Oi pessoal! Hoje o capítulo é contado
pelos dois e acompanharemos momentos importantes dessa viagem de Lua de mel.
Título: O Contrato
Autora(o): Jack Sampaio
Autora(o): Jack Sampaio
Contatos: @jacksampaio;
http://escritosdejacksampaio.blogspot.com/
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama
Censura: NC-18
O Contrato
By Jack Sampaio
Atenção:
Este conteúdo foi classificado
como
impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
CAPÍTULO 37
Bella pov’s
Raramente eu via Edward dormindo.
Nem ao menos eu me lembrava da última vez em que o vi dormir, mas certamente
era uma linda visão. Seu rosto estava tranquilo, bem diferente da noite
anterior. Meus dedos acompanharam seus traços bonitos, da tez lisa ao queixo,
em uma carícia suave.
Era muito bom estar ali com ele
e, agora, ser a sua esposa.
Olhei para a janela de vidro,
cuja cortina estava afastada, só para concluir que o céu ainda estava
parcialmente escuro. Voltei a me deitar na cama, aconchegando-me nos braços do
meu marido, enquanto nos cobria com o grosso edredom. E como imaginei mesmo
inconsciente, Edward puxou-me para mais perto dele.
...
Estava frio, muito frio. Mesmo
com as roupas de inverno que eu estava usando, poderia sentir o vento
penetrando meus casacos e roçando em minha pele. Por instinto eu me abracei a
fim de aplacar aquele frio. Observei a linda paisagem que me cercava. Havia
neve em todo lugar, cobrindo o chão, as árvores, os tetos das construções ao
nosso redor. Muitas pessoas estavam ao meu redor, distraídas demais com o seu
divertimento. Havia mais pessoas do que eu havia calculado. Homens, mulheres,
crianças e idosos estavam em toda a parte do terreno da pousada.
Distraída como estava, dei um
solavanco ao sentir uma mão em meu ombro.
–Desculpe, assustei você? – Edward
perguntou com brandura. Dei de ombros.
–Não tem importância. Então, você
sabe onde será a aula de esqui?
–Será em uma estação localizada
um pouco acima, na montanha. Podemos ir para lá daquela forma. – Edward apontou
para uma estrutura similar ao bonde, mas não havia bondes e sim cadeiras de
metal que levavam os esquiadores para a estação onde os turistas praticavam
todo o tipo de modalidade no gelo.
Edward pegou a minha mão e fomos
andando até o “bonde”. Sentamos em um dos bancos e um funcionário colocou uma
barra de segurança a nossa frente. Fiquei encantada com a paisagem ofertada
pela natureza a nós dois, enquanto subíamos até uma determinada parte da
montanha. Edward ficou calado, segurando a minha mão. Quando olhei para o lado,
notei que ele me observava e sorria.
–Que foi? – perguntei.
–Você parece estar gostando.
–Claro que eu estou Edward, por
que não gostaria do passeio? – Edward desviou os olhos de mim e encarou a
imensidão branca.
–Eu não cheguei a perguntar se
era para este lugar que você queria ir. Talvez você quisesse ir para outro
lugar, um lugar mais quente e... – apertei suavemente sua mão, silenciando-o.
–Não importa o lugar, mas com
quem eu estou. – sorri. Os olhos de Edward brilharam e um lindo sorriso
iluminou seu rosto.
–Você tirou as palavras da minha
boca.
Logo chegamos à estação de esqui
indicada por Edward. Ele me ajudou a descer do estranho veículo e caminhamos
cautelosos pelo gelo em direção ao prédio principal. Fomos recepcionados por um
rapaz, cuja roupa e crachá indicavam que era um instrutor de esqui. Ele nos
levou a sala onde pegaríamos nosso equipamento e assim o fizemos. Com a ajuda
de Edward eu peguei os itens necessários para a aula de esqui e os coloquei.
Verdade seja dita eu não estava
muito a fim de ter aquelas aulas, mas como Edward parecia feliz com o programa
eu cedi.
...
–Edward, eu não acho que vá
conseguir! – repeti numa voz falha. Edward sacudiu a cabeça em negativa.
–Claro que vai! Você sempre faz
tudo perfeitamente, vai matar de letra isso. – falou num tom confiante.
Tivemos aula com um instrutor que
nos deu exclusividade. Edward já sabia esquiar, pelo que eu soube, ele aprendeu
quando criança nesse mesmo local. Após as instruções eu tentei esquiar, mas não
obtive muito resultado. O instrutor parecia disposto a me ajudar e Edward
concordou com sua ajuda, isso antes do rapaz ficar próximo a mim e me tocar em
alguns momentos. Aí Edward agiu como eu imaginei que agiria: dispensou o cara e
disse que agora ele me ajudaria.
–Eu não sei não, Edward. – disse
insegura. Tudo o que havia conseguido até agora foi caminhar trôpega com os pés
presos aquela parafernália chamada esqui. Edward segurou minha mão em sinal de
conforto.
–Não se preocupe, é fácil. Vamos
fazer o seguinte, eu vou esquiar e você fica me observando. Observe meus
movimentos. – pegou minha mão guiando-nos a uma parte mais alta a fim de
praticar. Eu o segui sentindo uma perigosa vertigem à medida que chegávamos a
uma parte alta onde existiam rampas para os esquiadores mais experientes
descerem.
Havia poucas pessoas naquele
lugar, suspeitei que aquela rampa era frequentada apenas por esquiadores
experientes.
–Fique olhando. Não descerei a
rampa mais íngreme. – Edward disse afastando-se de mim e seguindo para a
beirada de uma descida não tão íngreme quanto a que estava às minhas costas. Eu
o vi se preparar, fazendo os movimentos ensinados pelo instrutor com perfeição.
Colocou o visor nos olhos, visor este que antes estava na sua cabeça. Curvou-se
levemente e logo se impulsionou para descer.
Edward era gracioso e, ao
contrário de mim, todas aquelas camadas de roupas para o frio lhe caiam bem.
Seus movimentos no gelo eram rápidos, precisos. Temi a velocidade que ele
estava alcançando, mas, mostrando sua incrível habilidade, Edward parou num
solavanco. Olhou para o lugar onde eu estava e acenou. Pegou um caminho estável
(certamente feito pela pousada) e conseguiu voltar até onde eu estava
rapidamente.
–E então, como eu fui? – perguntou
entusiasmado vindo em minha direção.
–Foi muito bem. – falei
alegremente abrindo os meus braços no momento em que Edward chegou próximo. Não
contente em apenas me abraçar, Edward tomou meus lábios em um rápido, porém
gostoso, beijo.
–Você quer que eu desça
novamente? Eu sei que a cena de mim descendo as montanhas é incrivelmente
erótica. – falou numa voz propositalmente sedutora.
–Eu quero ver, mas não para ficar
excitada – minha voz era firme, mas meu rosto estava vermelho de vergonha. – Eu
quero observar como você se movimenta. – eu me afastei empurrando-o para
frente.
–Como quiser, mas vou querer algo
em troca pelas aulas. – olhou-me com aqueles belos orbes cor de mel que
queimavam. Meu rubor aumentou.
Edward pareceu se aprontar,
demorando mais do que o necessário. Eu o olhei, fascinada. E então notei,
tardiamente, que Edward estava ficando fora de vista, sem sequer se mexer.
Achei estranho. E então, pouco a pouco, eu fui percebendo o que acontecia.
A parte de neve onde eu estava em
pé foi cedendo e, com isso, eu fui caindo justamente na parte mais íngreme da
descida.
–EDWARD! – eu o chamei. Meu corpo
rodou e fiquei de frente enquanto eu descia a uma velocidade impressionante.
–BELLA! – ele gritou o meu nome,
mas sua voz estava ficando mais e mais longe enquanto eu deslizava no gelo.
Felizmente consegui me manter de
pé, nunca vou saber como, mas eu cambaleava como louca e certamente meu
equilíbrio não duraria muito.
–AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – gritei
a plenos pulmões seguindo tão rápido para baixo que tudo ao meu redor parecia
um borrão branco.
E então eu vi. O tronco grosso e
aparentemente áspero. Um pinheiro centenário bem em frente de mim. Eu iria me
chocar contra ele e, com a velocidade que estava, quebraria no mínimo um ou
dois ossos.
“EU VOU MORRER!” Pensei enquanto
a distancia diminuía mais e mais. Fechei os olhos esperando pelo impacto, mas o
impacto que senti veio de uma direção completamente errada. Fui jogada para o
lado, não colidi com a árvore. Derrapei no gelo, mas não cheguei a me ferir.
Alguma coisa quente me envolvia, protegendo-me.
Durante alguns minutos o silêncio
imperou. Eu fiquei imóvel, meu corpo em cima de um corpo já conhecido. Uma mão
apertava-me pela cintura, querendo me manter parada, naquela posição. Nossas
respirações arfantes.
–Meu amor, você está bem? Está
ferida? – sua voz o traia, revelando seu desespero. Eu me afastei minimamente
dele, meu corpo ainda em cima do seu. Eu o olhei e assenti fracamente. Edward
suspirou aliviado. E então, incapaz de me impedir, eu voltei a deitar sobre
ele, voltei a cabeça para o outro lado e vomitei.
...
Sentada em frente à lareira
acessa, eu tentava ignorar o frio que fazia. Impossível. Meu corpo tremia
bastante apesar do cobertor que me cobria. Edward logo veio até mim com duas
taças na mão, sentou-se ao meu lado, bem próximo a mim.
–Trouxe para você. Vai ajudá-la a
esquentar o seu corpo e a relaxar. – passou a taça de vinho tinto para mim. Eu
a peguei.
–Não sei se beber alguma coisa
alcoólica vai ajudar. – disse dando o primeiro gole. O vinho tinha um gosto
bom, algo que me surpreendeu. Dei mais outro gole. Edward me acompanhou fazendo
o mesmo.
Quando descobri que Edward me
traia, eu mudara da água para o vinho. Adquiri hábitos nada louváveis e um
deles foi beber. Nunca senti prazer em sorver coisas alcoólicas, mas na época
eu o fazia não pelo gosto (definitivamente esse motivo não existia), mas por
que ansiava esquecer. Esquecer a vida miserável que levava.
–Obrigada pelo que você fez. Se
não fosse por você eu acho que estaria... – não pronunciei o final. Só de
pensar que quase sofri um grave acidente, sentia um frio na espinha.
–Nem me lembre. Eu quase enfartei
quando vi você cair. Achei que não conseguiria ajudá-la. – Edward largou a taça
no chão e colocou a mão na testa. A lembrança parecia perturbá-lo mais do que a
mim.
Sorvi um pouco mais de vinho para
logo mais segurar a taça com uma das mãos e me virar levemente para Edward.
–Hei, não fique se atormentando
com o que houve. – pedi tocando seu rosto com a mão livre. Meu ato fez Edward
relaxar. Passou um braço em volta de mim. Pelo sorriso que tinha cravado nos
lábios, estava satisfeito por eu estava ali, tão perto dele.
Eu me aconcheguei melhor em
Edward e voltei a beber meu vinho. E durante vários minutos ficamos apenas
calados, abraçados, olhando as chamas e sorvendo vinho. Notei que eu bebia
muito mais do que Edward, ele nem havia passado para a segunda taça quando
comecei minha quarta.
Às vezes Edward ignorava sua
bebida e me beijava, ora um beijo calmo, ora um beijo intenso, como se fosse me
perder a qualquer momento. Aquela altura, eu estava tão alta que não o
questionei, por que ele parecia tenso e por que não me levava logo para a cama.
Sexta taça.
Eu estava bêbada. Os olhos
pesavam e tudo ao meu redor parecia um borrão. Bem, eu parei de beber a algum
tempo então voltei à estaca de “bêbada de primeira viagem”.
–Bella...
Sua voz despertou um pouco da
minha letargia. Virei minha sexta taça e o encarei sem conseguir focar direito
o seu rosto.
–hmmm... – murmurei encostando
minha cabeça em seu ombro. – Que foi?
–Eu tenho uma coisa... – o resto
do que ele disse passou em um borrão. Eu devia estar realmente bêbada.
–Você está falandoooo alguma
cois... Por que eu tô meio... – murmurei. Edward se mexeu e pareceu me colocar
de frente para ele. Eu abri os olhos.
–O que foi? – perguntei numa voz
um pouco mais composta.
–Sabe... Tem um amigo meu que fez
uma burrada. Queria saber sua opinião sobre o que ele fez. – sua voz parecia
descontraída, mas seus olhos estavam meio injetados, eu era o efeito da bebida
em mim?
–O que foi que o cara fez? – perguntei
num esforço hercúleo para ficar acordada.
–Ele se casou apenas por
dinheiro. Iria receber uma grana se casasse com alguém e casou com a primeira
que apareceu. Ele veio até mim, não sabe se conta para a mulher ou não. Teme a
reação dela. O que você faria se fosse você?
Eu pensei no assunto, mas não
consegui pensar por muito tempo. Olhando para Edward, com aquela expressão sexy
de preocupação, tudo o que eu queria era ficar com ele. Por isso eu me debrucei
sobre ele beijando avidamente sua boca. Edward sequer correspondeu atarantado
pelo modo como eu agi.
–Calma amor. – ele pediu com um
tom brincalhão. – Eu deixo você fazer o que quiser comigo... – murmurou
enquanto me envolvia pela cintura. – Mas quero que me responda à pergunta.
Não entendi por que Edward fazia
questão que eu respondesse aquela pergunta quando havia coisas muito mais
interessantes a se fazer. Quis deixar para lá e voltar a beijá-lo, mas a
aparente urgência de Edward com minha resposta me compeliu a responder.
–Se eu fosse essa idiota...
Hmmm... Eu o mandaria para o inferno e nunca mais olharia na sua cara! – minha
voz arrastada era engraçada e me fez rir. Voltei a beijá-lo, mais ansiosa para
passar da fase do beijo até o sexo.
Haviam duas coisas que eu deveria
pensar, mas eu as ignorei. Eu não queria mais nada, a não ser sentir Edward em
mim, dentro de mim. Após beijá-lo demoradamente, sussurrei em seu ouvido:
–Vamos para a cama. – sugeri.
Minhas palavras o despertaram.
Senti meus pés saindo do chão e
meu corpo flutuar. Ele me carregava para o quarto. O movimento rápido causou
uma onda de vertigem, senti tudo girar, mesmo após Edward parar e me deitar na
cama.
Os lábios de Edward cobriram os
meus de forma urgente e suas mãos hábeis rasgaram minha roupa enquanto tirava
as peças. Eu queria ajudá-lo a me despir e a se despir, mas estava tão
sonolenta! Correspondi aos seus beijos e o acariciei onde minhas mãos tocavam,
mas nada conseguiu afastar aquele cansaço de mim.
Eu provavelmente dormi, culpa do
álcool. Se não fosse por ele... Edward e eu... Bom... Nós estávamos bem agora.
Ainda haveria a manhã seguinte para nós dois... Não é?
Edward pov’s
Eu queria verdadeiramente
apreciar a tudo naquele momento. O lugar bonito, a diversão, minha esposa...
Mas as preocupações me cercavam. Embora Tânia estivesse bem longe, eu temia que
ela fizesse algo. Não somente ela, qualquer um que conhecesse a verdade. Eu não
queria perder o que eu havia conquistado.
Não, não era um bom momento
pensar nos problemas. Não quando Bella me esperava para um passeio.
Caminhei até ela, que parecia
estar apreciando a paisagem invernal, e coloquei a mão em seu ombro. Bella
reagiu com um solavanco. Eu a peguei desprevenida.
–Desculpe, assustei você? – perguntei
gentilmente. Bella deu de ombros.
–Não tem importância. Então, você
sabe onde será a aula de esqui?
–Será em uma estação localizada
um pouco acima, na montanha. Podemos ir para lá daquela forma. – apontei para
as aerocadeirinhas. Bella não discordou da programação que eu havia escolhido.
Peguei sua mão e seguimos para a aerocadeirinha que nos levaria a estação de
esqui.
Bella olhava a tudo, deslumbrada.
Eu apreciei a cena, mais a ela do que a paisagem, enquanto nossas mãos estavam
entrelaçadas. Fiquei feliz por ela estar feliz, assim eu sempre me lembraria
desse lugar como o local onde tivemos momentos felizes. Bem diferente da época
em que estive aqui.
Quando vim aqui, ainda criança,
eu não vi a beleza do local como merecia ser contemplada. Não apreciei o
divertimento que o lugar oferecia. Por que eu estava cercado de cobras, garotos
de pouca idade ávidos pela minha amizade... E o benefício que tal amizade
traria.
Não, eu não iria perder o meu
tempo recordando bobagens. Não quando eu tinha Bella ao meu lado. E ela
continuava a olhar para a paisagem branca, alheia a tudo; alheia a mim.
–Que foi? – perguntou. Tão rápido
foi o seu movimento que nem percebi quando se virou para olhar para mim.
–Você parece estar gostando.
–Claro que eu estou Edward, por
que não gostaria do passeio? – perguntou retoricamente. Olhei para a neve.
–Eu não cheguei a perguntar se
era para este lugar que você queria ir. Talvez você quisesse ir para outro
lugar, um lugar mais quente e... – senti em minha mão o aperto de seus dedos.
–Não importa o lugar, mas com
quem eu estou. – sorriu. Suas palavras tão singelas e doces me encheram de
alegria.
–Você tirou as palavras da minha
boca. – e como eu imaginei, após eu dizer isso, Bella corou.
...
Eu tinha tudo para que o meu dia
fosse maravilhoso, isso até o nosso instrutor aparecer.
Após chegarmos à estação de
esqui, Bella e eu fomos ao prédio principal para pegar nossos equipamentos e
termos aula com o instrutor que contratei. Bem, eu não precisava de aulas, mas
minha esposa precisava. Eu achei que tinha feito bem contratando um
profissional para dar assistência a ela, isso até...
–Muito bem senhora Cullen! É esta
posição que deve executar enquanto esquia. –O instrutor dizia enquanto a tocava
na cintura. Bella estava absorva demais na explicação, tentando aprender o mais
rápido possível a esquiar. Ela não havia notado o ar malicioso do cara e o modo
estranho como ele a tocava.
Filho da puta!
–Eu acho que Bella já teve noções
demais de esqui. Agora é hora de suas aulas práticas. Seus serviços não serão
mais necessários. – falei o mais casual possível enquanto envolvia a cintura de
Bella com um braço, puxando-a para mim.
–Hmmm... Bem... Se estiver tudo
bem para a senhora Cullen... – o idiota olhou sugestivamente para a minha
mulher, na certa esperando que ela pedisse para que ele continuasse ali. Ele
até poderia ficar, mas ficaria, no mínimo, com um olho roxo.
–Está tudo bem. Eu já aprendi
bastante. Obrigada pelas suas dicas. – sorriu para ele. Aquilo me deixou
aborrecido. Aquele sorriso gentil deveria ser somente meu.
O funcionário afastou-se,
visivelmente constrangido. Sorri satisfeito. Senti em minhas costelas um
cutucão de Bella.
–Por que fez isso? Não precisava
ser tão rude com o rapaz. – protestou. Coloquei minhas mãos em seu rosto
erguendo-o. Eu a beijei na testa e nos lábios.
–Por que sou um homem
incrivelmente ciumento que não suporta qualquer marmanjo encostando-se a sua
mulher. – o modo bem humorado com que confessei meu ciúme pareceu diverti-la. –
E agora eu vou cumprir minha promessa. Vou ensiná-la a esquiar.
...
–Edward, eu não acho que vá
conseguir! – Bella dizia repetidas vezes. Parecia apavorada.
–Claro que vai! Você sempre faz
tudo perfeitamente, vai matar de letra isso. – tentei passar o máximo de
confiança que pude. Mas Bella ainda parecia à beira de um ataque.
–Eu não sei não, Edward. – falou
numa voz trêmula. Segurei a sua mão a fim de confortá-la. Eu sabia que Bella
não iria esquiar sozinha. Eu precisava passar mais segurança a ela.
–Não se preocupe, é fácil. Vamos
fazer o seguinte, eu vou esquiar e você fica me observando. Observe meus
movimentos. – segurando sua mão, eu a guiei até uma parte mais alta onde
pudéssemos descer de esqui. Olhando aos arredores, lembrei de minha infância,
quando vinha para cá nos passeios escolares. Foi aqui onde aprendi a esquiar,
foi aqui onde perdi minha virgindade com uma professora da antiga escola, foi
aqui que eu descobri o quanto eu estava cercado de cobras.
Não gosto dele, mas meu pai me pediu para ser o seu amigo. Afinal
de contas ele é um Cullen!
Essa era apenas uma das muitas
frases que ouvi durante o tempo em que estive em uma escola de alto padrão
apenas para rapazes. Mas não, não era o momento de recordações amargas. Bella
estava me observando, prometi ensiná-la a esquiar.
–Fique olhando. Não descerei a
rampa mais íngreme. – eu me afastei dela seguindo para a beirada do barranco.
Preparei-me para o momento colocando meu visor e posicionando-me adequadamente.
Após curvar o meu corpo, tomei o impulso que me faria descer.
Fo rápido, emocionante, com
movimentos precisos. Eu estava acostumado a esquiar de alturas ainda maiores e
mais íngremes. Descer naquela parte da montanha era brincadeira de criança.
Procurei não me afastar muito do ponto onde havia deixado Bella. Após descer
alguns metros, parei. Olhei para Bella, acima de mim, e acenei. Peguei um
caminho estável o suficiente para que eu pudesse subir sem problemas e logo eu
estava ao lado de Bella.
–E então, como eu fui? – perguntei
enquanto me encaminhava até onde Bella estava.
–Foi muito bem. –Abriu seus
braços para me receber. Não hesitei em ir em sua direção e tomá-la nos meus
braços. Eu a beijei, apreciando tanto aquele beijo como se fosse algo
mais.
–Você quer que eu desça
novamente? Eu sei que a cena de mim descendo as montanhas é incrivelmente
erótica. – falei a fim de atiçá-la. Quem sabe Bella não desistiria das aulas e
seguiria para o nosso chalé, comigo a tira colo.
–Eu quero ver, mas não para ficar
excitada – apesar da voz séria, seu rosto estava corado. – Eu quero observar
como você se movimenta. – eu me afastei empurrando-o para frente.
–Como quiser, mas vou querer algo
em troca pelas aulas. – disse provocativo. Eu me afastei e novamente me
preparei para esquiar satisfeito pelos olhos de Bella estarem só em mim. A fim
de provocá-la ainda mais, fiz tudo lentamente, para que Bella apreciasse a
visão. E quando eu estava prestes a descer...
–EDWARD! – eu ouvi a voz de
Bella. Parei e retirei o visor que instantes atrás havia colocado no meu rosto.
Vi Bella a alguns metros, mas havia algo errado. Bella estava se afastando
sendo que eu não havia saído do lugar.
–BELLA! – eu gritei enquanto
processava o que estava acontecendo. Bella estava caindo, caindo...
Não parei para pensar, não
poderia. Desci frenético o barranco e segui em disparada na tentativa de pegar
Bella. Ela descia sem nenhum cuidado, a qualquer momento cairia. Milagrosamente
ela conseguiu ficar de pé, mas isso não aliviava em nada meu desespero.
Bella... Bella! BELLA!
–AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – ela
gritou, percebendo, antes de mim, que se encaminhava diretamente para uma
arvore. Na velocidade que seguia, Bella acabaria...
Eu me impulsionei mais e mais
conseguindo me aproximar de Bella o suficiente para interromper sua trajetória
mortal. Com um movimento rápido, cortei Bella pegando-a pela cintura e
afastando do tronco. Caímos os dois em meio à neve. Felizmente Bella não sentiu
nada do impacto, ou pelo menos eu acreditava nisso. Eu a envolvi como um
casulo, assegurando-me que não recebesse o impacto de nossa queda. A dor em meu
corpo foi instantânea, mas eu a ignorei.
O silêncio imperou por alguns
instantes. Bella estava deitada sobre mim, imóvel demais, e temi o seu silêncio.
Felizmente logo ouvi sua respiração aos arquejos, assim, como a minha.
–Meu amor, você está bem? Está
ferida? – perguntei desesperado, temendo que minha tentativa de salvá-la não
tivesse poupado seu corpo de algum ferimento. Bella me ouviu e se afastou
minimamente de mim, após me olhar por poucos segundos ela assentiu. Suspirei
aliviado. Eu havia impedido o pior, nunca me senti mais satisfeito comigo
mesmo.
Bella deitou-se novamente sobre
mim, sua cabeça estava um pouco afastada. Ouvi um barulho estranho e logo
constatei o que estava acontecendo. Eu afaguei as costas de Bella enquanto ela
vomitava.
...
“Acalme-se Edward, já passou!” –
eu ordenei para o meu corpo enquanto segurava minhas mãos. O tremor não havia
diminuído.
Por muito pouco eu não perdi a
minha esposa. Se eu não tivesse sido rápido o suficiente, Bella poderia estar
morta. E só de pensar na possibilidade, além das mãos trêmulas, sentia ânsia de
vômito. Tentando afastar os pensamentos nebulosos que me assaltavam, servi o
vinho que havia aberto em duas taças e fui para a sala do chalé onde Bella e eu
estávamos hospedados.
Ela me esperava em frente à
lareira acessa, sentada, e parecia estar com frio. Claro que estava com frio,
uma tempestade de gelo caia do lado de fora e fogo algum seria suficiente para
aquecer a cabana. Bom, mas Bella tinha a mim e meu corpo certamente serviria
para aquecê-la. Peguei a garrafa que havia deixado no balcão e deixei em um
local de fácil acesso para nós dois, sentei ao seu lado e lhe passei uma taça.
–Trouxe para você. Vai ajudá-la a
esquentar o seu corpo e a relaxar.
–Não sei se beber alguma coisa
alcoólica vai ajudar. – disse. Ainda assim tomou o vinho ofertado. Dei atenção
então a minha taça.
Eu não sabia em que Bella estava
pensando, talvez relembrando o acidente... Mas eu estava ciente demais das
preocupações que me assaltavam. E não era apenas o acidente que quase resultou
em algo grave, eu também estava preocupado com a verdade. Era bobagem me
preocupar com isso, nós estávamos protegidos dos segredos que me separavam
Bella de mim.
Quando nós voltarmos eu assumirei
a presidência. Eu estarei mais ausente e Bella, de certa forma, ficará
desprotegida. Se ela souber de algo sem que eu esteja por perto para explicar...
E eu sabia que o melhor era contar a verdade. No entanto contar a verdade
implicava em riscos.
–Obrigada pelo que você fez. Se
não fosse por você eu acho que estaria... – Bella não terminou de falar o que
eu agradeci. Só de pensar novamente no que havia acontecido...
–Nem me lembre. Eu quase enfartei
quando vi você cair. Achei que não conseguiria ajudá-la. – larguei minha taça e
coloquei a mão na testa. A imagem de Bella derrapando em direção a uma árvore
era aterrorizante. Bella virou para mim.
–Hei, não fique se atormentando
com o que houve. – pediu tocando meu rosto. Relaxei um pouco ao seu toque. Eu a
envolvi puxando seu corpo para mais perto do meu. Bella recostou-se em mim e
ficou em silêncio bebendo o seu vinho.
Naquele momento ficamos calados.
Parecia não ser algo desconfortável para Bella, mas era para mim. Por que eu
estava cheio de culpa e, naquele instante, eu estava cogitando a possibilidade
de contar. Eu precisava contar. Mas como o bom covarde que era deixei o tempo
passar, e Bella virar taça após taça de vinho. Ela ficaria bêbada, disso eu não
tinha dúvida. Eu poderia contar a verdade e ter a esperança de que ela
esquecesse no dia seguinte.
Com o passar dos minutos, Bella
ia bebendo mais e mais enquanto eu mal tocava em minha bebida. Eu a beijei, ora
calmo, ora desesperado, aproveitando o que poderia ser o meu último momento com
ela.
Na sexta taça de Bella, eu
resolvi me pronunciar.
–Bella...
Bella me encarou, os olhos
pesados devido à letargia do álcool.
–hmmm... Que foi? – sua voz
estava arrastada.
–Eu tenho uma coisa para contar a
você. – minha voz travou quando disse esta frase. Eu iria mesmo seguir adiante?
Contar sobre o contrato e comprometer de forma irreversível meu casamento? Eu
não queria, eu queria ficar calado e seguir com minha lua de mel, mas...
–Você está falandoooo alguma
cois... Por que eu tô meio... – ela definitivamente estava bêbada. Se eu
dissesse algo a probabilidade de se lembrar era remota. Eu poderia me
aproveitar disso e contar a verdade, ou sondá-la.
–O que foi? – perguntou tentando
soar normal, mas falhando miseravelmente.
–Sabe... Tem um amigo meu que fez
uma burrada. Queria saber sua opinião sobre o que ele fez. – minha voz soou
descontraída como eu queria, mas era tudo o que eu poderia fazer. Eu estava com
um medo absurdo.
–O que foi que o cara fez? – perguntou
tentando ficar desperta. Eu sorri pelo seu esforço em me dar atenção.
–Ele se casou apenas por
dinheiro. Iria receber uma grana se casasse com alguém e casou com a primeira
que apareceu. Ele veio até mim, não sabe se conta para a mulher ou não. Teme a
reação dela. O que você faria se fosse você? – ela poderia perceber. Eu não
queria que percebesse. Seria meu fim se tudo acabasse.
Bella parou, ficou a me olhar,
parecia refletir sobre o que eu dizia. Para a minha surpresa, ao invés de
responder a pergunta, Bella atirou-se sobre mim beijando-me. Correspondi
atarantado por seu ato.
-Calma amor. – pedi tentado
a deixar para lá, mas eu não poderia. – Eu deixo você fazer o que quiser
comigo... – eu a apertei contra meu corpo. – Mas quero que me responda à
pergunta.
E eu esperei irracionalmente
ansioso pelo que ela diria. Se ela dissesse que perdoaria, eu contaria a
verdade.
-Se eu fosse essa idiota...
Hmmm... Eu o mandaria para o inferno e nunca mais olharia na sua cara! – disse
e me beijou, mas eu não senti o seu beijo. Eu processava suas palavras e
simplesmente não consegui ficar indiferente.
Ela não iria me perdoar. Ela me
rejeitaria.
–Vamos para a cama. – sussurrou
em meu ouvido. Eu fiz o que ela pediu, mas era como se apenas meu corpo,
explodindo de desejo, correspondesse a ela. Minha mente estava longe, temerosa
da resposta de Bella. Eu carreguei Bella com certa pressa, querendo qualquer
coisa que me distraísse. Deitamos na cama e não perdi meu tempo, beijei Bella
vigorosamente.
Eu queria me perder nela, eu
queria fingir que éramos um casal perfeito, sem mentiras. Eu poderia tentar,
mas eu sabia que logo os pensamentos nebulosos voltariam. Minhas mãos tatearam
seu corpo com urgência, rasgando aqui e ali. Bella não estava ajudando muito
como normalmente faria, mas não liguei. Eu devorei seus lábios como se fosse um
homem faminto e o lábio de Bella o meu único alimento.
Ela não correspondia mais a mim,
murmurava coisas desconexas. Eu me afastei e a vi, dormia serena. Acariciei
seus cabelos e seu rosto.
Minha Bella, minha adorada
Bella... Eu quase a perdi tantas vezes, mas a cada quase perda meu peito se
enchia de dor. Eu nunca iria me acostumar com isso.
Eu a beijei na testa, bochecha,
lábios, encostei minha testa na sua e suspirei.
Estava decidido: eu não contaria
a verdade a Bella.
Continua...
Caramba... ele quase contou. Devia
ter conversado com ela e não ter deixado que ela ficasse bêbada para tocar no
assunto. Agora essa história vai ficar pior, por que como ele disse, ela ficará
desprotegida quando ele não estiver por perto e qualquer pessoa pode contar a
verdade e vai ser tarde demais para consertar as coisas. Que pena que ele
perdeu a oportunidade. Nos encontramos amanhã. Beijos.
Ola moms!! Nossa ele esta doido pq ele nao falou pra ela, ele e muito teimoso. Adoreiii ate amanha beijusculo
ReplyDeleteInfelizmente o pior fica cada vez mais perto deles. A perda sera inevitável.
ReplyDeleteSó quando eles voltarem para casa é que o mistério será desfeito.
Beijinhos!
Eu acho que ele devia contar historia para ela com jeitinho antes que seja tarde de mais, e eu acho que ela deveria perdoar ele, porque ele não é a mesma pessoa que ele era antes.
ReplyDeleteEu acho que ele deveria contar a verdade para ela com jeitinho e eu acho que ela deveria desculpa-lo pois ele não é mais a mesma pessoa que ele era quando eles se casaram.
ReplyDeleteOlá meninas! Em, como o velho ditado diz "Mentira tem perna curta" a Bella irá descobrir alguma hora, mas acredito que seria bem melhor se Edward contasse a ela do que Tânia. Beijinhos!
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