Oi galera! Esse capítulo está muito
intenso, com algumas conversas bem interessantes e alguns acontecimentos inesperados
também...
Título: Um Selvagem Diferente
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Um Selvagem Diferente
By Lunah
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como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
Capítulo 8 - Salada de Frutas
– Você está bem? - me preocupei.
– Hmmmm. - gemeu no mesmo tom que
eu quando caí da árvore.
– Vou te ajudar. - Segurando nos
azulejos, dei dois pulinhos. - Ainda bem que você é cabeça dura. - Sorri
estendendo-lhe a mão. - Edward? - Ele estava um tanto distraído, seria uma
consequência da pancada? - Edward? Você está legal mesmo? - Estalei os dedos
tentando mantê-lo acordado. - Ei, e então? Fala! Me conta!
– Bem... - Sentou-se. - Foi... -
Massageou a cabeça falando tão baixo que mal consegui ouvir. - Quero dizer... é
tão... macio.
– O quê? - Fiquei confusa.
– O quê? - Voltou a si.
Tapei os lugares que pude e exigi
a toalha. Ambos ficamos extremamente constrangidos. Foi um daqueles momentos em
que você reza para ter sido só um pesadelo.
(...)
Ficamos sentados na cama, eu com
uma compressa de gelo no tornozelo e Edward com uma na cabeça. Nenhum de nós
ousou se pronunciar desde o incidente no banheiro.
A minha vergonha era tão grande
que evitei até encará-lo, pois só conseguia pensar: caraca, ele pegou no meu seio.
Será que Ed também estava
pensando no meu seio?
– Quer falar sobre o assunto? -
Indaguei.
– Não. - Respondeu
automaticamente. É, ele estava pensando.
Minha iniciativa de tratar o
assunto com naturalidade foi por água abaixo. Aquilo não era nada bom para os
meus planos e para nossa amizade.
De repente, Alice entrou no
quarto feliz da vida. Ao olhar para nós, perguntou:
– O que as crianças aprontaram
dessa vez?
Ed e eu trocamos um rápido olhar.
O constrangimento dobrou.
– Nada. - Baixei a cabeça. Não
era um bom momento pra falar que o selvagem me viu nua.
– EMMETT! - Ela gritou e meu
amigo entrou no cômodo usando muletas.
– Meu Deus, o que aconteceu? -
Fiquei apavorada.
– Aaahhh... - Ele gemeu como se
estivesse morrendo. - Fiquei sexy? - Riu. - As muletas são pra você bananinha
louca.
– Bananinha louca? - Ed
questionou olhando para mim.
– Chamavam a Bella assim no
colégio. - Emmett esclareceu. – O incrível é que combina. - Riu
disfarçadamente.
– Vocês conseguem me tirar a
alegria de viver. - Murmurei cobrindo o rosto com as mãos.
– E aí, T-zed, pronto pra
arrebentar a coluna da mulherada na festa de amanhã?
– Oh meu Deus, a festa já é
amanhã! - por que eu não estava contando os dias? - Como vamos agir? Eu... Não
estamos preparados. - seria um fiasco passar a festa intera usando muletas, sem
falar nas garfes do selvagem. Se ele pegasse nas partes íntimas de alguém, eu
morreria.
– Minha amiga, vamos ter que
improvisar legal. - Lice estava certa. - Hoje vocês vão ter que estudar sem
mim. Preciso ajudar os rapazes com a decoração da festa.
– Véi, será irado! Vai ser uma
mega festa temática. - Meu amigo estava empolgado.
– Por que eu não estou sabendo
desse lance “temático”? - Questionei.
– Não queremos que seu azar estrague
tudo. - Emmett fez uma cruz com os dedos como seu eu fosse, sei lá... uma
vampira.
– Tanto faz. - Bufei. - Aleijada
do jeito que estou não vou conseguir ajudar muito. Poxa, que férias...
frustradas.
– Adoro esse filme. - Minha amiga
sorriu.
– Cala a boca. - Implorei.
– T-zed, daqui a pouco chega um
grupo de turistas pra ver você. - Emmett avisou.
– Vai lá, Rei-da-floresta. -
Incentivei. - Quando você terminar, leremos o livro da Alice juntos.
– Ok. - Suspirou nada empolgado.
(...)
Cansada de ficar no quarto,
resolvi descer e pôr mais uma compressa no meu tornozelo. Diante da escada,
hesitei. Nunca tive tanto medo daquela escada. Pensei em formas de descê-la sem
cair, mas a porcaria das muletas dificultava tudo.
– Ei! - Brad gritou do corredor.
- Ficou doida? - Correu até mim. - Não pode descer a escada assim, vai cair.
– Eu me viro. - Evitei encará-lo.
– Quer que eu te ajude?
– Não. - Fui ríspida.
– Não seja tola. - Sorriu.
– Não preciso de ajuda. - Fiquei
brava.
– Deixa de ser chatinha, Bells.
Não vai doer, prometo. - Usou seu tom de voz persuasivo e sexy.
Eu não tinha muita escolha, não
podia ficar no topo da escada o dia todo.
– Ok. - Revirei os olhos.
Juntei as muletas e as segurei
contra o peito. Brad me colocou nos braços e desceu os degraus com cautela,
demorando até mais do que o necessário. Novamente fui torturada pelo o cheiro
da colônia dele. O perfume pairava sobre minhas feridas internas que estavam
longe de cicatrizar.
No último degrau, McFadden
deteve-se.
– Aonde que ir?
– Me coloca no chão. - Exigi.
– Já? - Franziu o cenho. - É tão
bom te ter nos braços novamente.
– Agora!
– Tudo bem. - Bufou.
Ele me ajudou a recolocar as
muletas embaixo dos meus braços. Com certa dificuldade, fui para a cozinha e na
geladeira peguei um pouco de gelo. Coloquei em um pano de prato e sentei na
cadeira mais próxima.
– Quer que eu te ajude? - Fiquei
intrigada, era a segunda vez que Brad falava aquilo em menos de 5 minutos. Não
era típico dele.
– Não, obrigada.
Ele me ignorou e sentou-se no
chão perto do meu pé. Não consegui reagir, apenas o observei pegar meu pé e
tirar lentamente a bandagem. Será que o cara também se sentia culpado?
– O gelo. - Estendeu a mão.
– Não preci... - Não consegui
completar a frase, pois meu ex esticou o braço e tomou a compressa de minha
mão. - Ai. - Gemi baixinho quando o gelo tocou o local inchado. Por um tempo só
me preocupei em suportar a dor e o incômodo, depois voltei a encarar Brad, que
permaneceu quieto.
– Que diabos estava fazendo na
árvore? - Questinou.
– Eu estava... - Pensa rápido! - Observando... - Funciona, cérebro! Solucei.
- Pássaros. - Murmurei colocando disfarçadamente a mão na boca. Tinha esperança
de que ele não tivesse entendido.
– Pássaros? - Ergueu uma
sobrancelha.
– Ai que dor. - Me contorci
mudando estrategicamente de assunto. - Ai que dor. - Repeti esperando Brad
tirar os olhos do meu joelho. - O que foi?
– Eu me lembro disso. - Passou um
dedo na minha cicatriz.
– Caí da bicicleta quando
criança. - Mantive a cabeça erguida.
– Hum. - Cabisbaixo, enfiou a mão
na gola de sua camiseta e puxou os pingentes de seu cordão deixando-os
visíveis.
Fiquei muda, e provavelmente,
surda quando reconheci no cordão o anel azul de uma lata de cerveja barata que
ele usava como pingente. Os olhos de Brad encontraram os meus e foi inevitável
não recordar.
...
Segundo ano do ensino médio. Eu
não pensava no futuro, tudo que eu queria era me divertir e amar.
Alice e eu fomos parar na
detenção por vender em sala de aula canetas com respostas de um teste. Eu
estava desesperada, pois tinha marcado de me encontrar com Brad em frente ao
colégio logo após minha aula de química. Era nosso aniversário de 6 meses de
namoro e eu queria muito comemorar. Por sorte, Lice e eu tínhamos um plano.
Olhei para o relógio de parede
e vi que faltavam dois minutos para as 15:00h. Lice, sentada na carteira à
minha frente, notou o mesmo e espreguiçou dando o sinal de que ia agir.
– Prof
querido do meu core. – Ergueu
a mão. – Posso
ir à enfermaria?
– E
qual o motivo, senhorita Brandon? – O
velho rabugento questionou.
– O
senhor não entende. – Levantou-se. – É
assunto de mulher... eu estou naqueles dias e me sinto... tonta. – Passou
a mão na testa.
– Sei. – Ele
duvidou.
– Oh,
por favor,... eu... eu... – Ofegou,
depois caiu durinha no chão. Ao fazer isso, derrubou todo o lucro das canetas
no chão. Os alunos caíram em cima querendo faturar a grana. O professor,
atordoado, brigava com a galera e ao mesmo tempo tentava socorrer Alice.
Aproveitei o tumulto e corri
para a janela. Eu a ergui com cuidado, morrendo de medo de ser flagrada.
– TODOS
EM SEUS LUGARES!
O berro do professor me
assustou e no meio da afobação saltei rápido para fora. Quase gritei de dor ao
cair em cima de uns arbustos. Engatinhei para longe da janela, depois me
levantei e saí correndo pelo gramado. Corri o mais rápido que pude para não ser
barrada por algum professor mala. Na portaria, “molhei” a mão do porteiro
malandro e finalmente escapei.
Assim que coloquei os pés na
calçada, notei que meu joelho sangrava bastante. Foi então, que ouvi:
– Isabella
Swan!
Olhei para trás e vi a diretora
vindo ao meu encontro. Ela estava com cara de que ia me condenar à prisão
perpétua. Eu não estava a fim de discutir com a megera, mas parecia inevitável,
já que ela se aproximava com rapidez.
De repente, surgiu no início da
rua, em alta velocidade, um Mustang conversível preto. Eu até podia ouvir “Pour
some sugar on me” do Def
Leppard tocando
no carro. Brad
estacionou bem à minha frente e tratei de pular para o banco do passageiro.
– Vai!
Vai! Vai! – Gritei
e ele acelerou deixando minha diretora só com o cheiro do pneu queimado.
– Um
dia desses ainda vou ser preso por sua causa. – Gargalhou.
– Vale
à pena. – Fiquei
de joelhos no banco.
McFadden me fitou com seu
típico olhar malicioso. Aquele olhar era muito mais sugestivo que as investidas
dos garotos da minha idade. Ao parar ao sinal vermelho, falou:
– Vem
cá, minha fugitiva.
Inclinei-me na direção dele e
beijei-lhe com vontade. Sua boca sempre adocicada por conta de seu chiclete
favorito me deixava louca. Podia sentir as mãos possessivas e ousadas dele em
minha cintura e eu soube que nossa tarde ia ser agitada. Ficamos nos beijando
até os motoristas atrás de nós começarem a buzinar impacientes.
– Pra
onde vamos? – Eu
estava muito feliz...
– Melbourne.
Vou tocar lá essa noite e você sabe que preciso da minha fã mais carinhosa pra
me dar apoio. – Afagou
minha bochecha.
– Ótimo. – Sentei-me
aumentando o volume do som.
Pegar a estrada até Melbourne
ia ser muito divertido. Curti a música enquanto meus cabelos esvoaçavam ao vento.
– O
que aconteceu com seu joelho? – Perguntou
olhando para o local.
– Caí.
Não se preocupe.
– Vamos
parar logo ali na frente. Precisa cuidar disso.
(...)
O show do Link 69 foi
fantástico. A noite foi perfeita, mas na volta para casa o Mustang deu prego na
estrada.
– O
reboque vai demorar um pouquinho pra chegar. – Ele
pulou para o banco traseiro.
– Tudo
bem. – Fui
para junto dele.
Brad pegou uma das latinhas de
cerveja que estavam largadas no banco de trás e abriu. A espuma escorreu por
sua mão, então ele chacoalhou os dedos para que a espuma me atingisse.
– Pára. – Ri
beliscando seu braço.
McFadden encostou-se ao banco e
me puxou para junto de seu peito.
– Você
é tão cheirosa. – Murmurou
afundando o rosto em meus cabelos.
– Eu
sou muitas coisas. – Fitei-o
sorridente.
– Então
me conta.
– Vai
ter que descobrir.
– Sabe
o que mais gosto em você?
– Tudo? – Ri.
Eu era uma garota confiante e bem resolvida.
– O
seu jeito impulsivo. Cara, eu gosto muito disso. – Beijou
minha bochecha. – Você
não pensa nas conseqüências.
– Pensar
pra quê? – Sorri.
– Porém...
– Sempre
tem um “porém”. – Sentei
em seu colo.
– Você
sabe... – Beijou
meu pescoço. – Não
entendo porque não pode ser minha.
– Mas
eu sou. – Beijei
suavemente seus lábios.
– Sabe
do que estou falando. Qual o problema? – Acariciou
minhas costas. – Por
que não podemos se eu quero e você quer?
Passei minhas mãos por seus
cabelos dizendo:
– Bradley,
Bradley... – Suspirei. – Eu
sou sua, mas você ainda não é meu. Só quando for meu faremos amor.
Ele me encarou de uma forma
diferente. Sua arrogância sensual não estava presente e isso me deixou confusa.
Existia algo em seus olhos que eu não consegui decifrar, uma melancolia que não
era típica dele. Para disfarçar, bebeu um pouco da cerveja e desviou o olhar.
– Nunca
vai entender o que sinto por você.
– Me
ama? – Brinquei.
Tomei a cerveja de sua mão dei um grande gole.
McFadden passou a beijar meu
pescoço e orelha enquanto eu refletia sobre minha própria pergunta. Ele me
amava?
– Estou
feliz que tenha fugido para ficar comigo. – Murmurou
contra minha pele.
– Isso
que você diz sentir por mim é forte?
– É
tão forte quanto isso. – Beijou-me
com intensidade. Ele devorou meus lábios ignorando o fato de que podia estar me
machucando. Retribuí com a mesma vontade, me entregando àquela tortuosa
declaração que fez meu coração ter certeza de que de algum jeito ele me amava.
– Espera. – Interrompi
o momento necessitando de mais certezas. – Faz
uma coisa por mim?
– O
que quiser. – Respondeu
com a voz rouca.
– Enquanto
sentir isso que não conseguimos nomear, por favor, deixe visível. Eu preciso
saber que está ligado a mim.
– E
como faço isso?
Olhei para os lados em busca de
algo que simbolizasse nosso vínculo. Então olhei para o anel da latinha e o
arranquei, depois tirei o colar de Brad e coloquei o anel junto com seus outros
pingentes.
– Enquanto
usar isso eu saberei...
– Saberá
o quanto eu te quero, Bells. – Interrompeu
me deitando no banco. – E
eu quero de muitas formas, todos os dias. – Deitou-se
sobre mim sugando meus lábios.
...
Não foi naquela noite que me
entreguei para Brad, mas cheguei bem perto. Nós nos acariciamos como nunca
antes, e vivemos um momento que para mim se tornou inesquecível.
Ver o anel da lata no pescoço
dele me deixou extremamente perturbada.
– Chega! - Levantei incapaz de
continuar com a tortura.
– Algo de errado? - Acariciou meu
tornozelo.
– Por favor, não me toque. -
Murmurei com medo de encará-lo.
Meu ex ficou de pé e sussurrou em
meu ouvido.
– Até quando vamos fugir?
Reuni todas as minhas forças e
respondi:
– Se afaste agora. - Temia que
meus sentimentos se voltassem contra mim.
– Não.
– Se afaste. - Pedi mais alto.
– Se afaste. - A voz firme de
Edward ecoou no cômodo.
Brad o encarou, mas não saiu de
perto de mim.
– Só estou conversando, amigo. -
McFadden sorriu.
– Se ela falar para você se
afastar, deve se afastar. - Ed se aproximou muito sério.
– Ou? - Brad provocou.
– Cala a boca. - Nervosa, dei
dois passos mancando.
– Eu te ajudo. - Ed me colocou
nos braços.
– Não é necessário, posso andar.
- Falei baixinho.
– Tudo bem. - Me carregou até a
soleira, mas antes de atravessá-la disse a Brad - Espero que tenha entendido
bem o que eu falei... amigo.
O que deu no selvagem? Ele
arrasou na interpretação. Brad deve estar puto.
Prendi o riso.
(...)
Como Alice nos abandonou, eu fui
obrigada a ler o “Aprendendo a Namorar”. Eu não estava muito no clima depois do
incidente na cozinha.
– Posso começar? - Questionei
sentada de frente para ele. O cara da selva nem abriu a boca. - Muito bem. -
Suspirei. - Capítulo
3, Carinho.
- Oh Deus, carinho não. Carinho não. Edward me encarou certamente pensando o
mesmo. Não era dia para carinho. Nós estávamos a poucas horas da festa e
precisávamos aprender algo como... como... ok, carinho. Realmente seria bom
parecemos íntimos a esse ponto. Respirei fundo e continuei. - Carinhos são demonstrações de afeto, bondade,
consideração. São afagos, carícias, gestos suaves geralmente feitos com as
mãos. Mas o carinho é mais uma atitude do que um gesto. Carinho pode estar
presente no modo de olhar ou mesmo no tom de voz. A maneira mais comum e óbvia
de manifestar carinho está no aspecto físico, quando as mãos são usadas com
suavidade para afagar a outra pessoa. O comumente esperado é que isso aconteça
quando há maior liberdade entre o casal. O corpo inteiro é sensível para dar e
receber prazer, mas cada pessoa tem uma área mais sensível. Para descobrir
isso, só resta a prática. – Engoli
a saliva com dificuldade. O assunto estava ficando muito íntimo. - As carícias mais frequentemente usadas são
aquelas nas quais as mãos roçam com delicadeza no rosto, braços, costas ou
pernas. O grande segredo está na docilidade com que é realizado o movimento.
Outra boa forma de carícia é o famoso cafuné. Esse é simples e eficiente. Quase
todos relaxam e sentem prazer ao receber um cafuné. Os dedos devem estar leves ao se entrelaçarem
aos cabelos do(a) parceiro(a). É um movimento como de vai-e-vem, um abrir e
fechar dos dedos simples o suficiente para que qualquer um pratique. Carícias
assim são muitíssimo usadas porque podem ser realizadas na intimidade do casal
ou na presença de outros. – Parei a leitura e coloquei o livro
sobre a cama. - Acho melhor tentarmos absorver essa primeira parte. O que acha?
– Hã... - Refletiu. - Você vai me
acariciar? - Ficou ligeiramente mente tenso.
Mendigo, mendigo, mendigo! Ai,
droga. Tenho que parar de pensar isso, não é certo. Bella, por favor, olhe além
da aparência.
– Vou. - Respondi sem ter certeza
se era capaz. - Podemos começar tocando apenas as mãos?
Ed deu de ombros e esticou as palmas
em minha direção. Assim que as toquei, notei o quanto eram ásperas. Meus dedos
roçaram em suas palmas, mas aquilo não chegou a ser uma carícia. Eu sempre fui
carinhosa, porém não era algo que se pudesse ligar e desligar como uma lâmpada.
Com Edward era difícil ser carinhosa, pois não tínhamos nenhum vínculo
sentimental.
– Então? - Perguntou baixinho.
– Precisamos tentar outra coisa.
Posso tocar seu rosto?
– Sim.
Fiquei de joelhos e encostei a
ponta de meus dedos em suas bochechas. O gesto foi impessoal demais.
– Vou melhorar. - Respirei fundo
e afaguei seu rosto com mais intimidade. Fiquei surpresa ao notar o quanto a
barba dele era macia. Minhas mãos subiram por sua testa e chegaram aos cabelos.
Eles tinham um cheiro interessante, não sei explicar, mas me lembrava algo
tropical, natureza, mar... - Como estou me saindo?
– Não tenho certeza.
– Talvez você se saia melhor. -
Sentei-me. - Me toca. - Pedi com naturalidade.
– Onde?
– Qualquer lugar. Espera, não em
qualquer lugar. - Ruborizei ao lembrar da apalpada.
– Creio que entendi.
Respirei aliviada.
Hesitante, Edward aproximou a mão
de meu pescoço. Seu toque foi delicado como se eu fosse quebrável. Aos pouco
seus dedos se aproximaram de minha nuca e entrelaçaram-se em meus cabelos.
Quando movimentou os dedos em um cafuné, involuntariamente gemi. Eu era muito
sensível naquela região.
Ed se afastou imediatamente.
– Talvez devêssemos pular esse
capítulo. - Procurei evitar maiores constrangimentos.
– Você desiste muito fácil.
– Não. Eu sou bem persistente.
– Percebe-se. - Esnobou.
– Tudo bem. Precisamos de um
local que nos inspire, aqui não está dando certo.
– Onde quer ir?
– Vamos para o jardim.
(...)
Edward me carregou até a parte do
jardim onde o puma estava preso. Era um local com sombra, afastado o suficiente
da casa para que os hóspedes se mantivessem longe. De relance, vi os
preparativos para a festa de amanhã. Confesso que estava mais preocupada com a
frase “você desiste fácil”. Eu sabia que era um dos meus defeitos, mas o cara
da selva o expor daquele jeito me fez sentir... fraca.
O dia estava ensolarado e ventava
bastante. Sentamos no gramado, um de frente para o outro. O puma estava
inquieto com minha presença, um rosnado baixo brotou de seu peito.
– Qual o problema dele? -
Questionei.
– Ele não gosta de você. -
Respondeu simplesmente.
– Acho que ele não é o único. -
Ironizei. Eu bem sabia que Edward também não apreciava a minha pessoa e era
exatamente isso que me deixava intrigada. Por que motivo estava me ajudando?
Sentia cada vez mais a necessidade de saber.
– Por que está fazendo isso? -
Fiquei surpresa quando ele usou exatamente as palavras que eu planejava usar.
– Achei que soubesse. - Ainda não
tinha ficado claro?
– Entendo que é por causa do
Brad, entendo que quer se vingar, mas não seria mais simples dizer a ele que o
ama?
– O quê? Não! Não o amo! Isso é
inaceitável. - Me ofendi. - Não sabe o que fala. - Solucei.
– É incrível sua habilidade de
mentir até para si mesma. - Aquelas palavras soaram como uma afronta.
– Eu não estou mentindo. -
Respondi aborrecida.
Edward me encarou com o uma
expressão serena. Ele não se importava com minhas declarações, já tinha sua
idéia bem formulada sobre mim e sobre meus sentimentos.
– Não estou te acusando de nenhum
crime.
Com esforço, fiquei de joelhos, o
encarei e disse o mais severamente possível:
– Você... não... me conhece.
– Acho que nem você mesma se
conhece. - Retrucou.
– Qual o seu problema? Até pouco
tempo atrás estávamos numa boa, por que agora está me atacando com palavras
como se fosse o senhor absoluto da razão? - Ele permaneceu em silêncio. - Diz!
Por quê? - Coloquei-o contra a parede. - Você me fala para não julgar, mas querido,
você me julga o tempo todo.
Tentei me levantar, só que com a
perna machucada foi muito difícil.
– Espera. - Colocou uma mão no
meu braço. - Desculpe. É que...
– Que?
– É tão claro como isso vai
terminar. Não vê?
– Não vê o quê, Edward? - Fiquei
mal humorada.
– Nada vai mudar. Nós podemos
fingir de todas as formas possíveis, seu ex-namorado até pode sentir ciúmes,
mas no final desse mês ele vai embora e você vai continuar sentido essa mágoa.
Nada vai mudar. - Repetiu. - Bella, no fundo você sabe que esse não é o caminho
certo.
Voltei a sentar-me, inconsolada
por não ter como revidar. Até quis xingá-lo, porém, a forma crua com que Edward
expôs minha vida e meus sentimentos me deixaram indefesa.
Nada vai mudar.
Essa era a pior coisa que eu
podia ouvir. Era do que eu tinha mais medo.
– Humilhá-lo não vai me fazer
esquecê-lo? - Quase não consegui falar.
– Não.
– Eu não vou... aceitar... Não...
acredito nisso. - Tropecei um pouco nas palavras. - Desviei o olhar prendendo o
choro.
– Bella? - Me pressionou.
– É a minha única esperança, ok?
Não tenho um plano melhor e talvez nem exista. - Um misto de raiva e tristeza
fez uma lágrima escorrer por minha face. - Você não tem idéia de como é desejar
esquecer alguém e não conseguir. Provavelmente não sabe como é passar a noite
inteira acordado imaginando como seria sua vida se não o tivesse conhecido. Ou
se perguntando o quão feliz poderia ser se não vivesse se punindo. Não é que eu
não tenha amor próprio, eu já tentei seguir em frente várias vezes, mas... está
aqui. - Coloquei a mão no peito desabando emocionalmente. - Não sai. - Fechei a
palma como se pudesse arrancar meu coração. - Você não tem noção do quanto me
odeio e me culpo todos os dias por amá-lo. - Era a primeira vez que conseguia
falar exatamente o que pensava. - Eu sei como o Brad é, sei que não serve para
mim, só que estou presa de uma forma que nem consigo explicar. Até a presença
dele me faz sentir doente e dependente. Esse sentimento me consome e me oprime.
Algumas vezes não consigo acreditar que é real. - Trêmula, enxuguei as
lágrimas. - As pessoas me julgam, mas poucos sabem como é conviver com esse
tormento sem sentido. Estou nesse estado porque deixei que meu amor virasse uma
doença obsessiva. O real motivo de ter implorado pra que você participasse da
farsa é que eu não quero que Brad saiba o que sinto. Não posso culpá-lo por
todas as calamidades da minha vida. Ele só não me amou, muitas pessoas passam
por isso e superam. Mas eu... fiquei presa em um estado emocional permanente e
destrutivo. Preciso que Brad me veja feliz, talvez assim consiga convencer a
mim mesma de que em algum momento eu possa ser. - Baixei a cabeça. - Por que
não posso alimentar o restinho de orgulho que me resta? Por que não posso ser a
que humilha? Estou cansada de ser a humilhada. - Sussurrei.
O silêncio que se seguiu foi tão
frustrante que precisei esconder o rosto atrás das mãos. Logo me arrependi de
ter desabado justamente com um homem que nunca me entenderia. O que ele podia
saber sobre amor e suas consequências?
– Por que ele te deixou? -
Perguntou baixinho.
– Talvez só tenha se cansado, ou
dormir comigo não tenha sido tão bom. Provavelmente nunca me amou. Quem sabe?
Só não gosto de pensar que foi por causa de meus defeitos. É difícil saber que
eles superam minhas qualidades.
Edward desviou o olhar e refletiu
por alguns segundos, depois disse:
– Quero que faça uma coisa.
– O quê?
– Feche os olhos e pense em cinco
qualidades que gostaria que seu próximo namorado tivesse.
– Isso é serio? - Achei estranho.
– Sim, por favor, faça o que
pedi.
Fechei os olhos e pensei em fiel, carinhoso, inteligente, divertido e
corajoso.
– Pronto. - Abri os olhos.
– Agora pergunte a si mesma se
você tem essas mesmas qualidades.
Baixei a cabeça sabendo que não
tinha nem metade.
– Não... eu não tenho.
– Então, Bella, seus
relacionamentos nunca vão dar certo porque quer mais dos outros do que você
mesma pode dar. Você se encheu de expectativas e a frustração de não
alcançá-las te deixou desnorteada e abalada.
O veredicto de Edward me deixou
meio chocada. Ele estava completamente certo.
– Como pode ser tão... sábio? -
Estava perplexa.
– Tenho um ótimo pai e eu tive
bastante tempo para refletir sobre essas questões.
– Nossa, o meu pai não me ensinou
nada disso. - Confessei tristonha.
– Bella, eu não achei que diria
isso, mas quero ser seu amigo. Quero te ajudar.
– Sério? - Sorri. Por algum
motivo aquilo pareceu extraordinário. - Também quero ser sua amiga. - Meu humor
melhorou um pouco.
– Desculpe se minha sinceridade
te magoou.
– Depois que eu caí de duas
árvores, corri atrás de uma tappa kana, desabei de uma mesa, engoli uma abelha,
espirraram no meu rosto, quase fui atacada por um puma e tive que ficar
trancada em um armário com Emmett e Jazz... Bem, acho posso me dar ao luxo de
dizer que vou sobreviver à sua sinceridade.
Edward gargalhou.
– O que não te mata te fortalece.
- Falou.
– Exatamente. - Concordei. -
Sorvete?
– O quê?
– Vamos tomar sorvete na cozinha.
– E o livro? E o treinamento?
– Mais tarde continuamos. Preciso
relaxar.
Edward levantou-se e me puxou
para junto de si. Subi em suas costas e ele me carregou com facilidade até a
cozinha.
Continua...
Que fofo o Edward enfrentando o Brad
em defesa da Bella. E toda essa conversa deles foi tão intensa. Achei legal ela
se abrir com ele dessa forma, mostra que ela confia nele, por algum motivo ela
confia. E ele fala umas verdades tão verdadeiras... chega a ser assustador.
Acho que essa amizade vai se transformar em algo muito mais sólido e forte.
Beijos e até amanhã.
oiii moms!!! adorei esse desafo dela pra ele quem sabe Agora eles se tornam amigos e depois rola alguma coisa ne! ate amanha cedo beijusculo
ReplyDeleteAwwwwwwwwwwww adorei esse cap !!! Bella botando tudo pra fora com o Ed, e ele sendo gentil e querendo ajudá-la ♥♥ Aaiai... Essa amizade ainda vai crescer MUITO ~se é q me entendem! rsrs
ReplyDeleteE as palavras do Ed, cara... são muito boas! Acho q dpois vou procurá-lo e pedir uns conselhos kkkkkk
Beijoos :*
Auuunt *-*
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