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Saturday, December 31, 2011

FANFIC - FINDING HAPPINESS - CAPÍTULO 22


Bom dia gente! O capítulo de hoje está muito carregado, Kris receberá uma visita muito desagradável...

Título: Finding Happiness
Autora(o): Belitta
Shipper: Robsten
Gênero: Romance/Drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Sexo; Violência

Finding Happiness
By Belitta

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"


CAPÍTULO 22

Eu liguei pra minha mãe, marcando de nos encontrarmos no píer de Santa Mônica, depois de uma longa conversa com Robert e comigo mesma sobre o que eu deveria ou não fazer.
E eu não podia magoar minha mãe.
Não depois de tudo o que eu já causei a ela.
– Você vai ficar bem não é? – ele perguntou pela milésima vez enquanto me deixava na porta da faculdade ainda dentro do táxi.
– Já disse que sim Rob. – sorri pra ele e ajeitei mais sua gravata que vez ou outra ele tinha mania de afrouxar, eu não o culpava eventualmente, aquilo devia incomodar pra caramba.
– Tudo bem, apenas me ligue pra qualquer coisa.
Ele me deu um beijo demorado nos lábios e depois um na testa. Sorri beijando-o de novo antes de sair do táxi.
Acenei ainda na calçada e o vi partir, podendo assim tirar aquele ar de confiança que eu realmente não sentia, mas que era necessário para não deixá-lo preocupado.
Eu não estava com medo de encarar minha mãe, afinal ela era isso... ela era apenas minha mãe.
Estava me sentindo apenas incerta quanto a tudo isso, eu não saberia o que dizer a ela e tinha medo de que nossa relação ficasse mais abalada do que já estava.
É claro que mais de seis anos longe de casa criava todo tipo de afastamento, mas saber que isso podia ser estampado ali na minha cara, era demais.
Eu odiaria decepcionar minha mãe mais do que ela já era decepcionada comigo.
Balancei a cabeça tentando tirar todos os pensamentos da minha mente.
Precisava me concentrar em minhas provas de hoje ou ficaria bem encrencada no final do meu penúltimo semestre.
Entrei na sala e senti falta de Tom me gritando de “Kristenzinha” no corredor.
Sorri me lembrando dele e de Dakota, fazia quase uma semana que não nos víamos, Dakota estava enfurnada em seu estágio ou nos livros por que iria se formar no meio do ano e Tom assim como Robert já estava formado.
Nós não fomos a festa de colação de grau deles, preferimos sair para um pub onde teria um show do Sam e como eles mesmo diziam, “o diploma tá na mão e é isso que importa.”
É claro que eu e Dakota nos matávamos de rir com os três quando estavam bebendo e falando besteira, a noite acabou sendo muito melhor que qualquer festa de formatura.
O professor não demorou a entrar na sala e logo aquela folha com todas aquelas questões foram colocadas em minha frente, eu quis sair dali e ir pra minha casa, mas sabia que precisava daquilo, afinal iríamos entrar em fevereiro e partir dali tínhamos que estudar mais ainda, por que o próximo semestre era mais para o lado do estágio.
Eu devo ter ido bem na prova, respondi todas as questões e fui uma das primeiras a sair da sala.
Peguei meu celular assim que cheguei ao pátio externo.
Liguei pra Robert, mas dava apenas caixa de mensagem, ele deveria estar em reunião, sorri já sabendo que ele ia chegar em casa estressado.
Deixei um recado no telefone.
“Baby, acabei de sair da faculdade, você deve estar em reunião então me ligue depois, estou indo encontrar minha mãe e... espero que você esteja bem. Eu te amo.”
Desliguei e fiz sinal pra um táxi que passava na rodovia, disse a ele o endereço e nós seguimos pra lá.
Passei um SMS pra ela, avisando que já estava chegando ao píer e ela me deu um toque avisando que já estava lá.
Respirei fundo quando desci do táxi e engoli em seco quando a avistei com um pote de frozen de iogurte na mão sorrindo pra mim.
Ela tinha os óculos escuros na cabeça e usava bermuda larga de pano com uma blusa branca combinando com sua sandália de verão clarinha.
– Oi. – ela disse.
Jules ainda parecia meio receosa em falar comigo, apesar de demonstrar estar apta a me ouvir mesmo que eu tenha ficado mais de seis anos sem dar notícias.
– Oi mãe. – eu me sentia bem em chamá-la assim, mesmo sabendo que eu não tinha esse direito.
– Toma, eu trouxe pra você. Tem pingos de castanha e chocolate. – ela sorriu me passando o frozen e eu sorri agradecida, ela ainda se lembrava de como eu gostava das coisas. – Vamos dar uma volta? Acho que nunca vim a Los Angeles. – comentou começando a caminhar comigo ao seu lado.
Eu tinha minha mochila nas costas, usava minha skinny azul marinho com uma blusa vermelha clara e colada no corpo, com meu All Star, não era nada in beach, mas eu não me importava e estava muito confortável.
Já era quase cinco horas e o sol ainda brilhava, mesmo que fracamente e ainda havia calor por ali.
– Você vai gostar daqui, é quente e sempre tem muita acontecendo.
– É, eu já estou adorando. Vim com Brian hoje na praia, o mar é uma delicia.
Assenti com a cabeça tomando meu frozen antes que tivesse vontade de vomitar ao ouvi-la falando dele.
– Como me achou aqui? Quer dizer, você não sabia onde eu morava com Robert. – afirmei simplesmente, enquanto nos sentávamos em algumas cadeiras brancas de uma barraca perto da praia, coloquei minha mochila em cima da mesa pondo meus pés em cima da minha cadeira, olhei-a levando mais frozen a minha boca.
– Haam... – ela estava hesitante, então eu descobri.
– Taylor? – eu tentei não me sentir irritada com aquilo.
Ela suspirou derrotada.
– Não se irrite com ele Kristen, ele só estava tentando me ajudar, ele me alertou de que não seria uma boa idéia vir até aqui.
Eu não respondi, virei meus olhos para o mar recebendo uma rajada fraca do vento que agora balançava meus cabelos.
– Você não quer conversar?
Olhei pra ela novamente.
– Conversar sobre o quê?
Perguntei torcendo para que ela não ultrapassasse um limite invisível entre nós.
– Não sei... sobre tudo. – ela deu de ombros também olhando para o mar. – Sobre sua vida aqui, sobre a faculdade... amigos e... sobre Robert.
Suspirei mastigando os pingos de castanhas do frozen.
– A vida aqui é incrível, tenho amigos na faculdade e eles também são as pessoas mais incríveis que já conheci.
Ela sorriu quando me viu sorrir também.
– E Robert?
– Ele é perfeito. – disse sincera.
Perfeição era a única palavra que poderia juntar todas as qualidades de Robert.
Ele realmente era perfeito.
– Está feliz não é?
– Muito, como nunca pensei em ser um dia.
– Isso é tão bom de ouvir Kristen. – olhei para seu rosto e seus olhos estavam marejados, desviei na mesma hora, eu não precisava chorar também.
– Sim, isso é muito bom.
Acabamos caindo em um silêncio confortável.
Terminei de tomar meu frozen e deixei o potinho de plástico em cima da mesa, abraçando meus joelhos em cima da minha cadeira branca.
– Ficou aqui no Natal?
Me assustei um pouco, nós estávamos em um silêncio tão relaxante que sua voz me sobressaltou.
– Não. Eu... viajei.
– Ah sim... Taylor foi pra Miami, deve ser por isso que ele não conseguia te ligar. – ela queria saber onde eu tinha ido e suspirei antes de responder.
– Estava em Londres com Robert.
– Quê?
– Eu, eu estava em Londres.
– Por quê?
– Fomos passar o Natal com a família dele.
Respondi e tarde demais percebi que aquilo a tinha magoado.
Merda.
Era por isso que eu me mantinha longe, eu sempre a machucava de uma forma ou de outra, até mesmo quando estava tentando ser legal e me redimir, dando a ela satisfações da minha vida que eu não precisava dar.
– Sinto muito... eu..
– Está tudo bem. – ela sorriu forçado e eu não insisti nas coisas virando novamente meu rosto pro mar que me lembrava Robert.
Era a mesma calmaria, tranqüilidade e paz que ele me passava, sem contar na cor dos seus olhos, os azuis esverdeados, da cor do oceano, que me deixavam inebriada.
– Como são seus amigos?
– Tenho três. A Dakota que é linda e fissurada por compras com uma animação e alegria sem limites. – eu sorri, encarando-a. – Tem o Tom que é como se fosse meu irmão mais velho. E o Sam, que é um músico talentoso e que é gentil e preza os amigos como só ele o faz.
– Conheceu-os na faculdade?
Eu deveria estar me incomodando com todo o interrogatório, mas na verdade estava alegre de poder conversar sobre aquilo com ela, eram seis anos de distância e nós duas estávamos tentando suprir isso, mesmo que a minha maneira fosse ainda um pouco errada.
– Não, eu os conheci quando comecei a sair com Robert. Todos eles são como irmãos e só depois eu “entrei pra família.”
Sorri me lembrando de todos.
– É bom saber que tem amigos assim aqui com você. Eles devem ser ótimos.
– Sim, eles são. É como uma família aqui em Los Angeles.
Ela assentiu sorrindo pra mim.
– Seu irmão queria vim pra cá também. – ela disse depois de um tempo em que ficamos caladas.
– Cam? – eu quis chorar ao falar do meu irmãozinho. – Ele está bem?
– Sim, ele está ótimo. Ele queria vim até aqui, conhecer você.
Senti meus olhos marejarem e foquei minha atenção nas ondas que batiam no píer.
Quando eu saí de casa, Cam era apenas um bebê e depois quando voltei do México, ele já tinha quase quatro anos, saí de casa de novo e nunca mais o vi, era claro que ele não me conhecia e eu sentia uma falta enorme dele, assim como sentia de Taylor.
– Ele viu uma foto sua esses dias na biblioteca lá de casa, ele disse que você devia estar mais linda ainda depois de crescida.
Me neguei a encará-la e senti algo quente e salgado escorrendo pela minha bochecha, junto com um nó espinhoso em minha garganta.
– Será que eu poderia levar uma foto sua pra ele?
Engoli em seco lutando para segurar as lágrimas dentro de mim.
– Eu não tenho fotos, não tiro nenhuma.
– Ah sim, bom... contarei a ele que ele estava certo então.
Me virei pra ela com o cenho franzido ignorando o fato de que ela pudesse estar vendo minhas lágrimas.
– Você realmente está muito mais linda depois de crescida princesinha.
Meus lábios tremeram e eu os mordi para que parassem com aquilo, meus olhos arderam pela força com que eu brigava com minhas lágrimas para impedi-las de molhar meu rosto. O que acabou sendo impossível.
Eu comecei a chorar, um choro silencioso onde a única coisa que eu sentia, era mágoa.
Magoa das pessoas que me arrancaram da minha família, mágoa das pessoas que me fizeram perder a minha infância, mágoa do meu passado sujo e nojento que ainda ameaçava me sufocar, mágoa de Brian por ainda estar vivo mesmo depois de tudo o que fez comigo.
Mas acima de tudo isso.
Eu tinha a mágoa por mim mesma.
Eu sabia que essa mágoa viraria ódio em apenas alguns segundos e depois repulsa, fazendo com que eu desejasse mais uma vez aquela bolha cômoda que a depressão me causava.
Fechei meus olhos com força travando meus braços em volta do meu joelho e agradecendo aos céus por Robert não poder me ver daquela forma tão fraca.
Senti braços pequenos e acolhedores me rodeando e devolvi o abraço materno que estava recebendo.
Chorei junto com minha mãe por muitos segundos, ela não dizia nada e nem eu, não era preciso, aquele era o nosso momento, depois de mais de seis anos, nós finalmente estávamos ali, juntas e dando um abraço que já havia muito que estava atrasado.
– Eu te amo filha, eu amo tanto você Kristen.
Eu solucei um pouco mais alto retirando meu rosto de seu ombro para buscar um pouco de ar.
– Eu sinto muito mamãe... por tudo... eu realmente sinto tan-to.
Ela voltou a fechar seus braços ao meu redor e continuamos com nosso pequeno momento por vários e vários minutos, eu sentia que não queria deixar que ela se fosse.
Eu estava com medo de mim mesma, porque sabia que eventualmente, eu iria afastá-la de mim em algum momento.
Quebramos nosso abraço e ela sorriu pra mim sem se afastar do meu lado, ela puxou a cadeira mais pra perto e continuamos a conversar.
Conversamos tanto sobre tantas coisas que quando eu percebi já era mais de 7 horas da noite.
Robert já devia ter chegado do trabalho e com certeza estava me esperando.
Foi só pensar nele que meu celular tocou, com o seu toque personalizado com o som de Lifehouse, You and Me.
– Hey.
– Oi baby, está tudo bem? – ele perguntou.
– Sim, tudo bem. Já está em casa?
– Vou chegar em alguns minutos, ainda está com sua mãe?
– Sim, estou na praia, mas também já estamos indo.
– Tudo bem. Eu te vejo em casa. Eu te amo.
– Eu também te amo.
Desliguei o telefone com um sorriso no rosto e olhei pra minha mãe que também sorria pra mim.
– Ele parece mesmo ser perfeito uh? – eu ri baixo.
– Sim, ele é. Ele é muito.
Ela sorriu.
Nos levantamos e nos despedimos no final do calçadão de Santa Mônica, ela pegaria um táxi até seu hotel e eu segui pra minha casa.

Em pouco tempo eu estava subindo os elevadores e entrando pelo apartamento, tirando os All Star e jogando minha mochila tudo em um canto só ao lado da porta. Deixei minhas chaves com o meu chaveiro em cima da mesinha de centro da sala e chamei por Robert no apartamento.
– Baby? – gritei pelo corredor e verifiquei em nosso quarto e banheiro, mas ele ainda não havia chegado do trabalho.
Tomei um banho morno e fui pra cozinha, eu estava inspirada pra cozinhar naquela noite, apesar de me sentir um pouco cansada mentalmente, eu estava a fim de fazer algo gostoso para o jantar.
Peguei algumas batatas na geladeira e limpei tudo enrolando em uma folha de alumínio e colocando para gratinar no forno.
Temperei alguns filés de frango ligando o fogão e os grelhando na chapa com cebolas do jeito que Robert adorava.
Fiz alguns legumes cozidos e um suco de laranja deixando tudo no pré-aquecimento, por que eu só iria comer quando Rob chegasse, até porque eu também não estava com muita fome.
A campainha tocou bem na hora que eu retirei as batatas do forno e me queimava levemente.
Corri para a porta e na pressa de voltar à cozinha acabei nem vendo no olho mágico.
Meu estômago embolou e eu senti a bile chegando com força ao ver Brian na minha porta.
– Olá gracinha.

“Há duas tragédias na vida, uma é perder o que o seu coração deseja, a outra é consegui-lo.”
(George Bernard Shaw)

– O que você esta fazendo aqui?
Foi a primeira coisa que saiu de meus lábios, minha voz era fria e rude, e eu não fazia esforço para mostrar o meu horror por ele estar ali.
– Ora Kristen. Vamos lá, só quero conversar com você.
– Sai da minha casa. Agora.
Eu disse com o maxilar travado.
– Apenas um minuto.
– Não tenho nada pra falar com você. – eu quase cuspi as palavras nele, embora a minha vontade fosse realmente essa e depois matá-lo se possível.
– Nós dois sabemos que temos gracinha.
Sem falar nada eu tentei fechar a porta, mais o idiota a travou com o pé, forçando a madeira pra dentro.
– Isso não foi educado Kristen. – falou fechando a porta atrás de si enquanto eu já começava a respirar fundo e dar passos defensivos para trás.
– Diga logo o que quer e saia daqui. – minha voz tremia e eu fazia esforço para que ela saísse confiante e grosseira.
– Não precisa ficar com medo, sabe que não vou te machucar.
– É claro que não vai, eu já cresci não é? Não posso mais diverti você seu estúpido nojento.
Ele riu. Eu sempre desconfiei que ele tivesse problemas mentais.
– Não vamos descer essa discussão de nível gracinha, eu só vim te dar um recado.
Fiquei calada lutando para não vomitar em cima do tapete da sala, por que se fosse em cima dele não teria problema.
– Sua mãe continua sem saber de algumas coisas e eu espero que isso continue assim Kristen.
Seus olhos agora eram frios, ele estava tentando me comprar.
– Minha mãe não saberá de nada, mas não faço isso por você, eu faço por ela, ela não merece saber o tipo escroto que ela tem dentro de casa. E eu também vou te dar um recado Brian. – minha voz agora era puro veneno misturado com o ódio e as lembranças que assaltavam minha mente. – Não se atreva a machucar minha mãe ou meu irmão. Eu juro que vou até o inferno pra acabar com essa sua reputação de policial bom moço.
Ele riu mais uma vez.
– Vai fazer o que Kristen? Me denunciar? – eu o encarei fria. – Vai dizer ao mundo o que aconteceu aqui? – ele gesticulou pra nós dois. – É claro que você não vai, seu namorado não sabe disso sabe? Ele sabe que nós nos divertíamos gracinha?
– NÃO COLOQUE ROBERT NESSA HISTÓRIA. ELE NÃO TEM NADA HAVER COM ISSO. NÃO. CHEGUE. PERTO. DELE.
Meus olhos e minha boca eram puro veneno, eu sentia o ácido em minhas veias se alastrando a cada segundo em que ele estava em minha presença, mas se ele achava que eu ainda era aquela menina que não tinha forças ele estava mais do enganado, ele não iria chegar perto de Robert, eu não deixaria ele nem olhar pra o Rob, eu o mataria antes que ele fizesse alguma das duas coisas.
– Woow, defendendo o namorado.
– Saí. Da. Minha. Casa. Agora. – eu não era gentil, na verdade eu queria torturá-lo até que ele pedisse por misericórdia por tudo o que tinha feito comigo e por estar ameaçando Robert.
– Não se enfureça gracinha. – sua expressão era divertida e eu só conseguia sentir raiva e nojo. – Eu já dei o meu recado e estou indo embora. Mas está avisada Kristen, uma palavra sua a sua mãe e seu namorado saberá com quantos homens já dormiu e o que cada um deles aproveitou de suas... haam...  qualidades. – os olhos frios percorreram meu corpo de cima à baixo, com aquele mesmo desejo vivo e doente brilhando em crueldade que eu vira a tantos anos atrás.
– Sai daqui. – falei num fio de voz me sentindo suja só com o seu olhar sobre mim. – FORA.
Ele riu e deu um passo em minha direção.
– Não chegue perto de mim. – disse já começando a ficar desesperada. – Sai daqui. Sai daqui. – eu repetia sem parar, ele não podia se aproximar, eu estava entrando em pânico com seu olhar de anseio, meus olhos já derramavam lágrimas de puro medo e nervosismo.
– Ele vai demorar a chegar não vai? – perguntou me engolindo com o olhar.
– Nã..o, ele já está chega..ndo... saia daqui... pelo amor de Deus... saia daqui... – meus soluços vieram fortes e eu não conseguia controlá-los.
– Pare de chorar, não é possível que você nunca vá perder essa maldita mania. – falou rude e ficando parado no lugar me dando tempo para que pudesse me recompor.
Não havia sentido que tinha dado mais e mais passos pra trás, mas agora eu estava encostada na parede nas minhas costas, limpando meu rosto furiosamente para não parecer fraca.
E tudo o que eu queria era me arrastar por ela até que estivesse parada no chão, por que eu estava suja demais para poder desejar os braços quentes de Robert agora.
– Não se atreva a dizer alguma coisa a sua mãe.
Eu apenas o encarei desejando mais do que tudo que ele fosse embora logo.
Funguei uma vez e senti meu coração dando saltos e mais saltos quando ouvi a porta se abrir e Robert entrar por ela.
Eu quis vomitar de novo, lutei contra o impulso de levar as mãos na boca quando ele me encarou e depois a Brian, seu cenho franzido e seu olhar cerrado, eu sabia que ele não estava entendendo e que com certeza estava vendo as marcas de lágrimas em meu rosto.
– Kristen... – ele me chamou. No segundo seguinte ele estava em minha frente com suas mãos em meu rosto. – O que houve?
– Nada. Nada. – respondi rápido.
– Kristen? – ele me chamou de novo, mas foi interrompido por Brian.
– Bom, eu já vou indo. Foi bom conversar com você querida.
A última coisa que vi foi um impulso de Robert de ir até ele, antes de Brian fechar a porta.
– Não. – eu o parei rapidamente. – Não faz isso.
– Kristen o que houve? Por que está chorando baby? – ele me encarava com a mesma expressão de antes, o cenho franzido e raivoso e ainda assim era a pessoa mais linda que eu já tinha visto na vida.
– Não foi nada Rob, não foi nada. – limpei mais uma lágrima que caia.
Eu gostei quando ele tirou suas mãos mornas do meu rosto, eu não era digna de receber seu toque, eu estava me sentindo tão suja e nojenta que não era capaz nem de olhá-lo nos olhos.
– Kristen... – sua voz veio em tom de aviso.
– Por favor, venha, o jantar está pronto... eu só vou no quarto e já volto.
Disse com pressa de sair dali e de mudar de assunto, eu sabia que ele não deixaria as coisas assim, mas eu precisava de um tempo.

Cheguei ao banheiro e estava chorando de novo, tranquei a porta e me ajoelhei na privada, mas que merda era aquela que toda hora eu enjoava agora?
Vomitei tudo o que eu podia e depois tomei um banho bem rápido e morno me esfregando tanto até que minha pele ficasse vermelha e marcada.
Coloquei uma calça de moletom e uma blusa branca normal, quando voltei pra cozinha, Robert estava na sala e tinha o paletó em cima do sofá com o telefone nas mãos.
– O que foi? – perguntei quando ele desligou.
– O que Brian estava fazendo aqui? – perguntou direto.
– Ele só veio... dar um recado da minha mãe... – minha respiração acelerou assim como meu coração, eu odiava tanto mentir pra ele.
– Ele demorou 40 minutos pra dar um recado? – ele estava sendo irônico ou era impressão minha?
– O quê?
– Acabo de falar com a portaria Kristen, ele entrou aqui tem mais de 40 minutos. – agora ele estava sério e eu estava chocada.
– Não acredito que você ligou pra portaria pra saber a quanto tempo ele estava aqui Robert?
– É a minha mulher, tenho direito de saber quando algo te machuca Kristen. Eu não gostei desse homem, pode ser paranóia minha, mas eu não o quero aqui.
Engoli em seco.
– Eu sei.
– Ótimo. – ele arrancou a gravata com força e agilidade jogando-a em cima do paletó no sofá. – Vai me contar agora o que houve? – Eu fiquei calada, sentindo meus olhos voltarem a arderem. – Tudo bem. – ele estava magoado. E ele não podia ter mais razão.
Ele passou por mim sem dizer nenhuma palavra e foi em direção ao quarto, eu senti uma pontada aguda no coração ao vê-lo se afastar de mim sem nem me dar um beijo ou algo assim.
Cheguei até a porta do quarto onde ele já estava sem camisa e entrando no banheiro.
– Rob? – chamei num fio de voz. – Venha jantar... – eu começava a ter sérios problemas com o choro e já tentava empurrá-lo novamente.
– Eu estou sem fome. – disse sem me encarar.
Assenti com a cabeça e saí do quarto.
Entrei na cozinha ignorando a água em meus olhos e na minha bochecha, caindo por minha boca me deixando com o gosto salgado das lágrimas. Guardei o jantar e desliguei o forno de pré-aquecimento.
Aquelas batatas estavam me enjoando também e era melhor eu não comer nada se não quisesse passar mal.
Voltei pro quarto e me sentei na cama ouvindo o barulho do chuveiro, eu queria tanto entrar lá e fazer amor com ele, perguntar como foi o seu dia e saber se estava tudo bem, mas eu não tinha coragem pra isso.
Na verdade eu não teria coragem de dormir ali com ele sabendo como eu estava repulsiva naquele momento, mas se eu fosse pra outro quarto as coisas só ficariam piores.
Me deitei esperando o momento que ele fosse sair do banho.
Quando ele saiu, foi novamente sem me encarar, ele pegou sua calça de moletom cinza e jogou a toalha de volta no banheiro.
Eu criei coragem para tentar falar com ele e não ficarmos daquele jeito.
– Rob?
– Humm? – ele resmungou quando pegou seu notebook que usava apenas pra trabalhar e se sentou no sofá perto da janela.
– Você não vem dormir? – perguntei desesperada pra senti-lo junto de mim.
– Não.
– Rob... – disse num fio de voz que já estava começando a se quebrar.
– Agora não Kristen. – ele suspirou pesadamente, passado a mão no cabelo em seu jeito nervoso e finalmente me encarou.
Eu teria preferido que ele não tivesse feito. A mágoa que eu via em seu olhar era o que bastava para terminar de me quebrar por dentro.
– Eu aceito que não me conte as coisas e que esconda tudo o que você quiser esconder. Mas não minta pra mim Kristen. Não faça isso.
Ainda nos encaramos pelo que me pareceu serem horas até que eu desviei meu olhar que já estava nublado pelas lágrimas que eu não iria agüentar segurar.
Me virei para deitar meu rosto no travesseiro, a peça macia acabou abafando meus soluços pelo resto da noite, mesmo quando ele finamente se deitou ao meu lado sem me puxar para seu peito.
Eu nunca tinha sentindo tanto frio como estava sentindo agora.

Continua...

Bom, não sei vocês, mas eu estou chorando aqui. Esse monstro, não satisfeito em tê-la feito sofrer no passado, ainda volta pra destruir também seu futuro. Ela devia contar logo tudo pro Rob pra que ele acertasse as contas com esse tipinho. E me dá dó em ver o Rob sofrendo também, por sentir que ela está mentindo pra ele. E no momento em que ela mais precisa dele ele não consegue ajudá-la... espero que as coisas melhorem logo. Beijos e até mais tarde.
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1 comment:

  1. noSSa esto com pena da kristen ... BEIJOS...


    lili...

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