Oi pessoal! Continuando com nossas
oneshots, trago mais uma da ValentinaLB. Dessa vez ela nos presenteia com o
ponto de vista de Edward de um dos mais queridos das fãs no livro Eclipse...
Palavras da autora:
“Como será que Edward se sentiu quando Bella tentou seduzi-lo no capítulo
Conciliação, de Eclipse? A releitura é de
apenas parte do capítulo...”
Título: Conciliação
Autora(o): Valentina LB
Shipper: Bellard
Gênero: Romance
Censura: NC-13
Autora(o): Valentina LB
Shipper: Bellard
Gênero: Romance
Censura: NC-13
Conciliação
By Valentina LB
Atenção: Este conteúdo foi classificado
como impróprio para menores de 13 anos.
"Estou
ciente, quero continuar!"
CAPÍTULO
ÚNICO
LIVRO:
ECLIPSE
CAPÍTULO 20 – CONCILIAÇÃO
(VISÃO DO EDWARD)
– Será que nesta noite podemos
tentar esquecer tudo e sermos apenas eu e você?
Meus
olhos fitavam os de Bella esperando que eles dissessem mais que minhas
palavras.
–
Parece que jamais consigo tempo suficiente para isso. Preciso ficar com você.
Só você. – desabafei.
Tentei
desvendar a expressão no rosto de Bella quando ela me encarou. Havia traços de
medo, incerteza... Mas havia um “algo mais”...
Bella
parecia determinada, como se tivesse tomado uma decisão a qual temia.
Parecia
nervosa, meio encabulada. Seu rosto tinha um leve rubor.
Suspirei
baixo. Ainda me frustrava a incapacidade de ouvir seus pensamentos. Justos os
de Bella... Tão imprevisíveis... Tão extraordinários...
A
ajuda de Alice em meu plano de ficar a sós com Bella naquela noite fora
decisiva. Charlie a adorava e era incapaz de negar-lhe o que quer que fosse.
Sua voz doce e musical era quase hipnótica para o pai de Bella.
O
carinho entre eles era recíproco. Uma relação verdadeira de amizade havia
nascido entre os dois.
É
claro que ele concordou em deixar a filha ir fazer companhia para a pobrezinha da
Alice que ficaria sozinha em casa. “A
mentira é por uma boa causa”, assim Alice justificava sua traição a
Charlie.
Meu
plano transcorria perfeitamente.
Tirando
os comentários maliciosos de Emmet, minha família se comportou discretamente em
relação à minha intenção de ter aquele tempo sozinho com Bella. O mesmo não
posso dizer de seus pensamentos... Eu sempre passava as noites com ela, mas ia
ser a primeira vez que estaríamos completamente a sós, sem Charlie no quarto ao
lado ou sem os ouvidos biônicos de meus parentes vampiros. Percebi que suas
expectativas eram mais, digamos assim, “ousadas” que as minhas... Ainda bem que
eu não corava.
Estava
escuro quando chegamos em casa. Eu havia deixado as luzes de dentro acesas e a
claridade passava pelas janelas, iluminando a entrada.
Desligado
o motor, usei toda minha velocidade para abrir a porta de Bella antes que ela o
fizesse.
Segurei
Bella em meus braços e a retirei do carro. O calor e a proximidade do seu corpo
despertaram em mim um desejo imenso de beijá-la. Seu cheiro já não me causava
mais aquela dor dilacerante. Ele agora me excitava, despertava em mim a meu
lado humano, despertava o homem que eu já tinha sido. Meus lábios
encontraram sua boca em um beijo calmo, mas sedento de paixão.
Não
me lembro como entrei em casa. Estava totalmente entregue aos meus desejos, à
lassidão que me dominava. Demorei-me naquele beijo até que a afastei de mim.
Desta vez não foi a fome por seu sangue que me motivou, foi a fome por seu
corpo. Eu precisava me controlar ou ia acabar fazendo alguma besteira.
Fazer
amor com Bella antes de transformá-la estava fora de questão. Ela era muito
frágil e eu poderia matá-la facilmente se não tivesse pleno controle de meus
atos, de minha força, de minha sede. Mas era muito difícil resistir... E Bella
não tornava as coisas mais fáceis.
A
forma como ela reagia a meus beijos dificultava imensamente meu autocontrole.
Bella não conseguia disfarçar o desejo que eu provocava nela e aquilo me
enlouquecia. Ela era tão humana... Deliciosamente humana!
Sorri
enquanto a mantinha a uma distância segura de meus lábios.
–
Bem vinda ao lar – falei.
–
Isso parece bom – respondeu ela, ainda buscando o fôlego perdido há pouco.
Mesmo
sem vontade, coloquei-a no chão.
Fiquei
surpreso quando ela me envolveu em seus braços, deixando claro que não
pretendia se afastar de mim.
Precisei
resistir à vontade de beijá-la novamente. Alguém tinha de ter juízo naquela
noite e esse alguém obviamente teria de ser eu.
Tinha
planejado dar-lhe o presente que havia comprado por sua formatura naquela
noite.
É
claro que tive de pedir seu consentimento antes. Desconfiava que sua disposição
em recebê-lo se devesse ao fato de ter aceitado a pulseira dada por Jacob tão
prontamente e também, e principalmente, porque tinha lhe garantido que não
havia gastado nem um cents para adquiri-lo, o que não era bem verdade.
Se
Bella soubesse que se tratava de um diamante de cinco quilates, lapidado em
forma de coração e que seu preço alcançara a casa dos seis dígitos, ela
surtaria. Tinha de continuar com minha farsa.
Ela
não fazia idéia o prazer que me dava presenteá-la. Nenhum valor em dinheiro era
muito quando se tratava de Bella. Era uma pena que não entendesse isso, que não
entendesse que eu havia acumulado uma fortuna no decorrer daqueles longos anos
(com a ajuda dos poderes de Alice, é claro) e que minha vontade era enchê-la de
presentes se ela deixasse.
Mas
Isabella Swan tinha sua própria lógica... Assim a mentira se justificava.
–
Tenho uma coisa pra você. – lembrei-a.
–
Ah, sim? – Bella parecia desligada.
–
Seu presente de segunda mão, lembra? Você disse que era permitido.
–
Ah, é verdade. Acho que disse isso.
O
desinteresse de Bella me surpreendia. Já havia perdido a conta das mulheres que
se interessaram por mim devido à riqueza que eu ostentava (é claro que ignorei
todas). Mas Bella era completamente diferente. Parecia que para ela meu
principal defeito era ser rico. Ela não era nada comum, não mesmo.
–
Está em meu quarto. Podemos pegar? - perguntei.
–
Claro, vamos.
Bella
pareceu meio constrangida com meu convite. Não entendi se era pelo presente ou
se era pelo fato de irmos ao meu quarto.
Minha
ansiedade me faz carregá-la escada a fora numa velocidade inumana, por assim
dizer.
Mal
chegamos ao quarto, coloquei-a no chão e fui buscar o presente no closet.
Voltei em segundos, mas Bella ignorou minha chegada.
Caminhou
na direção da minha nova cama; na verdade a cama fora comprada pra ela; e
sentou-se bem no meio, abraçando os joelhos.
Bella
não fazia idéia do quanto sua naturalidade a deixava sedutora.
Finalmente
deu-me atenção.
–
Tudo bem. – disse ela. – Vamos ver o que é.
Sentei-me
ao seu lado, sorrindo, e percebi que seu coração se acelerou repentinamente.
Parecia que Bella realmente estava ansiosa para ver seu presente. Isso me
deixou animado.
–
Um presente de segunda mão - falei.
Peguei
seu pulso frágil em minhas mãos e toquei a pulseira que Jacob havia lhe dado. O
ciúme ainda me incomodava, mas disfarcei bem. Haveria sempre aquele lobo entre
nós... Aquele pingente nunca me deixaria esquecer disso.
Prendi
o coração num elo oposto à peça entalhada na madeira e soltei seu braço.
Bella
fitou a pulseira e apreciou demoradamente a pedra que eu acabara de colocar
ali.
Seu
silêncio parecia não ter fim, então me adiantei.
–
Era de minha mãe. – esse detalhe dava mais veracidade à estória. – Herdei
algumas bugigangas como essa. Dei algumas a Esme e a Alice. Assim, claramente,
não é grande coisa.
Precisava
que Bella acreditasse nisso. Só assim ela aceitaria o presente.
Ela
abriu um sorriso estonteante, mas ainda assim se mantinha calada, imersa em
emoções que eu não conseguia decifrar.
–
Mas pensei que era uma boa representação. – expliquei. – É duro e frio... – ri
da comparação. – E lança arco-íris no sol.
–
Você se esqueceu da semelhança mais importante... – murmurou enfim. – É lindo!
Suas
palavras me tocaram o coração.
Era
engraçado pensar em meu coração. Por tantos anos havia me esquecido
completamente que eu tinha um. Ele era para mim nada mais que uma vaga
lembrança da minha humanidade perdida. Agora o amor que sentia por Bella
reivindicava seu lugar de direito, dando vida, se assim poderia dizer, àquele
pedaço de mim. Meu coração não batia, mas definitivamente estava vivo.
–
Meu coração é igualmente silencioso. E também é seu.
Bella
balançou o pulso, fazendo o diamante, para ela um simples cristal, cintilar.
–
Obrigada. – disse. – Pelos dois.
Contive
o impulso de envolvê-la em meus braços e torná-la minha por inteiro. Meu desejo
por ela era tão intenso que doía. Podia sentir a excitação alterando meu corpo,
me preparando para algo que eu não poderia consumar. Ainda me espantava com
essa nova sensação. Era tão incontrolável, tão espontânea. Às vezes me
perguntava se Bella percebia. Evitava chegar nesse ponto, mas cada vez mais a
simples presença dela era suficiente para despertar meu corpo.
Controlei
meu impulso pelo bem de Bella. Concentrei-me na alegria que sentia por ela
parecer tão feliz e emocionada e falei:
–
Não, eu é que agradeço. É um alívio que você aceite um presente com tanta
facilidade. ("Nem tanta assim", pensei.) É bom se acostumar com isso.
– sorri.
Para
meu desespero, Bella se aproximou de mim, aninhando-se em meu peito,
despertando todas aquelas emoções e reações que eu lutava tanto para reprimir.
Utilizei
meu autocontrole e a abracei também, puxando-a para mais próximo de mim.
Bella
merecia meu carinho. Eu é que tinha de aprender a reprimir esse meu novo lado
devasso.
–
Podemos discutir um assunto? Gostaria que você começasse a ser mais receptivo...
- falou.
Salvo
pelo gongo! As palavras de Bella me despertaram de minhas fantasias adolescentes.
Parecia
que Bella estava hesitante sobre o que diria a seguir, esperando que
primeiramente me mostrasse mais desarmado.
–
Vou dar o máximo de mim. – prometi cauteloso.
Lá
estava Bella com uma expressão nada confiável...
–
Não vou quebrar regra alguma. Trata-se estritamente de nós dois. – ela parecia
desconfortável. – Então... Eu fiquei impressionada com nossa capacidade de
conciliação outra noite. Estava pensando que gostaria de aplicar o mesmo
princípio em uma situação diferente.
Aquilo
tava ficando estranho... As palavras de Bella estavam “formais” demais pro meu
gosto.
–
O que gostaria de negociar? – perguntei, quase rindo daquela situação.
Enquanto
ela media as próximas palavras, percebi que seu coração batia descompassado.
–
Ouço seu coração voar... – falei. – Está palpitando como as asas de um colibri.
Você está bem?
Bella
foi rápida na resposta.
–
Estou ótima.
–
Continue, por favor, então.
–
Bom... – disse Bella – eu acho primeiro, que queria falar com você sobre aquela
história ridícula da condição de casamento.
–
É ridícula pra você. O que tem ela?
O
que um rapaz nascido em 1901 poderia achar de errado no casamento? Era tão
natural que acontecesse com um casal que se amava.
–
Eu estava pensando... – Bella não desistiria – Isto está aberto à negociação? –
meus
temores se justificavam... Bella estava tramando algo e eu não iria ceder. Já
havia concordado com sua transformação e isso ainda me incomodava muito.
–
Eu já fiz a maior concessão até agora. – falei sério. – Concordei em tirar sua
vida, contrariando o que penso ser o melhor. E isso deve me dar o direito a
algumas concessões de sua parte.
É
claro que transformar Bella em uma vampira resolveria todos os meus problemas.
Acabaria com sua fragilidade, sua pré-disposição a acidentes. E ainda me daria
a felicidade de tê-la eternamente a meu lado. Mas e quanto a Bella? De todas as
coisas que ela teria de abrir mão, sua alma era o que mais me preocupava. Não
podia tirar-lhe o que tinha de mais bonito.
–
Não. – ela foi enfática. – Isso faz parte de um acordo já feito. Não estamos
discutindo minhas... – Bella fez uma pausa para pensar nas próximas palavras –
renovações agora. Quero insistir em outros detalhes.
Menos
mal... Mas que outros detalhes? Voltei a preocupar-me.
–
De que detalhes está falando exatamente? – perguntei com medo da resposta.
–
Vamos primeiro esclarecer seus pré-requisitos.
“Tudo bem,
Edward Cullen”, pensei comigo mesmo, "você sempre soube que não
seria fácil”. Nada era simples com Bella por perto... Nada.
–
Você sabe o que eu quero. – retornei à batalha.
–
Matrimônio. – disse Bella com uma expressão que quase me fez rir.
–
Sim. - sorri vitorioso. – Para começar.
–
Tem mais? – Bella parecia meio apavorada. Eu estava no comando agora.
–
Bem... – eu começava a me divertir com a situação. – Se vai ser minha esposa,
então o que é meu é seu... Como o dinheiro das taxas da universidade. Assim não
haveria problema com Dartmouth.
–
Mas alguma coisa? Enquanto já está sendo absurdo?
Fingi
não perceber o sarcasmo dela e continuei.
–
Eu não me importaria em ter algum tempo. – sugeri.
–
Não. Nada de tempo. Isso é quebra de acordo.
–
Só um ou dois anos?
–
Vamos passar ao próximo. – disse Bella de uma forma que não me deixou escolha a
não ser recuar.
–
É só isso. A não ser que queira falar de carros... – eu não desistiria fácil.
Bella
fez uma careta linda. Sempre fazia isso quando o assunto era esse,
principalmente se o carro em questão atingisse mais de 80 Km por hora.
Ela
me encantava. Eu estava perdidamente apaixonado por aquela garota...
Segurei
sua mão e comecei a brincar com seus dedos. Eles eram tão pequenos, tão
quebradiços. Tinha sempre que me concentrar ao máximo para não machucá-la. Não
tinha uma parte sequer do corpo de Bella que eu não adorasse. Mesmo as que eu
ainda não conhecia...
“Foco,
Edward”- eu estava começando a divagar.
Agora
tinha de me concentrar naquela nova informação: Bella desejava algo e eu
precisava descobrir o que era.
–
Não percebi que tinha outro desejo além de ser transformada em monstro. – esperava
que minhas palavras fossem chocantes o bastante para fazê-la mudar a idéia de
se tornar vampira. – Estou extremamente curioso. – disse.
Bella
de repente ficou imóvel, fitando nossas mãos entrelaçadas. Seu rosto começou a
corar.
–
Está corando?
Minha
pergunta não teve resposta. Bella sequer olhava pra mim. Parecia envergonhada.
–
Por favor, Bella. – supliquei. - O suspense é doloroso.
Bella
mordeu os lábios. Parecia relutante em continuar nossa conversa.
–
Bella. – insisti.
Ela
finalmente levantou o rosto em minha direção.
–
Bom, estou meio preocupada... Com o depois.
Sabia
que, apesar de ser sua vontade, ela tinha muito medo da idéia de se
transformar. Isso me incomodava muito. Bella não precisava sentir esses
temores. Não precisava se tornar uma de nós...
–
O que a preocupa?
–
Todos vocês parecem tão convencidos de que meu único interesse, depois, é matar
todo mundo da cidade... – desabafou. Ela tinha ficado impressionada com aquela
história da aposta. Como não tinha percebido isso? – Eu tenho medo de ficar tão
preocupada com a chacina que não seja mais eu... E que não queira você da mesma
forma que agora.
–
Bella, essa parte não dura para sempre. – tentei amenizar seus temores.
–
Edward... - Bella chamou meu nome enquanto olhava atentamente a cicatriz que
James havia deixado em seu braço. – Há uma coisa que eu quero fazer antes de
não ser mais humana.
Esperei
que ela se explicasse, mas ela se calou. O rubor voltou a sua face.
–
O que você quiser. – eu faria qualquer coisa para diminuir as inquietações de
Bella. Daria o que ela quisesse.
–
Promete?
–
Sim. – prometi. – Diga-me o que quer e terá.
–
Você.
Como
assim?? Não era possível que Bella ainda tivesse dúvidas quanto ao meu amor por
ela. Será que não percebia que era tudo pra mim, que eu não existia sem ela?
–
Sou seu. – tentei fazer com que meus olhos confirmassem minhas palavras, mas
Bella desviou seu olhar.
Ainda
me perguntava o que estava acontecendo quando ela se ajoelhou, passou os braços
em volta do meu pescoço e me beijou.
Adorava
quando Bella tomava a iniciativa, mas desta vez, enquanto retribuía o beijo,
estava mais preocupado em descobrir o que eu estava deixando passar.
As
mãos de Bella tremiam enquanto envolviam meu pescoço. Isso não era normal. Já
havíamos superado essa fase de constrangimento do início do namoro.
De
repente seus braços soltaram meu pescoço e suas mãos trêmulas procuraram os
botões da minha camisa, desabotoando alguns.
Um
choque percorreu meu corpo. Não! Aquilo não podia estar acontecendo. Bella não
poderia estar querendo que... Essa não!!!!
Empurrei-a
imediatamente, antes que não pudesse mais fazê-lo.
–
Seja razoável, Bella. – tentei usar um tom de voz autoritário.
–
Você prometeu... O que eu quisesse. – ela me lembrou.
Como
podia ter caído naquela armadilha?
–
Não estamos tendo esta discussão. – falei olhando no fundo de seus olhos,
enquanto abotoava novamente os botões.
Ela
teria de entender que não podíamos ter aquela discussão. Não naquele momento,
não enquanto a fome por seu corpo me consumia, não enquanto eu não sabia se
poderia resistir.
–
Eu digo que estamos.
Enquanto
Bella grunhia as palavras, começou a desabotoar os botões da própria blusa.
Por
tudo que é sagrado, se Bella tirasse sua blusa eu não
responderia por mim!!
Sem
sequer medir minha força, segurei seus pulsos, prendendo-os ao lado do seu
corpo, antes que ela conseguisse seu objetivo.
–
Eu digo que não. – afirmei.
Encarei
seu rosto na esperança que ela percebesse o risco que estava correndo.
Não
era só a fome por seu sangue que poderia matá-la. Minha fome por seu corpo
também era igualmente letal. Eu era um risco para sua vida de todas as formas.
–
Você queria saber. – ela se justificou.
–
Pensei que seria algo ligeiramente realista.
–
Então pode pedir a coisa idiota e ridícula que você quiser... Como se casar...
Mas eu não posso nem discutir o que eu...
Enquanto
Bella resmungava eu sabia que precisava acabar de vez com aquela tortura, tanto
minha quanto dela.
Segurei
seus pulsos com uma das mãos e coloquei a outra em sua boca, tentando evitar
que dissesse qualquer outra coisa.
–
Não. – disse.
Bella
respirou fundo. Estava de cabeça baixa, visivelmente envergonhada. Ficou assim
por um tempo, envolta na decepção que eu acabara de lhe causar.
Suspirei
esperando que a dor que sentia por fazê-la infeliz saísse do meu peito. Tirei a
mão de sua boca, agora que ela estava em silêncio e puxei seu queixo,
forçando-a olhar pra mim.
Em
seu rosto havia muito mais tristeza do que eu imaginava.
–
O que foi agora? – perguntei.
–
Nada. – ela murmurou.
–
Eu a magoei? – eu sabia a resposta.
–
Não. – ela mentiu.
Antes
que ela entendesse o que estava acontecendo, aninhei-a em meus braços. Eu não
podia vê-la sofrendo.
–
Sabe que eu tenho de dizer não. – murmurei. – Sabe que eu também quero você. –
falei.
–
Você quer? – Bella perguntou cheia de dúvidas, expondo uma carência que a
deixava mais linda ainda.
Se
Bella não fosse tão distraída teria percebido que meu corpo; uma parte dele pra
ser exato; era a maior prova do desejo que sentia por ela naquele momento.
–
É claro que quero sua boba, linda e supersensível. – ri da sua incapacidade de
perceber as minhas intenções... Ou más intenções. Como Bella não tinha a menor
noção do quanto eu a queria?! – E não querem todos? – falei com uma ponta de
ciúme. – Sinto que há uma fila atrás de mim, tomando posição, esperando que eu
cometa o grande erro... Você é desejável demais pra seu próprio bem.
–
E agora, quem está sendo bobo? – Bella perguntou, não acreditando em uma
palavra que eu tinha dito.
–
Tenho de redigir uma petição para que você acredite? Terei de dizer a você os
nomes de quem está no topo da lista? - Pensei em Jake, Mike, Eric, Tyler e suas
fantasias com ela. – Você conhece alguns, mas outros podem surpreendê-la. – Ah,
se as alunas da escola pudessem ouvir os pensamentos de alguns professores!
Bella
sacudiu a cabeça contra meu peito, acenando que queria encerrar a mudança de
direção que a nossa conversa tomava.
–
Só está tentando me distrair. Vamos voltar a nosso assunto. – Bella estava
determinada a conseguir o que queria e isso não era bom. Suspirei. – Corrija-me
se eu entendi mal alguma coisa... – Bella recomeçou. – Suas exigências são o
casamento, – ela fez a mesma cara engraçada de novo – pagar minha universidade,
mais tempo e você não se importaria se meu carro fosse um pouco mais rápido?– ergueu
as sobrancelhas numa atitude desafiadora. – Eu entendi tudo? É uma lista
grande.
–
Só a primeira é uma exigência. – reprimi o riso. – As outras são apenas
solicitações.
–
A minha única e solitária exigência é...
–
Exigência?
A
noite não ia ser fácil.
–
Sim, exigência. – disse ela. - Casar está além de meus limites. Não vou ceder
se não conseguir algo.
Eu
estava perdendo feio. Bella tinha se preparado muito bem para aquele momento. E
eu que pensei que o plano perfeito fosse meu...
Será
que Bella tinha realmente noção do que estava me pedindo? Acho que não.
Eu
precisava mudar minha estratégia se quisesse me livrar de suas garras afiadas
na sua tentativa de convencer-me a levá-la pra cama.
Eu
também tinha minhas armas. Abaixei minha boca até seus ouvidos e murmurei em
meu mais sedutor tom de voz:
–
Não. Agora não é possível. Depois, quando estiver menos frágil. Seja paciente,
Bella.
Minha
ridícula sessão de hipnose também não pareceu ter nenhum efeito sobre ela, pois
Bella continuou.
–
Mas o problema é esse. Eu não serei a mesma quando estiver menos frágil. Não
serei a mesma! Eu não sei quem serei na época.
As
informações de Jasper sobre os recém-criados tinham deixado Bella realmente
apavorada. Ela sabia que antes de ser como Esme, Alice ou Rosalie teria de
atravessar um período muito dolorido do processo de transformação: a dor do
veneno em suas veias e a dor da sede de sangue humano. O medo de Bella era
legítimo.
–
Ainda será a Bella, prometi. – pra mim, pelo menos, pensei.
Bella
não se convenceu.
–
Se estiver tão louca que vou querer matar Charlie... Beber o sangue de Jacob ou
de Ângela se tiver oportunidade... Como isso poderá ser verdade?
–
Vai passar. – reafirmei. – E duvido que vá querer beber o sangue do cachorro. –
brinquei, estremecendo o corpo para enfatizar minha repulsa. – Mesmo
recém-criada, terá um paladar melhor do que esse.
Bella
não achou muita graça.
–
Mas sempre será o que mais quero, não é? Sangue, sangue e mais sangue! – suas
palavras me chocaram um pouco. Era a primeira vez que Bella se referia à minha
“dieta” de forma tão realista.
–
O fato de você ainda estar viva é prova de que isso não é verdade. – falei, um
pouco na defensiva.
–
Mais de oitenta anos depois. – ela argumentou. – O que eu quis dizer foi
fisicamente. Intelectualmente, sei que serei capaz de ser eu mesma... Por algum
tempo. Mas fisicamente... Sempre terei sede, mais do que qualquer outra
necessidade. – eu ainda tentava processar as palavras de Bella quando ela
continuou. – Então eu serei diferente. Porque agora, fisicamente, não há nada
que eu queira mais do que você. Mais que comida, água ou oxigênio. Intelectualmente
– ela continuou – tenho minhas prioridades numa ordem um pouco mais sensata.
Mas fisicamente...
A
mulher da minha vida estava ali, na minha frente, implorando que eu fizesse
amor com ela. Como eu poderia resistir? Afinal eu era só um garoto de dezessete
anos! Meu corpo desejava isso mais que qualquer outra coisa no mundo... Eu queria Bella, como queria!
Mas
eu também era um vampiro de mais de noventa anos e conhecia muito bem as consequências
de fazer sexo com humanas... Elas não sobreviviam... Não, eu não podia... Eu não mataria Bella!
Um
deles faria sua escolha... E eu temia qual...
Bella
beijou a palma de minha mão e seu hálito quente me lembrou sua humanidade
frágil. Eu a amava além de qualquer necessidade que a colocasse em perigo. Respirei
fundo. Eu não cederia...
–
Bella, eu poderia matá-la... – o vampiro sussurrou.
–
Não acredito que possa.
Não,
realmente ela não acreditava. Bella nunca tinha consciência dos perigos que a
cercavam. Ela tinha uma inconsequência suicida.
Eu
tinha de ser dramático.
Virei
minha mão pra trás e alcancei uma das flores de ferro que decoravam a cabeceira
da cama. Sem o menor esforço arranquei-a, provocando um pequeno estalo e
fazendo a cama tremer por um momento. Mostrei a flor a Bella, que a observou
curiosa, e então a comprimi delicadamente entre meus dedos, fundindo o ferro em
segundos, no formato da parte interna da minha mão. Estendi minha mão e mostrei
a Bella o que um simples aperto de meus dedos tinha feito à flor de ferro. E
então tudo aquilo se transformou em pó.
Confesso
que me achei meio teatral, mas esperava que aquela cena fosse mais convincente
que qualquer explicação que pudesse dar a Bella. Não foi!
–
Não foi isso que eu quis dizer. Eu já sei como você é forte. Não precisa
quebrar a mobília. – Bella sabia ser pragmática quando queria.
–
O que quis dizer então? – perguntei, me livrando da sujeira em minhas mãos.
Olhei para ela me sentindo um idiota pelo teatro anterior.
–
Obviamente – falou – não é que você não seja fisicamente capaz de me machucar,
se quiser... Mais do que isso, você não quer me machucar... Tanto que acho que
jamais poderia.
Ela
estava certa, eu jamais a machucaria propositalmente. Mas como saber como me
comportaria em uma situação totalmente desconhecida para mim? Não sabia o que
esperar. Não sabia qual seria minha reação.
–
Pode não ser assim, Bella.
– Pode... – falou cinicamente. – Você não faz a
menor idéia do que está falando, não mais do que eu.
Bella
tinha razão, eu nunca havia feito amor com uma humana para provar meus temores,
aliás, eu nunca tinha feito amor com nenhuma mulher. Mas nem por isso eu
arriscaria.
Conhecia
a teoria melhor que qualquer um. Mais de oitenta anos assistindo pensamentos me
fizeram um exímio conhecedor das técnicas sexuais de vampiros e humanos. Mas
quanto à prática...
Bella
era tão delicada, tão pequena, tão macia... Eu parecia enorme perto dela. Mesmo
sem minha extraordinária força eu já poderia machucá-la, se não tivesse
cuidado. Imagina sendo um vampiro? Eu precisaria de todo o controle do mundo
pra transar com Bella. Seria sua primeira vez e eu teria de ser cuidadoso e
paciente. Nem podia imaginar o que poderia acontecer se eu me descontrolasse.
–
Exatamente. – falei, abandonando meus pensamentos. – Você imagina que eu
correria esse risco com você?
Definitivamente
eu não correria.
–
Por favor... – ela disse sussurrando. – É só o que eu quero. Por favor... –
disse Bella, fechando os olhos.
Bella
parecia derrotada, provavelmente se sentindo rejeitada. E eu era o culpado
disso tudo. A menos que eu tentasse...
Realmente
eu já estava perdendo o juízo.
O
desejo deixava meus pensamentos incoerentes. Estava começando a ceder a meus
instintos.
–
Por favor? – podia ouvir o coração de Bella se acelerando. – Não tem de me dar
garantia nenhuma. Se não der certo, bom, acabou. Só vamos tentar... Só tentar.
– seus argumentos pareciam tão razoáveis. – Eu vou lhe dar o que você quer. Vou
me casar com você. Vou deixar que pague Dartmouth e não vou reclamar se quiser
subornar para me colocar para dentro. Pode até me comprar um carro mais veloz,
se isso o faz feliz! Só... Por favor.
Eu
nunca fora capaz de negar nada a Bella. Não sei se seria desta vez. Eu não
tinha mais forças...
Tomei
Bella em meus braços, num gesto impensado. Meus lábios passeavam por sua
orelha, ciente dos efeitos que lhe causavam.
–
Isso é intolerável. Há tantas coisas que queria lhe dar... E isso é o que você
decide exigir. Tem alguma idéia de como é doloroso tentar lhe recusar um pedido
quando você me fala desse jeito? - sussurrei.
–
Então não recuse. – sua voz estava repleta de excitação.
Senti
que podia propor uma trégua entre minha razão e a emoção. Eu tinha um plano.
E
se fôssemos até o meio do caminho apenas, pensei? E se eu demorasse um pouco
mais a afastá-la de mim? Eu poderia ser um pouco mais audacioso... Isso daria
mais satisfação à Bella e eu ganharia tempo para convencê-la de que esse não
era o momento certo. Havia muita coisa em jogo... Sua segurança, sua virtude,
sua alma... E sua fidelidade ao acordo de nos casarmos.
Bella
não concordaria com minha idéia. Ela sabia muito bem onde queria chegar. Então
era melhor executar o plano antes de apresentá-lo. Agora cabia a mim ter forças
para parar na hora certa, e eu usaria toda a minha experiência de mais de um
século de existência para conseguir.
–
Bella... – sacudi a cabeça não acreditando no que estava por vir.
Meus
lábios agora beijavam o pescoço de Bella, inalando seu perfume. As batidas de
seu coração demonstravam o quanto aquilo era prazeroso para ela. Seu desejo
aumentava o meu.
Bella
colou sua boca na minha. Ela tinha pressa. Segurei seu rosto em minhas mãos e a
beijei com volúpia, invadindo sua boca com minha língua. Podia sentir o corpo
quente de Bella tremer de excitação enquanto seus braços agarravam meu pescoço.
Aquilo era enlouquecedor.
O
beijo foi longo. Bella afastou seus lábios dos meus, recuperando o fôlego e
então passei a beijar seu pescoço, de um lado a outro.
Bella
podia até ser inexperiente, mas a pretensa vitória daquela noite parecia ter
lhe dado autoconfiança. Suas mãos se tornaram ávidas, decididas e, quando
percebi, seus dedos acariciavam meu peito nu, quase me privando dos sentidos.
Estava
colado em Bella. Desta vez sem me preocupar nem me constranger se ela percebia
minha excitação, o que era provável, pois podia sentir cada parte do seu corpo
que encostava no meu. Podia sentir seus seios sob o tecido fino de sua roupa,
pequenos e firmes, roçando meu peito. Minhas mãos e meus lábios ansiavam por
eles. Aquilo me fez pensar que precisava determinar qual era o ponto limite para
nos afastarmos. Acariciá-los com certeza não ajudaria em nada minha decisão de
parar. Era melhor afastar aqueles pensamentos pra longe.
Bella
procurou meus lábios novamente e retomamos o beijo, dessa vez mais ousado
ainda. Podia sentir sua língua quente em minha boca. Era delicioso. Passei o
braço em torno de sua cintura e a puxei para mais perto de mim. Nossos corpos
agora estavam muito próximos, perigosamente cientes da presença um do outro...
Perigosamente encaixados. Os tecidos que cobriam nossa pele não eram
suficientes para esconder o calor que irradiava do corpo de Bella enquanto
pressionava, com movimentos ritmados, meu quadril contra o dela. A atração
entre nós era latente. O limite estava chegando.
Eu
tinha tudo sob controle... Até perceber que Bella pretendia abrir sua blusa
novamente. Ela desconhecia meus planos. Sabia que esse próximo passo fazia
parte do pacote. Ela ansiava por minhas carícias!
Para
o bem de minha sanidade eu tinha de detê-la, ou melhor, de deter-nos. Era hora
de parar.
Segurei
seus pulsos e levantei seus braços, fazendo Bella deitar-se na cama com um
movimento tão rápido que ela nem percebera.
–
Bella... – murmurei delicadamente – poderia, por favor, parar de tentar tirar a
roupa? – quase implorei.
–
Quer fazer essa parte? – ela estava confusa.
–
Esta noite, não. – respondi da forma mais delicada que consegui, beijando seu
rosto, agora de forma suave.
–
Edward, não. – Bella reclamou.
–
Não estou dizendo que não. – garanti a ela. – Só estou dizendo esta noite, não.
Sim,
eu cederia, não hoje, mas eu cederia...
Eu
ainda tinha o resto da noite para convencer Bella disso...
FIM
E então, o que acharam? Eu adorei! Entender um pouco do que se passou
com Edward nesse momento dá uma nova percepção da dificuldade que foi pra ele
ceder às investidas de Bella. E adorei
também a forma como a Valentina nos apresentou esse capítulo. Parece mesmo o
Edward do livro falando. Espero que vocês tenham gostado também. Vou esperar os
comentários para saber. Beijos e até a próxima.
Uau!! Amei adorei fiquei louca gente cada vez q eu leio esses livros meu amor cresce cada dia mais amo vampirescamente esses dois e tds os personagem da saga. Adorei meninas perfeito ver o lado do Edward. Beijusculo.
ReplyDeleteadoreeeeiii.....qdo vai ter a proxima?????essa saga é mesmo de tirar o folego....é praticamente ipnotizante......bjs
ReplyDeleteGostei ficou muito legal bjs.
ReplyDeleteValentina,
ReplyDeleteMe torno mais sua fa a cada nova historia! Essa foi MARAVILHOSA!
Bjs
Marcela