Olá
amores! O capítulo de hoje trará muitas explicações e grandes acontecimentos...
Título: Paixão e Crueldade
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Universo Alternativo, Lime, Darkfic, Drama
Censura: NC-16
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Universo Alternativo, Lime, Darkfic, Drama
Censura: NC-16
Categorias: Saga
Crepúsculo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Violência, Heterossexualidade, Sexo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Violência, Heterossexualidade, Sexo
Paixão e Crueldade
By Lunah
Atenção: Este conteúdo foi classificado
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"
Capítulo
13
Edward PDV
– Vai, cara! Rápido! – gritei.
– Estou tentando!
Ouvi o chacoalhar do molho de chaves.
Os Falcons tinham me prendido no armário de
limpeza e o novo zelador tentava abrir a porta. No cubículo escuro, entre vassouras
e baldes, enlouquecia pressentido que algo grave estava acontecendo.
Assim que o zelador abriu a porta disparei
pelos corredores. O fato de as salas estarem vazias só me deixou mais tenso.
Sem saber ao certo para onde ir, ouvi gritos e me direcionei para o corredor
principal.
Assim que cheguei ao corredor, fiquei chocado
com a cena. O colégio inteiro estava espremido no local, em total silêncio
observando Isabella, a qual se debatia no chão aos berros. Dois professores
tentavam acalmá-la, mas ela parecia não ouvir. Saí empurrando quem estava na
minha frente e alcancei Isabella.
– O que aconteceu? – olhei para o diretor.
– Não sei, mas chamei uma ambulância.
Sentei no chão e coloquei a cabeça dela em
meu colo. Pedi para as pessoas se afastarem e Isabella continuou a gritar.
Isabella PDV
Com a visão embaçada, vi Edward e ele colocou
a mão em minha testa me garantido que não havia fogo algum, mas eu o sentia.
Senti as chamas me consumindo.
– Olhe pra mim, você está segura. Não tem fogo! Eu juro! – segurou-me contra o peito.
Aos poucos, fui sendo tomada por uma
dormência tranquilizadora e não senti absolutamente nada, nem mesmo os braços
de Edward. Então um sono irresistível foi me puxando para a escuridão e minhas
pálpebras se tornaram pesadas como chumbo.
(...)
Edward PDV
Cheguei ao Democracy sem nenhuma vontade de
assistir as aulas. Fiquei dentro do carro sem saber para onde ir.
Já fazia dois dias que não via Isabella. A
última vez que tive notícias dela foi quando me recusei a sair do hospital para
o qual foi levada no dia que desmaiou. Seus pais, obviamente, não foram nada
educados comigo e exigiram que eu mantivesse distância da filha.
O médico que a atendeu foi mais
condescendente e me explicou o que aconteceu. Pelo que entendi, Isabella sofreu
um ataque de pânico. Ela perdeu o controle das emoções e do comportamento,
desencadeando, assim, uma forte alucinação. Ele me garantiu que ela ficaria bem
após alguns dias de descanso e algum acompanhamento psicológico.
Eu ainda estava uma fera com Tânia e comigo
mesmo, pois fui um idiota em não lembrar que a ficha de Isabella e as cartas
que trocamos estavam dentro do caderno que emprestei à filha da mãe. Os Falcons
deveriam estar se sentindo muito espertos por terem atingido a mim e a Isabella
com um golpe só.
Até tentei usar a minha antiga influencia
para exigir uma punição adequada para eles, mas, infelizmente, os envolvidos na
cruel “brincadeira” só pegaram algumas semanas de detenção. Para não criar
maiores conflitos, liberaram minha namorada e eu do castigo, mas a sensação de
impunidade continuava.
Eu já não sabia o que fazer para ter notícias
de Isabella. Seu celular continuava desligado e todas as minhas tentativas de
convencer seus pais a me deixarem vê-la foram absurdamente frustradas.
Então, no momento em que liguei o carro para
ir embora, avistei o Mustang preto entrar no Democracy e estacionar a alguns
metros de mim. Mais do que aliviado, saí do Volvo e o que vi deixou-me
muitíssimo confuso.
Isabella saiu do carro com o uniforme
totalmente alterado. Além do decote extravagante, exibia também pernas e
barriga. Ela estava bastante maquiada e de sua boca saía fumaça de cigarro.
Bella PDV
Dei mais uma tragada no cigarro e analisei o
ambiente à minha volta. Em seguida, ajustei o decote e dei uma bagunçada no
cabelo.
Logo que bati a porta do carro, o Falcon veio
até mim cheio de questionamentos no olhar.
– Você está bem?
Ri de sua pergunta idiota.
– É claro que estou bem. Estou perfeita!
– Tentei falar com você antes, mas não consegui.
– Fica frio, Falcon. – joguei o cigarro fora e segui para a entrada do colégio com ele no
meu pé.
– Sei que tive uma parcela de culpa no que aconteceu, mas não foi
intencional. Escuta, eu também não sabia que o time nos assistiu na biblioteca.
Na época, sequer imaginei e...
– Eu. Estou. Ótima! – ele era surdo? Ia ficar tagarelando aquelas merdas pra mim o dia
todo?
– Sinto muito por estar sendo chato, mas estou mesmo preocupado com
vo...
Desliguei-me do que Edward estava falando e
percebi que, por onde eu passava, os alunos paravam para me observar. Estavam
cheios de curiosidade e alguns até com medo. Não me deixei intimidar pela
escória do Democracy e segui meu caminho de cabeça erguia.
Eles podiam me julgar o quanto quisessem,
pois, em breve, eu acabaria com a “festa” de todo mundo.
Edward PDV
Fiquei perto de Isabella o tempo inteiro, mas
mesmo assim ela insistia em me ignorar. Nem precisei perguntar para ter certeza
de que estava arquitetando alguma coisa, mas infelizmente minhas desconfianças
não encontravam fundamento em seu humor alterado. Em alguns momentos, até tive
a nítida impressão de que ela estava se divertindo com os olhares de medo de
alguns alunos.
Por mais que eu quisesse me convencer de que
a garota estava diferente só na aparência, em seus olhos encontrei ódio, desdém
e o antigo veneno que arrancou a minha paz.
Durante as primeiras aulas, me obriguei a ser
paciente, pois Isabella tinha passado por muita coisa e talvez precisasse de um
tempo para perceber que não quis magoá-la. Só que isso mudou quando ela jogou o
cabelo para o lado e vi algo em seu pescoço que me deixou irritado e ao mesmo
tempo perplexo.
Assim que tive oportunidade, praticamente a
reboquei até o ginásio a fim de ter uma conversa séria. Eu precisava de
respostas e necessitava enxergar Isabella do mesmo modo que antes.
– O que está acontecendo? Está tentando me punir com sua súbita
mudança de visual e atitude porque vou voltar para o time de basquete? – suspirei tentando tocar seu
rosto e ela não permitiu. – É por causa do que a Tânia fez? Por favor, me diga o que está
havendo com você? Que marcas são essas no seu pescoço?
– Marcas? – fingiu-se de desentendida com um sorriso irônico que eu não via há
um bom tempo.
– Isabella, tem marcas de chupões no seu pescoço. Eu não sou cego,
nem idiota. Por que está fazendo isso comigo? – me irritei.
– Que saco! – revirou os olhos tirando do decote um cigarro e um isqueiro. – Como a sua pessoa não é mais a minha preocupação, pois já me vinguei de você, a gente até podia se
divertir juntos... – deu uma tragada. – Só que isso não vai dar certo, porque você é um babaca possessivo
e eu não curto isso. Nunca serei domada e gosto de farrear! Ficou claro?
Permaneci quieto, fitando-a com um nó preso
na garganta. Nem conseguia pensar em palavras que expressassem minha decepção.
– Não entendo... – murmurei, balançando a cabeça. – Eu achei que gostasse de mim.
Ela gemeu nitidamente impaciente.
– Parte de mim gostava, mas essa parte... – deu um passo à frente e falou
rente ao meu rosto. – Morreu. A Isabella que conheceu está morta. Esse mundo não é para
fracos, Edward. – piscou o olho e se afastou. – Eu tenho muitas coisas para
planejar e não posso ficar perdendo o meu tempo você.
Engoli em seco sem reconhecer a garota diante
de mim. Agarrei-me ao orgulho para não me mostrar abalado, mas, se Isabella
prestasse o mínimo de atenção em mim, veria que suas palavras estavam me
ferindo mais do que a vingança que executou.
– Você não é quem eu pensei que fosse. Me arrependo profundamente de
ter te... – não consegui completar a frase.
– Amado? – arqueou a sobrancelha com sarcasmo. – Qual é! Você não ama nada além
de si mesmo e da sua vidinha de playboy, então não me venha com esse papo
idiota! – enfureceu-se e foi para a saída do ginásio.
Perdi o controle e baixei a guarda, reagindo
de uma forma que eu não esperava.
– É só isso? – falei alto e ela olhou para trás. – Todas as cartas, todos os
momentos que passamos no veleiro... Não significaram nada pra você? – abri os braços. – Seu maior objetivo na vida é me
enlouquecer de todas as formas possíveis e imagináveis? Então se dê por
satisfeita... – vi-me completamente perdido. – VOCÊ CONSEGUIU! – gritei irado. – VOCÊ CONSEGUIU, ISABELLA!
– QUE MERDA! LEIA OS MEUS LÁBIOS! ELA. ESTÁ. MORTA! – berrou atirando contra mim o
anel que lhe dei.
Eu queria socar algo para extravasar a
frustração, mas só consegui ficar parado olhando para o anel no chão.
Após alguns minutos, abandonei o ginásio e
fui para o corredor, o qual se lotou de alunos que saíam das salas para o
almoço. Tentei me mandar do colégio o mais rápido possível, mas a desordem de
costume me deixou ainda mais desorientado.
Quando eu achei que nada mais poderia me
perturbar, Tyler esbarrou em mim, soltando uma risada provocadora.
Imediatamente parei e ele seguiu seu caminho. Olhei para o lado e vi que os
caras do time de beisebol estavam indo para o treino. Então, em uma atitude
impensada e imatura, arranquei o taco de um deles e segui o imbecil.
– Ei, Tyler!
Assim que ele olhou para trás acertei em
cheio o seu rosto. Tyler desabou inconsciente e a gritaria alastrou-se. Pouco
me importando, soltei o taco e me considerei, finalmente, expulso.
Sinceramente, foi alívio. Eu estava livre do Democracy!
(...)
Sem olhar para trás, fui para o meu carro e
encontrei Jasper encostado nele.
– Eu vim assim que pude, mas estou proibido de entrar no Democracy.
Você falou com ela? Precisamos conversar sobre a...
– Pare. – pedi abrindo a porta do Volvo. – Estou cansado e Isabella está... morta. – repeti as palavras da mesma.
– É que... – ofegou. – Isso pode ser mais literal do que imagina.
– O quê?
(...)
Em uma mesa de uma lanchonete perto do
Democracy, Jasper ficou fazendo rodeios e medindo palavras sobre um assunto que
eu não conseguia compreender.
– Cara, eu estou com a cabeça muito cheia e não estou entendendo
nada. Como assim Isabella e Bella não são a mesma pessoa? São gêmeas?
– Edward, não tem um jeito fácil de explicar isso, então imprimi
esse artigo pra você. – tirou um papel da mochila e
me entregou.
Hesitei em ler, mas acabei sendo vencido pela
curiosidade.
Transtorno Dissociativo de Identidade
Assim que li o título, troquei um olhar com
Jasper e ele me incentivou a continuar.
“O Transtorno Dissociativo de Identidade,
originalmente denominado Transtorno de Múltiplas Personalidades, é uma condição
mental onde um único indivíduo demonstra características de duas ou mais
personalidades ou identidades distintas, cada uma com sua maneira de perceber e
interagir com o meio. O pressuposto é que ao menos duas personalidades podem
rotineiramente tomar o controle do comportamento do indivíduo. Em alguns casos,
isso é desencadeado pela vivência de situações traumáticas, como maus tratos
(de natureza física ou psicológica), acidentes e desastres.
Apesar de ser classificado como
"transtorno mental", a condição não tem relação com a esquizofrenia,
ao contrário do que acredita a maioria das pessoas. O termo
"esquizofrenia" vem das raízes das palavras "mente
dividida", mas refere-se mais a uma fratura no funcionamento normal do
cérebro do que da personalidade.
O indivíduo que sofre uma dissociação não
se desliga totalmente da realidade, ele pode aparentar ter múltiplas
personalidades para lidar com diferentes situações. Quando ele não pode lidar
com uma situação particularmente estressante, a consciência do indivíduo
acredita estar dando à outra personalidade a chance de eliminar a causa da
situação. No transtorno de
personalidade não há amnésias, mas uma conduta rotineiramente inadaptada
socialmente e isso pode gerar entre as personalidades um sentimentos de
rivalidade ou fraternidade. Com tudo, o transtorno continua controverso.”
Parei pra respirar fundo e encarei Jasper.
– Está me dizendo que Isabella tem esse transtorno?
– Sim.
– Mas... – cocei a testa, aturdido. – Como assim? Como funciona?
– Esse transtorno foi se desenvolvendo com o tempo. As cicatrizes,
os maus tratos... Você sabe do que estou falando. – ele não quis me culpar, mas já
estava me sentido assim. – Isabella não conseguia
confrontar situações emocionalmente estressantes, e era aí que sua outra
personalidade, “Bella”, assumia o seu lugar. Eu achei que não era grave...
Achei que... – fez uma pausa, meio angustiado. – Antes acreditei que era só um
meio dela se proteger, porque Isabella parecia estar sempre no controle. Seu
outro “eu” seguia de algum jeito a vontade dela. Embora as duas aparentassem
ser extremamente diferentes, seguiam a mesma raiz de sentimentos. Está
entendendo? – fitou-me cheio de dúvidas. – Por exemplo, tanto Isabella
como Bella me vêem como seu melhor amigo. As duas sempre se sentiram atraídas
por você, e elas odeiam os Falcons e o Democracy. O lance é que reagem cada uma
a seu jeito.
– Preciso de um segundo.
Refleti por um tempo. Embora aquela enxurrada
de informações pudesse assustar e confundir qualquer um, eu consegui assimilar
mais rápido do que imaginava.
Sempre senti que havia algo de diferente na
garota. Em alguns momentos ela era manipuladora e venenosa, em outros era
compreensiva e meiga. Não era uma simples mudança de humor, todo o seu corpo
reagia às oscilações de personalidade. Analisado bem tudo que vivi, até podia
saber com quem estive em cada momento.
– É Bella quem sempre está fumando, certo? – perguntei.
– Exato.
– Isabella é meio tímida e engraçada.
– A conheço há muitos anos e posso te garantir que está certo. – sorriu.
– As duas se vingaram de mim?
– Acho que sim, elas tinham a mesma mágoa e o mesmo propósito. Só
que tudo mudou quando Isabella conseguiu te perdoar, você sabe, no dia em que
te socorreu na rua. Ela aceitou que o que sentia por você era maior do que o
ódio. Foi esse mesmo sentimento que pareceu fortalecê-la o suficiente para
lidar com as emoções. Pelo que a própria me contou, Bella ficou meio perdida
dentro dela sem encontrar uma quantidade de ira e medo suficientes que lhe
trouxessem à tona.
– Por que você e Bella ficam falando como se Isabella tivesse
morrido? – aquilo me deixava aflito.
– Eu não tenho certeza. Depois da sacanagem que os Falcons fizeram,
fiquei com Bella quase o tempo todo... – balançou a cabeça, lamentando. – Não há nela sequer vestígios de Isabella. Temo que a outra
personalidade tenha assumido de vez o controle, como se a volta de Bella
tivesse... Sei lá, consumido Isabella. A maluca está fazendo coisas que de
forma alguma Isabella permitiria. Coisas que eu garanto que não vai querer nem saber.
– Não sei o que fazer. – passei a mão pelos cabelos, desejando estar em um mero pesadelo.
– E eu ainda não contei a pior parte.
– Que parte? – franzi o cenho.
– Amanhã o Democracy completa 100 anos e Bella quer vingança. Não me
contou o que fará, mas ela está fora de controle.
(...)
Bella PDV
Empurrei com o pé a porta de um dos cubículos
do banheiro feminino da boate Blue Skies. A mulherada ali mal percebeu quando
entrei no cubículo carregando Tânia, a qual estava totalmente inconsciente.
Quando Tânia saiu do Democracy, eu a segui
por todos os lugares, shopping, sua casa e finalmente a boate, onde se
encontrou com um dos Falcons. A imbecil em momento algum percebeu que eu estava
em seu encalço, claro que estar metida em blusão com capuz me ajudou muito.
Esperei com paciência a melhor oportunidade, então, quando seu acompanhante se
afastou para comprar bebidas e Tânia ficou dançando sozinha na pista, me
aproximei. Tomei proveito da batida eletrônica, da confusão de luzes piscando e
lhe segurei por trás, cobrindo seu nariz e boca com um lenço encharcado de
clorofórmio.
Ninguém na boate estranhou quando coloquei o
braço dela em volta dos meus ombros e a carreguei para o banheiro. Um cara até
me ajudou, pois parecia que eu estava apenas sendo solidária com uma amiga que
bebeu demais.
Coloquei Tânia sentadinha no vaso e precisei
lhe segurar pelo pescoço para que não pendesse para o lado. Divertindo-me muito,
enfiei a mão dentro da minha bolsa transpassada e tirei de lá uma adaga.
– Como eu queria que estivesse acordada. – ri com vontade. Coloquei a
lâmina em sua bochecha esquerda e sussurrei no seu ouvido. – Vou deixar uma linda cicatriz
nesse seu rostinho perfeito. Isso se chama “acerto de contas”...
(...)
Sábado, o grande dia.
Acordei por volta das 13:30 h me sentido
maravilhosa. O Democracy estava completando 100 anos e eu queria mais era
comemorar.
Mesmo não tendo aula, vesti meu uniforme,
calcei minhas botas favoritas e caprichei na maquiagem. Absurdamente linda, nem
comi nada e fui direto pra rua.
Enquanto atravessava vagarosamente os portões
de casa com o meu Mustang, avistei Edward encostado ao seu Volvo no outro lado
da rua. Imediatamente encostei o carro e fui até ele.
– Está me seguindo? – esbravejei abrindo os braços.
– Não... – tirou os óculos escuros com tranquilidade. – Estou te esperando.
Estreitei os olhos com desprezo.
– Não entendeu nada do que eu falei ontem?
Edward puxou-me pelo braço e me manteve junto
ao seu corpo com uma mão entranhada nos cabelos da minha nuca.
– Entendi muito bem. – falou possessivo. – Eu te quero e sei que me quer também. Estou cansado de lutar e
pensar. Tudo que eu faço dá errado... Não me importo com mais nada. – havia mais sinceridade em sua
voz do que podia imaginar. – O mundo que se dane!
– Você é um idiota. – sorri torto.
– E você uma filha da mãe que me enche de tesão. – largou meu cabelo e me apalpou.
Aqueles braços, cheiro, boca, sorriso
convencido... Tudo nele me fazia arder e isso era impossível de ignorar.
– É isso que você quer? Sofrer? – ironizei.
– Adoro como me faz sofrer.
Chupou meu pescoço querendo deixar suas
próprias marcas. Naquele momento, não tive dúvidas de que Edward se envolvera
de tal forma que já não se importava com nomes como “Isabella ou Bella”. Ele se
tornara dependente do meu corpo e presença. De fato, eu achava que há muito
tempo ele perdera o senso de normalidade e estava disposto a viver por
instinto, como um drogado, sempre rastejando pela próxima dose. Ele estava
perdido em mim e eu... em tudo.
– Vamos comemorar a droga do aniversário do Democracy. Conheço um
lugar perfeito. – sussurrou em meu ouvido.
Olhei para o meu carro e lembrei que
precisava dele para logo mais.
– Vai na frente que eu te sigo, Falcon.
(...)
Edward me levou para um bar de beira de
estrada bem vagabundo, já quase nos limites da cidade. Pedimos uma garrafa de
tequila, sal e muito limão. Dividimos cigarros, carícias e provocações sexuais.
Eu já sabia que ele tinha sido expulso do colégio por agressão e começava a
enxergá-lo como um riquinho rebelde e, talvez, louco o suficiente pra mim.
Enquanto o Falcon se distraía com a sinuca, pedi para o barman aumentar o volume do rádio, pois começara a tocar uma música irada.
Coloquei meu copo em cima do balcão e, com a
tequila já subindo à cabeça, fiquei dançando devagar, apenas sentido a batida e
a letra.
– Só
vai ficar aí e me ver queimar? Tudo bem, porque eu gosto do jeito que dói. – cantei, gemendo quando Edward
abraçou-me por trás.
A mão dele subiu da minha barriga, passou por
meu pescoço e alcançou minha boca. Mordi com força seu polegar que roçou em
meus lábios e o senti ainda mais ligado a mim.
Me virei e agarrei seu cabelo exigindo um
beijo, só que o maldito se afastou rudemente, como se só fosse ceder quando eu
dobrasse meu orgulho e pedisse. Segui-o até o final do bar e o empurrei contra
a parede imunda.
– Não vou pedir. – rosnei.
– Não é isso. – fechou a cara.
Cravei minhas unhas em seu braço e ele fechou
os olhos, reprimindo a dor.
– Está guardando seus beijos para a falecida? – arqueei a sobrancelha.
Antes que eu pudesse pestanejar, Edward
agarrou-me pelos cabelos e mordeu meu lábio inferior com força.
– Você não me domina. – resmungou contra minha boca.
– Eu amo o jeito que você mente. – sorri.
(...)
Virei a garrafa de tequila e dei um grande
gole.
No banco de trás do carro de Edward,
escondidos atrás dos vidros escuros, punimos um ao outro pelo simples fato de
não suportamos a atração que nos enfraquecia. Sentada no colo dele, mordi seu
pescoço sentido suas mãos quentes subindo por minhas coxas.
“Talvez o nosso relacionamento não seja tão
louco quanto parece. Talvez seja isso que acontece quando um tornado encontra
um vulcão”, dizia o
rapper através do som do carro.
– Faria qualquer coisa por mim? – lambi seu rosto.
– Sim. – murmurou meio bêbado.
– Fuja comigo esta noite. – Encarei-o.
– Por quê?
– Vamos embora para bem longe.
Ele parou para pensar e o impedi de
raciocinar corretamente tirando minha blusa.
– Tudo bem. – assentiu pegando a garrafa. – Mas... Seja lá o que estiver planejando, quero participar.
– Não. – coloquei as duas mãos em seu pescoço. – Eu sei o que estou fazendo. – ri apertando lentamente.
Edward largou a tequila e agarrou meus
pulsos, quase os esmagando. Achei que me bateria, mas, ao invés disso,
direcionou minhas mãos para baixo, me fazendo tocá-lo onde ele mais desejava.
– Fique comigo para sempre, Bella.
Pendi a cabeça para trás, me sentindo meio
tonta por causa do álcool.
– Sim... – sussurrei satisfeita. Então esfreguei os olhos dizendo – Eu vou queimar tudo. – o Falcon começou a beijar meu busto e abracei sua cabeça
querendo mantê-lo ali. – Tudo...
Edward desvencilhou-se e me colocou deitada
no banco, em seguida, cobriu meu corpo com tequila e saiu lambendo.
– Já tenho tudo planejado. – gargalhei sentindo cócegas. – Marquei um encontro com o zelador. Eu tenho clorofórmio sabia?
Homens são tão burros! – ri mais ainda, então gemi
alto quando Edward começou a me tocar intimamente. – Eu não sou má, sou?
– É sim.
– Só vou explodir o prédio principal. O baile é no grande salão, bem
depois da ala do ensino fundamental. Então, pode-se dizer... – ofeguei. – Que eu sou muito, muito boa. – debochei. O cheiro da bebida estava me deixando alterada.
– Como vai fazer isso? – indagou.
– Quero você! – sorri, tateando o rosto do cretino.
– Como vai fazer?
– Depois que o zelador apagar... Vou até o porão onde estão os oito
cilindros de gás que abastecem o prédio e, com o machado que está no meu
porta-malas, vou arrebentar as válvulas. Deixarei o gás se espalhar por uns
vinte ou trinta minutos, fazer um rastro de gasolina até fora do prédio,
ascender um cigarrinho e... – ri alto. – BUUUUM! O Democracy vira história! – Edward parou de me tocar e encarou-me. – O quê? Tá bom... – revirei os olhos, divertindo-me. – Confesso, todo mundo vai se ferrar. Eu sou má. – dei de ombros.
– Esse é um plano muito bom. – admitiu franzindo o cenho.
– Sim..., mas temos tempo. – enfiei a mão dentro de sua calça.
– Está certa. – fechou os olhos adorando.
(...)
Edward PDV
Há vários metros do Volvo, sentando na
calçada, liguei para Jasper. Contei-lhe os planos de Bella e ele se mostrou tão
surpreso quanto eu.
– Foi fácil distraí-la, eu só falei o que ela queria ouvir. Cara,
isso é muita loucura, nem acredito... – respirei fundo. – Talvez desse certo, talvez não... O importante é que ela “zerou”.
Está bêbada e cansada demais para abrir os olhos. Acho que só vai acordar
amanhã e estamos a quilômetros do Democracy. Fica tranquilo, Bella não vai
fazer nada essa noite.
– Valeu, Edward. Esse seu plano foi
mesmo muito bom. Fique com Bella o máximo de tempo possível, estou reunindo
algumas informações sobre o transtorno de Isabella e amanhã cedo vou falar com
os pais dela. Tenho certeza de que eles vão tirá-la da cidade e vão dar um
jeito de ajudá-la.
– Tudo bem. Entendi.
– Ei,
Edward... – hesitou.
– Fala.
– Sinto muito. Sei que está sendo
difícil pra você.
Fiquei olhando para o chão. Era perturbador
estar com Bella, pois meus sentidos a reconheciam como Isabella. Mesmo a garota
tendo atitudes extremas e diferentes, tinha o mesmo cheiro que aprendi a
reconhecer, o mesmo rosto, o mesmo timbre de voz. Eu não gostava de Bella, mas
não podia ignorá-la, porque, apesar de tudo, ainda era a minha Isabella. Às vezes minha consciência entrava em
colapso, chocando as questões: certo ou errado? Sim ou não? Ódio ou amor? Livre
ou preso? Mas, no final das contas, eu não tinha perdido as esperanças: Pra
mim, Isabella estava viva.
– Jasper, eu te ligo depois porque... – me levantei assim que ouvi o
motor do Mustang roncando. – Merda! – corri para o Volvo e Bella saiu cantando pneu.
Entrei no carro, joguei o celular no banco e
procurei minhas chaves.
– Foda! – berrei, constatando que Bella as tinha levado. Por sorte, me
lembrei da chave reserva no porta-luvas.
Bella PDV
– AAAAAAAAAAAHHHHHHHH! – chacoalhei a cabeça em puro ódio.
Quando acordei e vi que passavam das 20:30 h,
finalmente entendi a jogada de Edward. Sua traição reacendeu minha cólera e
agora, mais do que nunca, ansiava por vingança. Se ele pensava que podia me
deter, estava fatalmente enganado.
Apertei o cinto de segurança, troquei de
marcha e pisei fundo. Mesmo com a visão alterada pela bebida, avistei seu carro
pelo retrovisor e me agarrei ao volante, ardendo em febre.
– EU NÃO VOU DESISTIR!
O ponteiro do velocímetro disparou e eu abri
uma boa distância do maldito Falcon. A rodovia não me oferecia riscos, mas
minha cabeça latejava como se fosse explodir.
De repente, meu celular começou a tocar e eu
já sabia quem era. Peguei o aparelho que estava no painel e comecei a
esbravejar:
– Eu vou te matar! Vou te matar, seu Falcon estúpido!
– Por favor, pare!
Esfreguei rapidamente os olhos, sem ter
certeza se à minha frente havia mesmo um cruzamento.
– Nem mesmo você será capaz de me impedir. O DEMOCRACY IRÁ QUEIMAR! – fiz uma ultrapassagem há mais de
120 km/h.
– ISABELLA, ISSO TEM QUE PARAR!
Pra mim, foi a gota d’água.
– EU. NÃO. SOU. ISABELLAAAAAAAA!
No cruzamento, tentei fazer a curva e perdi o
controle. O carro derrapou e lutei com a direção. Não sabia se era o Mustang ou
minha cabeça que estava girando, mas quando pisei no freio, me senti uma maçã
sendo jogada dentro do liquidificador.
Girando... girando... girando...
Eu estava capotando? Era delírio?
Pânico!
Cobri a cabeça com os braços e na escuridão
total, só ouvia o som de vidro estilhaçando e o gosto de... sangue.
(...)
Edward PDV
– ISABELLAAAA! – gritei sendo segurando por pessoas que nem conhecia. Não dava para
aceitar que não podia fazer nada.
No acostamento da rodovia, os paramédicos
tentavam reanimar minha namorada. Ela estava bastante ferida e acabara de ter
uma parada cardiorrespiratória. A massagem cardíaca não deu resultados e, por
isso, prepararam o desfibrilador.
Rasgaram a blusa de Isabella e colocaram as
pás do desfibrilador em seu tórax e na região das costelas.
“200 Joules!”, ouvi alguém falar.
A corrente elétrica lhe provocou um espasmo,
mas de nada adiantou.
“300!”
Fiquei preso naqueles intermináveis e
dolorosos segundos. Era como se tudo estivesse em câmera lenta, um momento no
tempo irreal demais.
Ela não podia morrer...
– ISABELLAAAA! – gritei mais uma vez.
Continua...
Caramba,
estou chocada com tanta informação que teve esse capítulo. Quer dizer então que
Isabella tem transtorno de identidade. Bem que eu disse que ela entrou em colapso
no colégio. E esse plano terrorista que ela tinha pra destruir o Democracy
estava tão bem pensado que se Edward não tivesse impedido ela teria mesmo
matado todos na festa. Só é uma pena que ela tenha sofrido esse acidente antes
do Jasper poder ajudá-la. Espero que ela não morra para o bem do Edward. Ele
não suportará se perdê-la. Beijoa e até amanhã.
Nossa esse foi "o" capitulo, espero q nao aconteça nada de grave com ela chocada!!! ♥I LOVED♥ TWIKISSES♥
ReplyDeleteNossa,to chorando rios!
ReplyDeletedepois dizem q o bullyng nao deixa traumas q estao escondidos mais q continua ali adormecido,isso e mto serio,tomara q a bella nao morra e assim ppde se recuperar ao lado do ed q esta sofrendo mto.
BJS!!
Peraí... *chocada*
ReplyDeleteEsse cap me lembrou o ilme "Carrie, a estranha" *medo*
Mas acredito que essa parada cardiorespiratória irá matar "Bella" de vez.
Deixando somente Isabella... para o Edward!
a Bella não pode morrer.....q cap tenso esse viu......
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