Boa tarde amores! Hoje a nossa fic chega ao final e vamos
acompanhar a luta de Isabella para vencer a Bella e saberemos se ela vai
aceitar ficar com Edward...
Título: Paixão e Crueldade
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Universo Alternativo, Lime, Darkfic, Drama
Censura: NC-16
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Universo Alternativo, Lime, Darkfic, Drama
Censura: NC-16
Categorias: Saga
Crepúsculo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Violência, Heterossexualidade, Sexo
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Violência, Heterossexualidade, Sexo
Paixão e Crueldade
By Lunah
Atenção: Este
conteúdo foi classificado
como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
Capítulo Final
Isabella PDV
Eu
tinha oito anos novamente. A mesma menina sofrida, com muitas cicatrizes no
corpo. Perdida nos corredores do Democracy, não conseguia encontrar uma saída.
Todas as portas e janelas estavam fechadas.
Cansada
demais para continuar andado, sentei-me no chão tomando cuidado para não deixar
cair o pote de vidro que carregava a um tempo que não conseguia medir. Com o
indicador, bati no vidro e a borboleta dentro do pote não se moveu. Estaria
morta? Não conseguia parar de olhar para a borboleta, me sentia confortável,
porém triste.
De
tanto olhar para o pote meus olhos foram ficando pesados e inertes...
Subitamente,
arregalei os olhos como quem acaba de acorda de um sonho turbulento. Olhei para
os meus braços e percebi que voltara há ter 18 anos. Ao levantar do chão,
procurei pelo pote e ele havia sumido. Extremamente confusa, comecei a sentir
medo por estar sozinha no colégio, só que não era um medo comum. Era um medo
antigo... Enraizado.
De
repente, ouvi o som de passos. Um estalar compassado de saltos no piso de
madeira. Atordoada, girei o corpo vagarosamente na direção do som e percebi que
não havia absolutamente ninguém no corredor.
– Tem
alguém aí? – minha
voz ecoou mansamente pelo local. – Oi? – falei
um pouco mais alto.
Assim
que me calei, senti uma mão sobre meu ombro esquerdo. Sobressaltada, me virei
rapidamente e não pude acreditar em meus olhos.
– Olá. – a
garota idêntica a mim sorriu.
– Meu
Deus... – murmurei
envolta em dúvidas. Estava sonhando?
Eu
sabia quem era, mas não tinha como acreditar que ela estava mesmo diante de
mim. Por isso, de forma hesitante, estiquei o braço e toquei suavemente a
bochecha de Bella. Imediatamente ela fez o mesmo e senti como se eu estivesse
diante de um espelho, só que não havia moldura.
– Não
tenha medo. Eu te protejo. – acariciou
minha face.
– Isso
não é real. – dei
um passo atrás.
– Aonde
vai?
Quanto
mais ela falava comigo, mais perturbada eu ficava. Que delírio é esse?
– Fique
longe de mim. – pensei
em correr, só que não me movi.
– Não
seja estúpida! Ainda podemos acabar com o Democracy. – saiu
me puxando pela mão. – Aquele
Falcon não vai me vencer. – rosnou,
então olhou para trás e corrigiu. – Nos
vencer.
– Como
assim? – não
consegui fazer com que ela parasse. – Pare!
– Não
posso, temos que ser rápidas. Anda, não faz corpo mole! – se
chateou. – Todos
vão se arrepender de terem nos maltratado. – resmungou
por entre dentes e seguimos por outro corredor. – Vão
provar do mesmo fogo... O Democracy irá queimar!
– Não! – puxei
meu braço e parei.
Bella
respirou fundo mostrando impaciência.
– Não
é hora de bancar a fraca. Nós chegamos até aqui e temos o dever de ir até o
fim.
Balancei
a cabeça achando cada palavra absurda demais.
– Não
vou incendiar nada. Acabou. A vingança acabou!
– Não
fala merda! Não acabou! Eles não sofreram! Qual é a sua? – esbravejou
e eu engoli em seco. Então Bella estreitou os olhos, analisando-me com repulsa. – É
por causa dele, não é? O maldito e asqueroso Falcon fez sua cabeça? Esqueceu de
tudo? Abandonou os planos?
– Estou
cansada. – sussurrei
fatigada.
– QUE
MERDA! – vociferou
batendo o pé no chão. – SUA
BURRA! Agora é que estamos conseguindo tudo que sempre desejamos. Pense,
Isabella, pense! Você está caindo no jogo do Falcon.
– Está
enganada. – não
sabia como revidar. – Mas
eu quero parar. Chega de Democracy e chega de Falcons.
O
lábio superior de Bella tremeu como se remoesse um grande ódio. Determinada a
acordar daquele maldito pesadelo, dei-lhe as costas e segui em frente.
– Acha
que ele ia te querer se ainda fosse deformada? – murmurou.
Logo senti um paralisante espasmo no peito. – Edward
nem te tocaria. Não se esqueça de quem você realmente é.
Completamente
amargurada, olhei para trás e Bella começou a se aproximar lentamente. Sua
fisionomia fria e sarcástica me assustou.
– Você
não consegue lidar com essa dor, não é? Precisa de mim, sempre precisará. Só
que... – arqueou
a sobrancelha. – Eu
não preciso mais de você.
Alcançou-me
colocando as mãos em meu pescoço. Ela apertou com força e não consegui mais
respirar.
– Isso...
não é real. – gemi
com dificuldade. Procurei desesperadamente me convencer daquilo.
– Quem
é que sabe? – riu. – Vou
descobrir quando você morrer.
Totalmente
aflita, tentei arrancar as mãos dela da minha garganta. Não entendia de onde
ela tirara tanta força, mal conseguia me debater. Lutando por ar, arranhei seu
rosto e Bella gritou, afastando-se com medo de eu ter deixado marcas.
Cambaleei,
mas logo consegui correr. Forcei minhas pernas a darem o máximo de si, porém de
nada adiantava, pois eu não sabia como fugir do prédio.
– Você
não tem para onde ir, Isabella! – passou
a correr atrás de mim.
Tentei
abrir a porta de uma sala e estava trancada, tentei outra, e a encontrei do
mesmo jeito. Bella gargalhava me assistindo enlouquecer e fiquei cada vez mais
apavorada. Desorientada, segui para o refeitório e, assim que cheguei lá, me vi
encurralada.
– Você
é patética. – Bella
cruzou a soleira, fumando com uma estranha tranquilidade. – Por
que não desiste? Já teve seu momentinho feliz. Não entende que você não se
encaixa com o mundo? O problema nem é se encaixar, e sim o fato de não ter
fibra e resistência para ir contra ele.
– Está
errada. – falei
baixo.
– Mesmo? – revirou
os olhos. – Não
suportou nem a afronta de Tânia... – deu
uma longa tragada. – Não
importa. Antes eu até podia te suportar porque no fundo, bem no fuuundo mesmo,
gosto de você, mas agora que temos propósitos diferentes... – sorriu
torto. – Não
leve para o lado pessoal, tudo gira em torno da sobrevivência... A sobrevivência
do mais forte.
– Eu
não vou morrer. – ainda
não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo.
– Sempre
dificultando as coisas. – jogou
o cigarro no chão. – Você
já está morta, só não sabe.
Bella
partiu pra cima de mim dando-me um soco. Caí sobre uma das mesas, totalmente
indefesa.
– Não
é possível. – chocada,
arregalei os olhos sem compreender como podia sentir tanta dor.
Bella
sorriu indicando sua cabeça e não entendi o que estava querendo dizer. Antes
que eu tivesse forças para levantar, ela se armou com uma cadeira e veio até
mim.
Com
as pernas tremendo, rastejei para longe dela e busquei forças para correr.
– Sua
covardia me irrita! – vociferou.
Assim
que consegui ficar de pé, ela atingiu minhas costas com a cadeira e a dor foi
alucinante.
– AAAAAAAAAAHHHHH! – desabei
de joelhos, com as mãos nas costelas. Bella se colocou bem na minha frente e
ergueu a cadeira de aço para me golpear mais uma vez. – Não
faça isso. – implorei
fechando os olhos.
Ela
não se compadeceu e senti um grande impacto no meu rosto e ombro. Caí para lado
espirrando... Sangue? Não suportando a dor, comecei a chorar.
– Ótimo.
Mais essa? PARE DE CHORAR SUA IMBECIL!
– SOCORROOOO! – gritei
o mais alto possível. – ALGUÉM
ME AJUDE!
– Ninguém
vai te ajudar. – colocou
o pé em minha garganta. – Existem
tantas diferenças entre nós... – bufou. – Eu
nunca me prestaria a esse papel ridículo.
Coloquei
as duas mãos em seu tornozelo, tentando debilmente afastar seu salto da minha
garganta.
– Não... – gemi
usando o que sobrara de minhas forças, mas de nada adiantava diante do poder
opressor de Bella.
– Não
te farei mais sofrer, acabarei com isso agora. – respirou
fundo e empurrou ainda mais o pé e minha garganta.
Não
tive como lutar contra sua dominação e não consegui mais respirar. Sangue saia
por minhas narinas e desejei uma morte sem sofrimento. Então eu pensei nele...
Em Edward. E em todas as coisas que deixei de dizer, em tudo que reprimi por
muito tempo. Eu não queria morrer sem lhe dizer “eu te amo”. Do que teria
valido a minha vida se não pudesse dizer a alguém ao menos uma vez... “eu te
amo”?
Do
meu olho direito brotou uma lágrima só para ele. Para tudo que vivemos juntos,
desde ódio não justificado à vingança infame, e, finalmente... O amor. Um amor
não vivido em sua total plenitude por causa da minha insanidade. Da minha
incapacidade de lidar com a realidade e a dor. A quem eu culparia agora pela
minha miséria? A única culpada era eu mesma por ter alimentado o ódio de tal
forma que ele absorveu tudo à sua volta, como um grande buraco negro.
Então
desisti de lutar por ar e me agarrei às lembranças. Nelas me fundiria até que
não sentisse mais nada. Momentos, poucos, mas momentos intensos e
significativos que decoraram minha curta e estranha vida. Edward estava na
maior parte das minhas lembranças boas, ofuscando totalmente as ruins e me
fazendo não ter mais medo.
– O que está acontecendo? – Bella empurrou o pé e não senti nada.
Também
estranhando, afastei sua perna com uma mão e ela cambaleou para trás. Perplexa,
sentei e percebi que já não havia sangue em meu rosto e meu corpo não doía.
Franzi o cenho tentando entender, mas só quando encarei Bella foi que
compreendi que minha ira e medo era o que lhe davam forças. Em todos os
momentos em que se manifestou é porque eu não conseguia enfrentar tais
sentimentos.
Me
levantei e Bella se distanciou, dizendo:
– Não
faça besteira, Isabella.
– Você
sempre sofreu comigo, não é? E por isso me protegia e tentava eliminar as
causas dos traumas. Só que não conseguiu e agora tenta “cortar o mal pela
raiz”. Vejo que o tempo todo só pensava em si mesma. – caminhei
a passos firmes na direção dela.
– Não.
Estamos juntas nessa. – riu
sem humor, procurando manter distância.
– Sou
grata por tudo que fez por mim, mas não pode mais viver a minha vida.
– Você
precisa de mim. – ofegou.
– Não.
Porque não terei mais medo. – falei
com convicção.
Não
deixaria mais que a felicidade me fosse roubada por um sentimento controverso e
paralisante.
Bella
abaixou a cabeça em um lamento.
– Escuta,
deve tudo a mim. Fui eu que te dei forças para permanecer no Democracy e você
não teria ficado com Edward se não fosse por mim. No fundo, você quer ser
exatamente como eu.
Parei.
– Não
quero ser como você... Porque eu sou melhor.
Bella
ergueu a cabeça lentamente e seu lábio mais uma vez tremeu em ódio.
– AAAAAAAAAHHHHHH! – tentou
agarrar meu pescoço e com facilidade afastei suas mãos.
Vendo
que nada podia contra mim, correu para a saída do refeitório.
– Parada. – falei
e ela instantaneamente paralisou.
Bella
lutou desesperadamente para tirar os pés do chão, mas estava sob meu domínio.
– Por
favor, Isabella me deixe ir. – choramingou. – Não
te magoarei. Prometo.
– Quem
é patética agora? – posicionei-me
à sua frente. – Tudo
tem um fim, Bella.
– NÃO!
Dei-lhe
um suave beijo na testa e a envolvi em meus braços. Então, fechei os olhos e
sussurrei:
– Queime.
Imediatamente
o fogo começou a subir por nossas pernas e nos engoliu com ferocidade.
– NÃÃÃÃOOOOOOOOOOOO! – Bella
berrava sem conseguir se mexer. – ESTÁ
ARDENDOOO!
Embora
soubesse que sua dor era alucinante, eu nada sentia, pois era
imune às chamas.
– ISABELLAAAAAAAAAA! – agonizou
e não me abalei.
– Eu
sou a mais forte. – o
fogo dobrou de tamanho e concentrei toda a minha energia nas labaredas.
De
repente, todos os sentimentos e pensamentos de Bella me invadiram. Sua raiva,
ciúmes, ânsia por liberdade, sarcasmo, libido, crueldade, tristeza,
determinação... TUDO.
– AAAAAAAAHHHHH! – gritei,
sobrecarregada.
Comecei
a sentir que eu ia explodir, tamanha era a força pulsante que emanava de nós
duas, mas estava decidida a não largá-la.
– ESTÁ
NOS MATANDO! – vociferou.
– NEM
EU! NEM VOCÊ! – gritei
declarando o nosso fim.
– NÃÃÃOOOOOOO! – usou
toda a energia de sua existência para me empurrar.
Fui
lançada para longe e o fogo continuou a se expandir. Caída no chão, consegui
avistar Bella e ela sorriu fracamente, lançando-me seu último beijo. Naquele
momento eu soube que era o seu fim. Então a bolha de fogo em volta dela
explodiu. Cobri o rosto com o braço e todo o refeitório foi atingido por uma
enorme onda inflamada que destruiu todas as janelas e móveis.
Fiquei
um tempo de olhos fechados e quando os abri o fogo havia sumido, deixando
apenas um rastro de tristeza. Sentei-me cobrindo a face e voltei a ter 8 anos
de idade. Só que eu não tinha mais cicatrizes. O meu rosto e corpo estavam
perfeitos. Tateei minha bochecha esquerda e não pude deixar de sorrir por causa
da emoção libertadora.
Caminhei
para fora do refeitório e logo avistei o pote com a borboleta no final do
corredor. Fui até lá, peguei o pote do chão e fiquei surpresa em ver a
borboleta batendo as asas.
Eu
a observei por alguns segundos, então girei a tampa vagarosamente. Assim que
abri o pote, a borboleta saiu voando, me causando admiração. Ela voou para
longe, dobrando o corredor. Instintivamente corri atrás dela e a vi tomar
caminhos que nem me lembrava que existiam no colégio. Então ela passou a voar
rápido demais e para alcançá-la tive que correr com todas as minhas forças.
“ISABELLLAAAAA!”,
reconheci a voz de Edward, mas soava muito distante.
De
volta aos 18 anos, seguia a voz e a borboleta com toda a minha energia.
“ISABELLAAAAAAAAAAA!”
Avistei
a saída do Democracy. A luz proveniente das portas abertas ofuscou minha visão,
mas continue correndo até atravessá-las.
(...)
Edward
PDV
– 400 Joules. – o
socorrista liberou outra descarga elétrica após aplicarem adrenalina.
– Tem pulso. – alguém
falou.
Meu coração se prendeu à
esperança de uma forma desesperada. Não deu para conter as lágrimas.
– Oxigênio! – disseram.
Os olhos de Isabella tremularam
um pouco e, após pestanejarem suavemente, se abriram.
MUITOS
MESES DEPOIS...
"Só
os que padecem um extremo infortúnio estão aptos a usufruir uma extrema
felicidade. É preciso ter querido morrer para saber o que vale a vida.”
(Alexandre Dumas)
Isabella
PDV
Liguei o notebook e resolvi ler
mais uma vez o e-mail de Jasper antes de responder.
Oi,
Isabella...
Estou
com saudades, parece que faz séculos que não nos vemos e ao mesmo tempo tenho a
impressão de que foi ontem que nos formamos. Desculpe ter demorado a escrever,
é que preferi respeitar esse “seu tempo”.
Harvard
é incrível! Estou me adaptando bem e conheci uma garota linda chamada Alice.
Você vai adorá-la! Não tire sarro, mas acho que estou apaixonado. Hehehehe.
Você
nem vai acreditar... Assumi uma das rádios do campus e mantenho o espírito do
Filhos da Democracia vivo. Entre outras palavras, estou te esperando para
DETONARMOS!
Pendi a cabeça para trás e ri
alto.
Me
conte como está sendo sua vida. Quero saber de tudo.
Não
se esqueça de me responder...
Jasper.
Respirei fundo e comecei a
digitar sorrindo.
Querido
Jasper...
Eu
estou bem. A Austrália é tudo aquilo que sempre imaginei. Magnífica!
Fechei os olhos sentindo a
deliciosa brisa da tarde. Adorava o som do vento batendo nas velas do barco que
Edward ganhou de seu tio após a formatura.
Já fazia mais de dois meses que
nos formamos em um colégio público de L.A, mas não corremos para a
universidade. Decidimos passar um ano morando na Austrália até termos total
certeza do que cursar. Sair de casa foi uma das melhores decisões que Edward já
tomou na vida. Ele finalmente se sentia livre de toda pressão que seu pai
colocava. Eles ainda não tinham se acertado, mas Edward me lembrou que certas
relações precisam de tempo para amadurecer. Eu não tinha dúvidas de que, mais
dia, menos dia, o Sr. Cullen entenderia que o filho só estava em busca da
própria felicidade. A Sra. Cullen, em contrapartida, sempre mantinha contato com
Edward e falou que seu esposo começava a ceder por sentir saudades de seu único
filho.
Eu
ainda não sei o que vou cursar, mas depois de passar a adolescência com a cara
enfiada nos livros de Shakespeare estou muito inclinada a tentar Literatura. O
que acha? Edward anda falando em cursar Oceanografia. Rsrsrs. Sei o que está
pensando: escritora e oceanógrafo? Escolheram profissões de sonhadores e que
podem ser exercidas em qualquer lugar do mundo?
Talvez
seja mesmo essa a intenção... Livres, sem raízes... Quem sabe?
Já
faz um tempo que não penso na Bella, mas ontem estava refletindo... Alguns
leves traços da personalidade dela, como a garra, ficaram em mim. É como uma
cicatriz interna que, ainda que inofensiva, está sempre presente não me
deixando esquecer quem realmente sou. Minha experiência de quase-morte pode ter
me libertado de todos os traumas, mas gosto de pensar que apenas assumi o
controle de mim mesma. Não pense que fico o tempo todo tentando entender o que
aconteceu no meu subconsciente, porque não sinto necessidade disso. Além do
mais, a mente humana é um incompreensível e eterno mistério.
Mudando
de assunto... Vou te mandar umas fotos muito maneiras.
Vasculhei a pasta de imagens e
ri das fotos. Então, ouvi um pigarreio. Ergui a cabeça e Edward estava lá, na
entrada da cabine, de braços cruzados. As batidas do meu coração oscilaram
levemente quando ele me lançou um de seus lindos sorrisos.
– Está pronto.
– Legal. – sorri.
(...)
Edward me prometera um presente
de aniversário e fez muito mistério quanto a isso. Levou-me para a proa e,
diante daquela imensidão de águas, me pediu para fechar os olhos.
– Mal posso esperar. – abri
as mãos. – Acho que vou espiar.
– Não. – riu me rodeando.
– Então me dê logo.
– Tudo bem... – colocou
algo pequeno na minha mão direita.
Abri os olhos e vi que era um
colar de concha do mar. O fio entrançado era delicado e na ponta havia uma das
conchas mais perfeitas que encontramos no dia em que velejamos juntos pela
primeira vez.
– Você guardou? – ri
surpresa.
– Sim.
Por ter um significado especial
pra mim, considerei aquele colar o mais lindo do mundo.
– Eu realmente adorei.
– Que bom. – Edward
colocou as mãos no bolso e baixou a cabeça.
– O que foi? – estranhei
sua reação.
– Vem cá. – abraçou-me.
Ele espalhou beijos por meu ombro
e não deixou de beijar a minha tatuagem em forma de borboleta. Então ficamos
quietos por um tempo. De olhos fechados, me entreguei à sensação do vento
bagunçando meu cabelo e ao cheiro delicioso de Edward. Eu estava mergulhada em
uma tranquilidade inabalável e não me preocupava mais com bobagens.
– Eu sou um idiota. – Edward
sussurrou em meu ouvido. – Ensaiei esse momento e agora não
consigo me lembrar de quase nada que planejei te falar.
– Tente. – gargalhei.
Ele respirou fundo.
– Lembra quando me disse através de uma
carta que talvez existisse uma “luz” que nos indica o caminho certo? Você me
fez entender que essa “luz” pode ser uma situação, ou um país, ou uma
oportunidade...
– Sim.
– Eu encontrei a minha. – encarou-me. – Ela sempre esteve perto de mim, mas eu não conseguia enxergar. – acariciou minha face fazendo uma longa pausa. – Nossa história sempre foi turbulenta e nada normal, mas eu não quero viver o “normal”. Quero viver o extraordinário. É por isso que peço que se case comigo agora, neste exato momento.
– O quê? – embasbaquei. – Como...
Como assim? Agora?
– Não precisamos de ninguém para tornar
sagrado o que dentro de nós já é sagrado. Não importa se somos muito jovens ou
se não tem ninguém aqui para testemunhar. Eu só preciso... – colocou
minha palma em seu peito. – Que faça esse pacto de amor comigo e
me deixe cuidar de você, ao mesmo tempo em que cuida de mim.
– Não precisa tentar me convencer. SIM!
SIM! – ri feito uma boba. – Mil
vezes sim. – sussurrei com o
coração a mil.
(...)
Coloquei o único vestido branco
que eu tinha, enfeitei o cabelo com um grampo em formato de flor e, descalça,
praticamente corri para o convés. Edward já me esperava e estava lindo com uma
blusa de botões branca e um jeans básico.
Ele me estendeu a mão e eu a
agarrei com segurança. Ficamos um de frente para o outro, nos olhando com a
intensidade de quem sabe que jamais esquecerá o momento.
Edward tirou do bolso um colar
de concha semelhante ao que estava amarrado no meu pulso, então começou a
falar:
– Isabella, não posso prometer que será
fácil, pois nunca seremos imunes às dificuldades da vida, mas tenho certeza de
que somos fortes o suficiente para enfrentá-las. Então, o que posso te prometer
é que... – suspirou. – Em
todos os dias, terá o meu respeito, minha atenção, meu “bom dia”. Meu rosto em
seu colo quando eu estiver preocupado, minhas piadas, minhas confissões e
lamentações, meu apoio, minha risada, meus mais intensos beijos... E todo o meu
amor. – sua voz ficou levemente embargada. – Eu,
Edward Anthony Masen Cullen, te aceito como minha esposa... – pôs
o colar em volta do meu pescoço. –
Até o dia em que esse oceano secar. – deu uma risadinha.
Meus olhos ficaram extremamente
úmidos e tive que me concentrar para conseguir falar.
– Edward, por muito tempo acreditei que
meus sentimentos por você eram a minha maldição..., mas não, foram a minha
salvação. Eu encontrei em você não só braços, pernas e boca, encontrei um
coração que conseguiu compreender o meu. Encontrei alguém que não desistiu de
mim nem nos meus piores e transtornados momentos. Não vou te agradecer por nada
disso, mas vou... – sorri
contendo o choro. – Vou prender definitivamente meu
destino ao seu. Nunca mais se sentirá sozinho ou perdido, pois, eu, Isabella
Marie Swan, te aceito como meu esposo... – tirei o colar do pulso e o pendurei em
seu pescoço. – Até o dia em que esse oceano secar. – sorri.
Edward colocou as mãos em meu
rosto e sussurrou com veemência:
– Eu te amo tanto.
Uma lágrima me escapou.
– Eu também te amo.
Quando os lábios dele tocaram
os meus, involuntariamente gemi de felicidade e satisfação. O beijo profundo
não selou o fim de uma era, e sim, celebrou o início de uma jornada
imprevisível e maravilhosa.
(...)
Na
última vez que vi Jasper, ele me perguntou como me sentia sendo considerada por
muitos uma “desequilibrada”. Então falei para ele o mesmo que falei para
Edward: nem sempre o que fazemos define quem somos.
Eu
já cometi inúmeros erros e magoei muitas pessoas na minha trajetória de vida,
mas estou determinada a não deixar o passado me torturar no presente e
comprometer o meu futuro. A vida é curta demais para eu ficar me preocupando
com o que pensam a meu respeito.
Então,
que falem, que aumentem, que julguem...
Porque
eu estou ocupada sendo delirantemente feliz.
*FIM*
Ahhh
que pena que acabou! Mas foi um final tão lindo! Depois de tanto sofrerem
finalmente os dois podem desfrutar desse amor que nasceu do ódio e do
sentimento de vingança. Achei as palavras que eles falaram no casamento tão
lindas e verdadeiras... Foi um dos momentos mais bonitos que já tive o prazer
de editar em uma fic. Espero que vocês tenham gostado da estória e desse final
tão lindo. Amanhã volto com a sinopse da próxima. Beijos.
adoreiii um final perfeito♥ peninha q acabou! Beijusculo♥
ReplyDeleteNossa, muito linda essa história,
ReplyDeletee ainda por cima um ensinamento.
Essas palavras finais foram tudo.
"nem sempre o que fazemos define quem somos"
Ameiiiiiiiii
ReplyDeleteLindo o final!!
Se essa fic virasse filme iria ser o maior sucesso....fiquei aki imaginando esse final...se tivesse imagens seria lindo, com certeza.....adorei...até a proxima....bjs
ReplyDeleteM-A-R-A-V-I--H-O-S-A!!!!!!!!
ReplyDeleteAMEI VAI TER CONTINUAÇÃO?????