Título: Finding Happiness
Autora(o): Belitta
Shipper: Robsten
Gênero: Romance/Drama
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Sexo; Violência
Finding Happiness
By Belitta
Atenção: Este conteúdo foi classificado
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"
CAPÍTULO 31
“A maior prova de amor, é a confiança.”
(Joyce Brothers)
Era tudo tão doce e claro.
O céu naquele tom bonito de amanhecer com as ondas da praia batendo levemente nas pedras, onde eu estava sentada.
Havia mais alguém comigo, apesar de não conseguir identificar, a pessoa me trazia paz e muita confiança só de estar ali.
Eu sabia que estava em um lugar desconhecido, mas que ao mesmo tempo, me parecia familiar demais para nunca ter estado ali.
Um sol quente e saudável batia em meu rosto e em meus braços que estavam sendo expostos àquela maravilha de horizonte e paisagem.
Sentada em cima daquelas pedras, com uma companhia agradável e reconfortante, era como se eu estivesse feliz, o que eu realmente estava.
Era um sonho.
Como a muito, eu não tinha.
Sorri sentindo o sol bater forte demais em meu rosto, franzi o cenho na tentativa de aplacar um pouco a luz forte demais.
E como num passe de mágica, eu abri os olhos.
Ainda estava claro e era um dia ensolarado.
Pisquei várias vezes os olhos tentando focar minha visão em um ponto único, mas as cortinas estavam fechadas apesar de ter bastante luz no quarto.
Depois de um suspiro contente, me virei para saber da onde vinha toda aquela paz e harmonia que eu estava sentindo.
E descobri de onde.
Eu dormia nos braços de Robert, por isso não soube identificar os meus sonhos e a realidade, estar com ele já era um sonho mais do que perfeito.
O corpo tonificado estava completamente moldado ás minhas costas, ele tinha seus braços fechados em um círculo apertado em minha cintura, como se estivesse com medo de que eu saísse dali.
Mas eu não sairia, eu nunca mais sairia do lado de Robert.
Não enquanto ele me quisesse.
A expressão serena e tranqüila dominava seu rosto de traços leves e masculinos, a barba loira por fazer espetando a palma de mão esquerda que estava pousada em sua bochecha, fazendo um carinho que eu estava morrendo de saudade de fazer e que eu sabia que ele gostava.
Sorri sentindo que nossas pernas não podiam estar mais emboladas uma na outra e que o seu pé batia direto em minha canela, dando ainda mais a sensação de realidade com nossos corpos colados daquele jeito.
Virei meu corpo completamente e me aconcheguei em seu peito, sentindo o cheiro de sua pele me invadir, intoxicando meus sentidos, me deixando levemente tonta e completamente satisfeita.
Meu sorriso se alargou quando senti os beijos calmos e carinhosos em meu cabelo, sua mão me puxando para mais perto enquanto a outra se imiscuía em meus fios.
- Achei que iria dormir mais um pouco baby. – disse suavemente, se abaixando um pouco para depositar um selinho carinhoso em meus lábios.
Foi chegando mais perto dele que eu afundei meu rosto em seu pescoço, puxando fundo seu cheiro, como ele fazia naquele momento comigo, a ponta do seu nariz passando por toda a lateral do meu.
- Maresia. – murmurei, sentindo seu sorriso em minha pele.
- Mel e guaraná. – ele disse em um sussurro me fazendo sorrir de olhos fechados.
- Eu não queria acordar nunca mais.
-Não estamos sonhando Kris. – olhei-o nos olhos perdendo o contato direto com seu cheiro, mas minhas mãos ainda estavam espalmadas em seu peito nu, o edredom o cobria apenas da cintura para baixo.
- Nós temos que conversar. – disse a contra gosto. Eu não queria perder aquilo que estávamos tendo agora.
- Eu sei. – respondeu suspirando e fazendo carinho com seu polegar em meu rosto.
- Me perdoa? – minha voz era fraca novamente.
- Vamos pular essa parte ok? Não tem nada para perdoar Kris, você está aqui. – seus braços se apertaram em minha volta. – É isso que importa.
- Eu preciso que você me perdoe Rob...
-E eu já disse que está tudo bem. Não conseguiria ter raiva de você mesmo se eu quisesse ou tivesse motivos pra isso.
- Você pode mudar de idéia. – mordi os lábios sabendo que estava chegando a hora de contar tudo pra ele.
- Isso é impossível. – me deu outro selinho. Sorri fraco aprofundando um pouco o beijo, poderia ser o último.
- Eu te amo. – lhe disse com a voz embargada.
- Eu também te amo.
Espero que continue me amando depois disso também.
Pensei amargamente.
Suspendi o edredom de cima de mim e me desvencilhei calmamente de seus braços, lhe dando um sorriso pequeno.
- Aonde vai?
Não respondi, peguei minha calcinha, vestindo-a junto com uma blusa sua, eu sentia tanta falta de fazer aquilo.
Fui andando até em cima da nossa cômoda, pegando o maço de cigarros de canela que ele sempre guardava ali e acendi um pra mim.
Estava precisando desesperadamente me acalmar.
Meus olhos atravessaram o quarto e vi a sua expressão confusa, me sentei no sofá perto da janela que mesmo com as cortinas fechadas deixava o sol entrar.
Traguei três vezes antes que ele viesse se sentar ao meu lado, já vestido com a calça de pijama.
Engoli em seco, focando em qualquer lugar que não fosse seu rosto.
Aquela seria minha prova de fogo, mas eu me sentia preparada pra isso.
Ou pelo menos eu achava.
- Você não precisa fazer isso. – ele disse e eu já sentia as lágrimas invadindo meus olhos, com o desespero começando a querer me engolfar.
- Eu quero.
- Kristen...
Desci o nó estranho e espinhoso por minha garganta e traguei o cigarro de novo.
Era agora ou não seria nunca mais.
Deixei que as lembranças dolorosas me invadissem, eu precisava da dor delas para que ele entendesse o que eu passei.
Puxei meus joelhos para cima do estofado branco e apoiei meu queixo ali, começando a contar pra ele tudo o que eu podia me lembrar daqueles anos mais negros da minha vida.
- Eu tinha nove anos quando vi meu pai pela última vez. – engoli o choro e os soluços. – Ele havia chegado de uma viagem de negócios e era natal, começo de dezembro. Lembro-me que ele prometeu levar todo mundo pra Nova York no ano-novo. Eu fiquei louca, junto com meus irmãos, nós finalmente veríamos a “bola gigante” cair do céu. – sorri triste com a lembrança.
“Meu pai era o tipo de cara voltado completamente para a família, com um amor incondicional pela minha mãe e por nós três, ele chegava em casa, nos abraçava e dava um beijo em mamãe, perguntando qual de nós havia feito mais bagunça, até que ele sorria pra mim e me pegava no colo, eu era a princesinha da casa, como ele mesmo dizia junto com mamãe.”
Não me importei com as lágrimas que começavam a cair, elas me fariam bem.
“Nós três, os irmãos. Sempre fomos os mais unidos que qualquer outro irmão da vizinhança, nós só tínhamos uns aos outros e cada um de nós cuidava do próximo como podia, nossa vida era estável, sem problemas financeiros nem nada do tipo, papai era dono de uma empresa de valores e tinha ações na bolsa de Nova York, por isso ele vivia viajando para lá.”
Traguei meu cigarro sabendo que toda minha biografia iria me custar belos machucados mais tarde, mas eu devia aquilo a Robert. Eu devia aquilo a mim.
“Dia 21 de dezembro papai não voltou pra casa, ele ligou avisando que teria que viajar, mas que chegaria a tempo do Natal e que voltaríamos todos para NY na virada do ano. Eu fiquei triste assim como todos os outros, ninguém gostava de ter o papai ou a mamãe muito longe. E eu nunca soube se ele realmente voltou para aquele Natal.”
Apertei meus olhos com força, era nessa parte que Rob iria começar a me odiar, eu tinha que me preparar para aquilo.
“Eu tinha uma amiga, Ashley. Ela era a minha vizinha e apesar de ter dez anos, estudávamos juntas na mesma classe. Ash era alegre e brincalhona, mas muito desligada da vida real para se importar com algo que não fosse suas bonecas ou um Cupcake de amora. Antes de sairmos de feriado para o Natal, ela me disse que queria me apresentar um novo amigo do pai dela, que vinha visita-la sempre na escola agora. Eu estranhei no começo, não gostava de falar com estranhos e o meu pai tinha me ensinado a sair da escola e esperar a mamãe no pátio externo, sem sair de lá para nada.”
“Mas eu não podia decepcionar a Ash e acabei indo com ela até a rua lateral do colégio. Vi uma Van azul escura com um moço bem alto parado e encostado nela, com os braços cruzados e um sorriso feio no rosto.”
“- Olá mocinhas. – ele havia dito, não gostei da voz dele e me agarrei ainda mais á minha boneca que estava em meus braços, querendo voltar para a escola e esperar minha mãe.”
“- Oii Ben. – Ash respondeu sorrindo e abraçando as pernas do moço.”
“- Olá Ash, trouxe a sua amiguinha que eu pedi.”
“- Ash, eu vou voltar pra escola. – eu respondi emburrada sem encará-lo.”
“- Oh mais por quê? Nós podemos dar uma volta e comer um Cupcake, o que vocês acham?”
“- Sim, sim. Vamos Kris, ele é amigo do papai.”
“- Isso mesmo e depois eu deixo cada uma na casa de vocês, que tal?”
“- Não, eu vou esperar a mamãe. – me virei para sair, mas ele puxou meu bracinho fino demais para as mãos dele, não gostei quando ele me tocou. Era ruim e nojento.”
“- Vamos lá Kris. Será apenas alguns minutos.”
“- Eu vou. – disse Ash já pulando no assento do carona ao lado do motorista, ela mesmo fechou a porta e travou o seu cinto de segurança, sorrindo feliz por que iria comer um Cupcake.”
“Encarei o homem alto e ele parecia ter ganhado na loteria pelo brilho que seus olhos traziam, eu queria voltar e recuar dali, mas não poderia deixar Ash sozinha com aquele homem, ela era minha amiguinha e ele era amigo do papai dela. Não poderia haver nada de mal. Eu assenti com a cabeça e entrei naquela maldita Van. Foi a última vez que eu vi meu colégio.”
“Me desesperei quando olhei pela janela de vidro escuro, vendo que não estávamos mais em Miami, eu nem podia mais ver a praia, nem os prédios ou as casas. Cutuquei o braço de Ashley que havia dormido, estávamos há tempo demais andando com o carro, eu comecei a entrar em pânico e pedi ao moço para nos levar de volta. Ele disse que não, e não tinha mais aquele sorriso no rosto. Ele parou o carro num acostamento e abriu o porta luvas, preguei as minhas costas no banco com medo do que ele iria fazer, suas mãos tamparam minha boca quando comecei a gritar e a última coisa que senti foi uma picada de agulha em meu braço e logo em seguida a completa escuridão.”
Meu peito batia de forma dolorosamente lenta, como se eu estivesse morrendo torturada e era como eu me sentia, eu podia rever cada cena, cada sentimento que eu passei, estava tudo ali, na minha frente, sendo exposto como uma vitrine. Não sabia qual estava sendo a reação de Robert, mas eu escutava sua respiração ofegante, me recusava a olhá-lo, não teria coragem pra isso.
“Quando acordei estava num lugar diferente, parecia uma casa abandonada, mas conservada em algumas partes, eu escutava um choro baixinho e uma risada alta vinda do meu lado, mas os meus olhos estavam pesados demais para que eu pudesse abri-los. Consegui depois de um tempo ouvindo os resmungos e tarde demais percebi que era preferível ficar cega ao ver a cena em minha frente.”
“Um homem velho e horrendo violentava uma moça de no máximo 22 anos, ele ria e ela chorava desesperada, não me conformei com aquilo e sem pensar muito me joguei em cima dele, batendo em suas costas tentando fazê-lo parar de machuca-la, comecei a chorar também. Ele me tirou de cima dele com uma só mão e me disse para ficar longe e que minha vez iria chegar. Não desisti e uma mulher gritou comigo, eu nunca a tinha visto ali, mas ela me aplicou a injeção de novo e eu dormi chorando.”
As lembranças de Dorothy eram sempre as mais dolorosas, elas me machucavam tão fundo no peito quando um raio de 220V.
“Não vi mais Ashley e nem a menina do choro, até o dia em que acordei em algo que estava em movimento, parecia um carro, só que era bem maior e frio. Ouvi uma voz me chamando ao longe e abri os olhos tentando me focar, vi que era a moça que me chamava e arregalei os olhos perguntando se ela estava bem, ela sorriu triste me dizendo que sim e me abraçou, me agradecendo por tentar ajudá-la, ela estava suja e percebi que eu também estava, foi quando me toquei que estávamos dentro de um caminhão. Não fazia idéia de quantos dias nós estávamos ali dentro, já que cada vez que eu acordava, era sedada novamente.”
“Mais dias se passaram e Ashley finalmente despertou, nós ficamos juntas o tempo inteiro, chorando e nos perguntando quando poderíamos ir pra casa. A moça que se chamava Dorothy nos embalava e prometia que ia ficar tudo bem, mas não ficou. As coisas só pioraram, quando chegou à tarde naquele dia, nós paramos e abriram as portas do caminhão, a luz entrou ofuscando meus olhos, mas consegui ver o sorriso no rosto de Dorothy quando percebemos que era uma guarita policial.”
Limpei minhas lágrimas, eu queria poder contar tudo de vez, mas meus soluços não deixavam.
- Kristen... não faça isso.
- Me deixe terminar Rob. Eu preciso.
Respirei engolindo em seco e contei a ele como foi meu encontro com Brian, sem dizer o nome é claro.
“Eles não nos ajudaram como pensávamos que iriam fazer. Pelo contrário, o homem que era responsável pela fronteira do país, tinha o direito de escolher uma de nós. Ele parecia financiar as coisas por ali também. E ele escolheu a mim.”
- Pára com isso Kristen. – eu fingi não escutar seu tom de raiva e pura ira ecoando em meus ouvidos.
“Ele entrou no caminhão e fez o que tinha que ser feito, saindo de lá com um sorriso nojento no rosto, me deixando ali, machucada, sangrando e acabada, por dentro e por fora... Dorothy tentou me defender, mas ninguém lhe deu ouvidos e ela e Ashley choraram comigo pelo resto daquela maldita viagem. Mas estar machucada não impediu que me jogassem em uma outra casa qualquer quando chegamos no nosso destino, que eu não fazia idéia de onde era. Dorothy me pediu para nunca desistir de sair dali, não importa quando tempo se passasse, haveria sempre uma esperança, para qualquer uma das garotas e garotos que eram levados para aquele lugar frio e escuro. E acredite, tinham muitas lá dentro.”
“O tempo foi passando e cada vez mais, eu era machucada. Não sabia quantos homens entravam no meu quarto a cada dia e também não fazia questão de contar, eu apenas lutava contra cada um deles e sempre levava uma surra no final da noite. É daí que vem minhas cicatrizes, elas eram feitas a faca. Cada vez que uma de nós se rebelava, éramos marcadas. Dorothy tinha tantas cicatrizes como eu, já Ashley não tinha tanta. O policial da fronteira vinha freqüentemente “me visitar” como ele mesmo dizia. Mas eu sempre fiz o que Dorothy me pediu. Eu jamais perdi a esperança de sair daquele lugar.”
Me levantei do sofá fungando e ficando de pé em frente a janela, cruzando meus braços em meu peito, impedindo-o de se quebrar, mais do que já estava quebrado.
“Eu fiz doze anos no mesmo dia em que vi o corpo de Ashley ser levado da casa. Aquela visão me derrubou por dias consecutivos e foi o que bastou, para que eu desse um chega naquela situação toda, afinal... eu nunca sabia quando chegaria a minha vez de ser morta por qualquer uma daquelas pessoas também. Bolei um plano de fuga com Dorothy, nós raramente nos víamos então, era difícil ter alguma coisa concreta. Ouve um tiroteio no lugar onde estávamos e Dorothy disse que aquela era a nossa deixa, mas eu só descobri tempos mais tardes, que ela não pretendia sair dali, porque sabia que seria mais difícil eu escapar se estivesse acompanhada, ela desistiu de fugir para me dar a chance de ser livre. Me pediu para avisar aos pais dela sobre sua morte e para que eu me curasse.”
“Ela seduziu dois homens na porta da casa, para que eu fugisse, eu tinha conseguido me livrar do garoto que estava em meu quarto quando bati nele com uma faca de cozinha que Dorothy havia me entregado no dia, mais cedo. E eu saí da casa, me sentindo sozinha e horrenda por estar sem Dorothy, mas continuei o meu caminho. Não olhei pra trás. Descobri que estava no México depois de três dias escondida em meio a fenos de uma fazenda. Eu sabia que tinha que estar na fronteira, pois havíamos chegado rápido demais, pelo menos era o que eu achava.”
“Fui seguindo os rastros dos rios que existiam na área rural, eu tinha fome e sede, e chorava a cada segundo, mas nada me faria parar ou descansar. Eu tinha que ir pra casa, eu estava machucada... e eu só tinha doze anos.”
Meus soluços saíram de forma violenta e eu baixei minha cabeça sentindo a presença de Robert perto demais de mim.
“Depois de mais três dias, encontrei os homens a quem os imigrantes chamam de coiote. Eu não tinha dinheiro para atravessar e o exército estava nas terras que dividiam os países. Então eles disseram que me atravessariam pelo mar, eu aceitei, daria tudo para ir embora dali. Como eu não tinha dinheiro, eles pediram a única coisa que eu tinha, não me importei também, eles não fariam nada de diferente que os outros fizeram, seriam apenas algumas marcas a mais.”
Engoli em seco ignorando meu choro desesperado.
“Passei onze dias em um maldito bote salva vidas, nossa água havia acabado e duas de quatro pessoas que estavam com a gente, já tinham morrido no percurso, mas eu não iria desistir, eu tinha prometido a Dorothy e eu chagaria a Miami nem que fosse a nado. A visão da costa ensolarada era como um presente dos céus, eu chorava copiosamente, ajudando a fazer o bote chegar até a areia. Me ajoelhei naqueles pontinhos brancos e me lembro de ter quase desmaiado ali. Mas minha força de vontade era maior, era muito maior do que a minha sede.”
“Encontrei lembranças perdidas dos meus pais e foi me agarrado a elas que eu me levantei e saí pelas ruas da tarde da Flórida, procurando o endereço do qual ainda me lembrava, meu corpo inteiro doía e eu não sabia se eles ainda estavam lá, se ainda me amariam depois de saber de tudo ou se me colocariam pra fora de casa, mas achei melhor arriscar.”
“Minha mãe me acolheu com todo o seu amor, chorando desesperada e aliviada por me ter de volta depois de mais de três anos fora de casa, não contei nada pra ela e nem a ninguém. Tinha vergonha e medo que me rejeitasse. Guardei aquela dor pra mim, me afastando de todo mundo e entrando em uma depressão confortável, principalmente depois de saber que meu pai tinha morrido.”
“Minha mãe tentava falar comigo, mas eu não respondia. Não queria que ela sofresse, preferia ter aquela dor só pra mim do que vê-la chorando. Até que Taylor descobriu e o seu olhar de pena me fez odiá-lo. Ele e Melanie me levaram até o hospital, dizendo que incrivelmente, eu estava limpa. Devia ser uma coisa boa, já que eu não me sentia nem um pouco dessa forma. Eu era suja e odiava que me tocassem, nem mesmo o médico. Por isso não vou a hospitais. Detesto que tenham pessoas me tocando.”
“Mas isso mudou quando conheci você, na verdade, você me mudou completamente. Eu aprendi a sorrir e ver a vida de uma maneira diferente a que eu estava acostumada.”
Chorei me virando pra ele, para vê-lo com lágrimas nos olhos também.
- Você me fez feliz onde eu só conseguia enxergar a minha própria escuridão e meu próprio terror. Eu nunca tive medo de você, nunca me importei que me tocasse ou que fizesse sua. Porque era você. Mas também me sentia suja a cada dia em que não lhe contava a verdade.
Ele se aproximou mais, vi uma lágrima grossa saindo de seus olhos.
- Me perdoe por não ter pedido para que se afastasse, me perdoe por não ter contado antes, mas eu morria de medo de perder você. Você era a única coisa no mundo que eu não podia perder Robert. – minha voz quebrada e abafada pelos meus próprios soluços.
E ele se aproximou mais.
- Tanto eu, quanto Ashley e Dorothy e mais outras milhares de garotas, fomos vítimas do tráfico de pessoas. – ergui a cabeça engolindo em seco. – Ainda machucam as lembranças do horror que foi viver tudo aquilo e todos me julgam dizendo que eu tenho que superar, mas ninguém sabe o que é isso. Eu era só uma criança.
Solucei sentindo-o perto demais de mim agora tocando meus pulsos e se abaixando para olhar em meus olhos.
Seus braços me embalaram no momento em que eu desabei, minha estrutura se desmoronando e ele me amparou com seus braços fortes e quentes.
Estavam me protegendo de novo.
Robert estava chorando junto comigo.
- Eu não tive culpa Robert. Não tive. Tinha apenas nove anos e todos eles eram mais velhos e me machucav...
Minhas lágrimas molhavam seu peito enquanto eu sussurrava abafada por sua pele, suas mãos em minha cabeça, fazendo carinho em meu cabelo para que eu me acalmasse, mas eu também sentia os soluços vindo dele...
Eu estava ficando desesperada, sentia o pânico das lembranças me engolfando e me levando para um lugar distante demais, onde eu não podia sentir Robert.
- Eu estou aqui. Estou aqui com você.
Deixei meu choro se soltar, os soluços altos e doloridos com minhas mãos em punho no seu corpo, eu pedia perdão a ele constantemente, rezando para que ele pudesse realmente me perdoar.
- Me perdoa.
-Vai ficar tudo bem, tudo bem Kristen. – ele disse com a voz abafada.
Eu quis retrucar, mas não tinha forçar para fazê-lo.
Senti meu corpo ser erguido do chão e ele se sentou na cama comigo em seu colo, nos cobrindo com o edredom branco enquanto eu chorava sem parar.
Sua voz cantou em meu ouvido durante o resto daquela tarde inteira. Nossos corpos em sincronia, ele me embalando como se embalada um bebê para dormir.
Eu tinha mais coisas para contar pra ele, mas podia deixar para amanhã, sabendo que aqueles momentos podiam ser os últimos, antes que a consciência o tomasse e ele visse que eu não passava de um nada em sua vida.
Me agarrei em seus braços deixando o cheiro de seu pescoço me acalmando, me deixando com sono e me fazendo dormir plenamente.
Nem que fosse pela última vez.
Continua...
Estou chocada com tanta crueldade. Saber que tudo isso aconteceu com ela quando ainda tinha só 9 anos é revoltante. O Rob teve que ser muito forte pra segurar tudo isso sem desmoronar mais do que demonstrou. Muito digno ele ter chorado com ela, sentindo as dores que ela estava sentido também. Acho que agora ela vai amá-la e admirá-la ainda mais. Só quero ver o que ele vai fazer quando souber que o Brian era o policial... Amanhã tem mais. Volto mais tarde com a outra fic. Beijos.
nuus , oou meio que a historia dela é bem trsite !
ReplyDeleteindabem que ele aceitou ela mesmo assim ;)
eSto triSte eSto chorando
ReplyDeleteate agora.....
BEIJOSSS.....
LILI.....
OMG!!!
ReplyDeleteQuanto horror
Que estória triste!!
Chorando muitoo!!
Nossa!! tô chorando também... Que barra ainda bem ela tem o Rob agora!! E é bom que ele quebre a cara do Brian...
ReplyDeleteconcordo ò-ó
Deletefoi muito triste a historia dela como alguem tem essa capacidade de fazer isso com uma criança so um ser repulsivo mas eu amei a historia e estou tbm chorando pelo modo como ela era tratada.
ReplyDeleteChoramdo muito aqui! Não consigo nem digita mais. =/
ReplyDeleteThamires Marques #*