Olá pessoal! Preparadas para rir mais
um pouco? Então vamos a mais um capítulo onde muita confusão acontece e também
uma grande revelação...
Título: Um Selvagem Diferente
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Autora(o): Lunah.
Shipper: Bellard
Gênero: Romance, Comédia, Universo Alternativo, Amizade, Lime
Censura: NC-18
Um Selvagem Diferente
By Lunah
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como impróprio para
menores de 18 anos.
"Estou ciente, quero
continuar!"
Capítulo 5 - Sorte no Azar
– Co-como... você fez isso? - milhares de perguntas surgiram na minha cabeça.
– BELLA! - gritou Jazz,
angustiado. - SAI DAÍ!
Olhei para trás e meus amigos
estavam na saída da mansão, só esperando por mim para se mandarem como o
restante do pessoal.
– Está tudo bem, o puma não vai
atacar. - gritei, vendo que o felino estava totalmente domado. - Estou certa,
não é? - encarei Edward. Ele confirmou com a cabeça e pude respirar aliviada. -
Acha que consegue prender o animal em algum lugar até conseguirmos ajuda?
O cara refletiu um pouco, então,
se aproximou vagarosamente do animal. O estudou por alguns segundos, então, com
cautela, tocou o topo da cabeça do felino. Temi por sua segurança, mas o
sujeito parecia experiente. Talvez já tivesse feito aquele tipo de coisa antes.
– Não se arrisque. - pedi em um
fio de voz. Não queria ver ninguém desmembrado.
Edward me ignorou e fez um
carinho atrás da orelha do animal, o qual reagiu como um gatinho doméstico.
– Vamos embora! - Jazz, se
borrando de medo, puxou minha mão.
– Sou a única a ver isso? - apontei
para o selvagem. - Como ele consegue?
– Jasper não quer saber.
– Segura minha pedra. - joguei o
diamante e ele guardou-o no bolso.
– Esse é o puma que fugiu do
zoológico? Aquele de que falaram nos noticiários? - Emm questionou ao se
aproximar.
– Só pode. - confirmei. - Por que
ele não está nos atacando?
– Esse puma foi criado em
cativeiro, isso deve ter reprimido os instintos dele. O tornou mais manso do
que os felinos selvagens. Animais assim só atacam se forem ameaçados ou
estiverem com fome. O bicho devia estar confuso com a cantoria e a multidão.
Graças a Deus, não está faminto. - Emmett afirmou com convicção.
– Como pode ter certeza que ele
não está com fome?
–
Se estivesse, você agora não teria rosto. - um nó se formou em minha garganta
só de imaginar a cena. - Parece que nosso amigo da selva saca muito de animas.
Acho que ele percebeu que o puma não era uma ameaça tão perigosa.
– E você? Como sabe dessas
coisas?
– Assisto muito o Animal Planet.
- deu de ombros.
– O que vamos fazer? - Alice
perdeu o medo e veio até nós.
Assistimos Edward conduzir o
animal para debaixo de uma árvore, dando leves empurrões na parte de trás da
cabeça dele. O seguimos, sem saber o que fazer.
O esquisitão baixou-se e estudou
com cuidado uns ferimentos que tinham na barriga do felino. Alguns eram
recentes e outros já tinham virado cicatrizes, não precisava ser um gênio para
entender que o animal sofria maus tratos.
– Hora de ligar para o zoológico.
- falei.
Edward olhou para mim e
gesticulou com uma mão.
– O que ele quer Bella? - Emm
ficou confuso.
– Acho que quer escrever. Rápido,
Alice. Vai buscar meu bloco de notas.
Ela foi e voltou num pulo. Entreguei
o bloco a Edward e esperamos ele terminar de rabiscar.
Vou cuidar do puma aqui até meu
pai voltar.
– Sem chance! - logo cortei o
barato dele.
O cara insistiu:
Vão ser só alguns dias. O
animal não vai machucar ninguém. Só fiquem longe.
– É muito arriscado. - Lice
comentou. - A gente pode se encrencar.
Edward, com cuidado, obrigou o
puma a deitar-se.
– Jasper já ouviu falar de
pessoas que criam felinos selvagens em casa, até assistiu vídeos, mas ver
alguém se impor diante de um animal desse porte, é realmente impressionante. -
meu irmão tagarelou, ainda embasbacado.
– Concordo. Caramba, quantas
pessoas não pagariam para ver isso? - de repente, os olhos de Emmett
arregalaram-se e eu até podia ouvir o som da caixa registradora soando na
cabeça dele.
– Nem... pense... nisso! - fechei
a cara.
– Reunião! - Voltamos para a
chuva, nos afastando do selvagem. - Acompanha o meu raciocínio, galera. O puma
é do zoológico, ninguém contesta isso, só vamos pegá-lo emprestado por umas
semaninhas. T-zed e seu pai que cuidem disso depois. Não é o que ele quer? Eu
arranjo uma gaiola grande e T-zed pode cuidar do animal no recanto do jardim.
Conheço vários guias turísticos que pagariam uma “nota” para trazer seus
clientes aqui. Algumas fotos não vão matar ninguém. Estamos em Orlando, minha
gente, respiramos turismo. Ninguém vai se importar se fizermos uma graninha à
custa do puma e seu domador.
– Jasper acha que é loucura.
– E Alice concorda.
– Prefiro nem comentar. - cruzei
os braços.
– Imaginem só o cartaz ... - abriu
os braços teatralmente. - Ed, O Rei da Floresta.
Não deu para aguentar, caí na
gargalhada. Soava muito ridículo. Parecia o título de um filme idiota.
– Até parece que Edward vai
concordar. Ele nunca concorda com nada. - revirei os olhos. - Chega, Emmett,
você está “viajando”.
– Vamos votar. - apelou. - Jazz,
pense em quantas calças boca-de-sino você poderá comprar, em quanta cerveja
vamos estocar... e dinheiro, cara, atrai mulher. - sussurrou persuasivo no
ouvido do meu irmão. - Alice... - se aproximou dela. - Compras. Pense nas
compras que fará. - notei que minha amiga realmente imaginou. - Belinha... - ele
veio passar a lábia em mim. - O que Brad pensará do seu namorado domador de
felinos? Isso intimida, viu? Edward vai ficar com a moral lá em cima. Mcfoden vai
enlouquecer quando souber que não será mais a atração principal do nosso
resort.
Só pensava no quanto queria
magoar Brad. Desejava ver sua expressão de desgosto e raiva ao notar que ele
não seria mais o centro das atenções, coisa que sempre foi essencial para o ego
de pop star dele.
– É isso, vamos manter o puma
aqui. - falei decidida.
– Legal! - Emmett vibrou.
– Tou dentro. - disse Alice.
– Jasper não pega ninguém há
muito tempo. Calças novas vão ajudar.
Voltamos para a árvore e Emm
expôs suas intenções, escrevendo:
– Véi, nós concordamos em deixar
você ficar com o puma, só que tem um porém. Esse bicho come vários quilos de
carne por dia, precisamos de dinheiro e o único jeito de arranjar isso é se
você concordar em tirar algumas fotos com ele quando um pessoal bacana vier
vê-los.
Claro que T-zed... quero dizer,
Edward não gostou da idéia. Então me impus, pois já não o temia.
– É pegar ou largar.
Ele olhou para o animal e
refletiu. Ficamos na expectativa, até que balançou a cabeça, concordando.
– Beleza! Vou dar uns telefonemas
e arranjar uma jaula. - Emmett conseguia tudo, a qualquer hora. Obviamente,
seus contatos não eram confiáveis e muito menos legais, mas já estávamos
acostumados.
Minha manhã não foi tão
desastrosa quanto à noite passada. Acordei cedo, ajudei dona Bogdanov e Alice a
servirem o café da manhã e depois arrumamos os quartos.
Estava sozinha na sala de jantar
preparando uma lista de compras quando vejo minha amiga chegar correndo.
– Não sabe... - ofegou,
gesticulando. - Quem está na sala... de amassos... com uma das gêmeas.
– Quem?
– Edward.
– O quê?
– Brincadeira. - riu. - Ora quem,
Bel?! O Brad!
– Filho da mãe! - soquei o ar. -
Preciso espiar, ainda não estou acreditando.
Assim o fizemos. Ficamos
abaixadas, nos escondendo atrás da parede da sala de jantar e de lá, podíamos
ver Brad espremendo a loira no sofá, ao lhe dar um beijo obsceno.
– Oh, meu Deus. - choraminguei
colocando a mão no peito. Não queria me importar, mas a verdade é que doía
muito ver aquilo. - Por que justo dentro da minha casa?
– Tenho que concordar, isso é
sacanagem.
Desisti de espiar e me sentei no
chão, encostando-me na parede. Então, o maldito soluço veio à tona.
– Que droga! Era para eu fazer o
Brad sofrer e não o contrário. - bati a cabeça na parede, angustiada. - Fingir
namorar Edward não está adiantando.
– Espera aí. - Lice refletiu. -
Está adiantando sim. Pensa comigo, por que Brad não levou a gêmea para o
quarto? Por que escolheu justamente a sala, onde todos podem ver?
– Para que eu soubesse. - completei
sorrindo.
– O cara está tentando te afetar
como está afetando ele.
– McFadden quer jogar? Ok, vamos
jogar! Alice, vai buscar o cara da selva.
– Ah, claro. E ele é um objeto?
Como vou convencê-lo a vir?
Escrevi rapidinho no bloco de
notas:
Machuquei meu braço. Socorro!
– Talvez isso dê certo. - entreguei
o papel a ela.
A doida saiu correndo e eu
esperei, soluçando muito. Minutos depois, retornou e trouxe consigo o selvagem,
que estava só de bermuda, cabelo muito bagunçado e mais barbudo do que nunca.
Era quase impossível fingir que estava apaixonada por aquilo.
Ele foi logo pegando em meus
braços e, ao notar que eu estava bem, ficou bastante aborrecido.
– Não faça essa cara. Não tenho
mais medo de você. - tinha só um pouquinho. - Preciso de sua ajuda. - falei
como se fosse uma ordem.
O sujeito me deu as costas e
saiu.
– Faz alguma coisa. - disse Lice,
aflita.
Antes que ele saísse do cômodo,
corri e ajoelhei-me, agarrando sua perna. Tomada pelo desespero, decidi que era
melhor me humilhar a Edward do que ser humilhada pelo homem que eu mais odiava.
O cara me fitou, visivelmente chocado e não reagiu.
– Por favor, me ajude.
– Não vai precisar mentir. - Lice
o lembrou.
– Te dou o que quiser em troca.
Prometo. - fiz cara de coitadinha. Ele pareceu aturdido com o nosso desespero e
insistência. - Não vou forçá-lo a nada, só precisa ficar perto de mim e parecer
um pouquinho simpático.
Edward bufou e me ajudou a ficar
de pé, revirando os olhos.
– Isso é um sim? - minha amiga
questionou.
O encarei e percebi que era.
– Sinto que minha sorte está
voltando. - informei, vitoriosa.
Abracei-a, comemorando e fui até
meu namorado de mentirinha. Peguei sua mão e o conduzi até a sala, onde Brad
ainda estava agarrado à hóspede. Bastou entrarmos no cômodo para eu começar a
gargalhar.
– AHAHAHAHAHAHA!
Lice ficou ao meu lado e riu de
minha atuação. Minha gargalhada chamou a atenção do casal, que logo se
levantou.
– Oi. - disse Brad, passando um
braço em volta do ombro da garota.
– Oi. - respondi. -
Divertindo-se?
– Muito. - lançou-me seu sorriso
ousado e cheio de desdém.
– Já está sabendo da novidade,
Brad? - perguntou Alice.
– Que novidade?
– Edward é a mais nova atração do
nosso resort.
– Como assim? - franziu o cenho.
– Ele é um excelente domador de
felinos selvagens. Lembra do puma que invadiu a festa ontem? Bem, agora é do meu namorado. Muita gente vai vir
aqui ver o puma e seu incrível domador. - falei sorridente.
– Sério? - McFadden gargalhou. -
Vão se dar bem, as pessoas adoram ver essas aberrações. Estreitei os olhos,
enojada pela forma que se expressou.
– Vocês vão para a Disney World
hoje? - Alice mudou de assunto rapidinho. - Jasper falou que vamos sair logo
após o almoço.
– Nós iremos. - a hóspede, da
qual eu nem sabia o nome, respondeu feliz. - Aquilo é muito grande, não dá para
curtir tudo em um único dia.
– Organizamos vários passeios
para lá. - informei, encarando Brad.
– O alpinista não curte a Disney?
- meu ex falou diretamente com Edward, que continuou parado, apenas observando.
– Iremos na próxima. Hoje, meu gatinho e eu - fiz questão de dar ênfase em
“meu gatinho”, porque Brad odiava ser chamado daquele jeito. Quando
namorávamos, me proibiu várias vezes. - Queremos ficar sozinhos e relaxar. - com
cautela, juntei meu corpo ao do esquisitão. Nunca que eu ia levar o selvagem
para a Disney. Eu era louca, não burra.
– Qual o problema do seu namorado
com camisas? - Brad riu, provocando. Também não entendia porque Edward insistia
em ficar seminu.
– É que ele é nudista. - respondeu
a gêmea. Alice e eu embasbacamos, pois tínhamos esquecido completamente que
inventamos aquela mentira.
– Deixa eu ver se entendi... - meu
ex arqueou uma sobrancelha. - Ele é alpinista, nudista e domador de pumas?
– Aham. - baixei a cabeça,
constrangida. Estava enganada, continuava azarada.
– Qualé, isso é besteira! Como
sabe que seu
gatinho não está
inventando tudo isso?
Solucei alto. Alice também não
sabia o que falar, no entanto, a expressão de Edward mudou, pareceu bastante
zangado. Ele inclinou o pescoço, estalando-o e caminhou lentamente em direção a
McFadden. Minha sócia e eu quase entramos em pânico, não estávamos preparadas
para uma reação agressiva do selvagem. Ia todo mundo entrar na faca?
Na expectativa de uma briga, meu
ex ficou na defensiva, encarando Ed. O surdo-mudo parou há centímetros dele,
ergueu uma mão e a passou no ombro esquerdo de Brad, como se tirasse uma
poeirinha. Em seguida, sorriu e lhe deu um tapinha amigável no braço.
Minha boca devia estar
escancarada. Não entendia porque Edward fez aquilo. Será que tinha desistido de
bater no meu ex? De qualquer forma, Brad ficou um tanto intimidado e resolveu
cair fora.
– Nos vemos no jantar? - questionou,
afastando-se.
– Pode apostar que sim. - eu que
não ia perder a oportunidade de exibir meu namorado de mentirinha.
Assim que ele e a lambisgóia saíram,
Alice e eu relaxamos. Cada encenação daquele namoro nos causava um tremendo
estresse.
– Me pegue no quarto às 19:00h.
Precisamos manter as aparências. – tentei convencer Edward com um sorriso
forçado.
– Te pegar no quarto? – Alice tirou sarro.
– T-zed, estava te procurando. -
Emmett chegou com uma câmera digital nas mãos. - Preciso tirar umas fotos suas
para os pôsteres de divulgação. - avisou, já bancando o fotógrafo. Os flashes
deixavam Edward meio incomodado, mas ficou parado.
– Não precisa levar ele lá para
fora? Criar todo um ambiente temático,... sei lá. - perguntei.
– Não, Jasper vai fazer um lance
legal no computador. Queremos parecer profissionais.
A sessão de fotos do rosto do
T-zed continuou até a câmera ficar sem baterias.
Alice estava preocupada em como
Edward iria se portar no jantar e eu em como ele se vestiria. Precisava que
parecesse mais sociável. Decidimos dar a ele uma muda de roupa, que mais uma
vez roubei de Jasper.
A tarde passou rápido. A mansão
ficou silenciosa e pude arquitetar como atingir Brad.
Por volta das 19:00h, vasculhei
meu armário em busca de uma roupa legal. Experimentei várias, e acabei
escolhendo um vestidinho azul escuro. Enquanto prendia o cabelo em um rabo de
cavalo, ouvi o zumbido de uma abelha. Logo assustei-me, pois sou alérgica. Ela
ficou me rodeando e tentei arduamente matá-la com a escova de cabelo. Então,
ela finalmente sumiu, me fazendo concluir que havia saído pela janela. Me
posicionei em frente ao espelho e chequei o visual. Nesse momento, senti algo dentro
do meu vestido.
– AAAAAAHHHHHHHHH! - gritei me
chacoalhando. - ABELHA! ABELHA! - podia ouvir o zumbido. - AH, MEU DEUS! - bati
em mim mesma tentando matá-la. Em busca de ajuda, rompi porta afora e dei de
cara com Edward, que imediatamente se assustou com o berreiro. - ABELHA! MATA!
MATA! - ergui parte do vestido sem me preocupar se estava mostrando a calcinha,
pois sentia a maldita abelha roçando em minhas costas. - SOCORRO! SOU ALÉRGICA!
Minhas últimas palavras fizeram
Edward meter as mãos no meu decote e rasgar o vestido, deixando minha lingerie
à mostra. Ambos assistimos a abelha voar por cima de nossas cabeças e ir
embora.
O som de botas no piso nos fez
olhar para a mesma direção, e foi quando Brad surgiu no início do corredor. Ele
parou ao ver o estado de minhas vestes. Revezei olhares entre meu ex e o cara
da selva. Então, simplesmente falei:
– É difícil controlar o apetite
sexual de Edward. - sorri e o puxei para o quarto, batendo a porta com força.
Dentro do cômodo, caí na
gargalhada não só pelo mico que paguei, mas também por causa da cara de banana
que McFadden fez. Parei de rir ao perceber que o esquisitão não tirava os olhos
de mim.
– Caramba, que falta de respeito
é essa? Tape esses olhos agora! - ordenei ofendida... Ok, não tanto, mas tinha que
me impor. - Estou falando sério. - fiz cara feia. O maluco obedeceu, colocando
as mãos nos olhos. Quase ri da expressão desnorteada dele. - Vou pôr outro
vestido e não ouse espiar.
Fui até o armário, peguei uma
roupa e virei-me para Edward. Fiquei surpresa ao notar que um de seus dedos
estava um pouquinho afastado. Tava na cara que ele me espiava. Era pra eu ter
ficado chateada, mas ele não parecia um tarado ou sem vergonha... só curioso.
Existia uma certa inocência naquele homem.
Fingi não perceber nada e me
troquei rapidinho. Ao terminar, o rodeei, examinando suas vestes. Nem conseguia
acreditar no que ele foi capaz de fazer com as roupas que lhe dei. As mangas da
blusa foram arrancadas e usava a peça com todos os botões abertos, não
modificando em nada o seu visual “mendigo”. Nem as calças escaparam, já que as
transformou em uma bermuda vagabunda.
– Oh... - choraminguei. - Você
gosta de me ver sofrer?
(...)
Alice, Brad, a gêmea, Edward e eu
jantamos na cozinha, longe dos hóspedes. Lá era menos formal e melhor de
papear.
Minha amiga e McFadden ficaram
conversando sobre as futuras festas e eu tratei de comer para esconder o
nervosismo. A dona Bogdanov entregou-me um prato com strogonoff de frango e eu
caí de boca, prestando bastante atenção no que o pessoal falava.
– Hum, isso está muito bom. - comentei
indicando a comida.
Alice olhou para o prato e
perguntou:
– Tappa kana?
Aí, que nojo!
Meu estômago embrulhou, corri até
a janela e vomitei. Quando terminei, não tive coragem de olhar para trás, sabia
que tinha acabado de estragar o jantar de todo mundo.
Coragem, Bella, coragem!
Virei-me, dando um sorriso
forçado e indaguei:
– Vamos pedir pizza?
– De frango? - disse a loira.
Coloquei a mão na boca e mal deu
tempo de enfiar a cabeça na janela.
– Você está bem? - Lice veio me
socorrer.
O vômito cessou, respirei fundo e
implorei:
– Me mata!
– Ela está bem, pessoal. - informou
em voz alta.
– Socorro. - murmurei.
De repente, Emmett entrou na
cozinha chamando a atenção de todos.
– Pessoal, pessoal. O pôster do
Edward ficou pronto. - sorriu com o troço embaixo do braço.
– Já? - Alice se aproximou dele e
eu acompanhei.
– A impressão foi rápida, só a
arte que demorou. Preparem seus corações para conhecerem o grande, audaz e
único “Ed, O Rei da Floresta”. – Emmett desenrolou o gigantesco pôster.
Fiquei ligada em Edward e o
assisti arregalar os olhos, deixando o copo de água deslizar de sua mão. Fitei
o pôster e não contive o xingamento:
– Puta merda! - tapei a boca. O
restante do pessoal caiu numa estrondosa gargalhada.
Não dava para acreditar que
colocaram o rosto de Edward no corpo de um cara qualquer que interpretou
Tarzan. Haviam muitos músculos lambuzados de óleo, e a tanguinha apertada de
couro se destacava. Os animais em volta dele nem eram um grande problema, comparado
ao cipó que o Ed-Rei-da-Floresta segurava.
– Gente, pára de rir. Ficou
irado! Deu um ar cinematográfico ao nosso amigo domador.
O selvagem ainda estava
bestificado. Talvez não entendesse como a imagem dele fora tão distorcida.
– Com licença, Emmett. Querido,
posso falar com você lá fora? - sorri.
– Claro, Bel.
Assim que chegamos à sala, lhe
dei vários tapas no braço. O idiota encolheu-se, resmungando.
– O que foi? Ficou doida, mulher?
– O que foi? - indignei-me. -
Como foi capaz de nos ridicularizar tanto? Eu vou te matar!
– Ei, ei. Parte da idéia foi do
seu irmão. Não desconta tudo em mim.
– JASPEEEEER! - explodi em raiva.
Ouvi um estrondo vindo do andar superior e sabia que o maldito estava fugindo.
Parecendo muito tranquila, voltei
à cozinha, peguei o resto de strogonoff que ficou no prato e depois corri até o
quarto do hippie retardado. Entrei chutando a porta e ele, sabendo que estava
encrencado, usou um travesseiro como escudo.
– Não ficou ruim. Jasper gostou
do estilo Tarzan. Caprichei, poxa.
– Já não bastam todas as
humilhações que ando passando? Agora que anunciei meu namoro com Edward, você
faz um pôster em que ele parece um stripper de boate gay?
– Stripper de boate gay? - ele
refletiu, baixando a guarda. - É... Agora que você falou, até que parece um
pouquinho.
– AAAIIII, QUE ÓDIO! - irada,
puxei o travesseiro e esfreguei o prato na cara dele.
– Hum... - lambeu o canto da
boca. - Isso aqui está gostoso.
Rosnei com as mãos na cabeça.
(...)
Assim que desci as escadas, Alice
me abordou, nervosa.
– Brad está zoando Edward lá na
cozinha, precisa defendê-lo.
– Droga! - corremos até lá.
Logo que entrei no cômodo, vi
McFadden falar debochadamente para Emmett:
– Sem querer ofender, mas onde
conheceram esse cara? É hilário! Diz para mim, foi em algum circo? - gargalhou.
Edward ficou comendo sua salada,
de cabeça baixa, como se estivesse totalmente sozinho.
– T-zed é manêro. - justificou
Emm.
– Claro que é, mas será que
também é malabarista?
Preparei para intervir, mas
paralisei quando vi Brad jogar, com força, uma maçã em direção ao rosto de
Edward. Não deu tempo de gritar “cuidado”, pois ele pegou a fruta no ar com uma
única mão. Nem sequer tirou os olhos de sua refeição. Todos ficamos surpresos
com o reflexo do cara. Ele depositou a maçã na mesa e continuou a comer.
O silêncio pairou no ar por uns
três segundos, até que Alice disse:
– Vamos para o jardim. Está uma
noite de lua cheia linda. Brad, chama seus amigos pra tocarem algo enquanto
bebemos alguma coisa.
McFadden fez o que a minha sócia
pediu e saiu, agarrado à lambisgóia loira. Emmett e Lice o seguiram. Apenas
gesticulei, deixando claro que, em breve, me juntaria a eles.
Tristonha, sentei-me à mesa, de
frente para o selvagem.
– Desculpe por isso. - murmurei
me sentindo um pouco culpada. Não imaginava que fazer de Edward meu namorado o
transformaria no alvo principal das brincadeiras bobas do meu ex. Suspirei com
pesar e mudei de assunto. - Argh! Como consegue comer isso? Posso provar? - pedi,
pegando um garfo que ficou jogado na mesa e o enfiei na salada. - Hum... - analisei
o sabor sem graça. - Não é ruim, mas me sinto comendo capim... sei lá. Quem
sabe não me acostumo? Talvez eu tenha vocação para vaca. - sem que eu
esperasse, ele deu um largo sorriso. - Ei... - sorri também, estreitando os
olhos. - Gosta quando me dou mal, não é? Se sente meio vingado? - Edward riu,
passando a mão nos cabelos. - Já desconfiava. - comi mais um pouco da salada.
Então, voltei ao assunto inicial. - Não se preocupe com Brad, eu vou cuidar
dele. - meu namorado de mentirinha voltou a ficar sério. Percebi que ele estava
pensando sobre o assunto.
De repente, levantou-se, foi até
o balcão e lá pegou uma caneta. Depois, retornou à mesa. Abriu a palma da minha
mão e escreveu:
Eu não me importo.
– Não se importa com Brad e suas
piadinhas imbecis? - fiquei surpresa.
Ele balançou a cabeça,
sinalizando que não.
Então, escreveu na outra palma:
Só está inseguro.
– Também percebeu isso? - sorri
contente. - Nossa... - meu humor mudou em um piscar de olhos. - Como quero que
aquele sujeito sofra!
Edward estudou meu rosto e não escreveu mais nada.
Edward estudou meu rosto e não escreveu mais nada.
Reunimos-nos em volta do Link 69,
o qual tocou baladas perto da piscina. Isso alegrou a noite dos hóspedes. Alice
sumira completamente e quando retornou trouxe consigo uma mulher careca muito estranha.
Ela me obrigou a receber a estranha no escritório de meu pai.
– Bel, lembra da minha prima
Tina? - disse Lice.
– Ahmm... - a mulher tinha muitos
piercings no rosto. - Não é a que estava presa? - tentei não ser grosseira.
– Sim. - a própria respondeu.
– A trouxe aqui para acabar com
sua má sorte. - minha amiga estava muito empolgada. - Ela agora é Guru e tem um
tipo de poção que vai te trazer sorte.
– Isso é brincadeira, certo? - não
acreditava naquele tipo de coisa, muito menos vindo da prima estelionatária de
Alice.
– Não me façam perder tempo. -
Tina ascendeu um cigarro. - Saí da cadeia essa semana e preciso de dinheiro. -
pegou em sua bolsa um frasco e borrifou um líquido mal cheiroso em mim.
– Que negócio é esse? - parecia
vinagre misturado com algo adocicado, o qual não sabia definir o que era.
– Pronto, está curada. - estendeu
a mão na direção de Lice. A idiota lhe deu 50 dólares, muito satisfeita.
– É só isso? - fiquei indignada.
- Borrifou esse troço em mim e acabou?
– Sim. - abriu a porta pronta
para sair. - E... - pensou rápido. - Beije um homem de olhos azuis antes da
meia noite ou seu azar será dobrado.
Assim que a careca saiu, encarei
minha quase ex-amiga.
– Opa. - ela sorriu envergonhada.
– Fique feliz por eu não
acreditar nessa baboseira, pois eu devia era te encher de porrada.
– Mas se ela estiver certa,
Bella? Você vai ficar ainda mais azarada.
– Impossível. - garanti.
– Imagine as coisas ruins que
podem te acontecer. - visualizei algumas, como Brad descobrindo nossas
mentiras. - Vai mesmo correr o risco? Vai apostar sua sanidade e futuro nisso?
– Vou. - solucei, em seguida, saí
do escritório.
De repente, ouvi um zumbido.
Olhei para cima e outra vez a maldita abelha estava me seguindo.
– Xô! Xô! - tentei espantar, à
toa. Andei rápido em direção ao jardim e a assassina me seguiu. Seja lá o que a
Guru borrifou em mim, parecia estar atraindo o bicho. - Ai, não. - choraminguei
sendo perseguida. - ABELHA! ABELHA! - saí da casa feito uma bala.
– JASPER MATA! - meu irmão tentou
acertar o inseto com o banner ridículo que ajudou a fazer. Ele fora testemunha
da última vez em que fui picada. Meu corpo ficou todo inchado e fui parar na
emergência de um hospital. - Não consigo acertar.
– Mata! Mata! Mata! - fechei os
olhos e encolhendo-me. - Mata! Mata! Ma... - engasguei.
– Caramba, a Bella engoliu a
abelha. - Emmett alarmou.
A bicha ficou presa na minha
garganta. Com medo de ser picada, fiz força e engoli. Como não senti dor,
constatei que não havia sido picada. Respirei aliviada, então enfrentei os olhares
chocados e enojados de todos.
– Com licença. - baixei a cabeça
e fui para o escritório. Sabendo que Alice ainda estava lá, entrei
abruptamente. - Eu faço qualquer coisa, em qualquer hora e em qualquer lugar.
Se eu ficar mais azarada do que já estou... É CAPAZ DE EU MORRER! -
– Não se desespere. Vamos achar
uma solução.
Depois que me acalmei, resolvemos
fazer uma lista de homens que possuíam olhos azuis.
– Como só temos um pouco mais de
uma hora é melhor descartarmos os carinhas do colégio e estranhos. Então, só
nos restam os homens do resort.
– Ah, fala sério. - resmunguei
andando de um lado para outro. - Vou ter que beijar o Brad? Eu o odeio! - quanta
contradição emocional.
– McFadden é o primeiro da lista,
mas logo em seguida vem o Emmett e depois... - sorriu pesarosa.
– O quê?
– Depois... o tiozão que vive te
cantando. Lamento, mas os olhos dele são bem azuis.
– Ah, é. - fiz careta ao lembrar
da fisionomia dele. - Mais alguém?
Tentamos puxar pela memória,
infelizmente não surgiu mais nenhum nome.
– Engraçado, tenho a impressão de
que estamos esquecendo de alguém. - Alice mordeu a caneta.
– Também, mas não temos tempo
para pensar. Precisamos agir. Vamos acertar nossos relógios. - colocamos para
despertar a meia noite. - Agora é oficial, temos apenas uma hora.
– Quem vai beijar?
A pergunta chegava a ser
dolorosa.
– Querida, sinta o meu drama: não
sei se beijo Brad, o qual logo chegaria à conclusão de que ainda sou caidinha
por ele. Eu tenho o meu orgulho, poxa. Ou... Emmett, o que seria muito
desagradável, pois seria como beijar o meu irmão. Por fim, o tiozão gripado...
Eca! - respirei fundo. - Tem uma corda?
– Pra quê?
– Vou me enforcar.
– Não enrola, quem vai ser o
sortudo?
Revirei os olhos.
(...)
– NÃÃÃÃOOOOO! - Emm corria pelo
jardim tentando fugir de mim. - ME DEIXA EM PAZ!
– Só uma bitoquinha. - ofeguei,
já ficando cansada.
– É nojento, você é uma
pervertida. Somos quase irmãos.
– Deixa ela te beijar, idiota. -
Alice o perseguia junto comigo.
Emmett querendo me vencer pelo
cansaço, ficou dando voltas em torno de uma árvore.
– Seu covarde, se não me beijar
vou descer o braço em você.
– Ótimo, agora estou enojado e com medo. - continuou fugindo.
– Chega. - sem ar, parei
colocando as mãos nos joelhos.
– Grande amigo que você é
bobalhão. A Bella vai ficar ainda mais azarada por sua culpa. - Lice fez
chantagem emocional pela quarta vez. - Quando começou a ter medo de mulher?
– Não tenho medo. - ficou
emburrado. - Só não quero traumatizar. E se depois desse beijo sempre que eu
for “pegar” uma garota me lembrar da Bella? - estremeceu.
– Até parece que você “pega”
alguém. - estreitei os olhos.
– Mas pegarei. - justificou-se.
– Emmett! - quase implorei.
– Tá bom, tá bom. - enxugou o
suor da testa. - Vamos nos beijar.
– Isso! - Alice comemorou.
Ficamos a centímetros de
distância. Fizemos biquinho e aos poucos fomos aproximando os rostos. Fiz um
enorme esforço para continuar com aquilo, e pelas expressões bizarras de
Emmett, dava para notar que também lutava. Quando faltava pouco para nossos
lábios se tocarem, não aguentei e cedi.
– Que merda. Não consigo. - travei
completamente. Também traumatizaria.
– Graças a Deus. - ele jogou as
mãos para o alto.
– Plano B? - perguntou Lice.
(...)
Bati na porta do quarto 3. Minha
amiga ficou do meu lado para dar apoio moral.
– Lembre-se: não pense. Feche os
olhos e dê um beijo rápido. Depois, passamos álcool na sua boca. - ela riu da
minha desgraça.
Dei outra batida na porta.
NÃO PENSE! NÃO PENSE! NÃO
PENSE!
Me concentrei nisso, porém ficava
na dúvida se falar mentalmente “NÃO PENSE!” Podia ser considerado um pensamento.
De repente, a porta se abriu.
Fechei os olhos, agarrei a cabeça do tiozão e pressionei meus lábios contra os
dele.
EU QUERO MORRER!
O soltei e cambaleei para trás.
Esfreguei meus lábios quase os arrancando fora.
– Conseguimos! - Lice me abraçou.
- Conseguimos, mulher. Acabou, sua dramática.
– Sim. - sorri para ela. - Foi
horrível, mas acabou.
– O que acabou lindezas?
Olhamos para o hóspede.
Subitamente viramos estátuas, pois nenhuma de nós estava crendo no que via.
– Cadê seus olhos azuis? - Lice
balbuciou.
– São lentes. - respondeu
confuso.
Encostei-me na parede, deslizei
lentamente até o chão e... chorei.
(...)
– Você consegue. Esqueça o seu
orgulho. - Alice olhou para o relógio de pulso. - Tem 10 minutos. Faça
acontecer.
Não podia pedir um beijo a Brad,
muito menos roubar um. Ele não acreditaria na história da Guru. Eu mesma mal
conseguia crer.
– Tudo bem. - solucei. - Como
estou? - passei as mãos pelo cabelo.
– Nervosa e mal arrumada.
– Oh, obrigada pela sinceridade.
- fui sarcástica.
– Pronta?
– Não. - quase chorei.
– Vamos nessa!
Entramos na sala de jogos onde o
Link 69 curtia um carteado.
– Gente, as gêmeas estão nadando
nuas na piscina. - Lice bancou a atriz.
Os rapazes saíram correndo feito
cães no cio. Somente McFadden ficou, pois o detive antes que atravessasse a
soleira.
– Posso falar com você? - tentei
parecer sensual.
– Pode. - lançou-me seu sorriso
naturalmente debochado.
Caminhei devagar até a mesa de
plástico, onde o baralho estava espalhado.
– Gostando de sua estadia?
– Acho que pode melhorar. - veio
até mim.
– Do que está faltando? - virei-me
para ele. Ao fitar seus belos olhos, involuntariamente solucei. Aquele homem me
deixa desnorteada.
Brad pegou uma carta e a
examinou.
– O que pode me oferecer? - roçou
a rainha de copas em minha bochecha.
Por instinto me afastei,
infelizmente fui detida pela mesa. Me apoiei nela, com a respiração acelerada.
Brad diminui a distância entre nós com um só passo. E foi assim que fiquei
presa na minha própria armadilha.
– Tenho namorado. - falei
abobalhada.
O que eu estava fazendo?
Precisava do beijo dele.
– Posso te contar um segredo?
– Sim.
Aproximou a boca do meu ouvido e
sussurrou muito sensual:
– Eu não me importo.
Solucei tão alto que meu peito
doeu. Dei um sorriso falso e me sentei em cima da mesa.
– Também está namorando? - idiota,
questionei. Não devia estar perguntando aquilo, só que o ciúme falou mais alto.
– Você sabe que só namorei uma
vez. - abriu minhas pernas se pondo entre elas. Inevitavelmente comecei a
tremer.
– Posso te contar um segredo? - rebati.
– Sim.
– Eu não me importo. - ergui uma
sobrancelha.
Brad sorriu apoiando as mãos na
mesa. Depois, se inclinou para beijar-me. Solucei em expectativa e senti seus
lábios roçarem em minha bochecha. Fechei os olhos ao sentir que sua boca se
aproximava lentamente da minha.
De repente, a mesa de plástico
desabou, partindo por não suportar o meu peso. A queda foi dolorosa e incrivelmente
vergonhosa. O mais absurdo foi que só eu me machuquei.
(...)
Marchei para o jardim e Alice me
seguiu tagarelando.
– Conseguiu? Como foi? Me conta
tudo!
– Isso responde a sua pergunta? -
indiquei meu cotovelo sujo de sangue. - Não teve beijo. Eu me espatifei no
chão.
– Uau. - murmurou.
Ergui a cabeça e fiquei olhando
para a lua.
– Estou cansada de me dar mal.
– Não desiste, você ainda tem 20
segundos. Vamos tentar com Emmett novamente.
– Esquece, já era. Eu desisto,
vou me entregar a esse azar.
– Já vai dormir Edward? - Alice
falou alto. Ele saía da casa rasgando seu pôster em vários pedaços. - Boa
noite, Ed. - o selvagem olhou para nós e acenou, depois seguiu seu caminho. -
Tou pasma... - balbuciou. - Você viu aqueles olhos azuis?
– Como deixamos isso passar? - eu
estava tão perplexa quanto ela. - Quanto tempo eu ainda tenho?
– Cinco segundos. - me empurrou.
- Vai!
O cara da selva estava a uns dois
metros de mim. Por isso corri gritando:
– EDWAAARD!
Ele virou-se, e sem pensar, me
joguei em cima dele. Caímos no gramado. O que veio a seguir surpreendeu a nós
dois. De olhos abertos, pressionei meus lábios contra os dele, roubando-lhe um
beijo que supostamente me salvaria do azar. Eu estava feliz, tinha alcançado
meu objetivo. Por isso, nada importava. Não liguei para contato com a barba
horrorosa ou as dúvidas estampadas nas íris azuis.
– Bem a tempo! - Alice chegou
gritando. - Não acredito. - pulou.
– Consegui? - ofeguei. Edward
continuou me olhando, totalmente deslocado.
– Sim! Aquele foi um tremendo salto.
- riu batendo palmas.
Lice me ajudou a levantar.
Ruborizada, arrumei o cabelo e Edward ficou de pé. A expressão dele era quase
cômica. O coitado estava desnorteado. Pudera, praticamente o ataquei.
– Ed, acho que a Bella tem uma
boa explicação para o que aconteceu. - a pilantra me empurrou na direção do
cara.
– Aaahmmm... - estreitei os olhos
torcendo para pensar numa boa mentira. Ele esperou, coçando a nuca. - Er...
hã... Muito obrigada e boa noite. - saí quase correndo. Alice me seguiu
gargalhando feito louca.
(...)
Já passavam das 2:15h da amanhã.
Não conseguia dormir, pois me perguntava constantemente se já estava livre do
azar. Alice, preocupada comigo, resolveu dormir no resort e acampou no meu
quarto, se apossando da cama auxiliar. De repente, um cheiro de queimado me
colocou em alerta. Fui até a janela e pus a cabeça para fora, tentando rastrear
o cheiro que parecia vir do jardim. Apavorei-me quando vi fumaça no céu.
Só de pijama, saí do quarto e
corri pela casa até chegar ao jardim. No escuro, tudo que vi foi a fogueira
perto da casa na árvore. Corri até lá e dei de cara com Edward, sentado em
volta do fogo de olhos fechados. Ele estava com parte do rosto pintado de
branco.
Ao ver que uma das cadeiras da
sala de jantar estava sendo usada como lenha, me aborreci.
– O que pensa que está fazendo?
Apaga isso agora. Quer pôr fogo na mansão inteira? - o maluco continuou de
olhos fechados como se estivesse muito concentrado. - Alôôô... Vou chamar os
bombeiros. - esperei a reação dele. Edward lentamente abriu os olhos, colocando
o dedo indicador junto à boca. - Por que devo me calar? Você é que está nos
pondo em risco. Ah, que saber? Que se dane tudo... O que mais de ruim pode
acontecer? - mal humorada, sentei-me no chão. Não adiantava discutir com aquele
sujeito, a solução era esperar ele terminar com suas esquisitices e eu mesma
apagar o fogo.
Fiquei olhando para as chamas por
um bom tempo e o cara da selva voltou a fechar os olhos. Às vezes eu tinha
vontade de perguntar como ele tinha ficado mudo, só que me parecia um tanto
cruel. Se eu tivesse as deficiências dele, não gostaria de ficar falando sobre
elas.
O analisei com paciência e quase
ri, pois nunca tinha visto um aborígine. Era exatamente isso que ele parecia
naquele momento.
Quanto mais tempo ficava ao lado
de Edward, menos medo sentia. Ele já não era um desconhecido vindo da selva.
Era só um cara que foi criado no ambiente errado. De qualquer forma, eu lhe
devia algumas desculpas e precisava agradecer por ter me salvado do puma.
Perguntei-me como poderia fazer aquilo sem... sem soar falso.
Bem, não custava tentar. Sabendo
que de olhos fechados ele não poderia ler meus lábios, secretamente murmurei:
– Desculpa e... obrigada por
tudo.
Suspirei me sentido melhor, em
seguida voltei a observar a fogueira.
– Disponha.
– Valeu. - bocejei. A ficha
demorou para cair - AAAAAAAAAAAAHHHHHHHH! - levantei num pulo. - OH... OH...
MEU... DEUS! VOCÊ FALA! - eu estava em choque.
– E por que não falaria? - franziu
o cenho.
– Porque é um surdo-mudo. Você
não pode... - engoli em seco. - Também ouve? - tinha medo da resposta.
– Sim.
– Tou boba. - não sabia o que
fazer. - Eu vou... vou... - precisava ter certeza de que minha nova onda de
azar não estava me fazendo ter alucinações. - Vou... AAAAAAAAAAAHHHHHHH!... ALICEEEE!
- corri para dentro da casa o mais rápido que pude. Dei até uma escorregada no
meio do caminho, mas não importava, afinal, o selvagem falava.
Entrei no meu quarto gritando:
– ACORDA! ACORDA! - a chacoalhei.
- VOCÊ PRECISA VER ISSO!
– Que foi, Bella? - disse
sonolenta.
– RÁPIDO!
A reboquei até o jardim. Alice
parecia um zumbi me questionando o motivo da histeria, só que não conseguia
explicar. Fomos até Edward, que estava de pé ao lado da fogueira.
Posicionei minha amiga de frente
para ele. Aquilo tudo era tão... surreal.
– Muito bem, lá vai. SURPRESA! - abri
os braços, sorrindo. - Fala. - murmurei pelo canto da boca. Ed continuou
caladão.
– Bel, ele não fala. - Lice riu.
- Amiga, volta para cama. Você deve ter sonhado.
– Não sonhei. - fiquei na dúvida.
- Edward fala.
– Vamos dormir.
– Por favor. - o encarei. - Fala!
– Falar o que? - ele perguntou.
– AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH! -
Alice teve a mesma reação que eu. depois, explodiu de alegria. - ELE FALA! ELE
FALA! ELE FALA! - saltitou em volta dele.
Edward balançou a cabeça,
certamente pensando que éramos retardadas. O problema é que ele não estava
vendo o mesmo que nós. O fato dele falar dava uma guinada radical em nossos
planos. Agora sim Brad ia comer o pão que Ed-rei-da-floresta amassou.
– Espera. - minha amiga
subitamente ficou séria. - Por que só está falando agora?
– Ei. - notei que ela estava
certa. - Nos enganou?
– Não. - Se ofendeu.
– Explique. - exigi cruzando os
braços.
Continua...
Acho que no final dessa fic vou
ter sérios problemas musculares na mandíbula e na barriga, por que eu rio tanto
com esses capítulos que acabo toda dolorida. Essa história de Ed Rei da
Floresta é impagável, fico imaginando o pôster com o pobre do Edward transformado
em PseudoTarzan... E essa agora dele ouvir e falar? Quero só ver a explicação
que ele vai dar para ser fazer de surdo-mudo todo esse tempo e ainda aturando
as maluquices desse povo aloprado. Amanhã tem mais. Beijos.
Acho que isso faz parte da sorte que a Bella acabou de ganhar...rsrs'..
ReplyDeleteBeijos e até amanhã!!*-*
kkkkkkkk bem que o ED gostou de enfiar a mão no vestido da bella kkkkkkkk eu nao vejo a hora deles se pegar de verdade com ums boms amassos.amando essa fic
ReplyDeleteadorei o final demorou pra ele começar a falar né! nossa eu rio muito com esses caps amei amei amei ate amanha cedo beijusculo
ReplyDeleteEste capitulo esta ALTAMENTE COISATIVO.....rsrsrrsrs
ReplyDeleteEle fala! Escuta! é sarado e domador de animais selvagens!,!
Beijocas
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH ELE FALAAA!!!! ATÉ EU PIREI AQUI KKKK ~~ FAZENDO A DANCINHA!! MAS PQ SERÁ Q ELE Ñ FALAVA?? EIS A QUESTÃO ...
ReplyDeleteE TADINHOO... FOI MALVADEZA O Q FIZERAM COM ELE NO POSTER KKKKK
BEIJOS
Ameeeeeeeeeeei! Agora com um Edward falante as coisas irão andar, sem falar que morri de rir nesse cap, até amanhã! Beijinhos.
ReplyDelete