Olá galera! O capítulo de hoje é do Edward
e vamos ver como foi sua percepção de tudo o que aconteceu no capítulo anterior.
Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
O Contrato
By Jack Sampaio
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como
impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
CAPÍTULO 32
Edward pov’s
Acariciava seu rosto enquanto a
culpa me tomava. Eu devo contar a ela, pensei. Eu deveria contar sobre o
contrato, mas...
Um barulho soou em outro cômodo.
Levantei deixando Bella deitada em sua cama e segui para o meu quarto. Era o
meu celular. Bufei ao identificar a ligação.
–O que você quer? Está cedo
demais para incomodar os outros. – disse com azedume.
–Estou ligando para avisar que eu
e Jasper já estamos de volta. Almoço hoje. Não falte! – Alice disse desligando
em seguida.
–Que baixinha mais malcriada! – resmunguei
desligando o celular e deixando-o em cima do criado mudo do meu quarto. Eu
sabia que logo Bella acordaria e iria querer trabalhar. E eu sabia que dormir
apenas por oito horas não era o suficiente para ela.
Antes de me arrumar fui ao quarto
de Bella e desliguei o relógio despertador que ficava próximo de sua cama.
Voltei ao meu quarto, tomei um demorado banho. No corpo algumas marcas já
curadas das vezes em que Bella foi minha. Para mim aquelas cicatrizes
imperceptíveis eram um troféu dos novos e bons tempos.
Quando fui ao meu closet
selecionar roupas que usaria no almoço com Alice e Jasper, encontrei algo. No
fundo do closet uma sacola de uma boutique feminina. Curioso, peguei a sacola e
a levei para a minha cama. Fiquei surpreso ao encontrar aquela sacola, nela
havia um vestido e sapatos que comprei para Bella certa vez. Na época eu a
tratava mal, mas no dia que comprei eu queria ser diferente com Bella, queria
que nos entendêssemos. Foi naquele dia que Bella passou a me destratar.
“Acho que não há problema em dar
esse presente.” – pensei recolocando o vestido e os sapatos dentro da sacola.
Daria a Bella quando ela acordasse, decidi. Vesti uma roupa bem casual (camisa
pólo, calça e sapatênis) e fui para a sala de estar.
–Bom dia senhor Cullen. – Eli
cumprimentou.
–Bom dia. – disse sentando-me à mesa.
Ela fez menção de me servir, mas eu disse que estava tudo bem. Tomei um gole de
café, escovei meus dentes e logo estava na companhia de Bella.
Ela ainda dormia tranquila. Não
resisti em apenas contemplá-la e me juntei a ela deitando-me ao seu lado. Não
sei quanto tempo se passou desde que eu acordei ou quanto tempo fiquei olhando
Bella dormir. Acariciei seu rosto e então me inclinei em direção a Bella
beijando-a. Senti meu corpo entrar em combustão, algo normal quando se tratava
de Bella. Ouvi murmúrios vindos de Bella e ao me afastar eu a vi abrir os olhos
vagarosamente. Bella me fitou por alguns instantes e então se afastou.
–Mas o que...? – Bella olhou em
volta atarantada, como se não tivesse idéia de como chegou ao lugar onde
estava. Olhou para mim avaliando-me dos pés a cabeça, parecendo surpresa com
algo. Talvez fossem minhas roupas; dificilmente eu usava algo diferente de
terno e gravata.
Eu me ergui da cama e extravasei,
rindo abertamente de sua expressão desnorteada.
–Você fica uma graça com essa
carinha atordoada, sabia? – disse a ela.
–Como eu cheguei aqui? A última
coisa que me lembro é que eu estava no bar e... – Bella parecia perdida em
pensamentos, certamente tentando se lembrar como veio parar ali.
–Não se lembra de que eu a trouxe
de carro? Então viemos para cá, os elevadores estavam com problemas e ficamos
esperando no hall de entrada. Eu a carreguei até o seu quarto e, bom, você
tomou banho e trocou de roupa. E, com a sua permissão, eu dormi aqui. – expliquei.
Enquanto eu a olhava, Bella absorta em minhas palavras, queria demais tocá-la.
Meus dedos formigavam diante dessa ânsia, dessa nova fome, mas procurei me
conter. Bella era inconstante demais para ousar fazer algo que poderia
irritá-la.
–Ah, tá. – disse como se não
tivesse outra opção do que falar. Olhou em volta, parecia estar me evitando. – MERDA!
PORCARIA! – disse subitamente me assustando um pouco. Levantou-se e quase caiu.
Saiu tirando o pijama e indo ao banheiro.
–O que foi? – perguntei seguindo
para o banheiro. Bella estava nua dentro do Box transparente, já ligava o
chuveiro.
–Tô atrasada! Porcaria! Por que
não me chamou? Se você não está a fim de trabalhar eu tô! – Bella disse
entrando debaixo da água morna. Virou-se e estacou. Mas eu ignorei sua
surpresa, meus olhos percorreram seu corpo lindo que tive o privilegio de
provar. Bella era linda, um corpo que incitava meus desejos mais primitivos
rapidamente.
–Não precisa se preocupar. Já
comuniquei sua falta para o RH. Você não precisa ir hoje. – murmurei incapaz de
desviar os olhos dela, como se eu fosse uma mariposa atraída pela luz. Bella me
olhava e então notei o quanto estava sendo invasivo olhando-a daquele jeito. – Desculpe,
eu... – murmurei.
–Pouco me importa se você está aí
plantado me olhando nua. Até parece que já não conhece cada centímetro do meu
corpo! O que eu não me conformo é que você poderia ter me chamado e não o fez.
– prosseguiu com o seu banho como se eu não estivesse ali. Fiquei surpreso com
o seu ato. Ela estava realmente permitindo que tivéssemos intimidade.
Entrei cautelosamente no banheiro
e sentei em um banco que havia lá. Procurei não olhar muito para Bella embora
ela não ligasse para meu ato, ou procurasse ignorar.
–Você estava exausta ontem. Eu achei
que seria melhor deixá-la descansar por mais de oito horas para recuperar as
energias. Ora vamos, não adianta se desesperar agora! Você vai estar atrasada
demais a essa altura! – tentei argumentar. Eu queria passar o dia com ela, algo
que não aconteceria se Bella fosse ficar enfurnada em seu cubículo. Pude notar
quando Bella compreendeu meu discurso e o aceitou relutante.
-Eu não vou ficar o dia
inteiro aqui em casa. Eu não estou habituada a ficar aqui, ainda mais à toa. –
resmungou.
–E quem disse que ficaremos aqui?
Alice retornou da fazenda e nos convidou para almoçarmos em sua casa. Arrume-se
e iremos para lá. – eu esperava que Bella aceitasse, mas duvidava. Bella tinha
prazer em me contrariar.
–Alice e Jasper retornaram? – perguntou
olhando diretamente para mim. Oh droga! Eu estava novamente olhando para ela,
apreciando sua nudez e os movimentos graciosos que fazia em uma tarefa tão
corriqueira como seu banho. Devo ter corado, isto era humilhante!
–Sim. Era para ser um jantar, mas
como vieram cedo será um almoço. E então? Você já recusou muitos convites de
Alice por motivos óbvios, mas agora não tem por que recusar. – falei
rapidamente tentando ser novamente coerente.
–Eu sei que não tenho. Tudo bem
Edward eu vou com você. Agora pode me dar licença? Eu quero me arrumar. – pediu.
Como se eu fosse um robô, eu me levantei e segui para a saída.
Bom, eu fiz bem em sair. Lembrei
do presente que havia comprado para Bella e por algum motivo eu queria que ela
usasse hoje. Fui ao quarto e o peguei deixando em cima de sua cama. Eu não me
surpreenderia se Bella acabasse usando qualquer coisa que não fosse à roupa que
escolhi, mas queria ver se ela me surpreenderia abrindo uma nova concessão.
...
Eu a esperava ansiosamente na
sala. Queria muito de Bella hoje. Queria sua companhia, queria que Bella me
permitisse tocá-la, queria ser de fato seu marido. Será que Bella me permitiria
esse tanto? Ainda que por um único dia? Ouvi a voz de Bella e de minhas
empregadas, ela havia ido primeiramente para a cozinha.
E então ela apareceu em meu campo
de visão, linda como uma deusa, vestida com o vestido azul tomara-que-caia e os
saltos brancos que comprei e havia deixado em sua cama. E a felicidade que
senti por aquela pequena aceitação foi enorme. Queria tanto correr e beijá-la,
agradecê-la pelo singelo presente, mas resolvi me conter e extravasar no
momento certo.
–Que bom que está com as roupas
que comprei! Pensei que as recusaria. – disse levantando do sofá.
–Eu estava com preguiça de catar
algo para vestir no closet. Afinal de contas quando você comprou isso? – apontou
para o vestido.
Não iria contar. Não queria
relembrar coisas dolorosas. O dia em que comprei o presente para Bella foi o
dia em que ela mostrou todo o seu desprezo por mim. Nunca soube muito bem o
porquê da mudança, mas acredito que seja por que ela descobriu que eu tinha um
caso com Tânia.
–Foi há muito tempo. Esse
presente estava guardado no meu closet. Eu o achei essa manhã enquanto me
vestia. Você gostou do vestido e do sapato? Achei bonito e essa cor fica maravilhosa
em você. – peguei sua mão. Bella pareceu ficar perdida em pensamentos.
–Hmmm... Obrigada. – murmurou.
–Vamos então? Já está tarde e
você deve estar com fome visto que pulou o café da manhã. – puxei sua mão até
meus lábios e a beijei. Ela estava tão perfumada e macia! Se pudesse, tentaria
convencê-la a ficar em casa, dispensaria as empregadas e eu a manteria ali só
para mim. Eu me despedi de todas e fui para o estacionamento.
Durante muito tempo ficamos em
silêncio. Mas com o tempo o silêncio se tornou incômodo. Bella estava anormalmente
quieta e eu temia seu silêncio. E se ela estivesse pensando em me deixar? Eu
sei, eu estava sendo paranóico. Ainda sim...
-Você está muito calada. O
que houve? Ainda está se sentindo indisposta? – eu perguntei enquanto seguíamos
de carro para a casa de Alice.
–Não é nada. Eu estou bem. Eu só
não tenho o que falar. – disse simplesmente. Eu a conhecia bem demais para
saber que ela estava mentindo para mim. Procurei enterrar a tensão que sentia e
por reflexo segurei sua mão no banco para diminuir as dúvidas que grasnavam em
mim sobre o futuro do meu relacionamento com Bella.
...
Chegamos. Alice e Jasper nos
recepcionaram alegremente. Fomos direto para o almoço pomposo preparado por
Alice. Agora Alice tentava conversar com Bella enquanto comíamos o prato
principal.
–Estou feliz que tenha aceitado
meu convite. E então? Como está a comida? Espero que esteja do seu agrado. – disse
Alice para Bella.
–A comida está maravilhosa
maninha, mas por que não foi você que preparou. – disse provocativo a Alice que
estava sentada a minha frente. – Não seja chato! – Alice resmungou dando-me a
língua.
Bella conversava
monossilabicamente com Alice e notei que me olhava furtivamente. Aquilo estava
me enervando. O que estava acontecendo com Bella? O que se passava em sua
cabeça quando ela parecia perdida em pensamentos? O que ela pensava de mim
quando me olhava?
Tentei interagir para que minha
aflição não fosse notada.
–Eu irei, desde que Bella vá
comigo, claro. E então amor? O que você acha? Seria uma boa oportunidade para
termos nossa lua de mel. – disse olhando, testando, sua reação. Bella demorou a
responder.
–Desde que isso não me prejudique
no trabalho... – murmurou.
Trabalho. Sempre o trabalho. Isso
me irritava.
–Não se preocupe com o seu
trabalho Bella. – disse com desagrado.
–É mesmo Bella. Você tem que se
aproveitar do Edward, de sua posição. – Alice disse e desaprovei suas palavras.
–Bella não é assim, Alice. – e
não era mesmo. Eu bem queria que ela fosse assim às vezes. Eu não a entendia
nessa sua forma, tão difícil de agradar!
–Mas ela precisa viajar com você.
Quando você assumir a presidência não terá muito tempo para regalias como essa.
Merda! Definitivamente não queria
que Bella soubesse dessa forma!
–Então você já soube? – perguntei
fulo da vida.
–Soube. O boato correu na
empresa. Aro está pressionando você a assumir o posto de nosso pai. Você deve
estar empolgado, não é? Era o que você queria. Você estará muito atarefado
quando se tornar presidente. E Bella em seu posto não o verá muito, então é bom
aproveitarmos para viajar.
Pronto, Alice contou tudo o que
eu pretendia dizer quando a oportunidade surgisse, mas não agora. Não queria
preocupar Bella.
“terei que conversar com Bella.”
- eu pensei desviando inteligentemente do assunto.
...
Bella jogava videogame com
Jasper. Eu a olhava, adorando seu rosto sereno e os risos que surgiam aqui e
ali quando ela conseguia golpear Jasper. Alice, que antes estava sentada ao
lado de Jasper dando apoio moral ao marido (e ajudando Bella a ganhar dizendo o
que deveria fazer), levantou-se e veio até mim. Eu estava do lado de fora da
sala, na grande sacada que dava para o jardim, olhando Bella à distância. Alice
postou-se ao meu lado, escorando-se no gradil. Olhava a cena diante de nós,
Bella a Jasper se divertindo no sofá.
–Parece que Jasper a trocou
rapidamente por outra companheira para jogar videogame. – provoquei. Alice
bufou.
–Tá brincando! Eu deveria ser
grata a Bella por ficar no meu lugar. Minhas mãos estão calejadas de tanto
jogar, parecem mãos de trabalhador braçal. Agora que Bella está como
companheira de jogo de Jasper eu poderei submeter minhas mãos a um tratamento e
deixá-las como antes, como mãos de uma compradora compulsiva. – falou com
satisfação. Revirei os olhos. Mulheres são sempre assim, pensei. Menos Bella.
Continuei a olhar para Bella.
Estava bonita e eu achava engraçado o modo como ela jogava. Corpo curvado para
frente quase como se quisesse levantar e socar pessoalmente o lutador escolhido
por Jasper.
–A Bella parece... – Alice
começou.
–... Feliz? – completei. Alice me
olhou.
–Eu ia dizer bem. Gostei do look
que escolheu para hoje.
Eu vi nos olhos de Alice que ela
havia percebido. Ela percebia tudo, provavelmente sabia de tudo antes mesmo de
eu contar.
–Você percebeu, não é? Bella
ainda não age naturalmente, parece não estar à vontade.
–Ela vai mudar Edward. Só não
está adaptada com essa nova fase da vida dela. Aliás, mocinho você não me disse
o que houve.
–Alice, eu contei a você o que
aconteceu na fazenda. – disse. Alice me olhou irada.
–Não falou com detalhes. Quero
saber de tudo! Até as roupas que usavam, ou não usavam. – olhou-me maliciosa.
–Não sou uma menininha que
participa de festas do pijama e conta a você tudo o que acontece na minha vida.
– falei asperamente. Alice fingiu um olhar tristonho.
–Eu queria que você fosse gay. –
declarou numa voz chorosa. Eu a olhei feio.
E naquele momento percebi que era
disso que eu precisava. Eu precisava desabafar com alguém sobre os problemas
que ainda enfrentava com Bella. Alice era a única que podia me ouvir e até
aconselhar.
–Bella... – parei. Minha voz
chamou a atenção de Alice.
–Bella...? – perguntou
incentivando-me a falar. – Escute aqui se você falar algo como “eu me cansei
dela”, eu juro por Deus que...!
–Não é nada disso Alice! – esbravejei.
Respirei fundo. Recomecei. – Claro que não.
–Então qual é o problema? – agora
eu podia sentir aquela voz maternal que Alice desenvolveu após alguns meses
depois da morte de nossa mãe. Ela estava verdadeiramente preocupada.
–Bella... Não age naturalmente.
Mesmo que ela tenha decidido ficar comigo, ela... Ela se mantém afastada de
mim, embora negue. São pequenas coisas que poderiam passar imperceptíveis no
dia-a-dia de um casal, mas que eu noto. Ela não dorme no meu quarto, sai quando
estou dormindo; quando durmo em seu quarto ela se afasta de mim assim que surge
a chance; não procura saber mais sobre mim e é quase monossilábica; e ela...
–Nossa, a lista é grande. – Alice
comentou pasma. Eu a olhei amargurado.
–Você não faz idéia.
–Em outras palavras Bella está
insegura, está envolta em uma proteção criada por ela e isso aborrece você?
–Nossa estou surpreso com sua
capacidade de sintetizar o que levei um tempo para dizer. – falei com sarcasmo.
E então voltei à seriedade. – Não sei o que fazer. – confessei.
–Pois eu sei o que deve fazer
para que tudo volte à normalidade com a Bella. – Alice dizia com uma expressão
presunçosa.
–E o que seria? Se você disser
algo como “se humilhar todos os dias” eu lhe digo que faço isso quase sempre.
–Não Edward. – disse Alice com
uma expressão séria atípica dela. Emudeci. – Você tem que contar a ela Edward.
Eu sabia o que Alice queria dizer
com aquelas palavras, mas arrisquei perguntar só para que ela voltasse a falar.
–Contar o que? – perguntei
asperamente virando-me de costas para olhar o jardim a minha frente.
–Contar a Bella sobre o contrato.
Você já deveria ter contado há muito tempo. Não sei por que adia.
–Alice, eu não posso. – murmurei.
–Claro que pode! Ora essa Edward!
Pare de bancar o idiota e simplesmente conte logo sobre isso! Não pode fundamentar
esse relacionamento com mentiras! – Alice esbravejava. Num surto eu falei alto
demais.
–Não posso. Não posso me arriscar
a perdê-la! – falei num tom desesperado. Alice calou-se quase que
instantaneamente. Ela compreendia agora o quanto eu amava Bella e o quanto eu
temia perder o pouco que tinha. Ela sabia.
–Eu entendo seu medo Edward,
mas...
–Não Alice, você não entende.
Você não sabe o que é amar alguém desesperadamente e viver agoniado achando que
quando ela está pensativa é por que pensa em deixá-lo, quando está fria é por
que descobriu algo ou quando ela some é por que escolheu outra pessoa. Eu vivo
desse jeito, mas eu sei que é melhor do que nada. Eu não quero perder o pouco
que conquistei.
Esse foi sem dúvida meu discurso
mais apaixonado. Nunca fui de mostrar meus sentimentos, especialmente a Alice,
então ambos estavam surpresos com minha explosão.
Suspirei cansado. Senti no meu
ombro a mão de Alice.
–Você tem razão, eu não entendo
por que eu não estou na sua pele. Edward faça o que quiser, mas eu continuo
afirmando que você deveria contar a ela. Nenhum relacionamento consegue se
sustentar com uma mentira.
–Eu vou contar Alice. Eu só
preciso de um tempo. Nós ainda não estamos bem. No momento certo eu contarei. –
disse e a olhei. Alice me olhou de cara fechada.
–Tenho a impressão de que não
haverá o momento certo.
Eu a olhei fixamente.
–Provavelmente você está certa.
...
Na sacada do nosso apartamento eu
estava recostado no parapeito sorvendo vinho tinto. Bella estava deitada em uma
espreguiçadeira com um livro em mãos. Conversávamos quando era possível.
–Eu deveria ter dito a você sobre
a presidência antes da Alice. – disse analisando como Bella reagiria.
–Não se preocupe. Eu já esperava
por isso. – falava com indiferença, como se não ligasse se o nosso tempo
diminuísse.
–Eu estava pensando em uma coisa
para passarmos mais tempo juntos. Se você fosse minha secretária ficaríamos o
tempo todo juntos, mesmo que eu tivesse que viajar. O que você acha? – sugeri
querendo muito que Bella aceitasse. Tudo seria mais fácil para nós dois se ela
fosse minha secretária.
–Eu sou contadora, e me formei
nisso. Eu não saberia ser uma secretária. – falou num tom decidido. Eu já
imaginava que diria algo assim.
–Posso contratar alguém que lhe
prestará consultoria. Seria muito melhor para você. Um emprego não tão cheio de
incumbências e que pagará melhor. – tentei persuadi-la. E pude ver que, apesar
do silêncio momentâneo, Bella não iria ceder. Eu até entendia seu lado, mudar
para uma função diferente poderia ser desconfortável. Ainda sim...
–Prometa pelo menos pensar, está
bem? Eu quero demais poder ficar mais com você. – pedi e com satisfação eu a vi
assentir; os olhos no livro. Senti um alívio.
– Antes de eu assumir a
presidência nós viajaremos, ou com Alice e Jasper ou sozinhos. Quero nossa lua
de mel. Você pode escolher o local; para mim não importa onde, mas com quem
estarei. – anunciei satisfeito com a decisão tomada durante o almoço na casa de
Alice. Queria consertar um pouco a burrada feita por mim no passado. Eu seria o
marido perfeito, ou pelo menos tentaria.
Olhei a noite que fazia e pensei
em uma ótima forma de terminar aquele dia incrível. Eu sentia saudades do corpo
de Bella; eu a queria novamente. Quando fazíamos amor, Bella cedia um pouco
mais e até era carinhosa, tocando-me sem reservas.
Um barulho soou e automaticamente
olhei para o lugar de onde vinha. O livro que Bella segurava caiu no chão.
Olhei para ela e vi que estava imóvel, o rosto coberto com um braço e podia
ouvir um barulho sendo produzido por ela.
–Bella? – chamei. Caminhei até
ela e sentei no lugar onde estava deitada. Minha intuição dizia que Bella
estava chorando, mas eu não tinha certeza. Eu peguei seu braço e tentei,
gentilmente, retirá-lo do rosto dela.
–O que houve meu amor? Você está
chorando? – retirei o seu braço e estaquei ao ver seus olhos marejados. – Bella!
O que houve? – perguntei preocupado.
Bella fixou seus olhos em mim,
refletiam uma dor sem precedentes. Ela abriu a boca querendo justificar seu
choro, mas parecia simplesmente não conseguir falar. Talvez estivesse
emocionada demais para falar. E eu queria saber por que estava tão triste,
estava agoniado para ajudá-la e desfazer aquela tristeza que se abatia sobre
ela. E o pior de tudo era aquela desconfiança de que eu era o culpado e...
–Eu amo você.
Aquela simples frase ecoou em
minha cabeça deixando-me subitamente zonzo. Embora eu tivesse testemunhado o
que havia acabado de acontecer, eu não conseguia acreditar. Eu imaginava
qualquer coisa que motivasse as lágrimas de Bella, até mesmo a descoberta da
verdade, menos... Isso.
Bella pareceu relaxar, como se há
muito tempo carregasse aquele fardo, o peso daquelas palavras, e agora tivesse
se libertado. As lágrimas cessaram apenas por alguns segundos e retornaram mais
uma vez. Não entendi.
–Por que está chorando? – perguntei
atrevendo-me a acariciar seu rosto. Eu queria entender o que estava acontecendo
para livrar Bella daquela angústia. Era difícil quando uma felicidade, após
suas palavras, explodia em mim. – Por um acaso está chorando de felicidade?
–Não, não é felicidade. É
tristeza mesmo. – murmurou e suas palavras me pegaram desprevenido. Triste por
me amar? Eu que hoje correspondo e sempre deixo claro o quanto eu a amo?
–Está triste por me amar? Pessoas
que amam e são correspondidas geralmente não ficam felizes pelo sentimento que
possuem? – perguntei (ou será que afirmei?) sentindo-me amargurado pela minha
incapacidade de fazê-la feliz. Mesmo tentando, ao que tudo indicava, eu não
estava conseguindo.
–Eu era mais feliz quando odiava
você. Tudo era tão mais simples! Eu sentia que estava fazendo o que era certo e
que estava evitando futuros males quando eu o destratava. Mas agora você me
trata desse jeito e já não posso ser a mesma. Já não posso mais me esconder envolta
do muro que criei e isso me assusta. Eu te amo e a verdade é que odeio isso.
Odeio te amar.
E naquele momento eu entendi
tudo. Estava tão claro e fui burro por não perceber. Era por isso que Bella era
reservada e tentava se afastar, ela não gostava dos sentimentos que eu
despertava nela. Mesmo me amando a ponto de me escolher, Bella ainda tentava
lutar contra esse sentimento. Parece que a luta havia acabado; Bella perdera.
Bella continuou a chorar; um
sofrimento que beirava a histeria. Eu tentei acalmá-la enquanto pude
acariciando seu rosto.
Eu me sentia um lixo. Eu estava
radiante por ela me amar, mas Bella sofria por esse amor. Ela merecia coisa
melhor, vida melhor. Se eu a amasse eu deveria deixá-la seguir com a sua vida.
Eu a amava, mas amava muito a mim mesmo para abandoná-la. E eu precisava dizer
alguma coisa.
–Eu sei o quanto deve ter custado
a você dizer tudo isso, por isso eu agradeço. Obrigado por dizer que me ama. Eu
precisava disso. Muito. – confessei. Eu devia tanto a ela! Ela me salvou de uma
vida miserável, superficial, e eu a desgracei. Despertei com sua voz.
–Não faça com que eu me arrependa
disso, por favor. Se você me magoar novamente Edward, eu... Eu não irei
perdoá-lo se fizer algo para me machucar. – disse com a voz firme. Eu assenti
seriamente. Eu jamais a entristeceria. No entanto, havia a verdade. A verdade
sempre estaria à espreita querendo acabar comigo, conosco.
Bella relaxou ainda mais,
parecendo exausta pela súbita explosão de sentimentos. E eu queria lhe dar
amor, prazer, e fazer com que ela confiasse em mim. Queria que Bella me amasse
e se sentisse feliz por isso. Inclinei-me e a beijei na testa, nas pálpebras,
nas têmporas, bochechas, nariz, em qualquer lugar, feliz por senti sua pele
macia e perfumada em minha boca. Encostei minha testa na sua olhando para ela.
–Acabou finalmente. – disse como
uma afirmação, mas na verdade eu queria perguntar a ela. Teria acabado tudo
agora que Bella tinha dito que me amava?
–É. Acabou. – sua voz musical
disse. Não hesitei mais. Eu a tomei em meus braços guiando-a até o meu quarto.
Eu a deitei delicadamente; Bella
exigia cuidados. Minhas mãos não perderam tempo tateando seu corpo;
reconhecendo ali seu lugar; estimulando Bella a reagir a mim. Meus lábios
beijavam seu pescoço, provando seu sabor único e maravilhoso. Minhas mãos tateavam
a tudo tocando mais fortemente os pontos mais sensíveis.
–Edward... – Bella sussurrou e
sua voz acendeu ainda mais o fogo que havia em mim. Eu estava faminto por ela e
precisava saciar um pouco dessa vontade. Bella estava tão suscetível! Eu
adorava aquela faceta dela.
Trabalhei nas peças de roupas
retirando-as, louco para ver aquele corpo incrível, o mesmo que vi naquela
manhã no banheiro. Lembro da vontade que tive de tocá-la ali, e a força que
tive de fazer para suprimir esse desejo tão primitivo. Meus lábios a beijavam,
querendo marcá-la aqui e ali como minha. E Bella colaborou comigo facilitando
sua entrega, seu vestido deslizou mais facilmente com a sua ajuda.
Após despi-la eu não tive tempo
de apreciar sua beleza, as curvas de seu corpo, pois Bella lançou-se sobre mim
tentando me despir. Fiquei quieto deixando Bella agir, adorando sua
impaciência. Ela me queria. Isso era maravilhoso. Fui deitando na cama e Bella
colocou-se sobre mim retirando mais rapidamente meu pijama.
A cena era excitante. Bella
arfante, minhas roupas em suas mãos, as pernas abertas, em cada lado do meu
corpo. E então ela recuou deitando-se ao meu lado e enterrando seu rosto no
travesseiro. Seu corpo nu a mostra, as nádegas firmes e brancas. Por isso
postei-me sobre ela e reprimi um gemido ao sentir sua pele nua em contato com a
minha.
–O que foi amor? Por que parou?
Eu estava adorando vê-la arrancar minhas roupas.
–Não sei o que deu em mim. Eu só
reagi a você, mas passei dos limites. – falou contra o travesseiro, tímida. Tão
delicada! Tão linda! Acariciei sua coluna vendo o corpo de Bella se arrepiar,
sentindo o calor aumentar.
–Reagiu a mim? Então me diga: o
que eu posso fazer para você reagir desse jeito novamente? – beijei sua nuca
sentindo nos dedos de uma mão os seus cabelos.
–Não sei se voltarei a perder o
controle novamente... Não sou assim. – sussurrou enquanto o corpo inteiro
tencionava para o prazer que eu iria proporcionar.
–Eu deveria ficar parado deixando
somente você agir. No entanto se eu fizer isso... – eu me posicionei bem em
cima de seu corpo. Meu sexo em contato com a sua pele. – Nós não faremos nada e
eu confesso que estou faminto por você. – mordisquei sua orelha.
Bella se virou (a respiração tão
pesada quanto a minha) e me beijou de um jeito tão intenso que quase desfaleci.
Suas mãos exerciam uma força maravilhosa puxando-me para ela, querendo que nos
uníssemos mais rapidamente. Eu a penetrei com ânsia e encontrei tudo o que
sempre quis de novo. Umidade, aceitação, amor. Amor... Sim, amor. Bella me
amava. Eu a beijei e a penetrei com rapidez e força, querendo marcá-la como
minha e em júbilo por Bella me aceitar.
Minha Bella, minha adorara Bella.
Fui um pouco sádico. Eu não
queria dar a Bella o prazer que ela buscava, não agora. Parei quando senti que
iria chegar ao ápice do prazer.
–Não Edward! – Bella protestou.
Eu a calei com um beijo.
–Relaxe. Deixe-me agir. Você não
vai se arrepender. Tenho tanto a lhe ensinar Bella. – sussurrei em seu ouvido.
–Tá. – sua voz fraca disse. Mordi
levemente seus lábios e a devorei com a boca.
Eu a manipulei ao meu bel prazer?
Não, eu não faria isso. Esse era o Edward de antigamente. O Edward preocupado
em dar prazer ao seu próprio corpo e nada mais. Com Bella era diferente. Eu
manipulava seu corpo para dar prazer a ela. Com satisfação fui seu professor
ensinando a ela como obter prazer. E adorava, ah como adorava, quando Bella
agia sem que eu pedisse. Uma amante sensacional, ajustando seu corpo ao meu no
momento certo, exercendo a pressão que eu queria e me dando prazer embora eu
não buscasse isso.
–Minha Bella... – murmurei contra
o seu cabelo sentindo uma pequena dor no ombro, Bella me mordia. Ficaria uma
marca, mas eu não ligava.
–Desculpe. – ela pediu em meu
ouvido. – Eu feri você. Eu não consegui me conter. Eu... – Bella murmurava
desculpas. Eu me afastei minimamente e lambi seu pescoço da clavícula ao
queixo.
–Eu sou seu. Faça de mim o que
você quiser. – pedi beijando-a. – E eu te amo.
Agora sim eu tinha uma vida
perfeita.
...
A principio pensei que havia
sonhado. Não era. Bella estava deitada bem próxima a mim, ressonava tranquila.
Ela era perfeita. Eu nunca havia notado o quanto era bela dormindo, talvez por
que ela sempre dava um jeito de sair antes que eu acordasse, ou de dormir de
costas para mim.
Senti no peito o passeio
preguiçoso de seus dedos. Eu a encarei. Ela não me olhava assustada, me olhava
reconhecendo quem eu era e o que eu seria de agora em diante: seu marido, seu
amor.
–Pensei que não a encontraria
quando acordasse. Você parecia sempre querer fugir de mim após fazermos
amor.
Para minha surpresa e grande
satisfação, Bella aproximou-se da curvatura do meu pescoço e beijou aquele
local. Gemi baixinho.
–É tão bom tê-la assim receptiva
a mim. Espero que isso não seja algo momentâneo. – disse sentindo Bella beijar
mais e mais a mim. Como estava carinhosa! E como eu adorava isso!
–Eu também espero que continue
assim. – falou enquanto sua mão era colocada em meu rosto.
–O que você quer que continue
assim? – peguei sua mão e, fechando os olhos, eu beijei sua delicada mão. A mão
que uma vez me espancou; a mesma mão que me acariciou tantas vezes na noite
anterior.
–Você. – falou simplesmente.
Ela não precisaria se preocupar e
sabia disso. Eu seria a cada dia melhor para ela.
O assunto do contrato esquecido.
Continua...
Esse contrato vai ficar pairando
sobre o relacionamento deles como uma espada prestes a descer e matar tudo de
bom que eles construírem. Seria muito mais louvável ele contar tudo pra ela de
uma vez e esperar que ela entenda e o perdoe do que ficar com esse peso sobre
eles como uma bomba prestes a explodir. Se ela souber por outra pessoa será muito
mais difícil de perdoá-lo. Encontro vocês amanhã. Beijos.
Ola twitmoms! Adorei ver o lado dele do cap de ontem, nao quero nem saber se alguem falar pra ela do contrato isso vai acaba com tudo. Ate amanha beijusculo
ReplyDeletePois é Nessie, mas esse é um risco que ele corre todo dia, afinal a Tânia ainda está por aí, e não acho que ela vá deixar barato a traição dele.
DeleteVamos torcer pra não acontecer nada, mas...
Beijos.
Vai ferra tudo,ansiosa para o cap.de amanhã bjs.
ReplyDeleteOlá,
DeleteEstamos torcendo para ele não deixe as coisas chegarem a esse ponto, mas só vendo pra saber.
Beijos.
É totalmente compriencivel o medo da verdade que Edwuard sente. Mas aumentara tem perna curta e quando ela aparece vem iguala um tsunami. Mas será bem pior se for da forma que acho que vai acontecer, com a Tânia contando.
ReplyDeleteEu adoro o casal bela e Edwuard, mas sou apaixonada por Jacob, quero muito que ele volte, e muito bem.
Beijocas!! Até amanha
Então Amanda,
DeleteEu já comentei desse perigo da Tânia querer se vingar contando tudo pra Bella, e será muito pior se a Bella souber por ela, mas vamos esperar pra ver o que acontece.
Também torço pro Jacob ficar bem, mas sem a Bella, é claro.
Beijos