linda menina!
Edward abriu um enorme sorriso abobalhado,
típico de pai coruja.
- Uma linda menina... – sussurrou inconsciente.
Edward por alguns segundos pareceu estar com sua
mente em outro lugar. O fato de seu bebê ser uma menina pareceu mexer em algo
dentro dele. Mas logo ele pareceu retornar, voltando seus olhos verdes
hipnotizantes para mim. Quando percebeu que eu o encarava, seu sorriso se
abriu, exibindo seus dentes perfeitamente brancos.
Aqueles olhos me prenderam como sempre faziam
quando eu o encarava. Havia uma emoção contida ali, e de repente meus
batimentos cardíacos começaram a se acelerar. Victoria pigarreou. Corando, me
virei para ela.
Enfim terminamos mais uma consulta. Victoria me
disse para continuar a tomar as vitaminas e continuar com os exercícios
específicos para gestantes. Era bom eu estar me exercitando, pois eu queria
estar em forma para voltar com todo o gás aos palcos da Sin City.
E nada de Edward querer conversar com a mãe. E
nada de comentar sobre o beijo. Era apenas aquele comportamento automático,
conversava comigo, me perguntava algo sobre minha vida, sobre como eu estava me
sentindo, se o bebê se mexia...? E quando ele achava que eu não estava olhando,
ele me encarava de um jeito que me fazia tremer de excitação.
Qual era o problema dele?
"Ele te olha de um jeito tão lindo, como
se você fosse a coisa mais importante da vida dele..." – Aquelas palavras de Alice vieram
automaticamente à tona para responder a minha pergunta. Mas eu finquei pé na
minha decisão: não me deixaria levar pelos acontecimentos. Se depois que sua
filha nascesse ele sentisse algo por mim como sente agora, eu avançaria nele
como um animal em plena caça e atacaria seus lábios com tanta volúpia que ele
nunca iria esquecer.
Alice, Angela, Jessica e até Rosalie, se
recusavam a aceitar minhas palavras. Elas me diziam que eu estava pirando,
pensando que o Edward sentia algo por mim era reflexo da minha gravidez, de que
ele estava achando que estava sentindo algo por mim, sendo que tudo isso era
consequência da gravidez. A gravidez era algo forte na vida de alguém, mudava a
pessoa de uma forma tremendamente assustadora, confundia nossos sentidos,
sentimentos, desejos...
Em tese, eu não acreditava que Edward me amava.
Ele achava que amava, mas quem garante que isso continuaria depois que sua
filha nascesse e eu não estivesse mais ligada a ele?
Eu me recusava a sentir esperanças.
No carro, a tensão era palpável. Para quebrar o
silêncio que estava me enlouquecendo, iniciei uma conversa.
- Tem em mente algum nome?
Edward me respondeu, sem me olhar. – Ainda não,
tem alguma sugestão?
Suspirei. – Não faço ideia. Mas é você quem deve
escolher o nome. Você é o pai. – disse encarando-o com as sobrancelhas
erguidas.
Enquanto paramos em um sinal, Edward olhou na
minha direção. Sua expressão parecia dizer que ele estava pensando no que eu
acabara de dizer. E o que eu realmente quis dizer foi: "Eu não tenho nenhum direito
sobre a criança e você é o pai...". Aquilo
doeu em mim.
Quando o sinal abriu, ele retornou sua atenção à
estrada a sua frente, mas de repente, ele disse.
- Mas você tem algum nome para me sugerir?
- Hmm... – eu respondi. – Gosto muito de
Melanie, Sophia, Madeleine...
- Hmm, nomes bonitos. Obrigado pela sugestão.
- De nada camarada.
Assim que chegamos ao seu apartamento, fui
direto para meu quarto, mas antes que eu sequer pensasse em ir, Edward pegou
meu braço.
- Bella, espere...
Meu coração falhou uma batida.
- O que foi?
Seu olhar era sério e profundo, como se ele
pudesse ver dentro da minha alma. Eu me sobressaltei quando sua mão esquerda
tocou meu rosto rubro. Minha respiração se acelerou.
- Eu, eu... – Edward gaguejava, com sua
respiração ligeiramente acelerada, como a minha.
Devagar, ele aproximou seu rosto do meu. Eu não
queria, não podia fazer aquilo. Eu sabia que perderia o controle assim que seus
lábios tocassem os meus.
Eu não poderia permitir isso.
- Edward, por favor... – eu dizia entre
arquejos. Só não sabia se eu estava querendo dizer "Por favor, continue" ou "Por
favor, pare!".
Ele parou, sua boca há milímetros da minha.
- O quê? – sua voz era apenas um sussurro.
- Não faça isso. – minha voz estava trêmula.
Ele estava perto demais, e isso atrapalhava meus
pensamentos. Seu cheiro, uma mistura de loção pós-barba e hortelã me inebriou.
Mas então pensei comigo mesma. Eu estava ferrada
de qualquer jeito, não faria diferença se ele me beijasse outra vez. Aproveite, meu inconsciente
murmurou.
Ignorando qualquer pensamento racional e lógico,
entrelacei meus dedos pequenos em seus cabelos acobreados, fazendo-o fechar os
olhos e suspirar. Minhas unhas estavam um pouco grandes e sem querer arranhei
seu couro cabeludo.
- Bella... – ele gemeu meu nome.
Aquilo me enlouqueceu. Uma corrente elétrica
forte correu em meu corpo, e sem pensar, ataquei seus lábios com fúria.
Foi bem melhor do que a primeira vez. Sua língua
pedia passagem em minha boca, e eu prontamente cedi espaço. Seus lábios eram
urgentes, mas ao mesmo tempo delicados. Com cuidado, pressionei meu corpo ao
dele, obtendo pouco sucesso. A barriga estava muito grande. Eu tentava, mas
estava difícil. Eu queria afastá-lo, dizer que ele era um idiota por estar
fazendo uma sacanagem dessas comigo, mas meus hormônios estavam a favor de
Edward. Quanto mais eu o beijava, mais eu queria que ele me possuísse.
Quando sua mão agarrou um de meus seios –
arrancando um gemido do fundo da minha garganta – eu senti algo me chutar.
- OH! – Eu me afastei, com as mãos na barriga
redonda.
E mais uma vez, para a minha alegria – e
frustração de Edward – o bebê entrou em ação no meio do nosso beijo.
Edward, que estava ofegando, tocou a minha
barriga com demasiada delicadeza.
Assim que sua mão me tocou, o bebê chutou outra
vez, me deixando sem ar de pura surpresa.
- Nossa... – era a única coisa que eu escutava
de Edward. Ele estava com o sorriso bobo outra vez, fascinado com aquela
experiência. Eu estaria mais emocionada se ele não tivesse me forçado a atacá-lo.
O fuzilei com os olhos.
- Qual é o seu problema? – perguntei irritada.
Ele me encarou. Seus olhos ainda brilhavam de
excitação. Edward pareceu pensar na pergunta, procurando a melhor resposta.
O que ele falou quase me fez sofrer um infarto.
- Bella, o que acha de acabarmos com esse
contrato estúpido?
Parei de respirar. – O quê?
- Bella – ele pegou em meus ombros – não quero
mais continuar com isso. Não vai fazer bem para nenhum de nós três. – ele
terminou tocando minha barriga novamente.
Eu não conseguia dizer nada. Eu não sabia o que
fazer. Ele se afastou de mim e começou a andar de um lado para o outro.
- Eu me deixei levar por um acontecimento idiota
da minha vida, passei todo esse tempo lamentando pela minha vida estúpida. Eu
achava que não poderia formar uma família, achava que se fizesse isso eu me
arruinaria como aconteceu com Carlisle...
"E para ter filhos seria necessário uma
mulher. Eu me recusava a me casar, mas logo acabei cometendo o erro de me unir
à Tanya, achando que ela cumpriria a parte dela no trato... mas ela fracassou e
foi aí que eu tive a ideia de arrumar uma barriga de aluguel.
- Aonde quer chegar Edward? – perguntei
impaciente.
Ele respirou fundo e disse:
- Bella, quero que se case comigo.
Meu queixo caiu.
- C-c-como?
Ele se aproximou de mim e sussurrou.
- Você é uma mulher extraordinária Bella. Você é
diferente de tudo que eu já vi, e sempre que está perto... – ele balançou a
cabeça – é como se você tivesse um imã que me atraísse até você. Eu sinto
coisas inexplicáveis com você por perto... eu me apaixonei por você Bella.
Minha voz sumiu por alguns segundos e minha
mente ficou em branco. Não era possível que ele estivesse dizendo aquilo. Era
loucura.
Parte de mim queria acreditar nele. Mas meu
inconsciente martelava, como um holofote, esfregando na minha cara, que eu não
podia fazer tal loucura.
Edward estava tomado pela emoção de ser pai e
achava que estava apaixonado por mim. Ele estava confundindo as coisas, e isso
não era certo.
Talvez o que ele estivesse sentindo por mim
fosse afeto, amizade, misturados com atração física. Mas amor?
- Edward... – sacudi a cabeça – você não pode
fazer isso, agir por impulso. Isso é tolice.
- Tolice? Acha que o que eu sinto por você é
tolice? – ele me olhava incrédulo.
Bufei e joguei as minhas mãos para o ar.
- Você acha que sente algo, mas você não percebe
Edward? Não percebe que até eu mudei por causa dessa gravidez? Você está se
deixando levar pelo que eu estou sentindo, essa confusão de sentimentos, as
frustrações... você passa muito tempo comigo, e às vezes você esquece que eu
sou apenas uma barriga de aluguel! Essa gravidez afetou não só a mim, mas a
você também!
- Porque acha isso? – ele levantou as
sobrancelhas.
Sorri de escárnio.
- Não foi para isso que você quis um filho,
afinal? Para ter alguém em quem pudesse confiar, alguém que pudesse fazê-lo
sentir o que seu pai não fez por você? E porque cargas d'água eu me casaria com
você? Você não está apaixonado por mim e nem
eu estou apaixonada por você!
Aquelas palavras o atingiram como um soco. Mas é
claro que era mentira, cada palavra que saiu de minha boca. Eu estava
apaixonada por Edward. Eu o queria de várias maneiras possíveis. Cada traço de
seu corpo perfeito me atraía, assim como sua sinceridade, sua amizade e sua
vulnerabilidade. Eu o amava a ponto de me fazer sentir dor.
Mas eu não podia confiar em mim mesma, e nem
nele. Ele estava se deixando levar, e no momento em que sua filha nascesse ele
esqueceria.
Me agarrei a esperança de que isso não fosse
acontecer. Cogitei a possibilidade de me atirar em seus braços e fazê-lo me
levar até Las Vegas e casarmos naquelas capelas.
Mas eu não queria arriscar.
Edward me encarava incrédulo, visivelmente
abalado com minhas palavras. Ele respirou fundo e disse.
- Eu entendo o que você disse Bella, mas eu não
admito que você insinua algo a respeito dos meus sentimentos. Você não faz
ideia do que faz comigo.
Sem dizer mais nada, ele me agarrou novamente,
me beijando de uma maneira que me fez ficar mole de imediato. Sua boca era
urgente e possessiva, e suas mãos exploravam sem vergonha o meu quadril, coxas
e seios. Eu arquejava em meio ao seu beijo luxuriante.
- Edward, o bebê... – eu murmurei quando ele me
permitiu respirar.
Sua boca agora estava em meu pescoço. Ele sugava
e mordiscava, me fazendo gritar.
- Eu sei do bebê Bella, apenas relaxe... – sua
boca voltou à minha.
Eu estava mais fudida do que nunca. Agora era
impossível me afastar dele. Retribuí o beijo com vontade, fazendo nossas
línguas brigarem por espaço, lançando-os a uma dança incrivelmente erótica, que
só Edward sabia fazer.
Eu tive muitos homens em minha curta vida
estúpida. Mas nenhum deles, nem James, me fazia perder a cabeça como Edward
sabia. Apenas pelo simples fato de olhar em meus olhos, de sorrir...
O amor que eu sentia por ele aumentava a cada
dia, mas eu me recusava a deixá-lo abrir caminho e se libertar. Ele martelava
em meu coração, bombeando-o por todo o meu corpo, indo até o mais profundo de
meu ser.
Já não bastava amar aquele homem que me atacava
com volúpia, agora eu amava também aquela criança. A cada chute, a cada batida
de coração ouvido pelo aparelho de ultrassom, meu amor por aquele ser
desconhecido aumentava, inflava dentro de mim. Estava cada vez mais difícil de
suportar em silêncio.
Mas eu teria que aguentar apenas mais três
meses.
Três meses...
Em três meses eu estaria liberta. Estaria livre
daqueles sentimentos que me eram desconhecidos até Edward aparecer em minha
vida, estaria livre para voltar a dançar, a ser livre e sozinha, como eu sempre
fui...
Me afastei bruscamente de Edward. Ofegante,
disse a ele para me deixar em paz e corri para meu quarto.
Até que eu o ouvi dizer:
- Não vou desistir de você Bella...
Fechei a porta com força e corri para o espelho.
Encarei a mulher corada e amarrotada à minha frente. Toquei minha barriga e
murmurei.
- Por que você faz isso comigo em garota? Por
que você faz seu pai pensar que me ama? Porque você me fez te amar?
Eu estava soluçando e minhas lágrimas pareciam
cristais na luz da lua que entrava pela enorme janela. Continuei praguejando.
- Mas que droga! Por que eu aceitei essa
proposta estúpida? Eu deveria ter recusado e agora eu estaria feliz na Sin City... Inferno!
Como resposta, ela me chutou, desta vez mais
forte. Era como se ela estivesse me repreendendo por ter dito aquelas coisas
idiotas.
- Tudo bem – murmurei para ela – eu sei que você
não tem culpa de tudo isso. Você não tem culpa de seu pai ser maluco, não tem
culpa se sua avó o abandonou, não tem culpa de eu ter aceitado ser sua mãe,
embora você nunca vá me conhecer... – fechei os olhos com força – não tem culpa
por eu te amar tanto...
Espremi meus olhos, liberando mais lágrimas. A
verdade era cruel. Eu estava apaixonada por Edward, amava o bebê dentro de mim,
e não tinha a menor ideia de como seria depois de que ela nascesse. O futuro
era um buraco escuro, e eu tinha medo de saber o que se esconde nele.
Edward interrompeu meu raciocínio ao bater na
porta.
- Bella, eu preciso ir. Mas quando eu voltar...
eu queria muito conversar com você sobre... – ele pareceu se esforçar para
continuar – e queria pedir desculpas. Nos vemos mais tarde.
Senti um alívio imenso ao saber que Edward
estaria a uma distância segura de mim por mais algumas horas, isso me
permitiria respirar.
Quando seu Volvo virou a esquina, peguei minha
bolsa e disquei um numero.
- Bella?
- Oi Jake. Você está em casa?
- Sim,
aconteceu algo?
- Mais ou menos. Posso passar ai?
- Claro.
Vou esperar.
- Chego aí em vinte minutos.
Saí do apartamento e minha cabeça pareceu
clarear. O ar da casa ainda estava carregado com toda a tensão da discussão e
do beijo. Eu precisava conversar com alguém, e Jacob era a melhor pessoa no
momento.
Enquanto tomava um táxi, eu pedia aos Céus para
acelerar o tempo. Eu queria que esses três últimos meses corressem, para minha
angústia acabar logo. Eu não aguentava mais tudo aquilo. Não aguentava mais
sentir algo sem ter certeza de que os hormônios estão ou não me influenciando,
eu ficava frustrada a cada vez que a confusão me tomava.
Eu queria saber se eu seria capaz de sentir tudo
isso que eu sentia agora, sem influência de gravidez alguma. Ter certeza de que
eu amava Edward realmente, ter certeza de que não era apenas questão de sexo.
Queria ter certeza de que eu poderia ser feliz depois de tudo isso, poder ter
uma família de verdade outra vez.
Ou se eu continuaria dançando para homens
estúpidos e voltaria para a casa, sabendo que não teria ninguém esperando por
mim, de braços abertos.
Gemi internamente, me odiando por descobrir ser
uma mulher como todas as outras: vulneráveis, sentimentais, apaixonadas, e não
a mulher que eu considerava ser: forte, destemida, sem sentimentos, acabada,
desacreditada.
Merda, Edward Cullen acabou comigo.
Continua...
coitadinha da Bells sofri junto com ela! nossa agoro estou mais anciosa pelo proximo cap!! Beijusculo Twikisses♥♥ ate de tarde!
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