FANFIC - BANDOLEIROS - CAPÍTULO 1

Olá pessoal! Vamos ao primeiro capítulo onde vocês conhecerão alguns dos personagens e um pouco da história também...

Título: Bandoleiros
Autora(o): Juliana Dantas

Contatos: @JuRobsten;

Shipper: Bellard
Gênero: Romance, drama, aventura, lemon, universo alternativo
Censura: NC-18

Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos:  Sexo

Bandoleiros

By Juliana Dantas

Atenção: Este conteúdo foi classificado 

como impróprio para menores de 18 anos.

"Estou ciente, quero continuar!"

Capítulo 1

1649 
Kent-Inglaterra 
Canterbury’House 
Residência dos duques de Buckingham e Canterbury

 
Alice tocou mais uma vez a mesma sonata no piano. 

Disfarçou a expressão de tédio. Olhou para fora, viu o sol brilhando e teve uma necessidade fremente de sair. 

Fechou o piano com força e ia fazer exatamente isto quando Edward apareceu.

–Aonde vai, Alice? - perguntou desconfiado.

–Dar uma volta.

Alice percebeu a expressão contrariada.

–Vai me dizer que agora sou prisioneira na minha própria casa? - perguntou magoada.

A expressão dele se suavizou.

–Claro que não. Mas o sol está muito forte e... 

Alice riu.

–Me poupe! Não é por causa disto que não quer me deixar sair! 

–Alice, o papai me deixou responsável por você! Se algo te acontecesse... 

–O que pode me acontecer? Estamos nas suas próprias terras, no campo! 

–Mesmo aqui, pode ser perigoso.

–Estou cansada deste excesso de zelo de vocês! Não sou feita de porcelana! 

Ele a encarou, obtuso.

–Sabe por que agimos assim, não é Alice? Depois do que você aprontou no ano passado... 

Alice fechou os olhos, sabia do que ele estava falando. 

Edward estava se referindo a sua fuga mal sucedida com o cocheiro.

–Não quero falar sobre isto. – fugiu do assunto.

–Sei que prometemos não mais falar sobre isto, mas você tem que entender que o que fez deixou todos nós muito preocupados!

–Mas eu não consegui fugir afinal de contas, não é? 

–Não conseguiu porque eu a impedi! 

–Edward, por favor, não aguento mais ficar trancafiada nesta casa! É um tédio aqui! 
–Papai a mandou pra cá, até que os rumores fossem esquecidos... 

–Já faz quase um ano! Com certeza os mexericos já devem ter cessado. Por favor, vamos voltar à corte! 

Edward encarou a irmã. Era tão jovem. 

E tão inconsequente.

Mas ainda assim, muito jovem para viver reclusa naquele lugar.

Talvez ela tivesse razão e devessem voltar a Londres, afinal.

–Por favor... – suplicou mais uma vez com os olhos marejados.

Alice exultou ao ver que o irmão estava cedendo.

Edward podia agir feito uma pedra de gelo a maior parte do tempo, mas sempre cedia as vontades dela 

–Alice, eu não sei... 

Alice resolveu apelar.

–Por favor, vamos voltar! Estou definhando aqui! Vou fazer greve de fome! Assim quando eu morrer talvez você se sinta suficientemente culpado... 

–Chega de drama, Alice! 

Ela resolveu mudar de tática e sorriu maliciosa.

–Sabe quem ficaria feliz com a nossa volta? Tânia... 

–Eu e Tânia não temos nada a ver com isto.

–Claro que têm! Você deixou sua noiva sozinha durante todo este tempo! Coitadinha! Deve estar delirando de saudades de você! E vai me dizer que você também não está sentindo sua falta? Hum? A doce Tânia deve estar aguardando-o, ansiosa para enfim se casarem! 

Edward riu da lógica de Alice.

Sim, ela tinha razão. Havia protelado o casamento com Tânia, em prol de resguardar a irmã na casa de campo, livre da confusão de fofocas que envolveram sua mal sucedida fuga. 

Tânia lhe mandava várias cartas saudosas.

Edward sentiu um aperto de culpa.

Sim, tinha que voltar para a noiva.

–Tudo bem, você venceu, Alice. Vamos voltar à corte! 

***

Floresta de Nottingham 

A moça caminhou por entre os arbustos ondulando os quadris, e deu um suspiro de alívio quando chegou à estrada. Os olhos castanhos perscrutaram o caminho. 
A carruagem que se aproximava era muito fina. Ela parou e jogou os longos cabelos castanhos para o lado. A blusa branca bufante, caiu para o lado revelando um bom pedaço de carne branca e macia. Então ela respirou fundo e se posicionou a frente da carruagem que se aproximava.

O cocheiro quando a viu freou os cavalos bruscamente, assustado. 

–O que aconteceu, Bernard? - ela ouviu a voz aristocrática falar de dentro do coche e sentiu asco. Homens ricos e influentes usavam este tom de voz. Homens desprezíveis. 
–Meu senhor! - o cocheiro falava apalermado - Tem uma senhora obstruindo a passagem... - o homem a encarou – Ficou maluca? Colocando-se a frente dos cavalos desta maneira? Podia ter morrido! Ou quebrado o pescoço! Ou ter algum membro amputado!

A moça conteve a vontade de rir e permaneceu no mesmo lugar. Ouviu a janela a carruagem ser aberta e um homem ricamente trajado sair de lá. Deveria ter uns 40 anos, trajava-se como um pavão e a postura era altiva. Ele pousou os olhos nela e a moça vislumbrou uma centelha de interesse mesclado a algo diabólico que deixou uma impressão ruim em seu ser. Mas não se mexeu. 
Ele caminhou até ela. Seus olhos a miraram de cima a baixo.

–O que faz uma lady tão bonita no meio da estrada? Está perdida? – ele falava com um certo desprezo típico das classes altas. Com certeza já deveria ter percebido pelas suas vestes que não era uma lady coisa nenhuma. A saia rodada que usava não tinha as anquinhas tão em moda, a camisa branca e à moda dos ciganos e os cabelos soltos e revoltos estavam longe de serem de uma dama. Então ela sorriu. Sabia que tinha um sorriso bonito e já o usara muitas vezes com homens como ele. Viu a expressão dele mudar sutilmente. Com certeza achava que estava com sorte. 

–Qual o seu nome senhorita? – ele perguntou intrigado.

–O senhor poderia me dizer o seu primeiro. – ela jogou a cabeça para o lado numa expressão de desafio e sedução. 

–Sou Aro Volturi, Barão de Wessex. 

Ela se regozijou. Sim, estavam com sorte hoje. Um barão! 

Então jogou a cabeça para trás e gargalhou. O homem ficou desconcertado.

–Do que está rindo? 

Ela parou de rir e o encarou.

–Do senhor! 

O homem não teve tempo de responder, pois da floresta saíram vários homens com aparência ameaçadora. Dois deles eram meio loiros. O outro era moreno e tinha um lenço amarrado em frente ao rosto.

A moça encarou o barão.

–Me desculpe senhor. Mas termos que roubá-lo! 

–Mãos para o alto! – gritou o moreno e depois olhou a moça – Bom trabalho Bells. – ele sorriu, piscando para ela.

Bella ficou séria.

–Até que enfim apareceram! Achei que teria que enrolar este idiota pra sempre! – ela aproximou-se do moreno – E que coisa ridícula é esta? – falou arrancando o pano de seu rosto.

–Hei... era meu disfarce! 

–Mais parece um palhaço! – ela ridicularizou.

–Chega vocês dois! – gritou o outro. Tinha uma aparência ameaçadora 
Bella calou-se e o encarou.

–Desculpe-me Riley.

–Acho melhor deixar esta briga de vocês para depois. – ele falou ameaçador para Bella e Jacob.

–Isto mesmo, não vamos discutir na frente da vítima! – Jacob concordou.
–Já que terminados este assunto, – o mais moço deles falou - podemos continuar o assalto?

Bella sorriu ao ouvir Mike falando; era o mais jovem deles, mas nem por isto menos esperto. Juntara-se ao bando ainda adolescente e todos desconheciam suas verdadeiras origens. 

–Certo! – Riley tomou a frente – Jacob, amarre o cocheiro e Mike amarre o barão. 
–Porque eu tenho que ficar com o cocheiro? – Jacob reclamou – Sou hierarquicamente superior ao Mike! 

–Hierarquicamente superior? Que conversa é esta Jacob? – Bella riu.

–Entrei no bando antes, sou muito mais experiente, mais bonito.

Desta vez Bella e Mike caíram na risada e Riley revirou os olhos impaciente.

–Agora chega! Está bem Jacob, a Bella amarra o cocheiro, vocês vêm comigo ver o que tem para roubarmos.

Mike foi amarrar Aro Volturi que pareceu se refazer do susto.

–Então são assaltantes... – ele deu os punhos para Mike amarrá-lo.

–Sim, senhor. 

–Bandoleiros... 
–Sim senhor.

–Escute-me meu rapaz. Se me soltar. Posso te dar uma boa recompensa... 

Mike o encarou.

–Não, obrigado. – e continuou a amarrá-lo.

–Olha só como eles te tratam, um rapaz tão bem apessoado. Deveria estar na corte! 
–Hei! Pare com isto! – Bella gritou ao ouviu o que o Barão dizia a Mike – Cala a boca se quiser sair vivo desta! – ameaçou.

–E você senhorita? O que espera ganhar com esta vida? Acompanhando um bando de homens mal encarados em pilhagens... 

Bella se irritou e aproximando-se virou um soco na cara do Barão que caiu pra trás desacordado.

Ela viu a cara espantada de Mike ao seu lado.

–Eu mandei ele calar a boca! – justificou-se – Agora me ajuda com o cocheiro. O homem parece que vai se borrar todo de medo! 

–Eu estou com medo de você! 

Bella riu.

Jacob seguiu Riley com a espada em punho para verificar o que tinha de valor na carruagem do barão. 

–Uhu! Estamos ricos! Olha que chiquesa! 

Mas Riley não prestava atenção.

Tinha algo de errado ali. Ele podia sentir. 

–Olha isto... – Jacob colocava o casaco de brocado que provavelmente pertencia ao Barão.

–Shii... – Riley o calou.

–O que foi. – Riley pediu silêncio desebanhando a espada, fez sinal para Jacob se levantar do banco e rasgou o tecido de cima a baixo.

–Hei, ficou doido? Isto vale... – Jacob começou a falar se aproximando, mas então viu o que Riley tinha visto. Havia uma moça loira embaixo do banco. 

Ela ofegava de medo. 

Era jovem e bonita. Jacob sorriu.

–Ora, ora, veja o que encontramos... 

–Por favor, não me machuquem! – ela pediu. Olhava de um para outro, provavelmente pensando o que aqueles dois brutos fariam com ela.

–Não iremos machucá-la senhorita... – Riley falou polido – contanto que não faça nada impensado. – ameaçou, dando a mão para ele levantar-se.

Jacob olhou embasbacado para a moça que se erguia soberba a frente deles. Até Riley parecia enfeitiçado.

Rosalie olhou de um para outro, a expressão de medo sendo pouco a pouco substituída pelo divertimento. Sim, eles, como todos os homens, estavam encantados com ela. Bem, talvez pudesse usar isto a seu favor. Quem sabe eles não a deixariam sair ilesa desta?

Então deu um gritinho e colocando a mão na testa fingiu-se tonta.

–Oh... acho que vou desmaiar... – ela ia cair, mas os dois se apressaram em segurá-la.

–Deixa que eu seguro! – Riley falou, mas Jacob o empurrou.

–Não, eu sou mais forte, deixa que eu pego ela. 

Bella ouviu as vozes alteradas saindo de dentro da carruagem e ela e Mike se entreolharam. 
–Mas o que está acontecendo? 

Ela rumou para perto da carruagem com Mike em seu encalço e estancou à cena bizarra a sua frente. Riley e Jacob discutiam puxando uma moça loira elegantemente vestida de um lado para outro.

–O que está acontecendo aqui? – perguntou ameaçadora e eles pararam de brigar e a encararam – E quem , por Deus, é esta daí?

Riley pareceu se recompor.

–Estava escondida embaixo do banco. 

–Entendi. E o que os dois estão fazendo com ela? 

Mike começou a rir e Bella o encarou ameaçadora e ele engoliu o riso.

–Ela desmaiou e eu fui segurá-la, mas Riley... – Jacob começou a explicar.

–Já entendi. – Bella revirou os olhos – Homens! Tão previsíveis! – voltou a encará-los. Acho que o Mike pode cuidar da moça e vocês parem de pensar com a cabeça errada! – gritou se afastando.

Eles trataram de seguir suas ordens e passaram a moça para o colo de Mike.

–Hei, porque ela acha que eu não vou agir igual a vocês? – perguntou confuso.

–Porque pra ela você não é homem! – Jacob respondeu.

–Sério? – Mike se afastou ainda confuso.

Colocou Rosalie perto de uma árvore. Ela era realmente bonita, não era de se estranhar que Riley e Jacob estivessem brigando. 

De repente ela gemeu e pareceu que ia acordar. Abriu os olhos e focalizou nele.

–Olá, madame! 

Rosalie encarou aquele desconhecido. Também tinha o rosto sem barbear. Mas até que não era de todo mal. 

–Oh... o que aconteceu? – perguntou manhosa.

–A madame desmaiou... 

–Sim... está tudo tão confuso... onde está o Barão...? 

–Amarrado ali. – Mike apontou e Rosalie esqueceu a fingimento e sentou-se olhando para onde o bandido apontava e viu o Barão amarrado e desacordado.

Sentiu medo.

–O que fizeram com ele? – perguntou receosa.

E Mike riu.

–Ah não se preocupe. A Bella costuma agir meio impulsivamente às vezes... 

–Quem é Bella? – Rosalie deduziu que devia ser a moça que ralhara com os outros dois quando brigavam por ela. Será que era esposa de algum deles?

–Bella é aquela ali. – o moço apontou e Rosalie viu a moça de longos cabelos castanhos. 
Encarou o bandido de novo, disposta a descobrir mais sobre eles.

–E você é quem? 

–Oh, me desculpe não me apresentar. Meu nome é Mike e aqueles grandalhões ali são Riley, o cigano é o Jacob. 

–Vocês são... 

–Bandoleiros, madame. Mas não se preocupe, não iremos machucá-la. Apenas roubar tudo o que tem. 

Rosalie desviou o olhar com uma careta. Ser roubada de tudo que tinha não era uma boa opção. 

Pelo menos nada dali era dela e sim do Barão. Bem que tinha falado a ele que precisavam de uma escolta, mas ele rechaçara. Agora olha no que deu!

–Hei Mike – a moça de cabelos castanhos o chamou com os olhos flamejantes – Para de fazer social com a prisioneira e vem nos ajudar! E por favor, não se esqueça de amarrá-la! 

Rosalie se assustou.

–Prisioneira? Amarrar-me? 

Mike pegou a corda.

–Não se preocupe, madame. É só para garantir que não vai fugir.

–Não... olha... Mike, não é? Não precisa me amarrar. Eu vou me comportar, não irei fugir nem nada...

Ele pareceu pensar por um instante, mas sacudiu a cabeça.

–Preciso realmente amarrá-la.

–Por favor, não faça isto. - Rosalie começou a chorar. Ou melhor, fingir que chorava claro – Tenha piedade, senhor! 

Bella, Riley e Jacob ouviram a moça chorando.

Bella fez uma careta.

–Era só o que faltava! 

–Eu falei que era melhor eu cuidar dela! – Jacob falou.

–Para que? Para seduzi-la? – Riley perguntou.

–E por que não? Ela é bem bonita... e você viu como me olhava? Ela me queria... 
–Cala a boca, Jacob! – Bella reclamou.

–O que é Bells, está com ciúmes? 

–Claro que não! E quer saber? Pode ir lá cuidar da mocinha indefesa! Pelo menos acho que terá mais sucesso do que o Mike.

Jacob piscou para Riley e se afastou.

Riley olhou para Bella.

–Não sei se foi uma boa idéia, Bella.

–Por que não? Está com ciúmes? 

–Da moça? 

–Não, do Jacob! Claro que é da moça! 

–Não, não estou. Embora a tenha achado bonita. Mas qualquer homem acharia.

–Sei... 
Ele continuou observando Bella que se ocupava em tirar as coisas da carruagem.

–Está olhando o que? – perguntou nervosa.

–Não está com ciúmes? 

–De quem? Da moça? – ela brincou e ele riu.

–Não, do Jacob. 

Bella observou Jacob que agora conversava com a loira enquanto a amarrava.

Ela parecia tão quieta como um cordeirinho agora.

Fitou Riley.

–Não, não tenho.

–É que... 

–Chega Riley! – ela o cortou e se afastou.

Mike aproximou-se de Riley e viu Bella se afastando nervosa.

–O que deu nela?

–Nada... faça seu trabalho! 

Rosalie olhava para o homem a sua frente desconfiada; depois que ele aparecera e mandara Mike se afastar ela tivera medo e se calara.

–Não se preocupe, docinho. Vou apenas amarrá-la. Mas não vou machucá-la, sabe disto não é? – ele falou com um sorriso charmoso e tirou uma mecha de cabelo loiro de sua testa.

E Rosalie dera os pulsos para ele amarrar. 

E pensava num jeito de se livrar daqueles brutos.

Observou o rapaz.

Até que era bonito, cabelos pretos, um corpo musculoso, sorriso fácil. 

Ele acabou de amarrá-la e Rosalie sorriu.

–Obrigada.

–Não a de que, docinho.

Ele sorriu pensando que ela estava no papo. Seria bom se divertir com uma dama daquela estirpe... então com o canto do olho ele viu Bella se afastando. Parecia tensa e ele ia se juntar a ela quando a moça o chamou.

–Senhor Jacob? – ela o chamou com um beicinho e ele esqueceu Bella momentaneamente – Eu preciso... preciso... ai que vergonha! Na verdade eu preciso de um minuto de privacidade!

–Já entendi. – ele a segurou e a fez levantar-se e percebeu o movimento que os seios faziam. Sim, ela era realmente um espetáculo. – Vou levá-la a um lugar afastado.
Riley viu Jacob se afastando com a moça e o chamou.

–Hei, onde pensa que vai? 

–Ela precisa de privacidade, entendeu? Nós já voltamos.

Riley sacudiu a cabeça, impotente. Sabia bem o que Jacob iria fazer. O pior é que pela cara da moça, ela não parecia muito contrariada... 

–Você vai deixar? – Mike perguntou.

–O que? 

–Você sabe o que ele vai fazer.

–O Jacob pode fazer o que quiser.

–Mas ele vai forçá-la.

–Você acha que mesmo que ele precisará forçá-la? – Riley levantou as sobrancelhas.

–Sim, acho que não. Mas não sabemos o que ela é para o Barão. E se for sua esposa, ou noiva? 

–Uma moça daquelas? 

–Pode ser irmã, ou uma parenta. Mesmo assim se ele descobre uma coisa destas. Estamos perdidos.

Riley conjeturou sobre as palavras de Mike. 

E agora o que deveria fazer? 

Jacob estava de costas para a moça.

–Pode se virar. – ela falou depois de um tempo – Muito obrigada senhor Jacob. O senhor é muito gentil. 

–Não precisa me chamar de senhor... 

Ela riu encabulada.

–Não seria apropriado... 

Ele se aproximou e sem aviso a encostou na árvore mais próxima, colando seu corpo ao dela e viu os olhos verdes escurecerem de paixão. Sim, ele não estava enganado. Ela era pura explosão. 

–Vai me violar, senhor? – ela perguntou ofegante.

–Se a senhorita insiste... – ele abaixou a cabeça e a beijou sofregamente. Ela se entregou com um suspiro e rodeou os braços em volta de seu pescoço, colando os seios em seu peito.

–Solte ela, Jacob!

Jacob largou Rosalie e encarou Riley.

–Não! O que está fazendo aqui? 

–Não pode tocar nela, Jacob. Não sabemos o que ela representa para o Barão.

–Você está é com inveja! 

–Cale-se! Volte para perto da carruagem. A Bella quer trocar uma palavrinha com você! 

A menção a Bella pareceu convencer Jacob.

–Ok. – ele aproximou-se de Rosalie e beijou sua mão – Foi um prazer senhorita! 
Riley esperou Jacob se afastar e encarou Rosalie friamente.

–Vamos senhorita, preciso amarrá-la novamente.

–Por favor, não faça isto. – ela começou a fazer drama.

–Não adianta fazer esta cara para mim, milady. De nada vai adiantar! – Rosalie fez um muxoxo. Perdeu sua chance de escapar e de contragosto aproximou-se do estranho bandido e ele a amarrou e a puxou de volta a estrada. Ela o observou. 
–O senhor não é inglês... 

–Não, não sou. 

Rosalie viu que ele não estava para conversa, mas insistiu.

–De que país você é? 

Ele não respondeu.

–Por que me trata assim? – ela insistiu. Na verdade estava incomodada por aquele homem dentre todos não cair na sua lábia.

Ele se virou e a encarou friamente.

–Mulheres como você devem estar acostumadas a ter os homens aos seus pés. Mas não irei cair na sua conversa.

–Que pena. – Rosalie sussurrou e viu algo no olhar dele mudar. Mas a sensação passou e eles voltaram a caminhar.

Realmente era uma pena... 

Chegam a estrada e Riley viu que tudo já estava arrumado.

–O Barão ainda não acordou? 

–Não. A chave de esquerda da Bella é boa... – Mike comentou.

–Então vamos? Não podemos ficar aqui por mais tempo... é perigoso. – Bella comentou. 
–Sim. – Riley colocou Rosalie sentada de costas para o Barão desacordado e a amarrou nele se afastando.

Jacob não resistiu a uma última gracinha e aproximando-se dela, pegou sua mão e com a boca, tirou o anel de ouro de seu dedo e sorriu. – Me desculpe, querida, mas terei que ficar com seu anel. 

Eles montaram em seus cavalos e se afastaram a galope. Deixando Rosalie boquiaberta.

–Está vendo Barão? Quando acordar vai ter que me dar outro anel!

Eles galoparam por horas a fio sem nada dizer. 

O silêncio apenas era cortado pelas canções de Jacob.

–Para de cantar, Jacob! – Bella reclamou.

–Está braba comigo por causa da Rosalie não é? 

–Quem é Rosalie? 

–A moça loira.

Bella levantou as sobrancelhas.

–Sabe até o nome dela? 

Ele riu.

–Você sabe que eu sou bem persuasivo, não é Bells? 

Bella revirou os olhos.

–Você é um patife, isto sim! 

Ele gargalhou e emparelhou seu cavalo com o de Riley.

–Ela te contou que o nome dela era Rosalie, Riley? – provocou, mas Riley não respondeu. 
–Eu vi como olhou para ela... mas saiba que aquela lá não faz seu tipo, de inocente não tem nada... mas de repente, se você quiser apenas perder umas noites. – Jacob não conseguiu terminar, pois Riley avançou para cima dele e os dois caíram no chão, numa luta feroz.

Bella e Mike desmontaram assustados, tentando apartar a briga.

–Hei, parem com isto! O que deu em vocês?! – ela segurava Jacob enquanto Mike segurava Riley.

Jacob cuspiu sangue.

–Foi ele quem começou!

–Você estava passando dos limites! 

–Chega! – Bella gritou – Não acredito que estão brigando por causa daquela loira aguada?

–Você tem razão, - Riley se soltou de Mike – não devemos brigar. 

Jacob riu.

–Está recuando, eu sei... 

–Jacob. – Bella falou ameaçadora – Já chega! 

E como sempre quando Bella falava, Jacob parecia voltar a razão.

–Vamos prosseguir. – Riley falou – Tem uma taberna perto daqui. 

–Ótimo! Poderemos comemorar! Beber muito rum! – Mike riu divertido.

–E conhecer belas garotas. – Jacob completou.

–E contar o dinheiro que roubamos! – Bella piscou e Riley riu.

–E combinarmos o próximo assalto! 

Eles chegaram à taberna ao entardecer. O tempo estava mudando e nuvens escuras anunciavam uma tempestade.

–Vai chover. – Bella olhou para o céu.

–Ainda bem que achamos uma taberna não é? – Jacob falou em seu ouvido e ela o empurrou.

–Vamos entrar, está começando a ficar frio. – Mike falou e eles entraram na taberna escura.

Lá o ambiente cheirava a cigarro e a bebida. Também a suor e cavalos.

Todos pararam e olharam para o grupo incomum que entrava no lugar. Com os olhos pousados principalmente na bela dama. Mas logo desviavam a atenção para a própria cerveja ao ver os brutamontes ameaçadores ao seu lado. 

O bando entrou e sentaram numa mesa afastada.

–Isto que é vida! – Jacob se encostou na cadeira, folgadamente.

–Odeio o jeito que olham pra mim. – Bella resmungou.

–Ninguém vai mexer com você com a gente do lado. - Mike a tranquilizou. 

–Eu sei. Mas mesmo assim é horrível; ser mulher é uma droga! 

Eles riram.

–O Mike sabe bem como é... – Jacob brincou com o amigo.

–Oras, seu! – Mike esbravejou.

–Ele está brincando Mike! – Riley olhou para Jacob ameaçadoramente.

–Mas eu estou de saco cheio dele me chamando de maricas! 

–Ele vai parar com isto! – Riley ameaçou e Jacob se calou, mas continuava rindo.

Uma garçonete de corpo avantajado se aproximou da mesa.

–O que vão pedir rapazes? – ela falou.

–Cerveja para todos! – Jacob falou.

–Ok bonitão! Se quiser mais alguma coisa... - ela piscou e de repente franziu o rosto – espere estou te reconhecendo... não é aquele bandoleiro? Sim, é você! Aquele que chamam Cigano! 

Quando a mulher se afastou eles caíram na gargalhada.

–Cigano! – Bella não se aguentou ao ver Jacob mordido.

–Estão rindo do que? Cigano... que nome ridículo! 

–Não, combinou. - Mike se dobrava de rir. 

Bella olhou em volta e viu que todos olhavam para eles disfarçadamente.

Provavelmente já sabiam quem eram.

–Cigano... – Jacob repetia! – Nem cigano eu sou! Que nome ridículo! Tinham que me chamar de um nome mais viril... como... Thor, ou...

Jacob continuou seu monólogo sobre nomes viris, a garçonete trouxe as cervejas e Bella continuou a observar o movimento do bar. Sentia-se estranhamente nostálgica. Tinha crescido num lugar como este... ela sacudiu a cabeça para desanuviar os pensamentos. Não queria pensar sobre o passado.

–Ou talvez Lobo das Montanhas! – Jacob continuava a tentar achar nomes.

Então a atenção de Bella foi para uma mesa distante. Havia um homem sentado, solitário. Ele tinha um capuz sobre a cabeça e não dava para ver suas feições. Parecia tão sozinho e Bella sentiu uma tristeza inexplicável. Ele era tão diferente dos homens que ali se encontravam... 

Uma garçonete aproximou-se da mesa dele e só então Bella reparou que havia uma garrafa de whisky escocês vazia na mesa. O homem deve ter pedido mais, mas a mulher se recusava a servir. 

–Eu estou pagando! – ele falou mais alto e a moça continuou irredutível. E fez um movimento imperceptível com a cabeça para um brutamonte parado perto da porta que se aproximou lentamente. 

–Senhor por favor... tem que ir embora... 

–Sou um freguês como qualquer outro. – ele levantou a cabeça e tirou o capuz, revelando um cabelo comprido, castanho claro – Vamos, sirva-me! 

Bella reparou no sotaque escocês. Sim, ele estava com problemas. O brutamonte acercou-se da mesa.

–Saia agora, senhor, ou terei que colocá-lo para fora. 

Sem saber o que estava fazendo, num impulso, Bella levantou-se e aproximou-se. 
–Posso saber o que está acontecendo aqui? Por que não querem servi-lo? 

–Não se intrometa, moça!

–Não, eu vou me intrometer sim! – ela encarou a garçonete – Vamos, traga uma bebida! O problema é dinheiro? – Bella pegou um saquinho de moedas de ouro e esparramou pela mesa – Aí está! 

–Milady, eu... – a moça gaguejava.

Então Bella virou-se para o brutamontes.

–Vão me dizer qual é o problema? 

–A senhora não devia se intrometer, se não quiser se machucar.

Bella riu.

–Machucar? Sabe com quem está falando?

–Bella, o que está acontecendo aqui? – Riley apareceu, com Jacob e Mike atrás. 

E o homem reconheceu-os.

–A moça aqui está se intrometendo num assunto que não lhe diz respeito. 

–Eu só quero saber por que não vão servi-lo? Só porque ele é escocês? Isto é ridículo! 
Ela escutou o escocês rindo e o encarou.

–A moça tem brios, devo reconhecer. – ele disse como que para si mesmo.

–Ele não somente é escocês, – o grandalhão falou – ele é um frade!

Os quatros olharam para o escocês e só então Bella reparou em suas vestes.

–Não conheço muito do clérigo, mas é certo um frade estar bebendo uma taverna? – Mike perguntou a Jacob que deu de ombros.

–Você é um frade? – Bella perguntou.

Ele riu sarcástico.

–Não mais, milady. É o que estou tentando dizer a eles.

Bella o fitou desconcertada. Mas quem era este homem? 

Um ex-frade ele dissera. 

Ela fitou a garçonete e o brucutu.

–Ouviram? Ele é um ex- frade, então acho que pode beber como todo mundo! – o brucutu parecia que ia falar algo, mas encarando as presenças ameaçadoras de Mike, Riley e Jacob atrás de si, recuou.

Então Bella sentou-se a mesa na frente do ex-frade e Mike, Riley e Jacob fizeram o mesmo. 

A garçonete aproximou-se com o whisky.

O homem riu servindo-se.

–Acho que te devo uma miss... 

–Bella. – ela apresentou-se – E você é...? 

–Jasper! – ele bebeu um gole e encarou os outros homens – E estes daí quem são? 
–São meus amigos. – Bella os apresentou– E então Jasper, o que faz um ex-frade por estas bandas? 

Ele deu de ombros.

–Acho que em busca de uma bebida como vocês.

–Deve ter desistido da vida religiosa há pouco. – Jacob apontou para suas vestes e o homem fez uma careta.

–Parece que sim... – ele permaneceu em silêncio e Bella percebeu que ele não queria falar mais. 

Seus comparsas olhavam para ela com uma interrogação na face. Na certa queria saber por que ela perdia tempo com aquele ex-frade beberrão. 

Mas Bella não saberia dizer. Apenas sentia uma compaixão por homem que parecia tão solitário e amargurado.

–Bebam! – ela ordenou e eles se entreolharam e continuaram bebendo.

Então Bella levantou o olhar e a viu. Estava a poucos metros de distância, anotando pedidos, os cabelos castanhos presos num coque. Será que estava tendo uma alucinação?

Sentiu um suor frio na pele e o coração congelando.

Seria mesmo possível que aquela era sua mãe? 

Renée a viu também e ficou paralisada.

–Bella, o que você tem? – Mike perguntou ao vê-la branca igual papel. 

Mas Bella nada disse, apenas levantou-se a aproximou-se da mãe.

–Olá, mamãe. Quanto tempo... – falou com a voz embargada de emoção e dor.

–Olá, Bella. O que faz aqui? –a mulher falou friamente.

Bella apontou para os amigos.

–Entendi. Está bem pior do que eu pensava Bella. 

–Não fale assim, mamãe... 

–Não me chame de mãe! Minha filha morreu no dia que decidiu por fim a vida de meu marido! 

Bella sentiu as lágrimas que segurava por tanto tempo ameaçando romper.

–Mãe, por favor... 

–Saia daqui! Se não quer que eu chame os guardas para te levarem presa! 

Bella ainda encarou mais uma vez a mulher que a estava enxotando mais uma vez e saiu da taberna batendo a porta. 

A chuva caiu torrencialmente, molhando suas roupas, seus cabelos, mas ela não se importava. 

Tudo o que importava era a dor que lhe oprimia o peito. Renée nunca a perdoaria. 
Mesmo que tudo o que Bella tenha feito, fosse por ela. Por seu bem. O padrasto era um bêbado miserável que a maltratava. Renée não merecia aquela vida. Então Bella tomara para si a mão do destino quando o assassinara. E desde então Renée não olhava na sua cara e Bella fora expulsa de casa e encontrara seu destino ao lado daqueles bandoleiros, tornando-se ela própria uma fora da lei. 
Ouviu a porta da taberna se abrir e alguém se aproximar.

Riley.

–Bella, o que aconteceu, quem era aquela mulher? 

Bella virou-se para encará-lo. As lágrimas se confundiam com a chuva.

–Era minha mãe. – falou num fio de voz. 

Riley, como outros, conheciam ao menos metade de sua história triste.

–Aquela era sua mãe? O que ela te falou?

–Ela me odeia! 

–Bella, porque sua mãe a expulsou? O que fez de tão grave? 

Bella sacudiu a cabeça. Não podia contar a eles seu pecado.

–Isto faz parte do passado. Por favor, podemos ir embora daqui? – pediu.

–Mas a chuva... 

–Por favor, Riley... 

–Tudo bem. Vou chamar o Mike e o Jacob. 

–Não precisa! – Jacob e Mike estavam saindo da taberna – Já estamos aqui – Jacob olhou para Bella – Porque fugiu Bells? Quem era aquela mulher? 

–Minha mãe. 

Ela viu as perguntas nos olhares dos amigos, mas afastou-se para buscar seu próprio cavalo. 

–Não perguntem nada por que não vou responder! 

Eles não insistiram. 

Bella montou e de repente a porta da taberna se abriu e Jasper saiu de lá.

–Para onde estão indo? 

–Em busca de outra taberna! – Bella falou por entre a chuva – Quer seguir com a gente? – perguntou para espanto dos outros.

Jasper deu de ombros.

–Por que não?

Continua...

E aí gostaram do primeiro capítulo? Confessem que ficaram curiosas para saber quem era o beberrão da Taberna. O que vocês esperam dessa aventura? É bem diferente né? Quero ver as opiniões de vocês nos comentários. Mais tarde volto com a outra fic. Beijos.

+FANFICS ROBSTEN E BELLARD