Oi
pessoal! Se preparem para fortes emoções. Esse capítulo está muito intenso.
Muitos sentimentos serão revelados e muita coisas será explicada...
Título: Paixão e Crueldade
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Universo Alternativo, Lime, Darkfic, Drama
Censura: NC-16
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Universo Alternativo, Lime, Darkfic, Drama
Censura: NC-16
Categorias: Saga
Crepúsculo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Violência, Heterossexualidade, Sexo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Violência, Heterossexualidade, Sexo
Paixão e Crueldade
By Lunah
Atenção: Este conteúdo foi
classificado
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"
Capítulo
10
*
QUINTA-FEIRA *
Isabella PDV
Sozinha na madrugada, me entreguei às mãos da
melancolia. Eu já tinha imprimido minha passagem para Sidney e, na manhã de sexta-feira,
pretendia abandonar de vez Edward e o Democracy. Meus pais não faziam idéia do
meu plano, mas quando chegasse à Austrália lhes faria entender o quanto eu
precisava ficar longe.
Minha coragem oscilou em vários momentos e,
em alguns, pensei em continuar indo ao colégio só por causa do tempo que
passava na detenção com Edward. O problema é que eu estava totalmente
desacreditada. Nós nem éramos exatamente amigos e mesmo que fôssemos,
continuaria presa a uma paixão platônica por um homem que nunca seria meu.
Ficar o mais longe possível dele era a única coisa certa a fazer.
Ao andar pelos corredores do Democracy
ignorei completamente as centenas de alunos e fui abençoada com a nítida
impressão de que todos haviam sumido. Vaguei pela instituição como um fantasma
preso em seu próprio tempo, no entanto, eu ainda podia vê-lo. Edward foi o
único que conseguiu ultrapassar as barreiras que construí para suportar o
último dia.
Edward PDV
Na sala de detenção, repeti três vezes a
mesma frase da redação idiota que estava fazendo. Chateado, amassei a folha e
fitei Bella. Não conseguia parar de me perguntar por que estava tão cabisbaixa.
Sua fisionomia abatida encheu a minha cabeça de dúvidas, por isso não consegui
esperar o Sr. Gray cochilar.
Escrevi um bilhete e o amassei em uma bola.
Sabia que se o Sr. Gray me flagrasse fazendo aquilo pegaria no meu pé, então
esperei que estivesse bem distraído com seu livro e inclinei um pouco a minha
carteira na direção de Bella, para que assim a bola de papel caísse em cima de
sua carteira. Equilibrando-me, joguei a bola e minha carteira virou.
Isabella PDV
Um estrondo fez-me sobressaltar. Assustada,
vi Edward erguer-se do chão bastante constrangido.
– O que aconteceu, Cullen? – indagou o professor.
– Nada, Sr. Gray, foi só... – coçou a nuca. – A carteira. – colocou-a de volta no lugar e sentou-se pondo uma mão no rosto.
Cobri minha face com o caderno e gargalhei o
mais baixo possível. Até o professor riu do pequeno acidente de Edward. Só
quando me acalmei foi que reparei que havia uma bola de papel no acento à minha
frente. Curiosa, fingi me espreguiçar e debrucei-me sobre a carteira alcançando
o bilhete. Imediatamente o abri sem saber o que esperar.
“Marie, você está bem?
Não quero ser chato, mas estou curioso.
Anthony.”
A estranha preocupação de Edward trouxe-me um
pouco de conforto. Era bom saber que alguém se importava, porque sem Jasper no
colégio me sentia ilhada.
Edward PDV
Quando Bella terminou de escrever, amassou a
folha e se levantou. Ela foi até a lixeira, mas antes de jogar o papel lá
dentro piscou o olho para mim. Para que o Sr. Gray não desconfiasse, esperei
três minutos, depois, com o pretexto de me livrar de alguns papéis, fui buscar
o bilhete. De volta ao meu lugar, disfarçadamente li:
“Caro, Anthony...
Estou tendo um dia especialmente difícil,
mas ficarei bem.
Refleti sobre o que escreveu na última
carta. Entendo o seu ponto de vista, porém te digo que já conheci o suficiente
do amor e do ódio para lhe garantir que são um caminho sem volta. Uma vez que
conhecemos esses sentimentos eles têm que seguir o seu curso... Nascem, crescem
e morrem. O tempo de duração de cada uma dessas etapas é que varia. O que estou
tentando dizer é que o amor é uma aposta sem garantias. Você só vai saber se
ele realmente existe quando se permitir amar alguém sem esperar nada em troca.
Atenciosamente...
Marie.”
Reli a carta três vezes. Queria me mostrar
indiferente às palavras de Marie, mas elas faziam sentido demais para
ignorá-las. Nunca me aproximei de uma garota de modo despretensioso. Tudo
girava em torno do homem que eu deveria ser, então não eram escolhidas pelo que
me faziam sentir, e sim pelo que podiam me oferecer.
Eu nunca tinha conversado sobre aquele
assunto com ninguém; de fato, todas as cartas que troquei com Bella foram
únicas. Era intrigante como vários assuntos importantes fluíam em nossas
conversas, fazendo-me ver que ela era muito mais interessante e sensível do que
pretensiosamente imaginei. Ainda assim, por causa de tudo que aprontou comigo,
senti a necessidade de analisá-la mais a fundo. Não queria mais me decepcionar.
Isabella PDV
Quando Edward terminou de escrever, o
professor já havia caído no sono, então ele dobrou a carta em forma de avião e
lançou para mim.
“Marie...
Você me surpreende todos os dias. Garanto
que poucas pessoas são capazes disso. Você enxerga o amor sob uma ótica
interessante, isso faz com que eu me envolva em suas palavras e reflita até sem
querer. É por esse motivo e outros que te proponho um passo adiante. Já que faz
“anos que não nos vemos”, sugiro um encontro.”
Um encontro?
“Acredito que seja o momento de deixarmos
as cartas um pouco de lado e finalmente conversarmos cara a cara. Está disposta
a me encontrar no final da sala? Se a resposta for sim, erga a mão direita.
Atenciosamente...
Anthony.”
Engoli em seco, tensa demais para fitar
Edward. Como assim um encontro? O que pretendia?
Quase entrei em pânico sem saber se estava
pronta para encará-lo depois das cartas, pois me expus mais do que deveria.
Então percebi o quão boba estava sendo. Era exatamente daquilo que eu
precisava! Não podia ir embora e deixá-lo com uma imagem distorcida de mim.
Queria que Edward realmente me enxergasse. Bastante decidida, ergui a mão como
ele pedira e procurei me acalmar.
Edward PDV
Quando Bella aceitou me encontrar, fiquei
repentinamente nervoso. Não sabia como lidar com a ansiedade. No fundo eu
estava com medo de estar sendo enganado e a garota não ser como demonstrava nas
cartas.
Eu já nem sabia o que pensar sobre minhas
atitudes. Era pra me manter o mais longe possível de Bella, o problema é que
ela sempre me atraiu de uma forma irresistível. Primeiro fisicamente, agora
intelectualmente.
Disposto a ir fundo em minha decisão e
descobrir a verdade, ajeitei o nó da gravata, passei a mão pelos cabelos e me
levantei. Fui para o final da sala sem olhar para Bella e me encostei na
parede.
Isabella PDV
Quando Edward se levantou, achei que eu ia
enfartar. Não fazia a menor idéia do que ia dizer a ele. Aquela ia ser a
primeira vez que falávamos depois de dias apenas trocando cartas. Como cada
carta rompeu uma barreira, nosso encontro estava destinado a ser extremamente
pessoal e íntimo.
Pálida feito papel, apertei minhas bochechas
tentando ganhar um pouco de cor e me arrependi de não ter passado sequer um
batonzinho. Assim que me levantei, ajeite o uniforme, peguei meu caderno e
caneta, respirei fundo e, a passos lentos, cheguei ao fundo da sala.
Ao encontrar Edward, o encarei com a cabeça
bem erguida, mas infelizmente ele nada fez ou falou. Imediatamente a dúvida se
manifestou e eu já não tinha certeza sobre o “pessoal e íntimo”. Sem muitas
alternativas, me sentei no chão com as costas apoiadas na parede e comecei a
desenhar no caderno.
Edward PDV
A garota não me deixou ver o que estava
fazendo no caderno. Intrigado com sua ação, fiquei à espera de entender o que
se passava.
Pouco tempo depois, Bella ergueu o caderno
escondendo o rosto atrás dele, só aí pude ver o desenho bem mal feito de uma
menina segurando uma bandeira com a palavra “paz”.
– Essa... é você? – estreitei os olhos buscando entendê-la. Bella sorriu e virou a
página mostrando-me outro desenho. Não precisei analisar muito para sacar que o
menino com a expressão rabugenta era eu. – Ao menos estou bonito. – quase ri dos garranchos. – Posso ficar com esse retrato
tão... fiel?
– Sim. – arrancou a folha e me entregou.
– Obrigado. – guardei no bolso.
– Disponha.
O sorriso de Bella era tímido e gracioso. Em
nada, nada mesmo, parecia o sorriso debochado e sarcástico de antes. Preso a
esse mistério, sentei-me ao seu lado.
– Sentiu a minha falta? – perguntei sem pensar.
– Como? – fitou-me confusa.
– É que não nos vemos há 10 anos. Lembra-se? – apressei-me em explicar.
– Ah... – assentiu. – Você cresceu. – entrou na brincadeira.
– Você também.
Lembrei-me da carta dela e, sem querer, olhei
para os seus seios. Logo que Bella percebeu, desviei o olhar, ridiculamente
desconcertado. Não era típico de mim ter esse tipo de reação.
Isabella PDV
Edward estava me deixando confusa. Ele
parecia em cima do muro, indeciso sobre como deveria me tratar.
– O que está pensando? – perguntei baixinho.
Ele respirou fundo antes de responder.
– Tudo que escreveu nas cartas é verdade? – virou-se para mim.
Sua pergunta me pegou de surpresa, mas eu
estava cansada de fugir e de mentir. Desejava mais que tudo ser eu mesma com
ele.
– Sim Edward. – respondi com os olhos fixos nos dele. – Só porque eu fiz coisas
chocantes no passado não significa que eu seja uma pessoa inteiramente má. Nem
sempre o que fazemos define quem somos.
Pela expressão torturada dele, percebi que
minhas palavras o tocaram profundamente, criando ligações com o que sentia a
respeito de si mesmo.
– Você tem razão. – murmurou certamente lembrando-se de quem foi.
– Se pudesse escolher, em que local teria marcado esse encontro?
Ele imediatamente olhou para o teto,
refletindo.
– Já esteve no píer de Santa Mônica?
– Não.
– É enorme! As águas durante a tarde são calmas e até dá para sentir
o cheiro de pipoca vindo das carrocinhas. O ambiente é tão aconchegante que
você nem se importa com as dezenas de pessoas à sua volta.
– Parece demais. – sorri.
– Não vou lá há muito tempo. – balançou a cabeça, lamentando.
– E o que faria para me passar uma boa “primeira impressão”?
– Eu me exibiria com os meus... talentos? – fez uma careta sem saber se
tinha respondido certo.
– Que talentos? – ri sem querer.
– Muito obrigado. – fingiu-se de ofendido. – Para o seu governo, eu tenho muitos.
– É mesmo? – provoquei. – Me diga um!
– Er... – gesticulou. – Tem... Tem o... Calma, eu vou chegar lá. – mordeu o lábio, pensativo. – Eu sou bom em... – coçou a nuca, prendendo o riso. – Sexo!
– Que resposta idiota! – gargalhei com as mãos na boca para não acordar o Sr. Gray. – Acho que eu esperava mais de você.
– Qualquer coisa que eu respondesse soaria idiota. – deu de ombros. – Não queria parecer metido.
– Oohh... – revirei os olhos. – A sua resposta fez você parecer muitooo modesto.
Edward virou o rosto e tive a impressão de
que balbuciou um palavrão. Estava tão nervoso assim?
– E qual o seu talento? – virou-se para mim cruzando os braços.
– Acho que não tenho. – franzi o cenho.
– Não me enrola, você deve saber fazer alguma coisa legal.
– Bem... Na verdade... – estreitei os olhos, arquitetando. – Sei fazer um “lance”.
– Me mostre. – ficou mais interessado do que eu esperava.
– Você tem que prometer que não vai rir. – falei sério.
– Está prometido.
– Vem comigo!
Saímos da sala sem fazer nenhum barulho.
Ficamos parados no meio do corredor completamente vazio e a expressão de
curiosidade de Edward era quase hilária.
– Lembre-se de que não deve rir. – pedi tirando o meu blazer e logo depois os sapatos e meias.
– Seu talento é tirar a roupa? – ficou confuso. – Porque, se for... – pigarreou. – Quem sou eu para condenar,
por favor, continue.
– O quê? Não! – joguei meu sapato nele. – Não é nada disso. Apenas observe.
Fiquei a uns 15 metros de distância de Edward
e chacoalhei os braços, relaxando os músculos. Respirei fundo, então corri
pegando impulso e os saltos carpados que se seguiram fluíram naturalmente.
Minhas mãos e pés tocaram o solo quatro vezes, fazendo com que os meus cabelos
esvoaçassem e a minha calcinha inevitavelmente aparecesse. A sensação de girar
no ar anulou qualquer preocupação e o último salto, no qual não usei as mãos,
diminuiu de vez a distância entre nós.
– Então? – ofeguei, com os pés bem firmes no chão.
– Isso foi muito legal! – aplaudiu sem fazer barulho. – Estou mesmo impressionado.
– Obrigada. – peguei na barra da saia e fiz uma reverência.
– Como aprendeu?
– Quando criança, eu brincava sozinha, daí ficava saltando pelo
jardim. Pelo visto ainda sou boa.
– Por que brincava sozinha?
– É melhor voltarmos para a sala. O Sr. Gray pode acordar. – desconversei.
– Ele só acorda quando o alarme toca. – olhou para seu relógio. – Já que fugimos da detenção,
queria te mostrar uma coisa.
(...)
– Uau! – murmurei chegando ao topo da torre do sino.
O lugar não era grande e as paredes estavam
desgastadas por causa do tempo. Em cada uma das quatro paredes havia uma janela
e através delas dava para ver todo o colégio. Os pátios, os jardins, o estacionamento
e muito mais. O que eu sabia era que o sino havia sido aposentado há uns vinte
anos, mas, pelo que vi, a enorme peça de cobre continuava intacta apesar de
empoeirada.
– Esse é o lugar mais tranquilo de todo o Democracy. – Edward ficou perto de uma janela.
– Nunca estive aqui antes. – juntei-me a ele. – É incrível!
Ficamos observando a paisagem em silêncio por
bom tempo, então Edward murmurou uma pergunta interessante.
– E você? Onde me levaria?
– Para velejar! – respondi imediatamente.
– Nossa... – riu. – Você já tinha mesmo a resposta na ponta da língua.
– Pois é... – ruborizei, arrependida por ter deixado tão claro que aquilo sempre
foi uma fantasia minha.
– Velejar é mesmo incrível – falou como se entendesse bastante do assunto. – Você veleja?
– Não. Nunca fiz isso. Não entendo praticamente nada sobre barcos,
mas sempre desejei velejar.
– Não é assim tão difícil quanto parece. O que te impediu de
realizar esse desejo?
– Sei lá... – dei um meio sorriso. – Tem uma porção de coisas que nunca fiz.
– Tipo?
– Você não vai querer saber. – a conversa estava se tornando demasiadamente pessoal e eu não sabia
como Edward reagiria às respostas.
– Insisto!
Inicialmente fiquei nervosa, mas logo percebi
que não havia muito a perder.
– Nunca assisti uma partida de basquete, nunca fui ao cinema, nunca
fiquei de recuperação, nunca... – resolvi falar o último item bem rápido na esperança de ele não
ouvir. – Nunca beijei, exceto por dois selinhos.
Então? E você, o que nunca fez? – mudei logo de assunto.
Edward ficou me encarando pensativo e sua
expressão não era amistosa.
– Não. – se chateou. – Não tem como eu acreditar nisso!
– Não estou pedido que acredite.
– Você saiu com uma porção de caras do colégio e nós transamos. Como
espera que eu acredite que nunca beijou? É alguma piada? Não tem graça!
Baixei a cabeça sem argumentos. Enquanto
Edward não soubesse quem eu era, jamais me entenderia. Pretendia lhe contar a
verdade na sexta, só que queria um pouco mais de tempo com ele antes que me
enxergasse só como a “Isabella duas caras”.
– Aquele cara que te falei... – foi difícil manter minha voz firme. – Ele tentou me beijar, mas não
conseguiu.
– E por isso não procurou beijar mais ninguém? – cedeu um pouco, nitidamente se
esforçando para acreditar.
– Isso é pra ser feito com quem se gosta, estou errada?
Edward ficou um tempo calado, preso num
conflito interior que se refletia em seus olhos.
– Que droga! – bufou. – Intuição versus razão. Minha intuição me diz para confiar em você,
mas, depois de tudo que fez, é... – aumentou o tom de voz. – Extremamente difícil! Por que
Bella? Por que fez tudo aquilo comigo? Achou que seria finalmente aceita? – fez uma breve pausa e quando
voltou a falar estava mais ressentido do que chateado. – Se desde o início tivesse se
mostrado como é agora, acho que eu teria... – refreou-se no pior momento.
– Teria? – sua aflição se tornou a minha.
– As coisas teriam sido diferentes. – fechou os olhos por dois
segundos. – Só isso.
– Você também não era o mesmo.
Edward me encarou aceitando a inquestionável
verdade.
– Às vezes tenho a impressão de que a vida está me pregando uma
peça. – encostou a testa na parede.
Edward PDV
Estava ficando louco tentando compreender por que queria tanto acreditar em Bella. A garota embaralhava meus pensamentos e, ainda assim, meu corpo reagia a ela intensamente. Por um tempo, achei que a atração havia acabado, mas estava apenas adormecida por causa da raiva, só que, agora, meus sentimentos estavam seguindo um curso diferente. A “Marie” que eu esperava encontrar estava mesmo presente na personalidade de Bella. A junção das duas pareceu criar uma terceira garota, uma terceira idéia de quem ela realmente podia ser. Mas, ao invés disso simplificar a minha vida, só complicou, pois a vontade de desvendá-la por inteiro só não superava a vontade de continuar ao seu lado. Que tipo de masoquista eu tinha me tornado? “Burrice” agora era o meu nome do meio? Ridículo! Ridículo! Ridículo!
– O machucado na sua testa está doendo? – Bella sussurrou com receio.
– Estou bem. – menti sem me mexer.
– Não precisa se fingir de forte. Ser atingido por uma lata deve
doer pra caramba.
Boquiaberto, me virei para ela desconfiado.
– Ninguém, exceto a minha família, sabe que fui atingido por uma
lata.
Imediatamente, Bella perdeu toda a cor da
face. Seus lábios tremularam como se fosse falar, mas nenhum som saiu de sua
boca.
– Eu quero uma resposta. – exigi com seriedade. – Foi você quem mandou fazer aquilo comigo?
– Não! – quase gritou. – Eu juro que não! Como pode...
– Como posso pensar isso de você? – segurei-lhe o pulso com força. – Tem certeza que eu preciso
explicar?
Bella fechou os olhos como se estivesse
sofrendo, só que eu não sabia se era mero fingimento.
– Água e óleo. – abriu os olhos vagarosamente e desvencilhou-se. – Como você disse, somos água e
óleo.
A alegação causou um impacto que eu não
esperava. Senti-me mais do que frustrado, angustiado.
– Quem realmente é? Do que tem medo? – estendi minha mão para tocar sua
face, mas Bella deu um passo atrás, tirando de mim a esperança de uma resposta
satisfatória.
– Tenho medo de você. – sussurrou.
– Não vou feri-la.
– Faz isso até sem sentir. – deu mais um passo atrás. – Só a sua existência é o suficiente para... – balançou a cabeça reprimindo as
palavras que eu ansiava. – Acabou! – deu-me as costas para ir
embora e me aborreci.
– Acabou nada! – puxei-a pelo braço e a coloquei rudemente contra a parede. – O que você quer de mim? – gritei irado. – Pare de me enlouquecer! – soquei a parede perto de seu
rosto e Bella sequer pestanejou. – Responda. A droga. Das perguntas! – rosnei em seu ouvido perdendo o
controle. – Você arruinou a minha vida e
agora quer ferrar também com o meu juízo? – apontei para minha cabeça que estava preste a explodir. – O que ganha com isso? Que jogo
doentio é esse?
– Irei embora. – sua voz se tornou fria como gelo.
– Espera mesmo que eu acredite em alguém que mente e manipula o
tempo inteiro? – a fúria me dominou e quando percebi já estava com a mão em seu
pescoço. Meu coração acelerou e tudo no mundo sumiu, exceto Bella. – Eu podia matá-la... – com a respiração presa na
garganta, impulsivamente apertei seu pescoço. – Motivos é que não me faltam.
– Vá em frente – disse com a voz fraca.
Nos olhos de Bella havia rendição e um
estranho desejo de que eu cumprisse a ameaça. As mesmas íris misteriosas que me
levaram ao inferno aplacaram, sem muito esforço, a ira dentro de mim, abrindo,
assim, caminho para sentimentos confusos e contraditórios. Perdido e de olhos
fechados, colei minha testa na dela e aos poucos fui soltando o seu pescoço.
Não demorou a ofegarmos juntos, procurando ar em um espaço pequeno demais para
tanto conflito irresoluto.
– Você terá suas respostas. – afagou a minha nuca.
– Quando?
– Hoje.
Abri os olhos e me afastei lentamente.
Conforme fazia isso, a mão de Bella deslizou da minha nunca, passou por meus
ombros e deteve-se em meu peito.
– Você promete? – lá estava eu novamente, estupidamente cativado por sua presença.
– Edward, eu juro!
Seus olhos ficaram marejados e eu quis cruzar
os limites estabelecidos pelas dúvidas e simplesmente beijá-los. Porém, antes
que eu cometesse esse doce erro, Bella se distanciou e atravessou a porta
abandonando-me.
Debilmente, me arrastei de volta à sala de
detenção e debrucei-me sobre os livros, mentalmente exausto. Bella permaneceu
em seu canto e o Sr. Gray continuou dormindo. Os minutos que se seguiram foram
vazios e silenciosos.
O alarme tocou nos liberando da detenção.
Arrumei minhas coisas devagar e o Sr. Gray nos apressou. O segui rumo à saída,
mas assim que ele atravessou a porta Bella me deteve bloqueando a passagem. Ela
nada falou, apenas me estendeu uma carta. Peguei o papel sem tirar os olhos de
seu rosto, no entanto o contato visual foi breve demais para eu compreender por
que sua fisionomia tinha se transformado em um mero conjunto de linhas sem
vida.
Bella foi embora sem olhar para trás, então
desdobrei a carta e caiu no chão outro papel, ainda mais bem dobrado que o
primeiro. Intrigado, peguei o papel do chão e comecei a ler a carta.
“Querido Edward Anthony...
Eu já passei por situações terríveis, mas
escrever essa carta é tão difícil que sinto como se meu coração fosse parar...
Voltei ao Democracy com um único objetivo e
por ele eu mataria e morreria, e foi exatamente isso que aconteceu. Apaguei a
“luz” dos nossos caminhos e ficamos perdidos na escuridão do nosso passado. O
ódio que servia de combustível para a minha obsessão foi tão grande, que acabou
morrendo do próprio excesso quando você confessou seus erros ao Filhos da
Democracia. Hoje, analisando bem, vejo que tudo que falou naquela noite foi de
coração. Eu sabia que estava sofrendo e desejava isso mais que tudo. Acreditei
estar fazendo justiça, mas essa “justiça” falhou de todas as formas possíveis.
Em alguns momentos era como se nem fosse eu mesma... Acredite, hoje não sou uma
pessoa mais completa ou mais feliz, pelo contrário. Queria ter percebido antes
que, se tivesse refreado a mágoa e tirado um tempo para compreender como você
se sentia por dentro, talvez pudéssemos ter ajudado um ao outro.
Espero que essa carta e essa ficha te
ajudem a encontrar absolvição e, finalmente, paz.
Sinceros lamentos de quem, agora, eu
realmente sou...
Isabella Duas Caras.”
Boquiaberto e com as mãos tremulas, desdobrei
a ficha e, ao ver a foto da garota com o rosto cheio cicatrizes senti a
adrenalina de vários ataques cardíacos.
Era ela! Era Isabella!
Fechei os olhos e imediatamente as lembranças
em flashes invadiram minha mente, ligando um acontecimento a outro. De repente,
cada frase, cada briga e provocação começaram a fazer sentido. A mesma
garotinha que eu sentia como se me seguisse era a mesma mulher que arrancou de mim
tudo que eu julgava ser importante.
Voltei meu olhar para a foto e, novamente, me
senti culpado por tudo que lhe fiz. O lado direito do rosto de Isabella era o
mesmo que eu acabara de ver. No entanto, toda a sua bochecha esquerda, assim
como o queixo e pescoço eram uma confusão de cicatrizes, as quais só me faziam
lembrar que houve muitas outras espalhadas por seu corpo. E, naquele momento,
realmente senti como se merecesse sua vingança.
Como eu podia ousar igualar minha dor à dela?
Quando a perseguia, ela era só uma criança assustada e depois, quando
transamos, era uma garota de 15 anos solitária e ingênua. Ao concluir esse
pensamento, minha mente remeteu-me ao dia em que transamos na sala do diretor.
Uma frase em particular abriu meus olhos para outra questão.
Agora você me quer, não é?
Ela devia estar se referindo à forma fria com
que lhe tirei a virgindade. Depois disso, só precisei de um segundo para ligar
a frase a um trecho de suas cartas.
Minha história com esse rapaz é bastante
complicada. Sempre nutri um sentimento muito forte por ele, algo inominável.
Foi o primeiro a me tocar internamente e externamente, por isso meus laços com
ele vão além do entendimento de muita gente.
Ainda em choque, finalmente me dei conta de
que eu era aquele rapaz. Era de mim que Isabella gostava!
– Como não percebi isso? Droga! – larguei minhas coisas e corri o mais rápido que pude.
Continua...
Nossa... estou ainda em choque com todas essas
revelações. Tanta coisa foi dita e tantas mais que deveriam também ser faladas
acabaram por expor todos os sentimentos há tanto tempo represados. A confusão
de sentimentos dentro deles é tanta que nem sei se eles vão conseguir lidar com
isso sem acabar se ferindo ainda mais. Espero mesmo que Edward consiga
encontrá-la antes que ela viaje e saia da sua vida em definitivo. Eles precisam
esclarecer todo o passado para juntos tentarem um futuro. Beijos e até amanhã.
concordo.
ReplyDeletelindo o capitilo tomara q o ed consiga conversa com ela e possam se perdoar e viver esse amor ate amanha bjusculos!!
eu to me esbagasando de chora ! aff como eu to emotiva!tomara que eles se acertem
ReplyDeleteOi Lovers♥ "Jesus amado, esconde a cruz e o alho" estou passada na manteiga! sera que ele vai conseguir acha a Bella. I LOVED♥ espero q se resolva tudo com eles♥ Beijusculo ate amanha♥♥
ReplyDeleteUau... estou sem fôlego!!!
ReplyDeleteConforme fui lendo, fui pensando que Edward deveria ir atrás dela e foi
justamente isso que ele fez!!!
O que será q vai acontecer qdo eles ficarem cara à cara???
MeuDels perfect fic, tomara que o ed a encontre e ele fique com ela, história emocionante, depois de tudo o que aconteceu entre eles os dois tem que encontrar um jeito de ficarem juntos ahhhhhhh, chorando aqui emocionante a fic: sim ou claro? <3 <3 <3
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