Autora(o): Anne Stewart
Shipper: Bellard
Gênero: Drama / Romance.
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Personagens: Alice Cullen, Bella Swan, Carlisle Cullen, Edward Cullen, Emmett Cullen, Esme Cullen, Rosalie Hale, Jessica Stanley, Angela , Jacob Black
Avisos: Sexo
Nove Meses
By Anne Stewart
Atenção: Este conteúdo foi classificado
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"
Capítulo 13 – Decisions, Decisions...
"Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz."
Abraham Lincoln
Ouça: Andrew Belle - In My Veins;
The Pierces – You'll be mine; Yeah Yeah Yeahs – Cheated Hearts;
Kings Of Leon – Pyro; Jordin Sparks – One Step At A Time;
Nelly Furtado – Try; Carrie Underwood – Change
Bella POV
- Cara, é mais sério do que eu pensava. – Jacob sacudia a cabeça.
Revirei os olhos de frustração. Até parece que eu não sabia daquela merda toda.
- Jake, não precisa jogar isso na minha cara. Eu já sei que estou fudida.
- Não fale assim Bella! O bebê escuta tudo o que você fala! – ele me repreendeu.
- O que é isso agora Jake? Você fala como se já tivesse experiência! – eu ri da cara dele.
- Mais ou menos. Caramba Bells! Já tenho vinte e sete anos! Está na hora não acha?
- O que Emilly pensa a respeito? – perguntei enquanto tomava uma xícara de chá.
- Ela sonha com isso mais do que eu, aliás. Estamos tentando, e esse mês ela está desconfiada...
Eu estava feliz por Jacob. Ele veio do mesmo buraco que eu, mas se saiu melhor do que eu. Quer dizer, em matéria de trabalho, nós saímos bem. Eu agora era dançarina do clube mais badalado da cidade e ele encontrou a sua – palavra piegas essa – metade da laranja e hoje estava feliz com Emilly. Mas comparando as circunstâncias, ele estava melhor do que eu. Pelo menos emocionalmente.
Pelo menos ele tinha alguém.
Minha vida estava uma droga. Eu entrara em um negócio arriscado, e agora eu tinha sido pega. Eu nunca imaginei que isso fosse acontecer, para mim era só negócios. Sempre achei que fosse uma mulher fria, capaz de controlar certos sentimentos, sentimentos estes que faziam as pessoas de bobas. Ri comigo mesma internamente, agora eu era uma dessas.
Eu era uma idiota.
Eu entrei na onda de Edward, esperando ganhar um bom dinheiro. E eu vou ganhar... mas muitas coisas começaram a acontecer durante esse doloroso e demorado processo.
É claro que eu sabia que grávidas ficavam mais vulneráveis, os hormônios nos deixavam com os sentimentos aflorados, mas eu não esperava que fosse assim tão forte.
Agora eu estava em um beco sem saída. Eu havia acabado de descobrir que amava a criança que estava dentro de mim, de que amava a futura família dela, e o pior de tudo: descobrira que amava o pai dela. Um homem que teve uma ideia maluca de contratar uma desconhecida para lhe conceber um filho, sem compromisso de casamento ou algo do tipo. Apenas negócios.
Mas conceber uma criança era muito o contrário de negócios. Era sério. Mas agora era tarde demais. Eu estava enrolada até o pescoço e a cada dia que passava eu me sentia mal a ponto de querer gritar de frustração e raiva.
Por que eu perdi meus pais cedo demais? Por que eu conheci Edward de uma maneira tão estranha e imprópria? Eu teria sido capaz de fazê-lo mudar de ideia e engatar um relacionamento comigo, se as circunstâncias fossem diferentes?
Comecei a pensar em como seria se tudo tivesse sido diferente. Eu ainda teria Charlie e Renée ao meu lado, teria conhecido Edward em uma situação diferente, o teria convidado para sair... e quem sabe ele confiasse em mim o suficiente para termos um relacionamento direito.
Mas isso nunca iria acontecer. Eu era uma órfã que fora obrigada a virar dançarina de boates de quinta, que quando encontra uma chance de alavancar a vida encontra um homem solitário que estava à procura de uma barriga de aluguel, que era eu agora.
Mas que porra era essa afinal? Será que a vida não poderia ser mais legal comigo? Ou com Edward?
A vida era uma droga mesmo.
Fui arrancada de meus pensamentos pelo celular escandaloso de Jacob.
Era Emilly.
Jacob disse algumas palavras e esperou que Emilly falasse. O que ela disse o deixou em estado de choque, imaginei que algo de errado havia acontecido.
Mas eu estava errada. Emilly estava ligando da clínica onde havia feito uns testes de gravidez.
Jacob desligou o telefone e me encarou.
- Ela está ou não? – perguntei mesmo sabendo a resposta.
Jacob apenas fechou os olhos e confirmou com a cabeça.
Logo eu o estava abraçando, feliz por meu amigo. Ele sempre gostou de crianças e sempre me dizia que queria casar e ter filhos. Na época isso me fazia revirar os olhos, achando que isso era meloso demais para meu gosto. Agora era diferente.
- Nossa Bells! Finalmente nós conseguimos! – ele parecia controlar o choro de emoção.
Eu ri.
- Céus! O que está acontecendo aqui? Parece que eu puxei a fila das grávidas!
Jacob desfez meu abraço e me encarou, com um olhar questionador em seus olhos negros. Eu expliquei.
- Acontece que depois que eu engravidei, Alice, cunhada de Edward, também ficou grávida. Fazia um ano que ela estava tentando. Agora Emilly...
- É Bells, parece que você deu sorte. Ou melhor dizendo, fertilidade. Foi só você aparecer que essa Alice e Emilly ficaram grávidas... – ele disse rindo.
Agora só falta Rosalie aparecer grávida também, pensei com sarcasmo.
Depois de meia hora e muitas demonstrações de alegria de Jacob por causa da boa notícia, voltamos ao nosso assunto, o motivo de eu ter aparecido aqui.
- Quanto a isso Bella, eu acho melhor você esperar, o tempo vai mostrar a você o que deverá fazer. Eu não conheço Edward para deduzir se ele está ou não gostando de você, mas como você ainda está grávida, acho melhor esperar a criança nascer, dê um tempo para ele pensar a respeito de tudo isso. Então ele saberá a verdade.
Suspirei melancolicamente e encarei os olhos de Jacob.
- É disso que eu tenho medo Jake. Eu já amo essa criança, eu sinto que ela deve fazer parte de mim, não só por nove meses, mas pelo resto da minha vida idiota...
- Bella, você é nova e pode ter outros filhos depois que tudo isso acabar.
Aquilo fazia sentido alguns meses atrás. Mas agora esse raciocínio me fazia sentir vazia. Um filho não iria substituir a criança que estava em meu ventre. Meu coração afundou quando esse pensamento me fez lembrar de uma coisa.
Se eu tiver outro filho depois deste, o pai poderia ser qualquer um. Menos Edward.
Gemi.
- Oh Jake, se você soubesse o quanto isso dói – eu disse evitando seu olhar intenso – esse era meu plano meses atrás, mas agora está mais difícil do que eu pensava. Eu amo aquele homem Jake!
Logo comecei a chorar de raiva. Jake me abraçou forte.
- Oh Bells, eu sinto tanto amiga...
- Urg! Malditos hormônios idiotas que me fazem chorar! – eu praticamente gritei.
Jacob sorriu.
- Você é humana Bella, está no direito de sentir e chorar. Chore o quanto quiser, não deixe esse sentimento ruim tomar conta de você. Pode fazer mal ao bebê.
Eu passei uns dez minutos chorando nos braços de Jacob. Eu senti muita falta dele quando ele partiu com Emilly. Não mantive contato, pois ele sempre insistia em me ajudar com generosas quantias de dinheiro, para que eu saísse daquela biboca.
Depois que a minha vontade angustiante de chorar compulsivamente passou, Jacob e eu fomos comer fondue de chocolate, enquanto esperávamos Emilly chegar. Logo o bebê deu sinais de vida dentro de mim, chutando incansavelmente. Jacob não tirava sua mão grande e quente de minha barriga redonda, com um sorriso abobalhado em seu rosto, murmurando que mal podia esperar para sentir essa sensação na barriga de Emilly. Sorri.
Conclui que assim que eu saísse da vida de Edward, eu não estaria sozinha. Eu ainda teria as meninas da Sin City, e ainda teria Jacob, o irmão que eu nunca tive e que Deus colocou em minha vida na hora em que mais precisei.
Edward POV
Era hora do almoço, mas eu não estava exatamente almoçando. O escritório estava praticamente vazio, exceto por alguns estagiários no andar de baixo.
No andar de meu escritório estava apenas eu e Irina, que no momento estava me rodeando com suas pernas torneadas cobertas de meias ¾ e suas mãos brincavam com meus cabelos.
Eu passava as minhas mãos por suas pernas, quadris e seios. Ela gemia em meu ouvido.
- Oh Edward, ande logo com isso se não vou explodir... – ela mordiscou o lóbulo da minha orelha.
Mas tudo aquilo não estava funcionando. Eu não conseguia sentir. Era como se todo o meu organismo se retraísse aos toques que não fossem de Bella.
Ela havia me rejeitado e me pedido para deixá-la em paz. Mas era impossível ficar longe dela. Eu estava tentando conseguir um meio de esquecê-la, mas ao que parecia, não estava dando certo.
Irina estava muito excitada, e eu não poderia deixá-la assim. Eu a havia atraído até aqui, agora eu teria que arcar com a conseqüência.
Olhei no relógio da parede à minha frente e sorri aliviado, não daria tempo de continuar o que estávamos fazendo. Sorri agradecido por Irina ter demorado a vir até a minha sala quando todos saíram para almoçar.
- Irina, não podemos, a qualquer momento eles estarão aqui...
- Mas não dá nem para uma rapidinha? – ela me encarou com olhos de dar pena. Sacudi a cabeça, fingindo decepção.
Quando eu estava prestes a responder, ouvi barulho de portas se abrindo e vozes tomando conta da recepção.
Irina suspirou frustrada e saiu de cima da minha mesa, dizendo que deveríamos marcar outro dia. Eu teria que inventar uma desculpa mais tarde.
Depois que Irina saiu, fui até meu armário, onde eu guardava algumas roupas, e peguei uma toalha de banho e fui até meu banheiro particular tomar uma ducha gelada, buscando tirar os vestígios de Irina da minha pele.
Eu estava frustrado e irritado. Eu não conseguia ir adiante com outra mulher. Sempre que eu cogitava tal possibilidade, um rosto em formato de coração com expressivos olhos cor de chocolate tomava conta da minha cabeça. Bella estava me impedindo de me relacionar com outras mulheres, algo que eu fazia muito bem antes dela tomar conta de minha mente e meu corpo.
Eu não podia sentir algo por ela, era errado. Ela não me correspondia e isso me deixava confuso. Ela sempre parecia demonstrar algo, mas sempre que eu me aproximava demais, ela se afastava, sua face era tomada por uma expressão fria e carrancuda.
Eu ainda me lembrava daqueles beijos de ontem a noite. Seus lábios macios eram os únicos que eu tinha vontade de sentir. Suas mãos massageando meus cabelos, suas unhas arranhando meu couro cabeludo, seu corpo se moldando ao meu como se ele tivesse sido feito especialmente para mim...
Era absurdo pensar que ela não sentisse nada quando eu a beijava. Dava para ver em seus olhos quando nos beijávamos. Ela sentia sim, ela apenas não queria demonstrar.
Eu via como ela ficava nas consultas também. Ela ficava fascinada quando ouvia os batimentos cardíacos do bebê. E o fato de saber que era uma menina me fez sentir mais eufórico.
Eu teria uma filha. Uma garotinha que provavelmente teria suas características. Teria seus olhos castanhos expressivos, cabelos marrons avermelhados, bochechas rosadas e lábios vermelhos.
Era uma pena como a mãe dela não queria saber de nós, pelo menos era o que ela dizia.
Assim como eu Bella evitava qualquer tipo de relacionamento sério com alguém. Mas eu havia mudado. Eu a queria para mim, será que ela não me queria também?
Sai do chuveiro e me vesti. Ao sair, estaquei no caminho para a minha mesa.
Carlisle Cullen estava na minha sala.
Meu rosto se formou em uma carranca enquanto eu continuava meu caminho.
- O que faz aqui?
- Precisamos conversar Edward. – sua expressão era solene. Era a primeira vez em anos que ele me dirigia a palavra com tamanha educação.
- Fale. – eu disse de modo indiferente, sentando em minha cadeira de couro preta.
Carlisle suspirou, como se deduzisse que o que quer que venha me dizer, não irá surtir o efeito que ele deseja.
- Edward, antes de mais nada, deixe eu dizer tudo até o fim, depois você fala.
- Tudo bem, apenas ande logo. Estou muito ocupado. – eu o encarei com expressão carrancuda.
- Bom, vou direto ao assunto. Esme quer nos ver. Ela diz ter uma prova de sua inocência.
Meu queixo caiu.
- Como?
- Isso mesmo que você ouviu. Ela diz ser capaz de provar para todos nós, que ela foi vítima de uma armação de Eleazar.
Bufei.
- Até parece. Se ela tivesse, ela teria vindo muitos anos atrás. Ela esperou a minha vida se tornar um lixo, esperou tempo suficiente para que eu sofresse com sua indiferença e desprezo, sofrer com a falta de uma imagem materna concreta, contando com a ajuda de terceiros para ter apenas uma base de como é uma família de verdade, para depois vir se fazer de inocente?
Aquelas palavras foram como um soco para Carlisle. Sua expressão se tornou torturada, raivosa... e até arrependida.
Mas para mim isso pouco importava. Ele me tratou como um bastardo durante anos, tudo por causa daquela mulher, que se diz ser minha mãe. Por causa dela cheguei a me sentir culpado por tudo, pois eu fora concebido de uma traição dela. Como eu fui estúpido. Eu não tinha culpa daquela merda. Ela era a culpada. Culpada por ter um relacionamento extraconjugal frustrado.
Eu não conseguia acreditar nessa idiotice. Eu não irei acreditar nessa tal prova que Esme tem. Pode ser qualquer coisa. Uma armação.
- Seja lá o que ela quer provar, diga a ela para poupar seu tempo comigo. Se você quiser acreditar nela, para mim tanto faz. Não me importa nem um pouco. – eu disse, pondo um fim à conversa.
- Vou ser sincero com você Edward. Eu também não consigo entender o que ela tanto tem a provar. Eu não sei se acreditaria nela, mas... – Carlisle balançou a cabeça. – eu gostaria muito de me redimir com você, quero que você me perdoe por tudo que eu fiz a você Edward.
Eu parei com as minhas anotações e voltei meu rosto para Carlisle. Sua expressão estava sofrida, e suas palavras eram sinceras.
O que estava acontecendo ali, afinal? O que dera em Carlisle para que ele estivesse agindo assim?
- O que está acontecendo com você? O que deu em você? – eu perguntei incrédulo.
- Entendo sua confusão Edward, mas...
- Mas? – arqueei as sobrancelhas.
- Eu a amo Edward! Mesmo depois de tantos anos! Eu sinto falta dela!
Minha cabeça não estava processando as informações na velocidade adequada. Era como se eu estivesse assistindo a algum seriado ruim.
- Do que está falando?
- Eu passei esses anos todos me martirizando, ora me perguntando se eu não tinha sido um bom marido, ora me enfurecendo por ela ter me traído. Eu nunca entendi. Eu era um marido perfeito, tínhamos uma vida perfeita, e de repente eu descubro que ela me traia com um homem que eu considerava um amigo. Descubro que você não era meu filho... aquilo foi demais para mim.
Ele continuou.
- Eu tenho esperanças Edward, no fundo da minha alma, de que Esme é inocente. E... quero pedir perdão por tê-lo feito sofrer Edward. É culpa minha você ter crescido assim, magoado, abandonado. Você não teve culpa do que aconteceu. Você, mais do que ninguém, foi vítima.
Precisei de longos minutos para processar o que Carlisle estava jogando para cima de mim. Foi só Esme aparecer para ele querer se redimir.
Eu não sabia se deveria confiar nele.
Por fim falei.
- Carlisle, eu preciso de um tempo para pensar em tudo isso que você disse. Preciso de dois dias. Eu te dou a resposta em dois dias.
Carlisle suspirou.
- Tudo bem.
Sem dizer nada, ele se levantou e saiu, fechando a porta com um baque leve.
Desabei minha cabeça em minha mesa cheia de papéis. Eu não sabia o que fazer agora.
Peguei meu celular e disquei o número de Bella. Eu precisava falar com ela. Talvez ela soubesse me ajudar.
Bella POV
- Olha só quem vem nos visitar! ? – Angela grita de cima do palco, onde ela e Lauren dançavam com longas saias pretas de babados vermelhos.
Eu apenas sorria. Parecia fazer séculos desde que vim aqui. Eu sentia saudades dos comentários ácidos de Angela e das conversas com a Zafrina.
- Bella! Quanto tempo querida! – Laurent vinha na minha direção me abraçar. – Nossa, que barriga! Está de quantos meses?
- Seis. – respondi entre sorrisos.
- O tempo voou huh? – Laurent dizia enquanto se sentava em uma das mesas no enorme salão, comigo em seu encalço.
Suspirei, discordando dele mentalmente. Para mim, o tempo não passa. É irritante.
- É, mais ou menos... – murmurei. – onde está Zafrina?
- Está no centro, fazendo compras. Estamos organizando uma despedida de solteiro, e os clientes exigiram dançarinas do ventre.
- Sério? – perguntei, abobada.
- Sim, e me pagaram muito bem, tanto que tiramos uma semana de folga para organizarmos a festa.
- Mas isso é ótimo Laurent!
- É sim – Laurent sorria – estamos na lista dos clubes mais bem freqüentados da cidade. Somos VIP's agora.
- Ah, mal posso esperar para voltar... – murmurei saudosa, mas ao mesmo tempo desejando que aquilo fosse diferente. Eu queria muito voltar, mas ao mesmo tempo desejava ter um bom motivo para não voltar. Mas evitei pensar no assunto agora.
- Oh sim – Laurent deu um sorriso malicioso – todos pedem angustiadamente a presença de Merlyn no palco da Sin City. Você faz falta Bella.
Meu queixo caiu. – Não diga! O que você disse a eles? Quer dizer, o motivo de eu estar afastada...
- Bom, eu disse que você se afastou para resolver uma questão pessoal importante, e que em breve voltaria.
- Umm... Estou mais do que ansiosa para voltar... Ouch! – minhas mãos foram instintivamente para minha barriga.
- O que houve Bella? – Laurent estava ao meu lado, com uma expressão perturbada e preocupada.
- Não Laurent! Não se preocupe! Ela só está chutando. – eu tentei acalmá-lo. Laurent sorriu.
- Uau... Pareceu que você ia entrar em trabalho de parto agora.
- É, ela sempre faz isso quando está zangada com algo que eu digo. – dei de ombros. Laurent franziu a testa.
- Como?
- Ahm... – eu lutava para encontrar as palavras para explicar. De uns dias para cá eu e a garotinha desenvolvemos um tipo estranho e improvável de comunicação. Era meio esquisito para mim, mas era surpreendentemente interessante. A cada palavra que eu dizia, se não fosse do agrado dela , eu era recebida com um belo chute. Quando ela gostava de minhas conversas, em especial com Edward, ela se mexia e chutava levemente, me fazendo sentir espasmos de êxtase e alegria.
Eu me sentia viva a cada vez que ela se comunicava comigo.
Expliquei meu raciocino a Laurent e ele ficou pasmo, me fitando como se eu tivesse adquirido um braço a mais.
Então ele falou.
- Bella, você tem ideia do que está acontecendo?
Eu já sabia do que ele estava falando.
- Que eu estou envolvida demais com o bebê, envolvida demais com Edward... Blá, blá, blá... Todos já me disseram isso. Mas... Mas...
- Mas? – Laurent ergueu as sobrancelhas.
Eu não sabia o que dizer, apenas babulcinava palavras desconexas. Laurent deu um suspiro pesado.
- Eu sabia! Eu sabia que isso iria acontecer! Eu disse a Edward para não fazer isso... – ele balançava sua cabeça, me encarando. Revirei os olhos, tentando desconversar.
- Do que está falando Laurent? Não diga bobagens...
- Não minta para mim Isabella Merlyn Marie Swan, todos já perceberam o quanto você está envolvida com Edward e essa criança.
O encarei sem dizer nada, o que confirmou sua teoria. Laurent suspirou novamente e se sentou.
- Bella, não adianta esconder. Você sente algo por Edward. Admita.
Revirei os olhos.
- Como se isso fosse novidade, que tipo de mulher eu seria se não sentisse algo por Edward? Até homens são atraídos para ele! – eu disse rindo, fazendo Laurent revirar os olhos.
- Você sabe o que eu quero dizer Bella. Você sente algo que vai além da atração física. Mas não se preocupe, você não é a única.
- Como?
- Jessica. Dois anos atrás, um cliente novo apareceu por aqui, desiludido com a mulher que o traia. Ela chamou a atenção dele, e para tentar esquecer a mulher desnaturada, se envolveu com ela, dando uma vida de rainha a ela. Durou três meses... Até a mulher aparecer e o chamar de volta. Ele foi como um cachorrinho, mesmo depois de sofrer na mão da vadia da mulher dele e depois de fazer inúmeras promessas a Jessica. O desastre foi tanto que ela quase tirou a própria vida.
- Nossa... – eu estava literalmente sem palavras.
- Bom, se quer saber o que aconteceu, depois de uma viagem de férias ao Brasil com Zafrina, ela voltou renovada. Era como se Mike Newton nunca tivesse aparecido em sua vida.
Olhei na direção de Jessica, que rodava freneticamente pelo mastro de Pole Dance. Sua expressão era serena, feliz. Eu nunca teria deduzido algo tão desastroso como a história que Laurent havia acabado de me contar.
- Esse tal Mike apareceu outra vez?
- Sim, aquele babaca teve a burrice de aparecer aqui. Jessica se envolveu com o vizinho do prédio dela, um alemão que se mudou para cá a trabalho. Ele estava aqui apreciando a apresentação dela e ficou furioso quando viu Mike encher o saco dela quando ela saiu do palco. Por pouco Mike não sofreu um assassinato.
- Nossa! – minhas mãos foram à minha boca, de tamanha surpresa. – Céus! Isso parece novela!
Laurent gargalhou. – Sim, parece. Hoje eles não estão mais juntos, mas ainda são amigos. E Mike nunca mais apareceu aqui ou em qualquer lugar em que Jessica estivesse. E ela é feliz agora.
- Mas o que isso tem a ver comigo? Acha que Edward irá destroçar meu coração e eu encontrarei um alemão gostoso que me defenda dele caso ele volte a me importunar? – tentei fazer piada, mas Laurent não riu.
- O caso Bella, é que eu conheço Edward há muitos anos. Ele se diverte destruindo corações. Ele sai com elas, mas dois dias depois, ele some de suas vidas da mesma forma que entrou. Como uma mera ilusão. Uma vez ele ficou com uma francesa que estava na cidade de férias. Eles ficaram juntos por um mês. O relacionamento de Edward mais longo era um que durou três dias. Assim que ele a enxotou, ela passou a perseguí-lo, tentando voltar. Mas ele não quis saber. A mulher entrou em depressão.
"Todas as mulheres que saiam com Edward se recuperavam logo, pois eu conhecia a maioria delas. Mas essa francesa sofreu. Você está como ela agora. Não quer admitir, mas seus olhos estão contra você.
Ouvir aquilo foi como tomar uma baldada de água fria. Eu sabia o quão Edward era galanteador, sedutor e tinha capacidade de destruir corações. Mas essa história da francesa me arrepiou a espinha.
- o que aconteceu com a francesa?
- Jane? Oh sim. Ela está ótima. Casada e com dois filhos, agora mora na Pensilvânia.
- Como sabe de todas essas histórias? – perguntei.
- Eu estava na maioria delas. Eu conheço a maioria das mulheres que Edward saiu. Jane era uma delas. A conheci durante o ano novo que passei em Paris.
- Hum... então quer dizer que eu posso sofrer o que Jessica ou essa Jane sofreram? Eu tenho plena consciência do que estou fazendo. Quer que eu admita que estou perdidamente apaixonada por Edward? Sim, estou. Ele me encanta, me fascina, me faz querer fazer loucuras que nunca fui capaz de se quer pensar em fazer. Mas ele não sente nada por mim, não tentou em hipótese alguma me seduzir e me fazer promessas... – minha voz falhou na última frase, sabendo que era mentira. Espero que Laurent não tenha percebido. – o que aconteceu ou acontecerá comigo será por minha causa.
Laurent soltou outro suspiro e tocou em meu ombro.
- Espero sinceramente que você esteja forte o bastante Bella, tão forte o quanto parece demonstrar. Espero ver você com um sorriso sincero no rosto quando isso acabar, do mesmo jeito que você estava quando eu a contratei.
- Obrigada Laurent. Eu também espero.
Assim que o papo pesado acabou, nos reunimos à Angela, Jessica, Zafrina e Lauren. Ficamos conversando durante horas, até que eu não podia mais adiar minha partida. Eu tinha que ir embora.
Assim que eu sai da Sin City, meu telefone tocou. Meu coração deu um pulo só de ver seu nome.
- Oi Edward.
- Bella? Onde você está?
- Acabo de sair da Sin City. Aconteceu algo?
- Não exatamente... quer dizer, aconteceu sim – ele parecia lutar com as palavras – me encontre em casa, agora.
- Ok.
Desliguei meu telefone tomei um táxi. Meu nervosismo aumentou enquanto eu atravessava a cidade. Edward não disse do que se tratava tal urgência, pois a essa hora ele deveria estar no trabalho.
A minha conversa com Laurent foi bem estranha. Ele me contara de casos passados de Edward, com o objetivo de me alertar. Na opinião dele, eu corria risco de sair machucada dessa história. Estou emocionalmente afetada com tudo, o que piora muito as coisas. Minha cabeça processava cada fato, tanto os das histórias de Laurent tanto o que acontecera entre mim e Edward. Os beijos, as conversas, as promessas...
Estava na cara. Edward iria fazer a mesma coisa comigo. Era um fato.
Mas eu era uma mulher adulta. Eu poderia ter controle sobre meus sentimentos. E eu seguiria com o conselho de Jacob. Se ele quiser me procurar depois que sua filha nascer, eu o receberia de braços abertos.
Finalmente chegamos ao prédio de Edward. Desci com dificuldade do táxi, por causa da barriga, que crescia num ritmo acelerado.
Assim que vi Edward descendo de seu Volvo, meu coração disparou. Me xinguei mentalmente por ficar assim sempre que o via. O bebê dentro de mim pareceu notar meu nervosismo, pois começou a se mexer incansavelmente. Por pouco não ofeguei.
Logo ele encontrou meu olhar e sorriu, mas seu sorriso era estranho. Algo estava acontecendo.
- O que houve? – eu fui logo perguntando.
- Vamos subir antes. – ele passou sua mão em minha cintura e me guiou em direção ao elevador.
Tentei não demonstrar o quanto eu estava agitada. Era a primeira vez que nos víamos depois do beijo. Olhei em sua direção. Ele olhava para frente, e parecia pensativo. Isso era bom. Eu morria de medo de que ele mencionasse o beijo.
Lembrar do tal beijo me fez sentir um calor imenso, e o elevador pareceu ficar pequeno demais. Eu queria beijá-lo outra vez. Sentir seus lábios se movendo com os meus, sua língua tomando posse de minha boca, suas mãos grandes e fortes passeando pelo meu corpo redondo.
Me esforcei ao máximo para manter o controle. Eu não queria que Edward pensasse que eu estava correspondendo-o.
Por fim a porta se abriu e minha claustrofobia se dissipou.
- O assunto sério é sobre o que exatamente? – perguntei curiosa.
- Esme e Carlisle. Eles decidiram me pressionar agora. – ele disse rosnando.
- Ow... – eu disse simplesmente.
Entramos em seu apartamento e Edward começou a me dizer o que aconteceu. Meus olhos se arregalaram a cada palavra dita por ele.
- Acho que Carlisle é maluco, sei lá... – eu murmurei.
- E o pior de tudo é que ele a ama Bella, eu vi em seus olhos – ele me encarou intensamente. – quando ele disse que ainda amava, a forma como ele disse... É impossível dizer ao contrário. Agora eu não sei o que fazer, agora a pressão vem dos dois lados... – ele abaixou a cabeça e puxou seus cabelos com as mãos.
- Acho que você deve acabar com isso de uma vez Edward. Pare de adiar, o destino está batendo na sua porta, está na hora de você abri-la.
Talvez eu devesse virar filósofa, pensei com sarcasmo depois de dar meu conselho à Edward.
Ele me encarou com seus orbes verdes intensos. Era como se ele pudesse ler a minha alma. Me arrepiei da cabeça aos pés. Logo levei um chute.
- Sua filha concorda comigo. – eu peguei sua mão e levei à minha barriga, no lugar onde o bebê chutava.
Sua expressão se suavizou e um sorriso encantador se formou em seu rosto. Sua outra mão logo foi em direção à minha barriga e sua olhar era de adoração, fascinação.
- Não vejo a hora de vê-la garota – ele murmurou.
Edward levantou seu olhar e me encarou outra vez, suspirando.
- Você tem razão Bella, eu vou acabar com isso de vez.
Ele se levantou e discou um numero em seu celular. Ele parecia apreensivo.
- Carlisle? Sim, sou eu. Quero acabar com isso de uma vez. Quando podemos nos encontrar?
Continua...
+ FANFICS ROBSTEN E BELLARD
adorei muito legal esse cap bem tenso!! ate tarde Beijusculo♥
ReplyDelete