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Thursday, May 10, 2012

FANFIC - UM SELVAGEM DIFERENTE - CAPÍTULO 13


Oi pessoal! Mais um capítulo muito movimentado e com uma grande surpresa no final...

Título: Um Selvagem Diferente
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: 
Álcool, Linguagem Imprópria, Violência

Um Selvagem Diferente
By Lunah

Atenção: Este conteúdo foi classificado 
como impróprio para menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero continuar!"


Capítulo 13 - Acorde, Reaja e Lute II

Levei Edward ao Loch Haven Park, era uma boa manhã para caminhar lá. Algumas pessoas faziam cooper, outras passeavam com os cachorros. Nós ficamos sentados perto do laguinho apreciando nosso modesto café da manhã. Com meus últimos trocados comprei dois cafés e um croissant.
– Quer falar sobre ontem? - Ed perguntou olhando para a água.
– Pode ser.
– Como se sente?
– Ótima.
Ele me encarou confuso.
– Ótima?
– Sim. Como já sabe... dormi com Brad. - dei de ombros. - Fui idiota e pretensiosa a ponto de achar que conseguiria dominar minhas fraquezas tão facilmente. Típico! - bufei. - Quando me dei conta do que fiz fiquei arrasada e chocada. Realmente era a pior coisa que podia me acontecer. Anulei o meu orgulho e agi como a marionete que McFadden adora comandar. Chegar a esse nível me fez perceber que o problema era comigo. Não estava me dando o devido valor. Eu não sou uma pessoa perceptiva, demoro a enxergar a verdade e, por isso, acabo tendo que passar por situações horríveis para finalmente aprender. Durante a madrugada percebi que estava perdendo um tempo precioso da minha vida pensando em como esquecer Brad, ou tentando mantê-lo fora da minha mente. De um jeito ou de outro, o centro das minhas preocupações era sempre ele. Isso não é jeito de viver, Edward. Eu quero mais. Muito mais. - fiz uma pausa para respirar fundo. - Hoje decidi radicalizar e iniciar uma busca pela garota que um dia eu fui. - sorri. - Ou achar um atalho para chegar à mulher que um dia eu serei. Enfim, cansei de autopiedade e principalmente cansei de Brad. Sei que minha obsessão por ele não sumirá da noite para o dia, mas não estou preocupada com isso e nem me importo se daqui pra frente eu cometer alguns erros, desde que sejam pelos propósitos certos. Tudo que eu quero é ter um dia maravilhoso e extrair dele toda a felicidade possível. Ta bom? Esclarecido? Vamos esquecer esse assunto.
Edward baixou a cabeça e riu.
– O que foi?
– Nada. - continuou rindo baixinho.
Achei que ele me daria um tapinha nas costas ou diria que eu estava no caminho certo, mas não esperava vê-lo tão sorridente. Ed até tentava disfarçar evitando me olhar, porém era visível sua... alegria?
– Ah meu Deus... - gargalhei. - Você está surpreso comigo, não é? Confesse. - ele se esforçou para ficar sério. - Não... - o estudei, estreitando os olhos. - Está... orgulhoso? - o cara gemeu, mas não negou e isso confirmou minha suspeita. - Está orgulhoso de mim? - ri embasbacada. Edward deitou-se no gramado cobrindo o rosto com as mãos. - Nossa, você está muito, muito orgulhoso de mim. - provoquei cutucando-o. Deitei-me ao seu lado e banquei a metida. - A vida é assim, meu caro amigo, num dia somos uma bruxa estabanada, no outro somos o orgulho da nação. - minha declaração fez com que o selvagem desse uma alta e contagiante gargalhada.

(...)

Estávamos caminhando perto da fonte quando me lembrei do diamante. O peguei em minha bolsa e o estendi para meu amigo.
– Por que está me devolvendo? - franziu o cenho.
– Não quero correr o risco de perder ou vender. Essa pedra passou a ser importante para mim. Por favor, preciso que fique com ela.
Edward a pegou e, com cuidado, estudou-a.
– Tem certeza?
– Sim. Ela me fez passar por coisas inacreditáveis, não suportaria perdê-la novamente. - era difícil abrir mão de algo tão valioso. - Se ficar com você, sinto que estará segura.
– Essa pedra me traz boas recordações.
– Mesmo? - o incentivei a falar. O cara era muito introspectivo.
Ed olhou para o parque, possivelmente refletindo se devia se abrir comigo. Acendeu-se em mim uma pequena chama de esperança. Torci para que ele tomasse a decisão certa.
– Quando eu tinha 6 anos, meus pais se separaram. - assim que ele começou a falar, vibrei intimamente. - Meu pai tinha o sonho de morar na ilha Malaita, ele estava cheio de projetos e se recusava a desperdiçar sua vida lecionando em uma universidade. Só que minha mãe não partilhava do mesmo sonho. Era inconcebível para ela morar em um lugar tão longínquo e inexplorado. Sarah queria uma vida agitada e glamorosa. Não culpo meu pai por ter ido embora, eles brigavam muito e ambos eram infelizes. Hoje, mesmo não entendendo muito sobre relacionamentos, acredito que pessoas com ideais diferentes não conseguem conviver. - suspirou. - Bem, meu pai seguiu seus instintos e achou seu lar na ilha. Continuei com Sarah, mas ao completar 8 anos ela precisou me levar para a ilha.
– Por quê? - fiquei intrigada.
– Sarah era atriz de teatro, estava sempre viajando e me levava junto. Não tínhamos casa nem raízes. Éramos como andarilhos. Eu nem mesmo estudava. Então, como eu disse antes, aos 8 anos fui para a ilha. - havia um misto de melancolia e saudade escondido atrás de sua face serena. - A primeira semana foi muito difícil. Eu odiava aquele lugar e sentia-me abandonado. Passei vários dias sem falar e meu pai começou a ficar preocupado. Acho que se sentia um pouco culpado. Então, um dia ele fez um acordo comigo. Me levaria para explorar a ilha por dois dias e se eu achasse algo que me interessasse ou gostasse, ficaria em Malaita por mais um mês. Meu pai acreditava que era o tempo necessário para eu me adaptar. Do contrário, ambos voltaríamos para os EUA. Eu concordei e vagamos pela ilha por um dia e meio. Eu era só um garoto, realmente fiquei impressionado com o lugar, mas foi essa pedra que mudou tudo. – Jogou-a para o alto e esperou que caísse em sua palma. - Eu a encontrei perto do vulcão que os nativos chamam de Makimera. Fiquei tão empolgado por achar um diamante. - riu. - Pensava que havia encontrado parte de um tesouro. - ri também, tentando visualizar a cena. - Como eu tinha achado algo de que gostasse, tive que cumprir minha parte do acordo. Não precisei de um mês inteiro para ficar encantado pela ilha, em pouco tempo, me apaixonei pelo lugar. Malaita é coberta por bosques quase impenetráveis, enquanto nos planaltos do norte estendem-se os pastos, e as costas estão cheias de arrecifes de coral. Eu vivi inúmeras aventuras lá, coisas das quais a maioria das crianças nem sonham. Era como se a ilha fosse um mundo esquecido onde eu pudesse ser o que eu quisesse, e de fato sou. Com o decorrer dos anos, passei a ser um membro ativo da tribo Waibirir, sirvo de guia para um grupo de biólogos, ajudo Carlisle com suas pesquisas e cuido do meu animal favorito.
– Que animal? - eu estava fascina pela descrição de sua vida.
– Eu tenho um puma. - confessou olhando-me rapidamente.
– Sério? - embasbaquei. - Como assim?
– Não existe esse tipo de felino na Ilha. Quando eu tinha 18 anos, um biólogo trouxe o filhote da Patagônia e me presenteou. Era uma forma de agradecer por meus serviços, já que não cobro para ser guia. Indah é uma fêmea com 65 centímetros de altura e tem um pouco mais de 80 quilos. É uma excelente caçadora. Aprendi muito sobre felinos por causa dela.
– Indah? - fiquei curiosa quanto ao nome.
– Sim. - sorriu orgulhoso. - Em indonésio significa... - encarou-me e seu sorriso desapareceu. Podia jurar que acabara de descobrir algo.
– Significa? - insisti.
– Acho que agora entende porque consigo lidar com o puma do zoológico. - mudou de assunto.
– O que falou explica muita coisa. Só que tem algo que não entendo. Por que me deu o diamante? - parei e esperei pela resposta enquanto ele relutava.
– Não quero falar sobre isso.
– Precisa me contar, pois estou muito confusa. O diamante é importante pra você e me deu como se não tivesse valor algum. - mantive meus olhos fixos nos dele, mostrando que insistiria se fosse necessário.
– Primeiro, para mim o diamante não tem valor monetário. Vivo longe do consumismo desenfreado dos continentes. Eu podia ter te dado qualquer tipo de mineral que ia significar a mesma coisa. Segundo... - fez uma pausa que me deixou impaciente. - Faz parte do meu rito de passagem. Não posso ser apegado a coisas materiais. Não é fácil abrir mão de certas coisas, mas tento me lembrar que o materialismo corrompe o homem. E... os anciãos da tribo me deram uma única chance, não posso falhar. Quando você me entregou aquela muda de roupa, vi que estava tentando estabelecer uma linha de convívio pacifica. Como eu precisava disso para continuar vivendo em sua casa, decidi retribuir sua generosidade. Eu não trouxe muitas coisas da ilha, por isso lhe dei o diamante. Confesso que cheguei a pensar que não deveria, mas lembrei que talvez algo de bom acontecesse com você como aconteceu comigo.
– Você nem gostava de mim. - O lembrei.
– Tem razão, mas precisava mostrar que eu não era um Pé Grande. Francamente, achavam que eu ia literalmente devorá-los.
– Ah. - baixei a cabeça morrendo vergonha. - Não chegamos a acreditar realmente que era um canibal.
– Sei. - óbvio que não caiu na minha.
– Ao contrário do que imagina, só coisas ruins aconteceram comigo. Seu diamante não me trouxe sorte.
– Mas cuidou bem dele, certo?
– Hã... Claro. - desviei o olhar. Se ele soubesse...
– Bella, quero que fique com o diamante.
– Não, não. Já tive minha cota de azar Malaita.
– Não acredite em superstições bobas. - colocou o diamante em minha mão. - Fique com ele, assim poderá se lembrar de mim quando eu for embora.
Pedindo daquele jeito como eu ia dizer “não”?
– Ok. - suspirei antes de colocar o precioso de volta na bolsa. - Então, qual a parada do rito de passagem? Não consigo entender direito. - voltei a caminhar.
– Hum. - gemeu se fechando novamente.
Não desisti, tinha que mantê-lo falando.
– Para mim parece uma grande bobagem.
Edward encarou-me, levemente ofendido.
– Não é mesmo. - mordeu a isca. - Esse rito tem várias etapas e uma das mais importantes é explorar o desconhecido. Isso exige força e coragem, qualidades essenciais no caráter de qualquer pessoa. Eu queria ir para o Nepal, mas meu pai me convenceu de que nada era mais desconhecido para mim do que este lugar. - olhou em volta. - A vida aqui é tão estranha. As motivações e atitudes também, mas eu não reclamo. Respeito sua cultura.
Esforcei-me para entendê-lo.
– Você está aqui para aprender e se inserir em nosso estilo de vida?
– Sim.
– Como isso pode te ajudar?
Edward refletiu.
– Vou te dar um exemplo. Digamos que você tivesse que ir a um lugar muito distante e diferente do que está acostumada. Precisaria interagir com os nativos e entender melhor seu linguajar e cultura e, assim, conseguir sobreviver, mas junto com tudo isso vem a experiência. Os princípios que usou para sobreviver naquele lugar servirão para te orientar em qualquer outra parte do mundo, pois já saberá como agir em situações extremas e desorientadoras. Tudo que eu sei sobre os continentes é teórico, seria hipocrisia dizer que sei como viver, se existem coisas pelas quais nunca passei. - franziu o cenho buscando lembrar de algo. - É como Ivan Teorilang escreveu: qualquer aprendizado se tornará mais efetivo com as experiências do que muitas teorias e conselhos massificados em vão, haja vista que até uma experiência nova concluída muitas vezes acaba derrubando velhas teorias.
Eu estava ficando louca, ou a presença do selvagem em Orlando começava a fazer sentindo?
– Sinceramente, eu acho que morar na casa da árvore e pousar para fotos junto ao puma não é o que precisa. Existem milhões de coisas pelas quais deveria passar. Você está longe de entender o que é viver nessa sociedade.
– Sério? - indagou meio decepcionado.
– Com certeza. - ri.
De repente, um sujeito passou por nós disparado. Precisei me encolher para não ser atropelada.
– Minha pasta! Minha pasta! - olhei apara trás e vi uma jovem senhora berrando e correndo em nossa direção.
– Não se preocu... - olhei para o lado e nem sinal de Edward. Contra vontade, olhei para frente e gemi ao vê-lo correndo atrás do ladrão. - Fala sério! - gritei antes de disparar atrás dele. O maluco podia levar um tiro! - EDWAAAARD! - forcei meu tornozelo e aumentei a velocidade. - EDWAAAAAAARD! - se ele me ouviu, ignorou. Puta merda! Já não bastava o que eu tinha corrido durante a madrugada? O selvagem continuou na cola do ladrão, mas eu estava ficando para trás. Não podia parar, me sentia responsável por ele. - EDWARD, ACHO BOM VOCÊ NÃO MORRER PORQUE EU VOU TE MATAR! - fiquei uma fera. Quem ele pensava que era? Um cachorro cruzou o meu caminho e precisei pular por cima dele para não perder os caras de vista. Ao passar por uma família que fazia piquenique, roubei das mãos de uma adolescente uma maçã e a joguei com força na direção de Ed, mas, infelizmente, a fruta passou longe. Então eles entraram numa fileira de arbustos e eu precisei colocar os braços na frente do rosto para não sair de lá ferida. - Eu até gosto de correr, mas realmente odeio a natureza! - resmunguei tentando desviar dos galhos. - EDWAAAARD! - ao me livrar dos arbustos, dou de cara com o quê? Um muro de pedra. - Qualé?! - o ladrão e o sabe-tudo-da-selva pularam com facilidade, mas, obviamente, me estrepei toda. Lentamente subi no muro, me agarrei nele e deslizei feito uma velha caquética para o outro lado.
Na calçada, respirei fundo, e avistei os manés do outro lado da movimentada avenida. Em um impulso, tentei atravessar correndo e um carro freou em cima de mim.
– Quer morrer, sua louca? - o motorista berrou colocando a cabeça para fora do veículo.
Bati no capô e gritei irada.
– Da licença, estou tentando ser heróica aqui! - fui para a calçada e continuei perseguindo o selvagem. O problema é que com as pessoas indo e vindo mal consegui sair do local, então tive que desistir. Olhei por cima das cabeças das pessoas e nem sinal de Edward. - Isso não é bom. - lamentei. - Deus, por favor, não me faça perder esse homem novamente. - bufei. De repente, ouvi gritos atrás de mim. Olhei na direção do tumulto e bestifiquei ao ver o ladrão espantando as pessoas para passar. Como eles tinham dado a volta? Conforme o sujeito se aproximava a galera ia abrindo espaço e, assustada, corri. Como o cara estava chegando cada vez mais perto, aumentei o ritmo e demorei para cair na real: peraí, por que estou correndo? Imediatamente parei. Vi que o ladrão estava distraído com Edward e me posicionei no meio fio. - Me empresta? - arranquei a bengala de um senhor. Logo que o ladrão se aproximou, lhe dei uma bengalada no estômago. Ele automaticamente desabou. A pancada foi tão segura que quase pude sentir sua dor. Ed nos alcançou e imobilizou o mané deitando-o de bruços na calçada. Devolvi a bengala e algumas pessoas aplaudiram, e eu, que não era besta, peguei a pasta do chão e acenei de um lado para outro me sentido. Nunca havia sido aplaudida antes.
Em questão de segundos, a dona da pasta e dois guardas do parque se aproximaram. Edward deixou que os homens levassem o ladrão, mas a executiva ficou para agradecer. Entreguei-lhe seus pertences e ela agarrou minha mão.
– Muito, muito obrigada. - a mulher tremia um pouco. - Vocês praticamente salvaram a minha vida. Nessa pasta tem contratos importantíssimos da empresa onde trabalho e, se eu os perdesse, minha carreira estaria arruinada. Como posso recompensá-los?
Dei de ombros e Ed respondeu:
– Não precisa.
A executiva abriu a pasta e pegou sua carteira.
– Por favor, faço questão.
– Não precisa mesmo. - o selvagem insistiu.
Fuzilei Edward com os olhos. Precisava sim! Eu corri metade do parque, enfrentei a fúria da natureza, pulei um muro e quase fui atropelada por nada?
– Obrigada. - estendi a mão. A mulher me deu 300 pratas e eu fiquei mega feliz, afinal não tinha um tostão. Ela agradeceu mais algumas vezes e se foi. Precisei suportar os olhares de repreensão de Ed. - O que foi? Vou dividir com você. - ele revirou os olhos e saiu. O segui tagarelando. - A gente se deu bem, hein? - ri sentindo um cheirinho de sorte no ar. - Podíamos formar uma dupla, sente só o peso: Edward e Bella contra o crime. - minha idéia o fez recuperar o bom humor.
– Edward e Bella contra o crime? - gargalhou.
– Pode crer! Você tem idéia melhor?
– Não devia ter aceitado o dinheiro daquela mulher.
– Fala sério! Eu preciso mais que ela e, convenhamos, merecemos. Se você não precisa de dinheiro para viver, eu preciso. Quer saber? Deveria se juntar a Jasper e fundar uma comunidade hippie.
– Consumista. - acusou em tom de brincadeira.
– Comunista. - retruquei. - Ei, então, me deixa te comprar uma coisa?
– O quê? - ficou curioso.

(...)

– Hum... não sei. Ficou parecendo um mafioso. - prendi o riso olhando para Edward de óculos escuros. Nós estávamos em uma seção de uma loja de departamento. - Tenta esses. - me livrei dos óculos feios e lhe entreguei outros. - Eu estava aqui pensando com os meus botões... O que de nossa sociedade te deixa mais intrigado? Sabe, aquilo que você acha que nunca vai entender. - o selvagem colocou os óculos e torceu a boca. Percebi que havia algo que não queria partilhar comigo. - Pode confiar em mim.
– Promete que não vai debochar?
– Prometo!
– Er... - baixou a cabeça. - Não entendo as mulheres.
Foi impossível não gargalhar. Ed fitou-me chateado.
– Desculpa. - coloquei a mão na boca para conter o riso. Nunca que eu ia imaginar que o selvagem se preocupava com aquilo. - Então é isso? Você quer entender o sexo feminino?
– Hã... - fez uma careta cômica, não sabendo como responder.
– Há quanto tempo pensa sobre essa questão?
– Bem, só nos últimos... - coçou a nuca. - Dez anos.
– Espera. - dei-lhe as costas, tapei a boca com as mãos e tive uma crise de riso daquelas. Não conseguia parar de pensar como a adolescência do “rei da floresta” devia ter sido difícil, afinal, tinha hormônios pipocando e nenhuma garota pra lhe ajudar a matar as vontades. Assim que a crise passou, respirei fundo e o encarei com uma forçada seriedade. - Se quiser posso te explicar algumas coisas.
– Antes ou depois de você morrer de rir?
– Desculpa. - ri novamente. - Tudo bem. Eu não vou mais rir, é sério. - tirei da minha bolsa um bloco de notas e caneta. - Toma, anote tudo que eu lhe disser. - Edward, receoso, pegou o bloco. - Pronto pra dar adeus a suas dúvidas?
– Sim.
– Ok. A pergunta que todos os homens fazem é: o que as mulheres querem? - peguei os óculos de Ed e os coloquei em meu rosto. - A resposta é simples: tudo!
– Tudo? - franziu o cenho.
– Tudo! - confirmei. - Não me entenda mal, eu sou do time das mulheres, mas preciso dizer que somos piradas. Nós queremos tantas coisas ao mesmo tempo que acabamos nos perdendo e não conseguindo decidir o que realmente precisamos. Exemplo, se um cara fala que vai ligar, ficamos no pé do telefone e o xingamos por não ligar, mas se ele liga antes do que esperávamos já o descartamos por achar que está desesperado demais. Ninguém quer um homem excessivamente carente. Quase todas dizem que não namoram por interesse, mas sempre sonhamos em encontrar um cara cheio da grana. As românticas dizem que o amor é cego, só que ninguém pega o feinho da festa. Está anotando?
– Ah, claro. - aturdido, passou a rabiscar.
– Mulheres não têm melhores amigas, têm cúmplices. Elas é que apontam os defeitos dos nossos partidos, mas como somos metade masoquistas, gostamos dos caras assim mesmo. Eu chamo isso de síndrome do garanhão. Muitas mulheres se interessam pelos mulherengos achando que vão conseguir dobrá-los e fazê-los comer na palma de suas mãos, só que demoram a perceber que são só mais uma na lista extensa de conquistas. Depois, obviamente, culpamos o cretino e nunca a nós mesmas.
– Não faz sentido. - Edward comentou.
– É, meu amigo, nunca faz. Existe também o tipo de garota que procura o homem certinho, sabe, o tipo que dá pra casar. O problema é que esses... xi... Demoram a ter atitude, o que deixa qualquer uma impaciente. O que ele vira? Mais um número nas estatísticas de traição, pois sempre vai aparecer um cara com lábia pra fazer o serviço completo. Advinha quem vamos culpar?
– O certinho? - ficou na dúvida.
– Exato! Agora, existe uma coisa que você realmente precisa aprender.
– O quê?
– Todas as mulheres sempre estão em busca do homem ideal. As qualidades desse homem ideal variam de pessoa para pessoa, cada um tem o seu gosto. Algumas não sabem, mas é o nosso ponto fraco. Visto que uma vez que um partido toma conhecimento das características dessa fantasia, pode forjá-la e facilmente nos iludir. Às vezes ficamos tão presas a esse ideal que nenhum homem parece bom o suficiente. Algumas garotas até fingem que não sonham com o cara perfeito, mas ele está impregnado na cultura feminina. Quando somos crianças, nos empurram histórias de príncipes encantados que nunca vão existir. O engraçado é que depois todo mundo finge que não sabe por que as mulheres são as que mais sofrem.
– Uau... - pelo visto deixei Edward ainda mais confuso. - Como as pessoas conseguem manter um relacionamento com tanto... conflito interior?
– Alguns relacionamentos até dão certo. Digamos que alguns sortudos conseguem encontrar as tampas de suas panelas. É um número bem pequeno, pois a grande maioria finge. Fingem que não se irritam com os defeitos do parceiro, o que gera futuras brigas. Fingem que estão felizes para convencer a si mesmos. Fingem que o marido não está dormindo com a vizinha. Fingem que vai durar algo que nasceu fadado ao fracasso... Fingem, fingem e fingem.
– Que triste. - constatou fechando o bloco.
– Edward, é triste dizer, mas não existem romances épicos como nos livros. - coloquei uma mão em seu ombro apoiando-o. - Isso que muitos chamam de “amor” é um bichinho perigoso. - ele permaneceu calado, refletindo. Me arrependi de tê-lo bombardeado com a realidade. - Quer saber, é como você disse, a experiência supera a teoria. Ed, está na hora de você se relacionar com uma garota. Arranje uma bem legal, aí quem sabe poderá tirar suas próprias conclusões.
Ele ficou surpreso com meu conselho. Me afastei e tirei os óculos.
– Bella?
– Sim?
– Me ajuda a arranjar uma garota legal?
– O quê? - fiz cara de otária.
– Por favor? - ele devia estar fazendo sua expressão mais persuasiva, pois fui incapaz de dizer “não”.
– Eu... eu... - engoli em seco, em seguida, cedi. - Tudo bem. Depois que fingiu que era meu namorado, te devo uma.
Edward deu um largo sorriso.

Diário de Bordo - Edward Cullen

Orlando, EUA.

Minutos atrás estive no quarto de Bella. A vi passar correndo pelo jardim e precisei ir lá ver se estava tudo bem. No início não entendi por que estava chegando aquele horário da madrugada, mas logo percebi que algo grave tinha acontecido. Quando olhei dentro dos olhos da garota, percebi o que ela tinha feito e a causa.
Bella continua sofrendo por causa daquele homem sem escrúpulos... Até o nome dele me deixa enjoado, pois vejo nele o tipo de pessoa que eu nunca quero ser.
Não entendo como Bella consegue se manter ligada a um homem que lhe faz sofrer, não existe lógica nisso. À primeira vista ela me pareceu uma garota simplória e desinteressante, mas com o decorrer do tempo percebi que havia mais nela. Quando acho que vai agir de um jeito, contraria minhas expectativas e age de outro. Não existe um padrão, e isso mantém minha mente ligada as suas atitudes, buscando explicações para a existência de uma personalidade tão caótica. Será que maior parte das mulheres é assim? Espero um dia saber essa resposta.
Respostas... Continuo em busca delas. Até agora não me arrependi de ter vindo para os EUA. Ver com meus próprios olhos como é a vida na cidade só me fez sentir gratidão por ter crescido em uma ilha. Provavelmente, nunca vou esquecer de como as pessoas me julgaram quando cheguei a Orlando. Os olhares tortos começaram no aeroporto e se estenderam até a residência do Sr. Swan.
Eu erroneamente achei que estava preparado para qualquer recepção ruim, no entanto a reação de Bella quando fui cumprimentá-la me deixou desconfortável. Naquela época, se eu pudesse teria lhe falado algo cortês, mas como estava preso ao meu voto de silêncio fiz o melhor que pude e lhe cumprimentei como fazem em minha tribo.
Ela me olhou como se eu fosse um bicho e isso me ofendeu. Passei a ficar na defensiva e tentei ignorar os cochichos dela com os amigos. Eles tiveram uma primeira impressão ruim de mim, mas eu também tive uma primeira impressão ruim deles. O que me revoltou foi eles pensarem que só porque eu não falava era idiota. Não sei como conseguiram chegar a essa conclusão. Quando tentaram entrar em contato comigo eu tive que rir, pois não conseguia compreender como quatro adultos podiam choramingar, gritar e chegar ao cúmulo de pensar que eu os comeria. Até hoje tenho vontade de rir quando me lembro de Emmett querendo me presentear com um spray para mau hálito e Jasper se esforçando para me cumprimentar conforme a tradição dos Waibirir. Esses dois rapazes são tolos e covardes, mas são boas pessoas. Eu realmente gosto deles e espero ajudá-los.
De todas as bobagens que pensaram a meu respeito, somente uma me serviu. O fato de acharem que eu era surdo e mudo me ajudou a manter meu voto de silêncio, embora algumas vezes tivesse vontade de falar ao invés de escrever. Fico feliz de ter conseguido alcançar meu objetivo e passar por uma das etapas do meu rito de passagem. As dificuldades que enfrentei me fizeram valorizar o poder das palavras. Hoje procuro não usá-las desnecessariamente.
Falando em palavras... Queria ter digo algo a Bella, mas certamente só seriam coisas que ela já sabe. Estou meio curioso para saber o que fará agora que se rendeu a Brad. Não consigo prever qual será o seu próximo passo, isso me incomoda e intriga.
Bella, quando quer, consegue ser bem agradável. Por vezes, acho sua companhia bastante divertida, porém muitas, muitas vezes simplesmente não gosto dela por causa das suas falhas de caráter. É bastante conflituoso, nunca passei por nada parecido e estou estudando a situação com muita calma.
De tanto “estudar a situação”, algumas vezes viro a noite refletindo sobre as experiências que tive até agora. E foram muitas. Por causa dos erros cometidos, agora fico me policiando para não ser dominado por meus hormônios. Não quero ter outras reações instintivas como aconteceu na noite em que Bella me beijou.
Droga, esse não é um bom momento para ficar pensando sobre isso. Preciso manter minha mente limpa para treinar os rapazes assim que o dia amanhecer. Em outra hora colocarei tudo em uma balança e buscarei assimilar melhor essa relação incomum que tenho com Bella. Gostaria que meu pai estivesse aqui para me orientar... Mas não, eu preciso achar sozinho o caminho para as respostas.

Continua...

E aí, gostaram da surpresa? Pois é, daqui pra frente teremos também o ponto de vista do Edward através do seu Diário de Bordo. E é muito interessante saber como ele se sente no meio de tanta confusão. Mas falando do capítulo, o que foi Bella e Edward perseguindo o ladrão... são dois malucos mesmo. Ainda bem que não aconteceu nada ruim, por que do jeito que ela é azarada e estabanada eu já estava prevendo um acidente fatal. Muito legal essa interação que está acontecendo entre eles. Vamos ver o que ela vai fazer pra arrumar uma garota legal pra ele. Beijos e até amanhã.


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4 comments:

  1. eu to amando muitoooo essa fic, cada cap melhor que o outro, continuem assim <333

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  2. amei♥ amei♥ amei♥ adorei a corrida dos dois atras do bandido vamos q garota q lea vai arrumar pra ele♥ anciosa para o proximo cap ate amanha cedo ♥Beijusculo♥

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  3. porq a garota legal nao pode ser ela.pois ao meu ver ele ta gostando dela só nao consegue entender ainda!!!eu nao vejo a hora deles dois entender que se gosta@@@

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk essa perseguição foi demais !
    E esse diário de bordo do ED?? Adoreeei!! precisa mesmo saber o q ele ta pensando...
    E sinto q tem alguém apaixonadooooo hahahaha :P
    Ele vai atras de uma garota, mas ele ta gostando da Bells q eu sei *-*
    Beijoos

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Forever

É difícil às vezes olhar para trás e ver quanto tempo passou. As amizades conquistadas e algumas perdidas no caminho. A maturidade que inevitável atinge nossas vidas e altera nossos rumos. Aquilo que nos atingiu não podemos mudar, apenas aproveitar para encher nossa história de belos momentos vividos e aprendidos.
Twilight Moms Brasil é parte de mim e espero que seja de você também, Forever.

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