Boa
tarde pessoal! O capítulo de hoje está tão intenso quanto o de ontem, mas por
diferentes motivos. Leiam e se emocionem...
Título: Paixão e Crueldade
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Universo Alternativo, Lime, Darkfic, Drama
Censura: NC-16
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Universo Alternativo, Lime, Darkfic, Drama
Censura: NC-16
Categorias: Saga
Crepúsculo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Violência, Heterossexualidade, Sexo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Violência, Heterossexualidade, Sexo
Paixão e Crueldade
By Lunah
Atenção: Este conteúdo foi
classificado
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"
Capítulo
11
Isabella PDV
Quando cheguei ao estacionamento, tirei o blazer do Democracy e o deixei deslizar por meus dedos até cair no chão. Livre dele e das desculpas que criei para não abandonar o lugar, caminhei até o Mustang.
Ao entrar no carro, segurei o volante com
toda a minha força e pousei a testa sobre ele, sentido como se meu peito se
contraísse em uma agonia silenciosa. Se alguém colocasse o ouvido em meu
coração, provavelmente ouviria gritos ao invés de batidas.
Com dificuldade para respirar, pendi a cabeça
para trás, simplesmente exausta... Sempre ouvi pessoas mais velhas dizerem que
quando somos jovens os golpes da vida parecem mais fortes, porque erroneamente
acreditamos que tudo é o fim do mundo. Eles podem até estar certos, mas, para
quem sofre, independente da idade, é sempre O sofrimento. Vemos nosso mundo
erguido de sonhos, esperanças, anseios e medos ruir em um estalar de dedos.
Sofrimento é um sentimento, e para sentimento não existe lógica. No meu caso,
“meu mundo” ruiu tantas vezes que me tornei uma garota psicologicamente
instável e emocionalmente perdida. Então a questão era: como seguir em frente?
Por onde começar?
Desesperada, coloquei as mãos na cabeça
querendo gritar, mas infelizmente toda a angústia permaneceu fechada em meu
peito. Revoltada com a minha incapacidade de exteriorizar o sofrimento dei
partida no carro e pisei no acelerador. No mesmo momento, Edward se colocou na
frente do veículo. Freei o mais rápido que pude, mas não consegui evitar que o
impacto o derrubasse.
Nervosa, saí do carro e o encontrei estendido
no chão. Ele se apoiou nos cotovelos, respirou fundo e, quando conseguiu se
levantar sozinho, fiquei extremamente aliviada.
Inicialmente eu não sabia o que pensar, mas
quando ele caminhou em minha direção, paralisei bastante constrangida. Tudo que
me veio à cabeça foi que ele tinha visto a minha foto, e por isso, sentia-me
despida como se Edward pudesse me enxergar como ninguém mais podia.
Edward PDV
Embora Isabella não tivesse mais cicatrizes,
suas reações e minha consciência levaram-me a vê-la como a mesma garota
assustada que feri no passado. Cabisbaixa, ainda escondia a face atrás dos
cabelos e ofegava como se fosse fugir.
O mais estranho é que, naquele momento, não
me importei com nada, apenas sofria ao finalmente ver toda a nossa história sob
sua ótica. Eu era o cara que tinha tudo e ela a garota que todos tratavam como
se fosse um monstro, em grande parte, por minha culpa.
Isabella me fez sentir na pele como era ser
repudiado, odiado e maltratado. Ela me arrastou para o seu “mundo” e, depois
disso, tudo mudou, eu
mudei. Mudei a ponto de sentir por ela algo que nunca senti por
ninguém.
Isabella PDV
Edward ficou parado por um tempo me olhando
com uma expressão indecifrável, então deu um passo à frente erguendo
vagarosamente a mão. Meu coração disparou conforme seus dedos se aproximavam do
meu rosto. Foi uma sensação muito estranha, pois era como se as cicatrizes
ainda estivessem lá.
Com o indicador em meu queixo, me fez erguer
a cabeça e meus olhos encontraram os dele. Sentia-me mais protegida com os
cabelos na frente do rosto, então, quando Edward os afastou, fiquei
inteiramente vulnerável. Seu toque receoso me fez estremecer como no dia em que
me tocou pela primeira vez.
– Eu... – franziu o cenho parecendo lutar para encontrar palavras. – Não existe justificativa para o
que fiz por tantos anos. Eu te vejo em todos os lugares... O tempo todo, já nem
sei... – seus olhos brilhavam por causa
das lágrimas contidas. – Eu queria... não, eu preciso... – baixou a cabeça e pressionou
minhas mãos contra o seu rosto, nitidamente amargurado. – Isabella... – gemeu e minha coragem
desapareceu.
Era difícil ouvi-lo chamar meu nome, pois
automaticamente minha mente ligava aquela voz ao apelido que tanto me
perturbava. De súbito, afastei-me deixando Edward confuso. Então, em uma reação
irracional comandada pelos antigos medos, simplesmente fugi. Corri para longe
dele e dos fantasmas que ainda me assombravam. Saí do estacionamento e segui
pela calçada, não vendo quase nada à minha frente por causa da cortina de
lágrimas que cobriram meus olhos.
Quanto mais corria, mais velozes se tornavam
meus pés. O vento forte chocava-se contra minha face, espalhando as gotículas
de sofrimento por minhas bochechas. Ouvia Edward me chamar, sabia que me seguia
e, mesmo assim, não fui capaz de parar. Continuei correndo e correndo...
Edward PDV
Não podia deixá-la. Mesmo que Isabella não
quisesse me confrontar, eu precisava encontrar palavras que a fizessem entender
que eu não queria mais magoá-la.
Corri o mais rápido que pude, mas, por mais
que eu esticasse o braço para lhe alcançar, a garota escapava-me por
centímetros.
Estávamos chegando perto de um cruzamento
movimentado e Isabella não deu sinais de que ia parar.
– ISABELLA, PARE!
Isabella PDV
Involuntariamente olhei para trás e, quando
voltei meu olhar para frente, já estava quase no fim da calçada. Tudo aconteceu
muito rápido. Parei abruptamente no meio fio, mas, sem equilíbrio, meu corpo
começou a projetar-se para frente. Ouvi o som alto de uma buzina, ofeguei, e
tudo que senti depois foi Edward puxando-me pela blusa e isso me fez pender
para trás. No segundo seguinte, o caminhão passou bem à minha frente e a rajada
de vento provocada pela velocidade do veículo fez minhas pernas vacilarem.
Edward me manteve junto ao seu peito e, com
os braços bem firmes em volta da minha barriga, afastou-se do meio fio
levando-me junto. Por alguns segundos nada falamos, apenas recuperamos o
fôlego. Sentia muito bem a respiração dele no meu pescoço e todo meu corpo
reagiu, arrepiando-se.
– Me perdoa? – sussurrou em meu ouvido.
Fechei os olhos e senti toda a magnitude
daquelas palavras. A pergunta que nunca imaginei ouvir alcançou a parte mais
íntima do meu ser. Algo entre a alma e o espírito. Aquela simples frase teve
mais poder curativo sobre mim do que toda a vingança que executei.
Baixei a cabeça e o obriguei a me soltar.
Relutante, Edward me largou. Girei vagarosamente o corpo e o encarei com toda a
intensidade.
– Edward... – minhas pernas e voz se tornaram sólidas e confiáveis. – Eu já perdoei antes mesmo de
você pedir.
Em sua expressão não havia só alívio e
gratidão, existia algo além da minha compreensão. Tive um vislumbre disso
quando, com confiança e vontade, segurou o meu rosto com as duas mãos e me beijou.
Imediatamente meus pensamentos foram
ofuscados pela sensação incrível de sua boca na minha. Foi um beijo singelo e
calmo. Nossos lábios permaneceram unidos e imóveis, até que ele colocou uma mão
em minhas costas, pressionando-me gentilmente contra si. O calor de seu corpo
me envolveu e me senti segura. Assim que Edward percebeu isso, deslizou as mãos
até meus braços e os colocou em volta de seu pescoço. Não houve hesitação da
minha parte, eu já estava totalmente rendida.
Edward segurou firmemente a minha cintura e
roçou seus lábios nos meus. Involuntariamente, arfei abrindo a boca, o que deu
a ele a oportunidade e o consentimento para sugar meu lábio inferior
suavemente. A sensação foi tão complexa que meu estômago se contraiu em um
nervosismo gostoso. Mal percebi quando fiquei na ponta dos pés, ansiando por
mais e mais de seu sabor. Edward não me decepcionou e finalmente colocou sua
língua dentro da minha boca. Foi delicioso senti-la contra a minha,
massageando-a conforme seus lábios umedeciam os meus.
Nada do que eu já havia sentido na vida se
comparava àquilo. Não era um simples primeiro beijo, era o beijo de alguém que
eu amava profundamente.
Era redenção e realização.
Edward PDV
Meus pensamentos correram soltos enquanto o
beijo perdurava em um tempo feito só para ele...
A Bella narcisista que conheci antes se
apagou quando descobri que a Marie que me cativou era, simplesmente, a
Isabella. Todos esses nomes eram peças do mesmo quebra-cabeça e, agora que ele
estava montado, eu só me importava com a Isabella do “agora”. Já não queria
viver no passado, por isso meus braços a envolviam como se nunca mais fosse
largá-la.
Nem toda a experiência que eu tinha foi capaz
de explicar as sensações turbulentas que vivenciava. Aquilo estava sendo tão
novo para mim quanto devia estar sendo para ela, pois eu nunca beijei ninguém
como se minha vida fosse se resumir em antes e depois do beijo. Era estranho,
errado, assustador, mas, principalmente, extraordinário.
Talvez eu também estivesse obcecado por
Isabella, mas eu não dava à mínima, porque aquele contato estava sendo mais
real e significativo do que toda a minha planejada vida. Será que é assim que
as pessoas apaixonadas se sentem? Porque parece que enlouqueci e, ao mesmo
tempo, parece que alcancei a verdadeira sanidade.
O beijo que começou suave seguiu seu próprio
curso, levando-me a explorar a boca de Isabella e deixando que invadisse a
minha com sua doçura e sensualidade nata. Eu não curtia garotas inexperientes
com relação a beijo, mas com Isabella era diferente. Seu despreparo tornava seu
beijo delicioso. A forma urgente com que sugava a minha língua e o leve tremor
de seu corpo me excitavam e seduziam. Em um ímpeto, a pressionei contra a
parede mais próxima e simplesmente me deliciei com sua boca.
Pela primeira vez na vida, estava sentindo
tudo aquilo que julguei não existir: o frio no estômago, a adrenalina, o medo,
o corpo tenso e a necessidade de pertencer a alguém... De pertencer a ela.
Isabella PDV
Perdida. Eu estava completa e deliciosamente
perdida no beijo de Edward. Hora era carinhoso, hora intenso... Meu coração era
fraco demais para suportar de uma vez só todas as sensações se misturando e,
por isso, só por isso tive que agarrar o cabelo da nuca dele e afastá-lo para
poder respirar.
Com as testas coladas e de olhos fechados,
ofegamos e nada mais. Embora o beijo houvesse acabado, ainda estávamos presos a
ele.
– Esse... – arfei. – Foi o primeiro beijo mais perfeito que já existiu. – podia até estar enganada, mas
para mim era a mais pura verdade.
Abri os olhos e Edward ainda mantinha os seus
fechados.
– Então é assim? – sussurrou.
– Assim o que?
– Sentir algo... – abriu seus lindos olhos verdes. – Inominável?
Meu rosto ardeu e meus olhos voltaram a ficar
úmidos. Determinada a não ser emotiva demais, não falei nada. Mas meu sorriso
abobalhado não só respondeu sua pergunta como lhe provocou uma gostosa
risadinha. Edward roçou seu nariz no meu, então voltou a me beijar.
* SEXTA-FEIRA *
Cheguei ao Democracy e nem sinal de Edward.
Como uma boba, fiquei plantada na entrada do prédio à sua espera até que todos
os alunos entrassem. Decepcionada, só conseguia imaginar que ele se arrependera
de tudo o que fez e falou no dia anterior. Talvez a “ficha tivesse caído” e se
tocara do mal que lhe fiz. Quando passou das 8:40 h, lembrei que ainda tinha
minha passagem para a Austrália e não vi outra alternativa a não ser usá-la.
Jasper, que já sabia de tudo, me enviou uma
mensagem de texto e, quando comecei a responder, ouvi uma buzina. Olhei
preguiçosamente para trás e lá estava ele.
Senti novamente aquele frio no estômago
quando Edward saiu de seu Volvo. Estava com a barba feita e seus hematomas já
nem eram tão visíveis. Ele usava uma camiseta preta que se moldava ao seu
corpo, jeans, tênis e óculos escuros. Nunca o vi tão lindo!
Edward me chamou com a mão e precisei de
alguns segundos para reagir. Fui ao seu encontro e a primeira coisa que me
falou foi:
– Tem o final de semana livre?
– Acho que sim. – não entendi onde estava querendo chegar.
Deu a volta no carro e abriu a porta com um
sorriso.
– Vem comigo?
(...)
Edward pediu para eu avisar aos meus pais que
ia passar o final de semana fora, mas preferi lhes dizer que ficaria com Jasper
e a mãe dele. Liguei também para o meu amigo e ele concordou em sustentar a
mentirinha.
– Eu não tinha que pegar algumas... roupas? – indaguei olhando para a mochila
de acampamento e sacolas de supermercado jogadas no banco traseiro.
– Tudo bem, a gente dá um jeito.
– Aonde vamos? – estava confusa. Edward balançou a cabeça se recusando a falar. – Isso é um seqüestro? – arquei a sobrancelha.
– Pode-se dizer que sim. – respondeu satisfeito. – Ok, vou te dar uma dica. – apontou para o lado direito e
eu baixei o vidro da janela.
Onde indicou, ao longe, só havia a marina de
Los Angeles, onde inúmeros veleiros e iates estavam atracados.
– Está falando sério? – gritei perplexa.
– Sim, estou!
– Oh, meu Deus! – comecei a rir feito criança. – Eu vou velejar! – era até difícil acreditar.
(...)
– Bem vinda a bordo. – Edward me ajudou a subir pela popa no veleiro oceânico.
– É incrível. – mais encantada não podia estar.
– Preparada para aprender a velejar?
– Como assim? – franzi o cenho. – É você que vai guiar isso?
– Sim. – respondeu com naturalidade.
– Não... – estreitei os olhos, duvidando.
– Esse barco é do meu tio. Sempre que dá, velejamos juntos.
– Ah... – começava a entender. – Por isso disse ontem “não é tão difícil quanto parece”.
– Exato. – riu. – Vem, vou te mostrar a cabine.
Descemos alguns degraus e, quando eu vi a
cabine, percebi que o barco era bem maior do que eu tinha imaginado. A madeira
envernizada das paredes, móveis e armários chegava a cintilar e o cheiro do
lugar era bem agradável. Havia uma saleta com um sofá em forma de V e no meio
uma mesinha para refeições e coisas do tipo. No mesmo espaço, tinha uma cozinha
com bancada de trabalho, pia, geladeira, fogão, lixeira e um grande
compartimento sob ela para guardar utensílios e mantimentos. No lado esquerdo
as escadas que davam acesso a cabine, existia uma abertura que levava a uma
cama de solteiro. Já no lado direito, ficava o banheiro. Do lado oposto à
cozinha, era onde ficava a área de navegação e rádio-comunicação de bordo. Por
último, mais à frente, se encontrava a cabine da proa com uma cama de casal.
Era necessário subir no sofá para ter acesso à cama.
(...)
Através da janela do banheiro vi a marina
ficar cada vez mais distante. Edward pretendia velejar pela costa de Los
Angeles, mas também disse que me levaria para alto-mar. Ele me deu todas as
garantias de que sabia o que estava fazendo, só que nem precisava. Eu não
estava preocupada com a viagem, e sim com pequenas coisas, como o fato de não
conseguir amarrar o biquíni que ele disse que eu encontraria no armário do
banheiro.
Coloquei-me ao pé da escada e, constrangida,
falei alto:
– Edward... – cruzei os braços na frente do busto. – Pode me dar uma mãozinha?
– Posso dar duas. – brincou ao descer as escadas.
Imediatamente se colocou atrás de mim, mas
estava demorando demais para dar um simples laço.
– Você sabe como amarrar isso, certo? – questionei.
– Pronto! – pigarreou sentando-se rapidamente no sofá.
– Está tudo bem? – me virei para ele.
– Sim. – prendeu o riso colocando uma almofada no colo.
Era estranho ficar só de biquíni na frente
dele, sentia-me quase nua.
(...)
Sentada na popa, lugar onde Edward chamou de
cockpit, fiquei olhando para as enormes velas tremulando ao vento. O sol
aquecia a minha pele e meu cabelo ondulava a mercê da brisa. O balançar do
veleiro não me incomodava e, por mais que Edward tentasse me explicar como
funcionava o sistema de navegação, eu só conseguia prestar atenção à magnífica
vista. O fato de ele estar sem camisa também não ajudou.
– Isabella, está entendendo alguma coisa? – tirou os óculos escuros.
Depois que Edward me pediu perdão, ouvir meu
nome através de sua boca já não era tão assustador.
– Sim. – menti muito mal e ele riu.
– Entendeu ao menos o que é cana de leme? – indicou a peça comprida de
madeira que segurava para guiar o veleiro.
– Claro!
– Então vem cá. – largou a cana de leme e me fez sentar no comando. – Esse é o nosso timão, então, se
puxar a cana, o leme vai para baroeste, ou seja, direita. Se empurrar, vai para
bombordo, que é lado esquerdo. Entendeu?
– Sim. – coloquei a mão na cana de leme. Empurrei só um pouco e o veleiro
inclinou-se para a esquerda. – Que máximo! – ri alto.
– Está velejando. – tocou meu rosto. – Uma coisa a menos na lista das coisas que nunca fez.
O fitei e Edward roçou o polegar nos meus
lábios me fazendo desejar um contato maior. Pensei que fosse me beijar, mas
logo percebi que ele estava tentando ser paciente.
(...)
À tarde, Edward me emprestou um moletom e
sentamos na proa. Bebemos algumas cervejas bem geladas e conversamos por horas.
Ele queria saber muitas coisas sobre mim e chegou a perguntar como minhas
cicatrizes tinham sumido. Procurei não demonstrar desconforto, mas resumi minha
história em poucas frases.
A maior parte do tempo, o clima foi suave e
divertido. Rimos, brincamos, falamos bobagens e flertamos como nunca. Em alguns
momentos, Edward quase me beijou, mas infelizmente conteve-se para me dar a
chance de me adaptar ao nosso relacionamento.
Assistimos ao por do sol em silêncio e foi
uma das coisas mais lindas que eu já vi na vida. Tínhamos a nítida impressão de
que o sol mergulhava lentamente no oceano, cedendo seu lugar à lua para que ela
reinasse absoluta na noite.
Assim que ficou escuro, tomei uma chuveirada
no pequeno banheiro e vesti uma blusa de mangas compridas de Edward. Mesmo não
estando com nada por baixo, me sentia muitíssimo vestida, pois a blusa em mim
ficou parecendo um camisolão.
Logo que desocupei o banheiro, foi a vez de
Edward tomar um banho. Ele deixou algo no forno que cheirava muito bem.
Encolhida no sofá, me questionei como ele podia ser tão prendado, então usei a
lógica. Se ele costumava velejar com o tio, tinha que saber “se virar”, certo?
Ri baixinho chegando à conclusão de que, de um jeito torto, ele era o genro que
minha mãe pediu a Deus. Para não ficar sem fazer nada, dei uma revirada na
geladeira e resolvi preparar uma salada. Lavei bem os vegetais e o resto foi
fácil.
Durante o jantar, voltamos a conversar
saboreando um aprazível peixe. O vinho branco o deixou ainda mais delicioso.
– Posso perguntar uma coisa? – sorri timidamente.
– Claro.
– Como ficou tão maduro? Quero dizer, a maioria dos caras da nossa
idade só pensam e falam idiotices.
– Acho que foi a minha criação. – bebeu um pouco de vinho. – Antes mesmo de eu nascer, meus pais já tinham planejado cada passo
que eu daria na vida.
– E como eles estão reagindo aos “passos” que não estavam nos
planos?
– Bem mal. – baixou a cabeça e soltou o garfo perto do prato. – O pior é o meu pai... – suspirou, em seguida imitou o tom que o governador usava com
ele. – Não vou tolerar nenhum perdedor nessa família!
Você tem que ser um líder, Edward! Faça acontecer!
Engoli em seco, partilhando com ele o peso
daquelas palavras.
– Talvez seu pai ainda não tenha entendido que você não é uma
extensão dele. – murmurei, mas logo me
retratei. – Desculpa... Eu não devia ter
falado isso.
– Tudo bem. – fez uma longa pausa e sua expressão mudou. – Sabe, só depois que você voltou
ao Democracy foi que comecei a agir de forma impulsiva. Decepcionar meus pais
acabou me libertando um pouco e me fez enxergar a vida medíocre que eu levava.
Sendo assim, de um jeito estranho, você me ajudou muito.
– Que nada! – me recusei a ver a minha vingança como algo bom.
Edward ficou me olhando por um tempo, então
soltou uma risadinha intrigante.
– O quê? – coloquei a mão na boca achando que estava suja.
– Está linda.
– Você tomou muito sol na cabeça. – era brincadeira? Porque eu
nunca estive tão desarrumada na frente dele.
Edward sorriu e voltou a comer com mais vontade.
(...)
O veleiro ficou parado em alto-mar e não
existia nada no horizonte. As águas prateadas por causa do reflexo da lua
ondulavam suavemente e no céu havia milhares de pontos luminosos que me
impressionavam. Não se podiam ver tantas estrelas assim na cidade.
Ficamos no convés esvaziando a garrafa de
vinho e relaxando. Edward falava de como gostaria de ser mais impulsivo e não
se preocupar tanto com cada detalhe de suas atitudes. Então, sem mais nem
menos, ele levantou-se e tirou sua camisa, mas foi quando se livrou das calças
que arregalei os olhos.
Ele trocou um rápido olhar comigo, e sem
nenhum constrangimento, mergulhou no mar. Imediatamente me debrucei sobre a
grade de segurança e o vi desaparecer na água. O tempo correu e nada de Edward
emergir.
– Edward? – o chamei preocupada. – Edward, não tem graça! Por favor, apareça! – as águas ficaram demasiadamente
calmas e o silêncio foi absoluto. – Edward? – murmurei sem saber o que fazer.
Com o olhar fixo no mar, esperei e o
desespero começou a surgir. E foi nesse exato momento que senti braços fortes
enlaçarem minha cintura.
– Shh... – sussurrou em meu ouvido. – Estou aqui.
Quase me virei para bater nele, mas sentir
toda a extensão de seu corpo contra o meu distraiu-me demais.
– Isso não se faz.
Edward ignorou o que eu disse e colocou uma
mão em meu coração.
– Tão acelerado. – sua voz rouca e baixa deixou transparecer uma estranha satisfação
em saber que me preocupava com ele. – Desculpe. – não precisei fitá-lo para saber que estava sorrindo.
– Da próxima vez nem ligarei se você se afogar. – fingi indiferença.
– Mesmo? – afundou o rosto em meus cabelos e involuntariamente, fechei os
olhos. – Vai me deixar morrer? – beijou a parte de trás da minha
orelha.
– Sim. – respondi em um quase suspiro.
– Não tenho certeza disso. – mordiscou minha orelha.
– Não dou a mínima pra você. – me arrepiei inteira e ele percebeu.
– Também não dou a mínima pra você. – roçou os lábios em meu pescoço.
– Não tenho certeza disso. – imitei sua resposta com um sorriso.
– Acredite, não me sinto nem um pouco atraído por você. – sussurrou deslizando as mãos
até os meus quadris.
– Igualmente. – gemi sentindo os dedos dele alcançarem a barra da blusa.
– Isso é tão cruel. – puxou a blusa para cima, despindo-me.
– Por quê?
– Mentir não diminuía nem um pouco sensação de que se não te
tocar... vou enlouquecer.
– Então não enlouqueça. – reprimi um gemido quando lambeu suavemente meu ombro. – Ou... – sorri, divertindo-me. – Enlouqueça. – me afastei e, dessa vez, quem pulou no mar fui eu.
Imersa, senti o choque da água fria contra o
meu corpo excitado. Não foi algo ruim, na verdade, foi gostoso ficar envolvida
pela água salgada e me sentir livre enquanto mexia braços e pernas para voltar
à superfície.
Quando meus pulmões encontraram ar, Edward já
estava lá, a meio metro de mim. Arfei e ele me lançou um olhar muito sedutor.
Fiquei parada apenas boiando enquanto ele me rodeava, provavelmente
analisando-me de todos os ângulos.
Diminui a distância entre nós e coloquei meus
braços em volta do seu pescoço. Edward nos levou até a escada lateral, a qual
dava acesso ao veleiro. Ele manteve uma mão no degrau e o braço direito em
volta da minha cintura, para que não afundássemos.
Ficamos apenas nos encarando e,
instintivamente, levei meus dedos até as pequenas cicatrizes em sua face. As
contornei em um lamento mudo, lembrando-me de todas as surras que ele levou por
minha causa.
– Se, para estarmos aqui hoje, eu tivesse que passar por tudo de
novo... Isabella, eu passaria. – afirmou com muita segurança.
Não respondi nada, pois meus lábios foram de
encontro ao machucado em sua testa. Passei a beijar gentilmente todas as
cicatrizes que marcaram um capítulo conturbado de nossa história. Então, por
último, beijei suavemente o pequeno ferimento no canto da boca de Edward. Ele
imediatamente gemeu, exigindo mais. Como também estava desejosa, não perdi mais
tempo e o beijei com paixão. A sensação foi tão incrível quanto da primeira
vez. Seus lábios molhados e salgados devoraram os meus com doçura e malícia.
(...)
Deitados no convés, próximo à proa, ficamos
quietos apenas observando um ao outro. Corpos desnudos cobertos pela luz da lua
e tocados com gentileza pela brisa marítima. Havia algo de magnífico na falta
de timidez e na cumplicidade que partilhamos.
Com o desejo à flor da pele, praticamente
adoramos o corpo um do outro alcançando um nível maior de intimidade. Não sei
dizer quanto tempo ficamos naquele estado, mas sei dizer o que senti quando
Edward finalmente colocou-se sobre mim. Minha pulsação estabeleceu um ritmo frenético
e libertou a libido contida.
Os lábios quentes de Edward sugaram a minha língua e as partes internas das minhas coxas roçaram em seu quadril, o convidando para me preencher.
– Isabella, vou fazer amor com você do jeito que deveria ter feito
na primeira vez. – sua voz rouca me excitou ainda mais.
Após um beijo delicioso, a boca de Edward
ocupou-se com meu pescoço e deslizou avidamente até os meus seios. Meus dedos
automaticamente buscaram por seus cabelos e se perderam ali. Quando dei por
mim, já estava arfando com a maciez da língua dele por todo o meu busto.
Embora eu tentasse me conter, meu
autocontrole se dissipou no momento em que ele levou sua boca até minha barriga
e, sem hesitar, mais além. Involuntariamente meu corpo arqueou-se e Edward
apertou minhas coxas, saboreando-me de um jeito único.
Sensações crescentes foram invadindo meu
peito conforme os maravilhosos minutos corriam. Edward conseguia ser afetuoso
e, ao mesmo tempo, intenso. Alternava entre sua fome masculina e a paciência de
um amante habilidoso.
Não demorou para que os espasmos dominassem
meu corpo e minha respiração sumisse, assim como tudo mais. Fechei olhos e o
resto foi... simplesmente indescritível.
Edward PDV
Quando Isabella se recuperou, deitou-se sobre
mim e acariciei suas costas sem apressá-la. Ela espalhou beijos por meu maxilar
e colou a testa na minha. E foi com seu hálito invadindo minha boca que senti
seu toque delicioso. Incapaz de me conter, gemi e a garota continuou a me
estimular.
Mesmo desesperado para me colocar entre suas
pernas, reprimi meus instintos e me entreguei a ela. Isabella era uma doce
torturadora e me enlouqueceu quando começou a retribuir os beijos que espalhei
por seu corpo.
Diferente das outras vezes em que fizemos
sexo, ela não estava sendo uma vítima, nem uma manipuladora. Agora, Isabella
era minha cúmplice, minha parceira, minha constante fantasia.
Mostrando-se igualmente desejosa, ela passou
a me provar intimamente. Isabella fazia aquilo de um jeitinho só dela e foi uma
das melhores sensações da minha vida. Não consegui pensar em mais nada, só a
sentia, sentia e sentia.
Isabella PDV
Não conseguindo mais se conter, Edward
colocou o preservativo que havia pegado depois que saímos da água e
posicionou-se em cima de mim.
Ficamos nos encarando, dizendo mais com o
olhar do que com frases feitas e cheias de clichês. Senti que era um daqueles
momentos que você sabe que nunca vai esquecer. Então o que veio a seguir só
confirmou a declaração silenciosa.
Encaixados e entregues, desfrutamos de
movimentos calmos, mas muito prazerosos. Apesar de o meu sangue quente agitar
meu corpo, e de dentro da minha garganta brotarem gemidos roucos... eu estava
em paz.
Edward PDV
Me dediquei a Isabella como nunca me dediquei
a ninguém. Obcecado, cego, inteiro, extasiado... Ainda era difícil entender o
sentimento que me abateu e me mostrou o quanto estava errado sobre a vida.
Nunca tinha visto o sexo por aquele ângulo,
onde você sente que a outra pessoa é uma extensão de você mesmo. Onde o prazer
é partilhado não com a intenção de uma satisfação instantânea, mas sim com a
vontade irracional de se misturar à outra pessoa. De marcar a quem se gosta de
tal forma que ela nunca venha a se esquecer de você.
Em um movimento sutil, trocamos de posição e
Isabella montou em mim. Coloquei minhas mãos em sua cintura e lhe ajudei a
encontrar novamente o prazer. Deslumbrado com a forma com que luz da lua se
moldava à sua silhueta, gemi de um jeito que nunca gemi antes.
Isabella PDV
Passei as mãos pelos cabelos e meus dedos
deslizaram para o pescoço. Plena, me sentia livre e desinibida. Naquele momento
eu não era um monstro, não era uma louca. Era uma mulher consciente de sua
sensualidade e da fascinação que exercia sobre o homem que tanto amava.
Com toda a paixão, dei a Edward, e a mim
mesma, mais do que prazer. Levei-nos ao delírio e o fiz sentir que aquilo era
tão certo e verdadeiro quanto o imenso oceano.
Então, para o meu total deleite, Edward
começou a falar palavras sensuais e lisonjeiras. Os espasmos voltaram com mais
força. Meu corpo se contraía parecendo causar sensações intensas em Edward.
Pendi a cabeça para trás e me deixei ser guiada por meus instintos. Podia
sentir o corpo de Edward respondendo ao meu com súplicas e necessidades. Por
isso, chamei por seu nome no momento em que sucumbi à força daquele desejo tão
antigo e enraizado em mim. Foi incrível!
Algum tipo de corrente elétrica ainda
percorria meu corpo quando Edward colocou-me novamente embaixo de si. Ele
canalizou as milhares de sensações que devia estar sentido em movimentos fortes
e enlouquecidos. Eu não sabia que ainda podia sentir tanto prazer e o assisti
chegar ao ápice, admirada com o jeito lindo e desesperado que me fitava.
Quando tudo acabou, permitimos que o som do
mar acalmasse nossos corações e relaxamos nos braços um do outro.
Continua...
Que lindo esse momento tão intenso e ao mesmo
tempo tão romântico que eles estão vivendo. Finalmente a verdade veio à tona e,
diferente do que poderia ser, ajudou-os a se encontrarem e se entenderem de uma
forma mais íntima e emocional possível. Espero que tanto amor não seja abalado
por mais nenhum fantasma do passado. Beijos e até amanhã.
Amei nossa esse cap foi perfeito ate amanha! Beijusculo
ReplyDeleteSim sem duvida lindo perfeito tomara q continue assim o amor e lindooooo!
ReplyDeleteHOHOHO EU TO CHORANDO FEITO UMA BOBA! MAIS QUE BOM ELES FINALMENTE SE ENTENDER
ReplyDeleteNossa, esse capítulo foi tudo!!!!
ReplyDeleteLindo, perfeito, romântico...
Parabéns mesmo!!
nossa foi de mais esse cap.....adorei
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