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Sunday, March 18, 2012

FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 32


Olá galera! O capítulo de hoje é do Edward e vamos ver como foi sua percepção de tudo o que aconteceu no capítulo anterior.

Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: 
Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

O Contrato
By Jack Sampaio

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"


CAPÍTULO 32

Edward pov’s

Acariciava seu rosto enquanto a culpa me tomava. Eu devo contar a ela, pensei. Eu deveria contar sobre o contrato, mas...
Um barulho soou em outro cômodo. Levantei deixando Bella deitada em sua cama e segui para o meu quarto. Era o meu celular. Bufei ao identificar a ligação.
–O que você quer? Está cedo demais para incomodar os outros. – disse com azedume.
–Estou ligando para avisar que eu e Jasper já estamos de volta. Almoço hoje. Não falte! – Alice disse desligando em seguida.
–Que baixinha mais malcriada! – resmunguei desligando o celular e deixando-o em cima do criado mudo do meu quarto. Eu sabia que logo Bella acordaria e iria querer trabalhar. E eu sabia que dormir apenas por oito horas não era o suficiente para ela.
Antes de me arrumar fui ao quarto de Bella e desliguei o relógio despertador que ficava próximo de sua cama. Voltei ao meu quarto, tomei um demorado banho. No corpo algumas marcas já curadas das vezes em que Bella foi minha. Para mim aquelas cicatrizes imperceptíveis eram um troféu dos novos e bons tempos.
Quando fui ao meu closet selecionar roupas que usaria no almoço com Alice e Jasper, encontrei algo. No fundo do closet uma sacola de uma boutique feminina. Curioso, peguei a sacola e a levei para a minha cama. Fiquei surpreso ao encontrar aquela sacola, nela havia um vestido e sapatos que comprei para Bella certa vez. Na época eu a tratava mal, mas no dia que comprei eu queria ser diferente com Bella, queria que nos entendêssemos. Foi naquele dia que Bella passou a me destratar.
“Acho que não há problema em dar esse presente.” – pensei recolocando o vestido e os sapatos dentro da sacola. Daria a Bella quando ela acordasse, decidi. Vesti uma roupa bem casual (camisa pólo, calça e sapatênis) e fui para a sala de estar.
–Bom dia senhor Cullen. – Eli cumprimentou.
–Bom dia. – disse sentando-me à mesa. Ela fez menção de me servir, mas eu disse que estava tudo bem. Tomei um gole de café, escovei meus dentes e logo estava na companhia de Bella.
Ela ainda dormia tranquila. Não resisti em apenas contemplá-la e me juntei a ela deitando-me ao seu lado. Não sei quanto tempo se passou desde que eu acordei ou quanto tempo fiquei olhando Bella dormir. Acariciei seu rosto e então me inclinei em direção a Bella beijando-a. Senti meu corpo entrar em combustão, algo normal quando se tratava de Bella. Ouvi murmúrios vindos de Bella e ao me afastar eu a vi abrir os olhos vagarosamente. Bella me fitou por alguns instantes e então se afastou.
–Mas o que...? – Bella olhou em volta atarantada, como se não tivesse idéia de como chegou ao lugar onde estava. Olhou para mim avaliando-me dos pés a cabeça, parecendo surpresa com algo. Talvez fossem minhas roupas; dificilmente eu usava algo diferente de terno e gravata.
Eu me ergui da cama e extravasei, rindo abertamente de sua expressão desnorteada.
–Você fica uma graça com essa carinha atordoada, sabia? – disse a ela.
–Como eu cheguei aqui? A última coisa que me lembro é que eu estava no bar e... – Bella parecia perdida em pensamentos, certamente tentando se lembrar como veio parar ali.
–Não se lembra de que eu a trouxe de carro? Então viemos para cá, os elevadores estavam com problemas e ficamos esperando no hall de entrada. Eu a carreguei até o seu quarto e, bom, você tomou banho e trocou de roupa. E, com a sua permissão, eu dormi aqui. – expliquei. Enquanto eu a olhava, Bella absorta em minhas palavras, queria demais tocá-la. Meus dedos formigavam diante dessa ânsia, dessa nova fome, mas procurei me conter. Bella era inconstante demais para ousar fazer algo que poderia irritá-la.  
–Ah, tá. – disse como se não tivesse outra opção do que falar. Olhou em volta, parecia estar me evitando. – MERDA! PORCARIA! – disse subitamente me assustando um pouco. Levantou-se e quase caiu. Saiu tirando o pijama e indo ao banheiro.
–O que foi? – perguntei seguindo para o banheiro. Bella estava nua dentro do Box transparente, já ligava o chuveiro.
–Tô atrasada! Porcaria! Por que não me chamou? Se você não está a fim de trabalhar eu tô! – Bella disse entrando debaixo da água morna. Virou-se e estacou. Mas eu ignorei sua surpresa, meus olhos percorreram seu corpo lindo que tive o privilegio de provar. Bella era linda, um corpo que incitava meus desejos mais primitivos rapidamente. 
–Não precisa se preocupar. Já comuniquei sua falta para o RH. Você não precisa ir hoje. – murmurei incapaz de desviar os olhos dela, como se eu fosse uma mariposa atraída pela luz. Bella me olhava e então notei o quanto estava sendo invasivo olhando-a daquele jeito. – Desculpe, eu... – murmurei.
–Pouco me importa se você está aí plantado me olhando nua. Até parece que já não conhece cada centímetro do meu corpo! O que eu não me conformo é que você poderia ter me chamado e não o fez. – prosseguiu com o seu banho como se eu não estivesse ali. Fiquei surpreso com o seu ato. Ela estava realmente permitindo que tivéssemos intimidade.
Entrei cautelosamente no banheiro e sentei em um banco que havia lá. Procurei não olhar muito para Bella embora ela não ligasse para meu ato, ou procurasse ignorar.  
–Você estava exausta ontem. Eu achei que seria melhor deixá-la descansar por mais de oito horas para recuperar as energias. Ora vamos, não adianta se desesperar agora! Você vai estar atrasada demais a essa altura! – tentei argumentar. Eu queria passar o dia com ela, algo que não aconteceria se Bella fosse ficar enfurnada em seu cubículo. Pude notar quando Bella compreendeu meu discurso e o aceitou relutante.
 -Eu não vou ficar o dia inteiro aqui em casa. Eu não estou habituada a ficar aqui, ainda mais à toa. – resmungou.
–E quem disse que ficaremos aqui? Alice retornou da fazenda e nos convidou para almoçarmos em sua casa. Arrume-se e iremos para lá. – eu esperava que Bella aceitasse, mas duvidava. Bella tinha prazer em me contrariar.
–Alice e Jasper retornaram? – perguntou olhando diretamente para mim. Oh droga! Eu estava novamente olhando para ela, apreciando sua nudez e os movimentos graciosos que fazia em uma tarefa tão corriqueira como seu banho. Devo ter corado, isto era humilhante!
–Sim. Era para ser um jantar, mas como vieram cedo será um almoço. E então? Você já recusou muitos convites de Alice por motivos óbvios, mas agora não tem por que recusar. – falei rapidamente tentando ser novamente coerente.
–Eu sei que não tenho. Tudo bem Edward eu vou com você. Agora pode me dar licença? Eu quero me arrumar. – pediu. Como se eu fosse um robô, eu me levantei e segui para a saída.
Bom, eu fiz bem em sair. Lembrei do presente que havia comprado para Bella e por algum motivo eu queria que ela usasse hoje. Fui ao quarto e o peguei deixando em cima de sua cama. Eu não me surpreenderia se Bella acabasse usando qualquer coisa que não fosse à roupa que escolhi, mas queria ver se ela me surpreenderia abrindo uma nova concessão.

...

Eu a esperava ansiosamente na sala. Queria muito de Bella hoje. Queria sua companhia, queria que Bella me permitisse tocá-la, queria ser de fato seu marido. Será que Bella me permitiria esse tanto? Ainda que por um único dia? Ouvi a voz de Bella e de minhas empregadas, ela havia ido primeiramente para a cozinha.
E então ela apareceu em meu campo de visão, linda como uma deusa, vestida com o vestido azul tomara-que-caia e os saltos brancos que comprei e havia deixado em sua cama. E a felicidade que senti por aquela pequena aceitação foi enorme. Queria tanto correr e beijá-la, agradecê-la pelo singelo presente, mas resolvi me conter e extravasar no momento certo.
–Que bom que está com as roupas que comprei! Pensei que as recusaria. – disse levantando do sofá.
–Eu estava com preguiça de catar algo para vestir no closet. Afinal de contas quando você comprou isso? – apontou para o vestido.
Não iria contar. Não queria relembrar coisas dolorosas. O dia em que comprei o presente para Bella foi o dia em que ela mostrou todo o seu desprezo por mim. Nunca soube muito bem o porquê da mudança, mas acredito que seja por que ela descobriu que eu tinha um caso com Tânia.   
–Foi há muito tempo. Esse presente estava guardado no meu closet. Eu o achei essa manhã enquanto me vestia. Você gostou do vestido e do sapato? Achei bonito e essa cor fica maravilhosa em você. – peguei sua mão. Bella pareceu ficar perdida em pensamentos.
–Hmmm... Obrigada. – murmurou.
–Vamos então? Já está tarde e você deve estar com fome visto que pulou o café da manhã. – puxei sua mão até meus lábios e a beijei. Ela estava tão perfumada e macia! Se pudesse, tentaria convencê-la a ficar em casa, dispensaria as empregadas e eu a manteria ali só para mim. Eu me despedi de todas e fui para o estacionamento.
Durante muito tempo ficamos em silêncio. Mas com o tempo o silêncio se tornou incômodo. Bella estava anormalmente quieta e eu temia seu silêncio. E se ela estivesse pensando em me deixar? Eu sei, eu estava sendo paranóico. Ainda sim...
 -Você está muito calada. O que houve? Ainda está se sentindo indisposta? – eu perguntei enquanto seguíamos de carro para a casa de Alice. 
–Não é nada. Eu estou bem. Eu só não tenho o que falar. – disse simplesmente. Eu a conhecia bem demais para saber que ela estava mentindo para mim. Procurei enterrar a tensão que sentia e por reflexo segurei sua mão no banco para diminuir as dúvidas que grasnavam em mim sobre o futuro do meu relacionamento com Bella.

...

Chegamos. Alice e Jasper nos recepcionaram alegremente. Fomos direto para o almoço pomposo preparado por Alice. Agora Alice tentava conversar com Bella enquanto comíamos o prato principal. 
–Estou feliz que tenha aceitado meu convite. E então? Como está a comida? Espero que esteja do seu agrado. – disse Alice para Bella.
–A comida está maravilhosa maninha, mas por que não foi você que preparou. – disse provocativo a Alice que estava sentada a minha frente. – Não seja chato! – Alice resmungou dando-me a língua.
Bella conversava monossilabicamente com Alice e notei que me olhava furtivamente. Aquilo estava me enervando. O que estava acontecendo com Bella? O que se passava em sua cabeça quando ela parecia perdida em pensamentos? O que ela pensava de mim quando me olhava?
Tentei interagir para que minha aflição não fosse notada.
–Eu irei, desde que Bella vá comigo, claro. E então amor? O que você acha? Seria uma boa oportunidade para termos nossa lua de mel. – disse olhando, testando, sua reação. Bella demorou a responder.
–Desde que isso não me prejudique no trabalho... – murmurou.
Trabalho. Sempre o trabalho. Isso me irritava.
–Não se preocupe com o seu trabalho Bella. – disse com desagrado.
–É mesmo Bella. Você tem que se aproveitar do Edward, de sua posição. – Alice disse e desaprovei suas palavras.
–Bella não é assim, Alice. – e não era mesmo. Eu bem queria que ela fosse assim às vezes. Eu não a entendia nessa sua forma, tão difícil de agradar!
–Mas ela precisa viajar com você. Quando você assumir a presidência não terá muito tempo para regalias como essa.
Merda! Definitivamente não queria que Bella soubesse dessa forma!
–Então você já soube? – perguntei fulo da vida.
–Soube. O boato correu na empresa. Aro está pressionando você a assumir o posto de nosso pai. Você deve estar empolgado, não é? Era o que você queria. Você estará muito atarefado quando se tornar presidente. E Bella em seu posto não o verá muito, então é bom aproveitarmos para viajar.
Pronto, Alice contou tudo o que eu pretendia dizer quando a oportunidade surgisse, mas não agora. Não queria preocupar Bella. 
“terei que conversar com Bella.” - eu pensei desviando inteligentemente do assunto.

...

Bella jogava videogame com Jasper. Eu a olhava, adorando seu rosto sereno e os risos que surgiam aqui e ali quando ela conseguia golpear Jasper. Alice, que antes estava sentada ao lado de Jasper dando apoio moral ao marido (e ajudando Bella a ganhar dizendo o que deveria fazer), levantou-se e veio até mim. Eu estava do lado de fora da sala, na grande sacada que dava para o jardim, olhando Bella à distância. Alice postou-se ao meu lado, escorando-se no gradil. Olhava a cena diante de nós, Bella a Jasper se divertindo no sofá.
–Parece que Jasper a trocou rapidamente por outra companheira para jogar videogame. – provoquei. Alice bufou.
–Tá brincando! Eu deveria ser grata a Bella por ficar no meu lugar. Minhas mãos estão calejadas de tanto jogar, parecem mãos de trabalhador braçal. Agora que Bella está como companheira de jogo de Jasper eu poderei submeter minhas mãos a um tratamento e deixá-las como antes, como mãos de uma compradora compulsiva. – falou com satisfação. Revirei os olhos. Mulheres são sempre assim, pensei. Menos Bella.
Continuei a olhar para Bella. Estava bonita e eu achava engraçado o modo como ela jogava. Corpo curvado para frente quase como se quisesse levantar e socar pessoalmente o lutador escolhido por Jasper.
–A Bella parece... – Alice começou.
–... Feliz? – completei. Alice me olhou.
–Eu ia dizer bem. Gostei do look que escolheu para hoje.
Eu vi nos olhos de Alice que ela havia percebido. Ela percebia tudo, provavelmente sabia de tudo antes mesmo de eu contar.
–Você percebeu, não é? Bella ainda não age naturalmente, parece não estar à vontade.
–Ela vai mudar Edward. Só não está adaptada com essa nova fase da vida dela. Aliás, mocinho você não me disse o que houve.
–Alice, eu contei a você o que aconteceu na fazenda. – disse. Alice me olhou irada.
–Não falou com detalhes. Quero saber de tudo! Até as roupas que usavam, ou não usavam. – olhou-me maliciosa.
–Não sou uma menininha que participa de festas do pijama e conta a você tudo o que acontece na minha vida. – falei asperamente. Alice fingiu um olhar tristonho.
–Eu queria que você fosse gay. – declarou numa voz chorosa. Eu a olhei feio.
E naquele momento percebi que era disso que eu precisava. Eu precisava desabafar com alguém sobre os problemas que ainda enfrentava com Bella. Alice era a única que podia me ouvir e até aconselhar.
–Bella... – parei. Minha voz chamou a atenção de Alice.
–Bella...? – perguntou incentivando-me a falar. – Escute aqui se você falar algo como “eu me cansei dela”, eu juro por Deus que...!
–Não é nada disso Alice! – esbravejei. Respirei fundo. Recomecei. – Claro que não.
–Então qual é o problema? – agora eu podia sentir aquela voz maternal que Alice desenvolveu após alguns meses depois da morte de nossa mãe. Ela estava verdadeiramente preocupada.
–Bella... Não age naturalmente. Mesmo que ela tenha decidido ficar comigo, ela... Ela se mantém afastada de mim, embora negue. São pequenas coisas que poderiam passar imperceptíveis no dia-a-dia de um casal, mas que eu noto. Ela não dorme no meu quarto, sai quando estou dormindo; quando durmo em seu quarto ela se afasta de mim assim que surge a chance; não procura saber mais sobre mim e é quase monossilábica; e ela...
–Nossa, a lista é grande. – Alice comentou pasma. Eu a olhei amargurado.
–Você não faz idéia.
–Em outras palavras Bella está insegura, está envolta em uma proteção criada por ela e isso aborrece você?
–Nossa estou surpreso com sua capacidade de sintetizar o que levei um tempo para dizer. – falei com sarcasmo. E então voltei à seriedade. – Não sei o que fazer. – confessei. 
–Pois eu sei o que deve fazer para que tudo volte à normalidade com a Bella. – Alice dizia com uma expressão presunçosa.
–E o que seria? Se você disser algo como “se humilhar todos os dias” eu lhe digo que faço isso quase sempre.
–Não Edward. – disse Alice com uma expressão séria atípica dela. Emudeci. – Você tem que contar a ela Edward.
Eu sabia o que Alice queria dizer com aquelas palavras, mas arrisquei perguntar só para que ela voltasse a falar.
–Contar o que? – perguntei asperamente virando-me de costas para olhar o jardim a minha frente.
–Contar a Bella sobre o contrato. Você já deveria ter contado há muito tempo. Não sei por que adia.
–Alice, eu não posso. – murmurei.
–Claro que pode! Ora essa Edward! Pare de bancar o idiota e simplesmente conte logo sobre isso! Não pode fundamentar esse relacionamento com mentiras! – Alice esbravejava. Num surto eu falei alto demais.
–Não posso. Não posso me arriscar a perdê-la! – falei num tom desesperado. Alice calou-se quase que instantaneamente. Ela compreendia agora o quanto eu amava Bella e o quanto eu temia perder o pouco que tinha. Ela sabia.
–Eu entendo seu medo Edward, mas...
–Não Alice, você não entende. Você não sabe o que é amar alguém desesperadamente e viver agoniado achando que quando ela está pensativa é por que pensa em deixá-lo, quando está fria é por que descobriu algo ou quando ela some é por que escolheu outra pessoa. Eu vivo desse jeito, mas eu sei que é melhor do que nada. Eu não quero perder o pouco que conquistei.
Esse foi sem dúvida meu discurso mais apaixonado. Nunca fui de mostrar meus sentimentos, especialmente a Alice, então ambos estavam surpresos com minha explosão.
Suspirei cansado. Senti no meu ombro a mão de Alice.
–Você tem razão, eu não entendo por que eu não estou na sua pele. Edward faça o que quiser, mas eu continuo afirmando que você deveria contar a ela. Nenhum relacionamento consegue se sustentar com uma mentira.
–Eu vou contar Alice. Eu só preciso de um tempo. Nós ainda não estamos bem. No momento certo eu contarei. – disse e a olhei. Alice me olhou de cara fechada.
–Tenho a impressão de que não haverá o momento certo.
Eu a olhei fixamente.
–Provavelmente você está certa.

...

Na sacada do nosso apartamento eu estava recostado no parapeito sorvendo vinho tinto. Bella estava deitada em uma espreguiçadeira com um livro em mãos. Conversávamos quando era possível.
–Eu deveria ter dito a você sobre a presidência antes da Alice. – disse analisando como Bella reagiria.
–Não se preocupe. Eu já esperava por isso. – falava com indiferença, como se não ligasse se o nosso tempo diminuísse.
–Eu estava pensando em uma coisa para passarmos mais tempo juntos. Se você fosse minha secretária ficaríamos o tempo todo juntos, mesmo que eu tivesse que viajar. O que você acha? – sugeri querendo muito que Bella aceitasse. Tudo seria mais fácil para nós dois se ela fosse minha secretária.
–Eu sou contadora, e me formei nisso. Eu não saberia ser uma secretária. – falou num tom decidido. Eu já imaginava que diria algo assim.
–Posso contratar alguém que lhe prestará consultoria. Seria muito melhor para você. Um emprego não tão cheio de incumbências e que pagará melhor. – tentei persuadi-la. E pude ver que, apesar do silêncio momentâneo, Bella não iria ceder. Eu até entendia seu lado, mudar para uma função diferente poderia ser desconfortável. Ainda sim...
–Prometa pelo menos pensar, está bem? Eu quero demais poder ficar mais com você. – pedi e com satisfação eu a vi assentir; os olhos no livro. Senti um alívio.
– Antes de eu assumir a presidência nós viajaremos, ou com Alice e Jasper ou sozinhos. Quero nossa lua de mel. Você pode escolher o local; para mim não importa onde, mas com quem estarei. – anunciei satisfeito com a decisão tomada durante o almoço na casa de Alice. Queria consertar um pouco a burrada feita por mim no passado. Eu seria o marido perfeito, ou pelo menos tentaria.
Olhei a noite que fazia e pensei em uma ótima forma de terminar aquele dia incrível. Eu sentia saudades do corpo de Bella; eu a queria novamente. Quando fazíamos amor, Bella cedia um pouco mais e até era carinhosa, tocando-me sem reservas. 
Um barulho soou e automaticamente olhei para o lugar de onde vinha. O livro que Bella segurava caiu no chão. Olhei para ela e vi que estava imóvel, o rosto coberto com um braço e podia ouvir um barulho sendo produzido por ela.
–Bella? – chamei. Caminhei até ela e sentei no lugar onde estava deitada. Minha intuição dizia que Bella estava chorando, mas eu não tinha certeza. Eu peguei seu braço e tentei, gentilmente, retirá-lo do rosto dela.
–O que houve meu amor? Você está chorando? – retirei o seu braço e estaquei ao ver seus olhos marejados. – Bella! O que houve? – perguntei preocupado.
Bella fixou seus olhos em mim, refletiam uma dor sem precedentes. Ela abriu a boca querendo justificar seu choro, mas parecia simplesmente não conseguir falar. Talvez estivesse emocionada demais para falar. E eu queria saber por que estava tão triste, estava agoniado para ajudá-la e desfazer aquela tristeza que se abatia sobre ela. E o pior de tudo era aquela desconfiança de que eu era o culpado e...
–Eu amo você.
Aquela simples frase ecoou em minha cabeça deixando-me subitamente zonzo. Embora eu tivesse testemunhado o que havia acabado de acontecer, eu não conseguia acreditar. Eu imaginava qualquer coisa que motivasse as lágrimas de Bella, até mesmo a descoberta da verdade, menos... Isso.
Bella pareceu relaxar, como se há muito tempo carregasse aquele fardo, o peso daquelas palavras, e agora tivesse se libertado. As lágrimas cessaram apenas por alguns segundos e retornaram mais uma vez. Não entendi.
–Por que está chorando? – perguntei atrevendo-me a acariciar seu rosto. Eu queria entender o que estava acontecendo para livrar Bella daquela angústia. Era difícil quando uma felicidade, após suas palavras, explodia em mim. – Por um acaso está chorando de felicidade?
–Não, não é felicidade. É tristeza mesmo. – murmurou e suas palavras me pegaram desprevenido. Triste por me amar? Eu que hoje correspondo e sempre deixo claro o quanto eu a amo?
–Está triste por me amar? Pessoas que amam e são correspondidas geralmente não ficam felizes pelo sentimento que possuem? – perguntei (ou será que afirmei?) sentindo-me amargurado pela minha incapacidade de fazê-la feliz. Mesmo tentando, ao que tudo indicava, eu não estava conseguindo.
–Eu era mais feliz quando odiava você. Tudo era tão mais simples! Eu sentia que estava fazendo o que era certo e que estava evitando futuros males quando eu o destratava. Mas agora você me trata desse jeito e já não posso ser a mesma. Já não posso mais me esconder envolta do muro que criei e isso me assusta. Eu te amo e a verdade é que odeio isso. Odeio te amar.
E naquele momento eu entendi tudo. Estava tão claro e fui burro por não perceber. Era por isso que Bella era reservada e tentava se afastar, ela não gostava dos sentimentos que eu despertava nela. Mesmo me amando a ponto de me escolher, Bella ainda tentava lutar contra esse sentimento. Parece que a luta havia acabado; Bella perdera.
Bella continuou a chorar; um sofrimento que beirava a histeria. Eu tentei acalmá-la enquanto pude acariciando seu rosto.
Eu me sentia um lixo. Eu estava radiante por ela me amar, mas Bella sofria por esse amor. Ela merecia coisa melhor, vida melhor. Se eu a amasse eu deveria deixá-la seguir com a sua vida. Eu a amava, mas amava muito a mim mesmo para abandoná-la. E eu precisava dizer alguma coisa.
–Eu sei o quanto deve ter custado a você dizer tudo isso, por isso eu agradeço. Obrigado por dizer que me ama. Eu precisava disso. Muito. – confessei. Eu devia tanto a ela! Ela me salvou de uma vida miserável, superficial, e eu a desgracei. Despertei com sua voz.
–Não faça com que eu me arrependa disso, por favor. Se você me magoar novamente Edward, eu... Eu não irei perdoá-lo se fizer algo para me machucar. – disse com a voz firme. Eu assenti seriamente. Eu jamais a entristeceria. No entanto, havia a verdade. A verdade sempre estaria à espreita querendo acabar comigo, conosco.
Bella relaxou ainda mais, parecendo exausta pela súbita explosão de sentimentos. E eu queria lhe dar amor, prazer, e fazer com que ela confiasse em mim. Queria que Bella me amasse e se sentisse feliz por isso. Inclinei-me e a beijei na testa, nas pálpebras, nas têmporas, bochechas, nariz, em qualquer lugar, feliz por senti sua pele macia e perfumada em minha boca. Encostei minha testa na sua olhando para ela.
–Acabou finalmente. – disse como uma afirmação, mas na verdade eu queria perguntar a ela. Teria acabado tudo agora que Bella tinha dito que me amava? 
–É. Acabou. – sua voz musical disse. Não hesitei mais. Eu a tomei em meus braços guiando-a até o meu quarto.
Eu a deitei delicadamente; Bella exigia cuidados. Minhas mãos não perderam tempo tateando seu corpo; reconhecendo ali seu lugar; estimulando Bella a reagir a mim. Meus lábios beijavam seu pescoço, provando seu sabor único e maravilhoso. Minhas mãos tateavam a tudo tocando mais fortemente os pontos mais sensíveis.   
–Edward... – Bella sussurrou e sua voz acendeu ainda mais o fogo que havia em mim. Eu estava faminto por ela e precisava saciar um pouco dessa vontade. Bella estava tão suscetível! Eu adorava aquela faceta dela.
Trabalhei nas peças de roupas retirando-as, louco para ver aquele corpo incrível, o mesmo que vi naquela manhã no banheiro. Lembro da vontade que tive de tocá-la ali, e a força que tive de fazer para suprimir esse desejo tão primitivo. Meus lábios a beijavam, querendo marcá-la aqui e ali como minha. E Bella colaborou comigo facilitando sua entrega, seu vestido deslizou mais facilmente com a sua ajuda.
Após despi-la eu não tive tempo de apreciar sua beleza, as curvas de seu corpo, pois Bella lançou-se sobre mim tentando me despir. Fiquei quieto deixando Bella agir, adorando sua impaciência. Ela me queria. Isso era maravilhoso. Fui deitando na cama e Bella colocou-se sobre mim retirando mais rapidamente meu pijama.
A cena era excitante. Bella arfante, minhas roupas em suas mãos, as pernas abertas, em cada lado do meu corpo. E então ela recuou deitando-se ao meu lado e enterrando seu rosto no travesseiro. Seu corpo nu a mostra, as nádegas firmes e brancas. Por isso postei-me sobre ela e reprimi um gemido ao sentir sua pele nua em contato com a minha.
–O que foi amor? Por que parou? Eu estava adorando vê-la arrancar minhas roupas.
–Não sei o que deu em mim. Eu só reagi a você, mas passei dos limites. – falou contra o travesseiro, tímida. Tão delicada! Tão linda! Acariciei sua coluna vendo o corpo de Bella se arrepiar, sentindo o calor aumentar. 
–Reagiu a mim? Então me diga: o que eu posso fazer para você reagir desse jeito novamente? – beijei sua nuca sentindo nos dedos de uma mão os seus cabelos.
–Não sei se voltarei a perder o controle novamente... Não sou assim. – sussurrou enquanto o corpo inteiro tencionava para o prazer que eu iria proporcionar. 
–Eu deveria ficar parado deixando somente você agir. No entanto se eu fizer isso... – eu me posicionei bem em cima de seu corpo. Meu sexo em contato com a sua pele. – Nós não faremos nada e eu confesso que estou faminto por você. – mordisquei sua orelha.
Bella se virou (a respiração tão pesada quanto a minha) e me beijou de um jeito tão intenso que quase desfaleci. Suas mãos exerciam uma força maravilhosa puxando-me para ela, querendo que nos uníssemos mais rapidamente. Eu a penetrei com ânsia e encontrei tudo o que sempre quis de novo. Umidade, aceitação, amor. Amor... Sim, amor. Bella me amava. Eu a beijei e a penetrei com rapidez e força, querendo marcá-la como minha e em júbilo por Bella me aceitar.
Minha Bella, minha adorara Bella.
Fui um pouco sádico. Eu não queria dar a Bella o prazer que ela buscava, não agora. Parei quando senti que iria chegar ao ápice do prazer.
–Não Edward! – Bella protestou. Eu a calei com um beijo.
–Relaxe. Deixe-me agir. Você não vai se arrepender. Tenho tanto a lhe ensinar Bella. – sussurrei em seu ouvido.
–Tá. – sua voz fraca disse. Mordi levemente seus lábios e a devorei com a boca.
Eu a manipulei ao meu bel prazer? Não, eu não faria isso. Esse era o Edward de antigamente. O Edward preocupado em dar prazer ao seu próprio corpo e nada mais. Com Bella era diferente. Eu manipulava seu corpo para dar prazer a ela. Com satisfação fui seu professor ensinando a ela como obter prazer. E adorava, ah como adorava, quando Bella agia sem que eu pedisse. Uma amante sensacional, ajustando seu corpo ao meu no momento certo, exercendo a pressão que eu queria e me dando prazer embora eu não buscasse isso.
–Minha Bella... – murmurei contra o seu cabelo sentindo uma pequena dor no ombro, Bella me mordia. Ficaria uma marca, mas eu não ligava.
–Desculpe. – ela pediu em meu ouvido. – Eu feri você. Eu não consegui me conter. Eu... – Bella murmurava desculpas. Eu me afastei minimamente e lambi seu pescoço da clavícula ao queixo.
–Eu sou seu. Faça de mim o que você quiser. – pedi beijando-a. – E eu te amo.
Agora sim eu tinha uma vida perfeita.

...

A principio pensei que havia sonhado. Não era. Bella estava deitada bem próxima a mim, ressonava tranquila. Ela era perfeita. Eu nunca havia notado o quanto era bela dormindo, talvez por que ela sempre dava um jeito de sair antes que eu acordasse, ou de dormir de costas para mim.
Senti no peito o passeio preguiçoso de seus dedos. Eu a encarei. Ela não me olhava assustada, me olhava reconhecendo quem eu era e o que eu seria de agora em diante: seu marido, seu amor.
–Pensei que não a encontraria quando acordasse. Você parecia sempre querer fugir de mim após fazermos amor. 
Para minha surpresa e grande satisfação, Bella aproximou-se da curvatura do meu pescoço e beijou aquele local. Gemi baixinho.
–É tão bom tê-la assim receptiva a mim. Espero que isso não seja algo momentâneo. – disse sentindo Bella beijar mais e mais a mim. Como estava carinhosa! E como eu adorava isso!  
–Eu também espero que continue assim. – falou enquanto sua mão era colocada em meu rosto.
–O que você quer que continue assim? – peguei sua mão e, fechando os olhos, eu beijei sua delicada mão. A mão que uma vez me espancou; a mesma mão que me acariciou tantas vezes na noite anterior.
–Você. – falou simplesmente.
Ela não precisaria se preocupar e sabia disso. Eu seria a cada dia melhor para ela.
O assunto do contrato esquecido.

Continua...

Esse contrato vai ficar pairando sobre o relacionamento deles como uma espada prestes a descer e matar tudo de bom que eles construírem. Seria muito mais louvável ele contar tudo pra ela de uma vez e esperar que ela entenda e o perdoe do que ficar com esse peso sobre eles como uma bomba prestes a explodir. Se ela souber por outra pessoa será muito mais difícil de perdoá-lo. Encontro vocês amanhã. Beijos.
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6 comments:

  1. Ola twitmoms! Adorei ver o lado dele do cap de ontem, nao quero nem saber se alguem falar pra ela do contrato isso vai acaba com tudo. Ate amanha beijusculo

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    1. Pois é Nessie, mas esse é um risco que ele corre todo dia, afinal a Tânia ainda está por aí, e não acho que ela vá deixar barato a traição dele.
      Vamos torcer pra não acontecer nada, mas...
      Beijos.

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  2. Vai ferra tudo,ansiosa para o cap.de amanhã bjs.

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    1. Olá,
      Estamos torcendo para ele não deixe as coisas chegarem a esse ponto, mas só vendo pra saber.
      Beijos.

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  3. É totalmente compriencivel o medo da verdade que Edwuard sente. Mas aumentara tem perna curta e quando ela aparece vem iguala um tsunami. Mas será bem pior se for da forma que acho que vai acontecer, com a Tânia contando.
    Eu adoro o casal bela e Edwuard, mas sou apaixonada por Jacob, quero muito que ele volte, e muito bem.
    Beijocas!! Até amanha

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    1. Então Amanda,
      Eu já comentei desse perigo da Tânia querer se vingar contando tudo pra Bella, e será muito pior se a Bella souber por ela, mas vamos esperar pra ver o que acontece.
      Também torço pro Jacob ficar bem, mas sem a Bella, é claro.
      Beijos

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Forever

É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

TwiMom Indica

TWIMOMS BRASIL INDICA: "PROCURA-SE UM MARIDO" DE CARINA RISSI

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