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Friday, June 22, 2012

FANFIC - NOVE MESES - CAPÍTULO 12



Título: Nove Meses
Autora(o):
 Anne Stewart
Shipper:
 Bellard
Gênero:
 Drama / Romance.
Censura:
 NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Personagens:
 Alice Cullen, Bella Swan, Carlisle Cullen, Edward Cullen, Emmett Cullen, Esme Cullen, Rosalie Hale, Jessica Stanley, Angela , Jacob Black
Avisos:
 Sexo

Nove Meses
By Anne Stewart

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"


Capítulo 12 – Just More One Kiss

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"
Fernando Pessoa

Para ouvir: Seal – Crazy / Cross the Line – John Legend / E.T – Katy Perry and Kanye West

Edward POV

Eu sempre desejei aquilo. Desde a primeira vez que a conheci.
Eu só não sabia disso ainda. Meu inconsciente esperou o momento certo para assumir o controle e me fazer ir até a sua direção e agarrá-la de modo possessivo e me saborear com seus doces lábios vermelhos.
Eu estava beijando Bella Swan. A mãe de meu filho. Aquela vontade de sentir seus lábios sempre esteve rondando minha mente, mas sem que eu percebesse o que eu queria até que isso aconteceu.
E era melhor do que eu pensava.
Eu precisei sentir algo que nunca esperei sentir por uma estranha, algo forte e que faz até o mais forte dos homens perderem a cabeça. O ciúme.
Ver aquele homem se insinuar para Bella me deu nos nervos. Eu senti vontade de ir até lá e bater naquele homem. Meu ódio com toda a certeza era palpável.
O pior de tudo era o fato de Bella estar gostando, como se estivesse em um jogo de gato e rato. Ela sorria e acenava animadamente, como se estivesse flertando com ele. Sem falar no modo indecente em como ele sussurrava em seu ouvido. Aquilo me deu raiva.
Eu contava com Bella se livrando rápido daquele imbecil, pois se ela demorasse mais uns dois minutos ali, eu iria até lá e daria uma lição naquele cara. Logo Bella voltou até a nossa mesa e comentou que o cara do bar era um ex-namorado dela. Ele havia feito uma proposta a ela, e ela havia recusado. Isso me fez pensar que se Bella não estivesse grávida, ela aceitaria. Ela iria embora para longe de mim, e eu continuaria sozinho.
Tudo piorou quando percebi o motivo daquele jantar. Alice contara a todos que estava grávida. Jasper ficou radiante, seus olhos brilhavam de um modo que eu nunca vi. Depois disso ele não tirava os olhos de Alice. Ele a olhava com adoração e sempre tocava sua barriga, como se a criança estivesse desenvolvida e estava mexendo.
Vendo meu irmão feliz ao lado da mulher que ama, me fez rever meus conceitos. Eu estava começando a achar esse meu plano ridículo demais, e percebi que estava deixando acontecimentos do passado interferissem em minha vida. E daí que meu pai – pelo menos eu achava que era – não foi feliz no casamento? E daí que ele tenha escolhido a mulher errada para viver com ele? Porque eu sempre achava que isso aconteceria comigo?
E se Bella fosse a mulher que eu estava procurando, sem saber que estava procurando de fato?
Mas ela não queria saber de mim. Ela queria viver sozinha e de modo independente. Ela não queria ter uma família, ela deixou isso muito claro. E agora eu estava me deixando levar por ela sabendo que logo eu estaria sozinho novamente. Quer dizer, nem tão sozinho. Eu estaria com meu filho.
Mas eu não estaria com a mãe dele. Ela não queria ter nenhum vínculo emocional com a criança, já bastava o que ela estava passando durante a gravidez.
Me perguntei se ela estava mudando com essa gravidez. Pelo menos eu presenciei alguns momentos para deduzir. Ela chorava, sorria, fazia piadas e se sentia solitária. Seus hormônios estavam em polvorosa, sintoma numero um de qualquer gravidez.
Talvez ela se deixasse levar também, como eu estava. Talvez ela gostasse de minha companhia. Às vezes eu me sentia como seu marido, apoiando-a sempre que ela queria alguma opinião, satisfazendo seus desejos estranhos, mantendo-a em meus braços quando ela chorava, dando atenção quando ela desabafava...
Ela estava cada vez mais entrelaçada em minha vida, dominando minha mente e me fazendo sentir sua falta cada vez que ela não estava ao meu lado.
Eu estava apaixonado por ela.
A cada passo que eu dava em sua direção, um sentimento que eu achava um clichê me dominava. Eu me sentia um adolescente dando seu primeiro beijo. Todo aquele sentimento de expectativa de quando um cara de dezessete anos estava prestes a beijar a líder de torcida da escola. O coração batia forte, a pele esquentava e os olhos brilhavam. Eu sempre achei isso ridículo, mas eram sensações boas de sentir.
Percebi que por todos esses anos eu vivi como uma criança birrenta, acusando outras pessoas por minha vida ser uma droga. Eu não tive uma família normal como os meus amigos. Eu tinha um pai que estava à beira da decadência e uma mãe que escolheu viver com um traidor em vez de ficar com os filhos. Isso me revoltava demais, mas eu comecei a perceber que isso estava me atrasando. Eu estava perdendo tempo me preocupando com esses problemas. Eu sou eternamente grato a Bella por me mostrar isso.
Bella me mostrou que a vida é mais do que os problemas, é aprender a superá-los. E ela sabia muito bem como dar a volta por cima. Era inacreditável o fato dela passar por tudo o que passou e ainda estar com sua sanidade intacta. Eu não sei se teria a coragem e a força que ela teve caso eu passasse por isso.
Ela estava – na verdade, Alice estava tentando – me reaproximar de meus pais. Ficou mais difícil desse fato se tornar realidade depois que eu soube que Carlisle Cullen não era meu pai biológico. E só de imaginar que eu fui tratado como um pária durante todos esses anos pelo simples fato dele ter sido enganado por Esme. E o que eu tinha a ver com esse ato de irresponsabilidade?
Eu não via possibilidade de uma reconciliação. Eu estava evitando esse assunto, mas logo ele viria à tona de novo para me atormentar. Um fantasma do passado me assombrando, esperando o momento certo para me pegar.
Esvaziei minha mente com esse assunto e aproveitei com deleite o beijo que estava dando em Bella. Era espetacular sentir suas mãos em meus cabelos, puxando ora de modo brusco, ora de modo leve, me fazendo gemer de êxtase entre seus lábios.
Mas durou pouco, pois Bella se afastou bruscamente. Seus lábios estavam mais vermelhos do que o normal e inchados. Imaginei que ela iria me xingar por agarrá-la, mas meu sangue gelou quando notei sua expressão e suas mãos pequenas sobre sua barriga. Mas de repente ela sorriu.
- Há algo de errado Bella?
Ela balançou a cabeça e fechou os olhos, liberando gotas cristalinas em seu rosto corado.
- Céus Bella! Me diga o que está acontecendo? – eu me apavorei por ela não dizer nada, morrendo de medo de algo estar errado com o bebê. Segurei seus ombros com força, quase a sacudindo.
Ela pareceu fazer um esforço para falar, e quando o fez, sua voz saiu fraca, apenas um sussurro. – Acho que o bebê se mexeu.
Fiquei três segundos exatos parado, encarando o oceano de chocolate de seus olhos. O bebê havia se mexido, pela primeira vez.
O tempo correu rápido demais. Me lembro como se fosse ontem quando saímos da clínica após a realização da inseminação.
Instintivamente minhas mãos saíram de seus ombros e foram para sua barriga.
- Ele... se mexeu. – eram as únicas palavras que saíam de meus lábios.
O melhor de tudo era o fato de Bella estar emocionada. É claro que os hormônios dela eram responsáveis, mas isso me deu uma pontada de esperança.
Toquei sua barriga esperando sentir também, mas nada aconteceu.
- Não sinto nada. – disse de modo indiferente.
- Espere um pouco... Aqui. – ela pegou minha mão e guiou até uma região de sua barriga. Sentir suas mãos sobre a minha causava sensações inexplicáveis. A pele pálida de suas mãos pequenas eram macias e aveludadas, e eram carregadas de uma certa energia desconhecida, que eram enviadas em ondas elétricas para meu corpo. Eu me perguntava se ela sentia a mesma coisa.
Contemplei minha mão em sua barriga, esperando o movimento. Mas nada. Bella arqueou as sobrancelhas e me encarou com seus orbes achocolatados.
- Acho que não dá para sentir ainda, o bebê é muito pequeno, talvez apenas eu vá senti-lo por mais algumas semanas.
Bufei de asco. – Tudo bem, não faz mal.
Me virei e encarei seus olhos. Bella ainda parecia ofegante, mas tentava disfarçar. Eu queria voltar a beijá-la. Sentir seus lábios vermelhos fora a sensação mais maravilhosa que já senti. Nenhuma mulher era capaz de mexer comigo com apenas um beijo.
Mas eu sabia muito bem que não era apenas o beijo de Bella que me deixava confuso e fascinado. Não canso de dizer a mim mesmo que Bella é uma mulher incrível. Passou por cima de todos os seus problemas – e perto dos meus problemas, os dela são dignos de causar trauma em qualquer um – e seguiu em frente com sua vida. Muitas pessoas seriam fracas o suficiente para cometer atrocidades se sofresse a metade do que ela passou, mas ela não. Ela teve esperanças, e agora aqui estava ela, na minha frente, com uma aparência delicada e indefesa, descrições que se acentuaram com a gravidez.
Mesmo ela não querendo admitir, ela era delicada e indefesa. Ela sofria, apesar de dar a volta por cima em sua vida. Ela precisava de pessoas ao seu redor. Amigos, família... e agora ela tinha. Ela tinha as suas amigas da casa noturna, tinha a amizade de meus irmãos e cunhadas, e tinha a mim. Mas pela sua expressão assustada e irritada, ela não queria a minha companhia. Pelo menos não agora.
Sem dizer uma palavra, Bella se virou e foi para seu quarto. Não disse nada sobre o beijo, e isso me frustrou.
Será que ela não sentiu nada? Será que ela não sentiu o formigamento pelo corpo, o rastro de fogo onde minha pele tocava a dela, a sensação avassaladora de querer beijar mais e mais? Isso não era é possível. Ela retribuiu meu beijo de um jeito que me fez parecer que ela estava gostando e querendo mais, como eu estava.
Algo estava errado.
Eu estava cogitando duas opções: ou ela não sentia nada por mim, ou ela estava fingindo não sentir nada.
Mas eu não tinha pressa de conquistá-la. Eu ainda tinha tempo para descobrir se ela sentia algo por mim e tentaria conquistá-la, convencê-la de que ela seria feliz comigo e com meu – nosso – filho. Ela querendo ou não aquela criança era dela. Aquela criança teria seu DNA, teria características dela, tanto físicas quanto psicológicas. Ela sentiria falta dela quando nascesse e ela partisse. Ela é humana.
Sorri como um idiota no meio da sala. Peguei uma cerveja na geladeira e fui para meu quarto tomar um belo banho gelado para tirar toda a excitação que Bella causou em mim. Passei pelo seu quarto, a porta estava fechada. Não ouvi nenhum ruído, talvez ela estivesse na cama.
Eu ainda tinha chances de conquistar Bella Merlyn Swan. Apesar de eu achar que o tempo estava correndo, eu o tinha a meu favor. Eu tinha cinco meses, e isso para mim era tempo suficiente.

"You're so hypnotizing
Você é tão hipnotizante
Could you be the devil, could you be an Angel
Você poderia ser o diabo, poderia ser um anjo
Your touch, magnetizing
Seu toque é magnetizante
Feels like I am floating, leaves my body glowing
Parece que estou flutuando, deixe meu corpo irradiar
Kiss me
Beije-me
Infect me with your loving, fill me with your poison
Contagie-me com o seu amor e me preencha com o seu veneno
Take me
Leve-me
Wanna be your victim, ready for abduction
Quero ser sua vítima, pronta para a abdução
Boy, you're an alien, your touch so foreign
Você é um alienígena, seu toque é de outro mundo
It's supernatural, extra-terrestrial
É sobrenatural, extraterrestre..."
Katy Perry and Kanye West – E.T.
.
Bella POV

Edward Cullen me beijou.
Nunca passou pela minha cabeça que ele sentiria vontade de me beijar. Céus! Como aqueles lábios eram deliciosos!
Eram bem melhores do que eu imaginava. Macios e suculentos. Foi o beijo mais excitante que eu já dei. Eu sonhava com o momento em que eu tocaria aqueles cabelos acobreados e os puxaria com demasiada força, fazendo Edward gemer. Aquilo me fez sentir desejada, mas me assustou muito. Eu não queria aquilo. Apenas seria mais difícil de raciocinar, seria mais fácil de esquecer o porquê de eu estar ali. Assim que eu me lembrei de tal fato, me afastei dele e fui para meu quarto, sem dizer nada e deixando Edward atônito no meio da sala. Foi melhor assim, pois se eu ficasse ali para dizer algo, eu iria me arrepender pelo resto da minha vida estúpida, pois eu não iria dizer nada, apenas pularia em cima dele e continuaria o que estávamos fazendo e eu pediria em meio a gemidos que ele me levasse para seu quarto.
Se não fosse pela criança, nesse exato momento nós estaríamos no quarto luxuoso dele. Imaginar isso me fez sentir um calor insuportável no meio das pernas. Gemi de frustração e deitei em minha cama, tapando meu rosto com o travesseiro macio de penas de ganso. Tentei me concentrar em algo mais leve em vez de ficar fantasiando Edward e eu sem roupas numa cama king size.
O bebê se mexeu.
Aquela sensação vai estar para sempre em minha mente. Eu nunca me senti tão leve e humana como naquele momento em que eu senti o bebê se mexer dentro de mim. Fui tomada por uma emoção forte e arrebatadora, uma que só as grávidas sentiam. Uma sensação de poder e alegria, por ser uma criatura digna de gerar vidas. Era uma dádiva, uma benção, você poder dar vida a alguém. Um sorriso involuntário saiu em meus lábios e eu me levantei da cama, indo em direção ao espelho e encarei minha forma esguia que estava tomando formas arredondadas. Meus seios estavam enormes, minha pele estava mais corada do que o normal – principalmente depois de um beijo sôfrego – e minha barriga estava mais redonda e acentuada. Toquei-a, esperando que o bebê se mexesse, mas nada aconteceu. Mesmo assim fiquei me encarando no espelho de corpo inteiro, reparando em meus olhos, que estavam brilhantes, e meus lábios, que estavam inchados por causa do beijo, mas que tinha um sorriso espontâneo, que eu não dava em anos.
Eu me perguntei o que meus pais achariam dessa situação, mas bufei em seguida. Se eles estivessem vivos, isso não estaria acontecendo. Quer dizer, eu até estaria grávida, mas não nessas circunstâncias. Eu estaria casada, depois de formada em alguma universidade, e estaria feliz, cercada de meus pais e marido.
Não pude deixar de imaginar a cena em minha cabeça. Charlie e Renée, eu e... Edward. Em um almoço de domingo, com seus irmãos presentes também. Quem sabe até Carlisle e Esme, juntos e felizes.
Mas perfeição não existia nesse mundo. O ser humano era capaz de acabar com qualquer perfeição que existisse. As guerras e o aquecimento global estavam aí para provar.
Mas isso não significava que eu poderia ter uma vida mais perfeita possível. Eu poderia ter se quisesse. Depois que tudo isso acabasse, eu iria para mais longe possível de Edward e o deixaria com seu filho amado. Eu teria que estar longe, pois sofreria ao vê-lo com seu filho e pensar que aquela criança estava dentro de mim, mas que nunca iria saber de minha existência.
Fechei meus olhos e mais lágrimas estúpidas saíram. Fui tomada por um sentimento de possessão. Eu queria aquela criança, a queria tanto quanto queria o pai dela.
Me chutei mentalmente por pelo menos cogitar essa possibilidade. Eu sabia desde o início que seria assim.
Mas não imaginava que tudo tomaria rumos que eu nem se quer imaginava que aconteceria.
O que mais me deixava intrigada era o fato de Edward ter me beijado. Por que ele fez isso? Seria atração? Ou algum impulso idiota? Seja lá o que fosse eu fiquei com vontade de chutar suas bolas, por me beijar. Agora seria impossível tirá-lo da minha cabeça.
Fui para o banheiro tomar um banho e depois dormir, dizendo a mim mesma que nunca mencionaria aquele beijo, como se ele não passasse de um sonho maluco de minha mente absolutamente fértil.
Um sonho que me perseguiria enquanto eu estivesse tanto dormindo quanto acordada.
Merda.
Dormi até as dez da manhã. Eu estava com um cansaço estranho. mas a doutora Victoria disse para não me preocupar, pois era normal. Fiquei na cama mais alguns minutos depois de acordada e enfim me levantei.
Como uma adolescente apaixonada, eu passei meus dedos em meus lábios, relembrando o beijo que Edward me dera na noite anterior. Eu não queria pensar nisso, mas era inevitável. Me lembrar daqueles lábios nos meus, naquelas mãos grandes me apertando, da sensação de minhas mãos em seus cabelos rebeldes acobreados... Xinguei a mim mesma por ficar remoendo tal cena em minha cabeça.
Eu teria que começar a planejar minha vida depois do nascimento do filho de Edward. Eu já estava no quarto mês, e daqui para frente o tempo correria mais rápido.
Entrei debaixo do chuveiro gelado para tentar acalmar meu sistema. Minha mente estava girando, revivendo cada momento desde que conheci Edward. Muito havia mudado desde aquele dia na Sin City. De início imaginei que Edward fosse um maluco, pagando uma dançarina para ser sua barriga de aluguel, mas depois de um tempo, entendi seus motivos. Eu estava cada vez mais envolvida em sua vida, tanto que eu estava querendo ajudar Alice a fazer com que Edward tente perdoar a mãe. Eu não sabia se Esme Cullen era inocente, mas segundo Alice, Esme dissera que tinha uma prova.
Que prova era essa?
Fiz uma nota mental de perguntar a Alice quando ela viesse aqui.
Vinte minutos depois ela chegou. Me perguntei até quando ela iria ficar sem trabalhar.
- Alice, por acaso você não trabalha mais? – perguntei com as sobrancelhas erguidas, enquanto ela deixava uma caixa de Donuts no balcão de mármore escuro e se sentava em uma cadeira da pequena cozinha.
Alice revirou os olhos. – Estou abandonando a carreira de dentista.
- O que? – perguntei, minha boca formando um O gigante.
Alice suspirou.
- Antes que você pense qualquer coisa, me deixe explicar. – ela levantou as duas pequenas mãos para cima, me impedindo de dizer qualquer coisa. – Enfim, eu amo o que eu faço, mas me sinto incompleta, como se faltasse algo. – ela deu um suspiro. – minha primeira opção de carreira sempre foi fazer moda, mas meus pais queriam a qualquer custo que eu fosse dentista. Então eu fiz, mas é claro que se eu não gostasse, eu não faria. – disse ela revirando os olhos.
Pigarreei e fui em sua direção, ou melhor, em direção aos Donuts. – Bom, o que vai fazer agora?
Ela me encarou com um amplo sorriso em seus lábios rosados. Seu rosto era iluminado e empolgado, mas mostrava uma leve decepção.
- Não vai me dizer que você não adivinhou Bella?
Minha cabeça estalou. – Ah sim, você vai ser estilista...? – minha confirmação saiu mais como uma pergunta.
- BINGO! – ela bateu as duas mãos e deu uma gargalhada. – Nem acredito que finalmente vou realizar meu sonho de adolescente!
Dei meus parabéns a ela e depois continuamos conversando sobre seus planos. Ela disse que irá encerrar os tratamentos de alguns clientes e começaria a faculdade de Design de Moda na Universidade da Califórnia assim que seu filho nascesse.
- Confesso que vou sentir falta de tudo – ela deu um suspiro pesaroso – fiz muitas amizades, com colegas e pacientes, mas ao mesmo tempo eu estou feliz... Mas espera! – seus olhos perderam o foco de repente.
- O que foi? – perguntei com a boca cheia.
- Tenha modos Bella. – Alice me repreendeu, me fazendo revirar os olhos. – Acho que posso conciliar as duas coisas!
- Como assim?
- Eu posso continuar atendendo alguns pacientes e trabalhar como estilista... – ela disse esfregando seus dedos no queixo, pensativa.
- Não posso, não consigo imaginar como você irá conseguir fazer isso Alice, você vai ter um filho! Não terá tempo para ter dois empregos!
Mas eu conhecia Alice o suficiente para saber que ela iria conseguir.
Ela me encarou com seus olhos grandes, sorrindo. – É porque você não conhece Mary Alice Brandon Cullen, querida.
Suas palavras me fizeram rir e por pouco eu não engasguei.
Assim que os assuntos descontraídos acabaram, passamos ao assunto delicado.
- E Esme? – perguntei sem rodeios.
Alice grunhiu. – Está frustrada. E eu também. E porque raios Edward não conversa com ela logo de uma vez?
Aquilo me fez rir, mas ao mesmo tempo me preocupou. Mas logo pensei, porque eu deveria me preocupar? Eu nem faço parte da família!
- Bom Alice, talvez ele chegue a falar com ela... um dia. Mas é provável que isso nunca aconteça.
- Por quê?
- Ah, você sabe... – eu revirei os olhos – ela foi embora e o deixou. E recentemente ele descobriu que era filho de um mala que já até morreu!
- Bella, eu te contei, você sabe...
-... Sim Alice, mas e se ela estiver mentindo? Mentindo só para se reaproximar deles outra vez?
- Sabe Bella, eu confio em Esme. Minhas intuições nunca falham. Eu sei que ela está dizendo a verdade...
- Mas e a tal prova que ela tem? Você sabe o que é?
Alice balançou a cabeça. – Não. Ela não disse. Só disse que essa prova seria suficiente para todos nós entendermos o que tudo aconteceu de fato.
- Hmm... – concordei, pensando se deveria comentar sobre a noite de ontem com Alice. Eu tinha certeza de que eu poderia confiar nela, mas antes eu fiz uma pergunta.
- Porque você quer tanto unir Esme à família? – eu não me lembrava de ter feito essa pergunta antes, mas eu precisava saber.
- Não sei ao certo Bella – ela abaixou os olhos, encarando suas unhas azuis. – eu sempre tive uma família que poderíamos dizer que era perfeita, e é perfeita. Jasper, Emmett e Edward, eles merecem ter o que eu tive. Jasper ainda sofre com a ausência da mãe e a indiferença do pai. E ele me apóia no que eu faço.
Suspirei. – Entendo o que quer dizer.
- Sua família era perfeita Bella? – Alice me perguntou de repente, mas logo se corrigiu. – Não precisa me dizer se não quiser...
- Não, tudo bem. – eu balancei a cabeça, e respondi. – Sim, até onde me lembro. Minha família era como você disse que a sua era, perfeita... – minha frase morreu e as lágrimas vieram logo em seguida.
Alice se levantou e me abraçou. Apesar de ser pequena e aparentar ser frágil, Alice me abraçou forte, aquilo me fez sentir segura. Alice era como uma irmã para mim, o mais próximo que eu tinha de uma família em muito tempo. Logo eu estava soluçando.
- Ah amiga, eu não deveria ter tocado nesse assunto... – ela murmurou, mas eu a interrompi.
- Relaxa Alice – eu disse entre soluços – você não tem culpa de meus hormônios serem estúpidos.
Ela riu. – Mesmo assim Bella. É um assunto delicado para você. A gravidez só fez com que você demonstrasse sua dor de uma forma mais...
- Dramática? – eu chutei. Ela riu novamente.
- Não sua boba. Eu quis dizer de uma forma mais forte.
Tirei meu rosto molhado de seu ombro e a encarei. Ela falou.
- É por essas e outras que eu queria tanto que você fizesse parte da família Bella. Essa idéia absurda de Edward, querendo ou não, teve um lado positivo. Eu conheci você e agora você é como uma irmã para mim. Vai ser muito difícil para mim me despedir de você quando tudo acabar... – percebi que ela estava começando a chorar também.
- Ah nem pense em chorar Alice! – eu a abracei novamente.
- Agora eu também sou uma grávida com hormônios em polvorosa sua boba. – com isso caímos na risada. Quando finalmente conseguimos parar, eu decidi contar a ela o incidente de ontem.
É claro que ela amou.
- Céus! Ele te beijou! – ela quicou na minha frente. – Bella! Isso é incrível!
- O que tem de incrível nisso Alice?
- Isso significa que ele gosta de você... – ela piscou para mim.
- Sim, eu sei... Alice, não viaja okay? – eu disse indo em direção ao sofá.
- Bella, pense por um momento - ela se sentou ao meu lado. – Para ele beijar você, é claro que ele sente algo, ou acha que eu não percebi o jeito que ele ficou quando você parou para conversar com aquele bonitão do bar?
- Isso não significa nada Alice.
- Como não significa? Eu conheço Edward muito bem, e ele nunca ficou com aquele olhar raivoso e possessivo com uma mulher. Ele sempre sai com muitas, até casou com aquela vadia da Tanya, que deu em cima do meu Jazz, – seus olhos se estreitaram – mas nunca, nunca, eu o vi daquele jeito. Aquilo era ciúme. E uma pessoa só tem ciúme de alguém que ama. Ele está apaixonado por você Bella!
As palavras de Alice entravam em minha cabeça de modo intenso, e ficava se repetindo em minha mente, me fazendo lembrar do modo como Edward ficou irritado quando eu estava conversando com James, em como ele me tocava, em como ele me olhava, em como ele me beijava ontem à noite...
Mas eu não queria acreditar na teoria de Alice. E se aquilo não fosse verdade? E se essas reações de Edward fossem influência de minha gravidez? E se fosse apenas uma mera atração física, que quando acabasse ele me abandonaria?
Eu já havia sofrido demais na minha vida idiota. Não suportaria outra decepção. Era melhor deixar a situação do jeito que estava.
Sacudi a cabeça, encarando uma Alice eufórica. – Esqueça Alice, isso é apenas uma consequência da gravidez. E eu não sinto nada por Edward. Estou aqui apenas por causa da grana.
Alice revirou os olhos. – Você não me convence Merlyn. Mas eu não vou insistir. Vou deixar que no destino trabalhe sozinho.
Bufei internamente. Destino. Se for o mesmo destino que me tirou a vida perfeita que eu tinha, então eu estava fudida.

Sexto mês de gestação...

- O bebê já está com uns 29 cm e cerca de 740 gramas. O sistema respiratório está normal e suas características físicas estão normais. Nenhuma anomalia ou alteração cromossômica. – A doutora Victoria nos encarava enquanto realizava a ultrassonografia.
Eu já estava no sexto mês, e meu corpo estava mais redondo. Eu já podia sentir o bebê se mexer, tanto que Edward sempre tocava minha barriga para senti-lo. Eu ainda estava tomada pela emoção de estar grávida, e isso estava evidente, pois Edward comentou comigo a respeito. Me disse que eu estava mais alegre e ele sempre me pegava conversando com o bebê.
Ele não comentou mais nada sobre o beijo. Nem no dia seguinte, quando chegou do trabalho. Era como se nada tivesse acontecido, e isso me deixou satisfeita.
Eu estava mais que satisfeita. Quanto mais Edward fingia nada ter acontecido, quanto mais ele me evitava, mais eu ficava feliz. Pois se ele tentasse me beijar outra vez, eu não responderia por mim.
Alice comentava comigo que Edward estava sempre me olhando quando eu não percebia. Ela, Jasper, Emmett e Rosalie passaram a frequentar a casa de Edward depois do trabalho.
Eles jantavam lá quase a semana toda. Segundo Rosalie, Emmett estava mais caseiro depois do noivado, e segundo Jasper, Alice tinha que evitar qualquer tipo de badalação, por causa da gravidez.
"Ele está sempre te encarando", sussurrou Alice noite passada, enquanto estávamos na cozinha, com Rosalie, lavando a bagunça do jantar. "Ele parece estar se refreando, como se ele tivesse vontade de abraçá-la ou beijá-la."
Revirei os olhos. Alice sonhava demais. Mas Rosalie concordou com ela. Concluí que as duas liam romances demais.
Confesso que adoro romances. Sou fanática por elas. De Bronte a Nicholas Sparks, eu adorava ler. Mas passei a evitá-las por causa da gravidez. Eu estava muito vulnerável emocionalmente. Eu enlouqueceria.
- Então está tudo bem com ele? – Edward perguntou me tirando de meus devaneios.
Victoria sorriu. – Ela está muito bem sim, forte e saudável.
- Ela? – eu e Edward perguntamos ao mesmo tempo.
- Sim! Serão pais de uma linda menina!
Edward abriu um enorme sorriso abobalhado, típico de pai coruja.
- Uma linda menina... – sussurrou inconsciente.
Edward por alguns segundos pareceu estar com sua mente em outro lugar. O fato de seu bebê ser uma menina pareceu mexer em algo dentro dele. Mas logo ele pareceu retornar, voltando seus olhos verdes hipnotizantes para mim. Quando percebeu que eu o encarava, seu sorriso se abriu, exibindo seus dentes perfeitamente brancos.
Aqueles olhos me prenderam como sempre faziam quando eu o encarava. Havia uma emoção contida ali, e de repente meus batimentos cardíacos começaram a se acelerar. Victoria pigarreou. Corando, me virei para ela.
Enfim terminamos mais uma consulta. Victoria me disse para continuar a tomar as vitaminas e continuar com os exercícios específicos para gestantes. Era bom eu estar me exercitando, pois eu queria estar em forma para voltar com todo o gás aos palcos da Sin City.
E nada de Edward querer conversar com a mãe. E nada de comentar sobre o beijo. Era apenas aquele comportamento automático, conversava comigo, me perguntava algo sobre minha vida, sobre como eu estava me sentindo, se o bebê se mexia...? E quando ele achava que eu não estava olhando, ele me encarava de um jeito que me fazia tremer de excitação.
Qual era o problema dele?
"Ele te olha de um jeito tão lindo, como se você fosse a coisa mais importante da vida dele..." – Aquelas palavras de Alice vieram automaticamente à tona para responder a minha pergunta. Mas eu finquei pé na minha decisão: não me deixaria levar pelos acontecimentos. Se depois que sua filha nascesse ele sentisse algo por mim como sente agora, eu avançaria nele como um animal em plena caça e atacaria seus lábios com tanta volúpia que ele nunca iria esquecer.
Alice, Angela, Jessica e até Rosalie, se recusavam a aceitar minhas palavras. Elas me diziam que eu estava pirando, pensando que o Edward sentia algo por mim era reflexo da minha gravidez, de que ele estava achando que estava sentindo algo por mim, sendo que tudo isso era consequência da gravidez. A gravidez era algo forte na vida de alguém, mudava a pessoa de uma forma tremendamente assustadora, confundia nossos sentidos, sentimentos, desejos...
Em tese, eu não acreditava que Edward me amava. Ele achava que amava, mas quem garante que isso continuaria depois que sua filha nascesse e eu não estivesse mais ligada a ele?
Eu me recusava a sentir esperanças.
No carro, a tensão era palpável. Para quebrar o silêncio que estava me enlouquecendo, iniciei uma conversa.
- Tem em mente algum nome?
Edward me respondeu, sem me olhar. – Ainda não, tem alguma sugestão?
Suspirei. – Não faço ideia. Mas é você quem deve escolher o nome. Você é o pai. – disse encarando-o com as sobrancelhas erguidas.
Enquanto paramos em um sinal, Edward olhou na minha direção. Sua expressão parecia dizer que ele estava pensando no que eu acabara de dizer. E o que eu realmente quis dizer foi: "Eu não tenho nenhum direito sobre a criança e você é o pai...". Aquilo doeu em mim.
Quando o sinal abriu, ele retornou sua atenção à estrada a sua frente, mas de repente, ele disse.
- Mas você tem algum nome para me sugerir?
- Hmm... – eu respondi. – Gosto muito de Melanie, Sophia, Madeleine...
- Hmm, nomes bonitos. Obrigado pela sugestão.
- De nada camarada.
Assim que chegamos ao seu apartamento, fui direto para meu quarto, mas antes que eu sequer pensasse em ir, Edward pegou meu braço.
- Bella, espere...
Meu coração falhou uma batida.
- O que foi?
Seu olhar era sério e profundo, como se ele pudesse ver dentro da minha alma. Eu me sobressaltei quando sua mão esquerda tocou meu rosto rubro. Minha respiração se acelerou.
- Eu, eu... – Edward gaguejava, com sua respiração ligeiramente acelerada, como a minha.
Devagar, ele aproximou seu rosto do meu. Eu não queria, não podia fazer aquilo. Eu sabia que perderia o controle assim que seus lábios tocassem os meus.
Eu não poderia permitir isso.
- Edward, por favor... – eu dizia entre arquejos. Só não sabia se eu estava querendo dizer "Por favor, continue" ou "Por favor, pare!".
Ele parou, sua boca há milímetros da minha.
- O quê? – sua voz era apenas um sussurro.
- Não faça isso. – minha voz estava trêmula.
Ele estava perto demais, e isso atrapalhava meus pensamentos. Seu cheiro, uma mistura de loção pós-barba e hortelã me inebriou.
Mas então pensei comigo mesma. Eu estava ferrada de qualquer jeito, não faria diferença se ele me beijasse outra vez. Aproveite, meu inconsciente murmurou.
Ignorando qualquer pensamento racional e lógico, entrelacei meus dedos pequenos em seus cabelos acobreados, fazendo-o fechar os olhos e suspirar. Minhas unhas estavam um pouco grandes e sem querer arranhei seu couro cabeludo.
- Bella... – ele gemeu meu nome.
Aquilo me enlouqueceu. Uma corrente elétrica forte correu em meu corpo, e sem pensar, ataquei seus lábios com fúria.
Foi bem melhor do que a primeira vez. Sua língua pedia passagem em minha boca, e eu prontamente cedi espaço. Seus lábios eram urgentes, mas ao mesmo tempo delicados. Com cuidado, pressionei meu corpo ao dele, obtendo pouco sucesso. A barriga estava muito grande. Eu tentava, mas estava difícil. Eu queria afastá-lo, dizer que ele era um idiota por estar fazendo uma sacanagem dessas comigo, mas meus hormônios estavam a favor de Edward. Quanto mais eu o beijava, mais eu queria que ele me possuísse.
Quando sua mão agarrou um de meus seios – arrancando um gemido do fundo da minha garganta – eu senti algo me chutar.
- OH! – Eu me afastei, com as mãos na barriga redonda.
E mais uma vez, para a minha alegria – e frustração de Edward – o bebê entrou em ação no meio do nosso beijo.
Edward, que estava ofegando, tocou a minha barriga com demasiada delicadeza.
Assim que sua mão me tocou, o bebê chutou outra vez, me deixando sem ar de pura surpresa.
- Nossa... – era a única coisa que eu escutava de Edward. Ele estava com o sorriso bobo outra vez, fascinado com aquela experiência. Eu estaria mais emocionada se ele não tivesse me forçado a atacá-lo. O fuzilei com os olhos.
- Qual é o seu problema? – perguntei irritada.
Ele me encarou. Seus olhos ainda brilhavam de excitação. Edward pareceu pensar na pergunta, procurando a melhor resposta.
O que ele falou quase me fez sofrer um infarto.
- Bella, o que acha de acabarmos com esse contrato estúpido?
Parei de respirar. – O quê?
- Bella – ele pegou em meus ombros – não quero mais continuar com isso. Não vai fazer bem para nenhum de nós três. – ele terminou tocando minha barriga novamente.
Eu não conseguia dizer nada. Eu não sabia o que fazer. Ele se afastou de mim e começou a andar de um lado para o outro.
- Eu me deixei levar por um acontecimento idiota da minha vida, passei todo esse tempo lamentando pela minha vida estúpida. Eu achava que não poderia formar uma família, achava que se fizesse isso eu me arruinaria como aconteceu com Carlisle...
"E para ter filhos seria necessário uma mulher. Eu me recusava a me casar, mas logo acabei cometendo o erro de me unir à Tanya, achando que ela cumpriria a parte dela no trato... mas ela fracassou e foi aí que eu tive a ideia de arrumar uma barriga de aluguel.
- Aonde quer chegar Edward? – perguntei impaciente.
Ele respirou fundo e disse:
- Bella, quero que se case comigo.
Meu queixo caiu.
- C-c-como?
Ele se aproximou de mim e sussurrou.
- Você é uma mulher extraordinária Bella. Você é diferente de tudo que eu já vi, e sempre que está perto... – ele balançou a cabeça – é como se você tivesse um imã que me atraísse até você. Eu sinto coisas inexplicáveis com você por perto... eu me apaixonei por você Bella.
Minha voz sumiu por alguns segundos e minha mente ficou em branco. Não era possível que ele estivesse dizendo aquilo. Era loucura.
Parte de mim queria acreditar nele. Mas meu inconsciente martelava, como um holofote, esfregando na minha cara, que eu não podia fazer tal loucura.
Edward estava tomado pela emoção de ser pai e achava que estava apaixonado por mim. Ele estava confundindo as coisas, e isso não era certo.
Talvez o que ele estivesse sentindo por mim fosse afeto, amizade, misturados com atração física. Mas amor?
- Edward... – sacudi a cabeça – você não pode fazer isso, agir por impulso. Isso é tolice.
- Tolice? Acha que o que eu sinto por você é tolice? – ele me olhava incrédulo.
Bufei e joguei as minhas mãos para o ar.
- Você acha que sente algo, mas você não percebe Edward? Não percebe que até eu mudei por causa dessa gravidez? Você está se deixando levar pelo que eu estou sentindo, essa confusão de sentimentos, as frustrações... você passa muito tempo comigo, e às vezes você esquece que eu sou apenas uma barriga de aluguel! Essa gravidez afetou não só a mim, mas a você também!
- Porque acha isso? – ele levantou as sobrancelhas.
Sorri de escárnio.
- Não foi para isso que você quis um filho, afinal? Para ter alguém em quem pudesse confiar, alguém que pudesse fazê-lo sentir o que seu pai não fez por você? E porque cargas d'água eu me casaria com você? Você não está apaixonado por mim e nem eu estou apaixonada por você!
Aquelas palavras o atingiram como um soco. Mas é claro que era mentira, cada palavra que saiu de minha boca. Eu estava apaixonada por Edward. Eu o queria de várias maneiras possíveis. Cada traço de seu corpo perfeito me atraía, assim como sua sinceridade, sua amizade e sua vulnerabilidade. Eu o amava a ponto de me fazer sentir dor.
Mas eu não podia confiar em mim mesma, e nem nele. Ele estava se deixando levar, e no momento em que sua filha nascesse ele esqueceria.
Me agarrei a esperança de que isso não fosse acontecer. Cogitei a possibilidade de me atirar em seus braços e fazê-lo me levar até Las Vegas e casarmos naquelas capelas.
Mas eu não queria arriscar.
Edward me encarava incrédulo, visivelmente abalado com minhas palavras. Ele respirou fundo e disse.
- Eu entendo o que você disse Bella, mas eu não admito que você insinua algo a respeito dos meus sentimentos. Você não faz ideia do que faz comigo.
Sem dizer mais nada, ele me agarrou novamente, me beijando de uma maneira que me fez ficar mole de imediato. Sua boca era urgente e possessiva, e suas mãos exploravam sem vergonha o meu quadril, coxas e seios. Eu arquejava em meio ao seu beijo luxuriante.
- Edward, o bebê... – eu murmurei quando ele me permitiu respirar.
Sua boca agora estava em meu pescoço. Ele sugava e mordiscava, me fazendo gritar.
- Eu sei do bebê Bella, apenas relaxe... – sua boca voltou à minha.
Eu estava mais fudida do que nunca. Agora era impossível me afastar dele. Retribuí o beijo com vontade, fazendo nossas línguas brigarem por espaço, lançando-os a uma dança incrivelmente erótica, que só Edward sabia fazer.
Eu tive muitos homens em minha curta vida estúpida. Mas nenhum deles, nem James, me fazia perder a cabeça como Edward sabia. Apenas pelo simples fato de olhar em meus olhos, de sorrir...
O amor que eu sentia por ele aumentava a cada dia, mas eu me recusava a deixá-lo abrir caminho e se libertar. Ele martelava em meu coração, bombeando-o por todo o meu corpo, indo até o mais profundo de meu ser.
Já não bastava amar aquele homem que me atacava com volúpia, agora eu amava também aquela criança. A cada chute, a cada batida de coração ouvido pelo aparelho de ultrassom, meu amor por aquele ser desconhecido aumentava, inflava dentro de mim. Estava cada vez mais difícil de suportar em silêncio.
Mas eu teria que aguentar apenas mais três meses.
Três meses...
Em três meses eu estaria liberta. Estaria livre daqueles sentimentos que me eram desconhecidos até Edward aparecer em minha vida, estaria livre para voltar a dançar, a ser livre e sozinha, como eu sempre fui...
Me afastei bruscamente de Edward. Ofegante, disse a ele para me deixar em paz e corri para meu quarto.
Até que eu o ouvi dizer:
- Não vou desistir de você Bella...
Fechei a porta com força e corri para o espelho. Encarei a mulher corada e amarrotada à minha frente. Toquei minha barriga e murmurei.
- Por que você faz isso comigo em garota? Por que você faz seu pai pensar que me ama? Porque você me fez te amar?
Eu estava soluçando e minhas lágrimas pareciam cristais na luz da lua que entrava pela enorme janela. Continuei praguejando.
- Mas que droga! Por que eu aceitei essa proposta estúpida? Eu deveria ter recusado e agora eu estaria feliz na Sin City... Inferno!
Como resposta, ela me chutou, desta vez mais forte. Era como se ela estivesse me repreendendo por ter dito aquelas coisas idiotas.
- Tudo bem – murmurei para ela – eu sei que você não tem culpa de tudo isso. Você não tem culpa de seu pai ser maluco, não tem culpa se sua avó o abandonou, não tem culpa de eu ter aceitado ser sua mãe, embora você nunca vá me conhecer... – fechei os olhos com força – não tem culpa por eu te amar tanto...
Espremi meus olhos, liberando mais lágrimas. A verdade era cruel. Eu estava apaixonada por Edward, amava o bebê dentro de mim, e não tinha a menor ideia de como seria depois de que ela nascesse. O futuro era um buraco escuro, e eu tinha medo de saber o que se esconde nele.
Edward interrompeu meu raciocínio ao bater na porta.
- Bella, eu preciso ir. Mas quando eu voltar... eu queria muito conversar com você sobre... – ele pareceu se esforçar para continuar – e queria pedir desculpas. Nos vemos mais tarde.
Senti um alívio imenso ao saber que Edward estaria a uma distância segura de mim por mais algumas horas, isso me permitiria respirar.
Quando seu Volvo virou a esquina, peguei minha bolsa e disquei um numero.
- Bella?
- Oi Jake. Você está em casa?
- Sim, aconteceu algo?
- Mais ou menos. Posso passar ai?
- Claro. Vou esperar.
- Chego aí em vinte minutos.
Saí do apartamento e minha cabeça pareceu clarear. O ar da casa ainda estava carregado com toda a tensão da discussão e do beijo. Eu precisava conversar com alguém, e Jacob era a melhor pessoa no momento.
Enquanto tomava um táxi, eu pedia aos Céus para acelerar o tempo. Eu queria que esses três últimos meses corressem, para minha angústia acabar logo. Eu não aguentava mais tudo aquilo. Não aguentava mais sentir algo sem ter certeza de que os hormônios estão ou não me influenciando, eu ficava frustrada a cada vez que a confusão me tomava.
Eu queria saber se eu seria capaz de sentir tudo isso que eu sentia agora, sem influência de gravidez alguma. Ter certeza de que eu amava Edward realmente, ter certeza de que não era apenas questão de sexo. Queria ter certeza de que eu poderia ser feliz depois de tudo isso, poder ter uma família de verdade outra vez.
Ou se eu continuaria dançando para homens estúpidos e voltaria para a casa, sabendo que não teria ninguém esperando por mim, de braços abertos.
Gemi internamente, me odiando por descobrir ser uma mulher como todas as outras: vulneráveis, sentimentais, apaixonadas, e não a mulher que eu considerava ser: forte, destemida, sem sentimentos, acabada, desacreditada.
Merda, Edward Cullen acabou comigo.

Continua...

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1 comment:

  1. coitadinha da Bells sofri junto com ela! nossa agoro estou mais anciosa pelo proximo cap!! Beijusculo Twikisses♥♥ ate de tarde!

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